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ANEMIA

Caracterizada pela sensação de cansaço ou fraqueza, a anemia ocorre quando


o número de hemácias (glóbulos vermelhos) e a quantidade de hemoglobina
(proteína das hemácias) se encontram em níveis abaixo do normal. Como
estes glóbulos transportam oxigênio dos pulmões para o resto do corpo, os
tecidos e órgãos podem ser prejudicados se não houver suprimento necessário
dele.

O que nem todas as pessoas sabem é que a anemia pode ter diferentes tipos e
causas, além de diferentes intensidades. Nos casos mais graves de anemia os
sintomas podem incluir, além da fraqueza, dor de cabeça, tontura, sensação de
frio ou insensibilidade nas mãos e pés, palidez, falta de ar, pulso rápido ou
irregular e dor no tórax.

Para identificar a existência de anemia o primeiro exame a ser realizado é o


hemograma, feito a partir da coleta de uma pequena quantidade de sangue do
paciente. O hemograma mede a quantidade e a proporção dos diferentes tipos
de células no sangue, ou seja, é ele que fornece ao médico as informações
sobre quantidade, tamanho, forma e maturidade relativa destas células.

Por se tratar de um exame de rotina, o hemograma dá um panorama inicial


sobre a existência ou não, além da gravidade da anemia. Para investigar as
causas, exames complementares são solicitados dependendo do tipo de
anemia.

Anemia por deficiência de ferro


Este é o tipo mais comum de anemia e pode variar de intensidade. Além dos
sintomas já descritos, a carência de ferro também pode se manifestar das
seguintes formas: unhas quebradiças ou em forma de colher, língua inchada ou
dolorosa, rachaduras e úlceras nos cantos da boca e vontade de consumir
substâncias não alimentares, como gelo ou terra.

A relação do ferro com a anemia ocorre porque este elemento é essencial para
a produção das hemácias. Sua deficiência pode ocorrer quando o consumo de
ferro por meio da alimentação fica abaixo das necessidades do corpo. Sem
ferro o corpo produz menos hemoglobina, causando a anemia.

Mas uma dieta pobre em ferro não é o único motivo para que este tipo de
anemia ocorra. Um sangramento excessivo ou que dure por muito tempo
também pode diminuir consideravelmente as reservas deste nutriente no corpo.
Em mulheres com fluxo de menstruação muito intenso são comuns casos de
anemia por deficiência de ferro..

Além do hemograma, os exames que ajudam no diagnóstico da anemia por


deficiência de ferro são: esfregaço de sangue, ferro sérico, ferritina, capacidade
total de combinação do ferro e transferrina, além da pesquisa de sangue oculto
nas fezes. Se a investigação indicar que a anemia pode estar relacionada a
uma bactéria que provoca úlceras podem ser solicitados exames como
endoscopia ou colonoscopia.

Anemia perniciosa e deficiências de vitamina B12 e ácido fólico


Neste tipo de anemia o corpo não produz uma substância chamada “fator
intrínseco” em quantidade suficiente. Trata-se de uma proteína que se liga à
vitamina B12, permitindo a sua absorção no intestino delgado. Assim como o
ferro, a vitamina B12 também é importante para a produção de hemácias.

Além dos sintomas já comuns a outros tipos, a anemia por deficiência de


vitamina B12 pode apresentar: fraqueza muscular, reflexos lentos, perda de
equilíbrio e marcha instável. Nos casos mais graves pode causar confusão,
perda de memória, depressão e/ou demência.

A deficiência de ácido fólico também pode causar anemia. Esta vitamina do


complexo B pode ser encontrada em diversos alimentos, principalmente nos
vegetais com folhas verdes e alguns grãos enriquecidos. Estre nutriente é
essencial durante a gravidez pois ele ajuda no desenvolvimento do cérebro e
da medula espinhal do feto.

Quando há suspeita de anemia por carência de B12 ou de ácido fólico o


médico pode solicitar, além do hemograma, os seguintes exames: vitamina
B12, ácido fólico, ácido metilmalônico, homocisteína, contagem de reticulócitos,
anticorpos contra fator intrínseco ou anticorpos contra células parietais.

Anemia aplástica
Este tipo de anemia ocorre quando há diminuição de todos os tipos de células
do sangue produzidas na medula óssea. Sintomas específicos deste tipo de
anemia incluem: sangramento prolongado, sangramentos nasais frequentes,
sangramento na gengiva, esquimoses espontâneas (quando a pele fica roxa
em áreas mesmo sem sofrer trauma), além do aumento da frequência e da
gravidade de infecções.

A anemia aplástica ocorre quando houve danos às células-tronco na medula


óssea. Estes danos podem ser causados por: exposição a substâncias tóxicas
(arsênico, benzeno e pesticidas), radioterapia, quimioterapia, distúrbios
autoimunes (como lúpus eritematoso sistêmico ou artrite reumatoide) e
infecções virais como hepatites, vírus de Epstein-Barr, HIV, citomegalovírus ou
parvovírus B19.

Os exames solicitados nestes casos envolvem: contagem de reticulócitos,


eritropoietina, aspirado da medula óssea, exames para as infecções virais já
citadas, exames para arsênico e outros venenos e exames para doenças
autoimunes. Em alguns casos o médico pode solicitar exames de vitamina B12
ou de ácido fólico para excluir outras causas.
Anemias hemolíticas
Nas anemias hemolíticas as hemácias morrem ou são destruídas antes do seu
ciclo normal de vida, que é de 120 dias. Desta forma a medula óssea não
consegue repor todas as hemácias destruídas, causado a redução da presença
destas células no sangue.

As causas das anemias hemolíticas se dividem em dois grupos:

Hereditárias: é o caso da anemia falciforme, da talassemia, além de outros


subtipos específicos menos comuns. Tratam-se de anormalidades passadas de
pai/mãe para filho. Para aprofundar a investigação de anemias hereditárias
podem ser solicitados os seguintes exames: pesquisa de variantes de
hemoglobina, análise de DNA, dosagem de glicose-6-fosfato desidrogenase e
exame de fragilidade osmótica.
Adquiridas: este tipo de anemia pode ser causado por distúrbios autoimunes,
reações de transfusões de sangue, incompatibilidade maternofetal,
medicamentos, destruição física das hemácias ou alterações genéticas. Se
houver suspeita de anemia hemolítica adquirida o médico pode solicitar
pesquisa de autoanticorpos, teste direto de antiglobulina (Coombs), exame de
haptoglobinas ou contagem de reticulócitos.

Anemia das doenças crônicas


Algumas doenças crônicas de longa duração também podem causar anemia. É
o caso das doenças renais, de processos inflamatórios ou ainda doenças como
HIV, tuberculose, câncer ou cirrose hepática.

Na maioria dos casos este tipo de anemia só é percebido na realização de um


hemograma de rotina. Se houver suspeita de anemia causada por doenças
crônicas os exames que ajudam no diagnóstico são: contagem de reticulócitos,
testes de inflamação, eritropoietina e exames para infecções como HIV e
tuberculose.

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