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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DO ESPORTE – SEED/PR


COLÉGIO ESTADUAL SANTA MARIA GORETTI
CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM
2° SEMESTRE

ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM CLÍNICA- 2° B


MARCIA CRISTINA MIGLIORINI PEREZ

ANEMIA

APARECIDA ALVES DO SANTOS, Nº05


CARLA FERNANDA MOTA MARCONATO, Nº07
JOELEN CAROLINA SOUZA LOPES, Nº18
ZILDA FAGUNDES, Nº29

Maringá
Novembro/2023
1. INTRODUÇÃO
A Anemia afeta cerca de 30% da população global, aproximadamente 2,2 bilhões de pessoas,
conforme a Organização Mundial da Saúde.

Contrariamente à crença popular, essa condição não está exclusivamente ligada à alimentação,
sendo caracterizada pela deficiência de hemoglobina no sangue, o que pode ser causado por diversos
fatores. Assim sendo, cada tipo de Anemia apresenta sintomas distintos e requer tratamentos específicos.

A hemoglobina, uma proteína essencial nos glóbulos vermelhos, é responsável pelo transporte de
oxigênio para os órgãos e tecidos do corpo. Em indivíduos anêmicos, disfunções orgânicas ou fatores
externos resultam na produção insuficiente de hemoglobina.

A prevalência da Anemia torna-a um problema de saúde pública tanto em países desenvolvidos


quanto em desenvolvimento.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Conceito de Anemia

A Anemia é a deficiência na oxigenação dos tecidos devido à redução na capacidade de transporte


de oxigênio pelo sangue, resultante da diminuição da hemoglobina.

O termo refere-se a qualquer condição em que há uma redução na massa total de glóbulos
vermelhos, medida pela dosagem da hemoglobina. Apesar da palidez da pele ser um sintoma conhecido, a
consequência mais significativa é a diminuição na entrega de oxigênio aos órgãos devido à função
comprometida dos glóbulos vermelhos.

Figura 1: Imagens ilustrando os níveis de hemácias.


O impacto da Anemia varia:

 Conforme a necessidade de oxigênio de cada órgão;


 conforme a velocidade em que redução de glóbulos vermelhos ocorre (já que nosso
organismo consegue se adaptar bem a reduções mais lentas);
 e à magnitude desta redução.

Quando a Anemia se desenvolve lentamente ao longo de anos, o corpo pode adaptar-se a funcionar
relativamente bem com apenas 25% da massa normal de glóbulos vermelhos. Em contraste, Anemias que
surgem rapidamente, como em sangramentos agudos, podem levar à morte com quedas mínimas na
contagem de glóbulos vermelhos.

As causas da Anemia são variadas, relacionadas às diferentes fases da vida dos glóbulos vermelhos,
cada uma com mecanismos, diagnósticos e tratamentos específicos. Nem toda Anemia está ligada à
alimentação, e algumas não melhoram com mudanças nos hábitos alimentares.

2.2 Sinais e sintomas gerais da Anemia

Como o sangue circula por todo corpo, as consequências da Anemia, em geral, podem manifestar-
se com um conjunto amplo de sintomas e sinais, os primeiros sinais, decorrentes da baixa oferta de oxigênio
aos tecidos são:

 Fadiga e fraqueza;
 Irritabilidade;
 Dor de cabeça;
 tontura, especialmente ao levantar-se;
 vertigem;
 zumbido nos ouvidos;
 desmaios;
 falta de ar, especialmente aos exercícios físicos;
 dor no peito;
 palpitações;
 sede;
 anorexia;
 diminuição da frequência ou do volume urinário;
 diminuição da libido;
 impotência.

Além dos sintomas, outras consequências da Anemia são: diminuição da produtividade no trabalho,
diminuição da capacidade de aprendizado, retardamento do crescimento, apatia, perda significativa de
habilidade cognitiva, baixo peso ao nascer e mortalidade perinatal.

2.3 Principais tipos de Anemia

2.3.1 Anemia Ferropriva

A Anemia Ferropriva ocorre devido à deficiência de ferro no organismo, reduzindo a hemoglobina


e, consequentemente, as hemácias, responsáveis pelo transporte de oxigênio para os tecidos do corpo.

Sinais e sintomas

Os principais sintomas de Anemia Ferropriva são:

 Cansaço;
 fraqueza generalizada;
 sonolência;
 dificuldade para praticar exercícios;
 tontura;
 sensação de tontura ou desmaio;
 palidez cutânea e das mucosas dos olhos;
 dificuldade de concentração;
 lapsos da memória;
 dor de cabeça;
 unhas fracas e quebradiças;
 pele seca;
 dor nas pernas;
 inchaço nos tornozelos;
 queda de cabelo;
 falta de apetite.

A Anemia Ferropriva começa com sintomas sutis, muitas vezes imperceptíveis, mas à medida que
a deficiência de ferro piora, os sintomas tornam-se mais evidentes e frequentes.
Causas

A principal causa da Anemia Ferropriva é a alimentação pobre em ferro, mais comum em hábitos
alimentares pouco saudáveis ou vegetarianos.

Porém, há outros fatores que contribuem para o seu desenvolvimento, sendo eles o crescimento
rápido em crianças e adolescentes; a doença celíaca ou após a remoção de parte do intestino, que
dificulta a absorção do ferro; a perda contínua de sangue no sistema digestório, presente em condições
como hérnias ou úlceras; sangramento menstrual prolongado; e, durante gravidez, já que há prioridade
para o desenvolvimento do feto, pode haver baixa concentração de ferro no sangue da mulher.

Diagnóstico

O diagnóstico da Anemia Ferropriva é realizado por meio do hemograma, destacando a


hemoglobina e índices como RDW, VCM e HCM. A confirmação é complementada por dosagens de ferro
sérico, ferritina, transferrina e saturação da transferrina.

Na Anemia Ferropriva, os parâmetros relacionados ao ferro mostram uma diminuição de ferro sérico
e ferritina, enquanto a transferrina e a saturação da transferrina aumentam.

Tratamento

O tratamento da Anemia Ferropriva, adaptado à sua causa, geralmente envolve o uso diário de 60
mg de suplemento de ferro e o consumo de alimentos ricos em ferro, como lentilhas, salsa, feijão e carnes
vermelhas.

A ingestão de vitamina C é recomendada para potencializar a absorção de ferro, enquanto alimentos


como café e chocolate, devido a taninos e oxalatos, podem prejudicar a absorção.

A orientação médica e nutricional é essencial, com monitoramento dos níveis de ferro após três
meses de tratamento para evitar excessos que possam afetar o fígado.

2.3.2 Anemia Falciforme

A Anemia Falciforme é uma doença hereditária que modifica a forma dos glóbulos vermelhos,
tornando-os semelhantes a uma foice ou meia lua. Isso reduz sua eficácia no transporte de oxigênio,
causando sintomas típicos de Anemia, como fadiga e palidez, além de aumentar o risco de obstrução dos
vasos sanguíneos, levando a sintomas adicionais como dor, fraqueza e apatia.

Figura 2: Imagens ilustrando os glóbulos vermelhos na Anemia Falciforme.

É uma condição genética e hereditária, transmitida dos pais para os filhos. O diagnóstico da doença
ocorre quando a pessoa possui o gene SS (hemoglobina SS). Mesmo que os pais não tenham Anemia
Falciforme, a presença do gene AS (hemoglobina AS) em ambos indica que são portadores, aumentando
as chances de o filho ter a doença (25%) ou ser portador (50%).

Possíveis complicações

As complicações associadas à Anemia Falciforme podem ser:

 Inflamação das articulações das mãos e dos pés que ficam inchados e muito doloridos e
deformados;
 aumento do risco de infecções devido ao comprometimento do baço, que não irá filtrar o
sangue devidamente, permitindo assim a presença de vírus e bactérias no corpo;
 pedras na vesícula;
 comprometimento dos rins, com aumento da frequência urinária, comum também a urina ser
mais escura e a criança fazer xixi na cama até a adolescência;
 feridas nas pernas que são de difícil cura e que necessitam de curativos 2 vezes ao dia;
 comprometimento do fígado que se manifesta através de sintomas como cor amarelada nos
olhos e na pele, mas que não é hepatite;
 diminuição da visão, cicatrizes, manchas e estrias nos olhos, em alguns casos pode levar à
cegueira;
 AVC, devido a dificuldade do sangue em irrigar o cérebro;
 insuficiência cardíaca, com cardiomegalia, infartos e sopro no coração;
 priapismo, que é a ereção dolorosa, anormal e persistente não acompanhada de desejo sexual,
comum em homens jovens.

Sinais e sintomas

A Anemia Falciforme causa sintomas semelhantes a qualquer outro tipo de Anemia, como cansaço,
palidez e sono. Mas, também pode apresentar outros sintomas característicos:

 Dor nos ossos e articulações, porque o oxigênio chega em menor quantidade, principalmente
nas extremidades, como mãos e pés;
 crises de dor no abdome, tórax e região lombar, devido a morte das células da medula óssea,
e pode ter associação com febre, vômitos e urina escura ou com sangue;
 infecções frequentes porque os glóbulos vermelhos podem danificar o baço, que é um órgão
importante no combate a infecções;
 atraso no crescimento e da puberdade, pois os glóbulos vermelhos da anemia falciforme
fornecem menos oxigênio e nutrientes para o corpo crescer e se desenvolver;
 olhos e pele amarelados devido ao fato dos glóbulos vermelhos "morrerem" mais
rapidamente e, por isso, o pigmento bilirrubina se acumular no organismo causando a cor
amarelada na pele e olhos.

Esses sinais geralmente se manifestam após os 4 meses de idade, mas o diagnóstico precoce é
possível através do teste do pezinho realizado nos primeiros dias de vida.

Diagnóstico

O diagnóstico da Anemia Falciforme é comumente realizado por meio do teste do pezinho nos
primeiros dias de vida, que identifica hemácias em formato de foice, reticulócitos, pontilhado basófilo e
hemoglobina abaixo de 6 a 9,5 g/dL.

A confirmação pode ser obtida através do exame de eletroforese de hemoglobina, revelando a


presença de hemoglobina SS. A dosagem de bilirrubina no sangue também possibilita o diagnóstico,
especialmente em casos onde o teste do pezinho não foi realizado ao nascer.
Tratamento

O tratamento da Anemia Falciforme envolve medicamentos ao longo da vida para reduzir


complicações, a terapia inclui o uso de penicilina em crianças dos 2 meses até aos 5 anos de idade, para
prevenir complicações como pneumonia.

Podem ser usados analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar a dor durante crises, bem como o uso
de máscara de oxigênio para aumentar a quantidade de oxigênio no sangue e facilitar a respiração, e em
alguns casos, transfusões sanguíneas para aumentar o número de glóbulos vermelhos na circulação.

Pacientes devem ser monitorados devido ao risco de infecções frequentes, com a febre exigindo
atenção imediata devido à possibilidade de septicemia em 24 horas. Remédios para baixar a febre não
devem ser usados sem conhecimento médico.

No geral, o metabolismo dos doentes falciformes consome muita energia, necessitando de dieta
hiperproteica e hipercalórica, além de que alimentos que contêm ferro devem fazer parte da alimentação
cotidiana, não havendo necessidade de suprimir nem reforçar a ingestão.

Embora o tratamento não cure a Anemia Falciforme, o transplante de células tronco hematopoiéticas
pode oferecer cura em casos selecionados, mas é uma opção associada a riscos e indicada apenas para
situações graves.

2.3.3 Talassemia

A Talassemia, também conhecida como Anemia do Mediterrâneo, é uma forma crônica de Anemia
de origem genética, não contagiosa. Resulta de mutações no DNA que afetam a produção de hemoglobina,
a proteína essencial para o transporte de oxigênio no sangue.

A condição, transmitida geneticamente, leva a uma produção inadequada e destruição excessiva de


glóbulos vermelhos, causando Anemia grave com sintomas como fraqueza muscular, fadiga e falta de ar.

Existem dois tipos principais de Talassemia: Alfa e Beta, sendo a Beta-Talassemia mais comum.
Para formar a hemoglobina, o corpo precisa das proteínas Alfa-globinas e Beta-globinas, cuja construção é
influenciada por genes específicos.

Alterações nesses genes determinam o tipo e a gravidade da Talassemia que uma pessoa possui.
Veja detalhes de cada uma:
Talassemia Beta

Dois genes estão envolvidos na formação da Talassemia Beta: um é herdado da mãe, e outro do pai.
A Talassemia Beta ocorre quando um ou ambos desses genes herdados não funcionam ou funcionam apenas
parcialmente. A doença tem diferentes graus, a depender de sua herança genética:

Talassemia Beta Minor: conhecida também como traço talassêmico, ocorre quando a pessoa
recebe um gene normal de um genitor e um gene da Talassemia do outro. Pessoas com Talassemia Beta
Minor podem ter Anemia leve e provavelmente não vão precisar de tratamento.

Talassemia Beta Major: pode ser chamada de Anemia de Cooley ou Anemia mediterrânea, ocorre
quando ambos os genes são danificados. Isso significa que a pessoa tem um gene de Talassemia de cada
genitor. A pessoa com Talassemia Beta Major tem o tipo mais grave da doença e normalmente precisa fazer
transfusões de sangue

Talassemia Beta Intermediária: esse tipo de Talassemia fica entre a Minor e a Major. Ela é
causada por uma mutação que pode ter sido herdada apenas do pai ou da mãe - não de ambos. No entanto,
esse paciente irá precisar de tratamento para ter uma vida saudável, ainda que este não envolva transfusões
de sangue.

Talassemia Alfa

A Talassemia Alfa resulta de mutações no cromossomo 16, afetando a produção das duas cadeias
alpha de globina na hemoglobina. Com quatro genes envolvidos, a Talassemia Alfa ocorre quando um ou
mais desses genes estão ausentes ou danificados.

Se um gene está ausente ou danificado, as células vermelhas do sangue podem ser menores, sem
sintomas ou necessidade de tratamento. No entanto, o indivíduo é um portador silencioso, que não tem a
doença, mas pode transmitir o gene defeituoso aos seus filhos.

Se dois genes estão em falta ou danificados a pessoa terá Anemia muito suave, que normalmente
não precisa de tratamento. Isso é chamado de Alfa Talassemia Minor.

Se três genes estão ausentes, ocorre Anemia ligeira a moderadamente grave, conhecida como
doença da hemoglobina H. Embora as cadeias Beta sejam produzidas normalmente, as moléculas em
excesso formam hemoglobina H, que, por ser instável e ter vida mais curta, resulta em células vermelhas
de menor duração, levando a uma Anemia moderada a severa.
Quando todos os quatro genes estão ausentes, ocorre uma mutação rara no cromossomo 16,
impedindo a produção de cadeias Alfa e tornando impossível a formação de hemoglobina normal. Isso
resulta na doença Hydropsis Fetalis, levando ao óbito do feto no útero. Esse evento é muito incomum,
geralmente resultando em natimorto ou morte logo após o nascimento.

Possíveis complicações

As principais complicações da Talassemia incluem:

 Sobrecarga de ferro: pessoas com Talassemia podem obter muito ferro em seus corpos por
conta da própria doença ou por transfusões de sangue frequentes. Muito ferro pode causar
danos ao sistema cardíaco, fígado e sistema endócrino;
 infecções: pessoas com Talassemia têm um risco aumentado de infecção. Isto é ocorre
principalmente se a pessoa teve o baço removido;
 deformidades ósseas: a Talassemia pode fazer a medula óssea expandir, ampliando os ossos
— o que pode resultar em estrutura óssea anormal, especialmente no rosto e crânio. expansão
da medula óssea também torna os ossos finos e quebradiços, aumentando a chance de ossos
quebrados;
 aumento do baço (esplenomegalia): o baço ajuda o organismo a filtrar células sanguíneas
velhas ou danificadas. A Talassemia é muitas vezes acompanhada pela destruição de um
grande número de células vermelhas do sangue, fazendo com que o baço trabalhe mais do
que o normal. Isso causa um aumento do baço, chamado de esplenomegalia. Isso pode piorar
os sintomas de Anemia e reduzir a vida útil das células vermelhas do sangue transfundido.
Se o baço cresce muito, ele pode precisar ser removido;
 taxas de crescimento mais lentas: a Anemia pode fazer o crescimento de uma criança
desacelerar. A puberdade também pode ser adiada em crianças com Talassemia;
 problemas cardíacos: condições como insuficiência cardíaca congestiva e ritmos cardíacos
anormais (arritmias), podem estar associadas à Talassemia grave.

Sinais e sintomas

Os sintomas de Talassemia dependem da gravidade da doença. Quadros leves de Talassemia


normalmente não causam nenhum sintoma. Já a doença moderada ou grave pode provocar sinais como:

 Fraqueza muscular;
 fadiga;
 falta de ar;
 palidez;
 icterícia;
 atraso no desenvolvimento;
 aumento do baço;
 inchaço abdominal;
 urina escura;
 deformidades ósseas.

Diagnóstico

O diagnóstico de Talassemia é feito a partir do histórico clínico do paciente, além de exames


laboratoriais, como:

 hemograma completo;
 teste genético para identificar possíveis genes que causam a talassemia;
 níveis de ferro no sangue;
 exame de sangue que mede a quantidade de diferentes tipos de hemoglobina, para ajudar a
descobrir que tipo de Talassemia o paciente tem.

Exames pré-natais podem diagnosticar a Talassemia antes do nascimento, determinando sua


gravidade. Os testes incluem:

 Amostragem vilo corial: é geralmente feito em torno da 11ª semana de gestação e envolve a
remoção de um pequeno pedaço da placenta para avaliação;
 amniocentese: é geralmente feito em torno da 16ª semana de gravidez e envolve a colheita
de uma amostra do líquido amniótico.

Tratamento

O tratamento da Talassemia varia com base na gravidade. A Talassemia Minor geralmente não
requer tratamento, enquanto a Talassemia Intermédia pode ser tratada com transfusões de sangue e
suplementos de ácido fólico, essencial para a produção de células vermelhas do sangue.
Além de ácido fólico e transfusões, pacientes com Talassemia Major precisam de medicamentos
similares à quimioterapia para estimular a produção de hemoglobina normal.

Após transfusões de sangue frequentes, pode ocorrer acúmulo de ferro, prejudicando órgãos como
o fígado. Portanto, é crucial evitar suplementos de ferro e moderar a ingestão de vitamina C, que pode
aumentar a absorção de ferro dos alimentos.

Tratamentos menos comuns de Talassemia grave incluem:

 Transplante de células-tronco do sangue ou da medula óssea;


 cirurgia para remover o baço em casos de esplenomegalia grave, em que o órgão cresce muito.

A cura para Talassemia grave ou intermediária é possível apenas por meio de transplante de medula
óssea. Estudos sobre terapia gênica estão em andamento, visando corrigir geneticamente a condição para a
produção de glóbulos vermelhos normais. Contudo, essa abordagem ainda está em fase experimental e
levará alguns anos para ser incorporada na prática clínica.

Em geral, a Talassemia não pode ser prevenida. No entanto, para indivíduos afetados ou portadores
do gene, consultar um geneticista ou hematologista antes de conceber pode fornecer informações sobre o
risco da doença para a criança.

Convivendo com a Talassemia (Prognóstico)

Pessoas com Talassemia menor geralmente não precisam de acompanhamento especial, mas é
importante orientá-las sobre o risco de ter filhos com formas graves da doença e recomendar
aconselhamento genético.

Pacientes com Talassemia grave ou intermediária devem manter acompanhamento hematológico


para prevenir complicações. Cuidados específicos podem ajudar a manter uma rotina saudável, tais como:

 Evitar o excesso de ferro e, a menos que o especialista recomende, não tomar vitaminas ou
outros suplementos que contenham ferro, especialmente os pacientes que passam
frequentemente por transfusões de sangue;
 manter uma dieta saudável, com abundância de alimentos nutritivos. Isso pode ajudar o
paciente a se sentir melhor e a aumentar a sua energia;
 o médico também pode recomendar um suplemento de ácido fólico para ajudar o corpo a
produzir novas células vermelhas do sangue;
 evitar infecções, realizando a lavagem das mãos frequentemente e evitando contato com
pessoas doentes.;
 tomar a vacina contra a gripe anual, bem como as vacinas de meningite, pneumocócica e
contra a hepatite B para prevenir infecções.

2.4 Cuidados de enfermagem aos pacientes com Anemias em geral

Auxiliar uma pessoa Anemia é assegurar que ela receba um acompanhamento adequado por parte
da equipe de saúde. Os cuidados de enfermagem com portadores de Anemia devem incluir:

 Informar e educar o paciente e familiares, promovendo mudanças comportamentais;


 conscientizar sobre a importância da adesão ao tratamento;
 verificar se paciente está seguindo corretamente as orientações médicas;
 focar nas necessidades individuais do paciente para uma intervenção de enfermagem eficaz,
considerando a singularidade de cada paciente;
 instalar escalas de dor.

Os cuidados de enfermagem durante crises dolorosas incluem:

 Reconhecer a intensidade da dor, considerando sua subjetividade e variação entre pacientes;


 aumentar a hidratação oral, podendo ser necessária hidratação venosa;
 levar em conta o estresse do ambiente hospitalar, que pode intensificar a percepção da dor;
garantir conforto e segurança ao paciente para aliviar a dor; e
 administrar medicamentos conforme prescrição médica.

Quando internados os cuidados incluem:

 Monitorar os sinais vitais,


 administrar medicamentos;
 promover a segurança do paciente;
 executar procedimentos básicos;
 prevenir lesões por pressão;
 realizar balanços hídricos; e
 tudo mais que for pertinente ao estado do paciente.
Esses planos de cuidados de Enfermagem, quando integrados ao tratamento e à assistência
oferecidos por outros profissionais da equipe multidisciplinar, proporcionam conforto e controle sobre o
estado de saúde dos pacientes.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao explorarmos o vasto espectro da Anemia e seus diversos tipos, mergulhamos em um universo


intricado onde a saúde e o equilíbrio do organismo são constantemente desafiados. A Anemia revela-se não
apenas como uma condição clínica, mas como um sintoma de múltiplas causas e manifestações.

Os tipos de Anemia são vastos e abrangem desde deficiências nutricionais, como a Anemia
ferropriva, até condições genéticas complexas, como a Anemia falciforme. Cada variante apresenta desafios
específicos no diagnóstico, tratamento e manejo a longo prazo, destacando a importância da abordagem
individualizada no cuidado dos pacientes.

A Anemia não é apenas uma questão quantitativa de contagem de células sanguíneas, mas uma
interação complexa entre fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida. A compreensão das
particularidades de cada tipo de Anemia é crucial para garantir abordagens terapêuticas eficazes e para
prevenir complicações a longo prazo.

No âmbito da saúde pública, a Anemia continua a ser um desafio global, afetando milhões de
pessoas em diferentes faixas etárias e contextos socioeconômicos. Estratégias de prevenção e
conscientização tornam-se, portanto, ferramentas fundamentais na mitigação do impacto da Anemia,
especialmente em populações vulneráveis.

É importante ressaltar o papel da educação em saúde como um meio eficaz de prevenir a Anemia e
seus efeitos adversos. A disseminação de informações sobre hábitos alimentares saudáveis, a importância
do pré-natal, e a conscientização sobre condições genéticas são passos cruciais na construção de uma
sociedade mais saudável e informada.

Em síntese, a Anemia é um fenômeno multifacetado que exige uma abordagem holística, desde a
compreensão de suas bases moleculares até a implementação de estratégias eficazes de prevenção e
tratamento. Ao enfrentarmos esse desafio de saúde pública, fortalecemos não apenas a resiliência
individual, mas também contribuímos para a construção de comunidades mais saudáveis e informadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Anemias (hemocentro.unicamp.br)
2. Anemia Falciforme: o que é, sintomas, causas e tratamento (tuasaude.com)
3. Anemia Ferropriva: o que é, sintomas, causas e tratamento (tuasaude.com)
4. Anemia não é causada apenas por má alimentação – saiba tudo sobre a doença (pfizer.com.br)
5. Guia de doenças e sintomas - Anemia (einstein.br)
6. Sintomas de Anemia: como saber se a pessoa está com a doença? (hilab.com.br)
7. Talassemia: o que é, sintomas, tratamento e se tem cura (minhavida.com.br)

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