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Bruna Da Rui endometriose

❖ A endometriose é a presença de tecido semelhante


ao endométrio com glândulas e/ou estroma Fatores de risco
localizados fora da cavidade do útero;
→ Menarca precoce
❖ Não precisa ser restrito à pelve
→ Menopausa tardia
❖ É uma doença estrogênio dependente que causa
→ Nuliparidade
uma inflamação
→ Infertilidade
Dismenorreia (dor na menstruação) que piora de forma → História familiar de endometriose
progressiva – pensar em endometriose
ETIOLOGIA

❖ Apresenta uma etiologia incerta.

As teorias são divididas em 3 grandes grupos

TEORIA DO TRANSPLANTE DO
ENDOMÉTRIO

Essa teórica engloba:

❖ Teoria da menstruação retrograda (teoria de


sampsom) – é a mais aceita atualmente
❖ Teoria do transplante mecânico iatrogênico
❖ Disseminação hemática e linfática
Em resposta a essa proliferação acontece uma
inflamação crônica, essa inflamação causa o quadro
clinico de dor pélvica e infertilidade – na maior parte TEORIA MENTRUAÇÃO RETRÓGRADA
das vezes causa um comprometimento na qualidade de A ingurgitação das células endometriais pelas tubas no
vida da pct, causando um desgaste físico e mental período menstrual poderia levar ao aparecimento da -
endometriose
Proliferação ectópica de tecido → inflamação
crônica → dor pélvica e infertilidade → desgaste Porém sabe-se que 70-90% das mulheres apresentam
físico e mental → falhas e atraso diagnóstico essa regurgitação e a maioria das mulheres não tem
endometriose

Essa teoria aponta então que esse implante de células


PREVALÊNCIA em local inapropriado pode ocorrer por meio de fatores
do ambiente e imunológicos
A prevalência ainda é desconhecida
O endométrio sobe pelas tubas uterinas e vai para a
❖ 10% da população feminina global
cavidade abdominal → proliferação de células
❖ 30-50% quando se está investigando pct com
endometriais
infertilidade e dor
❖ 25% das pacientes submetidas a laparoscopia A menstruação retrograda leva o tecido – fatores da
diagnóstica por causa de dor pélvica tem paciente causam o implante das células em locais
endometriose inapropriados
❖ 20% das pct submetidas a laparoscopia para
investigação de infertilidade apresentavam TRANSPLANTE MECÂNICO IATROGÊNICO
endometriose
❖ 4% das pct assintomáticas ❖ Acontece diante procedimentos cirúrgicos

Exemplo: CESARIANA – é feito uma sutura no útero,


por isso se evita usar o mesmo porta agulha em outros
tecidos, pensando nesse transplante de células para
outra região mediante iatrogenia
DISSEMINAÇÃO HEMÁTICA LINFÁTICA CARACTERIZAÇÃO POR GRAU DE
Explica lesões endometriais em órgãos longe do útero INSTRUÇÃO
❖ 2° grau e nível superior
• É como se a circulação linfática e hemática levasse
as células Acredita-se que este esteja relacionado com a busca
pelo médico – e acaba tendo mais diagnóstico
DESENVOLVIMENTO IN SITU

Esse grupo envolve as seguintes teorias: RAÇA


❖ Discutível (negras/pardas)
❖ Teoria da mullerianose
❖ Fatores complicadores – acesso
❖ Metaplasia celômica
Brasil – 75% brancas → 20% negras → 5% pardas

TEORIA DA MULLERIANOSE
ESTADO CIVIL
Pode se ter resquícios celulares embrionários das
❖ União estável tem maior incidência que solteiras
células residuais dos ductos de muller → esses
resquícios teriam a capacidade de se transformar em esse acredita-se que pelo fato das tentativas de
células endometriais causaria a proliferação das células gestação
endometriais (proliferação por causas hormonais ou
traumática) ANTECEDENTES
OBSTÉTRICOS/INFERTILIDADE
TEORIA DA METAPLASIA CELÔMICA
❖ Nulíparas tem maior incidência quando
Onde as células podem se originar de um processo de comparadas as multiparas (deve estar relacionado
proliferação metaplasica induzida → essas células com ao maior tempo de exposição ao estrogênio)
alguns indutores endógenos poderiam transformar uma
célula peritoneal em célula endometrial (já que ambas As multíparas têm um fator protetor pq na gestação
possuem a mesma origem embrionária) elas ficam expostas à progesterona

• Menstruação em neonatos – estimulo hormonal EXERCÍCIO FÍSICO


materno
❖ Precocemente e 2h/semanais apresenta efeito
COMBINAÇÃO DE TRANSPORTE E protetor
DESENVOLVIMENTO IN SITU ❖ < níveis de estrogênio → > endorfina → bloqueia
o GNRH
O que leva a reprodução do endométrio em locais
anômalos ANTECENDENTES FAMILIARES

ASPECTOS EPIDEMIOLOGICOS ❖ 7% das filhas


❖ Pode estar relacionado a histocompatibilidade e
❖ A epidemiologia da endometriose tem dados heterogeneidade dos métodos
epidemiológicos inconclusivos ❖ Exposição ao dietilestilbestrol
❖ A incidência depende do grupo avaliado (idade,
como descobriu, abordagem do médico, queixas da FISIOPATOLOGIA / MECANISMO DE
pct) DOR

O mecanismo da dor é pouco conhecido


CARACTERIZAÇÃO POR IDADE
❖ Acredita-se que pode estar relacionada aos níveis ❖ Acredita-se que a inflamação crônica seja a
estrogênio principal causa
❖ Alguns pesquisadores identificaram fibras
Por isso que a incidência é em pct jovens (idade nervosas em lesões da doença → pode se ter um
reprodutiva) paralelo
Possíveis mecanismos causadores de dor - Causada pela presença de prostaglandinas
endometriais → podem levar a isquemia e
→ Inflamação peritoneal local crônica → liberação contração
de citocinas pró-inflamatórias - Pode fazer aderências
→ Infiltração profunda com lesão tecidual
→ Formação de aderência
→ Espessamento fibrótico e acumulo de sangue
❖ Dor pélvica crônica – é constante
menstrual → tração dolorosa
- Pode ter início recente ou ser crônica (> 6 meses)
nova hipótese - Pode ser cíclica ou não
- Uni ou bilateral
Acredita-se que a paciente tenha uma anormalidade - Restrita ou difusa
primaria lá no tec tópico (talvez com mais fatores de - Piora na fase pré-menstrual
crescimento) - NÃO tem correspondência linear com o
estadiamento da doença

CLASSIFICAÇÃO
❖ Dispareunia – dor na relação
❖ Endometriose superficial - por tração ou estiramento dos locais com foco de
❖ Endometriose profunda endometriose
A classificação não condiz com a dor

ENDOMETRIOSE SUPERFICIAL ❖ Dor na função intestinal – diquesia


- Hematoquesia
❖ Lesão penetra nos órgãos menos que 5mm - Obstrução
❖ Pode ser classificada em endometriose peritoneal - diarreia, inchaço
ou endometrioma (ovários)

ENDOMETRIOSE PROFUNDA
❖ Disuria – endometriose urinária
❖ A lesão penetra > 5mm - pode ter hematúria
❖ Maior enraizamento do tecido
❖ Ligamento uterossacro > reto > sigmoide > vagina
> bexiga
❖ Sintomas não ginecológicas – fadiga, alergia,
exaustão, resistência a infecção
QUADRO CLÍNICO

❖ Os sintomas clínicos associados ao exame físico Pode ser visto doenças autoimunes cursando junto
são capazes de levantar a hipótese diagnóstica em com a endometriose
aproximadamente 70% dos casos
O grau de endometriose NÃO é proporcional à dor
DDD da endometriose – a paciente pode ter uma endometriose leve e ter
MUITA dor
→ Dismenorreia
→ Dispareunia HISTÓRIA MENSTRUAL
→ Dificuldade de engravidar ❖ Menarca precoce (antes dos 11 anos) –
A endometriose pode se apresentar de diversas formas menopausa tardia
❖ Aumento da frequência – ciclos curtos < 25 dias
❖ Dismenorreia – dor no hipogástrio tipo cólica ❖ Aumento da duração e quantidade do fluxo - >
(com ou sem irradiação), tem um padrão de 7 dias
agravamento progressivo e intenso (cada vez que ❖ > níveis de estradiol
vai menstruando é mais doloroso) ❖ Menstruação retrograda
HISTÓRIA REPRODUTIVA ❖ Sintomas longes devem ser investigados –
condições que te deixam intrigados é importante
❖ Paridade – nulíparas (ex. hemoptise durante a menstruação)
- Gravidez é um fator protetor ❖ Pode existir endometriose assintomática (achado
❖ Infertilidade acidental)
❖ Contracepção – incerto, mas acredita-se que
apresenta um fator protetor pq reduz a DIAGNÓSTICO CIRURGICO
menstruação retrograda e metaplasia celômica
❖ Padrão ouro – videolaparoscopia com inspeção
HISTÓRIA FAMILIAR direta e visualização dos implantes, não
necessitando de biopsia para confirmação – mas é
❖ Parentes de 1° grau – aumenta 5x o risco bom tom fazer a biopsia
❖ Sensibilidade da VLPD – 78%
HÁBITOS DE VIDA
Vantagens de laparoscopia em relação a
❖ Não existe estudos conclusivos a respeito do
laparotomia
tabagismo
❖ Aparentemente a cafeína e o álcool pode aumentar → Encorajar e confortar a pct
o risco de endometriose pq aumenta o nível de → Fazer o diagnóstico diferencial entre doença
estrogênio ginecológica e não ginecologia
→ Excluir doença grave ou maligna
EXAME GINECOLÓGICO
→ Maior precisão diagnostica
❖ Os achados no exame físico vão depender da → Melhor método de diagnóstico da endometriose,
localização da doença das aderências e da DIP
❖ Casos de endometriose peritoneal em quadros → Possibilidade de magnificação de 6-8x
iniciais pode ser normal o exame ginecológico → Melhor visão de fundo de saco, fossa ovariana e
❖ O exame físico geral deve fazer a avaliação abdome superior
abdominal (principalmente cicatrizes), tumefação → Permitir biopsia
inguinal → Tratamento cirúrgico imediato é muitas vezes
❖ IMC – o risco em pct obesa por ter uma possível
oligomenorreia podem uma menor frequência de → Pode diminuir a necessidade de laparotomia
endometriose → Pode evitar reinternação
❖ Pct com relação cintura/quadril alterada > → Diminui a possibilidade de formação de aderência
frequência de endometriose

TOQUE E EXAME ESPECULAR CARACTERIZAÇÃO DAS LESÕES


❖ Faz o estadiamento da doença
❖ Deve sempre ser realizado
❖ A linha de tratamento é melhor definida quando se
❖ Deve pesquisar presença de pontos de dor,
tem o estadiamento
mobilidade dos órgãos pélvicos, presença de massa
❖ Durante a menstruação pode se ter achados mais
específicos USTV
❖ Na endometriose pode se ter um útero fixo ou de ❖ Muito bom para diagnostico de endometriose de
pouca mobilidade, com massa anexial com ou sem ovário
sensibilidade dolorosa ❖ Geralmente diagnostica lesões com > 2 cm
❖ A presença de nódulos no toque retal é um
indicativo RNM PÉLVICA

DIAGNÓSTICO DEFINITIVO ❖ Não é operador dependente


❖ Mais sensível para lesões menores
❖ Cirúrgico
❖ A suspeição e diagnóstico clinico são um ponto de
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
partida para o diagnóstico

Por isso explora os sintomas, exame ginecológico


❖ CA 125 – marcador tumoral – MAS É DE
POUCO VALOR PREDITIVO, BAIXA
ESPECIFICIDADE E SENSIBILIDADE

TRATAMENTO

❖ O tratamento deve ser direcionado nas queixas da


pct, localização e extensão da doença

No tto espera a melhora dos sintomas e não a cura

→ Endometrioma > 6 cm e endometriose profunda


– tratamento cirúrgico

Opções

→ Progestagenos – bloqueio ovulatorio e inibição do


crescimento endometrial

Acetado de noretindrona 2,5 a 10mg ao dia


dienogeste 2mg/d
gestriona 2,5 a 5mg por dia (pouco usada pelos efeitos
colaterais)
DIU
acetato de medroxiprogesterona 150mg IM a cada 3
meses

→ ACO combinados – não deixa focos de


endometriose proliferar – ideais no tto em relação
a dor
→ Danazol – 17 a – etinilestosterona – bloqueia o
EHHO
- uso restrito
100 ou 200mg/ dia
→ Agonista do GnRH – inibe a liberação de FSH e
LH pela hipófise
- Imita uma menopausa
→ Inibidores da Aromatase
letrozol 2,5mg/dia
anastrozol 1mg/dia
→ Terapias não medicamentosas – não realizar de
forma isolada

ENDOMETRIOSE E INFERTILIDADE

❖ 25 – 50% das mulheres inférteis são portadoras de


endometriose
❖ 30 – 50% das mulheres com endometriose são
inférteis
❖ O tto nas pct com infertilidade e endometriose são
controversos
❖ Uma alternativa a tto cirúrgico e técnicas de
reprodução assistida

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