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LIMPADORES
AURICULARES
na rotina clínica
ÍNDICE
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1 ANATOMIA DO OUVIDO............................................. 03
4 PRODUÇÃO DE CERA................................................... 11
5 MIGRAÇÃO EPITELIAL................................................. 12
8 PREVENÇÃO DE OTITES............................................. 17
9 DICAS DO EXPERT....................................................... 18
ANATOMIA
DO OUVIDO
A estrutura anatômica da orelha dos cães O conjunto formado pela orelha externa e
compreende três partes distintas, sendo elas a média desempenha um papel crucial como
orelha externa, a orelha média e a orelha interna. um aparelho coletor e condutor do som.
Na orelha externa, destacam-se duas porções Por sua vez, a orelha interna é um órgão
principais, a saber, o pavilhão auricular e, em multifuncional, associado às funções auditivas
sequência, o meato acústico externo, ou canal e de equilíbrio. De maneira coordenada, essas
auditivo externo. A orelha média encontra-se no partes possibilitam ao animal a capacidade
osso temporal e engloba a cavidade timpânica, os de localizar sons, determinar a direção dos
ossículos auditivos e a tuba auditiva. Já a orelha mesmos, orientar a cabeça em relação à
interna compreende estruturas como a cóclea, gravidade e avaliar a aceleração e rotação da
o vestíbulo e os canais semicirculares (LOPEZ; cabeça (GOMES, 2015).
FERNANDES, 2015).
A influência da seleção genética em cães
se reflete em modificações notáveis no
tamanho e na forma dos componentes da
orelha externa. Dependendo da raça, o
pavilhão auricular pode apresentar-se ereto
ou pendular. Não obstante as variações
anatômicas, incluindo forma e posição do
pavilhão auricular, diâmetro, quantidade
de pelos e tecido mole do meato acústico
externo, destaca-se a constância na relação
entre as diferentes partes da orelha externa,
média e interna (FONSECA, 2018).
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ANATO MI A DO OUV IDO • 4
O pavilhão auricular destaca-se na face
lateral da cabeça, assemelhando-se a um
funil, com uma abertura distal para captar
o som e uma ondulação proximal que
forma um tubo curvado medialmente,
conectando-se ao meato acústico ex-
terno. Em animais, as aurículas direita e
esquerda têm a capacidade de mover-
se independentemente, permitindo
que cada uma foque em sons isolados
(FERRARI, 2015).
A cartilagem auricular de sustentação
determina o formato da aurícula, sendo
suficientemente rígida na maioria dos
mamíferos para mantê-la sempre ereta,
mas flexível em algumas raças de cães
e outros animais, possibilitando que a
aurícula se dobre quando necessário.
A maioria dos cães pode empinar as
orelhas e movê-las para melhorar a
atenção ao som (CARVALHO, 2017).
A pele que reveste a orelha externa está
firmemente aderida à cartilagem auricular
por meio da tela subcutânea, em que se
encontram as veias e artérias auriculares,
percorrendo a superfície auricular
externa. Um sistema complexo de
músculos auriculares, todos voluntários,
desempenha um papel crucial nos
movimentos da orelha (AZEVEDO, 2017).
Esses músculos têm origens diversas no
crânio e em fáscias adjacentes, inserindo-
se na base da aurícula. A cartilagem
escutiforme, palpável e rostral à orelha,
atua como ponto de apoio, redirecionando
a tração de alguns músculos e melhorando
a mobilidade da cartilagem auricular. A
inervação da superfície côncava da orelha
é predominantemente feita pelos ramos
do nervo facial, enquanto a face convexa
recebe inervação do segundo nervo
cervical (ALVES, 2016).
O meato acústico externo do cão apre-
senta características específicas, sendo
um tubo longo (com aproximadamente
5 a 10 cm) e estreito (com cerca de 4 a
5 mm). Composto por uma porção ver-
tical e outra horizontal em formato de
“L”, esse tubo cartilaginoso cônico tem a
função crucial de transmitir os sons cap-
tados pela orelha para o tímpano, além
de atuar como câmara de ressonância,
ampliando algumas frequências sonoras
(CUSTÓDIO, 2019).
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A N ATO MI A DO OUV IDO • 5
Este meato acústico externo possui uma vital na proteção do canal e na manutenção
porção cartilaginosa mais extensa, ocupando da umidade e maleabilidade da membrana
cerca de dois terços de sua extensão, e uma timpânica (CARVALHO, 2017).
porção medial óssea, curta e tubular, ocupando
o terço restante, situando-se lateralmente ao No que diz respeito à composição do cerúmen,
osso temporal dos cães (SATO, 2015). a quantidade de conteúdo lipídico nos cães
pode variar, assim como o tipo de lipídio
A porção óssea é recoberta por uma pele fina presente. Entre os mais comuns estão os ácidos
e delicada, desprovida de tecido subcutâneo, graxos esteárico, margárico, oleico e linoleico.
em que a derme mantém contato íntimo com o Destes, os ácidos oleico e linoleico possuem
periósteo, uma membrana ricamente inervada propriedades antibacterianas, embora seus
que reveste o osso. Essa particularidade efeitos em algumas bactérias e na Malassezia
torna a região extremamente sensível, sendo pachydermatis sejam menos evidentes
suscetível a dor intensa com o mínimo de (LUCAS; CALABRIA; PALUMBO, 2016).
inflamação ou toque (MOMMA et al., 2014).
A inervação do meato acústico externo
A pele que reveste o meato acústico externo é é notavelmente específica, com a porção
caracterizada por epitélio escamoso, presença vertical e parte da horizontal sendo
de folículos pilosos e a presença de glândulas inervadas principalmente pelo ramo lateral
sebáceas e ceruminosas. A combinação auricular do nervo facial. A maior parte da
das secreções dessas glândulas resulta na porção horizontal, por sua vez, é inervada
formação do cerúmen, que reveste o meato pelo ramo auriculopalpebral do nervo
acústico externo, desempenhando um papel trigêmeo (ELIA, 2016).
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A N ATO MI A DO OUV IDO • 6
A orelha felina é composta por diversas A cartilagem auricular, situada entre essas
estruturas, incluindo o pavilhão auricular, superfícies e formando os meatos acústicos
o meato acústico externo, a orelha média e vertical e horizontal, é substituída pela
a orelha interna. Compreender a estrutura e cartilagem anular à medida que se aproxima
fisiologia da orelha em seu estado saudável da membrana timpânica. Esta última marca o
é crucial para identificar anormalidades que início do meato acústico ósseo externo, uma
possam envolver ou originar-se em uma ou extensão do osso temporal. A orelha média,
mais dessas estruturas (SILVA, 2014). composta por diversas estruturas, inclui a
membrana timpânica, a cavidade timpânica,
O pavilhão auricular, desempenhando um o nervo timpânico, a abertura para a tuba
papel crucial na captação de ondas sonoras auditiva e os ossículos auditivos: martelo,
e na comunicação não sonora, especialmente bigorna e estribo (SAMPAIO, 2014).
entre gatos e outros animais, apresenta, em
sua maioria, pavilhões auriculares eretos, A membrana timpânica, fundamental na
triangularmente configuradas, com uma audição, é uma membrana semitransparente
superfície côncava e uma convexa, ambas com três camadas. Sua posição angular a divide
revestidas por pele e levemente cobertas por entre as orelhas externa e média. Dividida
pelos (SCHERER, 2014). em pars flácida e pars tensa, a membrana
timpânica possui camadas específicas que
desempenham papéis distintos, sendo anexada
ao manúbrio do martelo (PEIXOTO, 2016).
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A N ATO MI A DO OUV IDO • 7
A tuba auditiva, canal que se estende da naso- As estruturas da orelha interna formam um
faringe à cavidade timpânica, equaliza a pres- sistema complexo no labirinto membranoso e
são durante bocejos ou deglutições, liberando ósseo, compreendendo a cóclea, o vestíbulo e
a secreção produzida na cavidade timpânica. os canais semicirculares. A cóclea é essencial
Os nervos que acompanham a orelha média na recepção dos estímulos auditivos,
incluem os nervos simpáticos envolvendo um eixo central oco, o modíolo.
pós-ganglionares, o ner- O vestíbulo, situado entre a cóclea e os canais
vo facial e seus ramos, semicirculares, desempenha papel importante
além de um ramo do na manutenção do equilíbrio (FONSECA-
nervo glossofaríngeo ALVES et al., 2015).
(FONSECA, 2018).
O sistema vestibular, responsável pelo
equilíbrio, pode ser dividido em periférico e
central. A metade caudal da porção petrosa
do osso temporal abriga o sáculo, o utrículo
e os canais semicirculares, orientados vertical
e horizontalmente, respondendo à percepção
da aceleração linear e à posição estática
da cabeça. O nervo vestibulococlear, VIII
nervo craniano, consiste em porções coclear
e vestibular, responsáveis pela audição e
equilíbrio (SATO, 2015).
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• 8
FISIOPATOLOGIA
DAS OTITES
A fisiopatologia das otites em cães e gatos
é um processo intrincado que abrange
diversas causas e processos inflamatórios.
A investigação desses elementos é
fundamental para compreender e abordar
adequadamente essa condição auricular
comum em animais de estimação (LUCAS;
CALABRIA; PALUMBO, 2016).
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• 9
PROCESSO DE
AUTOLIMPEZA
DOS OUVIDOS
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P RO C ESSO DE AUTOLIMPEZA DOS OU V ID OS • 10
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• 11
PRODUÇÃO
(IgG, IgA e IgM). Outra função importante é a
manutenção da umidade e maleabilidade da
membrana timpânica (SAMPAIO, 2014).
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• 12
MIGRAÇÃO
EPITELIAL
A migração epitelial é um processo A migração epitelial ocorre em diferentes
fundamental no contexto da fisiologia e da contextos, como durante a cicatrização
manutenção da integridade dos tecidos de feridas, em que as células epiteliais
epiteliais. Este fenômeno refere-se ao migram para cobrir a área lesionada e
movimento coordenado e direcionado das promover a restauração da integridade da
células epiteliais, desempenhando um papel pele ou membrana mucosa. Além disso, no
essencial na renovação, reparo e na resposta revestimento do ouvido, a migração epitelial
a estímulos ambientais nos tecidos revestidos é essencial para a autorregulação do cerúmen
por epitélio (FERRARI, 2015). e na manutenção do equilíbrio e homeostase
do ambiente auricular (AZEVEDO, 2017).
No contexto da migração epitelial, as
células epiteliais deslocam-se de maneira Este processo é coordenado por sinalizações
organizada, mantendo a arquitetura e a químicas e físicas que orientam as células
função do tecido. Esse processo é vital em direção ao local apropriado. A migração
em diversas áreas do organismo, como no epitelial é crucial para a renovação constante do
epitélio cutâneo, gastrointestinal, respiratório epitélio, garantindo a substituição das células
e, especificamente, no revestimento do canal envelhecidas ou danificadas por células recém-
auditivo em animais de estimação, como cães formadas, contribuindo assim para a função
e gatos (CARVALHO, 2017). adequada dos tecidos (ALVES, 2016).
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• 13
ESCOLHA DOS
LIMPADORES
OTOLÓGICOS
Na seleção dos limpadores otológicos para Sendo assim, a formulação do produto deve ser
cães e gatos, diversos fatores devem ser suave o suficiente para não causar irritações ou
cuidadosamente considerados, visando a reações adversas na delicada pele do ouvido
eficácia do tratamento e a segurança do dos animais. Evitar ingredientes agressivos e
animal. A escolha adequada desses produtos optar por fórmulas balanceadas é essencial
é crucial para garantir a limpeza do ouvido, para assegurar a segurança durante o processo
prevenir infecções e manter a saúde auricular de limpeza (ELIA, 2016).
dos pets (CUSTÓDIO, 2019).
Um dos principais aspectos a serem avaliados Outro ponto relevante na escolha dos
na escolha dos limpadores otológicos é limpadores otológicos é a presença de
a composição do produto. Deve-se optar substâncias emolientes, que auxiliam na
por soluções que ofereçam propriedades remoção do cerúmen e detritos acumulados.
ceruminolítica e adstringente, visando Esses agentes facilitam o processo de limpeza,
combater possíveis infecções bacterianas tornando-o mais eficiente e minimizando o
e fúngicas no canal auditivo. Substâncias desconforto para o animal (MAGALHÃES;
como ácido salicílico e ácido láctico estão
MORAES; DRESCH, 2017).
comumente presentes em limpadores
otológicos veterinários (SATO, 2015).
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E S CO L HA DOS LIMPADORES OTOLÓ GICOS • 14
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• 15
DIAGNÓSTICO
DAS OTITES
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• 16
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• 17
PREVENÇÃO
DE OTITES
PR E VE N Ç ÃO D E OTI TE S
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• 18
DICAS DO
EXPERT
com Felipe Rosa Cunha
CRMV RS 13750
1) Felinos: 2) Cronicidade:
A incompreensão da fisiopatogenia das oti-
a. Alguns gatos naturalmente produzem tes é um dos maiores erros encontrados na
muito cerúmen. otologia veterinária. A falta de diagnóstico e
tratamentos adequados conduz à cronicida-
b. Nas otites ceruminosas em gatos, sempre é de da doença e alterações irreversíveis.
importante pesquisar otoacaríase e investigar
a malasseziose na presença de inflamação
e prurido. 3) Migração epitelial e processo
de autolimpeza:
c. Alguns gatos alérgicos manifestam A migração epitelial é um mecanismo natural
otite, porém, isto não é tão comum de reparo e limpeza do canal auditivo e
como em cães. membrana timpânica. Ela ocorre a partir do
umbigo do tímpano para fora, ocorrendo
d. Felinos podem ter otite média, sem em um movimento espiral e radial da
que isto seja uma complicação de otite remoção de cerúmen. Qualquer condição
externa, e sinais neurológicos podem ser que cause alteração neste mecanismo pode
o primeiro sinal de otite. desencadear uma otite. Entre os exemplos
clássicos estão: doenças alérgicas, parasitas,
e. Pólipos devem ser considerados como doenças autoimunes, infecções secundárias e
causas de otites em felinos. desordens seborreicas.
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D I CAS DO EXP ERT • 19
Após passar por todos estes itens, você irá facilitar a entrada do seu
enfim, realize a otoscopia. O otoscópio equipamento na orelha. Lembre-se
utilizado deve ser obrigatoriamente de que o conduto auditivo é em formato
uso veterinário, que possui um espéculo de “L” e a passagem do ramo vertical
maior do que aqueles utilizados na para o horizontal poderá gerar dor
medicina humana, permitindo uma no paciente. Nem todos permitem
avaliação completa do conduto auditivo. esta observação detalhada e, por
Por meio de uma suave tração do este motivo, nem sempre é possível
pavilhão auricular em sua direção, visualizar a membrana timpânica.
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D I CAS DO EXP ERT • 20
• Cistos e pólipos
• Espessamento do epitélio
Após o exame de otoscopia, a avaliação microscópica e estenose
direta e imediata do conteúdo ceruminoso poderá auxiliar
• Fibrose – calcificação
o clínico na avaliação de parasitas auriculares, como o
Otodectes cynotis e Demodex spp. A mesma lâmina • Aumento da quantidade
poderá ser usada para coloração e avaliação citológica, de cerúmen
onde você poderá avaliar a qualidade e quantidade de
• Espessamento e
micro-organismos (Malassezia spp., bactérias do tipo
inflamação da membrana
cocos e bacilos), células epiteliais, presença de hemácias, timpânica (miringite),
células inflamatórias e/ou biofilme. O exame citológico é ruptura e aumento da
fundamental para o diagnóstico e escolha do tratamento. opacidade.
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D I CAS DO EXP ERT • 21
Em casos difíceis ou quando há necessidade A inflamação e infecção da orelha média em
de avaliação mais detalhada, o uso de cães pode acontecer especialmente em casos
recursos de imagens avançados podem ser de otite crônica e na presença de infecções por
mandatórios. Dentre eles, os mais utilizados bactérias gram-negativas. Em gatos, a otite
são a otoendoscopia (vídeo fibroscopia média costuma acontecer por via ascendente,
ótica), ressonância magnética e tomografia na existência de infecções respiratórias e
computadorizada. Eles são úteis em casos pólipos nasofaríngeos. Segundo o livro “Otitis
crônicos e recidivantes, ou quando há suspeita Externa – An Essential Guide to Diagnosis and
de corpos estranhos, infecções resistentes e Treatment – R. Harvey & S. Paterson, 2014, a
suspeitas de otite média/interna. otite média poderá acontecer em até 80% dos
casos de otite externa.
A otoendoscopia, além de um importante
exame para simples avaliação do conduto Atenção aos sinais clínicos
auditivo e do tímpano, também permite a sugestivos de otite média:
realização de procedimentos, como a limpeza
Fique atento! Além da coceira, dor, odor
profunda da orelha (lavagem ótica), extração,
fétido ou pútrido, otorréia (ceruminoso,
cauterização ou biópsia de massas, coleta
purulento e/ou sanguinolento), meneio
de material para miringotomia e coleta de
cefálico, perda de audição, dificuldade
material para cultura e antibiograma.
de abrir a boca e mastigar alimentos,
“head tilt”, andar em círculos, síndrome de
horner, xeromicteria, anisocoria, nistagmo,
paralisia facial e ceratoconjuntivite seca.
DICA
PRÁTICA P: Fatores Primários:
S: Fatores Secundários:
Ainda hoje, vemos que muitos colegas
Os fatores secundários não criam doença direcionam seu esforço para o diag-
em um ouvido normal. Eles contribuem ou nóstico e tratamento dos fatores se-
causam patologia apenas no ouvido anormal. cundários, erroneamente tratando-os
Infecções bacterianas (Staphylococcus spp. e como se fossem a verdadeira causa da
Pseudomonas spp.) e fúngicas (Malassezia spp.) otite (ou seja: “otite por Pseudomo-
são os exemplos clássicos de fatores secundários nas” ou “otite por Malassezia”).
e ocorrem em conjunto com causas primárias ou
fatores predisponentes. Após diagnosticadas,
geralmente são fáceis de eliminar. Porém, Ainda que seu tratamento seja importante, as
quando são crônicas ou recorrentes, geralmente verdadeiras causas (fatores primários) devem
estão associadas a causas primárias ou fatores ser procurados e corrigidos. Em alguns casos
perpetuantes que não foram adequadamente a simples correção do fator primário poderá
diagnosticados e tratados. resultar na resolução do fator secundário.
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D I CAS DO EXP ERT • 22
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D I CAS DO EXP ERT • 23
P: Fatores Perpetuantes:
P: Fatores Predisponentes:
Estão presentes antes do desenvolvimento da doença do ouvido, mas por si só não causam otite
externa, ainda que aumentem o risco de seu desenvolvimento. Estes fatores trabalham em con-
junto com causas primárias ou secundárias para se tornarem um problema significativo.
Categoria Fator
• Orelhas peludas
• Natação
Estilo de vida • Limpeza excessiva (umedecimento, maceração,
do cão impactação de material profundamente no canal
auditivo, danos iatrogênicos)
• Arrancamento de pelos rotineiramente
• Ambientes quentes e úmidos
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D I CAS DO EXP ERT • 24
Além da classificação das otites externas proposta por Griffin (2010), os autores brasileiros Larsson
& Lucas (2015) propuseram uma classificação conforme as características físicas e morfológicas,
permitindo uma compreensão prática e objetiva das otites externas e nos levando ao raciocínio de
sua etiologia para posterior tratamento. A versão brasileira divide-se em:
Aguda: Crônica:
a. Ceruminosa a. Hiperplásica
b. Eczematosa b. Estenosante
c. Purulenta c. Purulenta
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D I CAS DO EXP ERT • 25
NÃO TENHA UM
OTOLÓGICO DE
ESTIMAÇÃO!
Ao escolher um produto oto-
lógico de tratamento, o clínico
deve estar ciente de que não
existe um produto que servirá
para todos os casos.
A escolha deverá se basear na neces-
sidade de cada caso e na fórmula
escolhida, já que cada produto possui
um determinado anti-inflamatório,
antibiótico e antifúngico, com diferentes
ações e potências. Quanto mais
personalizado for seu tratamento, mais
seguro e eficaz ele será.
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D I CAS DO EXP ERT • 26
Terapia sistêmica
ou tópica?
Terapia antimicrobiana tópica é mais
eficaz pois o tratamento sistêmico pode
não penetrar adequadamente nos canais
auditivos inflamados. Além disso, os
tópicos atingem altas concentrações no
sítio de ação, apresentando melhores
resultados de maneira geral.
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D I CAS DO EXP ERT • 27
Controle de dor:
Analgésicos sistêmicos devem ser cogitados como parte do tratamento, quando o médico
veterinário suspeitar de otalgia, e a escolha dependerá da estimativa de dor observada pelo
médico veterinário e do fármaco de sua preferência.
Biofilme:
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D I CAS DO EXP ERT • 28
Tris EDTA
O Tris EDTA (Tris EDTA: Tris-HCL (cloridrato de trometamina) e EDTA dissódico (ácido etilenodiami
netetracético) é uma associação com propriedade potencializadora de antimicrobianos, auxiliando
em casos difíceis e na presença de biofilme.
N-acetilcisteína (NAC)
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D I CAS DO EXP ERT • 29
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DI C AS DO EXP ERT • 30
Severidade da dermatite
Severidade da dermatite
Adaptado de: Katoh, et al. - Clinical Practice Guidelines for the Management of Atopic Dermatitis 2018
Terapia Terapia de
Estabilidade
de ataque manutenção
Escolha baseada Anti-inflamatórios
na fórmula!
Limpeza?
Limpeza?
1 a 2x por semana
Revisões
Para manter a saúde da pele e orelhas, é tório para avaliação de possíveis infecções
essencial que o clínico solicite revisões cons- que estejam surgindo. Além disto, a revisão é
tantes para reavaliar o paciente e suas orelhas. o momento em que o clínico poderá reafirmar
Este é o momento em que o clínico deve reava- as orientações da terapia proativa (quando em-
liar macroscopicamente e microscopicamente pregada) e verificar se o tratamento proposto
as orelhas, sendo a citologia um exame obriga- está sendo bem executado.
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R E F E R ÊN C I AS • 31
ALVES, S. Identificação de otite externa em cães apresentados à consulta vacinal. Tese (Dissertação) Mestrado em Medicina Veterinária,
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