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Análise e Relato

Financeiro

Pedro Pimentel

1
Informação
contabilística e
estrutura conceptual
Capítulo 1

2
Conceitos Introdutórios
◼ Conceito de empresa
 Conjunto organizado de meios materiais e humanos orientados
para a produção de bens e serviços.
 Qualquer entidade que exerça uma atividade económica que
consista na oferta de bens ou serviços num determinado
mercado, independentemente do seu estatuto jurídico e do
modo de financiamento.
 A produção de bens e a prestação de serviços tem por
finalidade geral satisfazer necessidades e criar valor para os
múltiplos stakeholders da empresa.

3
Conceitos Introdutórios
◼ Formas jurídicas
 As empresas podem assumir diferentes formas jurídicas:
◼ Empresário em nome individual;
◼ Sociedade anónima;
◼ Sociedade por quotas;
◼ Sociedade em nome coletivo;
◼ Sociedade em comandita simples;
◼ Sociedade em comandita por ações;

 Destacam-se, pela sua relevância as sociedades anónimas


e as sociedades por quotas.

4
Conceitos Introdutórios
◼ O que é uma empresa

Empresa
Ativos Capitais Próprios
Passivos

5
Conceitos Introdutórios
◼ O papel do gestor financeiro

(2) (1) Mercados


Atividade Financeiros
operacional Gestor (ativos
da Empresa Financeiro (4a) financeiros
(ativos reais) (3) (4b) na posse dos
investidores)
(4c)
(1) Fundos obtidos junto dos investidores
Fonte:
(2) Fundos investidos na empresa
Brealey, Myers and Allen (3) Fundos gerados pela atividade operacional
(4a) Fundos reinvestidos
(4b) Fundos retornados aos investidores
(4c) Impostos s/ rendimento 6
Conceitos Introdutórios
◼ Como funciona uma empresa
 Para desenvolverem a sua atividade as empresas necessitam de
investir em ativos reais

 Para financiar a aquisição dos ativos reais, são necessários


recursos financeiros:
◼ Capitais próprios e alheios

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Conceitos Introdutórios
◼ Como funciona uma empresa
 A adequada utilização dos ativos reais durante a sua vida útil
implica assumir gastos de operação para gerar rendimentos da
operação, gerando cashflow líquido que permita:
◼ Remunerar e reembolsar credores
◼ Remunerar acionistas
◼ Adicionar valor.

 Findo cada exercício (período) de operação, prepara-se o


reporte de informação financeira, vulgo relato financeiro
◼ Com interesse para todos os stakeholders, em especial os shareholders

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Conceitos Introdutórios
◼ Objetivo da empresa
 Maximização do valor dos recursos investidos na empresa
pelos seus financiadores.

◼ A função objetivo
 “Maximizar o valor da empresa”
◼ O valor da empresa é determinado pelos cashflows que se
estimam que sejam gerados pelos ativos e pela incerteza
associada a tais cashflows

VALOR DE MERCADO
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Conceitos Introdutórios
◼ A função objetivo
 “Maximizar o valor da empresa”
◼ Definição clara e quantificável
◼ Critério sistemático de decisão
◼ Satisfaz o interesse de todos os stakeholders
◼ Medida real o valor para o acionista, quando cotada
◼ Reflete efeitos das decisões tomadas na empresa:
 Estratégicas de financiamento/capital
 Estratégicas de investimento
 Correntes do ciclo de exploração
 Correntes de tesouraria

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Conceitos Introdutórios
◼ Como se controla se os gestores:
 criam ou não valor para os acionistas; e
 defendem os interesses dos credores

Conselho Geral

Administração

Acionistas
Credores
CP
Ativos
CA

Fonte: Ross, Westerfield e Jaffe 11


Conceitos Introdutórios
◼ Os stakeholders
 Partes interessadas na empresa:
◼ Acionistas;

◼ Credores;

◼ Clientes;

◼ Fornecedores;

◼ Gestores;

◼ Funcionários;

◼ Mercados financeiros e respetivos reguladores;

◼ Estado;

◼ Concorrentes;

◼ Comunidade …

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Conceitos Introdutórios
◼ Relacionamento teórico entre stakeholders
Acionistas
Contratar/Despedir Maximizar valor acionista
gestores, AG
Proteger interesses Atribui custos à empresa
Credores Gestores Sociedade
Crédito Sem custos sociais
Revelar informação Mercado eficiente
correta
Mercados
Financeiros
13
Conceitos Introdutórios
◼ Problemas de relacionamento entre
stakeholders
 São minimizados com o incremento na qualidade de
informação financeira produzida e divulgada
atempadamente
◼ Contribui para aumentar a liquidez dos mercados

◼ Permite reduzir incerteza dos stakeholders

◼ Contribuir para apurar o “valor verdadeiro” da empresa

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Conceitos Introdutórios
◼ SNC – Sistema de Normalização Contabilística
(Aprovado pelo DL n.º 158/2009, 13/07 e alterado pelo DL n.º 98/2015, 02/06)

 Transposição para a ordem jurídica interna (Portugal) da


Diretiva Contabilística da EU (D n.º 2013/34/EU, 26/06) relativa:
◼ às demonstrações financeiras anuais;
◼ às demonstrações financeiras consolidadas; e
◼ aos relatórios conexos.
 Referencial contabilístico assente mais em princípios do
que em regras explícitas, em sintonia com o IASB

15
Conceitos Introdutórios
◼ SNC – Sistema de Normalização Contabilística
(Aprovado pelo DL n.º 158/2009, 13/07 e alterado pelo DL n.º 98/2015, 02/06)

Entidades Aplicabilidade

Aplicam diretamente as normas internacionais de


Entidades cotadas em bolsa
contabilidade (IAS) pelo IASB, tal como adotadas pela EU

Aplicam um conjunto de 28 normas contabilísticas e de


Entidades médias ou grandes do sector não financeiro relato financeiro (NCRF) que constituem uma adaptação
das IAS/IFRS

Aplicam uma norma contabilística e de relato financeiro


Pequenas entidades
(NCRF-PE), específica para pequenas entidades

Aplicam uma norma contabilística (NC-ME), específica


Micro entidades
para micro entidades

Aplicam uma norma contabilística e de relato financeiro


Entidades do sector não lucrativo (NCRF-ESNL), específica para entidades do sector não
lucrativo

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Conceitos Introdutórios
◼ SNC – Categorias de Entidades
(Art.º 9º do DL nº 158/2009, 13/07, alterado pelo DL nº 98/2015, 02/06)

 Micro
◼ TB ≤ 350k€ e/ou VNL ≤ 700k€ e/ou NME ≤ 10

 Pequenas
◼ TB ≤ 4.000k€ e/ou VNL ≤ 8.000k€ e/ou NME ≤ 50

 Médias
◼ TB ≤ 20.000k€ e/ou VNL ≤ 40.000k€ e/ou NME ≤ 250

 Grandes
◼ TB > 20.000k€ e/ou VNL > 40.000k€ e/ou NME > 250

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Conceitos Introdutórios
◼ SNC – Estrutura conceptual (EC)
◼ SNC – Instrumentos principais
 Bases para a apresentação de demonstrações financeiras
(BADF)
 Modelos de demonstrações financeiras (MDF)
 Código de contas (CC)
 Normas de contabilidade e relato financeiro (NCRF)
 Normas interpretativas (NI)

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Conceitos Introdutórios
◼ SNC – Moldura legal
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA (SNC)

Moldura Legal Instrumentos

Aviso nº 8254/2015, de 29/07 Estrutura Conceptual

DL nº 158/2009, 13/07 (alterado pelo DL nº 98/2015, 02/06) Bases para apresentação de Demonstrações Financeiras

Portaria nº 220/2015, de 24/07 Modelos de Demonstrações Financeiras

Portaria nº 218/2015, de 23/07 Código de Contas

Aviso nº 8256/2015, de 29/07 Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro

Norma Contabilística e de Relato Financeiro – Pequenas


Aviso nº 8257/2015, de 29/07
Entidades

Aviso nº 8255/2015, de 29/07 Norma Contabilística – Micro Entidades

Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro – Entidades


Aviso nº 8259/2015, de 29/07
Sector não Lucrativo

Aviso nº 8258/2015, de 29/07 Normas Interpretativas (NI)

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Estrutura Conceptual (EC)
◼ Esquema
Capital
(Conceito e
Manutenção)
DF
(Mensuração dos Elementos)
DF
(Reconhecimento dos Elementos)
Elementos
(Ativos, Passivos, Capital Próprio, Rendimentos e Gastos)
Caraterísticas Qualitativas das DF
Pressupostos Subjacentes
(Acréscimo e Continuidade)
Objetivos das Demonstrações Financeiras

Finalidade, Âmbito, Demonstrações Financeiras e Utentes


20
Estrutura Conceptual (EC)
◼ Conjunto de conceitos contabilísticos
estruturantes. Referencial que subjaz a todo o
SNC.
 Contribuirpara o fornecimento de informação que seja
útil na tomada de decisões económicas de diversos
utentes;

21
Estrutura Conceptual (EC)
◼ Introdução
 Finalidade
◼ Ajudar os preparadores das DF na aplicação das NCRF
◼ Ajudar a formar opinião sobre a aderência das DF às NCRF
◼ Ajudar os utentes na interpretação da informação contida
nas DF
◼ Em casos de conflito entre EC e NCRF
 Os requisitos da NCRF prevalecem em relação à EC

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Estrutura Conceptual (EC)
◼ Introdução
 Âmbito
◼ Estrutura
 Objetivo das DF
 Caraterísticas qualitativas

 Definição, reconhecimento e mensuração

 Conceitos de capital e de manutenção de capital

◼ Apresentação e aplicabilidade
 Apresentação, pelo menos, anualmente
 Aplicabilidade transversal a todo o setor privado e público

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Estrutura Conceptual (EC)
◼ Introdução
 Conjunto completo de DF
◼ Balanço
◼ Demonstração dos resultados
◼ Demonstração das alterações na posição financeira
◼ Demonstração dos fluxos de caixa
◼ Notas
◼ Outras demonstrações e material explicativo

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Estrutura Conceptual (EC)
◼ Introdução
 Utentes e suas necessidades de informação
◼ Investidores
◼ Empregados
◼ Mutuantes
◼ Fornecedores e outros credores comerciais
◼ Clientes
◼ Governo e seus departamentos
◼ Público
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Estrutura Conceptual (EC)
◼ Objetivo das DF
 Posição financeira

 Desempenho

 Alterações na posição financeira

 Informação adicional relevante para interpretação


das DF

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Estrutura Conceptual (EC)
◼ Pressupostos subjacentes
 Regime de acréscimo
◼ Os efeitos das transações são reconhecidos quando ocorrem
independentemente do fluxo de caixa associado
 Continuidade
◼ A informação é preparada no pressuposto que a entidade
continuará a operar no futuro previsível

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Estrutura Conceptual (EC)
◼ Caraterísticas qualitativas das DF
 Compreensibilidade
◼ A informação deve ser rapidamente compreendida pelos
vários utentes
 Relevância e materialidade
◼ A informação tem de ser relevante para a tomada de
decisões dos utentes

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Estrutura Conceptual (EC)
◼ Caraterísticas qualitativas das DF
 Fiabilidade, representação fidedigna, substância
sob a forma, neutralidade, prudência e plenitude
◼ A informação tem de estar livre de erros materiais e
preconceitos

 Comparabilidade
◼ A informação deve ser comparável no tempo e entre
empresas

29
Estrutura Conceptual (EC)
◼ Caraterísticas qualitativas das DF
 Constrangimentos à informação relevante e fiável
◼ Tempestividade
 Demora indevida no relato pode levar a perder relevância –
relevância vs fiabilidade
◼ Balanceamento entre benefício e custo
 Benefícios da informação não deve exceder o seu custo
◼ Balanceamento entre caraterísticas qualitativas
 Compromisso a fim de ir ao encontros dos objetivos das DF

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Estrutura Conceptual (EC)
◼ Caraterísticas qualitativas das DF
 Imagem verdadeira e apropriada/apresentação
apropriada
◼ Resultado da aplicação das principais caraterísticas
qualitativas; e
◼ Da aplicação de normas contabilísticas apropriadas.

31
Estrutura Conceptual (EC)
◼ Elementos das DF
 Posição financeira
◼ Ativos (Assets)
 Recursos controlados pela entidade resultante de acontecimentos
passados, dos quais se esperem que fluam benefícios económicos
futuros

◼ Passivos (Liabilities)
 Obrigações presentes da entidade provenientes de acontecimentos
passados

◼ Capital próprio (Equity)


 Interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos
os passivos

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Estrutura Conceptual (EC)
◼ Elementos das DF
 Desempenho
◼ Rendimentos (Revenues)
 Réditos (Atividades correntes) e ganhos – São aumentos nos benefícios
económicos durante o período contabilístico que resultem em
aumentos no capital próprio não relacionados com as contribuições
dos participantes no capital próprio

◼ Gastos (Expenses)
 Gastos (Atividades correntes) e perdas – São diminuições nos benefícios
económicos durante o período contabilístico que resultem em
diminuições no capital próprio não relacionados com distribuições
aos participantes no capital próprio

33
Estrutura Conceptual (EC)
◼ Reconhecimento dos elementos das DF
 Processo de incorporar no balanço e na
demonstração de resultados um item que
satisfaça:
◼ A definição de um elemento
◼ Os critérios de reconhecimento estabelecidos

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Estrutura Conceptual (EC)
◼ Reconhecimento dos elementos das DF
 A incorporação depende:
◼ Probabilidade de benefícios económicos futuros
fluírem na forma de cash flow para a entidade
◼ Fiabilidade da mensuração
 Reconhecimento de ativos
 Reconhecimento de passivos
 Reconhecimento de rendimentos
 Reconhecimento de gastos

35
Estrutura Conceptual (EC)
◼ Mensuração dos elementos das DF
 Processo de determinar as quantias pelas quais
os elementos das DF devam ser reconhecidos e
inscritos no balanço e demonstração de
resultados
◼ Envolve a seleção da base de mensuração
 Pode haver combinação de bases de mensuração em
diferentes elementos da mesma DF

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Estrutura Conceptual (EC)
◼ Mensuração dos elementos das DF
 Bases de mensuração
◼ Custos histórico (Valor pago aquando da aquisição)
◼ Custo corrente (Valor de aquisição atual)
◼ Valor realizável (de liquidação) (Valor de alienação ordenada)
◼ Valor presente (Valor atual de fluxos futuros)
◼ Justo valor (Valor de troca)

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Estrutura Conceptual (EC)
◼ Conceitos de capital e manutenção de capital
 Conceito financeiro de capital
◼ Capital Próprio – Situação líquida resultante dos ativos
líquidos (deduzidos) de passivos

 Conceito físico de capital


◼ Capacidade produtiva em unidade físicas (v.g. unidades)

 A seleção do conceito apropriado


◼ Depende das necessidades dos utentes da DF

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Estrutura Conceptual (EC)
◼ Conceitos de capital e manutenção de capital
 Conceito de manutenção
◼ Proporciona a ligação entre os conceitos de capital e lucro
◼ Ponto de referência pelo qual o lucro é mensurado

 Manutenção do capital financeiro


◼ Lucro advém da variação anual positiva dos ativos líquidos
de passivos

 Manutenção do capital físico


◼ Lucro advém da variação anual positiva da capacidade
produtiva
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Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Demonstrações de relato financeiro (NCRF 1 e 2)
(Financial Statements)
 Balanço (Balance Sheet)
◼ Qual a posição da empresa no final do exercício?
 Demonstração dos resultados (Income Statement)
◼ Qual foi a performance da empresa durante o exercício?
 Demonstração dos fluxos de caixa (Cash Flow Statement)
◼ Quanto dinheiro a empresa gerou e despendeu durante o exercício?

40
Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Demonstrações de relato financeiro (NCRF 1 e 2)
(Financial Statements)
 Demonstração das alterações no capital próprio (Statement of
Changes in Equity)

◼ Qual foi a variação no capital próprio durante o exercício?


 Anexo (Annex)
◼ Qual a informação relevante para melhor entender as DF’s?

41
Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Demonstrações de relato financeiro (NCRF 1 e 2)
Demonstração Demonstração
Resultados Fluxos Caixa

BALANÇO

Alterações no
Capital Próprio

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Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Dispensa para PE e ME
 Pequenas entidades
◼ Apresentação de demostração dos fluxos de caixa; e
◼ Apresentação das alterações ao capital próprio.

 Micro Entidades
◼ Apresentação de demostração dos fluxos de caixa;
◼ Apresentação de demonstração das alterações ao capital próprio;
◼ Apresentação do anexo; e
◼ Aplicação do sistema de inventário permanente.

43
Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Balanço (Posição financeira)
Capital subscrito
Ativo não Corrente

Ativos fixos tangíveis

Capital Próprio
Outros instrumentos de capital próprio
Ativos intangíveis
Reservas legais e outras
Ativos biológicos
Resultados transitados
Participações financeiras
Ajustamentos/outras variações no capital próprio
Ativos por impostos diferidos
(…)
Resultado líquido do período
(…)

Corrente
Passivo
Provisões
Inventários

não
Financiamentos obtidos (mlp)
Ativo Corrente

Clientes (…)
Estado
Ativos financeiros detidos para negociação Fornecedores

Corrente
Estado e outros entes públicos

Passivo
Diferimentos
Caixa e depósitos bancários Financiamentos obtidos (cp)
(…) Diferimentos
(…)

Recursos Controlados Interesse Residual nos Ativos + Obrigações Presentes

44
Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Balanço
 Ativo
◼ Deve ser reconhecido quando for provável que os benefícios
económicos futuros fluam para a entidade e seja um valor
mensurável.

 Reconhecimento em ativo corrente, se for:


◼ Expectável realizar, vender ou consumir no decurso normal do ciclo
operacional da entidade; ou
◼ Detido essencialmente para a finalidade de ser negociado; ou
◼ Expetável a sua realização até 12 meses após a data do balanço; ou
◼ É caixa ou equivalentes.

45
Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Balanço
 Reconhecimento em ativo não corrente, se for:
◼ Recursos detidos com carácter de continuidade ou permanência;
◼ São ativos tangíveis, intangíveis e financeiros cuja natureza seja de
longo prazo (superior a 12 meses), ultrapassando o ciclo
operacional.

46
Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Balanço
 Passivo
◼ Deve ser reconhecido quando for provável que um exfluxo de
recursos incorporando benefícios económicos resulte da liquidação
de uma obrigação presente e que a quantia seja mensurável.

 Reconhecimento em passivo corrente, se for:


◼ Expectável a liquidação no decurso normal do ciclo operacional da
entidade; ou
◼ Detido essencialmente para a finalidade de ser negociado; ou
◼ Expetável a sua liquidação até 12 meses após a data do balanço; ou
◼ Excluído o direito incondicional de diferir a liquidação durante pelo
menos 12 meses após a data do balanço.
47
Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Balanço
 Reconhecimento em passivo não corrente, se for:
◼ Exigível num período superior ao ciclo da atividade da empresa

 Passivos de funcionamento
◼ Derivam da aquisição de bens e serviços

 Passivos de financiamento
◼ Derivam da obtenção de empréstimos junto de terceiros.

48
Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Balanço
 Capital próprio
◼ Ou situação líquida, representa a posição dos donos da empresa
◼ Os valores do capital próprio estão ordenados segundo a formação
histórica dos respetivos valores
◼ Diferença entre valor contabilístico e valor de mercado

49
Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Demonstração dos resultados (Desempenho)
CMVMC
Fornecimentos e serviços externos
(…)
Gastos com o pessoal
Imparidades (inventários, dividas a receber, INDA)
Vendas e serviços prestados
Subsídios à exploração
Provisões Ganhos/perdas imputados de s/a/ec
Outros gastos Variação nos inventários da produção
(…)
Trabalhos para a própria entidade
Depreciação e amortização Outros rendimentos
Imparidades (IDA) (…)

Juros e gastos similares suportados


IRC
Resultado Liquido Juros e rendimentos similares obtidos

Gastos (Atividade Corrente) e Perdas Réditos (Atividades Corrente) e Ganhos

50
Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Demonstração de resultados
 A tem como objetivo demonstrar como é que a empresa
gerou os resultados líquidos
 Reflete o desempenho económico da sociedade num dado
período de tempo

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Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Demonstração de resultados
 Por naturezas
◼ Apresenta os resultados numa classificação que atende a sua
natureza
 Especialmente adequada a atividades comerciais

 Por funções
◼ Apresenta os resultados são agrupados tendo em conta o
departamento ou função que os suportou (Produção/Distribuição/
Administrativa/I&D/Financiamento)
 especialmente adequada a atividades industriais

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Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Demonstração de fluxos de caixa
Fluxos de caixa das atividades operacionais:
- Recebimentos de exploração
- Pagamentos de exploração
- Outros recebimentos/pagamentos, incluindo IRC

Fluxos de caixa das atividades de investimento:


- Pagamentos de ativos fixos tangíveis e intangíveis
- Recebimentos de ativos fixos tangíveis e intangíveis
- Outros pagamentos/recebimentos de ativos

Fluxos de caixa das atividades de financiamento:


- Recebimentos de fontes de financiamentos de mlp e cp
- Pagamentos de fontes de financiamentos de mlp e cp
- Outros recebimentos/pagamentos de operações de financiamento

Variação de Caixa e seus Equivalentes (entre o ano n e o ano n-1)

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Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Demonstração das alterações no capital
Próprio
 Demonstração financeira que tem como objetivo dar a
conhecer os factos que concorrem para a variação do
capital próprio num determinado período de tempo

 Resultado Integral = Resultado líquido do período +


variações ocorridas em capitais próprios não diretamente
relacionados com os detentores de capital, agindo como tal.

54
Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Demonstração das alterações no capital
Próprio
 Reflete
◼ O aumento ou diminuição nos seus ativos líquidos (de passivos)
durante um período
◼ Os ganhos e perdas totais gerados pelas atividades da entidade
durante um período

55
Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Demonstração das alterações no capital
Próprio
 Evidencia
◼ O rendimento integral total do período
◼ Efeito cumulativo de alterações de políticas contabilísticas e a
correção de erros fundamentais (NCRF4)
◼ Transações com os sócios/acionista na sua qualidade de
proprietários (contribuições e distribuições)
 Dividendos e/ou emissão de ações

56
Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Demonstração das alterações no capital
Próprio
 Evidencia
◼ Défice / superavit de reavaliação
◼ Impacto das diferenças cambiais na conversão de DF
◼ Ganhos e perdas não reconhecidos na DR

57
Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Anexo
1. Identificação da entidade e período de relato
2. Referencial contabilístico e preparação das demonstrações financeiras
3. Adoção pela primeira vez das NCRF - divulgação obrigatória
4. Principais políticas contabilísticas
5. Fluxos de caixa
6. Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros
7. Partes relacionadas
8. Ativos intangíveis
9. Ativos fixos tangíveis
10. Ativos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas
11. Locações
12. Custos de empréstimos obtidos
13. Propriedades de investimento
14. Imparidade de ativos
15. Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas
16. Concentrações de atividades empresariais
17. Investimentos em Subsidiárias e Consolidação
58
Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Anexo
18. Exploração e avaliação de recursos minerais
19. Agricultura
20. Inventários
21. Contratos de construção
22. Rédito
23. Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes
24. Subsídios e outros apoios das entidades públicas
25. Efeitos de alterações em taxas de câmbio
26. Acontecimentos após a data de balanço
27. Impostos sobre o rendimento
28. Matérias ambientais
29. Instrumentos financeiros
30. Benefícios dos empregados
31. Divulgações exigidas por diplomas legais
32. Outras informações
33. Divulgações adicionais (Volume de negócios por mercados e honorários ROC)
59
Demonstrações Financeiras (MDF)
◼ Anexo
 Informação é predominantemente qualitativa (é uma
narrativa) e está interligada com:
◼ Balanço;
◼ Demonstração dos resultados;
◼ Demonstração dos fluxos de caixa; e
◼ Demonstração das alterações no capital próprio.

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Código de Contas (CC)
◼ Instrumento contabilístico
 Quadro síntese
◼ Classes de contas
◼ Decomposição até nível 1 – exemplo: 21 Clientes
 Código de contas
◼ Decomposição das classe até nível 3 – exemplo: 2111 Clientes
gerais
 Notas de enquadramento
◼ Descrição para melhor interpretação e ligação do CC com as NCRF

61
Código de Contas (CC)
◼ Quadro síntese
Classe 1. Meios financeiros líquidos

Classe 2. Contas a receber e a pagar

Classe 3. Inventários e ativos biológicos ou inventários (para as ME)

Classe 4. Investimentos

Classe 5. Capital, reservas e resultados transitados ou fundos patrimoniais (para as ESNL)

Classe 6. Gastos

Classe 7. Rendimentos

Classe 8. Resultados

62
Normas Contabilísticas (NCRF)
◼ Instrumento contabilístico
 Adaptação das normas internacionais de contabilidade
(IAS), adotadas pela EU
◼ Tendo em conta o tecido empresarial português; e
◼ Obrigatoriedade ou possibilidade de algumas entidades
adotarem as IAS
◼ Pode não contemplar a totalidade das IAS
◼ Pode dispensar a aplicação de determinados procedimentos
e divulgações exigidos pelas IAS
◼ Aplicação obrigatória
63
Normas Contabilísticas (NCRF)
◼ Instrumento contabilístico
 Definem o modo com que os números contabilísticos são
relatados
 Tem por objetivo que a sua medição e relato seja o menos
subjetivo possível, porque:
◼ A latitude de produção de resultados diferentes baseados nas
mesmas transações é ampla;
◼ Os lucros/prejuízos dependem dos juízos de valor e dos
responsáveis financeiros (incluindo auditores internos)

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Normas Contabilísticas (NCRF)
◼ Vantagens
 Comparabilidade
◼ Desempenho e performance intra e entre empresas

 Influência
◼ Na tomada de decisões
 Credibilidade
◼ Uniformidade

65
Normas Contabilísticas (NCRF)
◼ Desvantagens
 Efeitos adversos de alocação
◼ Desconsiderar os efeitos económicos das normas publicadas

 Encontrar consenso
◼ Influência de quem tem mais acesso às normas
 Excesso de normas
◼ Em número, detalhe, abrangência, dimensão das entidades

66
Normas Contabilísticas (NCRF)
◼ Normas contabilísticas e de relato financeiro
 NCRF 1 – Estrutura e conteúdo das demonstrações financeiras
 NCRF 2 – Demonstração de fluxos de caixa
 NCRF 3 – Adoção pela primeira vez das NCRF
 NCRF 4 – Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas
contabilísticas e erros
 NCRF 5 – Divulgação de partes relacionadas
 NCRF 6 – Ativos intangíveis
 NCRF 7 – Ativos fixos tangíveis

67
Normas Contabilísticas (NCRF)
◼ Normas contabilísticas e de relato financeiro
 NCRF 8 – Ativos não correntes detidos para venda e unidades
operacionais descontinuadas
 NCRF 9 – Locações
 NCRF 10 – Custo de empréstimos obtidos
 NCRF 11 – Propriedades de investimento
 NCRF 12 – Imparidade de ativos
 NCRF 13 – Interesses em empreendimentos conjuntos e investimentos
em associadas
 NCRF 14 – Concentração de atividades empresariais

68
Normas Contabilísticas (NCRF)
◼ Normas contabilísticas e de relato financeiro
 NCRF 15 – Investimentos em subsidiárias e consolidação
 NCRF 16 – Exploração e avaliação de recursos minerais
 NCRF 17 – Agricultura
 NCRF 18 – Inventários
 NCRF 19 – Contratos de construção
 NCRF 20 – Rédito
 NCRF 21 – Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes

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Normas Contabilísticas (NCRF)
◼ Normas contabilísticas e de relato financeiro
 NCRF 22 – Subsídios e outros apoios das entidades públicas
 NCRF 23 – Os efeitos de alterações em taxas de câmbio
 NCRF 24 – Acontecimentos após data do balanço
 NCRF 25 – Impostos sobre o rendimento
 NCRF 26 – Matérias ambientais
 NCRF 27 – Instrumentos financeiros
 NCRF 28 – Benefícios dos empregados

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Normas Interpretativas (NI)
◼ Instrumento contabilístico
 De esclarecimento e orientação dos restantes
instrumentos que integram o SNC, sempre que as
circunstâncias o justifiquem.
 De aplicação obrigatória

◼ Normas interpretativas
 NI 1 – Consolidação – Entidades de finalidades especiais
 NI 2 – Uso de técnicas de valor presente para mensurar o valor de uso

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