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DEBATE 16/08

Argumentos:

● A pesquisa e testes em animais geralmente são o primeiro passo para


entender a segurança e as dosagens de novos medicamentos e
tratamentos médicos. Útil no desenvolvimento de novos
tratamentos para doenças

● Os bichos são imprescindíveis para os experimentos. Por isso, são


permitidos no mundo todo; e sem eles não há como desenvolver
novos remédios e tratamentos. “O uso de animais em experimentos
não é opcional.”

● Grandes avanços na saúde pública foram propiciados à humanidade,


graças à utilização de animais na pesquisa científica. Podemos citar
como exemplos a descoberta e o controle de qualidade de vacinas
contra a pólio, o sarampo, a difteria, o tétano, a hepatite, a febre
amarela e a meningite.

● O uso de animais como cobaias em pesquisas científicas é


extremamente controverso... Entretanto, a ciência ainda não tem
alternativas para todos os ensaios onde os animais se fazem
necessários.

● Brasil. Lei n° 6.638. Estabelece normas para a prática didático-


científica da vivissecção de animais e determina outras providências.

● Inar Castro, professora de Ciências Farmacêuticas da Universidade


de São Paulo (USP), realiza pesquisas com compostos bioativos e
óleos vegetais de proteção cardiovascular:
“Os modelos animais são necessários, porque a gente não tem
condições de realizar testes com o modelo humano”, pois seria
antiético testar diretamente em humanos.

Primeiro, é utilizado um modelo in vitro, com células tanto


humanas quanto animais. Geralmente, o teste só vai adiante quando
esse modelo traz resultados positivos.

Depois, utilizam-se modelos in vivo com os animais, neste


caso, os camundongos geneticamente modificados.

Por fim, é possível aplicar os estudos em humanos.

● De acordo com a professora, para os testes ocorrerem, eles devem


ser aprovados pelo Comitê de Ética da universidade, responsável
pelas regulações éticas e sanitárias. Há uma legislação que exige
estudos e propostas adequadas para o acontecimento dos
experimentos, os quais devem passar por uma documentação.

● Perguntada sobre a questão financeira, Ana Luiza diz que “para cada
situação existe o melhor método.” Em alguns casos, ainda são
necessários os testes em animais, “principalmente quando nos
referimos à complexidade do sistema imunológico, que não é possível
ser reproduzido artificialmente”. Ela diz também que o fortalecimento
dos comitês de ética é fundamental para garantir a realização dos
testes da maneira mais eficiente e segura possível. “Da mesma forma,
é essencial que as pesquisas para novos métodos substitutivos sejam
constantemente financiadas e apoiadas”.

● Cristiane Feldmann Dutra, Mestre em Direito e professora de Direito


ambiental e bioética. Ela acredita que a utilização dos animais “para
algumas finalidades ainda é tida como necessária para a melhoria da
qualidade de vida dos seres humanos e inclusive para os próprios
animais”, como o caso de vacinas e experiências de proteção da
saúde humana e animal.

● Outra lei importante é a Lei nº 11.794, Lei de Procedimentos para o


Uso Científico de Animais (Lei Arouca), aprovada em 8 de outubro de
2008, a qual afirma a experimentação animal como método oficial de
pesquisa no Brasil.
Assim, cria as Comissões de Ética para Uso de Animais em
cada instituição de pesquisa e o Conselho Nacional de Controle de
Experimentação Animal (CONCEA), órgão responsável por formular e
zelar pelo cumprimento das normas relativas à utilização humanitária
de animais com finalidade de ensino e pesquisa científica (inciso I,
Artigo 5º da Lei 11.794/ 2008). Esse órgão tem o poder de proibir
testes muito cruéis e de baixa relevância.

● Segundo a Constituição Federal, a utilização de animais para


experimentação científica deve ser útil (capaz de ajudar a resolver
problemas de saúde de seres humanos ou animais) e necessária
(quando não há outras alternativas). Além disso, só pode ser realizada
quando todas as fases anteriores e dúvidas que não dependem desta
experiência já estão resolvidas.

● Outro item presente na Diretriz é que os experimentos que causam dor


e/ou desconforto devem prever analgesia e anestesia, pois o bem-
estar e a saúde dos animais utilizados em experimentos científicos
devem ser assegurados (item 4.4.9.).

● Depois, Cristiane expressa: “a utilização de animais por seres


humanos pode ser justificada sempre que se mostrar necessária
ao desenvolvimento de uma vida humana significativa. Esta
necessidade deve ser provada, não podendo ser pressuposta.
Aceitar que se possa maltratar ou matar animais sem que se
demonstre que isto é necessário viola o próprio fundamento de
nossa dignidade especial, qual seja, nossa responsabilidade”.

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