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Calagem
Os objetivos da calagem podem ser assim resumidos:
Corrigir o pH do caldo até o valor desejado (7,0 a 7,2).
Reação com ácidos orgânicos presentes no caldo.
Provocar floculação de colóides e consequente agrupamento do material em suspensão no caldo.
A cal (CaO) é adicionada ao caldo na forma de leite de cal (Ca(OH)2) ou sacarato de cálcio.
Controle de pH
Independentemente da utilização de sacarato de cálcio ou leite de cal na calagem do caldo é
fundamental um controle adequado do pH do caldo. A experiência tem mostrado que:
DOSAGEM DE POLÍMERO
Objetivos da aplicação de polímero
Pode-se dizer que os objetivos da adição de polímero ao caldo é promover a formação de flocos mais
densos no processo de clarificação do caldo, visando:
Dosagem de polímero
Bomba dosadora de deslocamento positivo é o tipo mais indicado.
Devem ser utilizados medidores de vazão de rotâmetros, para medição da vazão de polímero em
cada decantador.
O ponto de aplicação não deve ser um local de muita turbulência, porém, onde se possa garantir a
sua total homogeneização com o caldo, sem quebra da cadeia polimérica (Figura 12).
DECANTAÇÃO
A seguir examinaremos todos estes itens e sua influência na obtenção de um caldo clarificado
de boa qualidade.
Na prática podemos constatar que a temperatura está baixa observando a chaminé do balão de flash.
Se a quantidade de vapor saindo pela chaminé for muito pouca, a razão é a baixa temperatura do
caldo após os aquecedores.
3) Tempo de retenção
O tempo médio que o caldo deve permanecer no interior dos decantadores convencionais é de 3,0 -
3,5 horas. Nos decantadores tipo rápido e sem bandejas este tempo pode ser inferior a 1,0 h.
Se este tempo for muito curto a decantação será incompleta, com produção de caldo turvo, prejudicial
para a produção de açúcar. No caso do tempo de retenção ser muito longo ocorrerão perdas de
açúcar e aumento na coloração.
4) Queda de pH
Chamamos de queda de pH a diferença entre os valores de pH do caldo entrando no decantador e do
caldo clarificado saindo do decantador.
O valor da queda de pH não deve ser maior que 0,5, ou seja, o pH do caldo dosado deve ser 7,0 - 7,2
e o pH do caldo clarificado deve estar entre 6,5 e 6,7.
Os decantadores que possuem duas saídas de caldo de cada compartimento exigem maior atenção
por parte dos operadores. Não devemos deixar que a quantidade de caldo retirada em uma saída seja
maior que na outra.
Decantadores sem bandejas são ainda mais exigentes que os convencionais e a vazão de caldo
devem ser sempre constantes.
Em alguns casos o motivo apresentado para a retenção de lodo no interior do decantador é que
o lodo está muito “fino” (pouco concentrado). Geralmente as razões para a presença de lodo
muito diluído são encontradas no tratamento do caldo. Devemos verificar:
1) pH;
2) Temperatura;
3) Remoção de gases;
4) Aplicação de fostato;
5) Aplicação de floculantes.
Por outro lado, o lodo “fino” é benéfico para redução de pol da torta dos filtros e este fato deve
ser considerado sem, todavia, prejudicar a operação dos decantadores.
FILTRAÇÃO
O bagacilho auxilia na formação de um meio filtrante durante o tempo em que a seção submersa do
filtro permanece em contato com o lodo. A porosidade da torta formada determinará a capacidade de
filtração. Se o controle do vácuo não for adequado a formação da torta não será eficaz e causará
grande recirculação de impurezas.
8 - Pol da torta
Uma torta com uma quantidade de açúcar (pol) residual da ordem de 1% pode ser obtida com o
equipamento correto e condições adequadas de operação.
Se a pol da torta é alta devemos checar os seguintes itens:
4) pH e adição de polímero:
O pH do lodo deve ser ajustado na faixa de 7,5 a 8,0 com leite de cal e é recomendada e a adição de
polímero de baixo peso molecular e alto grau de hidrólise, em uma dosagem de 2,5 - 5,0 ppm calculado
sobre o lodo.
O entupimento pode ser observado pela existência de áreas do filtro não cobertas por torta, ou áreas
cobertas com uma camada muito fina e com grande quantidade de cera. No caso de ceras, estas
podem ser removidas raspando-se a tela com uma espátula de madeira ou borracha, tomando-se
cuidado para não danificar as telas.
A limpeza também pode ser feita fazendo funcionar o filtro vazio e aplicando água quente sob pressão
com uma mangueira. Ar comprimido também pode facilitar o trabalho.
Portanto, nos casos em que áreas do filtro não são cobertas com torta, as razões podem ser:
Grande quantidade de ceras;
Telas ou tubos entupidos;
Telas instaladas incorretamente.
FILTROS
LAVAGEM DA TORTA
A torta no filtro rotativo a vácuo é lavada com água para deslocar o açúcar contido nela. Os resultados
operacionais do filtro estão diretamente relacionados com a eficácia com que a água de lavagem
desloca o açúcar. A lavagem depende da aplicação uniforme de uma quantidade suficiente de água
sobre a superfície exposta da torta, para mantê-la molhada.
A lavagem pode ser feita por pulverização ou por gotejamento. A quantidade de água adicionada deve
ser suficiente para manter a superfície da torta com leve excesso de água. Água correndo sobre a
superfície destrói a torta, abrindo sulcos na camada de torta.
Para uma boa lavagem no filtro, é essencial que a água utilizada seja limpa e quente, a uma pressão
constante. Os condensados de aquecedores, vácuos e evaporação são boas fontes de água quente. A
temperatura da água deve ser superior a 80oC. Ela deve passar por um filtro (tela com abertura de
100mesh) para remover matéria estranha, que entupiria os bicos. A pressão da água deve ser superior
a 1kgf/cm2. Pressão variável da água faz variar a qualidade da pulverização e a quantidade de água
dos bicos aspersores.
O filtro de água deve ser inspecionado para observarmos a existência de entupimento. Se isto
acontece teremos a pressão e a quantidade de água diminuindo consideravelmente. O filtro deve ser
aberto, limpo e a tela deve ser trocada se necessário.
Bicos aspersores
Os bicos aspersores ainda são os mais indicados para a lavagem da torta.
Em certas ocasiões as saídas dos bicos aspersores de danificam ou desgastam necessitando
substituição.
Quando o filtro de água não recebe a devida atenção, os bicos podem entupir, alterando o formato dos
jato de água ou permitindo o gotejamento. Neste caso a lavagem da torta será prejudicada e poderá
ser deslocada da tela. Para que a lavagem e recuperação do açúcar sejam eficiente todos os bicos
aspersores devem funcionar corretamente. Os bicos podem ser limpos com jatos de ar.
É recomendado que as tubulações de água após o filtro e que sustentam os bicos sejam de aço inox.
Canaletas e gotejamento
Os tubos e canaletas de gotejamento devem ser nivelados para fornecer uma distribuição uniforme de
água em todo o comprimento do tambor. A distribuição uniforme é importante na recuperação do
açúcar da torta e deve receber a atenção necessária. Não devemos esquecer que a correta aplicação
da água é tão importante quanto a quantidade de água aplicada na lavagem.
PREPARO DO LODO
Correção do pH
Como foi descrito anteriormente a adição da quantidade e qualidade correta de bagacilho é de
fundamental importância para a boa performance do filtro rotativo a vácuo. No entanto somente isto
não é o suficiente.
O lodo deverá estar floculado para que no momento da filtração o caldo liberado do lodo esteja mais
limpo e as partículas em suspensão retidas nos flocos formados. Para que isto ocorra é fundamental a
correção de pH do lodo com leite de cal a valores na faixa de 8,0 a 8,5.
Adição de polímero
Muitas vezes a adição do polímero no lodo é dispensável quando o mesmo apresenta boas
características de filtrabilidade. No entanto, em outras vezes é grande a diferença na qualidade do
caldo filtrado (melhor retenção) e na polarização da torta quando se adiciona polímero. A dosagem
Diluição do lodo
Tem sido prática comum em algumas usinas a diluição do lodo, com o objetivo de melhorar as
características de filtrabilidade do mesmo.
Foi observado que a diluição do lodo a nível de 2 a 3oBrix inferior ao Brix do caldo clarificado foi
suficiente para melhorar a floculação e consequentemente a filtração. Esta é apenas uma constatação
prática para alguns casos e não deverá ser tomada como regra geral.
Estudiosos no assunto como Lionnet (2) cita que para uma boa condição de filtrabilidade o lodo não
deve ter mais que 4% (em peso) de sólidos não fibra e esta é a razão de necessidade de diluição
eventual do lodo citado. Evidentemente a quantidade de fibra necessária deve ser paralelamente
observada como já foi citado no item 2.4.
A água utilizada deve ser água condensada com temperatura superior a 80ºC.
Attard (7) recomenda a recirculação do caldo filtrado no lodo em substituição parcial ou total da água
de diluição. Para a relação fibra/sólidos não fibra 0,5 uma taxa de 20% de recirculação de caldo
filtrado é tolerada.
Quando o lodo estiver muito concentrado recomenda-se a utilização do retorno de caldo filtrado
juntamente com água de diluição, de forma a manter o lodo com boas características de filtrabilidade.
Evidentemente a diluição é um dos fatores que auxiliam a filtração e deve estar associada à correção
de pH e adição de polímero conforme citado anteriormente.
Temperatura do lodo
É importante que a temperatura do lodo na alimentação do filtro seja superior a 80ºC (1), fato que
melhora a filtrabilidade pelas seguintes razões:
Menor viscosidade de solução.
Maior arraste das ceras e gomas que se solubilizam no caldo, impedindo que o filtro fique
"encerado".
1) Vácuo aplicado
Vácuo baixo: 7 a 10"Hg
Vácuo alto : 18 a 20"Hg
2) Espessura de camada
Ideal: 7 a 10mm
A espessura da torta está ligada com vácuo aplicado na pega, bagacilho adicionado, a rotação do filtro
e concentração do lodo.
3) Bagacilho adicionado
Normalmente a adição de bagacilho varia de 3 a 6kg/TC.
Esta variação é grande devido as diferentes características do lodo a ser processado. Por exemplo,
lodo proveniente de um caldo peneirado em peneira fina exige muito mais bagacilho do que o lodo
proveniente de caldo que passa apenas por cush-cush (peneira). Outra grande variação é quando
existe período prolongado de chuva, onde o lodo é muito mais carregado de sólidos minerais. Nestes
momentos, para manter a relação de fibra ideal, maior ou igual a 0,35, é necessário adicionar mais
bagacilho.
4) pH do lodo
Para melhorar a filtrabilidade do lodo dever-se adicionar o leite de cal até pH na faixa de 8,0 - 8,5.
5) Adição de polímero
Por motivo semelhante ao da cal, o polímero ajuda a melhorar a filtrabilidade e porosidade da torta.
Deve-se usar polímero de baixo peso molecular na proporção de 4 a 5ppm em relação ao lodo (1ppm
em relação a cana).
6) Água de lavagem
Valores encontrados: 100 a 200% torta.
Valores superiores a 200% torta em geral não provocam mais queda significativa de pol e podem
reduzir a retenção.
A temperatura da água de lavagem deve sempre ser superior a 80 oC. As razões são que a
solubilidade da sacarose aumenta com a temperatura e maior arraste das ceras.
7) Rotação do filtro
Quanto menor a rotação menor a pol devido ao maior tempo de lavagem.
Valores encontrados: 10 a 30rph
Valores recomendados: 10 a 15rph
2.11.2 Retenção de sólidos
A baixa retenção de sólidos pode estar relacionada com:
1) Falta de bagacilho.
2) Má qualidade do bagacilho.
3) Mistura inadequada do bagacilho com o lodo.
4) Excesso de água de lavagem.
5) Rotação excessiva (pequena espessura de camada filtrante).
6) Vácuo aplicado: vácuo elevado na pega (formação da torta) causa baixa retenção.
7) Má floculação.
UMIDADE DA TORTA
Se a umidade da torta for elevada deve-se checar:
3) Porosidade da torta
Está relacionada principalmente com:
Quantidade/qualidade do bagacilho;
4) Espessura da camada
Está relacionada com:
Vácuo aplicado na pega;
Quantidade de bagacilho;
Rotação do filtro;
Concentração do lodo;