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MANEJO DE PACIENTES INFANTIS NO

AMBIENTE ODONTOLÓGICO

FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES DAS CRI ANÇAS

- nível socioeconômico;
- escolaridade;
- contexto familiar;
- experiência prévia;
- personalidade;
- medo/ansiedade (objetivo/subjetivo);
- nível cognitivo e maturidade (crianças e adolescentes).

MANEJO DO COMPORTAMENTO INFANTIL

PONTOS IMPORTANTES

1. estabelecer comunicação: conhecer as crianças e


desenvolver uma conversa;
2. aliviar medo e ansiedade;
3. construir uma relação de confiança entre dentista,
criança e pais;
4. promover uma atitude positiva em relação aos cuidados
de saúde bucal e o atendimento odontológico;
5. desenvolver saúde bucal.

AS TÉCNICAS DE MANEJO DO
COMPORTAMENTO INFANTIL

- as técnicas se dividem em: farmacológicas e não-


farmacológicas; TÉCNICAS NÃO-FARMACOLÓGICAS PSICOLÓGICAS

FARMACOLÓGICA: considerada uma técnica negativa e FALAR-MOSTRAS-FAZER


aversiva; ex.: sedativo oral, óxido nitroso, como também
- indicada para qualquer paciente, não havendo restrições;
anestesia geral (esses recursos são utilizados apenas em
último caso, quando as técnicas não-farmacológicas não - bastante utilizada principalmente na primeira visita do
surtirem o efeito desejado, ou em pacientes com paciente ao dentista;
necessidades especiais); - consiste em explicar o que será feito (falar), demonstrar de
maneira lúdica o procedimento (mostrar) e só então realiza-
NÃO-FARMACOLÓGICAS: técnica positiva e bem aceita;
lo (fazer);
são divididas em psicológicas e de contenção.
OBJETIVOS: familiarizar a criança com o consultório
odontológico, ensinando aspectos importantes sobre o
tratamento; modelar o comportamento da criança
explicando o que se espera dela para o atendimento;
FALAR: fornecer informações visuais para criança e
responsáveis sobre o que esperar da consulta odontológica,
explicar o que será realizado e proporcionar um ambiente REFORÇO POSITIVO
agradável para que a criança se sinta à vontade para fazer
perguntas e tirar dúvidas (ex.: apresentação do álbum - consiste em reforçar comportamento positivos, por meio
seriado); de elogios, lembrancinhas, brinquedos, balões, ou até
mesmo um abraço;
MOSTRAR: familiarizar a criança com o ambiente
odontológico; ex.: criança aprendendo a usar o fio dental; - pode ser utilizada em todos os pacientes;

FAZER: sem desviar da explicação e demonstração. - indicação: quando o cirurgião-dentista consegue realizar o
objetivo previamente estabelecido.

DISTRAÇÃO SOCIAIS NÃO-SOCIAIS


- consiste em atrair a atenção do paciente para outra MODULAÇÃO DE VOZ BRINQUEDOS
POSITIVA
atividade enquanto o profissional realiza o procedimento;
EXPRESSÃO FACIAL LEMBRANCINHAS: BALÕES,
OBJETIVOS: desviar a atenção do procedimento que pode ADESIVOS, MEDALHA,
ser entendido como desagradável e evitar um possível CERTIFICADO DA CORAGEM
comportamento negativo; DEMONSTRAÇÕES FÍSICAS DE
AFETO E RESPEITO
- indicada para qualquer paciente, não possui
contraindicações;
- tal atividade pode ser: conversar com a criança, cantar
PRESENÇA DOS RESPONSÁVEIS
músicas, contar histórias, projetar vídeos ou utilizar
brinquedos. - reconhecer se essa ação otimiza ou prejudica o
atendimento;
CONTRAINDICAÇÃO: pais que não estão dispostos ou são
MODELAGEM incapazes de estender apoio afetivo (medo, ansiedade).

- consiste em visualizar o procedimento que será realizado


em um modelo, o qual pode ser outra criança já OBJETIVOS:
condicionada, os responsáveis, um boneco ou até mesmo o
próprio dentista; PAIS:
- pode ser realizado em tempo real ou por meio da - participar do exame e tratamento da criança;
apresentação de vídeos;
- oferecer a criança mais jovem suporte físico e psicológico;
OBJETIVOS: reduzir a ansiedade da criança e introduzi-la no
tratamento odontológico; fazer com que a criança visualize - observar a realidade do tratamento do filho;
o procedimento antes de ser realizado em si própria e - diminuir a percepção do desconforto.
comportar-se conforme o “modelo”;
- utilizada com sucesso em todas as faixas etárias, sendo
mais eficaz em crianças abaixo dos sete anos. DENTISTA:

- ganhar a atenção da criança;


- evitar comportamentos negativos e de recusa;
- estabelecer papéis apropriados de dentista-paciente;
- melhorar a comunicação efetiva;
- minimizar a ansiedade e alcançar uma experiência
odontológica positiva;
- facilitar o consentimento diante de mudança no plano de
tratamento.
CONTROLE DE VOZ OBS1.: caso o profissional não possua nenhum dos dois,
pode-se confeccionar um com espátulas de madeira e gaze;
- consiste em alterar o volume, tom e/ou ritmo da voz para o abridor deve ser posicionado entre as arcadas superior e
influenciar e dirigir o comportamento do paciente; inferior, do lado oposto ao da realização do procedimento;
- a expressão facial do dentista também deve refletir a OBS2.: lembrando que, no caso do abridor de boca de
atitude e mostrar segurança; silicone, é recomendado segurá-lo durante o uso e para
OBJETIVOS: maior segurança amarrá-lo com uma gaze ou fio dental, para
evitar deglutição do mesmo.
- conseguir a atenção e colaboração do paciente;
- evitar comportamentos negativos ou recursa do paciente;
- estabelecer papéis adequados na relação adulto-criança;

INDICAÇÃO: qualquer paciente, especialmente em crianças


acima de 3 anos de idade para estabelecer limites; CONTEÇÃO FÍSICA
CONTRAINDICAÇÕES: pacientes com deficiência auditiva; - restrição da liberdade de movimento do paciente para
diminuir os riscos de injúria durante o tratamento,
OBS.: melhorando a qualidade do atendimento odontológico;
- é muito importante que a informação venha de uma única INDICAÇÕES:
fonte, ou seja, apenas o cirurgião-dentista que está
- pacientes não cooperativos e imaturos;
conduzindo o atendimento deve falar; se houver outras
pessoas falando ao mesmo tempo, a criança pode ficar - pacientes não cooperativos deficientes físicos e mentais;
confusa; - pacientes sedados com limitação de movimentos;
- além disso, recomenda-se que antes de usar a técnica, seja - em caso de ameaça da segurança do paciente, pais ou
obtido o consentimento por escrito dos responsáveis, a fim
profissionais;
de evitar qualquer mal-entendido;
- em casos de urgência;
- uso de voz assertiva pode ser aversiva para alguns
responsáveis não familiarizados com a técnica. CONTRAINDICAÇÕES: quando não se consegue
imobilização com segurança dos pacientes devido o estado
sistêmico ou físico; pacientes com experiências negativas
prévias da técnica; pacientes maduros
TÉCNICAS NÃO FARMACOLÓGICAS DE CONTENÇÃO

- quando todas as técnicas de manejo psicológico foram


utilizadas e ainda assim a criança resiste ao tratamento, CONTENÇÃO ATIVA
podemos lançar mão das técnicas de contenção física.
- joelho com joelho;
- criança no colo do responsável;

ABRIDORES DE BOCA - mãos dadas;


- imobilização das mãos e joelhos da criança: mãe deitada
- consiste na utilização de um dispositivo que permite que a
segurando a criança;
criança permaneça com a boca aberta para realização do
tratamento - corpo a corpo: mãe deitada sobre a criança;

INDICAÇÃO: crianças muito pequenas que não possuem a - sentado na parte anterior da cadeira (sela): mãe sentada
musculatura treinada para permanecer com a boca aberta; e as pernas da criança sobre o colo da mãe;
pacientes não cooperativos quando há risco de fechar a boca - tomada radiográfica é feita muitas vezes com o auxílio do
e machucar tanto a si mesmos tanto o dentista responsável.
VANTAGENS: menor risco de mordidas durante a execução
do tratamento, como também menor risco de deglutição de
alguma substância ou instrumental;
- são comercializados diferentes tipos de abridor de boca,
entretanto os mais utilizados são o de silicone e o abridor de
molt;
CONTENÇÃO PASSIVA

PED WRAP: lençol com velcro que envolve na criança que


imobiliza os braços e pernas;
MACRI: atende a criança em uma maca ao invés de ser na
cadeira odontológica.

PONTOS IMPORTANTES
- equipe treinada para realizar uma contenção coordenada,
calma e segura;
- paciente deve ser observado continuamente pela equipe;
- durante o atendimento, tentar provocar relaxamento do
paciente.

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