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• Deve-se criar recursos para ouvir e

INTRODUÇÃO
entender a criança (O que ela
A odontopediatria surgiu no Brasil como pensa? O que ela ouve? O que ela
área de ensino em 1931, quando, sob vê? Quais as necessidades dela?);
influência da Psicologia, a infância • O profissional que deve se adaptar a
passou a ser reconhecida como uma linguagem que a criança é capaz de
fase do desenvolvimento humano, com expressar no momento.
características específicas, requerendo
habilidades também específicas para PROCEDIMENTOS INVASIVOS
manejá-la. Procedimentos invasivos podem ser
definidos como qualquer técnica
AUTONOMIA
operatória ou diagnóstica que
O paciente infantil precisa ter usualmente envolve o uso de
autonomia. instrumentos e requer a penetração de
tecido ou invasão de um orifício
• ONU Assembleia Geral 20/11/1989
corporal. Em geral, os pacientes
em vigor desde 02/09/1990.
mostram-se temerosos com relação a
esses procedimentos.

• No contexto do atendimento
odontológico, também existem
situações potencialmente aversivas
• Resolução n° 196/96 do CNS, dispostas por procedimentos
Simpósio Internacional sobre a odontológicos invasivos, como a
Bioética e os direitos da criança anestesia infiltrativa, cirurgias bucais,
(2000) e a ADA falam sobre os uso de motores de alta e baixa
“Princípios da Ética e Código de rotação;
conduta profissional” em que o • O medo, a ansiedade e o estresse
respeito à autonomia da criança podem estar presentes, o que pode
deve ser sempre considerado. fazer com que o paciente emita
comportamentos de não-
EMPATIA colaboração.
O profissional deve ter empatia com a
MEDO, ANSIEDADE E ESTRESSE
criança, tentando sempre se colocar no
lugar dela. Quando presentes, alteram o eixo
hipotálamo-hipófise-adrenal que leva a
• O paciente infantil apresenta uma maior liberação de catecolaminas
respostas imaturas emocionalmente
e corticosteroides apresentando
(desenvolvimento); respostas adrenomedulares (medo e
ansiedade) e adrenocorticais (estresse tratamento odontológico;
e estresse crônico).
2) Aprendizagem por meio do relato de
familiares e por informações
estereotipadas que são veiculadas pela
mídia;

3) Medos e transtornos de ansiedade


que o indivíduo já adquiriu;

4) Relação dentista-paciente pouco


• Clinicamente essa resposta pode ser
empática ou insuficientemente
identificada como instabilidade
estabelecida.
motora e descoordenação
perceptivo-motora. ESTÍMULOS ANSIÓGENOS

O medo e ansiedade em relação a Alguns equipamentos e situações


figura do dentista também pode estar presentes no consultório odontológico
relacionada a uma história de são considerados estímulos capazes de
aprendizagem prévia. provocar ansiedade no paciente
pediátrico, tais como:
• Familiares com experiências
odontológicas ruins, mídia, por • Luz do refletor;
experiência anterior direta, • Movimentos da cadeira;
experiência imediata. • Sugador de saliva;
• Barulho dos motores;
ORIGEM DO MEDO DE DENTISTA EM • Visão da seringa anestésica.
CRIANÇAS
De maneira geral, a presença do medo
Três variáveis relacionadas aos medos
e da ansiedade no paciente infantil
infantis:
podem ser identificadas por
1) Procedimentos potencialmente comportamentos de não-colaboração,
produtores de dor (injeções e sendo principalmente choro e
perfurações); movimentação excessiva.

2) Situações associadas a sofrimento • A intervenção psicológica


físico e psicológico (presença de concomitante ao tratamento
estranhos, mobiliários e instrumentos odontológico auxilia os pacientes a
ameaçadores); enfrentar rotinas odontológicas
invasivas, para redução do nível de
3) Procedimentos menos invasivos, ansiedade de indivíduos com história
embora desconfortáveis (manter a de medo ou de não colaboração
boca aberta). em tratamento bucal;
• A criança não é um adulto em
FATORES PREDISPONENTES AO MEDO
miniatura.
DE DENTISTA

1) História pessoal de experiências mal REPERTÓRIO COMPORTAMENTAL


sucedidas de enfrentamento a
Repertório comportamental esperado provavelmente já foi ao dentista e já
em cada etapa da vida da criança, vivenciou outras situações, o que
lembrando que a idade pode variar de justifica o declínio do medo do
acordo com a aprendizagem de cada desconhecido. Nessa idade, ter
indivíduo. cuidado para não entrar em
contradição.

OBS.: Até os 10 anos ocorre o


desenvolvimento do autocontrole (fazer
uma coisa não tão agradável
pensando no futuro melhor – escovar os
dentes agora para não ter problemas
futuros).
OBS.: A partir dos 2 anos, a criança
começa a aprender que ela pode se OBS.: A partir dos 10 anos, já é possível
opor (idade do não), por isso, sempre explicar numa linguagem que envolva
oferecer poucas opções e que levem a questões técnicas do tratamento.
colaboração (uma ou outra), não
perguntar, por exemplo, “você quer DEFINIÇÃO E RELEVÂNCIA CLÍNICA
sentar na cadeira?”.
As técnicas de manejo
OBS.: Com 3 anos, a linguagem já é mais comportamental são empregadas para
estabelecida, fazendo com que o reduzir medo e ansiedade do paciente,
relacionamento fique um pouco mais estabelecer uma atitude positiva e
fácil, embora o negativismo ainda possa realizar os cuidados de saúde bucal
estar presente. Já pode dar maiores com segurança física e emocional para
explicações (a criança quer saber o crianças, adolescentes e PNE.
que vai acontecer, quer participar, falar
• Técnicas não farmacológicas X
dela).
farmacológicas;
OBS.: Com 4 anos, o repertório de • Pelos guias clínicos internacionais de
palavras é bem maior, o que torna manejo do comportamento essa
possível dar maiores explicações divisão é feita entre técnicas básicas
acerca do tratamento. Já apresenta e avançadas.
interesses (o que ela gosta, qual seu
ESTRESSE TÓXICO
desenho favorito, qual cor ela prefere) e
são estratégias que podem ser utilizadas Estresse alto e contínuo que pode
para estabelecer uma melhor relação causar danos irreversíveis ao
profissional-paciente. desenvolvimento neuropsicomotor e
predispor a doenças orgânicas,
metabólicas e transtornos
comportamentais ao longo dos anos.

• Excitação do corpo e mente


levando a níveis intoleráveis de
adrenalina, cortisol e norepinefrina;
OBS.: Uma criança de 5-6 anos • Pode ser evitado por meio de
técnicas de abordagem entre o paciente e o ambiente em
comportamental em que o suporte que são dispensados os cuidados
emocional constante ao paciente é com o tratamento.
um fator diferencial, possibilitando
É necessário a compreensão da
que o profissional trabalhe em níveis
interação entre diversas variáveis:
de estresse positivo à tolerável
(estresse positivo/tolerável/tóxico). a) Desenvolvimentais, considerados os
diferentes contextos de
Compete ao profissional:
desenvolvimento de uma criança;
a) Conhecer, reconhecer e evitar o
b) Socioeconômicas e culturais do
estresse tóxico durante os
paciente e dos familiares;
procedimentos;
c) Capacidade de enfrentamento de
b) Proteger a criança usando técnicas
situações estressantes;
comportamentais de acordo com a
idade, as condições emocionais e o d) Histórico pessoal e familiar do
caso clínico; paciente.
c) Considerar risco e urgência, OBS.: Todo comportamento está
procedimentos mais simples; relacionado a um contexto.
d) Informar pais sobre riscos e benefícios PSICOLOGIA APLICADA À ODONTOLOGIA
(TCLE); E O MANEJO DO COMPORTAMENTO

e) Odontologia de mínima intervenção; O principal objetivo dessa área do


conhecimento é intervir nas variáveis
f) Apoio aos pais. psicossociais que interferem nos
processos de diagnóstico, tratamento e
COMO CONHECER O PACIENTE
reabilitação:
É preciso conhecer o paciente com que
estamos lidando para fazer um • Sentimentos;
planejamento da intervenção • Crenças;
psicológica. • Ideias;
• Reações;
• As intervenções seriam mais • Expectativas.
eficientes se fosse efetuado
anteriormente um planejamento Avaliar o perfil comportamental e
ambiental orientado ao intelectual da criança; considerar a
faixa etária.
desenvolvimento comportamental
do paciente (criar um ambiente
agradável e que tenha recursos para
facilitar o atendimento); Escolha da(s) estratégia(s) de manejo
• A definição de variáveis psicossociais que serão utilizadas.
não é suficiente;
• Há necessidade de compreensão
O PRIMEIRO PASSO
mais precisa da relação funcional
Isto não é óbvio, nem é uma tarefa fácil. ela está fazendo? Como ela está?
Está inquieta, chorando, calma?)
Existem diversos modos para o
• Anamnese
estabelecimento da entrevista ou
• Atividade lúdica;
anamnese.
• Treino de escovação;
OBS.: Na odontopediatria, a anamnese • Exame clínico;
não deve ser realizada somente no 1° • Procedimento restaurador;
dia, mas em toda sessão, antes de • Saída do consultório.
começar: perguntar sobre a semana
O que observar?
que passou, se ficou doente, se
aconteceu algo importante na escola, 1. Movimento físico;
no trabalho ou em casa, pois estes 2. Expressão facial;
acontecimentos podem influenciar o 3. Direção do olhar;
comportamento no atendimento 4. Interesse por/manipulação de
odontológico. objetos;
5. Verbalizações.
a) Questionários formais

• Amplamente utilizados em
instituições públicas e particulares; ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO
• Permite uma sistematização e PSICOLÓGICA (MANEJO DO
rapidez na coleta de informações COMPORTAMENTO) PARA O
dos usuários de serviço. ATENDIMENTO EM SAÚDE

Crítica: informal e pouco específico ABORDAGENS EFICAZES


para os problemas de cada paciente.
1) Adaptar a sua abordagem ao
b) Entrevistas abertas ou comportamento da criança
semiestruturadas;
• Ex.: Se ela é tímida, não fazer
• Permite um contato face a face com interrogatório;
o paciente; • Caso da formiga (a criança possui
• Permite uma verbalização maior do uma linguagem muito literal) – o
usuário sobre seu problema e sua dentista quis explicar a anestesia de
história. maneira figurada por meio da
formiga (a criança tinha medo de
Crítica: dispersão maior dos dados do
formigas);
paciente.
• Cuidado para não usar muitos
c) Utilização de testes e instrumentos de diminutivos.
avaliação formal;
2) Usar frases no imperativo
d) Observação do comportamento do
Ex.: “abra a boca” em vez de “você
paciente.
quer abrir a boca?”
• Sala de espera (observa de longe e
3) Não mencionar a palavra dor ou
não chama direto; observar: O que
palavras que causem aflição
• Pode ser que o medo da criança seja f) Endodontia;
outro, evitar trazer ansiedade g) Cirurgia.
adicional;
• Não mostrar agulha; HORÁRIO E DURAÇÃO DA CONSULTA
• Quer perguntar se está doendo, • Geralmente as crianças são mais
pergunte “algo está te colaborativas no período da manhã
incomodando?" (pode variar muito de criança para
criança);
4) Não ridicularizar o medo da criança
• A duração de aproximadamente 30
Exemplos: barata, altura. minutos é o ideal para crianças de
pouca idade.
5) Preocupação com o bem-estar da
criança TÉCNICAS DE MANEJO DE
COMPORTAMENTO
Exemplo: levantar a mão quando quiser
que pare. 1) ATIVIDADE LÚDICA

6) Não permitir que a criança Constitui um ambiente planejado e


interrompa o tratamento a todo enriquecido que possibilita à criança a
momento oportunidade de entretenimento,
prazer e aprendizagem de habilidades
Exemplo: ir ao banheiro, falar.
relevantes ao enfrentamento de
OBS.: Se for uma criança muito situações potencialmente estressantes.
pequena, a ansiedade pode provocar
Objetivo: proporcionar as contingências
uma maior necessidade de idas ao
para que ocorra o aprendizado sobre
banheiro (deixar).
regras; a preparação da criança para o
7) Não diminuir a criança procedimento; a exteriorização dos
medos que a criança venha a ter; a
Exemplo: “você já é grande e se estimulação da criatividade e do
comporta como um bebê” raciocínio da criança.
8) Feita uma combinação verbal com a • Pode ser livre ou planejada;
criança, esta deve ser mantida • Quando planejada pode
Relação de confiança. desempenhar tanto uma função
recreativa como uma função
Urgência do tratamento educacional;
• O brincar pode fornecer à criança
Sempre verificar a urgência do
um ambiente planejado e
tratamento e partir do procedimento
enriquecido que possibilite a
mais simples para o mais complexo.
aprendizagem de habilidades.
a) Controle de biofilme;
O brincar pode ser explorado como
b) Verniz fluoretado;
condição para o acesso dos
c) Adequação do meio;
comportamentos da criança (conhecer
d) Selante;
seu paciente), instrumentos de
e) Dentística;
comunicação (informação) e
alternativa de intervenção (ensino de serão utilizados no tratamento, nomeá-
habilidades de enfrentamento – los, descrevê-los e demonstrar sua
suportar as consequências). utilização à criança.

Ao observar o repertório CONTE-MOSTRE-DEMONSTRE-FAÇA


comportamental de crianças na
Demonstração pode ser verbalmente,
atividade lúdica algumas informações
em modelos de gesso, manequim.
podem ser obtidas:
Objetivo: lidar com o medo da criança
• Iniciativa;
frente a situações desconhecidas.
• Interação social;
• Comportamento verbal; Indicação: Para pacientes que ainda
• Movimentação corporal; não têm experiência com o tratamento
• Reações; odontológico ou que apresentem sinais
• Comportamento exploratório; de medo, ansiedade (mas que tenham
• Extroversão/Introversão; a curiosidade).
• Dependência;
• Autoestima. Precauções: Evitar conversas paralelas,
barulhos ou movimentos inesperados.
Indicadores de ansiedade: instabilidade Não permitir uma série prolongada de
motora, descoordenação perceptivo- indagações como forma de adquirir o
motora, padrão respiratório. controle da situação e adiar o
procedimento.
Exemplo: Criança fazendo o papel de
dentista (por meio dessa brincadeira
pode-se ensinar a criança algumas
habilidades que podem ser
reproduzidas por ela durante seu
atendimento).

OBS.: Essa estratégia não é universal e


nem sempre deve ser utilizada, visto
que, muitas crianças podem ter medo
dos instrumentais. Sempre perguntar
antes se o paciente deseja ver, segurar,
sentir o instrumento.
2) FALAR-MOSTRAR-FAZER

Explicar os procedimentos, instrumentais 3) DISTRAÇÃO


e equipamentos presentes no Introdução de estímulos no ambiente
consultório odontológico numa para desviar a atenção do paciente da
linguagem simples; demonstração situação de tratamento odontológico,
visual, auditiva, tátil e olfatória, para em diminuindo a percepção de
seguida realizar o procedimento. procedimentos desagradáveis.
CONTE-MOSTRE-FAÇA Os estímulos devem competir com os
Apresentar principais instrumentos que estímulos do consultório que são
percebidos como aversivos, reduzindo a
probabilidade da ocorrência de semelhante àquele que será
comportamento de fuga e esquiva. executado nesta criança;
• A observação de um outro indivíduo
• Cantar;
exposto a uma situação
• Contar histórias;
ameaçadora e que tenha
• Vídeos.
apresentado repertório de
Definição: Tirar a atenção do paciente comportamentos adequado, pode
do que possa ser entendido como encorajar a criança a submeter-se à
desagradável e orientar sua atenção mesma situação;
para estímulos atrativos. • Escolher criança na mesma faixa
etária, ou pessoas significativas para
Objetivo: Diminuir a percepção de a criança, como amigos ou
estímulos repulsivos; criar um ambiente parentes, como modelos.
do qual a criança não deseje fugir.
Objetivo: Reduzir o medo dos
Precauções: O profissional deve manter tratamentos dentários; adotar uma
o controle da situação e evitar satisfazer conduta positiva quanto aos
desejos sucessivos como forma de evitar procedimentos odontológicos.
o tratamento.
Indicação: Crianças que não tiveram
experiências anteriores no dentista;
pacientes ansiosos e/ou com
comportamento não colaborador.

Precauções: A criança também pode


aprender a sentir medo e ansiedade se
observar modelos ansiosos.

OBS.: A distração funciona melhor


naqueles pacientes que não querem
ver o procedimento, que tem medo dos
instrumentos. Não muito efetiva para
5) PERCEPÇÃO DE CONTROLE
crianças curiosas.
Para reduzir a ansiedade → fornecer ao
4) MODELAÇÃO
paciente algum grau de controle sobre
A criança observa um modelo que foi a situação.
submetido a um procedimento
• Oportunidade de fazer escolhas
semelhante ao que será realizado nela.
(escolher o sabor do anestésico
Desloca-se a atenção para o
tópico, a cor do sugador, o sabor do
comportamento colaborativo.
flúor – da a percepção que ele tem
• Um vídeo, slides, cenas ao vivo de controle sobre a situação e ao
uma outra criança que foi submetida mesmo tempo não interfere na parte
a um procedimento odontológico técnica do tratamento);
6) REFORÇAMENTO POSITIVO ansiedade vão sendo progressivamente
apresentadas. É direcionada a uma
Recompensar os comportamentos
situação ansiogênica específica.
desejados.
Objetivo: substituir a resposta
Objetivo: reforçar o comportamento
ansiogênica por uma resposta inversa
positivo desejado, possibilitando o
de relaxamento.
aumento da frequência deste.
Precauções: Evitar o número elevado
Precauções: deve ser realizado
de sessões de adaptação para que o
imediatamente após a atitude
dentista não se perca em sua atuação.
desejada e não antes dessa, em troca
A técnica não tem boa aplicação em
de promessa de bom comportamento.
situações de emergência.

9) ESTRUTURAÇÃO DO TEMPO

Informar a duração, em segundos, de


um procedimento odontológico, e, ao
realizá-lo, contar em voz alta.

Objetivo: dividir o procedimento em


sequências menores de tempo, desse
modo o paciente tem a sensação de
controle sobre as etapas do tratamento
7) MODELAGEM e passa a mostrar comportamentos de
colaboração.
Desenvolvimento de uma nova
conduta, reforçando os Precauções: Não contar segundos a
comportamentos que se assemelham mais do que foi proposto à criança;
cada vez mais ao desempenho final interromper o procedimento quando os
desejado, em aproximações sucessivas segundos terminarem.
a esse comportamento.

Objetivo: Produzir um comportamento


que a criança ainda não executa.

Precauções: Levar em conta as


particularidades da criança, ritmo e
dificuldades. 10) SUPORTE

A acompanhante segura a mão do


paciente durante a realização do
tratamento.

Objetivo: Possibilitar que a criança


enfrente uma condição
8) DESSENSIBILIZAÇÃO potencialmente aversiva, com o
suporte de seu cuidador.
As situações que causam medo ou
Precauções: Analisar os benefícios e d) Não prometer o que não pode
contribuições que a presença dos pais cumprir – que vai dar brinquedo se for
pode trazer para o manejo do bem no dentista, não dizer que o
comportamento da criança. Não é dentista vai só olhar;
recomendada a presença dos pais na
e) Não contar para outras pessoas que
sala de atendimento quando for
a criança teve um comportamento
percebido que eles apresentam
difícil – não aumentar a frequência do
ansiedade e medo, podendo
comportamento;
prejudicar o andamento da consulta.
f) Elogiar o bom comportamento
quando ele ocorrer.

12) PARTICIPAÇÃO ATIVA

A criança é incentivada a participar


ativamente do procedimento,
segurando o espelho de mão, sugador
ou outro instrumento odontológico.

Objetivo: promover maior autonomia


11) PARTICIPAÇÃO DO
para a criança e familiarização com o
ACOMPANHANTE
tratamento odontológico.
É necessário ensinar que respostas o
acompanhante deve emitir para que as Precauções: determinadas rotinas
estratégias psicológicas sejam bem odontológicas não comportam a
sucedidas. possibilidade de o paciente participar
ativamente da execução do
• Esclarecer a necessidade e a tratamento.
importância dos procedimentos a
serem executados e das estratégias
psicológicas;
• Deixar claro a importância do seu
apoio e confiança no profissional
para transmitir segurança à criança.

Orientação aos pais

a) O choro é uma reação normal –


crianças de pouca idade;
13) RELAXAMENTO
b) Não ameaçar – “se você não se
comportar vou te levar no dentista e ele Estratégias de relaxamento muscular e
vai te dar uma injeção enorme!” “se respiração profundas efetuadas
você não deixar o dentista tratar, você imediatamente antes da execução de
vai apanhar quando chegar em casa”; um procedimento odontológico. O
relaxamento físico é uma resposta
c) Não enganar – dizer vai levá-la ao contrária à ansiedade.
shopping e trazer ao dentista;
Objetivo: Produzir diminuição gradativa realização do tratamento odontológico
da tensão muscular da criança, bem de urgência;
como maior equilíbrio respiratório;
Indicação: pacientes que necessitam
reduzir a agitação motora durante o
de tratamento imediato, porém que
procedimento (diminuição da ativação
não cooperam por imaturidade
– fluxo de adrenalina);
emocional ou pela condição física e
Precauções: usar técnicas mais mental.
complexas de relaxamento com o
Precauções: analisar cada paciente e
devido conhecimento das mesmas.
as estratégias possíveis de se realizar; ter
OBS.: Não produz bons resultados com o consentimento dos pais ou cuidadores
todos os pacientes. informando e documentando na ficha
do paciente antes de utilizar a
14) REFORÇAMENTO INTERMITENTE contenção física.
Cria-se um esquema que especifica
• Último recurso;
quais ocorrências de um
• Para utilizar, o profissional deve ter
comportamento serão reforçadas.
conhecimento da técnica e controle
Objetivo: auxiliar na moderação dos emocional;
comportamentos de não colaboração. • Utilizar como uma estratégia para
familiarização e com o objetivo de
Indicação: crianças com preparar o paciente para receber
comportamento de não colaboração. tratamento sem contenção.
Precauções: escolha do reforçador
adequado para cada faixa etária e
para cada caso.

Intervalo pós colaboração

Consiste em interromper o tratamento


por um curto intervalo de tempo, após OBS.: Reflexo de Babkin: pressionar as
manifestações de colaboração no duas palmas das mãos do bebê ao
intuito de permitir que a criança mesmo tempo e o bebê abre a boca –
descanse. facilita o acesso a acesso a cavidade
bucal do bebê.
15) ESTABILIZAÇÃO PROTETORA
(CONTENÇÃO FÍSICA) CONCLUSÃO

É a limitação da liberdade de O profissional deve possibilitar a


movimentos do paciente a fim de disposição de contingências que
diminuir o risco de ferimento ao permitir possam auxiliar o paciente a enfrentar
a conclusão segura do tratamento. as situações aversivas durante o
tratamento, bem como, estruturar
Objetivo: reduzir os movimentos súbitos; situações em que o próprio paciente
proteger o paciente, seus cuidadores e possa controlar seu comportamento.
a equipe odontológica; permitir a
O sucesso do manejo do paciente não
pode ser medido pela conclusão de um
procedimento odontológico específico,
mas pela frequência de
comportamentos colaborativos que a
criança apresenta ao longo das sessões
de tratamento.

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