Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ITAJAÍ
2024
Nos últimos anos, a crescente utilização da noção de competência no ambiente
empresarial brasileiro demonstra uma importante referência de mudanças nos princípios
e práticas de gestão empresarial no país. Tanto analisando de um ponto de vista
estratégico, que envolve as competências organizacionais e as competências essenciais,
quanto considerando um conjunto mais detalhado de atividades ligadas à administração
de recursos humanos (como seleção e recrutamento, desenvolvimento e capacitação,
avaliação e remuneração por competências), fica claro que o conceito de competências é
marcado por uma série de ambiguidades. Essas ambiguidades, sem dúvida, representam
um desafio para a aplicação eficaz desse conceito pelas organizações (Ruas e Boff,
2005)
Segundo Fleury e Fleury (2001), no Brasil, o debate sobre competências emerge
na discussão acadêmica, de início, fundamentado na literatura americana, pensando
competência como input, ou seja, como algo que o indivíduo possui. Num segundo
momento, foi introduzido o pensamento de autores franceses como Le Boterf, e de
autores ingleses como Jacques que vieram a contribuir gerando novas perspectivas e
enfoques, segundo as quais foi-se construindo o conceito de competências do indivíduo.
Nesta perspectiva, a competência do sujeito é compreendida como de
capacidades humanas, conhecidas pelas literaturas como C.H.A. – capacidade de
conhecimentos, capacidade de habilidades e capacidade de atitudes -, donde entende-se
que os melhores desempenhos encontram fundamento na inteligência e personalidade
dos sujeitos (Fleury e Fleury, 2001) Apesar de o olhar ser para o indivíduo, a maioria
dos autores americanos sinalizam a importância,
Já a literatura francesa dos anos 90, contribui focando nas três mutações
principais no mundo do trabalho, que justificaram o nascimento do modelo de
competência para a gestão das organizações. Segundo esses autores, o trabalho deixa de
ser o conjunto de tarefas associadas descritivamente ao cargo, tornando-se um
alongamento direto da competência que o indivíduo mobiliza ante uma situação
profissional cada vez mais mutável e complexa, quando o imprevisto se torna cada vez
mais cotidiano e rotineiro (Fleury e Fleury, 2001)
FLEURY, Maria Tereza Leme; FLEURY, Afonso Carlos Correa. Alinhando estratégia e
competências. Fórum Aprendizagem Organizacional e Competências, Rev.
Administração Empresarial – RAE, vol 44 (1), Mar-2004, p. 44-57. Acesso em
19.03.2024. Disponível em • https://doi.org/10.1590/S0034-75902004000100012