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em Competências
Introdução.
No entanto, antes de discorrer sobre o tema CHA, a unidade III apresenta as diferenças
entre as competências individuais, coletivas e organizacionais e ao mesmo tempo qual a
conexão existente entre as três. Além disso, explica que alguns dos componentes do CHA
são de ordem técnicas e outros, comportamentais, sendo que ambos devem seguir juntos
para que haja a competência em sua plenitude.
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Esse curso é fruto do trabalho de conclusão de curso da Especialização em Gestão Organizacional e Recursos
Humanos da UFSCar de Raquel Ottani Boriolo orientada pela Profa Dra Angela Maria Carneiro De Carvalho. O
curso também se amparou no artigo BORIOLO e CARVALHO (2010).
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Raquel Ottani Boriolo é administradora na Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Universidade Federal de São
Carlos.
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Angela Maria Carneiro De Carvalho é professora, vinculada à Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro, ao Programa de Pós-Graduação em Gestão de Organizações e Sistemas Públicos da Universidade
Federal de São Carlos (UFSCar), ao curso Gestão de Organizacional e de Pessoas da UFSCar e é pesquisadora do
Núcleo de Estudos em Sociologia Econômica e das Finanças da UFSCar.
1. Competência Individual, Coletiva e Organizacional.
Para que ocorram as competências coletivas, Zarifian (2001) diz que, é necessário que
os indivíduos estruturem referenciais comuns e compartilhem a mesma linguagem
profissional. Além disso, é necessário também enxergar o que é indispensável para que
ocorra a cooperação. Essa competência coletiva é maior que a soma das competências
individuais porque existe sinergia entre essas competências e interações sociais entre os
grupos.
O autor ainda alerta que quanto mais forte for a competência coletiva mais difícil será
de substituir as competências individuais. Sendo assim, é importante preservar a
competência individual, gerar sua renovação e dar suporte aos recém-chegados integrando-
os ao ambiente organizacional.
O sucesso de uma organização, segundo Probst et al. (2002), não depende somente de
funcionários talentosos, mas também da sinergia entre eles. A partir de então, através dessa
sinergia, se a organização atingir êxito em trabalhar produtivamente em conjunto, a
organização obterá a competência organizacional.
De acordo Prahalad e Hamel 4 (1990, apud BRANDÃO e GUIMARÃES, 2001) as
competências organizacionais são aquelas relacionadas à organização como um todo ou a
uma de suas unidades. Abrangem o grupo de conhecimentos, habilidades, tecnologias,
sistemas físicos, gerenciais e valores que diferenciam a organização e que geram vantagem
competitiva, valores que são percebidos pelos clientes e são difíceis de serem imitadas pela
concorrência (BRANDÃO e GUIMARÃES, 2001).
Para Dutra (2001a) a competência pode ser descrita como output e input de um sujeito.
O conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes são input ou entradas que o sujeito
utiliza no trabalho para atingir um resultado. O foco é no indivíduo. Já a competência como
output são as saídas ou contribuições que o indivíduo proporciona que são as esperadas pela
organização. O foco é na organização.
Sendo assim, Dutra (2001a) diz que existe uma conexão profunda entre a competência
organizacional e a individual, pois ambas favorecem um processo contínuo de troca de
experiências. Enquanto esta reproduz para a organização o seu aprendizado, fornecendo-lhe
suporte para encarar novos desafios, aquela transmite seu patrimônio para os indivíduos
melhorando-os e preparando-os para encarar novas situações profissionais e pessoais.
4
PRAHALAD, C. K., HAMEL, G. The core competence of the corporation. Harvard Business Review, v. 68, n. 3, p.
79-91, May/June 1990.
Quadro 2 - Ganhos para Organização e Indivíduo com o conceito de competência
Quadro 3 - Competências
Conhecimentos Habilidades Atitudes
C H A
Saber Saber Fazer Querer Fazer
Para que o indivíduo atinja o resultado esperado em seu trabalho, Rabaglio (2006)
explica que não basta somente ter o Conhecimento, mas é necessário, também, desenvolver
novas Habilidades através da prática desse conhecimento. Quando o sujeito tem a Atitude
de praticar esse conhecimento a autora diz que o indivíduo:
Conhecimento
Principais tarefas que o Geraldo executa na Chaira Organizações
Habilidade
Habilidades apresentadas para realizar as atividades na Chaira Organizações
1. Habilidade em utilizar linguagem acessível com o público que frequenta o seu setor
na Chaira Organizações;
2. Habilidade em repassar informações de forma convincente ao público que frequenta
o seu setor na Chaira Organizações;
3. Habilidade em entender o que o público que frequenta o seu setor na Chaira
Organizações precisa;
4. Habilidade em solucionar problemas com rapidez;
5. Habilidade em estabelecer ordem de prioridade em relação às atividades que deve
desempenhar;
6. Habilidade em ser proativo;
7. Habilidade em lidar com imprevistos;
8. Habilidade em se adaptar às mudanças de sistemas ou modo de trabalhar.
Atitudes
Atitudes apresentadas para realizar as atividades na Chaira Organizações
1. Atitude em se colocar no lugar das pessoas que frequentam o seu setor na Chaira
Organizações;
2. Atitude em ser paciente com as pessoas que frequentam o seu setor na Chaira
Organizações;
3. Atitude em demonstrar sensibilidade em relação aos problemas e dificuldades das
pessoas que frequentam o seu setor na Chaira Organizações;
4. Atitude em compartilhar conhecimento com outras pessoas que trabalham na Chaira
Organizações;
5. Atitude em demonstrar produtividade;
6. Atitude em buscar novos conhecimentos para se atualizar em seu trabalho;
7. Atitude em interagir com outras pessoas que trabalham a Chaira Organizações a fim
de buscar novos conhecimentos.
No caso fictício do Geraldo, por exemplo, o supervisor do Geraldo pode verificar com
o Geraldo se ele sabe fazer um gráfico em um determinado sistema X. O Geraldo pode:
Geraldo pode, por exemplo, ter Conhecimento e Habilidades com o sistema X, porém, como
tal Conhecimento no sistema X não está na sua descrição de atribuições de cargo, ele pode
não “querer fazer” e assim não ter Atitude para essa atividade e não fazer o gráfico.
Geraldo pode, por exemplo, ter um certificado do sistema X, querer fazer o gráfico no
sistema X, mas nunca trabalhou na prática com sistema X, portanto, não tem Habilidades
com o sistema.
Geraldo pode, por exemplo, não ter Conhecimento e não ter Habilidade para trabalhar com
esse sistema. Porém, Geraldo pode ter a Atitude de “querer fazer” e buscar informações
para aprender a trabalhar com esse sistema. Neste caso, através de sua Atitude ele obterá
Conhecimento e Habilidade para realizar a atividade.
Indicação
Caso tenha curiosidade em observar uma aplicação do CHA mais prática, acessar:
BORIOLO, Raquel Ottani; CARVALHO, Angela Maria Carneiro. Análise das Competências do
Profissional de Secretaria de Pós-Graduação de uma Universidade Pública Brasileira. In: XXX
Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2010, São Carlos. Anais XXX Enegep, 2010.
DUTRA, Joel Souza. Gestão de pessoas com base em competências. In: DUTRA, Joel Souza
(Coord.) Gestão por competências: um modelo avançado para o gerenciamento de pessoas.
São Paulo: Editora Gente, p.25-43, 2001a.
GRAMIGNA, Maria Rita. Modelos de Competências e Gestão dos Talentos. São Paulo:
Pearson Makron Books, 2002.
RABAGLIO, Maria Odete. Seleção por Competências. São Paulo: Educator, 2001.
ZARIFIAN, Philippe. Objetivo Competência: por uma nova lógica. São Paulo: Atlas, 2001.
http://poca.ufscar.br/
A unidade III do curso Gestão Baseada em
Competências explica os componentes para o termo
competência que são conhecimento, habilidade e
atitude, apresentando a diferenciação e explicação dos
termos competência individual, coletiva e
organizacional e, também, dos termos competência
técnica e comportamental segundo dois autores. Ao fim
do estudo é apresentado exemplos dos principais
conceitos através de uma história fictícia.
http://poca.ufscar.br/