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LÍNGUA PORTUGUESA – COMPREENSÃO TEXTUAL

PROFESSOR ALUÍZIO FARIAS

AULA 1 – A NOÇÃO DE TEXTO E PARATEXTO


1. INTRODUÇÃO
Leia os textos que seguem:
Texto I
CIRCUITO FECHADO
Ricardo Ramos

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água.


Disponível em: https://tirasarmandinho.tumblr.com/
Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear,
pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria,
Texto III
água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca,
camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó.
Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço,
relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa,
cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapo.
Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona,
cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis,
canetas, bloco de notas, espátula, pastas, caixas de
entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis,
cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo.
Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques,
memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa,
cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos,
cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetor de filmes,
xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz,
papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras,
copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço
de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta,
água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de Disponível em: http://e-blogsnet.blogspot.com.br/2010/06/
papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, proibido-telefone-celular-dentro-das.html
prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta,
cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel,
telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, Podemos perceber, imediatamente após a leitura dos
papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. três textos, que eles são bem diferentes entre si no que diz
Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, respeito à composição estrutural. O primeiro texto apresenta
cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras. apenas palavras sem qualquer imagem, o que o caracteriza
Cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, como um texto estritamente verbal. O segundo, a tirinha, é o
poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, que se pode caracterizar como um texto de natureza híbrida
meias, calça, cueca, pijama, chinelos. Vaso, descarga, pia, ou mista, uma vez que utiliza a linguagem verbal e a
água, escova, creme dental, espuma, água. Chinelos. linguagem não verbal. O último texto, por sua vez, é
Coberta, cama, travesseiro. composto apenas de imagem, não há nenhuma referência à
linguagem verbal.
Disponível: http://cesargiusti.bluehosting.com.br/Contos/textos/circuito.htm. Após essa análise, embora ainda superficial, rompe-
se um falso paradigma de que o texto deve ser
obrigatoriamente marcado pelo uso da linguagem verbal.
Texto II É possível compreender a mensagem transmitida pelos
textos II e III, mesmo estes apresentando um significativo
uso da linguagem não verbal.
Partindo para uma análise mais pormenorizada,
observamos que o texto I, embora estritamente verbal, não
se apresenta de uma maneira tradicional (com orações,
períodos, parágrafos etc). Isso não quer dizer que ele seja
apenas um amontoado de palavras, ou seja, embora as
palavras estejam simplesmente dispostas umas após as
outras, elas estabelecem uma relação entre si. É por isso
que, nele, o sentido de uma palavra depende do sentido das
demais com que se relacionam. Diante disso, podemos
perceber que o texto I apresenta coerência, uma vez que é
possível compreender a mensagem.

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Quando observamos a tirinha (texto II), dois dados verbais, por exemplo. O conjunto de signos que compõem a
importantíssimos no que concerne à condição de um texto totalidade do texto a ser compreendido se projetam a partir
são contemplados. Primeiro, percebemos que, em um texto, de sua superfície. Nessa superfície, podemos encontrar
o significado de uma parte não é autônomo, mas depende também aquilo que chamamos de paratexto. Afinal, que
das outras partes com que se relaciona. Além disso, conceito é este?
compreendemos também que o resultado global de um texto
não é o resultado de mera soma de suas partes, mas de 2. A NOÇÃO DE PARATEXTO
uma combinação geradora de sentido. Observamos que a
Mesmo intuitivamente, é possível perceber que o
relação de reflexão proposta pela tirinha se dá a partir da
paratexto está “ao lado” ou “por perto” das informações que
sobreposição das informações contidas no último quadrinho
constroem o sentido principal do texto, como se pode
em relação aos outros dois, principalmente ao primeiro
detonar a partir da própria escrita da palavra. O paratexto,
quadrinho.
portanto, é definido como quaisquer informações ou
O último texto, por sua vez, não apresenta palavras,
estruturas adicionais e acessórias que podem ser
frases ou orações, é constituído apenas de imagens e, ainda
identificadas como elementos que contribuem para a
assim, é possível compreender a mensagem transmitida por
compreensão de um gênero textual. O título de um romance,
ele. Isso ocorre porque há uma quantidade de símbolos
por exemplo, ainda não é o texto do romance em si, mas é
presos a uma convenção social que permitem ao leitor fazer
um paratexto, pois contribui para começarmos a entender o
associações e, dessa forma, resgatar o sentido do texto. Por
sentido do todo formado por esse texto.
exemplo, o círculo vermelho com o traço em diagonal
Os paratextos, então, são elementos verbais, visuais,
sugere a proibição de algo. É muito comum nas placas de
identificáveis na superfície, que acompanham o texto a fim
sinalização de trânsito, portanto essa associação, atrelada
de facilitar o acesso a seu sentido ou facilitar a sua
ao celular no centro do círculo, faz o leitor compreender a
catalogação e o seu reconhecimento. Pode-se, enfim, definir
proibição do uso de celulares.
como paratextos: um título, uma capa, uma epígrafe, uma
A partir dessas informações, podemos concluir que
contracapa, um sumário, uma bibliografia, os comentários
um texto é:
numa nota de rodapé etc. Para a leitura de um texto,
portanto, que é um todo dotado de sentido, devemos
Uma unidade de linguagem escrita ou oral, verbal ou não considerar também as “margens” – o paratexto – que
verbal que forma um todo significativo independente de sua circundam esse texto, em sua superfície de acesso, a fim de
extensão e que busca estabelecer comunicação com um compreendê-lo em totalidade.
leitor. É delimitado pela intenção comunicativa, pelo
contexto e pelos conhecimentos de mundo e linguístico dos
EXERCÍCIOS
interlocutores.
1. Leia os anúncios:
Logo, compreendemos que o texto (do latim textu, ou
seja, “tecido”) é um conjunto de partes articuladas e “Se sua sogra é uma joia... temos o melhor estojo.”
organizadas entre si. A origem etimológica do termo, Funerária Sousa
portanto, não é gratuita: a ideia de um tecido sugere o
entrelaçamento de linhas, ou partes e segmentos,
compondo um todo coeso, um conjunto. “Vndo máquina d scrvr com falta d uma tcla.”
Para entendermos, portanto, a ideia de um texto, é “Dãoce aulas de hortografya.”
necessário fazer notar, primeiramente, que um texto é um “Precisa-se de babás para crianças de 22 a 26
todo com sentido, cujas partes contribuem para a anos.”
construção desse sentido. Um texto em sua totalidade,
enfim, só é reconhecido enquanto texto quando
Sabe-se que uma das propriedades que caracterizam o
conseguimos relacionar as partes que o compõem, pois o
texto é a capacidade de estabelecer vínculo
todo é a síntese das partes.
comunicativo com o leitor. A partir dessa informação e
Para que o leitor tenha acesso à totalidade do texto,
da leitura dos anúncios acima, pode-se afirmar que:
é necessário ainda extrair significados que podem estar
a) primeiro anúncio, a informação entre parênteses
implícitos, para além da palavra, para além da frase –
não determina o sentido dos vocábulos “joia” e
informações implícitas que podem ser identificadas
“estojo”.
enquanto “tema”, ou “assunto” do qual se fala,
b) no segundo anúncio, o problema de grafia impede a
ou “mensagem”, ou crítica que um determinado autor tece,
compreensão do enunciado, mas é responsável pela
por exemplo, e que pode não estar explícita, aparentemente.
produção de humor.
Ou, mesmo o recurso da intertextualidade, pode vir a ser
c) no terceiro anúncio, o humor se produz em razão do
identificado como um aspecto implícito no texto – ou seja, a
enunciado demonstrar o desconhecimento do
característica que um texto tem de evocar outros textos já
anunciante quanto às convenções de grafia e às
conhecidos e consagrados. Tudo isso pode ser um conjunto
regras de concordância, tendo em vista o serviço
de traços não identificáveis a princípio, e é por isso mesmo
oferecido.
que uma boa leitura e uma boa interpretação não podem
d) O humor nos anúncios é produzido com base na
ficar apenas na superfície, pois ainda que sua superfície
associação que se deve fazer entre as informações
seja o acesso, é necessário lê-lo sempre verticalmente – ou
explícitas nos anúncios e aquelas que podem ser
seja, profundamente.
inferidas pelo leitor.
Dissemos que a leitura de um texto não se dá
e) O efeito cômico do quarto anúncio é produzido pela
somente na superfície, mas na superfície de qualquer texto
posição inadequada de uma expressão, que,
é que se inicia, de fato, o contato com a leitura. É pela
estando colocada adequadamente, não surtiria tal
superfície que começamos a acessá-lo. Assim, portanto, o
efeito e da ruptura com as regras de concordância
que chamamos de superfície é formado por letras, que
verbal.
formam palavras, que formam frases, no caso dos textos

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PROFESSOR ALUÍZIO FARIAS

2.

Esta é uma mensagem que se lê, com frequência, em vidros de para-brisa de automóveis. Assinale a alternativa adequada
à sua interpretação:
a) Ela não se constitui como texto, pois nada significa: há números ao lado de expressões da língua portuguesa sem
qualquer relação.
b) Trata-se de um texto verbal coerente, que se manifesta por meio de números e palavras, os quais, na escrita, provocam
estranheza, mas, lidos, cumprem sua função comunicativa.
c) Constitui-se como um texto não verbal, escrito, com signos lexicais e numéricos, mas sem qualquer aceitação, devido à
ambiguidade de sentido.
d) Não se constitui como texto, pois o jogo arbitrário de números e palavras a transforma num código sem acesso
interpretativo.
e) Trata-se de um texto verbal, escrito, com sentido, porém agramatical, pois não usa veiculadores de ligação para
estabelecer coesão e coerência.

3. Considere:

Nós adoraríamos dizer que somos perfeitos. Que somos infalíveis. Que não cometemos nem mesmo o menor deslize.
E só não falamos isso por um pequeno detalhe: seria uma mentira. Aliás, em vez de usar a palavra “mentira”, como acabamos
de fazer, poderíamos optar por um eufemismo. “Meia-verdade”, por exemplo, seria um termo muito menos agressivo. Mas nós
não usamos esta palavra simplesmente porque não acreditamos que exista uma “Meia-verdade”. Para o Conar, Conselho
Nacional de Auto-regulamentação Publicitária, existem a verdade e a mentira. Existem a honestidade e a desonestidade.
Absolutamente nada no meio. O Conar nasceu há 29 anos (viu só? Não arredondamos para 30) com a missão de zelar pela
ética na publicidade. Não fazemos isso porque somos bonzinhos (gostaríamos de dizer isso, mas, mais uma vez, seria
mentira). Fazemos isso porque é a única forma da propaganda ter o máximo de credibilidade. E, cá entre nós, para que serviria
a propaganda se o consumidor não acreditasse nela? Qualquer pessoa que se sinta enganada por uma peça publicitária pode
fazer uma reclamação ao Conar. Ele analisa cuidadosamente todas as denúncias e, quando é o caso, aplica a punição.

Revista Veja.
São Paulo: Abril. Ed. 2120, ano 42, nº 27, 8 jul. 2009.

O recurso gráfico utilizado no anúncio publicitário – de destacar a potencial supressão do trecho do texto – reforça a
eficácia pretendida, revelada na estratégia de:
a) ressaltar a informação no título, em detrimento do restante do conteúdo associado.
b) incluir o leitor por meio do uso da 1ª pessoa do plural no discurso.
c) contar a história da criação do órgão como argumento de autoridade.
d) subverter o fazer publicitário pelo uso de sua metalinguagem.
e) impressionar o leitor pelo jogo de palavras no texto.

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4.

COSTA, C. Superinteressante. Fev. 2011. Adaptado. (Foto: Reprodução/Enem)

Os amigos são um dos principais indicadores de bem-estar na vida social das pessoas. Da mesma forma que em outras
áreas, a internet também inovou as maneiras de vivenciar a amizade. Da leitura do infográfico, depreendem-se dois tipos
de amizade virtual, a simétrica e a assimétrica, ambas com seus prós e contras. Enquanto a primeira se baseia na relação
de reciprocidade, a segunda:
a) reduz o número de amigos virtuais, ao limitar o acesso à rede.
b) parte do anonimato obrigatório para se difundir.
c) reforça a configuração de laços mais profundos de amizade.
d) facilita a interação entre pessoas em virtude de interesses comuns.
e) tem a responsabilidade de promover a proximidade física.

SAUDADE “É A 7ª PALAVRA MAIS DIFÍCIL DE TRADUZIR”


Uma lista compilada por uma empresa britânica com as opiniões de mil tradutores profissionais coloca a palavra
“saudade”, em português, como a sétima mais difícil do mundo para se traduzir. A relação da empresa Today Translations
é encabeçada por uma palavra do idioma africano Tshiluba, falado no sudoeste da República Democrática do Congo:
“ilunga”. “Ilunga” significa “uma pessoa que está disposta a perdoar quaisquer maus-tratos pela primeira vez, a tolerar o
mesmo pela segunda vez, mas nunca pela terceira vez”. (…)
Segundo a diretora da Today Translations, Jurga Ziliskiene, embora as definições sejam aparentemente precisas, o
problema para o tradutor é refletir, com outras palavras, as referências à cultura local que os vocábulos originais carregam.
“Provavelmente você pode olhar no dicionário e (…) encontrar o significado”, disse. “Mas, mais importante que isso, são as
experiências culturais (…) e a ênfase cultural das palavras.”
Veja a lista completa das dez palavras consideradas de mais difícil tradução:
1. Ilunga (tshiluba): uma pessoa que está disposta a perdoar quaisquer maus-tratos pela primeira vez, a tolerar o
mesmo pela segunda vez, mas nunca pela terceira vez.
2. Shlimazl (ídiche): uma pessoa cronicamente azarada.
3. Radioukacz (polonês): pessoa que trabalhou como telegrafista para os movimentos de resistência ao domínio
soviético nos países da antiga Cortina de Ferro.
4. Naa (japonês): palavra usada apenas em uma região do país para enfatizar declarações ou concordar com
alguém.
5. Altahmam (árabe): um tipo de tristeza profunda.

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6. Gezellig (holandês): aconchegante.
7. Saudade.
8. Selathirupavar (tâmil, língua falada no sul da Índia): palavra usada para definir um certo tipo de ausência não-
autorizada frente a deveres.
9. Pochemuchka (russo): uma pessoa que faz perguntas demais.
10. Klloshar (albanês): perdedor.

BBC Brasil Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em: 23 jun. 2004.

A palavra compilada, no primeiro parágrafo, pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido do texto, por:
a) reunida
b) aprovada.
c) apresentada.
d) divulgada.
e) comprovada

6. Nas conversas diárias, utiliza-se frequentemente a palavra “próprio” e ela se ajusta a várias situações. Leia os exemplos de
diálogos:
I. A Vera se veste diferente! – É mesmo, é que ela tem um estilo próprio;
II. A Lena já viu esse filme uma dezena de vezes! Eu não consigo ver o que ele tem de tão maravilhoso assim. – É que ele
é próprio para adolescente;
III. Dora, o que eu faço? Ando tão preocupada com o Fabinho! Meu filho está impossível! – Relaxa, Tânia! É próprio da
idade. Com o tempo, ele se acomoda.

Nas ocorrências I, II e III, “próprio” é sinônimo de, respectivamente:


a) adequado, particular, típico.
b) peculiar, adequado, característico.
c) conveniente, adequado, particular.
d) adequado, exclusivo, conveniente.
e) peculiar, exclusivo, característico.

7.

Na situação retratada pelo quadrinho, a resposta do interrogado:


a) tem por objetivo despistar o delegado, cuja intenção é descobrir se o interlocutor mantém bom relacionamento com a
família.
b) possibilita que o delegado atinja seu objetivo, ou seja, descobrir se também houve furto de confecções femininas.
c) comprova que a comunicação se realiza com sucesso, pois o interlocutor percebe a verdadeira pretensão do delegado.
d) surpreende e causa humor, devido ao fato de ele interpretar equivocadamente a pergunta que o delegado lhe faz.
e) revela que a comunicação não se realiza com sucesso, pois os interlocutores pertencem a classes sociais diferentes.

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8.

Disponível em: http://envolverde.com.br/

Dos elementos expressivos presentes na figura, conclui-se que:


a) o conjunto de elementos significativos que compõe a imagem é incompatível com a intenção final da mensagem.
b) a imagem apresenta dois significados antagônicos: o primeiro está centrado na figura do aluno que escreve, o segundo diz
respeito ao ranking do Brasil no quesito qualidade da educação.
c) as figuras que compõem a imagem na totalidade não servem de parâmetro para o item “qualidade da educação”.
d) os elementos que dão sentido à figura são coerentes com a temática.
e) o exagero expressivo da figura vai além da ideia de ranking do Brasil nas questões de qualidade do ensino.

9. Quando Pedro I lança aos ecos o seu grito histórico e o país desperta esturvinhado à crise de uma mudança de dono,
o caboclo ergue-se, espia e acocora-se, de novo. Pelo 13 de maio, mal esvoaça o florido decreto da Princesa e o negro
exausto larga num uf! O cabo da enxada, o caboclo olha, coça a cabeça, imagina e deixa que do velho mundo venha quem
nele pegue de novo. A 15 de novembro troca-se um trono vitalício pela cadeira quadrienal. O país bestifica-se ante o
inopinado da mudança. O caboclo não dá pela coisa. Vem Floriano: estouram as granadas de Custódio; Gumercindo bate
às portas de Roma; Incitatus derranca o país. O caboclo continua de cócoras, a modorrar... Nada o desperta. Nenhuma
ferretoada o põe de pé. Social, como individualmente, em todos os atos da vida, Jeca antes de agir, acocora-se.

Monteiro Lobato

“…e o país desperta esturvinhado…” O adjetivo em negrito, embora de uso popular, é pouco conhecido dos jovens de
vida urbana. Contudo não é difícil saber, no contexto, seu significado:

a) alegre – saltitante – risonho.


b) atordoado – aturdido – estonteado.
c) fiduciário – solidário – fiel.
d) acre – azedo – amargo.
e) abjeto – vil – desprezível.

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10.

Disponível em: www.eusoulegalnotransito.com.br.


Acesso em: 6 jul. 2012. Adaptado.

Sobre a linguagem do texto, é correto afirmar que:


a) o tom de informalidade e a exploração dos vários sentidos do verbo pegar prejudicam a eficácia do propósito
comunicativo, pois comprometem a coerência.
b) o tom de informalidade e o uso de elementos verbais e não verbais colaboram para a eficácia do propósito
comunicativo, uma vez que estão adequados ao público-alvo.
c) os elementos verbais contribuem para a eficácia do propósito comunicativo, entretanto os não verbais não se
relacionam com o tema do texto.
d) os elementos verbais colaboram para a eficácia do propósito comunicativo, embora haja infrações à norma padrão da
língua portuguesa que não se justificam.
e) os elementos verbais pouco colaboram na construção de sentido do texto, que permanece centrado sempre nos
recursos visuais.

11.
O SEDUTOR MÉDIO
Vamos juntar
Nossas rendas e
expectativas de vida
querida,
o que me dizes?
Ter 2, 3 filhos
e ser meio felizes?

VERISSIMO, L. F. Poesia numa hora dessas?! Rio de Janeiro: Objetiva. 2002.

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LÍNGUA PORTUGUESA
No poema O sedutor médio, é possível reconhecer a presença de posições críticas:
a) nos três primeiros versos, em que “juntar expectativas de vida” significa que, juntos, os cônjuges poderiam viver mais, o
que faz do casamento uma convenção benéfica.
b) na mensagem veiculada pelo poema, em que os valores da sociedade são ironizados, o que é acentuado pelo uso do
adjetivo “médio” no título e do advérbio “meio” no verso final.
c) no verso “e ser meio felizes?”, em que “meio” é sinônimo de metade, ou seja, no casamento, apenas um dos cônjuges
se sentiria realizado.
d) nos dois primeiros versos, em que “juntar rendas” indica que o sujeito poético passa por dificuldades financeiras e
almeja os rendimentos da mulher.
e) no titulo, em que o adjetivo “médio” qualifica o sujeito poético como desinteressante ao sexo oposto e inábil em termos
de conquistas amorosas.

O pregar há-de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha ou azuleja. Ordenado, mas como as estrelas. (…) Todas
as estrelas estão por sua ordem; mas é ordem que faz influência, não é ordem que faça lavor. Não fez Deus o céu em
xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte há-de estar branco, da
outra há-de estar negro; se de uma parte está dia, da outra há-de estar noite; se de uma parte dizem luz, da outra hão-de
dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra hão-de dizer subiu. Basta que não havemos de ver num sermão
duas palavras em paz? Todas hão-de estar sempre em fronteira com o seu contrário? Aprendamos do céu o estilo da
disposição, e também o das palavras.
Vieira, Sermão da Sexagésima.
No texto, a palavra em destaque pode ser entendida como:
a) ornamento.
b) aplauso.
c) glorificação.
d) obscuridade.
e) obséquio.

13.
O SEGURO É ARRISCADO

Todos os técnicos da Seleção têm suas preferências e idiossincrasias. Scolari privilegia excessivamente os jogadores
que já conhece. Dentro e fora de campo. Sente-se mais seguro. Prefere não arriscar. Daí a convocação de jogadores como
Belletti, Roque Júnior, Cris, Eduardo Costa, Tinga e outros. Nesse raciocínio, pode deixar alguns melhores de fora.
O seguro é arriscado.
A Gazeta, 6 set. 2001.
O sentido de idiossincrasias (destacado no texto) está contemplado na alternativa:
a) Os técnicos da seleção convocam os jogadores de acordo com a vontade do povo.
b) Os técnicos da seleção convocam os jogadores de acordo com a vontade de cada técnico.
c) Os técnicos da seleção convocam os jogadores de acordo com a vontade da mídia.
d) Os técnicos da seleção convocam os jogadores de acordo com a vontade dos dirigentes.
e) Os técnicos da seleção convocam os jogadores de acordo com a vontade dos patrocinadores.

A unidade de sentido de um texto se constrói a partir daquilo que é dito, daquilo que não é dito, a partir do modo de se
dizer, dos motivos, das aparências, do contexto. Nesse sentido, a partir da leitura do anúncio, depreende-se que:
a) a referência à proibição de beber no trânsito é feita a partir da
intertextualidade entre a placa de trânsito, que normalmente remete à
ideia de proibição, tendo ao fundo a imagem de uma garrafa.
b) a relação estabelecida entre a frase “novo sinal de trânsito” e a parte não
verbal permite estabelecer um público-alvo específico, ou seja, pessoas
envolvidas com o álcool.
c) o adjetivo “novo”, seguido do substantivo “sinal” empregado no anúncio,
remete à ideia de que agora existe uma nova placa de trânsito que deve
ser respeitada pelos motoristas.
d) o anúncio tem uma finalidade específica inter-relacionada, nesse caso, à
ideia de persuadir as pessoas a não consumirem bebidas alcoólicas, pois
elas fazem mal à saúde.
e) a conexão estabelecida entre a placa de trânsito e a imagem da garrafa é
construída com o objetivo de evidenciar quais são os motivos que levam Disponível em: www.petba.org.br.
as pessoas a não ingerirem bebida alcoólica enquanto estão dirigindo. Acesso em: 8 nov. 2011.

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LÍNGUA PORTUGUESA
15.

Folha de S.Paulo, 15 set. 2011 – caderno ilustrada.

O quadrinho de Liniers exemplifica que o gênero textual Histórias em Quadrinhos caracteriza-se, sobretudo, por:
a) apresentar expressivos diálogos, simulando uma conversação face a face, como pode ser percebido no terceiro
quadrinho.
b) representar um contexto discursivo em que o texto verbal pouco contribui para a produção do sentido, como se observa
no último quadrinho.
c) explorar o diálogo entre elementos verbais e não verbais com o intuito de elaborar uma narração, como se pode
perceber em toda a sequência do quadrinho.
d) construir uma referência de linguagem clara, objetiva, rápida e de fácil compreensão, como se percebe no quarto
quadrinho
e) utilizar elementos gráficos que visem a destacar sentimentos e/ou emoções dos personagens, conforme ocorre no
último quadrinho.

Gabarito

Comentários
1. O gabarito da questão 1 é a letra D, uma vez que, no item A, é possível inferir, a partir da expressão que está entre
parênteses (Funerária Sousa), o aspecto conotativo das palavras “joia” e “estojo”, o que invalida o item. Na letra B,
é possível compreender a mensagem do anúncio, mesmo com a ausência de uma letra em cada palavra, tornando,
dessa forma, o item inviável para gabarito da questão. No item C, realmente percebe-se que as convenções
ortográficas foram desrespeitadas, no entanto a concordância entre verbo e sujeito está de acordo com o que prescreve
a gramática padrão, logo o item está inadequado para ser o gabarito da questão. O item D, gabarito da questão, revela
que, para a compreensão dos anúncios é necessária a interação entre conhecimento explícito (aquilo que se percebe
na superfície do texto) e conhecimento implícito (aquilo que é inferido pelo leitor), o que torna o item verdadeiro, já que
é necessário mobilizar conhecimentos que estão além da superfície dos anúncios para compreendê-los. Por último,
tem-se o item E, o qual também está inadequado, pois os anúncios não apresentam falhas de concordância verbal.

Resposta: D

2. O gabarito da questão 2 é a letra B. Apesar da associação entre algarismos numéricos e palavras, a compreensão do
texto é assegurada, apesar da estranheza que causa ao leitor. Na verdade, “essa estranheza” foi utilizada de forma
intencional para mostrar que um texto, para estabelecer comunicação, pode ser representado de diversas formas.

Resposta: B

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3. O gabarito da questão 3 é a letra D. O texto faz uso da metalinguagem, ou seja, utiliza a própria linguagem publicitária
para “explicar” a publicidade, a partir de uma subversão de valores. Nesse caso, uma peça de publicidade geralmente
não empregaria uma frase dizendo que “não são 100% eficientes”, por exemplo. Então, esse anúncio do Conar
subverteu o fazer publicitário, por ter colocado no início do texto essa frase, que, provavelmente, nenhuma empresa
utilizaria em uma peça publicitária.

Resposta: D

4. O gabarito da questão 4 é a letra D. De acordo com as próprias informações do infográfico, a amizade assimétrica
facilita a formação de laços e comunidades. Isso faz as pessoas compartilharem conteúdos de interesse comum, além
de seguirem outros usuários que apresentam o mesmo interesse.

Resposta: D

5. O gabarito da questão 5 é a letra A. Dentre as palavras presentes nas opções a que melhor estabelece relação
sinonímica com “compilada” é a palavra “reunida”.

Resposta: A

6. O gabarito da questão é a letra B. As palavras “peculiar”, “adequado” e “característico” são as que melhor estabelecem,
respectivamente, uma relação sinonímica com a palavra “próprio” presente em cada um dos três diálogos.

Resposta: B

7. O gabarito da questão 7 é a letra D. O juiz, ao perguntar se o réu não pensou na esposa e na filha, quer levá-lo a uma
reflexão de que o ato criminoso de roubar ao afastaria de ambas devido à prisão. No entanto, o réu compreende a
pergunta de outra forma, como se o juiz o estivesse chamando de egoísta por só ter roubado roupas masculinas.
A partir disso, configura-se o humor, pois o réu diz que não havia roupas femininas na loja, o que nos leva a
compreender que, se houvesse roupas femininas, ele teria roubado para a esposa e para a filha.

Resposta: D

8. O gabarito da questão 8 é a letra D. O texto escrito na lousa pelo aluno confirma o péssimo resultado do Brasil no
ranking de educação, uma vez que está repleto de erros ortográficos, fato que denuncia a deficiência do ensino
brasileiro.

Resposta: D

9. O gabarito da questão 9 é a letra B. De acordo com os principais dicionários, ESTURVINHADO significa adjetivo
“turvado”, “perturbado”, “atordoado”, “atônito”, o que nos revela que a opção que melhor satisfaz ao comando da
questão é a letra B, atordoado – aturdido – estonteado.

Resposta: B

10. O gabarito da questão 10 é a letra B. O texto é direcionado a um público mais jovem, por isso o emprego de uma
linguagem mais informal, já que a campanha busca atingir seu propósito comunicativo. Logo, a fim de que a eficácia
comunicativa seja alcançada, é necessário adequar a linguagem ao público alvo.

Resposta: B

11. O gabarito da questão 11 é a letra B. Uma das características da obra de Veríssimo é a utilização de um discurso
irônico com o objetivo de promover críticas sociais. No poema “O Sedutor Médio”, essa ironia é caracterizada pelo
adjetivo “médio” e o advérbio “meio”, utilizada para criticar o matrimônio.

Resposta: B

12. O gabarito da questão 12 é a letra A. No texto, a palavra “lavor” está ligada às expressões “ladrilha”, “azuleja”, “xadrez
de estrelas”, “xadrez de palavras”, todas expressam preocupação ornamental, decorativa, de “enfeite”. Dessa forma,
seu sinônimo é “ornamento”.

Resposta: A

13. O gabarito da questão 13 é a letra B. A palavra “idiossincrasia” está relacionada à maneira de agir específica de uma
pessoa, logo, em relação ao texto, ela ratifica que os técnicos também levam em consideração as próprias
particularidades, crenças e valores na hora de convocar algum jogador.

Resposta: B

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LÍNGUA PORTUGUESA
14. O gabarito da questão 14 é a letra A. As placas de trânsito que apresentam um círculo com um traço na diagonal
remetem à ideia de proibição, de que alguma ação não é permitida. Logo, a associação desse conhecimento à imagem
da garrafa, leva-nos a compreender que há uma proibição ao ato de ingerir bebidas alcoólicas.

Resposta: A

15. O gabarito da questão 15 é a letra C. O gênero textual “Quadrinhos” apresenta uma natureza híbrida, ou seja,
é composto de texto verbal e texto não verbal, que são empregados na construção de uma sequência narrativa.

Resposta: C

040.946 – 158051/21 – Zilmar / REV.: PEDRO CRUZ

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