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TÓPICOS AVANÇADOS I-TEORIA

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
ProfªKarina Guimarães
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM:
1) Explorar conceitos mais complexos e detalhados dentro da análise do
comportamento, como as nuances do condicionamento operante, a aplicação
de regras em diferentes contextos;

2) Desenvolver habilidades avançadas na aplicação dos princípios da análise


do comportamento em contextos especializados, como terapia
comportamental para transtornos específicos;

3) Desenvolver e aprimorar intervenções comportamentais eficazes para lidar


com problemas complexos e desafiadores

4) Exploração aprofundada dos processos que controlam e mantêm o


comportamento, incluindo a identificação precisa dos antecedentes,
consequências e funções do comportamento em diferentes contextos.
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO-
RETOMANDO OS PRINCÍPIOS BÁSICOS.
O que é reflexo inato ?
REFLEXO INATO: HÁ SEMPRE UMA ALTERAÇÃO
NO AMBIENTE QUE PRODUZ UMA ALTERAÇÃO NO
ORGANISMO
EXEMPLOS: Quando você vai ao médico e ele bate o martelo no seu joelho, o
músculo de sua coxa é contraído (você “dá um chute no ar”);

Quando você ouve um barulho alto e repentino, seu coração dispara


(taquicardia);

quando entra em uma sala muito quente, você começa a suar.


ESSES REFLEXOS SÃO UMA PREPARAÇÃO
MÍNIMA QUE OS ORGANISMOS TÊM PARA
COMEÇAR A INTERAGIR COM SEU AMBIENTE E
PARA TER CHANCES DE SOBREVIVER. NÃO É
NECESSÁRIO QUE SE APRENDA.
Na linguagem cotidiana (p. ex., “aquele goleiro tem reflexos rápidos”),
utilizamos o termo reflexo como um conjunto de habilidades ou
capacidades de um organismo.

Dizemos que uma pessoa tem bons reflexos quando ela consegue
executar certas ações de forma bem-sucedida e rápida, como desviar
de um soco no rosto, por exemplo.

Em psicologia, quando falamos sobre comportamento reflexo, o termo


reflexo não se refere a capacidades ou habilidades, mas, sim, a uma
relação entre uma ação e o que aconteceu antes dela. Neste caso, o
que o indivíduo fez é chamado de resposta, e o que aconteceu antes
da resposta – e a produziu – é chamado de estímulo.
REFLEXO, PORTANTO, É UMA RELAÇÃO ENTRE
UM ESTÍMULO E UMA RESPOSTA, É UM TIPO
ESPECÍFICO DE INTERAÇÃO ENTRE UM
ORGANISMO E SEU AMBIENTE.
Note que na Tabela, temos a descrição de quatro reflexos, ou seja, a
descrição de quatro relações entre o ambiente (estímulo) e o
organismo (resposta).

No reflexo “fogo próximo à mão → contração do braço”, “fogo


próximo à mão” é uma mudança no ambiente (não havia fogo, agora
há) que leva à “contração do braço”, uma mudança no organismo (o
braço não estava contraído, agora está).
Para falar de comportamento reflexo,
utilizaremos a letra S para representar
os estímulos e a letra R para
representar as respostas.

A relação entre o estímulo e a


resposta é representada por uma seta
(→), a qual significa “elicia”.

Quando a análise comportamental


envolve dois ou mais reflexos, é
comum haver índices nos estímulos
(S1, S2, S3,..., Sn) e nas respostas
(R1, R2, R3,..., Rn).
O reflexo patelar, por exemplo, poderia ser representado assim:

S1 → R1

S1 é o estímulo (batida de um martelo no joelho) e R1 é a resposta


(extensão da perna). A seta significa que o estímulo produz (elicia) a
resposta. Dizemos, nesse caso, que S1 elicia R1, ou que a batida de um
martelo no joelho elicia a resposta de extensão da perna.
O QUE SÃO CONTINGÊNCIAS?
Contingências são eventos ou condições que dependem de um
comportamento específico para ocorrerem ou mudarem.

Na análise do comportamento, o termo "contingência" é


fundamental para entender como o comportamento é influenciado
pelo ambiente e como as relações entre comportamento e
consequências afetam a probabilidade de o comportamento
ocorrer novamente no futuro.
Contingências são eventos ou condições que dependem de um
comportamento específico para ocorrerem ou mudarem.

Na análise do comportamento, o termo "contingência" é


fundamental para entender como o comportamento é influenciado
pelo ambiente e como as relações entre comportamento e
consequências afetam a probabilidade de o comportamento
ocorrer novamente no futuro.

Em um sentido amplo, uma contingência pode abranger uma


variedade de relações causais ou dependências em diferentes
contextos, não se limitando apenas a estímulos e respostas.
E O QUE SÃO CONTINGÊNCIAS
ESTÍMULO-RESPOSTA?
Por outro lado, as "contingências estímulo-resposta" são um tipo
específico de contingência que descreve a relação funcional entre
estímulos (antecedentes) e respostas (comportamentos) em um
contexto particular.

Essas contingências são particularmente relevantes na análise do


comportamento, onde se estuda como o comportamento de um
organismo é influenciado pelos estímulos presentes no ambiente.
EXEMPLO:

Contingência (em geral):


Imagine que você tem uma horta em casa e
decide regá-la. A contingência aqui é que as
plantas crescerão mais saudáveis se forem
regadas regularmente. Neste caso, a
contingência é a relação causal entre a ação de
regar as plantas e o resultado de ter plantas
saudáveis.
Contingências Estímulo-Resposta:
EXEMPLO:

Contingências Estímulo-Resposta:
Considere um cão que é ensinado a sentar em
resposta ao comando verbal "senta". A
contingência estímulo-resposta aqui é que,
quando o cão ouve o comando "senta"
(estímulo), ele responde sentando-se
(resposta). Se o cão é reforçado (por exemplo,
com um petisco) sempre que executa a
resposta corretamente, a contingência
estímulo-resposta é reforçada e a
probabilidade de o cão sentar-se ao ouvir o
comando "senta" aumenta.
No primeiro exemplo, a contingência refere-se à relação
causal geral entre regar as plantas e o crescimento saudável
delas, sem especificar a natureza dos estímulos ou respostas
envolvidas.

No segundo exemplo, as contingências estímulo-resposta


descrevem uma relação específica entre um estímulo (o
comando verbal "senta") e uma resposta comportamental
(sentar-se) em um contexto de treinamento de animais.
INTENSIDADE DO ESTÍMULO E
MAGNITUDE DA RESPOSTA
Tanto intensidade como magnitude referem-se ao “quanto”
de estímulo e de resposta, ou à “força” do estímulo e da
resposta, como falamos na linguagem cotidiana. Tomemos
como exemplo o reflexo patelar.

Nesse reflexo, o estímulo é a martelada no joelho, e a


resposta é a extensão da perna. No caso, a força com que a
martelada é dada é a intensidade do estímulo, e o ângulo da
extensão da perna é a magnitude da resposta.
suar: Outro exemplo de comportamento reflexo, o estímulo é o
calor (temperatura), e a resposta é a sudorese. A intensidade do
estímulo, nesse caso, é medida em graus Celsius (p. ex., 25, 30,
40ºC, etc.), e a magnitude da resposta é medida pela quantidade
de suor produzido (p. ex., 10, 15, 20 mL, etc.).

Lei da intensidade-magnitude. A lei da intensidade-magnitude


estabelece que a intensidade do estímulo é uma medida
diretamente proporcional à magnitude da resposta, ou seja, em um
reflexo, quanto maior a intensidade do estímulo, maior será a
magnitude da resposta
LEI DA
INTENSIDADE-
MAGNITUDE
Lei do limiar: A lei do limiar estabelece que, para todo reflexo, é
necessária uma intensidade mínima do estímulo para que a resposta
seja eliciada.

Um choque elétrico é um estímulo que elicia a resposta de contração


muscular. Segundo a lei do limiar, existe uma intensidade mínima do
choque que é necessária para que a resposta de contração muscular
ocorra.

Por exemplo, para uma determinada pessoa, essa intensidade mínima


pode ser algo em torno de 5 volts; para outra, porém, essa intensidade
poderia ser de 10 volts (exemplos hipotéticos).
LEI DO LIMIAR
A lei da latência é um princípio que descreve a relação entre a
intensidade de um estímulo e o tempo que leva para uma resposta
ocorrer. A latência, neste contexto, refere-se ao tempo decorrido
entre a apresentação do estímulo e a manifestação da resposta.
Definição de Latência: Latência é o tempo que decorre entre a
apresentação de um estímulo e a ocorrência da resposta
correspondente. No caso de reflexos, como o susto mencionado no
exemplo, a latência é o tempo que leva desde a exposição ao
estímulo até o momento em que a resposta (neste caso, o susto) é
observada.

Lei da Latência: A lei da latência estabelece que quanto maior a


intensidade do estímulo, menor será o intervalo de tempo entre a
apresentação desse estímulo e a ocorrência da resposta
correspondente. Em outras palavras, quanto mais intenso for o
estímulo, mais rapidamente a resposta ocorrerá.
Aprender a observar e medir o comportamento é extremamente
importante para o psicólogo (analista do comportamento). O tempo
todo estamos fazendo referência, mesmo que implicitamente, a
alguma medida de comportamento.

Até mesmo o leigo faz isso quando, por exemplo, pergunta “Você
ficou com muito medo naquele momento?” ou “O que mais te
excita: palavras ou cheiros?”.

Os advérbios de intensidade, como “muito”, “pouco”, “mais” e


“menos”, não são indicadores muito precisos, apesar de se
destinarem a expressar medidas dos fenômenos, como o
comportamento.
QUAL É A IMPORTÂNCIA DA
LATÊNCIA ?
Medição do comportamento: A lei da latência permite aos
analistas do comportamento medir a velocidade com que uma
resposta ocorre após um estímulo. Isso pode ser útil para
entender a eficácia de uma intervenção ou para avaliar o
progresso ao longo do tempo.
Identificação de padrões de comportamento: Ao analisar
a latência entre estímulos e respostas, os analistas do
comportamento podem identificar padrões de
comportamento que podem não ser evidentes de outra
forma. Isso pode ajudar a identificar relações funcionais
entre estímulos e respostas.
Planejamento de intervenções: Compreender a latência
entre estímulos e respostas pode ajudar os terapeutas a
planejar intervenções eficazes para modificar
comportamentos problemáticos.

Por exemplo, se houver um longo período de latência entre


um pedido para fazer uma tarefa e a execução dessa
tarefa, o terapeuta pode implementar estratégias para
reduzir essa latência e melhorar a prontidão para
responder.
Avaliação da eficácia das intervenções: A lei da latência
também é importante na avaliação da eficácia das
intervenções comportamentais. Se uma intervenção é
bem-sucedida, espera-se que a latência entre estímulos e
respostas diminua ao longo do tempo, indicando uma
melhora no comportamento.
Compreensão da aprendizagem: O estudo da latência
entre estímulos e respostas também contribui para nossa
compreensão da aprendizagem e dos processos cognitivos
subjacentes. Padrões de latência podem fornecer insights
sobre como os indivíduos processam informações e
respondem a estímulos do ambiente.

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