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13/04/2018 Alasdair MacIntyre – Wikipédia, a enciclopédia livre

Alasdair MacIntyre
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Alasdair Chalmers MacIntyre (Glasgow, 1929) é um Alasdair MacIntyre


filósofo britânico principalmente conhecido por suas
contribuições para a moral e pela filosofia política, mas
também é conhecido por suas obras no campo da história da
filosofia e teologia. Ele é pesquisador sênior do Centro de
Estudos Contemporâneo Aristôtelicos em ética e política
(CASEP) na Universidade Metropolitana de Londres, e
professor emérito da Universidade de Nossa senhora (Notre
Dame).

Índice
Biografia
Abordagem filosófica Nascimento 12 de janeiro de 1929 (89 anos)
After Virtue (1981) (Depois da Virtude) Glasgow, Scotland
Whose Justice? Which Rationality? (1988)(Justiça Alma mater Universidade de Oxford
de quem? Qual Racionalidade?)
Influências
Ética das virtudes Lista
Bibliografia
Influenciados
Referências
Lista

Escola/tradição Filosofia analítica, tomismo


Biografia Principais Etica, metaética, filosofia
interesses política
Alasdair Chalmers MacIntyre nasceu em 12 de Janeiro de Ideias notáveis Revivamento da ética das
1929 em Glasgow, por John e Emily (Chalmers) MacIntyre. virtudes, bens externos e
Educado na Universidade de Londres, e foi mestre de artes internos
na Universidade de Manchester e na Universidade de
Oxford. Começou sua carreira docente em 1951 na Universidade de Manchester, lecionando para a Universidade de
Leeds, Universidade de Essex e Universidade de Londres no Reino Unido, antes de se mover para os Estados Unidos
por volta de 1969. Sendo considerado uma espécie de intelectual nômade, tendo lecionado em dezenas de
universidades nos Estados Unidos.

Abordagem filosófica
A abordagem de Macintyre a filosofia moral contêm uma série de características complexas das sociedades
contemporâneas. No entanto seu projeto é largamente influenciado pela caracterização em tentar reviver a concepção
moral Aristotelica sustentada pela ética das virtudes, descrevendo a sua propria tentativa como uma abordagem
peculiamente moderna Esta "compressão peculiar contempôranea" em grande parte diz respeito a abordagem de

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MacIntyre acerca dos problemas e disputas morais. Ao contrario de alguns filósofos analíticos que tentaram
generalizar o consenso moral na base de uma ideia de racionalidade, MacIntyre apresenta uma descrição histórica da
evolução da ética, a fim de iluminar o problema moderno das "incomensuráveis" noções morais , ou seja, os
argumentos morais que procedem de premissas incompatíveis. Na sequência de Hegel e Collingwood, ele oferece uma
"história da filosofia" (que ele distingue de ambas as abordagens analíticas e fenomenológicas da filosofia), na qual ele
admite desde o início que "não existem normas neutras disponíveis pelo apelo a qualquer agente racional que seja
possível determinar a validade das conclusões morais".

Aliás, um dos principais pontos de MacIntyre em sua mais famosa obra, After Virtue, é que a tentativa falhou por
diversas vezes, começando pelos pensadores iluministas para fornecer uma generalização do ponto de vista universal
de uma racionalidade moral, que acabou levando a uma rejeição da racionalidade como fundamentação moral para
pensadores posteriores, como Charles Stevenson, Jean-Paul Sartre e Friedrich Nietzsche. MacIntyre salienta, que é
especialmente por conta do total repúdio de uma fundamentação racional da moral por parte de filósofos tais como
Nietzsche, que o resultado da busca equivocada do Iluminismo para um argumento definitivo que iria resolver
disputas morais em vistas de uma razão calculadora autônoma e sem uso de teleologia, se demonstra falha nos tempos
modernos.

Em contrapartida, MacIntyre está preocupado com a recuperação de varias formas de racionalidades morais e
argumenta que não alega nem uma finalidade última nem uma certeza incorrigivel (o projeto equivocado do
iluminismo), e no entanto, não aceita uma posição relativistica ou emotivista de negação de uma moralidade racional,
através de preceitos psicológicos e de ordem sentimental subjetiva (que de acordo com ele, os pensadores não
iluministas tais como Nietzsche, Sartre e Stevenson não compreenderam). Ao fazer essa critica à historia da filosofia
moral, ele retorna à tradição da ética aristotélica com a sua definição teleológica das ações morais, e sua finalidade
pratica nas pessoas influenciado pela variabilidade das circunstâncias, que foi inicialmente rejeitado pelo Iluminismo
e que a partir de Aristóteles atingiu uma articulação mais ampla no escritos medievais de Tomás de Aquino. Esta
tradição aristotélico-tomista, o tomismo, ele propõe, apresenta "a melhor teoria até agora", tanto de como as coisas
são e como devemos agir. Em termos mais gerais, de acordo com MacIntyre é o caso que as disputas morais sempre
acontecem dentro e entre as tradições de pensamento rivais que se recorrem a uma variabilidade de ideias,
pressupostos e tipos de argumentação e entendimentos comuns, além de abordagens que foram herdadas do passado.
Assim, mesmo que não haja nenhuma maneira definitiva para uma tradição na filosofia moral de vencer e afastar a
possibilidade de uma outra, no entanto, visões opostas podem desafiar uma à outra por vários meios, incluindo
questões de coerência interna, reconstrução imaginativa de dilemas, crise epistêmica e sua fecundidade

After Virtue (1981) (Depois da Virtude)


Em termos gerais a tarefa da obra After Virtue ("Depois da Virtude".Bauru: EDUSC, 2001), é explicar tanto a
qualidade disfuncional do discurso moral dentro da sociedade moderna, como reabilitar o que MacIntyre considera
ser uma alternativa esquecida na racionalidade teleológica da ética das virtudes aristotélica.

Whose Justice? Which Rationality? (1988)(Justiça de quem? Qual Racionalidade?)


Segunda maior obra de MacIntyre no seu período de maturidade, retoma o problema de dar conta da racionalidade
filosófica no contexto da sua noção de "tradições", que ainda tinha permanecido inacabado em Depois da virtude.
Especificamente, MacIntyre argumenta que as concepções rivais e totalmente incompatíveis, da justiça, são o
resultado de formas rivais e totalmente incompatíveis, da racionalidade prática. Essas formas concorrentes de
racionalidade pratica, e suas ideias concernentes a justiça por sua vez são o resultado de "tradições socialmente
consagrados e delimitadas de investigação racional". Embora o tratamento de MacIntyre, de tradições é bastante
complexo, ele dá uma definição relativamente conciso: "A tradição é um argumento estendido ao longo do tempo em
que certas acordos fundamentais são definidos e redefinidos "em termos de debates internos e externos".

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Grande parte da Justiça de quem? Qual racionalidade? é, portanto, engajar na tarefa de não só dar ao leitor exemplos
de tradições rivais e as diferentes maneiras que elas se divergem, complementam ou se anulam (por exemplo, as éticas
aristotélicas, agostiniana, tomista, humeana), mas também para provar como a racionalidade prática e uma concepção
de justiça elaborada por MacIntyre constituem uma nova maneira interpretativa dessas tradições. MacIntyre
argumenta que apesar da incomensurabilidade das éticas morais, existem várias maneiras em que as tradições rivais
poderiam envolver uma à outra de forma racional - sobretudo através de uma forma de crítica imanente que faz uso da
imaginação empática para, em seguida, colocar a tradição rival em "crise epistemológica", mas também por ser capaz
em resolver compartilhadamente problemas análogos e dilemas de dentro de nossa própria tradição, que permanecem
insolúveis em vista da abordagem rival.

O argumento de MacIntyre também defende mais três teses: primeiro, que toda invesigação racional humana é
conduzido de forma consciente ou não de dentro de uma tradição, em segundo lugar, que os esquemas conceituais
incomensuraveis de tradições rivais não implicam qualquer relativismo ou perspectivismo, em terceiro lugar, que,
embora os argumentos do livro são tentativas de se intuir proposições morais universalmente válidas eles são, no
entanto, dadas a partir de uma tradição particular (a de aristotelismo tomista) e que esta não implica necessariamente
qualquer inconsistência filosófica.

Ética das virtudes


MacIntyre é uma figura central no recente interesse pela ética das virtudes, a qual identifica a questão central da
moralidade como tendo que lidar com os hábitos e o conhecimento da melhor maneira de viver e ter uma vida boa.
Sua abordagem busca demonstrar que o bom juízo advêm de uma noção do que é bom proveniente do agente moral.
Ser uma boa pessoa não é só seguir regras formais de uma razão atribuidora de juízos morais. Ao elaborar esse
problema, MacIntyre entende ser preciso retrabalhar a ideia Aristótelica de uma ética teleológica.

MacIntyre enfatiza a importância dos bens morais definidos em relação a uma comunidade engajada em uma "prática"
- que ele chama de "bens internos" ou "bens de excelência" - ao invés de focar na prática independente obrigação de
um agente moral (ética deontológica) ou o consequencialismo de um determinado ato pela ética utilitarista. A ética das
virtudes no mundo acadêmico europeu / norte-americano (filosofia continental) é associada com os filósofos pré-
modernos (por exemplo, Platão, Aristóteles, Tomás de Aquino), mas também totalmente envolvida com outras formas
de sistemas modernos de ética (por exemplo, a deontologia kantiana). MacIntyre argumenta que a síntese de Tómas
de Aquino do agostinismo com o aristotelismo é mais perspicaz do que as modernas teorias morais, centrando-se
sobre o telos ('fim', ou execução) de uma prática social e de uma vida humana, no contexto das quais a moralidade dos
atos podem ser avaliados. Seu trabalho seminal na área da ética das virtudes podem ser encontradas em seu livro de
1981, After Virtue.

Bibliografia
1953. Marxism: An Interpretation. London: SCM Press, 1953.
1955 (edited with Antony Flew). New Essays in Philosophical Theology. London: SCM Press.
2004 (1958). The Unconscious: A Conceptual Analysis, London: Routledge & Kegan Paul.
1959. Difficulties in Christian Belief. London: SCM Press.
1965. Hume's Ethical Writings. (ed.) New York: Collier.
1998 (1966). A short history of ethics :a history of moral philosophy from the Homeric age to the twentieth
century, 2nd ed. New York: Macmillan / London: Routledge.
1967. Secularization and Moral Change. The Riddell Memorial Lectures. Oxford University Press.
1969 (with Paul Ricoeur). The Religious Significance of Atheism. New York: Columbia University Press.
1970. Herbert Marcuse: An Exposition and a Polemic. New York: The Viking Press.
1970. Marcuse. London: Fontana Modern Masters.
1971. Against the Self-Images of the Age: Essays on Ideology and Philosophy. London: Duckworth.
2007 (1981). After Virtue, 3rd ed. University of Notre Dame Press.

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2002 (with Anthony Rudd and John Davenport). Kierkegaard After Macintyre: Essays on Freedom, Narrative, and
Virtue. Chicago: Open Court
1988. Whose Justice? Which Rationality?. University of Notre Dame Press.
1990. Three Rival Versions of Moral Enquiry. The Gifford Lectures. University of Notre Dame Press.
1990. First Principles, Final Ends, and Contemporary Philosophical Issues. Milwaukee: Marquette University
Press.
1995. Marxism and Christianity, London: Duckworth, 2nd ed.
1998. The MacIntyre Reader Knight, Kelvin, ed. University of Notre Dame Press.
1999. Dependent Rational Animals: Why Human Beings Need the Virtues. Chicago: Open Court.
2005. Edith Stein: A Philosophical Prologue, 1913-1922. Rowman & Littlefield Publishers.
2006. The Tasks of Philosophy: Selected Essays, Volume 1. Cambridge University Press.
2006. Ethics and Politics: Selected Essays, Volume 2. Cambridge University Press.
2008 (Blackledge, P. & Davidson, N., eds.), Alasdair MacIntyre's Early Marxist Writings: Essays and Articles
1953-1974, Leiden: Brill.
2009. God, philosophy, universities: A Selective History of the Catholic Philosophical Tradition . Rowman &
Littlefield.
2009. Living Ethics. Excerpt, "The Nature of The Virtues". Minch & Weigel.
2016. Ethics in the Conflicts of Modernity: An Essay on Desire, Practical Reasoning, and Narrative. Cambridge:
Cambridge University Press.

Referências

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