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Necessidade humana fundamental : Respirar

Sinais vitais – Pulso, Tensão Arterial


Circulação “: movimento do sangue através do sistema cardiovascular como o
coração e os vasos sanguíneos centrais e periféricos” (CIPE/ICNP).

Circulação dupla (dois circuitos diferentes) ou completa:


. Circulação pulmonar (vulgo peq. circulação)
. Circulação sistémica (vulgo grande circulação)

Coração é o órgão central:


Tecido muscular (miocárdio) irrigado por artérias coronárias
ramificações da aorta

Três tipos de vasos:


Artérias – paredes fortes, elásticas que se contraem e dilatam
Veias – paredes finas,
Capilares – estruturalmente muito finos e com uma única
camada de células
arteríolas e vénulas envolvidas nas trocas com
o fluido intersticial
Genericamente (circulação)

• Função Cardíaca – consiste na bombagem do sangue pelo coração

• Função Vascular - “fluxo do sangue através das artérias e veias


centrais e dos vasos
sanguíneos capilares periféricos”

• Perfusão dos tecidos - “movimento do sangue através dos tecidos


periféricos para fornecimento de oxigénio, líquidos e nutrientes a
nível celular associado à temperatura e cor da pele, à diminuição do
pulso arterial, alteração da pressão sanguínea arterial, à cicatrização
de feridas e crescimento dos pelos”
Sístole
Fase de contração do ciclo cardíaco
Ocupa uma terça parte do ciclo cardíaco
A cada batimento os aurículos contraem-se, seguindo-se contração dos ventrículos

Diástole
Fase de repouso do ciclo cardíaco
Ocupa dois terços do ciclo cardíaco
Período de relaxamento do musculo cardíaco
As cavidades cardíacas dilatam-se
Circulação (Pulso)
“Durante a sístole o ventrículo esquerdo bombeia uma quantidade de sangue para
dentro, da já cheia, aorta o que aumenta grandemente a pressão aórtica.
Este aumento da pressão expande a parede da aorta e dá origem a uma onda liquida
que é sentida nas artérias seguintes como pulso”
Sorensen & Luckman (2006, p740)

Pulsação: Batimento de uma artéria onde aflui sangue, após a contracção do


ventrículo esquerdo, percebido ao realizar um pressão distal sobre uma
protuberância óssea;

Pulso : “Elevação rítmica sentida aquando da palpação de uma artéria


superficial e que traduz o aumento da pressão do sangue”. Consiste no
movimento palpável do fluxo sanguíneo numa artéria

Avaliação da pulsação (Pulso) Consiste na apreciação da elevação rítmica


sentida aquando da palpação de uma artéria superficial e que traduz o aumento
da pressão no interior das artérias no momento de cada contracção cardíaca
OBJECTIVOS AVALIAÇÃO DA PULSAÇÃO

• Conhecer o valor e as características do pulso;

• Despistar manifestações de dependência, interpretando o resultado


obtido e comparando-o com os valores de referencia e os do próprio
utente;
• Avaliar a eficácia da terapêutica e das intervenções para manter a
independência ou para a recuperar intervindo se necessário ;

• Acompanhar a evolução do pessoa relativamente à dependência na


necessidade de respirar e de mobilizar (função circulatória).
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO
PULSO
Utilização de um cateter arterial.
(utilizada apenas em unidades de cuidados intensivos).

DIRECTO
(invasivo) :
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO
PULSO
• PALPAÇÃO

INDIRECTO
(não invasivo) : • AUSCULTAÇÃO

• ELECTRÓNICO
Locais de avaliação do pulso (auscultação)

PIM (Ponto de Impulso Máximo) Pulso Apical


5º espaço intercostal

Pulso auscultado na ápice do coração, no quarto ou quinto espaço intercostal,


na linha média da clavícula esquerda
Locais de avaliação do pulso (palpação)
Pulso da artéria radial palpável ao longo do rádio na parte proximal do polegar
na face anterior do punho

Radial
Locais de avaliação do pulso (palpação)

Temporal
Pulso da artéria temporal situada entre o olho e alinha do cabelo
acima do osso zigomático (malar)

é o pulso indicado como rotina nos lactentes e crianças pequenas


Locais de avaliação do pulso
(palpação)

Carotídeo

Pulso da artéria carótida situada no pescoço ao lado da laringe entre a traqueia


e o musculo esternocleidomastoideo.

È uma artéria central (as pulsações podem persistir quando o volume de ejecção
é insuficiente para se detetarem os pulsos periféricos)
Locais de avaliação do pulso
(palpação)

Braquial

Pulso da artéria braquial, situada na face anterior do cotovelo entre os musculos


bicípite e tricípite ou na fossa antecubital
Femural
Pulso da artéria femural, situado na
virilha, contornado lateralmente por
musculos e, acima, pelo ligamento
inguinal.

Poplíteo continuação da artéria femural, fica situado na fossa poplítea


(parte posterior do joelho) ao longo do tendão mediano do lado de fora)
Locais de avaliação do pulso
(palpação)

Dorsal pedioso

ou pulso podálico, é o pulso da artéria pediosa dorsal, localizada ao longo do dorso do pé


ao lado do tendão extensor do primeiro dedo
Locais de avaliação do
pulso

Tibial Posterior

Pulso da artéria posterior, situada atrás do maléolo médio (osso interno do tornozelo)
no sulco entre o maléolo e o tendão de Aquiles
Locais de avaliação do pulso
Normalmente a avaliação é feita no pulso radial

Em alternativa, pode avaliar-se o pulso temporal em lactentes e


crianças;

pulso apical – em situações de arritmia e lactentes

pulso carotídeo em situações de emergência

Outros pulsos em função: da situação clinica, objectivo diagnóstico, acessibilidade anatómica


Material necessário avaliação pulso

Estetoscópio (se necessário)


Bolas de algodão (se necessário estetoscópio)
Álcool (se necessário estetoscópio)
Recipiente para sujos (se necessário estetoscópio)

Dinamap ou monitor

Relógio
ponteiro ou mostrador de segundos

Tabuleiro de inox (se necessário transportar em higiene e


segurança outro material)
Suporte de registo de sinais vitais
COMO AVALIAR A PULSAÇÃO (execução)

• Lavar as mãos
• Preparar o material
• Explicar a importância da avaliação do pulso.
• Garantir privacidade (puxar a cortina ou fechar a porta)
• Incentivar o cliente a relaxar e a não falar.
• Manter o cliente em repouso 5 a 10 min (se realizou algum tipo de esforço físico)

• Posicionar* o cliente confortavelmente


sentado ou deitado com a cabeceira do leito elevada entre 45 a 60 graus
braço apoiado,
palma da mão voltada para baixo, e a articulação radiocarpiana (punho) em
extensão,

ou com o antebraço sobre o torax

* Pode ser necessário adoptar outra posição em função da situação clinica e do pulso a avaliar
COMO AVALIAR A PULSAÇÃO (execução)

• Colocar as pontas dos dedos (2º, 3º, 4º) sobre a artéria (ex: radial).
• Fazer uma ligeira pressão sobre a artéria e esta sobre estrutura subjacente (ex:
rádio) o rádio, até conseguir palpar o pulso, procedendo à avaliação
•Após o pulso ser sentido regularmente, olhar para o relógio e iniciar a contagem
da frequência, durante 30 seg (rítmico) multiplicar por 2, ou 60 seg (não rítmico).
• Examinar/avaliar/ a frequência, o ritmo (padrão de regularidade), o volume do
pulso e simetria.
• Ajudar o cliente a retomar uma posição confortável
• Limpar e arrumar o material e lavar as mãos.
• Comparar os resultados com os do próprio cliente e com os valores de referência
• Registar sempre dados observados (suporte papel ou informático)
• Limpar e arrumar o material
AVALIAÇÃO DO PULSO APICAL (execução)

• Em regra avalia-se se os valores forem anormais

• Aquecer o diafragma do estetoscópio à temperatura adequada na palma da mão

• Expor a área mamilar do lado anterior esquerdo do tórax, levando a roupa até

aos ombros e baixando o lençol

• Colocar o diafragma abaixo do mamilo e 8 centímetros à esquerda do esterno;

este local corresponde ao 5º ou 6º espaço intercostal.

• Contar durante um minuto (ter atenção ao ritmo e à frequência)

• Manter o cliente em posição de conforto;

Nota: A auscultação do pulso apical provoca uma avaliação mais precisa da contracção
cardíaca, no entanto não permite avaliar a característica do volume
O que avaliar na pulsação
(pulso)
indicadores

Frequência do Pulso: Número de pulsações por minuto;

Amplitude do Pulso/Volume intensidade: Força exercida pelo


volume de sangue propulsionado entre as paredes de uma
artéria; O volume de sangue ejectado contra a parede arterial
a cada contracção cardíaca e que é perceptível pela palpação.

Ritmo: Regularidade das pulsações;

Simetria: contra lateralidade de frequência


Frequências normais do Pulso em
repouso
• Bebé 120 -160
• Criança pequena 90 - 140
• Criança pré-escolar 80 -110
• Criança escolar 75 – 100
• Adolescente 60 - 90
• Adulto 60 - 100
Aumento da frequência cardíaca
Taquicardia (Fc >100 pm)

Frequência
(no adulto) Normocardico (60 -100 pm)

Diminuição da frequência cardíaca

Bradicardia (Fc < 60 pm)


Volume:
Pulso forte ou cheio (boa percepção)
Pulso fraco ou filiforme (má percepção)

Pulso forte
Ritmo
Rítmico (intervalo de tempo regular entre cada batimento cardíaco)

Arrítmico
(quando o intervalo é interrompido por uma pulsação precoce, tardia ou omissa)

Arritmia variação do ritmo normal da contracção auricular e ventricular


Simetria/assimetria – Igualdade/desigualdade em locais contralaterais (simétricamente opostos)
Tipos e Caraterísticas dos pulsos
Características Tipos Valor
Regular ou Rítmico Compassado
Ritmo
Irregular ou Arrítmico Descompassado
Acima do limite
Taquicardia ou Taquiesfigmia
máximo
Frequência
Abaixo do limite
Bradicardia ou Bradiesfigmia
mínimo
Pulso forte ou cheio Percepção boa
Volume Pulso fraco ou débil ou
Percepção fraca
filiforme
Igualdade Igual Igual bilateral
(Simetria) Desigual Desigual bilateral
Terminologia de Dependência

•Arritmia: “variação do ritmo normal da contracção auricular e ventricular do miocárdio,


associado à função de «pacemaker» do nódulo sino-auricular” (CIPE/ICNP, 2003, p.
18).

•Bradicardia: Diminuição da frequência cardíaca;

•Taquicardia: Aumento da frequência cardíaca;

•Circulação deficiente por aumento ou diminuição do volume sanguíneo, estase ou


obstrução, provocando uma falta de oxigénio nos tecidos ou uma fuga de líquidos que
se infiltram nos tecidos
Antes de proceder à avaliação:
• Considerar/confirmar a frequência habitual do
utente para ter um termo de comparação;
• ter em conta os diferentes factores que influenciam a
frequência do pulso:
Exercício/actividade física
Temperatura
Emoções
Fármacos
Hemorragia
Alterações Posturais
Patologia Pulmonar
PRINCIPIOS A TER EM CONTA
Ver Manual ACSS página 113

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FACTORES QUE INFLUENCIAM NA AVALIAÇÃO DO Pulso

• IDADE, SEXO E O CRESCIMENTO/DESENVOLVIMENTO (Ex. Variação da TA e PULSO);

• TEMPERATURA CORPORAL;

• ALTERAÇÕES DA CONCENTRAÇÃO DE O2 NO SANGUE (ex.: situações de hipoxémia);

• DOR;

• MEDICAÇÃO;

• ALIMENTAÇÃO;

• RITMO BIOLÓGICO CIRCADIANO;

• A CONSTITUIÇÃO E AS CAPACIDADES FÍSICAS;

• PATOLOGIA PULMONAR.

• DOENÇAS VÁRIAS
Tensão arterial
Pressão sanguínea “consiste na força exercida pelo sangue circulante nas paredes
dos vasos do coração e das circulações sistémica e pulmonar”
“é a força exercida pelo sangue contra uma área do vaso (artéria) sendo medida em
mmHg”

Terminologia de Independência (TA)


• Pressão Arterial: É a pressão (em mmHg) de sangue sobre as paredes
das artérias;

• Pressão Diastólica: É a pressão de sangue no momento em que os


ventrículos estão em repouso (corresponde ao valor mínimo);

• Pressão Sistólica: É a pressão que provém da contracção dos ventrículos


(valor máximo);

• Pressão Diferencial: Diferença entre a pressão Sistólica e Diastólica;


A PRESSÃO ARTERIAL DEPENDE FUNDAMENTALMENTE

• Débito Cardíaco
• Volume Sangue
• Viscosidade Sanguínea
• Resistência Vascular Periférica
• Distensibilidade/Elasticidade

TA = DC x RV(RP)

TA = (DC * VC) * RV
Objectivos da avaliação da TA

-Conhecer o valor da TA;


-Despistar manifestações de dependência, interpretando o resultado obtido e
comparando-o com os valores de referência e os do próprio cliente;
-Avaliar a eficácia da terapêutica e das intervenções para manter a
independência ou para a recuperar intervindo, se necessário;
-Acompanhar a evolução do cliente, relativamente aos valores da TA
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
DA TA
Utilização de um cateter arterial.
(utilizada apenas em unidades de cuidados intensivos).

DIRECTO*
(invasivo) :

* à semelhança da avaliação do pulso


MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
DA TA
• PALPAÇÃO

INDIRECTO
(não invasivo) : • AUSCULTAÇÃO

• ELECTRÓNICO
Avaliação da
PA
• Material: esfigmomanómetro e estetoscópio
Esfigm(o) - elemento de formação de palavras
que exprime a ideia de pulso, pulsação

Esfigmomanómetro

manómetro - instrumento que serve para medir as


pressões exercidas pelos líquidos ou a tensão ou força
elástica dos gases e vapores
O Esfigmomanómetro é constituído por:

braçadeira que contém um dispositivo


de câmara de ar insuflável

Um manómetro de pressão
conectado à braçadeira

-“pêra” insufladora com uma válvula de controlo


usada para insuflar e desinsuflar ar na braçadeira.
Os manómetros podem ser:

Manómetro
de mercúrio

- A pressão exercida desloca o mercúrio na coluna de vidro calibrada.


- Antes de se aplicar o mercúrio deve permanecer ao nível zero
- Deve descer livremente logo que a pressão na braçadeira deixe de ser
exercida.
- Necessitam ser colocados na posição
Nota: pela restrição do uso do mercúrio, a utilização destes esfigmomanómetros
está restringida
Os manómetros podem ser:

Manómetro
aneróide

- São portáteis e geralmente de leitura mais fácil que os manómetros de


mercúrio.
- No entanto, as propriedades elásticas expõem o indicador de pressão a
desvios pelo que se tornam um pouco menos credíveis que os de mercúrio.
- Um ponteiro posicionado no zero quando a braçadeira está vazia não é
garantia de que a leitura vá ser rigorosa quando se faz a desinsuflação da
braçadeira.
Nota: Exige recalibrações periódicas.
LOCAL DE AVALIAÇÃO MAIS FREQUENTE

MÉTODO POR AUSCULTAÇÃO

Artéria Braquial
Artéria poplítea

(Perry e Potter, 2006)


Braçadeira insuflada comprime a artéria braquial (pressão da braçadeira excede a
tensão sistólica ocluindo o fluxo sanguíneo)

À medida que desce a pressão da braçadeira e atinge tensão sistólica intraluminal o


sangue começa a fluir pela artéria (compressão intermitente, jactos de sangue)

Fluxo de sangue ainda turbulento através da artéria ainda parcialmente ocluída

Artéria fecha momentaneamente durante a diástole

A artéria não volta a fechar em qualquer fase do ciclo cardíaco

Diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo. O fluir do sangue torna-se silencioso


Os sons de Korotkoff
Sons auscultados sobre uma artéria durante
o esvaziamento da braçadeira.

O 1º som (fase I de Korotkoff) corresponde


à pressão sistólica.

O desaparecimento do som, último


batimento(fase V de Korotkoff) corresponde
à pressão diastólica.
PRINCIPIOS A TER EM CONTA (avaliação da PA)
• Explicar o procedimento ao paciente
• Proporcionar uma posição confortável, em ambiente calmo, 5 a 10 minutos que
precedem a avaliação da TA.
• Sentado(a) e relaxado(a), pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso
recostado na cadeira
• Membro superior desnudado (se possível)
• Evitar bexiga cheia
• Não praticar exercícios físicos 60 a 90 minutos antes
• Não ingerir bebidas alcoólicas, estimulantes (café,…) e não fumar 60 minutos antes
• Utilizar uma braçadeira adequada ao diâmetro do membro, do cliente (terço médio
do antebraço, terço médio da coxa, terço médio da perna).
• Utilizar um esfigmomanómetro calibrado. Verificar o funcionamento do
equipamento
• Solicitar à pessoa para não falar durante o procedimento
• Avaliar a PA de acordo com a situação de cada utente
PRINCIPIOS A TER EM CONTA (avaliação da PA)
• Se é uma criança, permitir que ela mexa no equipamento antes da
avaliação para a ajudar a perder o medo.
• Se for uma criança que está a chorar avalie a TA mais tarde; se é um
lactente que chora poderá ser necessário fazê-lo enquanto dorme.
• Posicionar o braço na altura do coração (nível do ponto médio do esterno
ou 4º espaço intercostal), apoiado, com a palma da mão voltada para cima
e o cotovelo ligeiramente fletido
• Avaliar o utente relativamente aos factores que podem influenciar os
valores da PA
• Não avaliar:
- em braço com traumatismo;
- do lado do corpo que sofreu uma mastectomia radical;
- no braço que tem um shunt ou fístula para hemodiálise;
- no braço com perfusão intravenosa.
• Caso consideremos os dados anormais, reconfirmar
Avaliação da TA
Envolve as competências da inspecção, palpação e auscultação.

Auscultação

a) Lavar as mãos

b) Preparar todo o material necessário

c) Informar o utente acerca do procedimento

d) Posicionar o doente de forma adequada (braço apoiado ao nível do coração e com


a palma da mão voltada para cima.)

e) Eliminar ruídos ambientais, se possível

f) Puxar a cortina ou fechar a porta

g) Evitar constrangimentos do vestuário apertado

h) Identificar pulso (em regra braquial)


i) Aplicar a parte central da braçadeira sobre a artéria (no caso, parte média da fossa
ante cubital)
Avaliação da TA

j) Retirar todo o ar da braçadeira e enrole-a à volta do braço, com o bordo superior


2,5cm a 5 cm acima do local onde a pulsação é mais perceptível

k) Palpe a artéria radial. Insufle a braçadeira até 20 a 30 mm Hg acima do ponto em


que deixou de palpar o pulso radial

l) Colocar o diafragma do estetoscópio sobre artéria.


m) Escute atentamente, à medida que vai desinsuflando a braçadeira (lentamente 2 a
4 mmHg/seg)

n) Fixe e memorize (registe) o valor que observou no manómetro no momento em


que ouviu o primeiro som (fase I de Koroktoff) (corresponde à TA sitólica)

o) Continue a libertar a pressão da braçadeira e atente quando surge um


“abafamento” “ ou “amortecimento” do som (fase IV de Koroktoff)
Avaliação da TA
p) Em seguida, memorize o valor em que o som desaparece (fase V de
Koroktoff)
• (corresponde à TA diastólica)

q) Desinsufle totalmente a braçadeira até ao zero e retire-a do braço do doente

r) Informar o cliente se conveniente


s) Reposicionar o cliente confortavelmente.

t) Limpar e arrumar o material. Lavar as mãos.


u) Registar dados observados/detectados em suporte papel ou informático. No

gráfico o registo da TA é, normalmente, realizado a Preto ou AZUL. (depende


dos serviços)
Avaliação da TA
Ver manual ACSS pág. 109
Tipos de Tensão arterial
Unidade de medida – milímetros de mercúrio (mm Hg)
Valores máximos estabelecidos – 140/90 mm Hg

Pressão sistólica Pressão diastólica


Classificação (mmHg) (mmHg)

Ótima < 120 e < 80

Normal 120-129 e/ou 80-84

Limítrofe (normal elevada) 130 a 139 e/ou 85 a 89

HTA Grau 1 140 a 159 e/ou 90 a 99

HTA Grau 2 160 a 179 e/ou 100 a 109

HTA Grau 3  180 e/ou  110

Hipertensão Sist. Isolada > 140 e < 90

DGS - Norma 020/2011 (actualizada 03/2013)


Média da Tensão Arterial Normal com a Idade
Idade Valores

Récem-nascido 80/45

2 anos 90/60

Adolescente 120/70

Adulto 130/80

Idoso 140/90

Fonte: Bolander – Enfermagem fundamental.


Terminologia de Dependência (TA)
• Hipertensão arterial: “É um tipo de pressão sanguínea com as
características específicas: bombagem do sangue através dos vasos
sanguíneos com pressão superior ao normal” (CIPE/ICNP)
Hipertensão – Perturbação muitas vezes assintomática caracterizada por pressão
continuamente alta

Hipertensão Arterial
Risco aumentado
• antecedentes familiares,
• obesidade,
• tabagismo,
• elevado consumo de álcool,
• dislipidémia (hipercolesterolémia),
• exposição contínua ao stress.
Diagnóstico da Hipertensão Arterial

Em avaliação de consultório: elevação persistente, em diferentes ocasiões e várias


medições, da PAS > 140mmhg e/ou PAD > a 90mmhg

Para o diagnóstico de HTA é necessário que a PA se mantenha elevada em medições


realizadas em, pelo menos, duas diferentes consultas, com um intervalo mínimo entre
elas de uma semana

Em cada consulta medir a PA, pelo menos, duas vezes, (intervalo mínimo 1-2 min)
Registar o valor mais baixo de PAS e PAD
Se discrepância entre as duas medições for muito elevada considerar uma terceira
medição
DGS - Norma 020/2011 (actualizada 03/2013)
Diagnóstico da Hipertensão Arterial

Limites de referência de acordo com o tipo de avaliação/medição realizado

Tipo de avaliação/medição PAS (mmHg) PAD (mmHg)

Consultório 140 90

Global (24 horas) 125-130 80


24
horas Período do dia (vigília) 130-135 85
MAPA
Período da noite (sono) 120 70

Automedição no domicilio 130-135 85

DGS - Norma 020/2011 (actualizada 03/2013)


Diagnóstico da Hipertensão Arterial

A pressão arterial é:

menor quando o indivíduo está em repouso físico e tranquilidade mental,

mais alta quando em atenção e nas diferentes atividades quotidianas acompanhadas


de vários graus de movimentos corporais e excitação psicoemocional.
Noll CA, Lee ENH, Schmidt A, Coelho EB, Nobre F (2001)

O individuo apresenta redução na pressão arterial durante o sono comparado


com os valores obtidos no período de vigília.
Os valores de pressão atingem, em geral, os valores mais baixos (sono) e
retornam a patamares mais elevados quando o indivíduo desperta.
Diagnóstico da Hipertensão Arterial

Quando se regista uma redução da PA entre os periodos de vigilia e sono, estamos


perante o designado: PA de padrão Dipper

Quando não se observa essa redução designa-se: PA de padrão não-dipper (non-dipper)


Noll CA, Lee ENH, Schmidt A, Coelho EB, Nobre F (2001)

Indivíduos hipertensos, sem queda de pelo menos 10% entre os dois períodos
referidos, podem estar sujeitos a pior prognóstico.
Terminologia de Dependência (TA)
• Hipotensão arterial: “É um tipo de pressão sanguínea com as
características específicas: bombagem do sangue através dos vasos
sanguíneos com pressão inferior ao normal”
(CIPE/ICNP)

Quando a pressão arterial sistólica desce para 90 mm Hg ou menos

Principais Causas Sinais e sintomas associados


Dilatação das artérias Palidez,
pele marmoreada e húmida,
Resistência vascular periférica
confusão,
Volume de sangue circulante tonturas,
Débito cardíaco insuficiente dor torácica,
FC aumentada,
débito urinário diminuído

• Hipotensão ortostática (hipotensão postural)


Quando um utente com PA normal desenvolve sintomas e pressão arterial
baixa ao levantar-se para ficar de pé.
Periodicidade de avaliação da PA
Se PA < 130/ 85 mmHg reavaliar até 2 anos

Se PA 130-139 / 85- 89 mmHg reavaliar dentro de 1 ano

Se PA 140-159 / 90-99 mmHg confirmar dentro de 2 meses

Se PA 160-179 /100-109 mmHg confirmar dentro de 1 mês

Se PA > 180/ 110 mmHg iniciar tratamento imediato ou avaliar


dentro de uma semana de acordo
com o quadro clínico

DGS - Norma 020/2011 (actualizada 03/2013)


FACTORES QUE INFLUENCIAM A TA

• IDADE, CRESCIMENTO/DESENVOLVIMENTO ;
• GENERO;
FACTORES BIOLÓGICOS • PESO
• RAÇA;
• MEDICAÇÃO;
• PATOLOGIAS VÁRIAS.

• EMOÇÕES;
FACTORES PSICOLÓGICOS
• PERSONALIDADE;

• Cultura: tradições, valores, costumes e modas


• Papeis Sociais:
• Tipo de trabalho
FACTORES SOCIOLÓGICOS • Esforço físico
• Stress
• Organização Social:
• Ergonomia no W;
• Sedentarismo
• Prática de exercício físico
Erros que provocam resultados falsamente elevados:

- Braçadeira demasiado estreita, solta ou não totalmente desinsuflada


quando colocada

- Membro superior abaixo do nível cardíaco

- Verificações sucessivas no mesmo local

- Pressão da braçadeira retirada muito rapidamente (aum. diastólica)

- Diafragma do estetoscópio não colocado sobre a artéria (aum. diastólica)

- Avaliação imediatamente após refeições, fumar ou situação de bexiga


distendida (cheia)
Erros que provocam resultados falsamente baixos:

- Braçadeira demasiado larga


- Manga arregaçada a fazer efeito de garrote
- Membro superior acima do nível cardíaco
- Forte pressão sobre o estetoscópio
- Pressão da braçadeira retirada muito rapidamente (diminuição sistólica)
- Câmara de ar insuficientemente insuflada (diminuição sistólica)
- Falta de percepção de um intervalo de auscultação
- Incapacidade de ouvir os sons de Korotkoff, que são fracos
Outros erros/situações:

- Frequência cardíaca irregular (aumento da diastólica)

- Contracção muscular do membro onde se está a avaliar

- Mau funcionamento do equipamento

- Os valores nos membros inferiores são geralmente mais altos que nos
superiores.
BIBLIOGRAFIA

• ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ENFERMEIROS - CIPE/ICNP Versão 2.0 - Classificação


Internacional para a Prática de Enfermagem, Lisboa, 2012.

• ACSS (Administração Central do Sistema de Saúde) (2011), Manual de Normas de


Enfermagem - Procedimentos Técnicos. Ministério da Saúde, Lisboa.

• DIREÇÃO GERAL DE SAUDE. Hipertensão Arterial: Definição e classificação. Norma 020/2011


(atuaização 19/03/2013), Departmento da Qualidade em Saúde, DGS, Lisboa, 2013

• HENRIQUES, Fernando M. D.; SANTOS, Célia Samarina; AMARAL, António. Técnicas de


Enfermagem 1. Coimbra, 1999 (Manual de Sinais Vitais). ISBN: 972-96680-0-0.

• Noll CA, Lee ENH, Schmidt A, Coelho EB, Nobre F. Ausência de queda da pressão arterial
entre os períodos de vigília e sono. Revista Brasileira de Hipertensão, vol 8(4):
outubro/dezembro de 2001

• POTTER, Patrícia A. e PERRY, Anne Griffin (2006) - Fundamentos de Enfermagem : Conceitos


e Procedimentos. 5ª Edição. Loures, Lusociência.

• SORENSEN e LUCKMANN Enfermagem Fundamental: Abordagem Psicofisiológica 3.a


ediç., Lisboa, Lusodidacta, 1998. ISBN: 972-96610-6-5.

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