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tempo planejado para a fundação, deixamos uma semana, dez dias, duas
semanas, dependendo muito do porte da obra, mas sabemos que esse tempo
é para acomodar algum possível atraso na etapa de fundação.
Depois vamos para a estrutura. Sabemos que a estrutura não é uma
etapa fácil. Também está sujeita a alguns atrasos após o planejado e deixamos
mais algum tempo de “buffers” ao final de cada etapa. Assim, as datas macros
permanecem fixas, mas dentro de uma janela aceitável, nós podemos trabalhar
com alguma variação de tempo. Se o atraso não acontecer, você antecipa a
próxima etapa e acaba concluindo sua obra num tempo menor do que o
prometido. Isso é mais coerente, do que prometer uma data muito rígida,
apertada e irracional. Se qualquer coisa der errado, eu perco o prazo que eu
prometi para o cliente. Atrasar o prometido para o cliente é o que nós nunca
podemos deixar acontecer.
Então, a primeira causa dos problemas que temos em obras é a falta de
consideração desses “buffers’’ de tempo. Precisamos pensar mais sobre isso e
chegar a um número que nos atenda de acordo com cada obra e cada cliente.
Então para ser um bom planejador temos que conseguir ter uma visão
boa de como se executa os elementos da obra.
4. Documento de gaveta. O quarto fator que faz com que as obras não
deem certo, é que quando tem o cronograma e o orçamento, mas aquele
documento vira um documento de gaveta, porque o engenheiro da obra não
usa o documento no dia a dia para tomar decisões.
Que tipo de decisão o cronograma físico por exemplo me ajuda a tomar?
Ele me ajuda a entender quantas pessoas estarão presentes na obra naquele
período. Quem são as pessoas em termos de função, se são carpinteiros,
armadores, pedreiros ou serventes para entender o conjunto de pessoas que
vai estar presente e com quem eu vou poder contar a cada período de obra.
O cronograma será utilizado para entender com qual antecedência eu
preciso comprar os matérias que vão ser usados naquele determinado mês ou
determinada quinzena, para que eu faça isso de uma maneira antecipada para
dar tempo de eu negociar com os fornecedores e esse material ser entregue na
hora antes daquele serviço na obra começar e claro, girar esse estoque e que
não falte completamente material. Mas tudo isso, precisa ser feito consultando
o cronograma para entender quando as coisas começam, quanto tempo elas
duram e quando vão terminar. Se eu não usar o cronograma, a coisa fica muito
aleatória e eu vou me basear no visual do canteiro e isso não é suficiente para
boas decisões.
E sem os documentos, sem o uso diário do orçamento e do cronograma
eu vou fazer com que as minhas decisões sejam sempre imediatistas, o
problema apareceu e eu reajo, eu nunca vou conseguir tomar decisões
antecipadas que previnam e evitem que desvios aconteçam.
RESUMO:
São quatro situações que prejudicam bastante os resultados da sua
obra.
A primeira delas é trabalhar com números que são estatísticos e não
fazer previsão de folga, de ‘’ buffers’’ de tempo.
A segunda situação é fazer um planejamento sem um escopo completo
e detalhado dos serviços da sua obra, talvez por falta de entendimento desse
● Conhecimento Técnico
Muitas pessoas deixam de planejar, por essa sensação de que tudo que
é planejado não acontece na obra, mas não precisa ser assim. Claro que as
coisas não vão ser perfeitas e sair todas corretas, isso é utópico, pois os
problemas vão acontecer, mas nós podemos monitorar e fazer com que a
realidade seja o mais próximo possível daquilo que está planejado.
E se acaso não deu para cumprir tudo, nós organizamos nas metas da
semana que vem, colocando as pendências que não foram executadas,
acumulando serviço.
Muitas das vezes, nós não conseguimos concluir nossos pacotes com
problemas que não estavam previstos, como chuva, muito calor. Mas outros
problemas são gerenciais, como falta de materiais, falta de mão de obra, falta
de equipamentos, falta de projeto, dentre outros. Enfim, são muitas causas que
impedem que os nossos pacotes de trabalho planejados, sejam cumpridos.
Mas quando nós discutimos isso com a nossa equipe ou com a pessoa
que não conseguiu realizar e ela me diz as dificuldades, eu gestor de obras,
fico mais ciente sobre todas as dificuldades e possíveis problemas que pode
ocorrer na obra. Quando eu não sei, quando eu não converso com a equipe e
não controlo esses pacotes, a obra vai acontecendo e eu não sei o que está
dando certo e o que está dando errado e isso não é gerenciamento.
Nós não podemos gerenciar aquilo que não sabemos, que não temos
feedbacks, que não sabemos os resultados.
Para isso podemos usar a frase: O que eu preciso fazer muito bem feito?
E com esse pensamento, me vem a inspeção de qualidade, o que eu vou
precisar conferir em cada serviço que eu executo, para que chegue lá no final
eu esteja atendendo as normas e satisfazendo esse cliente. E com isso,
podemos nos basear em três coisas:
1. Medir resultados
2. Comparar
3. Agir corretivamente
4. Agir preventivamente
● Aspecto visual
● Durável
● Funcional
O conceito neste documento será para mostrar como ele funciona para
proteger os serviços executados na nossa obra.
utilizando tempo, materiais. Uma atividade que poderia ser simples, acaba
demorando mais, consumindo materiais, fazendo com o que o pedreiro volte
várias vezes na mesma parede e esse desvio (erro) vai se intensificando, por
isso eu devo proteger, que significa fazer correto no primeiro, para que o
segundo só sofra as variações dele mesmo e que não traga erros do anterior.
Então é esse o raciocínio de proteger os desvios na produção.
Proteção da Produção: Todo serviço que vai ser executado, ele tem
dados de entrada, como por exemplo:
1. Materiais e Componentes
2. Mão de Obra
3. Máquinas e Equipamentos
4. Tarefas Pré-Requisitos
5. Condições Externas
6. Espaço
7. Informações (Projeto)
Tudo isso precisa estar disponível para que a obra aconteça e é nessa
parte que entra o conceito de restrição. Quando algo não foi resolvido ou
providenciado, o serviço tem restrição. E o meu papel como Gestor é eliminar
as restrições, mas porque? Porquê quando existe uma restrição, o serviço não
começa, ou ele começa, mas depois de um tempo é interrompido ou fica lento,
ou ele vai gerar uma situação de improviso. Então, o nosso objetivo é remover
as restrições e resolver as situações.
Listar os materiais:
1. Blocos cerâmicos
2. Cal
3. Cimento
4. Areia
5. Betoneira
6. Extensão Steck
7. Tambor de água
8. Balde
9. Mangueira
10. Pá
11. Padiola
12. Carrinho de mão
13. Masseira
14. Lápis de carpinteiro
15. Trena
16. Mangueira de nível
17. Cavalete
Listar as ferramentas:
1. Colher de pedreiro
2. Linha de pedreiro
3. Prumo de face
4. Prego e martelo
5. Régua de nível
6. Esquadro
7. Vassourão
8. Bag ou recipiente para entulho
Devemos fazer a lista com antecedência, pois um bom Gestor não olha
o amanhã, ele olha ao horizonte. As restrições precisam ser pensadas pelo
menos seis semanas antes de começar a obra. Se eu não tiver um
cronograma, uma obra pensada e um planejamento, provavelmente essa obra
vai acontecer desvios.
E para definir a Curva ABC da sua obra, você pode separar os materiais
em uma lista e calcular quais insumos representam a quantidade que será
usada. E você pode separar em faixas, como:
1. Dinheiro
2. O currículo profissional
3. Satisfação pessoal
Mas além disso, tem o meu cliente final que vai ser um morador ou dono
da casa, ou a pessoa que vai usar a sala comercial, ou o médico que vai usar
aquela clínica, enfim, os usuários da edificação são outros Stakeholder.
Os fornecedores são Stakeholder, porque eles têm participação na
obra, vendendo os materiais e produtos e, com isso, eles tem a empresa deles
também sendo lucrativa, funcionando e se mantendo no mercado.
Os projetistas são outros Stakeholder e a minha equipe de obra, os
meus funcionários, os meus pedreiros, serventes e carpinteiros são
Stakeholder também. A obra é importante para eles, como manter o emprego,
manter o contrato de prestação de serviço e para encontrar uma condição de
trabalho, se manter, criar experiências para evoluir na profissão.
Na verdade todos os envolvidos, possuem seus interesses pessoais,
profissionais e financeiros. E uma boa obra, um projeto sem sucedido, é que
aquele que consegue atender à todos os interessados. Nós engenheiros não
vamos fazer o gerenciamento só para nós, ou só para o meu chefe. Nós não
podemos fazer o gerenciamento, com o pensamento travado, como algumas
pessoas que costumam falar ‘’Eu trabalho muito e quem ganha dinheiro é o
meu chefe ou o dono da construtora”. Não podemos pensar assim, porque nós
também somos os interessados na obra.