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E-BOOK GESTÃO BÁSICA DE OBRAS

Aula 1 - Por que as obras dão errado?


Neste documento serão apresentadas as características iniciais sobre o
que é a gestão de obras de um canteiro. Vamos começar a olhar quais são as
providências que nós gestores do canteiro e engenheiros precisamos nos
conscientizar para conseguir tomar todas as decisões.
E para você entender todo esse cenário que nós trabalhamos será
pontuado nesse documento, algumas dificuldades já conhecidas, coisas que
nós temos conseguido resolver ao longo do tempo e fazem com que os
resultados das nossas obras não sejam bons.

1. Planejamento. ​Deve ter entendido como uma estimativa e nunca


como exato. Tanto que nos baseamos em índices de consumo de materiais e
índice de produtividade da mão de obra, como a TCPO, do Sistema Orce, que
são banco de dados estatísticos, portanto não são exatos e não reflete cada
cidade brasileira que tem suas características de mão de obras muito
particulares, mas nós temos que ter um ponto de partida, então usamos os
dados estatísticos.
Essas são previsões e nós não podemos esperar acontecer exatamente
daquela maneira, muito pelo contrário, muitos fatores vão nos atrapalhar
perante a jornada da obra, temos que fazer uma previsão e inserir algum
percentual de folga no tempo. Isso parece estranho, porque parece que não
estamos confiando no que estamos planejando, então vai aumentar um pouco
desse tempo, mas é assim mesmo, as teorias mais atuais de gestão, inclusive
as que estão ligadas ao pensamento do Lean Construction, admitem ‘’buffers’’,
essa palavra significa pulmão que nada mais é do que uma reserva de ar para
acomodar as interferências e variações que a obra vai ter, só que isso é
pequeno, então você pode classificar suas folgas de tempo de acordo com
suas etapas de obras.
Sabemos que fundação é uma etapa bastante sujeita a variações, nós
podemos encontrar surpresas na execução da fundação. Então, depois do

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tempo planejado para a fundação, deixamos uma semana, dez dias, duas
semanas, dependendo muito do porte da obra, mas sabemos que esse tempo
é para acomodar algum possível atraso na etapa de fundação.
Depois vamos para a estrutura. Sabemos que a estrutura não é uma
etapa fácil. Também está sujeita a alguns atrasos após o planejado e deixamos
mais algum tempo de “buffers” ao final de cada etapa. Assim, as datas macros
permanecem fixas, mas dentro de uma janela aceitável, nós podemos trabalhar
com alguma variação de tempo. Se o atraso não acontecer, você antecipa a
próxima etapa e acaba concluindo sua obra num tempo menor do que o
prometido. Isso é mais coerente, do que prometer uma data muito rígida,
apertada e irracional. Se qualquer coisa der errado, eu perco o prazo que eu
prometi para o cliente. Atrasar o prometido para o cliente é o que nós nunca
podemos deixar acontecer.
Então, a primeira causa dos problemas que temos em obras é a falta de
consideração desses “buffers’’ de tempo. Precisamos pensar mais sobre isso e
chegar a um número que nos atenda de acordo com cada obra e cada cliente.

2. Escopo detalhado e completo​. ​Muitos profissionais possuem


dificuldade em identificar a lista de serviços que compõem a obra, isso é um
processo a médio e longo prazo.
Para isso, eu preciso ter em mente um repertório e ter visto as coisas
sendo executadas ou ter estudado bastante e principalmente a captura de
bastante imagens, podemos até explorar a internet. Precisamos fazer esse
raciocínio da obra e assim, somos capazes de ter um escopo completo.
Quando esquecemos de alguma parte pequena, eu vou pular aquela etapa no
meu planejamento, só que na vida real ela vai existir, vai consumir recursos e
principalmente vai consumir tempo. E por isso, vai causar desvios da situação
real de obra e situação prevista. E então dá a impressão que o planejamento
falhou, de fato ele falhou, se você não conseguiu colocar no seu planejamento
essa estrutura analítica no projeto e no escopo de obra, que são dois nomes
para a mesma definição.

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Então para ser um bom planejador temos que conseguir ter uma visão
boa de como se executa os elementos da obra.

3. Planejamento não documentado​. ​O terceiro motivo que leva as


nossas obras a não ter um bom resultado, é o planejamento que está na
cabeça do engenheiro, porque ele é o autor do planejamento na maioria das
vezes, só que isso não é suficiente, porque os dados do planejamento,
principalmente do cronograma físico, precisam chegar aos ouvidos de quem de
fato executa a tarefa.
E isso depende de comunicação assertiva. É difícil para o engenheiro
praticar comunicação assertiva, porque não é algo que é treinado ou
vivenciado durante o curso de graduação. Então é um conhecimento que
precisamos buscar depois de formado. Eu sei que eu preciso me comunicar
melhor, que preciso convencer pessoas, que as pessoas se engajem dentro
daquele canteiro de obras e são muitas pessoas em geral. Claro que isso
depende do porte da obra, mas caso fosse um edifício seria acima de 100
pessoas presentes no canteiro.
Como eu vou reunir essas pessoas? Com quem devo falar? Será que eu
só devo me comunicar diretamente com o mestre de obras e os encarregados
e nunca deve falar diretamente com os executores? Ou é o contrário? Eu tenho
que falar com todo mundo e para cada um eu tenho que passar uma
mensagem diferente, em uma linguagem diferente.
Ficamos perdidos em como agir com a área de gestão de pessoas,
então essa é uma habilidade importante e sem ela, o planejamento tende a não
funcionar.
Precisamos então, desenvolver uma maneira clara de comunicar as
metas e dar um feedback do trabalho realizado. Quando ele for bom, damos
um feedback positivo e quando ele não for bom, quando a meta não foi
cumprida ou de qualidade, ou qualquer coisa que ficou desfavorável, qual seria
a melhor maneira de dar o feedback para essa equipe e para esse funcionário,
sem causar conflitos.

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4. Documento de gaveta. ​O quarto fator que faz com que as obras não
deem certo, é que quando tem o cronograma e o orçamento, mas aquele
documento vira um documento de gaveta, porque o engenheiro da obra não
usa o documento no dia a dia para tomar decisões.
Que tipo de decisão o cronograma físico por exemplo me ajuda a tomar?
Ele me ajuda a entender quantas pessoas estarão presentes na obra naquele
período. Quem são as pessoas em termos de função, se são carpinteiros,
armadores, pedreiros ou serventes para entender o conjunto de pessoas que
vai estar presente e com quem eu vou poder contar a cada período de obra.
O cronograma será utilizado para entender com qual antecedência eu
preciso comprar os matérias que vão ser usados naquele determinado mês ou
determinada quinzena, para que eu faça isso de uma maneira antecipada para
dar tempo de eu negociar com os fornecedores e esse material ser entregue na
hora antes daquele serviço na obra começar e claro, girar esse estoque e que
não falte completamente material. Mas tudo isso, precisa ser feito consultando
o cronograma para entender quando as coisas começam, quanto tempo elas
duram e quando vão terminar. Se eu não usar o cronograma, a coisa fica muito
aleatória e eu vou me basear no visual do canteiro e isso não é suficiente para
boas decisões.
E sem os documentos, sem o uso diário do orçamento e do cronograma
eu vou fazer com que as minhas decisões sejam sempre imediatistas, o
problema apareceu e eu reajo, eu nunca vou conseguir tomar decisões
antecipadas que previnam e evitem que desvios aconteçam.

RESUMO:
São quatro situações que prejudicam bastante os resultados da sua
obra.
A primeira delas é trabalhar com números que são estatísticos e não
fazer previsão de folga, de ‘’ buffers’’ de tempo.
A segunda situação é fazer um planejamento sem um escopo completo
e detalhado dos serviços da sua obra, talvez por falta de entendimento desse

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processo construtivo ou pouca experiência no canteiro de obras, mas temos


maneiras de melhorar esse aprendizado.
A terceira situação é não usar efetivamente uma comunicação clara,
assertiva e focada nas pessoas que precisam receber a mensagem. Então
significa que nós temos que buscar o desenvolvimento das nossas habilidades
de comunicação.
E a quarta situação é ter os documentos de planejamento e não os usar
no dia a dia. Ou seja, guardar na gaveta e não consultar para a tomada
decisões. Você irá apenas responder problemas e não irá conseguir antecipar
suas decisões de forma com que aquele problema não venha a acontecer.
Tendo conhecimento sobre essas quatro situações que
comprovadamente dão errado, não vamos repetir o mesmo erro. Então vamos
nos prevenir, preparar o conhecimento e postura e comportamento para que
nós consigamos fazer diferente e assim, conseguir atingir as nossas metas
pessoais com a obra, que pode ser de realização pessoal ou metas financeiras.
Além disso, atender às expectativas daquele cliente que está confiante em nós.

Aula 2 - Em que pontos da obra precisamos


melhorar?
Neste documento você encontrará os três principais desafios que um
Engenheiro Gestor em Obras terá que enfrentar. Alguns são do ponto de vista
pessoal e outros tem um caráter mais técnico.
Todo mundo que começa a trabalhar e atuar em uma área específica,
por exemplo a gestão de obras, sabe que tem um alvo a atingir e procuramos
chegar a esse ponto máximo, esse ponto dos bons resultados.
Um principal ponto a ser atingido pelo Engenheiro é o ​atendimento dos
requisitos de todos os participantes da obra​. Esses requisitos são as
necessidades, uma obra acontece porque tem várias pessoas que vão atingir
um resultado benéfico com ela. A família vai obter a casa que quer morar. O
investidor vai obter um bom retorno financeiro. A empresa construtora vai fazer
a venda dos seus imóveis e obter um marketing positivo e um retorno

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financeiro. Os fornecedores vão vender, comercializar, porque é para isso que


eles funcionam. A equipe de funcionários vai manter seu emprego, e com isso,
fazendo com que o canteiro de obras seja prazeroso para todos e atenda
então, os requisitos de todo os funcionários.
É e assim que deve ser, é um empreendimento que não deve trazer
benefícios somente para um dos envolvidos, é para todos. Claro que isso
parece uma situação utópica, mas na verdade é isso mesmo, todo mundo que
está envolvido na obra deve ter algum benefício e é para isso que existe essa
troca de trabalhos entre si.
Mas os meus requisitos pessoais também são importantes, então eu
tenho que entender que se eu quero gerenciar bem, é porque eu também
quero uma realização profissional, também quero passar depois na frente
daquela obra e ter a sensação bacana de que fui eu que fiz, que foi uma
vivência legal, que contribuiu para o meu currículo e crescimento profissional.
Mas eu também quero ganhar dinheiro e se eu não gerenciar bem, eu não vou
ganhar dinheiro, vou trabalhar muito, ter muito esforço e pouco retorno, porque
acontece muitas coisas na obra que consomem demais o dinheiro, o
desperdício, a ociosidade. Então, se eu não sou um bom gestor, provavelmente
eu não vou ganhar dinheiro também e vou trabalhar muito. Temos que ter isso
como foco, eu gerencio bem, porque é bom para mim mesmo, não estou
promovendo lucro para outro, estou promovendo também para mim, e assim
fica uma jornada mais focada, até chegar realmente neste alvo.
Só que encontramos alguns desafios nos caminhos, então é importante
nos pontuarmos e prestar atenção.
1. Reconhecer nossas competências. ​Precisamos reconhecer aquilo
que somos bons e naquilo que não somos bons. Algumas das principais
competências de um bom gestor são:
● Organização
● Antecipação
● Sociabilidade
● Paciência
● Liderança

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● Conhecimento Técnico

2. Melhorar nossas previsões​. Que seria as previsões de custo, de


prazo, de conteúdo técnico que eu tenho naquela obra. Preciso desenvolver a
capacidade de detalhar o planejamento e escopo para uma determinada obra.
Para isso, existe algumas indagações:
● Quais são os serviços?
● Qual o consumo de materiais?
● Precisamos de quantas pessoas?
● Quanto tempo demora?

3. Comunicação Assertiva para disseminar os planos. ​Preciso


conseguir me comunicar melhor, porque sem a comunicação assertiva nas
obras, eu posso ter o melhor planejamento e ele não vai funcionar. Preciso
desenvolver a capacidade de me comunicar com todos os funcionários da obra
de maneira que todos me entendam. E existe três formas de comunicação,
sendo a assertiva a mais utilizada pelos Engenheiros Gestores das Obras.
● Passivo
● Assertivo
● Agressivo

Aula 3 - Planejando o essencial


Principais documentos gerenciais que auxiliam a executar a obra de
acordo com o controle adequado de custo e de prazo. São eles: ​o orçamento
analítico e o cronograma físico da obra​.
Por que que o orçamento se chama analítico? Porque descrevemos os
serviços da obra de uma maneira analítica, ou seja, detalhada, os serviços que
eu possa visualizar na obra e controlar se ele foi executado e se rendeu algum
custo.
Primeiro organizamos as planilhas em etapas grandes como: Serviços
Iniciais, Fundações, Estrutura, Vedações, Piso de concreto interno,

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Revestimentos Cerâmicos, Instalações Elétricas, entre outros escopos da sua


obra.
Dentro desses itens detalhamos os serviços e em seguida colocamos as
unidades e quantidades do que vai ser utilizado. As quantidades vão ser
extraídas dos projetos e a unidade padrão de medidas daquele serviço. Em
seguida vem as colunas que representam os valores em dinheiro, que divididas
em custo unitário e custo parcial.
É importante que tenhamos uma planilha de apoio que iremos deixar
registrado todas as composições de custos que eu usei para montar o meu
orçamento. Com essa planilha eu consigo monitorar com a minha equipe o que
foi gasto no decorrer da obra e irá auxiliar a não esquecer os materiais na
realização da compra e durante também.
O cronograma físico contém a mesma sequência de serviços e vai
representar de como esses serviços vão acontecendo ao longo do tempo. Para
quem está aprendendo é bastante importante começar a fazer por dia, que o
raciocínio fica mais organizado e aprendemos a montar.
Então essas são as informações essenciais:
● Lista detalhada de serviços
● Unidades Adequadas de pagamento
● Quantidade Extraída do Projeto
● Valores em dinheiro (Unitário e Total)
● Lista de Composição de Custos
● Cronograma Físico Detalhado
● Registro de dimensão da Equipe
O ideal é seguir esse planejamento para na hora que eu for executar a
obra ela siga no rumo que é o correto, que é a promessa de custo e de prazo
que fizemos para o cliente. Não só favorecendo o cliente, mas também facilita
a nossa vida enquanto executores e gestores de obras, porque temos a
vantagem que ficará mais organizado, iremos perceber os desvios que podem
ocorrer e pensar em quais medidas eu possa arrumar para uma determinada
situação. Então assim, entendemos quais informações os documentos
gerenciais fornecem para o gerenciamento da obra.

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Aula 4 - Fazendo as metas fluírem


Agora que você já aprendeu as informações que constam no
orçamento e no cronograma, será explicado neste documento o fluxo de
informações, até chegar de fato nas pessoas que vão executar, nós chamamos
isso de ciclo de informações que possuem três níveis:
1. Estratégico: ​Diretoria, Planejador principal, Engenheiro que vai
executar a obra;
2. Tático:​ ​Engenheiro;
3. Operacional:​ ​Pedreiro, Carpinteiro, Armador.

Devemos descer esses três níveis para executar a obra, através de


reuniões semanais com toda a equipe, sendo reuniões produtivas para fundir
as metas da semana.
Então pegamos um trecho do cronograma de planejamento de curto
prazo para ver tudo que está planejado no segundo mês, para que eu possa
providenciar todos os materiais que vão ser utilizados.
Será também necessário formar um pacote de trabalho, que é a
quantidade de trabalho feita por uma equipe que contém três elementos:

1. Ação:​ ​Ex. Chapisco


2. Objeto:​ ​Ex. Pilares P1 a P10
3. Local:​ ​Ex. 1º pavimento

Para transformar um documento, em documento de reunião levamos


para o Excel uma imagem do projeto da fundação e montamos uma tabela de
segunda à sexta-feira, como é uma reunião de curto prazo, nós vamos passar
para os funcionários o que será feito no decorrer da semana, como a
distribuição das tarefas para cada funcionário, a explicação através da
comunicação e mostrando o planejamento semanal.

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E ao final da semana, tem que conferir se tudo que estava no


planejamento semanal foi realizado e concluído e se não foi, na próxima
reunião, haverá a prestação de contas, não no sentido de punição, mas sim,
dizer o porquê que não conseguiu, identificar os problemas, as dificuldades, se
tem funcionários suficientes, se alguma máquina estragou, materiais que
faltaram e com isso, vamos tomar as atitudes para que isso não ocorra nas
próximas.
E já aproveitamos para passar as próximas etapas da construção com a
próxima reunião semanal. Cada líder saberá suas metas da semana e como
está organizada. Não basta fazer as etapas sem planejamento, com essa
reunião e seguindo o cronograma sua obra seguirá para o caminho certo.
Dá um pouco de trabalho sim, mas quem disse que gerenciar uma obra
não dá trabalho? Se você espera que não de trabalho, você não vai ter o perfil
de gestor de obras, pois o gestor de obras tem sim uma carga de trabalho alto,
para conseguir cumprir as demandas que uma edificação tem.

Aula 5 - Usando ferramentas visuais para comunicar


metas
Na aula anterior, foi ensinado a como montar seu cronograma em
pacotes de trabalho, com o objetivo de que haja metas semanais e neste
documento, será mostrado de como nós conseguimos isso de uma forma
visual.
Usar algumas ferramentas de ​práticas de gestão visual ​para transmitir
melhor as metas da obra para as pessoas que vão executar. Precisa ser fácil e
compreensivo para o funcionário identificar aonde ele precisa ir, o que ele
precisa fazer, e talvez em que sequência.

A própria fundação e elaboração do seu cronograma semanal poderia se


tornar uma gestão visual para os que vão executar a obra. Usando símbolos
para identificar cada etapa do seu cronograma.

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Você pode usar sua criatividade para transformar as metas da semana,


em um jeito que o funcionário irá bater o olho e saber exatamente aonde ela
tem que ir e o que ela precisa fazer

Para uma maior compreensão desta aula que possui imagens


ilustrativas e exemplos, assistir a aula 05 Gestão Visual.

Aula 6 - Controlando o cumprimento dos planos


Neste documento será trabalhado sobre sobre as metas. ​Para quê
servem as metas?

Nós criamos as metas e depois, encontramos maneiras visuais de


transmitir essa meta para as pessoas que vão realmente executar, mas para o
que serve tudo isso? Servem para serem cumpridas. ​Com o planejamento,
essas metas vão virar realidade.

Muitas pessoas deixam de planejar, por essa sensação de que tudo que
é planejado não acontece na obra, mas não precisa ser assim. Claro que as
coisas não vão ser perfeitas e sair todas corretas, isso é utópico, pois os
problemas vão acontecer, mas nós podemos monitorar e fazer com que a
realidade seja o mais próximo possível daquilo que está planejado.

Com isso, nós vamos ​monitorar semanalmente o que está


acontecendo na obra e esse planejamento está me levando ao caminho de
alcançar as metas.

Vamos usar o exemplo de quantos pacotes de trabalho foram


programados para a semana. Vou usar o exemplo da aula 04 sobre a formação
dos pacotes de trabalho para a fundação.

Na semana, nós vamos utilizar 3 pacotes de perfuração, 3 pacotes de


remover solo, 3 pacotes de armação e 3 pacotes de concretagem, totalizando
12 pacotes.

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Quando chegar no final de semana, provavelmente na sexta-feira, nós


precisamos verificar se essa quantidade foi utilizada e conferir se foi
programado conforme o planejamento.

E se acaso não deu para cumprir tudo, nós organizamos nas metas da
semana que vem, colocando as pendências que não foram executadas,
acumulando serviço.

Sendo assim, o ​Gestor de Obras ​precisa se organizar, ter logística para


que dê tudo certo, colocando mais um ajudante ou mude alguma ferramenta
para ajudar a minha equipe a recuperar esse atraso.

Muitas das vezes, nós não conseguimos concluir nossos pacotes com
problemas que não estavam previstos​, como chuva, muito calor. Mas outros
problemas são gerenciais​, como falta de materiais, falta de mão de obra, falta
de equipamentos, falta de projeto, dentre outros. Enfim, são muitas causas que
impedem que os nossos pacotes de trabalho planejados, sejam cumpridos.

Mas quando nós discutimos isso com a nossa equipe ou com a pessoa
que não conseguiu realizar e ela me diz as dificuldades, eu gestor de obras,
fico mais ciente sobre todas as ​dificuldades e possíveis problemas que pode
ocorrer na obra. Quando eu não sei, quando eu não converso com a equipe e
não controlo esses pacotes, a obra vai acontecendo e eu não sei o que está
dando certo e o que está dando errado e isso não é gerenciamento.

Aula 7 - Ferramentas visuais no controle


Neste documento será apresentado ​Práticas de Gestão Visual ​para
controle do avanço da obra. Na aula anterior, nós criamos as metas e agora eu
preciso monitorar de como essas metas serão ​executadas e como minha obra
está avançando.

Nós não podemos gerenciar aquilo que não sabemos, que não temos
feedbacks, que não sabemos os resultados.

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A primeira ferramenta é uma tabela feita no Excel, que você pode


preencher ela no Excel mesmo, ou imprimir e preencher a mão. Vamos usar
como exemplo uma tabela para pavimento de estrutura.

Nessa tabela, nós organizamos em Tarefas no sentido de providências


de Segurança, Locação de Pilar, Armadura de Pilar, seguindo a ordem da
concretagem da laje. Na frente de cada tarefa, nós colocamos a palavra
previsto, e vamos organizar em manhã e tarde, ​organizando
sequencialmente as tarefas​. No fim do dia devemos ​verificar se essa tarefa
foi executada conforme esse planejamento e anotando se foi executada de
manhã, à tarde ou o dia todo.

Nós como engenheiros, se não tivermos tempo, nós não precisamos


andar por todos os pavimentos da obra todo dia, para saber o que está
acontecendo. Basta o engenheiro guiar-se pelo quadro de planejamento, sendo
uma ​ferramenta gerencial que trás informações em tempo real, todo dia
alguém tem que atualizar esse quadro, pode ser o mestre de obras, o
estagiário(a).

Então, em primeiro lugar nós usamos algumas ferramentas para


transmitir as metas e agora vamos usar esse instrumento para verificar se as
metas estão sendo cumpridas.

Além disso, auxilia também na medição dos serviços executados por


meses de sua obra.

Aula 8 - Como controlar a qualidade dos serviços


executados
Neste documento iremos trabalhar com o conceito de ​qualidade dos
serviços executados​. Porque a gestão, ela sempre tem que ter objetivos bem
definidos e nós gerenciamos para poder alcançar os objetivos.

A qualidade do produto sempre é um objetivo perseguido por quem

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constrói na construção civil, desde quando se projetam. O projeto também é


concebido buscando alcançar a edificação.

Porém, ​qualidade é um conceito fácil de entender? Será o que é


qualidade para mim, é para você também? E a resposta é não! Qualidade é um
conceito subjetivo e depende de cada pessoa. Cada vez mais estamos
trabalhando com qualidade percebida. Quando eu sou engenheiro responsável
por uma obra, eu vou ter uma percepção de qualidade quando eu ando pela
obra e presto atenção no serviço executados. Quando eu termino a obra, eu
entendo que na minha concepção eu estou entregando qualidade ao usuário,
mas o usuário é uma pessoa diferente, tem outro contexto de vida, outras
prioridades, diferente de mim, então pode ser que ele não perceba as
qualidades, da mesma forma que eu percebo.

Se a qualidade é pessoal e subjetiva. ​O que é qualidade na obra?

É uma coisa difícil de ser alcançada se eu não sei o que é. Quando


vamos construir uma edificação, uma casa, uma clínica, um prédio comercial,
etc, para alguém específico, e esse cliente falou como ele queria o
acabamento, o tamanho, quantos cômodos, eu vou estar mais próximo da
qualidade que atende aquela pessoa específica, porque tivemos a
oportunidade de conversar com quem a projetou. E acontece às vezes, nós
construímos para alguém que não sabemos, então não tem como eu perceber
o que aquela pessoa quer daquele imóvel. Então, nós temos que entregar uma
qualidade genérica​, uma qualidade que vá atender a grande maioria dos
clientes.

E o que é isso dentro da construção civil?

Atender as normas técnicas: As normas nos diz o que é importante


respeitar, para que o produto seja considerado bom, então se eu atendo a
norma, tecnicamente eu vou estar oferecendo produtos de qualidade geral,
mas também que satisfaça o cliente no sentido que eu perceba da grande
massa.

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O que precisa ser conferido em cada serviço?

Para isso podemos usar a frase: O que eu preciso fazer muito bem feito?
E com esse pensamento, me vem a inspeção de qualidade, o que eu vou
precisar conferir em cada serviço que eu executo, para que chegue lá no final
eu esteja atendendo as normas e satisfazendo esse cliente. E com isso,
podemos nos basear em três coisas:

1. O que a norma recomenda?


2. Do que seu cliente reclama?
3. O que tem feito você gastar dinheiro no pós obra?

Às vezes o nosso olhar de engenheiro, bate o olho em alguma coisa e


não consiga identificar que aquilo é grave, mas o nosso cliente tem medo. Por
outro lado, as vezes o nosso cliente não enxerga ou não percebe alguma coisa,
e nós percebemos. Então nós sempre temos que procurar atender e satisfazer
o cliente.

E após isso, nós vamos começar a controlar a qualidade da obra atual.


Para controlar, nós precisamos de um caminho, como:

1. Medir resultados
2. Comparar
3. Agir corretivamente
4. Agir preventivamente

E após esse controle, podemos dividir a qualidade em duas etapas:


1. Qualidade do processo:
● Prazo
● Custo
● Segurança
● Recursos
2. Qualidade do produto
● Precisão dimensional

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● Aspecto visual
● Durável
● Funcional

Essas características relacionadas à qualidade do produto e processo


nós vamos adquirindo ao longo de nossa carreira, com experiências, um olhar
observador, então cabe a você começar a prestar atenção e mudar seu olhar
diante de certas situações, garantindo que sua obra tenha uma boa qualidade
de produto e de processo.

Aula 9 - Lista de Restrições


Neste documento será trabalhado o conceito chamado de Restrição.
Esse conceito está ligado a uma teoria de planejamento e controle de obras
que se chama last planner.

O conceito neste documento será para mostrar como ele funciona para
proteger os serviços executados na nossa obra.

Devemos proteger a produção contra o que?

Nós devemos proteger nossa produção, a nossa obra contra os desvios.


Os desvios de tudo que possa aparecer na obra, como qualidade, desvio de
custo, de prazo.

E porque devemos fazer isso?

Porque quando colocamos uma sequência de serviços, como por


exemplo: Alvenaria, Chapisco, Emboço que são sequenciais. Entre a alvenaria
e o chapisco, há um tempo de espera de 07 dias e entre o Chapisco e o
Emboço há um tempo de no mínimo 03 dias, segundo a norma, mas pode levar
mais tempo segundo a logística da sua obra.

O fato é que um pequeno desvio que aconteça na alvenaria, amplifica


durante a continuação da obra, chegando no emboço com maior desvio,

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utilizando tempo, materiais. Uma atividade que poderia ser simples, acaba
demorando mais, consumindo materiais, fazendo com o que o pedreiro volte
várias vezes na mesma parede e esse desvio (erro) vai se intensificando, por
isso eu devo proteger, que significa fazer correto no primeiro, para que o
segundo só sofra as variações dele mesmo e que não traga erros do anterior.
Então é esse o raciocínio de proteger os desvios na produção.

Proteção da Produção: Todo serviço que vai ser executado, ele tem
dados de entrada, como por exemplo:
1. Materiais e Componentes
2. Mão de Obra
3. Máquinas e Equipamentos
4. Tarefas Pré-Requisitos
5. Condições Externas
6. Espaço
7. Informações (Projeto)

Tudo isso precisa estar disponível para que a obra aconteça e é nessa
parte que entra o conceito de restrição. Quando algo não foi resolvido ou
providenciado, o serviço tem restrição. E o meu papel como Gestor é eliminar
as restrições, mas porque? Porquê quando existe uma restrição, o serviço não
começa, ou ele começa, mas depois de um tempo é interrompido ou fica lento,
ou ele vai gerar uma situação de improviso. Então, o nosso objetivo é remover
as restrições e resolver as situações.

Identificar as Restrições: E primeiro, nós precisamos fazer a lista, nós


não conseguimos remover as restrições se eu não souber o que é. Então para
isso, nós vamos criar uma lista das restrições de tudo que o serviço precisa.

Como exemplo nós vamos utilizar o exemplo da execução de alvenaria,


para fazer isso precisamos:
1. Pedreiro
2. Servente

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Para que essas pessoas trabalhem, elas precisam estar protegidas:


1. Capacete
2. Bota
3. Camisa manga comprida
4. Óculos
5. Luva de látex
6. Cinto segurança
7. Linha de vida

Listar os materiais:
1. Blocos cerâmicos
2. Cal
3. Cimento
4. Areia
5. Betoneira
6. Extensão Steck
7. Tambor de água
8. Balde
9. Mangueira
10. Pá
11. Padiola
12. Carrinho de mão
13. Masseira
14. Lápis de carpinteiro
15. Trena
16. Mangueira de nível
17. Cavalete

Listar as ferramentas:
1. Colher de pedreiro
2. Linha de pedreiro
3. Prumo de face

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4. Prego e martelo
5. Régua de nível
6. Esquadro
7. Vassourão
8. Bag ou recipiente para entulho

Então para a execução da alvenaria, as restrições estão identificadas e o


próximo passo é ir comprando/alugando os materiais, ferramentas, verificando
tudo e podemos considerar a remoção das restrições após a compra do
material, pois ele já vai estar disponível. Pois todos os recursos precisam estar
disponíveis na obra, no local correto, na quantidade e no momento correto.

Devemos fazer a ​lista com antecedência​, pois um bom Gestor não olha
o amanhã, ele olha ao horizonte. As restrições precisam ser pensadas pelo
menos seis semanas antes de começar a obra. Se eu não tiver um
cronograma, uma obra pensada e um planejamento, provavelmente essa obra
vai acontecer desvios​.

Remover as restrições: Toda restrição que for removida, significa que


libera um serviço para execução, porque ele não está mais restrito, tudo o que
estava na lista de restrições, já foi resolvido. E você engenheiro não vai fazer
tudo sozinho, você terá uma equipe e precisa se comunicar com essa equipe,
através de reuniões, para que todos possam estar buscando um objetivo
comum, uma obra com resultados positivos.

Aula 10 - Gestão da Compra dos Materiais: PARTE 1


Neste documento vamos tratar a ​Gestão da Compra de Materiais​. Esse
é um assunto muito importante no contexto do gerenciamento, pois nada
adianta ter um planejamento bem feito e depois não conseguir colocar em
prática, principalmente porque a falha na gestão de suprimentos e não fica o
abastecimento correto da obra. Tanto é, que se fomos olhar algumas pesquisas
que dizem porque as coisas acontecem de forma errada na obra ou seja, não

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são cumpridas conforme o planejamento, chamamos isso de ​causas de não


cumprimentos dos pacotes de trabalho, porque quando organizamos os
serviços semanalmente, ou mensalmente no cronograma físico, as pequenas
parcelas semanais de tarefas da obra, elas podem ser chamadas de ​pacotes
de trabalho​. E uma das causas elencadas nesta pesquisa sobre o não
cumprimentos das tarefas na obra, era a falta de materiais que não chegavam
a tempo, ou faltavam e também os fornecedores, que possui ligação com os
materiais.
A cadeia de fornecedores e de itens, é muito grande, então para que
tudo vá para a obra, nós temos ​setores organizados dos materiais​, como por
exemplo, os fabricantes de cimento, de brita, gesso, vidros, dentre outros, tudo
isso são setores produtivos que todos estão inseridos, que isso significa que
não encontramos tudo no mesmo lugar.
Diante de isso tudo, nós vamos ter ocasiões que vamos conseguir
comprar algum item direto da fábrica, como por exemplo janelas, aço,
cerâmicas, mas depende muito do consumidor, dos dados das empresas, etc.
Vai ter ocasiões que nós vamos comprar em grandes redes varejistas,
que possui uma variedade de produtos, mas que na maioria das vezes não
possui muita negociação em questão de valores.
E tem também o pequeno fornecedor local, como um depósito de
material de construção, onde eu consigo pegar os itens com maior rapidez,
temos contato direto com o dono do estabelecimento, que permite chegar a um
valor de negociação. Então às vezes, nós não ficamos enquadrados em um só
tipo, as vezes nós temos esses três diante de nós.
Além disso, tem algumas características importantes relacionadas a
gestão da compra de materiais, que são:
1. A variedade de materiais é muito grande
2. O uso do material não dura a obra toda
3. O contato com o fornecedor pode ser pontual, dificultando
parcerias

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Para a gente conseguir se achar no meio de tantas informações, um dos


conceitos chaves para organizar essa gestão da compra de materiais é o ​lead
time​. Esse conceito vem do Lean Construction que tem a ver com o sistema
Toyota de produção, originalmente ele é um conceito vinculado ao tempo de
produção decorrido entre a requisição de um material em obra, até o
recebimento do material na própria obra.
Esse conceito de Lean Construction é um procedimento que passa por
todos os setores da empresa e não apenas por uma pessoa.

Aula 11 - Curva ABC: PARTE 1


Neste documento vamos tratar do assunto ​Curva ABC​, que é uma das
ferramentas para o gerenciamento de Obras e nos ajuda a tomar as
prioridades na gestão das compras​, ​dos insumos e do controle de
consumo no canteiro de obras​. Então, isso nos ajuda e está diretamente
ligado ao quanto de material eu vou gastar, quais materiais eu vou ter uma
maior preocupação com o controle, com a negociação de compra, com o
fornecedor escolhido, entre outros detalhes.
Mas antes de falar exatamente da curva, nós montamos o nosso
orçamento de obra com o uso de composição do curso, seja ela no Sinapi, ou
outro banco de dados de composições que você possa usar, ou até mesmo
composições da sua própria empresa ou das próprias obras que você tiver
acesso. O fato é que a composição de custos, nos dá o custo total da obra,
depois que eu realizar o cálculo das quantidades de serviço e aplicar em cada
um desses serviços alguma reposição que representa, cada insumo tem um
impacto de custo no serviço.
Para calcular o impacto de custo no serviço dependemos de duas
coisas:

1. O custo unitário do insumo


2. O consumo desse insumo

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E para definir a Curva ABC da sua obra, você pode separar os materiais
em uma lista e calcular quais insumos representam a quantidade que será
usada. E você pode separar em faixas, como:

Faixa A:​ ​Insumos que representam 50% do custo da obra.


Faixa B:​ ​Insumo que estão entre 50 e 80% do custo da obra
Faixa C:​ Todos os insumos restantes

Com essa organização, você consegue ter um maior controle sobre os


serviços, insumos de sua obra e ver quais materiais deve-se ficar atento com o
controle.

Aula 12 - O ciclo planejamento - operação – controle


funciona
Neste documento vamos trabalhar sobre o ​planejamento, operação e
controle que funcionam na obra. Nós começamos no planejamento que é onde
nós definimos uma estratégia de execução para a nossa obra.
Quando registramos a estratégia em algum documento, que são
essencialmente o ​orçamento, o cronograma físico e o cronograma
financeiro​, assim, nós podemos entender o orçamento e definimos o escopo
da obra, que vamos realizar uma lista completa de serviços que eu posso
deixar mais detalhada e depois transferimos isso para uma sequência de
execução e isso vai gerar o cronograma físico. Então nós vamos entender qual
o momento certo de começar cada etapa, quando tempo vai demorar, os
funcionários que vão executar a obra. O resultado do cronograma físico
representa então, a maneira que pensamos em distribuir os serviços ao longo
da obra e isso gera uma necessidade financeira a cada mês.
A quantidade de serviços que eu organizei para o mês 01, vai gerar uma
quantidade de dinheiro para o mês 02 e assim até a obra acabar. Tudo isso
junto, é o meu plano, é a primeira etapa do ​ciclo do planejamento​.

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Nós partimos do plano, colocamos em prática, mas para isso, vamos


chamar de etapa de ​operação​. Então, para chegar a essa etapa, nós temos
que nos basear no planejamento, temos que colocar o número de pessoas que
está pensado no planejamento, temos que colocar todos os materiais,
ferramentas, equipamentos, condições de acesso, dentre outros. Temos que
obedecer a sequência de execução. E lembramos que pode ocorrer muitos
desvios no decorrer na minha obra, mas nós como um bom gestor, precisamos
estar preparados e monitorando o canteiro de obras.
Primeiro nós vamos registrar o que está acontecendo e depois faço uma
visão comparativa do que está bom ou ruim, se está ruim, nós engenheiros
vamos ter que intervir. Na hora que fazermos a ​intervenção​, nós realizamos o
controle​. Se eu não intervir, nós vamos estar apenas ​monitorando​.
E como devemos agir? ​Podemos melhorar as ferramentas que os
funcionários estão usando, podemos melhorar os projetos, as logísticas do meu
canteiro, dentre outras situações. Nós temos que pensar no que podemos fazer
para melhorar o desenvolvimento da obra.
Então, isso é um ciclo contínuo, que vamos partir de um planejamento
inicial, que costumamos chamar de plano mestre, vamos operar e monitorar.
Se esse monitoramento nos leva a entender que não estamos no caminho
certo, nós vamos agir, a partir do controle.
Mas pode acontecer de surgir vários desvios na obra, e o meu
planejamento mestre não está valendo mais., então, eu preciso reorganizar
esse planejamento.
Esse ciclo não é fácil, exige de nós ​dedicação, trabalho, olhar
contínuo para que possamos alcançar nossas metas, como a entrega de uma
boa obra.

Aula 13 - Encontre motivação para gerenciar


Para finalizar esse minicurso sobre ​Gestão Básica da Obra​, vamos
começar pelo seguinte: você já ouviu falar sobre a palavra ‘’​Stakeholde​r​’​’? É
uma palavra que vem do inglês e significa ​envolvidos no projeto ou partes

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interessadas​. E o projeto é a construção de uma edificação. Somos só nós os


interessados? Ou só o cliente final? Não!
Toda obra tem vários interessados, nós engenheiros somos um, o
arquiteto que seja responsável pela obra também, sendo um dos Stakeholder.
Eu tenho interesse na obra, como a minha lucratividade, o meu currículo
profissional, a minha satisfação pessoal em passar de repente por aquela obra
no futuro e pensar ‘’poxa, eu participei disso, ajudei a construir isso, fui
responsável por isso”, no mínimo essas três coisas:

1. Dinheiro
2. O currículo profissional
3. Satisfação pessoal

Mas ​além disso, tem o meu cliente final que vai ser um morador ou dono
da casa, ou a pessoa que vai usar a sala comercial, ou o médico que vai usar
aquela clínica, enfim, os ​usuários​ ​da edificação são outros Stakeholder.
Os ​fornecedores ​são Stakeholder, porque eles têm participação na
obra, vendendo os materiais e produtos e, com isso, eles tem a empresa deles
também sendo lucrativa, funcionando e se mantendo no mercado.
Os projetistas são outros Stakeholder e a minha equipe de obra, os
meus funcionários, os meus pedreiros, serventes e carpinteiros são
Stakeholder também. A obra é importante para eles, como manter o emprego,
manter o contrato de prestação de serviço e para encontrar uma condição de
trabalho, se manter, criar experiências para evoluir na profissão.
Na verdade todos os envolvidos, possuem seus ​interesses pessoais,
profissionais e financeiros​. E uma boa obra, um projeto sem sucedido, é que
aquele que consegue atender à todos os interessados. Nós engenheiros não
vamos fazer o gerenciamento só para nós, ou só para o meu chefe. Nós não
podemos fazer o gerenciamento, com o pensamento travado, como algumas
pessoas que costumam falar ‘’Eu trabalho muito e quem ganha dinheiro é o
meu chefe ou o dono da construtora”. Não podemos pensar assim, porque nós
também somos os interessados na obra.

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Se você está trabalhando para um chefe, com um salário que você


concordou, então você não pode reclamar. Se está muito ruim, você tem que
procurar outra alternativa​, mas se você continua neste trabalho, é porque
você aceitou as condições e terá que fazer as coisas darem certo. Mas, se
você é o próprio chefe ou empreendedor, isso fica mais sério ainda, porque
tudo que você fazer, irá voltar para você mesmo. Se nós gerenciamos e
pensamos que estamos participando dessa rede de interessados, fica mais
óbvio, acreditar que tudo que eu realizar de bom neste ciclo de planejamento,
operação e controle será bom para mim​, para facilitar o meu dia a dia na
obra. Se eu não fizer nada e só esperar as pessoas agirem, eu não vou ter
bons resultados e vou ter um dia estressante, não vou ganhar dinheiro. Vamos
pensar: se a sua remuneração depende dos resultados da obra, se os
resultados forem ruins, a sua remuneração será ruim também.
Você não pode ficar esperando que só o seu fornecedor seja
responsável, que só a sua equipe de obras seja motivada, caprichosa, com alta
produtividade. Que só o cliente entenda todos os desvios que aconteça e
aceite o atraso ou o desvio de custo. Isso é utopia, isso não vai acontecer,
justamente quando você entende que cada um da cadeia tem um objetivo, tem
uma expectativa em relação a aquela obra.
Você também vai colocar as suas expectativas​, de um jeito que você
vai conduzir a sua rotina de trabalho, e com isso, você passar a entender que
você gerencia para você mesmo, porque vai facilitar o seu dia, elimina as
brigas, as tensões e faz as coisas fluírem de um jeito mais harmônico. Por isso,
você tem que entender de gestão de obras​, mesmo que seja aos poucos,
estude o básico, faça um planejamento, controle básico e vai refinando ao
longo do tempo, para que as coisas vão ​melhorando cada vez mais​.

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