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91 - PROVA FINAL DE CICLO PORTUGUÊS – 1.

ª Fase 2023
9.º Ano de Escolaridade
Esclarecimentos da Equipa IAVE

26 de junho de 2023

28 de junho de 2023

RESPOSTAS RESTRITAS

Fórum do Item 4.

• O que deve ser tido em conta na classificação deste item?


Equipa IAVE: De acordo com os critérios específicos, a resposta completa (4 pontos) ao item 4.
implica a explicitação de que a passagem transcrita da linha 1 do texto corresponde a um
momento posterior ao que é narrado nas linhas 2 a 5 do mesmo, a partir da conjugação dos
elementos seguintes:

(i) A relação entre a frase «Abre-te, Sésamo!» e a história contada pelo Raul, ou seja, o facto de
a frase «Abre-te, Sésamo!» pertencer à história contada pelo Raul;
a) b)

(ii) A relação entre o «silêncio pasmado da assistência» e o que acontece quando chega a «hora
do Raul», ou seja, o facto de o «silêncio pasmado da assistência» ocorrer quando
a)
as personagens já se encontram atentas a essa história, como acontecia sempre que o Raul
começava a contar histórias.
b)

Assim, na classificação das respostas ao item 4., devem os classificadores manter em mente o que
ficou exposto acima.

A forma como o aluno inicia a resposta a este item não é, por si só, determinante para a pontuação
a atribuir. Importa, sim, verificar a presença da ideia de posterioridade da passagem da linha 1
em relação ao que é narrado nas linhas 2 a 5, a partir da conjugação dos elementos necessários.
Deixamos em baixo mais um exemplo de resposta completa ao item 4., que, tal como aqueles
apresentados no critério específico, não esgota outras possibilidades de resposta a este item.

Exemplo: A frase «Abre-te, Sésamo!» faz parte da história que o Raul está a contar às mulheres,
aos homens e às crianças, quando eles já estão a ouvi-la em silêncio e pasmados, o que acontece
depois de terem arrebitado a orelha, como era habitual quando chegava a hora de ouvir as
histórias do grande livro.

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Fórum do Item 11.

• Desde logo, o que deve ser tido em conta na classificação deste item?
Equipa IAVE: A resposta deve evidenciar de forma clara a relação entre o facto de o Rodrigo ouvir a
história do Raul, já a fazer projetos, e o facto de ser caracterizado nas linhas 25 a 29 como sendo
muito imaginativo e, por isso, diferente dos outros.

Assim, a explicação completa tem de assentar no estabelecimento dessa relação entre o


comportamento do Rodrigo ao ouvir a história do Raul e a caracterização da personagem nas linhas
25 a 29, integrando a ideia de que o rapaz se entregava à imaginação, o que o diferenciava dos outros.

Nos exemplos abaixo apresentados, sublinham-se os segmentos que exprimem essas ideias. Os
parênteses indicam aspetos cuja omissão não afeta a qualidade da resposta, tendo em conta o
objetivo do item. Será de lembrar que os exemplos não esgotam as possibilidades de resposta correta
ao item, pelo que os classificadores devem ter em consideração eventuais equivalências entre os
elementos neles incluídos e aqueles que constem nas respostas dos alunos.

Nível 3 – respostas completas

Exemplo:
• O Rodrigo ouvia (do seu canto) a história do Raul, já a fazer projetos, porque ele era muito
imaginativo, o que o tornava diferente dos outros.

Nível 2 – respostas incompletas

Exemplo:
• O Rodrigo ouvia (do seu canto) a história do Raul já a fazer projetos, porque ele era muito
imaginativo.

Nota: o enquadramento da resposta neste nível implica, além dos restantes elementos presentes no
exemplo, a referência ao facto de a personagem ser caracterizada, nas linhas 25 a 29, como
imaginativa.

Nível 1 – respostas muito incompletas

Exemplo 1:
• O Rodrigo ouvia (do seu canto) a história do Raul já a fazer projetos, porque ele era diferente dos
outros.

Nota: falta a referência à caracterização da personagem como imaginativa, de acordo com as


informações das linhas 25 a 29.

Exemplo 2:
• A passagem confirma que o Rodrigo era muito imaginativo (, o que o tornava diferente dos outros).

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Nota: a omissão de elementos-chave da passagem apresentada no item na construção da explicação
prejudica a explicitação da relação em causa.

• O que deve ser tido em conta quando o termo «amalucado» é usado em substituição da
explicitação de que o Rodrigo era diferente dos outros rapazes?
Equipa IAVE: A referência ao facto de o Rodrigo ser «amalucado» pode equivaler à ideia de que ele
se diferenciava dos outros rapazes. Porém, para que a explicitação da caracterização da personagem
dada a conhecer nas linhas 25 a 29 seja considerada completa, deve ser possível reconhecer, nessa
parte da resposta, o estabelecimento de uma relação de causa-efeito entre a natureza imaginativa
do Rodrigo e a sua diferença em relação aos outros (ou seja, o facto de «ser amalucado» / «ter fama
de amalucado» / «ser visto como amalucado» / «ser diferente dos outros» / «ser visto como
diferente»).

Fórum do Item 13.

• Desde logo, o que deve ser tido em conta na classificação deste item?
Equipa IAVE: De acordo com os critérios específicos de classificação, a identificação da personagem
que narra a sua história (1.º tópico) é obrigatória. Essa identificação pode ser feita com recurso ao
nome próprio da personagem – Adamastor – ou a expressões equivalentes que permitam reconhecer
que se trata da figura que Camões criou e que entrou no imaginário coletivo. Na impossibilidade de
apresentarmos todas as hipóteses válidas de resposta a este tópico, caberá ao professor classificador
avaliar se o termo usado para referir a personagem que narra uma parte importante da sua história
pessoal nas estâncias apresentadas pode corresponder a tal figura.
Na eventualidade de ocorrerem erros ortográficos no nome da personagem, estes devem ser apenas
considerados no parâmetro da correção linguística.

• Para o cumprimento do segundo tópico solicitado no item, aceita-se o uso de expressões como
«os marinheiros portugueses» para identificar a personagem a quem é narrada a história do
Adamastor?
Equipa IAVE: O interlocutor do Adamastor nas estâncias em causa é Vasco da Gama.
Deve ser do conhecimento dos alunos que o episódio tem dois momentos, a que correspondem duas
facetas do gigante e dois interlocutores óbvios: a interpelação inicial à «gente ousada» e as profecias;
a descrição das suas desventuras. A estes dois momentos correspondem atitudes diferentes, e o
segundo só ocorre como resposta a uma pergunta direta de Vasco da Gama.
O interlocutor direto é, pois, o capitão da armada, e há marcas desse tipo de discurso –
pergunta/resposta – no texto.
A interpretação de que o interlocutor do Adamastor, neste momento, é Vasco da Gama é também a
adotada no Dicionário de Luís de Camões, coord. Vítor Manuel Aguiar e Silva, Editorial Caminho,
nomeadamente no verbete «Adamastor (Episódio do)» (p. 19).
Com efeito, a narrativa pessoal do Adamastor é a sua resposta à pergunta de Vasco da Gama, sendo
a este, enquanto seu interlocutor, que o gigante fala diretamente, adotando um tom confessional.
Vasco da Gama destaca-se, assim, pelo facto de o gigante o tomar como a figura a quem, compelido
pela pergunta que ele próprio lhe dirigiu, narra essa história, alterando inclusive a sua atitude e
retirando-se dolorosamente uma vez concluída essa narrativa.
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O segundo tópico solicitado no item prevê a mobilização deste conhecimento acerca do
protagonismo que Vasco da Gama assume no segundo momento do episódio.

• Como classificar respostas redigidas sem articuladores discursivos?


Equipa IAVE: Mediante a análise da resposta na sua globalidade, deve o classificador decidir se, em
virtude do modo como o aluno distribuiu a informação, essa resposta se configura como um texto
com falhas na organização, justificando, eventualmente, o seu enquadramento no nível 3 dos
descritores de desempenho.
RESPOSTA EXTENSA

Fórum do item 14.

• Nos casos em que a resposta inclui um título, este deve ser considerado para efeitos de contagem
do número de palavras?
Equipa IAVE: Sim, o título deve ser considerado para efeitos de contagem do número de palavras,
pois faz parte integrante da resposta do aluno.

• Como distinguir o parâmetro A do parâmetro B?


Equipa IAVE: Considerando que a atribuição de zero pontos ou no parâmetro (A) Género/Formato
Textual ou no parâmetro (B) Tema e Pertinência da Informação implicará a atribuição de zero pontos
em todos os parâmetros, importa esclarecer os aspetos seguintes:

(i) no parâmetro A, avalia-se o cumprimento do Género/Formato Textual, ou seja, verifica-se se o


texto produzido é ou não é um texto de opinião com as características previstas nos descritores de
desempenho;

(ii) no parâmetro B, avalia-se o cumprimento do tema e a qualidade da informação mobilizada pelo


aluno para o seu desenvolvimento (pertinência, adequação do vocabulário e progressão); na
avaliação da pertinência da informação, há que atender ao facto de os argumentos dos jovens
examinandos não serem certamente aqueles que uma pessoa com mais experiência de vida
mobilizaria e nada impede que estes mobilizem argumentos e eventuais exemplos ancorados em
vivências de carácter mais pessoal, desde que possuam eficácia argumentativa.

A atribuição de zero pontos, em qualquer um dos parâmetros em apreço, só deverá ocorrer quando,
após a análise global do texto produzido, se verificarem afastamentos totais do género/formato
solicitado ou do tema proposto.

• Os parâmetros são avaliados autonomamente?


Equipa IAVE: Sim. Na classificação das respostas ao item 14., a fim de se evitar a sobreposição dos
elementos observados em cada parâmetro, a sua análise deve ser autónoma. No entanto, quer o
parâmetro A quer o parâmetro B são eliminatórios e a atribuição de zero pontos em qualquer um
destes parâmetros inviabiliza a classificação da resposta.

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Assim, o classificador deve avaliar se a resposta do aluno é um caso inequívoco de incumprimento
do parâmetro A ou do parâmetro B. Deve ser tido em conta se o texto integra elementos que
permitam identificar o género (garantido desde que seja possível reconhecer uma tomada de
posição, explícita ou implícita, e a apresentação de argumentos) OU se o tema proposto (a
capacidade transformadora das histórias que ouvimos ou lemos) é abordado, ainda que com alguns
desvios, como previsto em descritores de desempenho dos níveis 2 e 1.

• No Parâmetro A, o ponto de vista tem de ser explicitamente apresentado?


Equipa IAVE: O «ponto de vista» pode ser apresentado de forma mais explícita ou mais implícita,
podendo ser inferido a partir do(s) argumento(s) e/ou da conclusão apresentados.

• No parâmetro B, como distinguir os níveis de desempenho descritos nos critérios de classificação?


Equipa IAVE: No parâmetro B, o texto é avaliado tendo em conta dois aspetos: o cumprimento do
tema e o seu desenvolvimento (pertinência, vocabulário, progressão).
Os descritores apresentados nos critérios de classificação nos níveis 2 e 1 são degradações do que se
encontra descrito no nível 3, de acordo com a lógica seguinte:

Nível 3
Tema (+) | Desenvolvimento do tema (+): a expressão «de um modo geral» salvaguarda a atribuição
de 4 pontos a um texto que apresente pequenos problemas pontuais no desenvolvimento do tema
(pertinência, vocabulário, progressão) que não invalidam a integração da resposta no nível máximo.

Nível 2
Tema (+) | Desenvolvimento do tema (+ -): considera-se que as falhas no desenvolvimento do tema
impedem o enquadramento da resposta no nível superior.
OU
Tema (+ -) | Desenvolvimento do tema (+): a expressão «de um modo geral» salvaguarda a atribuição
de 3 pontos a um texto que apresente alguns desvios temáticos e apenas pequenos problemas
pontuais na forma como o aluno desenvolve aquele que é o tema do seu texto (pertinência,
vocabulário, progressão) – isto é, um tema que se afasta ligeiramente do tema solicitado.

Nível 1
Tema (+ -) | Desenvolvimento do tema (+ -): o texto produzido, além de apresentar alguns desvios
temáticos, apresenta também falhas na forma como o aluno desenvolve aquele que é o tema do seu
texto (pertinência, vocabulário, progressão) – isto é, um tema que se afasta ligeiramente do tema
solicitado.

• Como classificar os parâmetros C e D?


Equipa IAVE: A avaliação dos textos produzidos, no que diz respeito aos parâmetros C e D, é
predominantemente holística, o que impede uma observação baseada na mera contagem das
ocorrências de erro. As eventuais incorreções nos contextos descritos concorrem de forma distinta
para a apreciação da resposta, pelo que não é o número de ocorrências de erro que, por si só,
determina quer a existência ou a inexistência de ruturas de coesão quer o grau de inteligibilidade do
texto.
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A este propósito, importa ainda esclarecer os aspetos seguidamente apresentados.
- No parâmetro C, uma vez que não existem regras fixas de textualidade, considera-se que, desde
que o texto esteja organizado e seja inteligível, se cumprem, de um modo geral, os contextos
descritos no nível 3 de desempenho. A utilização dos mecanismos a observar neste parâmetro deve
ser avaliada em função da sua contribuição para a coesão do texto, numa perspetiva global.

- No parâmetro D, considera-se que as regras gramaticais do português, bem como as regras de


pontuação que são do conhecimento dos alunos deste ano de escolaridade, devem ser globalmente
respeitadas. Assim, o nível de desempenho mais alto deste parâmetro deverá ser apenas atribuído
a um texto sem qualquer incorreção ou que apresente incorreções pontuais nos contextos
descritos, que não pressupõem que haja interferências na inteligibilidade das frases em que
ocorrem e, consequentemente, do texto ou que não revelem um desrespeito regular pelas regras
ou o seu desconhecimento. No nível 2, enquadram-se os desempenhos que revelem uma manifesta
irregularidade na aplicação de regras. A ocorrência de falhas que causam ininteligibilidade está
prevista apenas no nível 1.

OUTRAS QUESTÕES

Fórum Outras Questões sobre critérios de classificação

• Que pontuação atribuir nos casos em que os alunos assinalam uma ou várias opções incorretas
nos itens de seleção da prova?
Equipa IAVE: De acordo com os critérios específicos, não estão previstas respostas com uma ou várias
opções incorretas nos itens de seleção. Nesses casos, deve atribuir-se a classificação de zero pontos.

• É obrigatório usar o sublinhado para destacar títulos de obra?


Equipa IAVE: Várias obras de referência, nomeadamente Prontuários, seguindo a Norma Portuguesa,
preveem a possibilidade do uso de aspas para indicar títulos de livros. Sem prejuízo do tratamento
pedagógico que esta questão merece em sala de aula, considera-se que a utilização de aspas em vez
de sublinhado como forma de destaque não deverá ser penalizada em sede de avaliação externa.

• A não utilização de vírgula para isolar um modificador não oracional, no início da frase ou nesta
intercalado, deve considerar-se um erro inequívoco de pontuação?
Equipa IAVE: De acordo com os critérios gerais de classificação (p. 2), não. De facto, tendo em conta
que:
(i) nem sempre um modificador no início da frase ou nesta intercalado pode ser analisado como um
constituinte deslocado;
(ii) não é suposto, neste nível de ensino, a identificação das situações em que esse modificador é, de
facto, um constituinte deslocado;
(iii) a literatura da especialidade não é consensual quanto à obrigatoriedade deste uso particular da
vírgula (o que pode resultar em diferentes práticas de ensino);

entende-se que a sua ausência não deverá ser penalizada em sede de avaliação externa.

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