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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ

NAIARA DA SILVA FEITOSA

VANIA RODRIGUES VINAGRE

ESTUDO DE CASO COM RELAÇÃO AO ENSINO APRENDIZADO DE LÍNGUA


PORTUGUESA PARA O ALUNO INDÍGENA NA ESCOLA REGULAR DE
MACAPÁ: O desafio de ensinar e aprender.

MACAPÁ
2014
NAIARA DA SILVA FEITOSA

VANIA RODRIGUES VINAGRE

ESTUDO DE CASO COM RELAÇÃO AO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA


PARA O ALUNO INDÍGENA NA ESCOLA REGULAR DE MACAPÁ: O desafio de
ensinar e aprender.

Projeto de pesquisa apresentado ao


Instituto de Ensino Superior do Amapá –
IESAP como requisito avaliativo do
trabalho de conclusão de curso sobre a
orientação do Profa. Esp. Liliane Maria
Corrêa Fonseca.

MACAPÁ
2014
SUMÁRIO

1 JUSTIFICATIVA .....................................................................................05

2 OBJETO DA PESQUISA...........................................................................06

3 PROBLEMA..............................................................................................06

4 HIPÓTESE................................................................................................06

5 OBJETIVOS...............................................................................................06

5.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................06

5.2 Objetivos Específicos..............................................................................06

6 REFERÊNCIAL TEÓRICO..........................................................................07

7 METODOLOGIA.........................................................................................11

8 RECURSOS...............................................................................................11

9 CRONOGRAMA ........................................................................................11

10 REFERÊNCIAS.........................................................................................12
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1 JUSTIFICATIVA

Ao analisar o cenário educacional a respeito da inclusão da cultura indígena


nas escolas de Macapá e as metodologias utilizadas para atender este aluno
conforme a exigência das leis que amparam a inserção do conhecimento cultural
indígena, assim como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDBE) de
9.394/96,bem como O Plano Curricular Nacional (PCN), que vem trazer a garantia
em preservar a heterogeneidade existente no Brasil.Desta forma tornou-se profícuo
investigar como a etnia indígena está sendo aceita na sociedade escolar ao
aprender a língua portuguesa sem esquecer sua língua materna e os aspectos
preponderantes sobre os estereótipos que foram atribuídos pelos grupos sociais
existentes e para obstruir esta classificação é preciso aceitar o múltiplo, a
diversidade, o diferente na sociedade.
No entanto a metodologia do professor de língua portuguesa para o processo
de inclusão do aluno indígena matriculado no ensino regular deve ser desenvolvida
dentro de uma perspectiva de igualdade dos múltiplos sujeitos em sala de aula.
Considerando as diferenças entre a língua vernácula indígena e a língua
estudada em sala de aula, bem como as diferenças culturais existentes e
procurando compreender se a aquisição de conhecimento do aluno indígena ocorre
de maneira satisfatória, faz-se necessário analisar como o professor reage ao se
deparar com esse aluno e quais os meios que ele busca para tornar possível o
processo de ensino aprendizagem que assegura a lei de inclusão da etnia indígena
em sala de aula e o regate dos valores culturais pertencentes a esta etnia como
forma de preservar sua identidade.
Neste sentido, a pesquisa é um ponto de partida para que a perspectiva da
educação seja mais tolerante ao tratar das etnias existentes e para combater o
preconceito é necessário fazer conhecer sobre essas culturas étnicas dentro de sala
de aula principalmente no tocante ao índio matriculado em uma escola regular de
ensino para que o aluno em sua formação no processo de ensino aprendizagem
alcance seus objetivos educacionais sem perder sua identidade cultural. Com isso
faz se necessário utilizar práticas educacionais adequadas para inserir este aluno no
contexto escolar no que concerne o seu desenvolvimento social.
Assim é necessário levantar um questionamento sobre a importância em
capacitar profissionais para receber esse aluno promovendo a inclusão não apenas
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no âmbito educacional, mas também social entre indígenas e não indígenas,


identificando quais os fatores que impedem de conhecer sobre os costumes, os
hábitos e os valores existentes na cultura indígena localizada no estado do Amapá,
quais as dificuldades enfrentadas por essa etnia no convívio com a sociedade
escolar, quais projetos que favorecem a permanência dessa cultura para que não
venham a ser esquecida e como é trabalhada em sala de aula a historia do índio
como sendo os primeiro ocupantes e donos naturais do Brasil.

2 OBJETO DA PESQUISA

A metodologia de ensino do professor de Língua Portuguesa voltada para


alunos indígenas nas escolas regular.

3 PROBLEMA

• As escolas regulares de Macapá desenvolvem projetos inerentes ao resgate


da cultura indígena conforme exige a lei 11.645 que torna obrigatório o ensino
desta etnia?
• A escola oferece capacitação para os professores bem como os livros
didáticos adequados para formação desse indígena para contribuir sem
interferir no seu conhecimento cultural?

4 HIPÓTESES

- O professor de língua portuguesa desenvolve dentro de sala de aula metodologias


voltadas para a inclusão desse índio ao explanar assuntos que façam parte do
contexto histórico desse indígena;
- A escola regular desenvolve projetos que resgatam a valorização da cultura
indígena.

5 OBJETIVO GERAL

- Investigar se a metodologia utilizada pelo professor de Língua Portuguesa


atende as necessidades dos alunos como lhes é assegurado pela lei da Inclusão.

5.1 Objetivos Específicos

- Estimular a inclusão de conteúdos de educação indígena nos currículos escolares.


- Investigar como está a formação dos professores mediante as habilidades, valores
e metodologias capazes de garantir a preservação da etnia indígena ao aprender a
língua portuguesa.
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- Analisar como está sendo adquirida pelos indígenas a língua portuguesa como
segunda língua dentro da escola regular.

6 REFERENCIAL TEÓRICO

Sabe-se que dentro do âmbito educacional a heterogeneidade no Brasil é


percebido pela sua rica diversidade com relação aos grupos étnicos, sociais e
culturais existentes, com isso consiste a necessidade da permanência em preservar
o patrimônio cultural que norteia o saber intelectual do ser humano.
Para que esse processo ocorra de maneira pertinente a Constituição Federal
de 1988 em seu artigo 215 garante que: “O Estado garantirá a todos o pleno
exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e
incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”. Ao tratar da
cultura, a lei ressalta a importância que o Estado tem em priorizar esse tema para a
construção e o desenvolvimento do cidadão na valorização e respeito da
heterogeneidade existente no país.
Dentre as diversas culturas brasileiras, a etnia que marcou o processo de
colonização no Brasil foi à cultura indígena na qual possui uma bagagem de
patrimônios tanto materiais como imateriais relevantes para a construção da
identidade brasileira. Desta forma a CF -1988 Seção II – Da Cultura, Artigo 216 cita
que:
Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referencia
a identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira nos quais se incluem: I- as formas de expressão; II- os
modos de criar, fazer e viver; III- as criações científicas, artísticas, e
tecnológicas; IV- as obras, objetos, documentos, edificações e demais
espaços destinados às manifestações artístico-culturais.(CONSTITUIÇÃO
FEDERAL DO BRASIL, 1988, SEÇÃO II, ARTIGO 216)

Assim, cabe ao Estado a garantia em preservar as culturas existentes no país


bem como aquela que sofreu durante a descoberta das terras brasileiras e ainda
sofre preconceito quanto a sua cultura, porém o Estado garante a preservação
dessa etnia conforme consta na C/F 1988 no Art. 231 que:

São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas,


crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que
tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer
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respeitar todos os seus bens(CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988,


ART.231)

A Lei 6.001 em seu art. 2º, inciso III, também reforça a importância em
valorizar e preservar a cultura indígena na seguinte forma:

“Respeitar, no processo de integração do índio à comunhão nacional, a


coesão das comunidades indígenas, os seus valores culturais, tradições,
usos e costumes como sendo parte integrante no processo de construção
da cultura brasileira”.(BRASIL, 1973)

Ao tratar da inclusão do indígena no contexto escolar, no que se refere ao


ensino de uma segunda língua e metodologias capazes de contribuir para a
comunicação social sem desvalorizar seu dialeto próprio e valores culturais, a escola
obtém um papel fundamental na formação deste aluno conforme ressalta CAGLIARI
2009, p71) sobre o dever da escola.
(..) A escola deve respeitar os dialetos, entendê-los e até mesmo ensinar
como essas variedades da língua funcionam comparando-as entre si; entre
eles deve estar incluído o próprio dialeto de prestígio, em condições de
igualdade linguística. A escola também deve mostrar aos alunos que a
sociedade atribui valores sociais diferentes aos diferentes modos de falar a
língua que esses valores embora se baseiam em preconceitos e falsas
interpretações do certo e errado linguístico, têm consequências econômicas,
políticos e sociais muito sérias para as pessoas. (CAGLIARI, 2009, p 71).

Nos PCNs há o entendimento de que trabalhar a valorização da cultura nas


escolas é contribuir para a quebra do preconceito à discriminação e sobre este
questionamento, os PCNs propõem as seguintes considerações:

(...) A escola tem o papel fundamental a desempenhar nesse processo. Em


primeiro lugar, porque é um espaço em que pode se dar a convivência entre
estudantes de diferentes origens, com costumes e dogmas religiosos
diferentes daqueles que cada um conhece, com visões de mundo diversas
daquela que compartilha em família. Nesse contexto, ao analisar os fatos e
as relações entre eles, a presença do passado no presente, no que se
refere as diversas fontes de que se alimenta a identidade – ou as
identidades, seria melhor dizer – é imprescindível esse recurso ao Outro, a
valorização da alteridade como elemento constitutivo do Eu, com a qual
experimentamos melhor quem somos e quem podemos ser. Em segundo,
porque é um dos lugares onde são ensinadas as regras do espaço público
para o convívio democrático com a diferença. Em terceiro lugar, porque a
escola apresenta à criança conhecimento sistematizados sobre o país e o
mundo, e aí a realidade plural de um país como o Brasil fornece subsídios
para debates e discussões em torno de questões sociais(PCN, 1998).
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Sabe-se que os povos indígenas sempre sofreram grandes preconceitos


principalmente no tocante a identidade e cultura Indígena em virtude da
desvalorização e não aceitação dos seus direitos e diversidade mesmo sendo a
etnia construtora da história do Brasil. Com a aprovação da Lei 11.645/08 o estudo
da história e cultura afro-brasileira e indígena tornou-se obrigatório conforme
alteração da lei no 9.394, de 20/12/96.
Além de estabelecer a obrigatoriedade sobre os princípios norteadores da

educação através da valorização e resgate da cultura indígena é notório o que a Lei

11.645/08 cita no Art. 26-A:

Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio,


públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-
brasileira e indígena.
§ 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos
aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população
brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história
da África
e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura
negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade
nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e
política, pertinentes à história do Brasil.

Segundo a LDB em seu artigo 3º esclarece que:

Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:


I – igualdade de condições para o acesso e permanência
na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V – coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos
oficiais;
VII – valorização do profissional da educação escolar;
VIII – gestão democrática do ensino público, na forma
desta lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX – garantia de padrão de qualidade;
X – valorização da experiência extraescolar;
XI – vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

Ao tratar da inclusão da cultura indígena na educação e o dever do sistema


de ensino quanto as suas obrigações, a LDB ressalta no título VIII –Das Disposições
Gerais no Artigo 78 que:

Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências


federais de fomento à cultura e de assistência aos índios, desenvolverá
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programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de educação


escolar bilíngue e intercultural aos povos indígenas, com os seguintes
objetivos:
I – proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de
suas memórias históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a
valorização de suas línguas e ciências;
II – garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às
informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e
demais sociedades indígenas e não índias.

No que tange a educação indígena, o Estatuto do Índio no artigo 190 dispõe


sobre as práticas metodológicas que devem ser desenvolvidas com os seguintes
requisitos:
Art. 190. Os programas de educação escolar indígena terão os seguintes
objetivos específicos:
I - assegurar às comunidades indígenas a utilização de suas línguas e
processos próprios de aprendizagem;
II - valorizar a organização social das comunidades indígenas, seus
costumes, línguas, crenças e tradições;
III - fortalecer as práticas socioculturais e desenvolver metodologias
específicas do processo de ensino-aprendizagem da educação escolar
indígena, especialmente na aprendizagem de primeiras e segundas línguas;
IV - manter programas de formação de recursos humanos especializados,
possibilitando a condução pedagógica da educação escolar pelas próprias
comunidades indígenas, preferencialmente através da formação de
professores indígenas;
V - desenvolver currículos, programas e processos de avaliação de
aprendizagem e materiais pedagógicos e calendários escolares
diferenciados e adequados às diversas comunidades indígenas;
VI - publicar sistematicamente material didático em língua indígena e
material bilíngüe, destinados à educação em cada comunidade indígena,
visando à integração dos conteúdos curriculares;
VII - incluir os conteúdos científicos e culturais correspondentes a cada
comunidade, buscando a valorização e fortalecimento do conhecimento
tradicional das comunidades indígenas.

Com todo o aparato legal que trata delicadamente da valorização, do dever do


Estado, da integração na sociedade de forma respeitosa, da escola e seu papel para
garantir uma educação escolar de qualidade voltada para essa etnia, é fundamental
que a escola tanto indígena quanto regular esteja qualificada para receber este
aluno, na garantia de um convívio social capaz de oferecer uma comunicação clara
e adequada para esses índios.
E as metodologias de ensino na escola regular para os alunos indígenas
como grupo Autóctone, falantes não nativos da língua portuguesa, é profícuo
desenvolver conteúdos em Língua Portuguesa que possam ser inseridos ao
contexto histórico e a importância desses grupos na construção da identidade
brasileira, além de contribuir para um melhor desenvolvimento na comunicação com
não índios na sociedade em que estão inseridos
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7 METODOLOGIA

A pesquisa de campo será realizada numa escola regular de Macapá com


intuito em conhecer de que forma a escola está preparada didaticamente com
relação ao ensino de língua Portuguesa para atender o aluno indígena em sala de
aula.
O desenvolvimento metodológico dar-se-á de forma qualitativa através de
questionários e entrevistas para o corpo técnico da escola e professores de Língua
portuguesa. Posteriormente será feita a observação nas turmas que tenham alunos
indígenas para identificar como está a interação com outros alunos com relação à
língua utilizada.

8 RECURSOS

Humanos: professores, acadêmicos, Índios e alunos.

Materiais: Papel A4, caneta, câmeras, computador, celular, livros, transporte, papel
cartão, E.V.A, matérias indígenas, apostilas.

09 CRONOGRAMA

Data Ações Fev Mar Abr Mai Jun


1 Elaboração do projeto de pesquisa X
2 Pesquisa bibliográfica X
3 Pesquisa de campo X X
4 Analise dos dados coletados X
5 Redação do artigo X
6 Revisão gramatical
X
7 Entrega do artigo na coordenação do
X
curso
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10 REFERÊNCIAS

_____. Lei n. 6.001, de 19 de Dezembro de 1973. Dispõe sobre o Estatuto do Índio.


Disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6001.htm. Acesso em
25/jan/2014.

BRASIL. CONSTITUIÇÃO (1988). Disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em
12/fev/2014.

______. Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional 9.394/96. Disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em 25/jan/2014.

_____. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de


dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003.
Disponívelem: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/
l11645.htm. Acesso em 01/fev/2014.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:


terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa/Secretaria de
Educação Fundamental. Brasília : MEC/SEF, 1998.

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. São Paulo: Scipione, 2009.

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