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Física Geral 2001

Capítulo I - Fluidos - Aula 3


(cap16 Halliday, cap 14 – Sears)

(Fundamentos de Física volu 2- Hlliday, Resnik)


Nesta aula:

1.3 – Pressão em um fluido em repouso


1.3.2 Principio de Arquimedes
1.4 – Fluidos em movimento Linhas de corrente
1.5 - Equação da continuidade
1.3.2 Princípio de Arquimedes
Também é uma consequência das le3is de estática de fluidos

Princípio de Arquimedes: Um corpo total ou parcialmente imerso num


fluido recebe do fluido um empuxo igual e contrário ao peso da porção
do fluido deslocada e aplicado no seu centro de gravidade.

O empuxo de um objeto imerso é igual ao peso do líquido deslocado


Princípio de Arquimedes
- Corpo cilíndrico circular de área da base 𝐴 e altura ℎ totalmente
imerso em fluido de densidade 𝜌.
- Por simetria as forças sobre a superfície lateral se equilibram
duas as duas (pressões (𝑝, 𝑝) ou (𝑝’, 𝑝’) na figura). Por sua vez a
pressão 𝑝2 > 𝑝1
𝑝2 − 𝑝1 = 𝜌𝑔ℎ (1.7)

- A resultante das forças superficiais


exercidas pelo fluido sobre o cilindro
será uma força vertical, dirigida para
cima
𝐸 = 𝐸𝑘

𝐸 = 𝑝2 𝐴 − 𝑝1 𝐴 = 𝜌𝑔ℎ𝐴 = 𝜌Vg = 𝑚𝑔 (1.7)

Peso da porção de fluido deslocado


Empuxo e equilíbrio
Empuxo e equilíbrio
Exemplo: Que a fração do volume de um iceberg fica fora d’água?
Dados: 𝜌𝑔 = 0,92𝑔/𝑐𝑚3 𝑉𝑖 = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑖𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟𝑔
𝜌𝐻2𝑜 = 1,03𝑔/𝑐𝑚3

O peso do iceberg é dado por:

𝑊𝑖 = 𝜌𝑔 𝑉𝑖 𝑔 (1)

Por sua vez, o peso da água do mar deslocada de


volume 𝑉𝐻2𝑜 é igual ao empuxo, logo

𝑊𝐻2𝑜 = 𝜌𝐻2𝑜 𝑉𝐻2 𝑜 𝑔 (2)


Como o iceberg está em equilíbrio na água:

𝑊𝑖 = 𝑊𝐻2𝑂 (3)
Substituindo (1) e (2) em (3):

𝜌𝑔 𝑉𝑖 𝑔 = 𝜌𝐻2𝑜 𝑉𝐻2 𝑜 𝑔

𝑉𝐻2 𝑜 𝜌𝑔 0,92𝑔/𝑐𝑚3
= = 3
= 0,89 = 89%
𝑉𝑖 𝜌𝐻2𝑜 1,03𝑔/𝑐𝑚
O volume de água deslocado é o volume da parte submersa do icberg

𝑉𝐻2 𝑜
= 0,89 → 𝑉𝐻2𝑜 = 0,89𝑉𝑖
𝑉𝑖
Ou seja 11% do iceberg se encontra fora d’água!!
Exemplo
Um balão de chumbo de raio 𝑅 = 0,1 𝑚 está
totalmente submerso em um tanque. Qual é a
espessura 𝑡 da parede do balão se esse não
emerge nem afunda?
𝜌𝑃𝑏 = 11,3 × 103 𝑘𝑔𝑚−3
4 3
𝑃á𝑔𝑢𝑎 = 𝜌𝑎 𝑉𝑏𝑎𝑙ã𝑜 𝑔 = 𝜋𝑅 𝜌𝑎 𝑔
3
𝑃𝑃𝑏 = 𝑚𝑔 = 𝜌𝑃𝑏 𝑉𝑃𝑏 𝑔 = 4𝜋𝑅2 𝑡𝜌𝑃𝑏 𝑔

𝑃𝑃𝑏 = 𝑃á𝑔𝑢𝑎
𝑡≪𝑅
𝜌á𝑔𝑢𝑎 𝑅
𝑡= 𝑡 = 3 𝑚𝑚
𝜌𝑃𝑏 3
1.4 – Fluidos em movimento - Linhas de corrente

Esboço de Leonardo da Vinci: hidrodinâmica entre vários de seus


interesses
O Escoamento de um fluido pode ser classificado como:

a) - Escoamento Estacionário: a velocidade de escoamento em fluido


não varia e nem muda de direção e sentido, no decorrer do tempo

b) - Escoamento Incompressível: a densidade não varia


c) - Escoamento Ideal: escoamento sem viscosidade (É o equivalente
ao atrito em dinâmica dos fluidos. Desprezando a viscosidade não há
dissipação e podemos invocar a conservação de energia na descrição
da dinâmica.

A velocidade de nucleação de gotas de um líquido


depende da viscosidade deste líquido

d) – Escoamento Irrotacional: um fluido será irrotacional quando o


momento angular das partículas do fluido forem iguais a zero
Fluxo rotacional:
linhas de fluxo se fecham
Fluidos reais
Fluxo laminar com VISCOSIDADE
Fluido entre duas placas: superior
movendo e inferior parada: Gradiente
de velocidades:

𝑣0
𝑣Ԧ 𝑦 = 𝑦𝑥ො = 𝑣 𝑦 𝑥ො
𝑑

Lei de Newton da Viscosidade


𝑣0
𝐹Ԧ = 𝜂𝐴 𝑥ො
𝑑
Coeficiente de Viscosidade 𝜂: 1𝑐𝑝 = 10−2 𝑝𝑜𝑖𝑠𝑒 = 10−3 𝑁𝑠/𝑚2
Inicialmente iremos considerar um fluido ideal:
• O fluido é incompressível
• A temperatura é constante
• O fluxo é estacionário: velocidade e pressão não dependem do tempo
• O fluxo é laminar e não turbulento
• O fluxo é irrotacional, portanto não há vórtices
• Não existe viscosidade

http://demonstrations.wolfram.com/VenturiEffectOnBloodFlowCausedByCholesterolPlaqueInArteries/
Linhas de fluxo
A trajetória de movimento de um pequeno elemento do fluido, que
mantém sua integridade, é chamada de linha de fluxo.

Fluxo laminar:
Linhas de fluxo não se cruzam

Fluxo turbulento:
Cruzamento de linhas de fluxo
1.5 - Equação da continuidade
Na medida em que um fluido se desloca, sua velocidade pode
mudar em modulo, direção e sentido

Tomando de escoamento, cujo


contorno é limitado pelas
linhas de corrente, durante
um intervalo de tempo ∆𝑡 o
fluido percorre uma distância
∆𝑙 = 𝑣∆𝑡

∆𝑙1 = 𝑣1 ∆𝑡 (1.8)

∆𝑙2 = 𝑣2 ∆𝑡 (1.9)
Considerando que a massa de fluido que entra no tubo deve ser igual a
massa que sai do tubo:
∆𝑚 = 𝜌∆𝑉 = 𝜌𝐴∆𝑙 = 𝜌𝐴𝑣∆𝑡 (1.10)


∆𝑚
= 𝜌𝐴𝑣 (1.11)
∆𝑡
𝑚3 𝑘𝑔
Seja 𝑅 = 𝐴𝑣 a vazão, que pode ser volumétrica ( ), ou mássica ( ).
𝑠 𝑠
Logo a eq 1.11 pode ser reescrita como:
∆𝑚
= 𝜌𝑅 (1.12)
∆𝑡
Em regime estacionário ∆𝑚1 = ∆𝑚2 para a massa total. Desta forma a eq 1.10
pode ser escrita como:
∆𝑚1 = 𝜌1 𝐴1 𝑣1 ∆𝑡 (1.13)
∆𝑚2 = 𝜌2 𝐴2 𝑣2 ∆𝑡 (1.14)
Como devemos ter ∆𝑚1 = ∆𝑚2

𝜌1 𝐴1 𝑣1 ∆𝑡 = 𝜌2 𝐴2 𝑣2 ∆𝑡 = 𝑐𝑡𝑒 (1.15)

Esta é a equação da continuidade: mostra que nas partes mais


estreitas de um tubo, onde as linhas de corrente são necessariamente
mais densas, o deslocamento deve se tornar mais veloz
Fluxo sanguíneo
Suponha que o sangue flui através da aorta com velocidade de 0,35 𝑚/𝑠.
A área da seção reta da aorta é de 2,4 × 10−4 𝑚2. Encontre o fluxo de
sangue (ou a vazão de sangue).
Os ramos da aorta se dividem em dezenas de milhares de vasos capilares com
área da seção reta total de 0,28 𝑚2.

𝐴𝑎𝑜𝑟𝑡𝑎 𝑣𝑎𝑜𝑟𝑡𝑎 0,35 × 2,4 × 10−4


= = 3,0 × 10−4 𝑚/𝑠
𝐴𝑐𝑎𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 0,28
Equação da continuidade:
Exemplo
A figura mostra que o jato de água que sai de uma torneira fica
progressivamente mais fino durante a queda. Essa variação da seção reta
horizontal é característica de todos os jatos de água laminares (não
turbulentos) descendentes porque a força gravitacional aumenta a velocidade
da água. As áreas das seções retas indicadas são 𝐴0 = 1,2 𝑐𝑚2 e 𝐴 = 0,35 𝑐𝑚2.
Os dois níveis estão separados por uma distância vertical ℎ = 45 𝑚𝑚. Qual é a
vazão da torneira

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