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Resumo do artigo: Este artigo visa compartilhar algumas questões que tem,
recentemente, me estimulado na pesquisa em artes - especialmente na relação
entre artes visuais, dança contemporânea e performance. Minha intenção é traçar
estratégias que possibilitem o estabelecimento de redes de compreensão entre o
fazer artístico e o mundo em que ele se insere, focando a experiência da dança pós -
moderna americana e a relação entre as artes visuais e dança. Conceituo
‘estratégias de criação’ como estratégias de existência, apontando alguns exemplos
na dança pós-moderna americana e relatando recente experiência de retrospectiva
da obra de Yvonne Rainer. Intuo que a noção de estratégia de criação/existência, tal
como procuro formular, sirva, provisoriamente, como ferramenta de leitura de
determinado criador ou contexto. Até onde elas servem e como aproximá-las de
outras experiências são questões que me inquietam e tenho vontade de construí-las
em conjunto, justamente em rede, para que eu seja por elas amparadas quando me
deparar cotidianamente com o fazer artístico.
Abstract: This article aims to share some issues that have recently encouraged me in
the research in arts field - especially the relationship among visual arts,
contemporary dance and performance. My intention is to establish strategies that
enable the understanding between the artistic field and the world in which it operates,
focusing on the experience of American post-modern dance and the relationship
between the visual arts and dance. I conceive 'creation strategies' as existing
strategies, pointing out some examples in American post-modern dance and
reporting a recent experience of Yvonne Rainer’s presentations of retrospective
work. I guess that the notion of ‘creation strategy’as I try to conceive serves
provisionally as a tool for reading a certain artist or context. As far as they serve and
how to approach them from other experiments are issues that I wish and I want to
build them together, on a network basis, so that I may be supported by them in the
future.
Para tal, tomo como base de reflexão o que nomeio ‘estratégias de criação’,
que são os procedimentos inventados pelos artistas em resposta a uma
necessidade, pergunta ou contexto. Tais estratégias poderiam também ser
formuladas como ‘estratégias de existência’ já que a criação, a invenção
muitas vezes se relaciona com novos modos de existência.
É a partir dos anos 60, também, que existe mais espaço para o hibridismo
que alarga o campo de atuação das artes, aproximando arte e vida, seja
através da instauração de situações ou através do corpo como suporte da
obra-de-arte, como é o caso dos happenings e das performances. Neste
momento onde a dança pós-moderna americana aparecia, estas formas
híbridas ganhavam força e as correspondências são inevitáveis não só em
termos de estratégias de criação, mas também entre seus agentes, isto é, a
colaboração na criação de artistas não treinados na dança, a exemplo de
Robert Morris, Carolee Scheemann e Robert Rauschenberg.
Dito isto, neste ponto, começo a tatear caminhos mais recentes em termos de
datas e fatos, e mais perpassados por uma leitura ainda fresca a partir de
uma recente experiência que se iniciou em 2009 com a artista norte-
americana Yvonne Rainer, radicada atualmente em Nova York.
Referências Bibliográficas