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Prolegômenos a toda
Metafísica Futura
Apresentação – Prolegômenos são para os mestres inventarem uma ciência. Não é obra
para historiadores da filosofia. Começa por saber se a metafísica é possível. É preciso saber
que tipo de ciência é a metafísica. O discernimento chega sempre tarde. Duvidar da
metafísica ofende aos metafísicos. O interesse da razão universal leva ao renascimento da
metafísica. David Hume fez um ataque decisivo contra ela. Hume demonstrou a
impossibilidade a priori da conexão entre causa e efeito. Ele duvidou que o conceito de
causa fosse concebido a priori pela razão independente da experiência. Contra Hume, não é
possível apelar para um entendimento comum. Apesar de não ter sido desenvolvido, seu
pensamento fundamentado permite ir mais além do que o pensado. A dedução dos conceitos
metafísicos pelo entendimento puro permitiu limitar seus princípios e conteúdos. Os
Prolegômenos vêm sanar a queixa de obscuridade da Crítica da Razão Pura. A Crítica é
sistemática e completa, enquanto os Prolegômenos são exercidos fundados nos limites do
poder da razão pura. Estes mostram uma nova ciência e sua utilidade. Para isso,
conhecimentos antigos não poderão julgar seu alcance. Renunciou-se a uma exposição
popular, por uma mais séria e duradoura. A Crítica deve ser completa em todos elementos
da razão pura e nela determinar tudo ou nada. Seguir o plano, deixa ver os detalhes da
exposição. Os Prolegômenos seguem o método analítico em relação ao sintético da Crítica,
para mostrar as articulações com a estrutura de um poder particular de conhecimento.
Prolegômenos: Advertência a respeito das peculiaridades de todo
conhecimento metafísico
Existem juízos sintéticos a posteriori, de origem empírica, e a priori, da razão pura. Eles
exigem outro princípio, de acordo com o de contradição, para serem gerados.
1. Juízos da experiência são sempre sintéticos a posteriori.
2. Juízos matemáticos são em conjunto sintéticos a priori. As proposições aritméticas
são sempre sintéticas, pois exigem o auxílio da intuição para sua compreensão. Os
princípios da geometria pura também são sintéticos, pois também exigem a intuição
para sua síntese. Os predicados estão ligados aos conceitos por meio de uma intuição
que lhes deve ser acrescentada.
§ 3 – Observação para a divisão geral dos juízos em analíticos e sintéticos
A divisão entre juízos analíticos e sintéticos é indispensável à critica do entendimento
humano.
§ 56 [Integralidade] – As ideias transcendentais não podem ser dadas pela experiência, mas
pela razão e devem ser resolvidas por elas mesmas. A ideia de um todo do conhecimento
fornece a unidade de um sistema. A unidade do modo de conhecimento, constitutivo e
regulativo, na realidade, como possibilidade de ir além da experiência, permite à razão
servir para levar a experiência em si mais perto da integralidade.
§ 57 Conclusão da determinação dos limites da razão pura
Todos os conceitos do entendimento puro visam tornar possível a experiência. Porém, é
absurdo considerar os princípios de possibilidade da experiência como condições universais
das coisas em si. A experiência nunca satisfaz a razão. A razão encontra espaço para o
conhecimento das coisas em si. A razão não conhece limites que não possa alcançar. A
metafísica esta predisposta nos homens e não é produto de escolha ou progresso do
conhecimento da experiência. Só no conhecimento da coisa em si, a razão pode ser
satisfeita e ter a completude do progresso do condicionado às suas condições. As ideias
transcendentais determinam os limites da razão pura. Só nos noúmenos a razão encontra
completude e satisfação. Mas esses não podem ser conhecidos por si, entretanto, são
admitidos na relação com o mundo sensível e ligados pela razão. A insuficiência dos
fenômenos leva a um conceito de um ser independente que é condição de sua determinação.
O entendimento humano é discursivo e só conhece-se por conceitos gerais. Porém, o
recurso ao antropomorfismo leva o conceito de ente supremo à condução, pois ele não pode
ser determinado pelo homem. A razão é limitada a não estender o conhecimento da
experiência fora de seus limites e não julgar coisas fora como coisas em si. O
antropomorfismo dogmático é substituído pelo simbólico, através do uso da linguagem e
não da relação ao objeto. O mundo sensível refere-se ao desconhecido, que se conhece por
se referir ao homem e sua relação com o mundo do qual faz parte.
§ 58 [Analogia] – A analogia é uma semelhança perfeita de duas coisas dessemelhantes,
quanto à relação, como entre as leis da física e o direito. Assim, nada impede de se atribuir
ao ser supremo uma causalidade por meio da razão, sem que esta lhe seja atribuída nele
mesmo como propriedade inerente. A razão, então não é transferida ao ente, mas à relação
dele com o mundo sensível. O fundamento da razão suprema é dada pela relação da causa
suprema com o mundo. Ao lado da limitação do uso da razão à toda experiência possível,
não se considera o campo da experiência como aquele que se limita por si perante a razão.
§ 59 – A limitação do campo da experiência é o conhecimento que resta à razão mediante o
qual circunscreve a relação do que está fora com o que está dentro do mesmo limite. A
razão vai além da experiência sensível para dirigir seu próprio uso dentro deste, apesar de
proceder apenas por analogia. Essa limitação não impede que se chegue ao limite da
experiência, à relação com algo que deve ser o fundamento supremo de todos os objetos da
experiência em respeito a seu uso no campo da experiência possível.
§ 60 – Essa é a predisposição natural da razão humana. A metafísica quer encontrar os fins
da natureza, pois tudo que se encontra na natureza deve ter sido predisposto a algum fim
útil. Essa disposição visa libertar nosso conceito das experiências e das barreiras da
observação da natureza e permitir o acesso aos objetos da razão pura, que não podem ser
alcançados pela sensibilidade. Assim, pode-se estender a universalidade necessária ao fim
moral. As ideias psicológicas servem para desviar o materialismo. As ideias cosmológicas
evitam o naturalismo e as ideias teológicas afastam o fatalismo. O uso prático da
especulação tem uma unidade com o prático na moral. A natureza é encontrada na relação
da sensibilidade com o entendimento. A unidade da experiência possível num sistema chega
ao entendimento em relação à razão e sua legislação.
Solução da questão principal do Prolegômenos
Como é possível a metafísica como ciência?
A metafísica, como disposição natural da razão, é real, mas dialética e ilusória por si
mesma. Para ser ciência, ela deve gerar o conhecimento e a convicção. Os conceitos a priori
devem ser divididos entre a sensibilidade, entendimento e a razão. Deve também deduzir o
conhecimento sintético a priori e seus limites no sistema completo. A metafísica não é
contada entre as ciências fundamentais. A lei da necessidade fornece ao espírito universal
da filosofia um novo objeto de estudos através dos Prolegômenos. A crítica da razão pura
deve investigá-la e submetê-la à prova universal. A metafísica ainda não pôde demonstrar a
priori suas proposições. A metafísica como ciência não existiu até agora. O recurso à
probabilidade e ao entendimento sadio comum estão proibidos. O conhecimento a priori
deve ser apoditicamente certo. As regras a priori e independentes da experiência competem
ao entendimento especulativo e não ao entendimento comum. A metafísica só pode recorrer
a conhecimentos universais.
Apêndice do que pode ser feito para tornar a metafísica como ciência
A investigação dos princípios da crítica deve anteceder todo juízo a
respeito de seu valor ou não
Ensaio de um juízo sobre a crítica que deve anteceder à investigação
O idealismo transcendental afirma que todo conhecimento das coisas é ilusório se for tirado
só do entendimento puro ou da razão pura. Só na experiência há verdade. Espaço e tempo
pertencem aos fenômenos das coisas. Ambos são conhecidos a priori como forma pura da
sensibilidade que torna possível toda intuição dos fenômenos. Eles prescrevem a priori a lei
de toda experiência possível, fornecendo critério para distinguir a ilusão da verdade. O
conhecimento a priori recebe realidade objetiva, a partir da idealidade do tempo e do
espaço.
Proposta para uma investigação da crítica, à qual pode suceder o juízo
Fonte: https://forumdediscursus.wordpress.com/