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conhecimento?
Apresentação
A teoria do conhecimento é uma das áreas da investigação filosófica que trata da origem e da
forma do conhecimento humano. Trata-se de um campo amplo e interdisciplinar que auxilia na
compreensão do conhecimento e do papel desempenhado por ele em nossas vidas. Essa teoria é
um dos elementos centrais da construção do raciocínio filosófico e parte integral de todas as
teorias políticas, éticas e estéticas sobre a linguagem e a lógica. Nesse contexto, prioriza a origem,
os limites e a natureza de temas voltados à cognição humana.
Pode-se afirmar que a filosofia analítica reúne um conjunto de tendências do pensamento filosófico
voltadas à utilização da lógica e da análise conceitual. Elas são importantes para a resolução dos
chamados dilemas filosóficos — situações complexas que apresentam duas ou mais alternativas que
desafiam as noções sobre o que é certo e o que é errado.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender a comparar diferentes perspectivas filosóficas,
entender como os filósofos abordam a origem do conhecimento e desenvolver o raciocínio
filosófico no sentido de relacionar as suas dimensões de forma crítica.
Bons estudos.
Uma das bases do ceticismo é que as percepções e os julgamentos podem ser falíveis, levando-se a
conclusões incorretas. Nesse contexto, o ceticismo tende ao questionamento de fatos, conceitos e
suposições, exigindo-se evidências concretas de uma determinada afirmação.
a) Qual ação você empregaria para conscientizar o funcionário sobre os potenciais riscos da
inteligência artificial na programação, mantendo seu entusiasmo e sem desencorajá-lo?
b) Que formas de assistência você forneceria aos programadores recém-contratados que estão
enfrentando obstáculos na gestão dos riscos de segurança?
Infográfico
Neste Infográfico, você vai conhecer alguns aspectos e conceitos importantes sobre esse tema.
Aponte a câmera para o
código e acesse o link do
conteúdo ou clique no
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Conteúdo do Livro
A seguir, você vai encontrar algumas considerações a respeito do modo como nós construímos ou
alcançamos o conhecimento sobre algo, sobre nós mesmos ou sobre a realidade. Na obra em
questão, alguns autores clássicos serão posicionados de modo a contrastar suas ideias, perspectivas
e posições.
Boa leitura.
L AURENCE BONJOUR
ANN BAKER
FILOSOFIA
TEXTOS FUNDAMENTAIS COMENTADOS
2ª EDIÇÃO
CONSELHO EDITORIAL DE FILOSOFIA
Maria Carolina dos Santos Rocha (Presidente). Professora e Doutora em Filosofia Contemporânea pela ESA/Paris e UFRGS/Brasil.
Mestre em Sociologia pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (EHESS)/Paris.
Fernando José Rodrigues da Rocha. Doutor em Psicolinguística Cognitiva pela Universidade Católica de Louvain, Bélgica, com pós-
-doutorados em Filosofia nas Universidades de Kassel, Alemanha, Carnegie Mellon, USA, Católica de Louvain, Bélgica e Marne-la-
Vallee, França, Professor Associado do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Lia Levy. Professora Adjunta do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Doutora em História
da Filosofia pela Universidade de Paris IV-Sorbonne, França. Mestre em Filosofia pela UFRJ
Nestor Luiz João Beck. Diretor de Desenvolvimento da Fundação ULBRA. Doutor em Teologia pelo Concordia Seminary de Saint
Louis, Missouri, USA, com pós-doutorado em Teologia Sistemática no Instituto de História Europeia em Mainz, Alemanha. Bacha-
rel em Direito. Licenciado em Filosofia.
Roberto Hofmeister Pich. Doutor em Filosofia pela Universidade de Bonn, Alemanha. Professor do Programa de Pós-Graduação em
Filosofia da PUCRS.
Valerio Rohden. Doutor e livre-docente em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com pós-doutorado na Uni-
versidade de Münster, Alemanha. Professor titular de Filosofia na Universidade Luterana do Brasil.
EQUIPE DE TRADUÇÃO
André Nilo Klaudat. Doutorado em Filosofia, University College London. Professor Adjunto da Universidade Federal do Rio Gran-
de do Sul.
Darlei Dall’Agnol. Doutorado em Filosofia, University of Bristol. Professor Associado I da Universidade Federal de Santa Catarina.
Marco Antonio Franciotti. Doutorado em Filosofia pela University of London. Professor Adjunto IV da Universidade Federal de
Santa Catarina.
Maria Carolina dos Santos Rocha. Doutorado em Filosofia Contemporânea pela ESA/Paris e Universidade Federal do Rio Grande
do Sul.
Milene Consenso Tonetto. Doutorado em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina.
Nelson Fernando Boeira. Doutorado em História, Yale University. Professor na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Roberto Hofmeister Pich. Doutorado em Filosofia, Bonn Universität. Professor na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul.
ISBN 978-85-363-2119-6
CDU 1
1. Considere uma crença introspectiva sobre trand Russell nota que o método de pos-
um dos seus estados conscientes da men- tulação “tem todas as vantagens do roubo
te: a crença de que você está experimen- sobre a faina honesta”, com o que ele quer
tando uma dor no pulso, talvez, ou a cren- dizer que postular que algo é assim é fácil
ça de que você está pensando sobre Reid. demais para ser convincente. Essa mesma
Que tipo de razão ou base você tem para objeção pertence aos primeiros princípios
pensar que tais crenças são verdadeiras? de Reid (e, se não é o caso, por que não)?
É isso simplesmente algo que tem de ser 3. Pense sobre o problema, em alguma me-
aceito como um “primeiro princípio”, ou dida análogo, de como crenças de me-
há algo mais a ser dito? (Se há uma razão mória podem ser justificadas (estamos fa-
desse tipo, então a questão seguinte é se zendo uso do termo “crença de memória”
algo paralelo pode ser dito sobre as cren- para referir-nos a crenças que parecem ser
ças perceptuais concernentes a objetos memórias, não importa se o são realmen-
exteriores.) te ou não). Reid tem razão em afirmar que
2. Mesmo que objetos exteriores sejam per- filósofos que discutem a percepção em
cebidos diretamente, no sentido de que grande medida dizem frequentemente
não há nenhuma entidade intermediária muito pouco sobre a memória, embora
que é percebida mais imediatamente, ao questões bastante semelhantes pareçam
que parece pode-se ainda perguntar se a surgir ali. Pense em como soluções para-
crença ou a convicção específica que é o lelas às de Locke e às de Berkeley teriam
conteúdo de um juízo perceptual é ver- aplicação no caso da memória e considere
dadeira (ou provavelmente verdadeira). É os problemas que surgem em cada caso.
uma resposta suficiente a essa questão di- Crenças de memória podem ser justifica-
zer, como o faz Reid, que é simplesmente das em cada um desses dois modos? Se
um primeiro princípio que crenças desse não o podem, uma solução ao modo de
tipo são verdadeiras – especialmente se for Reid é a única disponível? E, se isso é as-
admitido, como ele o faz, que tal alegação sim, tal solução dá suporte, por analogia,
não é autoevidente ou necessária? Ber- ao relato de Reid acerca da percepção?
Laurence BonJour
Laurence BonJour (1943- ) é um filósofo norte-americano que leciona na Universida-
de de Washington. Ele é autor ou coautor de diversos livros sobre epistemologia e tam-
bém é o coeditor desta obra. Nesta seleção, BonJour recapitula o problema do mundo
exterior, tal como ele surge na obra de Descartes, de Locke e de Berkeley; em seguida,
explica e critica a resposta fenomenalista a esse problema, que se origina da concepção
de Berkeley (e da de Hume); finalmente, oferece uma solução provisória em linhas muito
basicamente lockianas. Ao final, ele também tem algo a dizer sobre concepções de rea-
lismo direto como aquela oferecida por Reid.
como sendo uma percepção de árvores, questão. Além disso, para invocar essa
galhos e folhas.) Em terceiro lugar, uma primeira razão, ele também precisaria ter
outra diferença entre as nossas experiên- crenças justificadas sobre os estados men-
cias sensórias imediatas e outros tipos de tais das outras pessoas, especificamente
ideias, como aquelas da imaginação e da concernentes a se elas têm ou não têm
memória, é que ideias sensórias de cer- ideias sensórias do tipo relevante. Como
tos tipos são acompanhadas por dor, ao esse último tipo de conhecimento é possí-
passo que as ideias correspondentes de vel, isso é em si mesmo um problema sé-
imaginação e de memória não o são [p. rio (o “problema das outras mentes”...).
72]. (Por exemplo, se tenho a experiên- Mas é muito claro, sob reflexão (...), que
cia sensória imediata de aparentemente o conhecimento dos estados mentais de
bater na minha mão com um martelo, outras pessoas normalmente depende de
ao tentar cravar um prego, normalmen- conhecimento anterior do comportamen-
te experimentarei a dor junto com isso; to e da condição dos seus corpos físicos,
contudo, se apenas imagino ou lembro pressupondo, novamente, o próprio co-
tal experiência, não há dor nenhuma).9 nhecimento do mundo material que ain-
2 Em quarto lugar, “os nossos sentidos, em da não foi estabelecido. 2
muitos casos, dão testemunho da verda-
pare Como você sabe da ...
existência e do caráter de do relato de cada um acerca da exis-
específico dos estados mentais de tência de coisas sensíveis fora de nós” [p. A segunda razão de Locke é pelo
outras pessoas? Que razão você 72]. (Por exemplo, a minha experiência menos um pouco melhor. O caráter invo-
tem para pensar que elas não
são, por exemplo, apenas robôs
visual da aparência de um fogo próximo luntário ou espontâneo da minha expe-
inteligentemente designados, que ao meu corpo é normalmente acompa- riência sensória ao menos a distingue de
não possuem estados mentais de nhada por experiências tácteis de calor, outros tipos de estados mentais e de expe-
nenhum tipo? (Ver a Questão para de cheiros aparentes de queimado, da au- riência (embora, talvez, não de um modo
Discussão 1.)
dição aparente de crepitações ou de ou- completamente agudo – não são muitas
tros sons distintivos do fogo, etc. – pense memórias e mesmo algumas imaginações
aqui você mesmo em outros exemplos.) semelhantemente involuntárias?). Con-
Todavia, Locke tem pouco a dizer em re- tudo, esse fato não parece estabelecer por
lação a como essas “razões concorrentes” si mesmo que experiências sensórias ime-
supostamente mostram que as nossas diatas são, como ele alega, causadas por
crenças concernentes a objetos materiais alguma coisa externa à pessoa que as tem.
aos quais se chega com base em nossas Por que as minhas experiências sensórias
experiências sensórias imediatas são jus- involuntárias não poderiam resultar, em
tificadas por aquelas experiências. Segue- vez disso, de alguma faculdade subcons-
se realmente tal conclusão? E, se esse for ciente ou inconsciente da minha própria
o caso, como e por quê? (...) mente que está fora do meu controle
De fato, as razões consideradas por voluntário? E, mesmo mais obviamente,
Locke são de peso bastante desigual. A que as ideias sejam involuntárias não nos
primeira é totalmente sem valor, porque diz nada se a causa externa, caso exista
incorre em petição do mesmo princípio em alguma, tem as propriedades específicas
questão e também requeriria uma solução que a minha experiência sensória parece
anterior de um outro problema epistemo- retratar (se ela “se assemelha às minhas
lógico relacionado. Até que o problema de ideias”, como Locke colocaria). Por que
justificar uma crença em objetos exterio- a causa externa da minha ideia de uma
res com base em sua experiência sensória árvore verde, se há alguma, não poderia
tenha sido resolvido, Locke, obviamen- nem ser verde nem ter as outras proprie-
te, não está numa posição de apelar a dades de uma árvore? De fato, por que
supostos fatos sobre os órgãos sensórios ela não poderia, como Berkeley sugerirá,
de outras pessoas, dado que os órgãos ser alguma coisa totalmente diferente de
sensórios são estruturas físicas e, assim, um objeto material? E a terceira razão,
as crenças sobre eles teriam de ser justi- embora mostrando de novo, talvez, que
ficadas exatamente do modo que está em as experiências sensórias são, de modo
importante, diferentes de muitos outros
fenômenos mentais, também não dá su-
9 Pode haver, é claro, dor imaginada ou lembrada, porte de alguma maneira clara quanto a
mas isso, obviamente, não é a mesma coisa que a uma conclusão sobre o que é responsável
dor realmente experimentada. por essa diferença.
Dica do Professor
Nesta Dica do Professor, você vai ver, de modo mais claro, as considerações a respeito da teoria do
conhecimento, suas implicações e os elementos que a compõem.
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Exercícios
2) O empirismo está vinculado à teoria do conhecimento, sendo que sua base está firmada no
pensamento de Aristóteles.
3) As origens do racionalismo remetem aos filósofos gregos, passando a ter maior evidência à
época do Renascimento — que representou grandes contribuições ao método científico e à
produção do saber.
C) Significa que o conhecimento humano se afasta da razão, sendo incapaz de levar à verdade.
O empirismo está vinculado ao conhecimento empírico, ou seja, aquele que provém da realidade
prática, do cotidiano. Nesse sentido, a sabedoria é alcançada pelas percepções humanas. Os
empiristas defendem que o conhecimento é fruto das experiências vivenciadas. Enquanto o
racionalismo pugna pela prevalência da razão e da lógica, o empirismo defende a importância das
experiências sensoriais (observações empíricas).
Dessa forma, o conhecimento seria construído a partir das experiências que o indivíduo tem com o
mundo ao seu redor. Por exemplo, uma criança aprende que o fogo é quente quando toca nele e se
queima. Essa experiência sensorial lhe fornece o conhecimento de que o fogo é perigoso.
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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