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Era assim antes mesmo da existência, eis que uma flâmula que
antecede até mesmo o tempo e o espaço, era a Harmonia, seu
nome podemos chamar de Gedauan. E Gedauan querendo não
mais estar estático, passou a mover-se e o tempo começou a
fluir, e tudo isso era harmônico, era perfeito e isso fez os
primórdios da eternidade continuarem a manter-se em ordem, e
preservar sua suavidade. Gedauan não queria mais estar sozinho,
criou do nada as suas criações, dotando elas de suavidade,
inteligência e beleza. Daquele mundo foram criados e realizados,
o mundo naquele período, era e hoje é além da Helv, um sonho
que continua a se animar, e era tão vivo quanto uma alucinação.
E daquele turbilhão surgiu em algum lugar as raízes etéreas e
primordiais que auxiliariam Gedauan e seus imensos planos, e lá
sua obra não mais é ideia parada, mas que anda, sobre aquele
impávido universo, onde o vazio dera espaço ao ilimitado. A força
era deles e por eles estava a serviço, seus respectivos nomes
eram: Missar, o Ordenador, Hilda, a guardiã do primeiro
princípio, e o Kathuxel (lê-se Catuxel), este era o que mais se
assemelhava a Gedauan.
Da voz suave em um quadro caótico: “farei eu que a existência
ganhe forma e sentido”. E assim foi feito.
Missar foi o primeiro a ser criado, depois Hilda e Kathuxel, e os
dois eram gêmeos.
Manifestou-se Missar, como um soldado que seu objetivo era
lutar por algo e alguém, que seus princípios ficassem a deixar
marcas.
Hilda nasceu iluminando a vastidão, e a sua manifestação se deu
como um espírito de uma jovem, que canta vendo o reflexo da
beleza ao seu redor nos rios, os rios eram um fluxo de vida sem
fim, e a vida tinha sua premiada.
Apesar dos cantares, era com música que nasceu Kathuxel e este
já era senhor menor desde seu surgimento, o soldado luta pelo
seu senhor, e uma jovem canta aos seus ouvidos.
Vozes livres, e sem pesar que nos fundamentos do mundo
brandiram: “Gedauan por ti são a força, a beleza e a nobreza”,
disseram os três depois que nascidos.
A verdadeira força era de Gedauan que ali se mostrava, a nobreza
estava irradiada pelo vazio, espaços sozinhos viraram seres, a
beleza estava na vida.
Gedauan deixou de se sentir solitário, e usando suas forças e
também incentivando suas criações aos seus imensos planos, fez
junto com os espíritos menores, o Mundo dos eternos, e este por
sua vez era magnífico, a harmonia plainava sobre os ares de
Arrundun, e Missar é atraído pelas colinas verdejantes, e
Kathuxel se sente senhor dessa nova criação, os dois espíritos
não poderiam se separar, pois ambos se complementavam, e
Missar sabia que um senhor sábio é aquele que luta pelo bem
comum, por todos aqueles que estão servindo a ele, Kathuxel
com sua sapiência nunca havia de recusar a Missar a seu lado, e
Hilda era quem cantava pelas colinas verdejantes daquela nova
obra.
Eis a relação de Kathuxel e Hilda, embora fossem irmãos,
nenhum poderia interferir na felicidade e livre arbítrio que
Gedauan dera para com cada um deles, inclusive para Missar,
Kathuxel não pensará mais nisso, até que em determinado
momento Missar é designado por Hilda como seu fiel guardião e
a suavidade encontrara seu ser em meio a ordem, e suas mãos
estavam para o escudo do soldado assim como, a abelha para as
flores e o sol nas nuvens claras, e Gedauan já soube disso, e a
bênção era garantida, algo muito trágico estava para acontecer e
quem sentiu isso foi Gedauan, Kathuxel não abençoa, e diz que a
suavidade está buscando a felicidade aonde não há, onde suas
melodias não poderão ser ouvidas, que a ordem de cima é cada
um viver feliz a sua maneira, ele neste momento criou o manto
da mentira e o vestiu, e o seu olhar era o olhar de um ser egoísta,
porém, Missar já tinha bons planos para ele e a Hilda, que não
era necessário que Kathuxel participasse. Kathuxel enfureceu-se
e disse que Missar não era capaz de ser um Senhor tão bom
quanto ele, então querendo roubar a felicidade do outro, resolve
jogar baixo, assim, duelaria frente a Missar, Missar aceita, e o diz:
um verdadeiro Senhor não é aquele que semeia caos no seu
próprio reino e nos seus servos, você perde toda sua realeza
quando não se torna objeto para reproduzir a harmonia de
Gedauan, pronto, bastara isso para vir a tona que as virtudes
nobres de um senhor justo e digno, se tornou como palha ao
vento, e que o que comanda Gedauan é tirania.
Hilda observa a mudança de Kathuxel e diz que ele não precisava
disto, que era inclusive algo que não deveria estar acontecendo,
seu olhar fica vago e as suas sobrancelhas tremem
freneticamente, ela estava a ver o seu irmão se tornar o seu
extremo oposto.
Missar estende suas mãos fechadas entre o peito e o abdômen, e
depois ao tocar sua espada uma chama se ascende, e essa chama
nunca mais se apagará até que a espada não finalize Kathuxel. O
combustível da espada é a tirania de Kathuxel, e Hilda estava
impressionada com as chamas, resolvendo acabar se afastando e
diz que Gedauan vai excluir ele dos seus planos, Kathuxel diz que
o que importa agora são seus planos e não os de Gedauan
Kathuxel e Missar sacam suas espadas, Kathuxel lança um tal
feitiço que acaba que agora a lâmina de Missar estava incumbida
a se derreter lentamente durante a batalha, conforme o tempo
estava passando a espada iria se derreter e Kathuxel já estaria
com a vitória em suas mãos.
Cada vez que as espadas se chocavam, as ondas de choque e
faíscas se intensificaram, assim, Hilda se escondeu dentre o galho
da árvore mais alta.
Antes que metade da espada se derretesse, Missar não teve
outra opção a não ser lançar a sua lança sobre o peito de
Kathuxel, em um instante inesperado para o tirano, ele o acertou,
mas o mesmo já se programara antes para que quando isso
estivesse a acontecer, criasse uma cópia perfeita de si mesmo,
porém, até mesmo a cópia foi atingida pela lança de Missar, o
nome da abominação ali gerada por Kathuxel era Kamandres, e
Kamandres foi acertado em sua cabeça, enquanto um coração foi
perfurado, um cérebro foi transpassado.
Naquele momento onde criou uma réplica de si, deu a entender
que não estava a negar somente Missar como um dos espíritos
menores, mas também sua irmã Hilda.
Ali estava a ser decidido, e Missar ganhou no último instante.
2
Era naquele momento, que o princípio dos princípios, foi-se a
ramificar, e pelas lágrimas e pelo suor de sangue, surgiram
criaturas que reviveriam o princípio e direcionariam a criação por
todas as eras, eles lutariam com o mal, seriam irmãos do cálice e
herdeiros iguais as criaturas viventes de Nínive, seus corações
habitava Gedauan e o louvor das criaturas a eles só seria entoado
depois que o projeto seguisse o caminho, surgiram e seu
nascimento foi acompanhado com a criação de astros.
Da luz da espada que refletia Gedauan, manifestou se Zellenia,
das faíscas em choque surgiria aquele que viria a ser Dimnias, do
calor da batalha surgiu Melissandre, e da vitória em batalha
Garemar, dos brilhos do cálice do sacrifício, a sagrada taça, surgiu
Sirondil, dos ventos que transpassaram sua face surgiu Airlong, e
do seu elmo e ponta de lança surgiria Mao-fa-Tsu, enfim, surgiu
do seu suor e coragem a imagem e espírito de um ser, era Ultreal,
outrossim reunido com Evanmegisto, que tinha surgido da
consumação do verdadeiro sacrifício, e dos olhares de Hilda e
para cativar sua introspecção durante o decorrer da batalha
Deollanes guardou as rédeas e manteve destreza, dos gritos
uivantes surgiu Xiones
A luz é algo rapto, que é tão rápido quanto os sentidos, a luz dos
sentidos é além do mundo mortal, Zellenia é fruto da pura
manifestação da luz, o ranger das espadas, e nasceu entre aquele
combate, com o fim do combate e no primeiro alvorecer do
mundo, fez nascer do chão os primeiros vegetais, e eles nunca se
tornariam independentes da mestra, sua luz os tornaria
dependentes pelo resto da existência de Nínive
O Nínive era coberto por nada além de sangue, do sangue houve
o afastamento do firmamento, e houve a criação de uma espécie
de ferida que já cicatrizada, deu origem ao solo, e era mais rico
em nutrientes em suas primeiras eras, e ao passar das eras sua
fertilidade se mantinha, mas não era a mesma, nasceu coroada
com um desejo de alcançar aos outros as mais boas intenções,
quando o mundo era repleto pelo verde da mata, ela fez das
flores seu esplendor e objeto para estender sua vontade e com
os futuros filhos de Missar que habitariam o Nínive, sua coroa
caiu no mundo mortal em forma de flor, um grande herói irá
cultivar suas terras, fazer seu sustento, e entre batalhas levará as
intenções de sua lady ao abrangente horizonte e em vida dará a
filha da luz um buque de suas flores.
Das feridas curadas e vales verdejantes, Dimnias fez sua vontade
sobre certos espaços, eram elevados e se estendiam pelos
confins do mundo, o sangue quente fluía sobre o desconhecido, e
se fez conhecer pela superfície, aquela coisa, aquele sangue, era
algo capaz de criar e destruir, e renovar o ciclo de todas as coisas
viventes e não viventes, mas a sua maior criação é envolto
aquela força, os vulcões, e em suas proximidades habitaria seres
com pele semelhante a rocha, com elasticidade das vinhas, e
poderiam domar os céus como a luz atravessa o firmamento,
gerado ele das faíscas mortíferas, se consagrou entre seus filhos
como Senhor das Faíscas Bélicas, eles seriam chamados de
dragões e as faíscas serão sua natureza, cuspirão fogo e assim
como o sangue dos vulcões, criarão ou destruirão, são os valores
de Dimnias senão a nobreza e destreza? Sim, é nobre quem
mantém a homeostase de todas as coisas, sua destreza é mesmo
nascido do conflito superar a adversidade.
O firmamento era algo fechado sobre si, e uma luz, somente
aquela luz iluminava o dia e a noite, mesmo que esse ciclo ainda
não pudesse existir, era Sirondil com seus olhos que iluminava a
face de Nínive, e os ecos de sua luz se chamaram reflexos, o
reflexo da vida e do sangue, eram a força e o espírito, Ultreal
guardaria consigo o verdadeiro significado da força, mas não
seria o dono real, e Deollanes espalharia para as criações que
ninguém é fraco quando você descobre sobre o íntimo do seu
ser, Sirondil em toda sua glória

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