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Valor da ação judicial relacionada com a constituição de uma servidão de

passagem.

Em uma ação judicial relacionada com a constituição de uma servidão de passagem o


valor refere-se à quantia monetária total atribuída ao processo judicial. Este montante
inclui não apenas o valor da indemnização pretendida pela parte demandante, mas
também outros custos associados ao processo, como custas judiciais e honorários
advocatícios.

O "valor da indemnização" é a quantia específica de compensação financeira que a


parte demandante busca como resultado do processo. Este montante é calculado com
base nos prejuízos sofridos devido à constituição da servidão, incluindo, por exemplo,
a interferência no uso da propriedade e eventuais danos físicos.

Em casos de servidão de passagem, os valores podem variar dependendo de vários


fatores, como a extensão dos prejuízos, a importância da servidão para o proprietário
do prédio dominante e a capacidade de negociação entre as partes.

Idealmente, as partes envolvidas tentarão chegar a um acordo amigável antes de


recorrer ao tribunal. Caso não haja acordo, o tribunal avaliará as evidências e
argumentos apresentados por ambas as partes para determinar uma indemnização
justa.

1. Quantitativo da indemnização a atribuir em consequência da constituição


da servidão legal de passagem.

Direito: “Pela constituição da servidão de passagem é devida indemnização


correspondente ao incómodo sofrido” – artigo 1554º CC.

O artigo 562.º do Código Civil estabelece um princípio geral quanto à obrigação de


indemnizar: “quem estiver obrigado a reparar um dano deve reconstituir a situação que
existiria, se não se tivesse verificado o evento que obriga à reparação”.

Trata-se do dever de repor a situação anterior à lesão.

O artigo 566.º do Código Civil é muito claro ao estabelecer que “a indemnização é


fixada em dinheiro, sempre que a reconstituição natural não seja possível, não repare
integralmente os danos ou seja excessivamente onerosa para do devedor”.

É, também, um princípio fundamental da obrigação de indemnização, que esta só


existe em relação aos danos que o lesado provavelmente não teria sofrido se não
fosse a lesão – artigo 563.º do Código Civil. A indemnização abrange não só os
prejuízos causados pela lesão, mas também os benefícios não obtidos em
consequência dessa lesão, ou sejam, os chamados lucros cessantes – artigo 564.º do
Código Civil.

Indemnizaçao inclui:

-Prejuízos causados pela lesão: Desvalorizaçao do inmóvel: apurar a diferença entre a


situação patrimonial real antes da constituição da servidão e a situação que resultou
dessa constituição, ou seja, apurar o correspondente à desvalorização do bem em
consequência da constituição da servidão. Jurisprudencia: “...No despacho de
audiência prévia se referiu a factualidade a ser sujeita a prova indicando-se entre outra
a apurar, o valor da propriedade e valor da desvalorização causada pela instalação
elétrica: linha aérea e o apoio n.º 22”.

-Os benefícios não obtidos em consequência dessa lesão, ou sejam, os chamados


lucros cessantes.

Exemplo de cálculo:

A servidão, em face da factualidade apurada será estabelecida para um comprimento


de 120 metros e uma largura de 3, adequada ao trânsito de veículos automóveis.

Sendo inequívoco que a constituição de servidão de passagem gera uma


desvalorização do valor da propriedade, julgamos que a indemnização a fixar não
deve efetuar uma ponderação puramente aritmética do valor atribuído ao metro do
terreno dos réus, nos termos seguintes: (120mx3m)x€3,35. Efetivamente, não está em
causa a venda da faixa de terreno por onde se vai estabelecer a servidão, mas apenas
a sua oneração. Certo é que a constituição da servidão legal de passagem
determinará que também os réus a utilizem para o trânsito no respetivo prédio, o que
também terá que ser ponderado no valor indemnizatório a fixar. Assim, julga-se
adequado atribuir ao m2 de terreno que ficará onerado com a servidão o valor de €
3,00. Consequentemente, por estar em causa uma área de 360 m2, fixa-se a
indemnização a pagar pelos autores aos réus E... e D... em € 1.080,00.”.

Os critérios para determinar a indemnização incluem a avaliação dos prejuízos


causados à propriedade serviente, levando em consideração fatores como
interferência no uso normal da terra, depreciação do valor da propriedade e eventuais
danos físicos resultantes da servidão. Além disso, é possível considerar o valor dos
lucros cessantes, que são os ganhos financeiros perdidos devido à restrição causada
pela servidão.

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