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A teoria tripartite da alma de Platão é uma teoria da psique proposta pelo filósofo grego antigo Platão
Filosofia de Platão
em seu tratado sobre a República, e também com a alegoria da carruagem em Fedro. Na República,
Platonismo
Platão afirmou que a ψυχή (psique) é composta de três partes; a λογιστικόν (logistikon, lógica), a
θυμοειδές (thymoeides, espirituosa) e a ἐπιθυμητικόν (epithymetikon, apetitiva). Essas três partes da
psique também correspondem às três classes de uma sociedade.[1] Seja em uma cidade ou em um
indivíduo, δικαιοσύνη (dikaiosyne, justiça) é declarada como sendo o estado do todo no qual cada parte
cumpre sua função sem tentar interferir nas funções das outras.[2] A função de epitimetikon é produzir e
buscar prazer. A função de logistikon é governar suavemente através do amor ao aprendizado. A função
de thymoeides é obedecer às direções do logistikon, enquanto ferozmente defende o todo da invasão
externa e da desordem interna. Seja em uma cidade ou em um indivíduo, ἀδικία (adikia, injustiça) é o
Tópicos filosóficos [Expandir]
estado contrário do todo, geralmente assumindo a forma específica pela qual a parte espirituosa ouve, ao
invés da lógica, ao apetite, enquanto ambos juntos ou ignoram a lógica inteiramente, ou a empregam em Alegorias e metáforas [Expandir]
v·d·e
No livro IV da República, Sócrates e seus interlocutores (Glauco e Adimanto) estão tentando responder se
a alma é uma ou feita de partes. Sócrates afirma que: "É claro que a mesma coisa nunca fará ou sofrerá
coisas opostas na mesma parte dela e em direção à mesma coisa ao mesmo tempo; portanto, se acharmos isso acontecendo, saberemos que não era
uma coisa, mas mais de uma."[3] (Este é um exemplo do Princípio de Não-Contradição de Platão.) Por exemplo, parece que, dado que cada pessoa tem
apenas uma alma, deve ser impossível que uma pessoa deseje simultaneamente algo, mas também naquele momento seja avessa à mesma coisa,
como quando alguém é tentado a cometer um crime, mas também é avesso a ele. Tanto Sócrates quanto Glauco concordam que não deveria ser
possível para a alma estar ao mesmo tempo em um estado e seu oposto. Daí resulta que deve haver pelo menos dois aspectos na alma.[4]
Razão (λογιστικόν)
A lógica ou logistikon (de logos) é a parte pensante da alma que ama a verdade e procura aprendê-la. Platão originalmente identifica a alma dominada
por essa parte com o temperamento ateniense.[5] O logistikon discerne o que é real e não apenas aparente, julga o que é verdadeiro e o que é falso e
sabiamente toma decisões justas de acordo com seu amor pelo bem.
Platão argumenta que o logistikon seria a menor parte da alma (como os governantes seriam a menor população da República), mas que, no entanto,
uma alma só pode ser declarada justa se todas as três partes concordarem que o logistikon deva reger.[6]
Espirituosa/animosa (θυμοειδές)
De acordo com Platão, a espirituosa ou thymoeides (de thymos) é a parte da alma pela qual estamos irados ou ficamos temperamentais.[7] Ele também
chama essa parte de 'alto espírito' e inicialmente identifica a alma dominada por essa parte com os trácios, citas e o povo das 'regiões do norte'.[8]
"Força de ânimo" é outra possível tradução.[9] Na alma justa, o ânimo se alinha com o logistikon e resiste aos desejos do apetite, manifestando-se como
"indignação" e, em geral, a coragem de ser bom. Na alma injusta, o ânimo ignora o logistikon e alinha-se com os desejos do apetite, manifestando-se
como a demanda pelos prazeres do corpo.
Apetite (ἐπιθυμητικόν)
O apetite ou epithymetikon (de epithymia, traduzido para o latim como concupiscentiae ou desideria)[10] é a parte da alma pela qual experimentamos
amor erótico carnal, fome, sede e, em geral, os desejos opostos ao logistikon.[11] (O apetite é de fato rotulado como sendo 'a-lógico'.[12])
Platão também identifica essa parte da alma com o prazer envolvido na reprodução humana. Ele ainda relaciona essa parte ao amor por fazer dinheiro,
que ele menciona como sendo a marca particular dos fenícios e egípcios.[13]
Ver também
Tripartite (teologia)
Os conceitos de id, ego e superego de Sigmund Freud
Referências
1. ↑ "Plato's Ethics and Politics in The Republic" at the Stanford Encyclopedia 8. ↑ República IV 435 e4–8
of Philosophy – Recuperado August 29, 2009 9. ↑ Trabattoni, Franco (1 de outubro de 2012). Platão . [S.l.]: Imprensa da
2. ↑ Platão. A República IV (433a) Universidade de Coimbra / Coimbra University Press. ISBN 9789892602592
3. ↑ República IV: 436 b6–C1 (tradução de W. H. D. Rouse) 10. ↑ Dixon, T. 2003. From Passions to Emotions: The Creation of a Secular
4. ↑ Plato’s Psychology of Action and the Origin of Agency ; "Ancient Psychological Category. Cambridge: Cambridge University Press. p. 39.
Theories of Soul" at the Stanford Encyclopedia of Philosophy link .
5. ↑ República IV 435 e8–9 11. ↑ República 439 d5–7
6. ↑ República IV 442 a 12. ↑ República 439 d7
7. ↑ República IV 439 e3–4 13. ↑ República 436 a1–3
Ligações externas
"Plato" na Internet Encyclopedia of Philosophy
"Plato" na Stanford Encyclopedia of Philosophy
Plato's Theories of Soul
Esta página foi editada pela última vez às 15h07min de 14 de fevereiro de 2021.
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