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Filosofia

Platão

Prof. Clynton Azevedo


Teoria da reminiscência
Teoria das Ideias

Dualismo Ontológico

Mundo Sensível

A república
Mito da
Caverna
Platão
Arístocles
428 a.C. – 347 a.C.

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Essa etapa se caracteriza pela exposição e pela
defesa do método socrático de investigação
filosófica.

A primeira fase da filosofia


de Platão é marcada pela Continuidade da filosofia
elaboração dos diálogos platônica com o projeto
socráticos. socrático de investigação
da natureza da virtude.

Platão A filosofia platônica


consiste também em um
A escrita mediante
diálogos: preocupação profundo esforço pela
com a exposição rigorosa superação da aporia
dos argumentos e dos entre a noção eleática
contra-argumentos de de ser e a cosmologia
uma discussão. heraclitiana do devir.

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A caverna é o mundo
sensível onde vivemos.

A luz do fogo seria um


reflexo da luz verdadeira.

As sombras são coisas


Os prisioneiros são os sensíveis que os homens
homens, as correntes são tomam como verdade.
seus preconceitos, e o que
escapa é o filósofo.

O sol seria a luz da verdade

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A educação ocupa um
papel fundamental na
filosofia de Platão, pois é
por ela que a alma é
direcionada

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O QUE SERIA A JUSTIÇA?

- Um homem lhe empresta uma arma e


agora a quer de volta, mas ele acredita
que a sua mulher esta tendo um caso,
esta desesperado, e quer se matar.
Seria certo dar a ele o que é dele?

- Suponho que não!

- Nesse caso fazer o certo seria errado?

- E o homem visto como bom seria


mau?

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POLÍTICA: A CIDADE IDEAL
 A principal discussão na República é sobre ser uma pessoa
boa e justa, ou seja, está em jogo uma definição de
Justiça;
 Na filosofia de Platão, política e natureza estão associadas
ao dualismo ontológico, ou seja, há relação entre a teoria
da alma humana e a teoria política;
 Essa relação é explicada no livro A República, onde Platão
trata da organização da polis como uma projeção da alma
humana;
 Para ele, a alma divide-se em três faculdades: racional,
irascível ou colérica e apetitiva ou concupiscente.

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Ética e Platão: uma questão de justiça
O principal discípulo de Sócrates, Platão, que, depois da
morte do mestre, se tornou um dos maiores filósofos gregos,
trabalhou com as ideias socráticas de modo a examinar com
mais detalhes o que seria conhecimento sobre o bem.

Ele faz isso à luz de sua teoria das


ideias, de forma que, para ele, a ética
estaria submetida à Metafísica.

A visão ética de Platão está fundamentada na compreensão


dele sobre o que é a alma humana. Para o filósofo, a alma
possui três partes, que se expressam por três tendências.
Ética e Platão: uma questão de justiça
Há uma outra tendência
Há uma outra parte que faz o ser que afasta o ser humano
humano ficar irado, colérico (não é dos desejos e possibilita
razão, porque essa parte é dominá-los — a razão, a
passional, e não deliberativa, e chamada parte racional
também não é desejo, porque este ou deliberativa da alma.
frequentemente se opõe a um
estado de ira, como, por exemplo,
quando uma pessoa se irrita por ter
cedido a um desejo); trata-se da
parte irascível (ligada aos O ser humano tem uma
sentimentos) da alma. tendência que o impele
para as coisas — é o
desejo ou a chamada
parte apetitiva da alma.
Ética e Platão: uma questão de justiça
O que a questão
platônica da alma
tem a ver com a
ética?

Veja bem: um sujeito que age


corretamente, ou seja, um sujeito com
virtude, será aquele que conseguir
harmonizar a parte racional com a
parte apetitiva e a parte irascível da
alma.
Ética e Platão: uma questão de justiça
Dessa forma, o filósofo observa o seguinte:

O indivíduo será considerado


prudente quando a parte da
Será corajoso quando a parte
razão controlar a parte do
dos sentimentos conseguir
desejo e a dos sentimentos.
manter com força as decisões
da parte racional.
Será sábio quando a parte
racional possuir o
Será justo quando conseguir conhecimento sobre aquilo
fazer com que cada parte de que é útil para as outras
sua alma realize o que deve partes.
realizar.
Ética e Platão: uma questão de justiça
Nesse contexto,
pergunta-se, e o
que é justiça?

Para Platão, é o que ocorre quando


cada parte da alma faz aquilo que a ela
compete fazer. Uma vez compreendida
a justiça, age-se com ela. Diante de
tudo isso, pode-se dizer que, assim
como Sócrates, Platão também
desenvolveu uma ética de natureza
intelectualista.
POLÍTICA: A CIDADE IDEAL
 As faculdades da alma correspondem a composição da cidade ideal em três
grupos:

Camponeses-artesãos Guerreiros Governantes-filósofos

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POLÍTICA: A CIDADE IDEAL
 O objetivo de atingir a felicidade da polis e a justiça
implica uma reformulação geral da sociedade;
 A família desaparece, pois as crianças seriam criadas e
educadas pela polis;
 Com as mulheres reprodutoras sendo comuns aos
guardiões;
 As aptidões naturais seriam reforçadas por um cuidadoso
processo educativo;
 Entre os governantes seria escolhido um supremo
guardião, o rei-filósofo.
1. Mas quem fosse inteligente [...] lembrar-se-ia de que as perturbações visuais são duplas,
e por dupla causa, da passagem da luz à sombra, e da sombra à luz. Se compreendesse que
o mesmo se passa com a alma, quando visse alguma perturbada e incapaz de ver, não iria
sem razão, mas reparava se ele não estaria antes ofuscada por falta de hábito, por vir de
uma via mais luminosa, ou se, por vir de uma maior ignorância a uma luz mais brilhante,
não estaria deslumbrada por reflexos demasiadamente refulgentes [brilhantes]; à primeira,
deveria felicitar pelas suas condições e pelo seu gênero de vida; da segunda, ter compaixão
e, se quisesse troçar dela, seria menos risível esta zombaria do que aquela que descia do
mundo luminoso.
PLATÃO. A república, 518 a-b. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1987.

Sobre esse trecho do livro VII de A República, de Platão, é correto afirmar que
I. A condição de quem vive nas sombras é digna de compaixão.
II. O filósofo, sendo aquele que passa da luz à sombra, não tem problemas em retornar às
sombras.
III. O trecho estabelece uma relação entre o mundo visível e o inteligível, fundada em uma
comparação entre o olho e a alma.
IV. no trecho, é afirmado que o conhecimento não necessita de educação, pois quem se
encontraria nas sombras facilmente se acostumaria à luz.
Marque a alternativa que contem as informações corretas.

a) II e III c) I e III
b) I e IV d) III e IV
2. [...] descobrem uma multidão de pessoas que supõem saber alguma
coisa, mas que na verdade pouco ou nada sabem. [...] e afirmar que
existe um tal Sócrates [...] que corrompe a juventude. Quando se lhes
pergunta por quais atos ou ensinamentos, não têm o que responder; não
sabem, mas para não mostrar seu emparaço apresentam aquelas
acusações que repetem contra todos os que filosofam: “as coisas do céu
e o que há sob a terra; o não crer nos deuses; fazer prevalecer o discurso
e a razão mais fraca”. Isso porque não querem dizer a verdade: terem
dado prova de que fingem saber, mas nada sabem.
Apologia de Sócrates,23 c-e.

Com base no trecho anterior, responsa às seguintes questões.


a) Para Platão, qual a verdadeira acusação que se faz contra Sócrates?
Aos olhos de Platão Sócrates explicitou a ignorância daqueles que fingiam saber,
mas que, na realidade, nada sabiam.

b) Quais elementos característico da filosofia socrática podem ser extraídos desse


trecho?
O seu contato com a juventude sob forma de diálogos que incentivaram a reflexão
e a autonomia intelectual frente aos dogmas da tradição.
3. – Mas a cidade pareceu-nos justa, quando existiam dentro dela três espécies de
naturezas, que executavam cada uma a tarefa que lhe era própria; e, por sua vez,
temperante, corajosa e sábia, devido a outras disposições e qualidades dessa mesma
espécies.
- É verdade.
- Logo, meu amigo, entenderemos que o individuo, que tiver na sua alma estas mesmas
espécies, merece bem, devido a essas mesmas qualidades, ser tratado pelo mesmos nomes
que a cidade.
PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. p. 190.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a justiça em Platão, assinale a alternativa
correta.
a) As pessoas justas agem movidas por interesses ou por benefícios pessoais, havendo a
possibilidade de ficarem invisíveis aos olhos dos outros.
b) A justiça consiste em dar a cada indivíduo aquilo que lhe é de direito conforme o
princípio universal de igualdades entre todos os seres humanos, homens e mulheres.
c) A verdadeira justiça corresponde ao poder do mais forte, o qual, quando ocupa cargos
políticos, faz as leis de acordo com os seus interesses e pune a quem lhe desobedece.
d) A justiça deve ser vista como uma virtude que tem origem na alma, isto é, deve habitar
o interior do homem, sendo independente das circunstâncias externas.
e) Ser justo equivale a pagar dividas contraídas e restituir aos demais aquilo que se tomou
emprestado, atitudes que garantem uma velhice feliz.
4 – Considere o trecho de Apologia de Sócrates, de Platão.
Tendo ido certa vez a Delfos, (Querefonte) ousou inquirir o oráculo com esta
questão (peço-vos não perturbeis com o que vou dizer) – se haveria alguém mais
sábio do que eu. A Pítia respondeu-lhe que ninguém me superava em sabedoria.
[...] Quando tive notícia da resposta do oráculo, interroguei-me a mim mesmo:
“que significa o oráculo do deus, que sentido oculto há em suas palavras? Por
mim estou cônscio de que não sou sábio, nem muito nem pouco. Que pretende
ele significar, ao afirmar que sou o mais sábio? Ele certamente não pode mentir,
isso lhe é impossível”. E durante muito tempo fiquei perplexo, sem atinar com o
significado do oráculo. Por fim, e com grande relutância, decidi-me a investigar
isso [...].
PLATÃO. Apologia de Sócrates. Lisboa: Guimarães Editores, 1993. p. 39-40. tradução de Pinharanda Gomes.

Como resultado de sua investigação, Sócrates concluiu que


a) a verdadeira sabedoria pressupunha a consciência da relatividade da sabedoria
dos homens.
b) os atenienses eram incapazes de aprender a verdadeira filosofia.
c) o método de ensino dos sofistas era mais eficaz do que o seu método
maiêutico.
d) o deus estava enganado, pois ele, Sócrates, não era definitivamente um sábio.
5. O pior é que as pessoas esperavam que Sócrates respondesse por elas ou para
elas, que soubesse as respostas às perguntas, como os sofistas pareciam saber,
mas Sócrates, para desconcerto geral dizia: “eu também não sei, por isso estou
perguntando”.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2005. p. 41.

Com base no trecho anterior, escolha a alternativa que melhor exprime o


método da filosofia socrática.
a) Assim como os sofistas, Sócrates se apresenta como o detentor do
conhecimento e possuidor da verdade.
b) A investigação socrática não se ocupa das questões éticas e politicas, apenas
da investigação da natureza w da Cosmologia.
c) O método socrático descontrói o falso conhecimento por meio da ironia para,
em seguida, induzir à busca em si mesmo pela verdade.
d) O aperfeiçoamento da alma só ocorre pelo abandono das preocupações éticas
e pela investigação racional do discurso lógico.
e) O método socrático está voltado exclusivamente para a compreensão dos
fenômenos da natureza.
6. Enquanto tiver ânimo e puder fazê-lo, jamais deixarei de filosofar, de vos
advertir, de ensinar em toda ocasião àquele de vós que eu encontrar, dizendo-lhe
o que costumo: “Meu caro, tu, um ateniense, da cidade mais importante e mais
reputada por sua sabedoria, não te envergonhas de cuidares de adquirir o
máximo de riquezas, fama e horarias, e de não te importares nem pensares na
razão, na verdade e em melhorar tua alma?”.
PLATÃO. Apologia de Sócrates, p. 29

Com base no trecho de Platão, é correto afirmar que, para Sócrates,


I. o verdadeiro conhecimento é aquele que vem de dentro. Por isso, o famoso:
“Conhece-te a ti mesmo”.
II. o filosofar é uma atividade que impõe com autoridade a verdade, visto que
Sócrates é aquele que detém o conhecimento.
III. a posse de bens materiais é para ele um valor inquestionável.
IV. autoconhecimento, verdade e “cuidado de si” são valores defendidos pelo
filósofo.
Assinale a alternativa que contém as afirmativas corretas.

a) II e III d) I e III
b) III e IV e) I, II e III
c) I e IV
7. Para esclarecer o que seja a imitação, na relação entre poesia e o ser, no Livro
X de A República, Platão parte da hipótese das ideias, as quais designam a
unidade na pluralidade, operada pelo pensamento. Ele toma como exemplo o
carpinteiro que, por sua arte, cria uma mesa, tendo presente a ideia de mesa
como modelo. Entretanto, o que ele produz é a mesa, e não a sua ideia. O poeta
pertence à mesma categoria: cria um mundo de mera aparência.
Com base no texto e nos conhecimento sobre a teoria das ideias de Platão, é
correto afirmar que
a) o artífice, enquanto coparticipante da criação divina, alcança a verdadeira
causa das coisas por meio do reflexo da ideia ou do simulacro que produz.
b) a participação das coisas nas ideias permite admitir as realidades sensíveis
como as causas verdadeiras acessíveis à razão.
c) os poetas são imitadores de simulacros e , por intermédio da imitação, não
alcançam o conhecimento das ideias como verdadeiras causas de todas as coisas.
d) as coisas belas se explicam por seus elementos físicos, como a cor e a figura, e
na materialidade deles se encontram sua verdade: a beleza em si e por si.
e) a alma humana possui a mesma natureza das coisas sensíveis, razão pela qual
se torna capaz de conhece-las como tais na percepção de sua aparência.
8. Na Grécia Antiga, o filosofo Sócrates ficou famoso por interpelar os
transeuntes e fazer perguntas aos que se achavam conhecedores de determinado
assunto. Porém, durante o diálogo, Sócrates colocava o interlocutor em situação
delicada, levando-o a reconhecer sua própria ignorância. Em virtude de sua
atuação, Sócrates acabou sendo condenado à morte sob a acusação de corromper
a juventude, desobedecer às leis da cidade e desrespeitar certos valores
religiosos. Sobre o pensamento de Sócrates e sua difusão, pode-se afirmar que
a) transmitia conhecimentos de natureza científica.
b) baseava-se em uma contemplação passiva da realidade.
c) transmitia conhecimentos exclusivamente sob a forma escrita entre a
população ateniense.
d) ficou consagrado sob a forma de diálogos, posteriormente redigidos pelo
filósofo Platão.
e) procurava transmitir às pessoas conhecimentos de natureza mitológica.
9. Sócrates foi um dos mais importantes filósofos da Antiguidade. Para ele, a Filosofia não
era um simples conjunto de teorias, mas uma maneira de viver. Sobre o pensamento e a
vida de Sócrates, analise as assertivas a seguir.
I. Sócrates acreditava que passar a vida filosofando, isto é, a examinar a si mesmo e a
conduta moral das pessoas, era uma missão divina na qual um deus pessoal o auxiliava.
II. Nas conversações que mantinha nos lugares públicos da Atenas do século V a. C.,
Sócrates repetia nada saber para, assim, não responder às questões que formulava e
motivar seus interlocutores a darem conta de suas opiniões.
III. Em polêmica com Aristóteles, para quem a cidade nasce de um acordo ou de um
contrato social, Sócrates escreveu A República, obra na qual demonstra ser o homem um
animal político.
IV. O exercício da Filosofia, para Sócrates, consistia em questionar e investigar a natureza
dos princípios e dos valores que devem governar a vida. Assim se comportando, Sócrates
contraiu inimizades de poderosos que o executaram sob a acusação de impiedade e de
corromper a juventude.
V. A maiêutica socrática é a arte de trazer à luz, por meio de perguntas e de respostas, a
verdade ou os conhecimentos mais importantes à vida que cada pessoa retém em sua alma.
Assinale
a) Se apenas I e IV estiverem corretas. d) Se apenas III, IV e V estiverem corretas.
b) Se apenas II e III estiverem corretas. e) Se apenas I, III e IV estiverem corretas.

c) Se apenas I, II, IV e V estiverem corretas.


10. Veja a ilustração a seguir.

A imagem afirma que a televisão é a “caverna moderna”. De que forma é possível


relacionar tal afirmação com a alegoria platônica?
Pode-se estabelecer uma relação entre o mundo virtual da televisão e o mundo
da caverna, onde o mundo transmitido pela televisão se afasta do real e pode
confundir a percepção humana, assim como as sombras da caverna de Platão.
11. Platão (428-347 a.C.), discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles, fundador
da Academia, é até hoje um dos filósofos mais importantes da história da
Filosofia. Círculos culturais e intelectuais no mundo dedicam-se a estudar sua
obra.
Sobre o modo como Platão expressou seu pensamento, assinale a alternativa
correta.
a) Platão jamais escreveu textos filosóficos
b) Platão escreveu textos filosóficos na forma de romances.
c) Platão escreveu textos filosóficos na forma de poesias.
d) Platão escreveu textos filosóficos na forma de diálogos.

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