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FUNÇÃO DO ARQUITECTO

O chefe de projecto, não é a mesma pessoa que o coordenador de projecto.


Geralmente, o chefe de projecto é o arquitecto, o projectista, ou seja, aquele que é
responsável por tudo o que é projecto e por tudo o que é desenhado. Pelo contrário, o
coordenador de projecto é responsável pelo empreendimento. Por vezes, estas duas
figuras podem ser a mesma pessoa (chefe de projecto/coordenador de projecto). Tudo
isto depende da dimensão do empreendimento. Isto pode acontecer quando, para
além de sermos autor e chefe de projecto, o cliente pede-nos para sermos o seu
“braço direito” (coordenador de projecto). Temos então, a função de escolher terrenos,
consultas para tratarmos da fiscalização, contratação de alguém para decorar, para
vender a urbanização. Esta situação até pode não implicar que o arquitecto em
questão seja o próprio autor do projecto.
Em suma, vemos que o arquitecto pode ser apenas o autor e chefe de equipe ou, em
alguns casos, acumula e passa a ser o coordenador e gestor de um projecto. Hoje em
dia, ao pensarmos que estas situações não existem é um pouco utópico. O arquitecto
pode ser só coordenador, ou só projectista ou acumular os dois cargos.
Temos que ter ainda em conta, a situação do promotor. Este rodeia-se de técnicos
(pois este pode não se encontrar dentro do meio). Existe uma série de pessoas que o
representam: um advogado, um economista, um engenheiro civil, um arquitecto. São
estas pessoas que preparam o caderno de encargos (o concurso de ideias). É esta a
equipe que vai analisar e escolher o Gabinete que irá fazer o projecto. O gabinete de
arquitectura que ganhou é que se encarrega de apresentar a sua equipe de
engenharia (as especialidades não são escolhidas por concurso).
Para iniciar a obra há que lançar dois concursos (a equipe eleita é que lança estes
dois): o primeiro concurso, destina-se à escolha do empreiteiro; o segundo concurso
destina-se à empresa de fiscalização. Com isto, iremos ter quatro grandes figuras: o
promotor (está em todo o projecto), os projectistas (fase de projecto), a fiscalização
(fase de obra) e o empreiteiro (fase de obra).
A fiscalização é realizada por um fiscal da obra que, periodicamente visita a obra,
quando esta está em curso. Esta equipe, passa mais ou menos, uma vez por mês e,
tem como objectivo comparar se o que está a ser construído está de acordo com o
projecto. Isto para o cliente tem pouco interesse pois o que interessa é que a obra
cumpra em prazos, tempos e custos. Para a câmara, este processo é indiferente.
Podemos ter dois tipos de fiscalização: a equipe de fiscalização que é contratada pelo
cliente; uma fiscalização complementar, relacionada com as câmaras e outras
entidades. A primeira fiscalização, defende muito mais o cliente. Este gabinete é
contratado especificamente pelo cliente para estar em obra de forma a garantir os três
vectores do cliente: qualidade, prazos e custos.

Telas finais – o projectista tem obrigação em fazê-las, quando a obra termina. Estas
telas finais, são uma cópia fiel da obra que só se entregam quando a obra está pronta.
Estas tem que ser entregues no fim pois, normalmente a obra é alterada durante a sua
construção (o que foi aprovado na câmara não é igual ao produto final). A câmara só
da licença de habitação após a entrega e aprovação das telas finais.

Ante projecto/projecto de execução – por vezes, o empreiteiro tem razão em afirmar


que o projecto está muito omisso. Isto pode acontecer quando não é entregue o
projecto de execução (o cliente nem sempre o pede). Um projecto, para ser aprovado
na câmara encontra-se na fase de anteprojecto, ou seja, apenas necessitamos uma
planta, um corte, alçados, uma memória descritiva, entre outros. Não existe aqui
qualquer referência aos honorários, aos orçamentos, aos mapas de vãos. Temos que
tentar mostrar ao cliente que, se não existir um projecto de execução o empreiteiro
poderá dar erros por falta de informação. Este projecto pode poupar muitos milhares
de contos. O projecto de execução só faz falta na obra quando esta está em curso.
Com isto, está a pensar-se que, quando o anteprojecto está na câmara, o arquitecto
faz o projecto de execução. Isto é um facto importante para a defesa da nossa
entidade profissional.

Orçamentos – qualquer projecto de estruturas, de electricidade, se for realizado até à


fase de execução tem que ter um orçamento. Este resulta de medições que são feitas.
Para existir um bom orçamento tem que existir um bom projecto, ou seja, detalhado e
rigoroso. Os orçamentos dos vários projectos de uma obra (fundações, estruturas),
resultam de medições e do seu correspondente custo. No nosso orçamento, deverá
constar o preço unitário, o preço global embora, este quando é entregue ao
empreiteiro não indique estes preços. Isto acontece porque o orçamento do
empreiteiro é sempre inferior ao nosso. Assim, no interesse do promotor, nunca
deveremos colocar isto pois, temos que esperar pelas respostas dos empreiteiros, pois
estas são quase sempre melhores que o nosso orçamento.
Por vezes, falamos da desvalorização da moeda. Estes casos acontecem quando
intervimos em países onde existe uma economia muito instável. Porém, em Portugal
isto não acontece. No preço final podem existir alterações no orçamento. Isto deve-se
ao facto de, poderem existir erros ou omissões que originam um maior custo da obra.

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DO PROJECTO E CONSTRUÇÃO

O coordenador e o gestor pretendem cobrir todas as áreas. É necessário existir um


supervisor geral, nas diferentes fases de um empreendimento. Temos que ser bons
planeadores para termos um controle sobre isto.

1. Projecto e Construção

No desenvolvimento de um empreendimento, temos de ter pessoas ligadas às áreas


de financeira, gestão, concepção, tecnologia, programação e controlo (tempos e
custos). O dono de obra precisa de ter este conhecimento para iniciar o programa
base.
Na arquitectura temos que ser exigentes, ao nível da segurança e do ambiente.
Portugal, é um dos países com maior índice de mortalidade na construção. Existem
leis que, limitam algumas regras da construção. É obrigatório que todos o cumpram
para estes acidentes sejam evitados. Nesta fase do projecto, falamos de medições e
custos. Temos que definir aprovações com o cliente e com entidades oficiais. O dono
de obra tem alguma dificuldade em ler projectos mas pode alterá-lo logo em obra.
Temos que definir o tipo de aprovações que queremos, este pode assinar uma acta
para cada reunião, assinar um projecto; criando assim um sentido de vivência entre o
cliente o arquitecto. Nunca falar em prazos que não dependem de nós pois não
dominamos esta área (por exemplo a data de aprovação de um projecto na câmara).

2. Programa Base

Em algumas obras temos que fazer certos organigramas pois, há espaços que não
conhecemos. Por exemplo, nos espaços de um hospital não sabemos quais as
dependências entre eles. Estes são organigramas funcionais, ou seja, são gráficos,
esquemas muito simples, onde vemos estes espaços com uma relação directa. Nesta
fase, temos que definir as questões de acústica pois é necessário sabermos isto para
os espaços: pé direito, escolha de equipamentos. É importante enumerarmos as
condicionantes do projecto. Estas questões são importantes pois, se o problema
surgir, o arquitecto antevê esta situação podendo ou não atrasar o projecto.
FASES DE DESENVOLVIMENTO DE UM EMPREENDIMENTO
INTERVENIENTES E CIRCUITOS

Análise do mercado – o cliente pode ter dúvidas sobre o conteúdo de um projecto. Por
exemplo, o cliente não sabe o que se vende mais no mercado: um T1, um T2, um T3,
entre outros. Por vezes, há que pensar nesta análise de mercado para responder
melhor às necessidades. Há uma relação muito estreita entre o cliente e o arquitecto
que vai para além do projecto de arquitectura.

Controlar e verificar o projecto – função que se destina ao coordenador de projecto


(questão de prazos, se cada projectista está a responder à sua função, ver os custos).
Perceber como decorrem os projectos e perceber se está tudo controlado.
Normalmente, este cargo é ocupado por engenheiros civis ou arquitectos.

Fase 3 – existem datas oficiais que, a maior parte dos clientes desconhece. Existem
certas burocracias que nos obrigam a cumprir estas datas oficiais. Por exemplo, se
tivermos um empreendimento urbano e desenharmos o seu loteamento, em seguida
desenhamos o projecto de arquitectura e só entregamos à câmara depois de aprovado
o de licenciamento.

Fiscalização em obra – esta pode defender aquilo que foi projectado por nós. O cliente
pode contratar uma empresa de fiscalização que lhe garante uma melhor qualidade.

SEGURANÇA DE ESTALEIROS

Estaleiro – conjunto de meios necessários (humanos, materiais e equipamentos) para


tornarem possível a execução de uma obra no prazo previsto e nas melhores
condições técnicas e económicas, assegurando um determinado nível de qualidade e
de segurança e minimizando o custo. Este corresponde ao conjunto do pessoal, das
máquinas e equipamentos, das instalações e dos serviços, organizados e estruturados
de forma a permitir a concretização do projecto com elevado nível técnico, em termos
de economia, racionalidade de processos de prazo e segurança. É um espaço físico
onde são implantadas as instalações fixas de apoio à execução das obras, fixados os
equipamentos auxiliares de apoio e instalados as infra-estruturas provisórias (águas,
esgotos, electricidade).
A montagem e a instalação de um estaleiro tem um custo equivalente entre 8% e 10%
dos custos da obra. É um valor superior ao nosso (por vezes), podendo existir alguns
estaleiros que tenham um custo superior devido a questões técnicas. O dono da obra
é que se encarrega deste custo. Somos nós que aprovamos aquilo que o empreiteiro
propõe. Temos que tentar perceber que o estaleiro tem determinados fins a atingir em
termos de segurança, operários legalizados ou não. Somos nós que temos a
responsabilidade pelos operários depois de assinado o plano.

Tipos de Estaleiros – na construção distinguem-se os seguintes: central e local. O


estaleiro central é implantado normalmente em terreno propriedade da empresa de
construção onde se encontram as instalações e o equipamento de utilização geral
como sejam, as oficinas especializadas (carpintaria, serralharia), podendo também aí
instalar-se centrais de fabrico de betão, de corte e dobragem de armaduras.
O estaleiro local ou estaleiro de obra é aquele que serve de apoio à execução de um
determinada obra, nele se instalam todos os elementos que as características da obra
a executar exige. Ocupa, em geral, terrenos pertencentes ao dono de obra ou outros
nas proximidades da obra, seja privada ou pública (ocupação da via pública).

Exemplo de organização geral de um estaleiro de média/grande dimensão para a


construção de um grupo de edifícios de sete pisos.

Notas:
- não misturar a preparação directa da obra com a zona dos operários (vestiário,
instalações sanitárias, etc.)
- o parque de veículos deve sempre ficar à entrada da obra e nunca lá dentro;
- fazer toda a preparação do betão fora da obra;
- não instalar o percurso da grua na via pública;
Vedação de um estaleiro – a vedação de um estaleiro tem como objectivo, demarcar
a zona onde decorrem os trabalhos de construção de forma a impedir o acesso de
pessoas estranhas à obra. Garante-se assim, a sua segurança assim coo a do pessoal
que lá trabalha. No tipo de vedação tem que se ter em conta, diversos factores: tipo de
obra; localização da obra; dimensão e duração da obra; estética envolvente; factores
económicos e segurança.

Tipos de Vedações – redes metálicas; redes de politeleno; fitas com faixas brancas e
vermelhas; madeira; chapas metálicas; alvenaria de tijolo; tubos de andaime; barreiras
metálicas removíveis; painéis de betão pré-fabricado de plástico e de outro material.

Portaria – sempre que possível, só deverá existir uma portaria (entrada). Esta destina-
se a controlar todo o movimento de entrada e sadia do estaleiro, quer de pessoal quer
dos materiais e equipamentos. As portarias deverão ser concebidas de forma a
garantirem as necessárias condições de conforto. A cobertura e as paredes exteriores
deverão ser impermeáveis possuindo adequado isolamento térmico e acústico. Os
pavimentos deverão ser laváveis. As janelas deverão ser resguardadas, por redes
metálicas. A iluminação deverá ser natural e artificial, preferencialmente eléctrica.
Exemplo da organização da portaria da obra:

Escritório de obra – devemos ter em conta o facto de não misturarmos o escritório de


obra do empreiteiro com os restantes, estes deverão estar perto da portaria, e do
parque de viaturas. O escritório de obra destina-se ao pessoal dirigente, técnico e
administrativo. O escritório deve dispor de mobiliário adequado e em quantidade
dependendo da importância do estaleiro. A área necessária para o estaleiro calcula-se
da seguinte forma: A= 10 +0,5* n, sendo n o número de trabalhadores de obra. Nota:
esta expressão é falível, depende da quantidade de pessoal.

Dormitório – a instalação de dormitórios de uma obra, justifica-se nos casos em que a


obra empregue pessoal deslocado. No caso de haver um guarda permanente é
necessário considerar dormitório. Os dormitórios devem ser instalados em local que
permita o repouso do pessoal, que utiliza quer de dia ou de noite. Devem também
permitir o fácil acesso às instalações sanitárias, integres estes no bloco de dormitório
ou em anexo.

Refeitório – a necessidade de instalação de refeitórios no estaleiro depende (nem


sempre) da localização da obra (em particular nos estaleiros situados em zonas
rurais). Este deverá ter>: pé direito mínimo 2,50; lavatórios (1 lavatório por cada dez);
área mínima de janelas (1/10 da área do pavimento); a cozinha justifica-se quando a
duração da obra é superior a seis meses e o número de trabalhadores superior a
cinquenta. O refeitório e a cozinha devem garantir condições de higiene, com
pavimento constituído por materiais facilmente laváveis.
Instalações sanitárias e vestiários – as i.s. deverão se perto do dormitório. Pode ainda
prever-se a localização destas em outros locais. Características: pé direito mínimo de
2,60m; lavatórios 1 unidade por cinco trabalhadores; chuveiros 1 unidade por 20
trabalhadores; urinóis 1 unidade por 25 trab.; retretes 1 unidade por 15 trab.. a altura
mínima das divisórias entre chuveiros e entre retretes = 1,70m. As instalações
sanitárias devem garantir as condições de higiene com pavimentos constituídos por
betonilha ou equivalente, facilmente laváveis. A cobertura e as paredes exteriores
deverão ser impermeáveis.

ALVARÁS DE EMPRETEIROS

Imoppi – instituto dos mercados de obras públicas e particulares e do imobiliário. Este


instituto emite as licenças para os empreiteiros poderem construir. Existe uma folha
que nos faz uma descrição do tipo de obra que os empreiteiros estão habilitados. É um
certificado revalidado periodicamente (de ano a ano) pela imoppi. Este atribuem a
qualificação de acordo com um volume de obra. Este volume vai aumentando ao longo
do tempo. O alvará do empreiteiro divide-se em nove classes, que estão relacionadas
com o volume de obra. Nestas classes, ainda existem as diferentes categorias. Estas
variam: habitação, recuperação, infra-estruturas, etc. Temos portanto, classe;
categoria; subcategorias. Estas “folhas” permitem-nos fazer uma radiografia do
empreiteiro. Na parte posterior está escrito estas categorias e subcategorias. A classe
que o empreiteiro tem, traduz não uma obra na totalidade mas sim, partes de obras.
Ao contratarmos um empreiteiro não devemos olhar só para o curriculum ou só para o
certificado de classificação da indústria da construção civil. Teremos de analisar
também há quanto tempo faz aquele tipo de obras, há quanto tempo tem
determinadas categorias.

GESTÃO DE OBRAS

A coordenação e a gestão de obras deverá ser realizada com o objectivo de garantir o


controlo da qualidade, de custos e de prazo, por forma a evitar situações de
reclamação ou litígio. As actividades que deverão ser desenvolvidas são as seguintes:
1. estudo e definição do estaleiro
2. Análise dos métodos e processos de construção propostos. Quando o
empreiteiro apresenta o seu métodos, ter cuidado de não aceitar logo à
primeira. Há métodos de construção que poupam tempo e dinheiro e elevam a
qualidade.
3. Controle do planeamento da obra – há um mapa de controle com gráficos de
barras. Temos que ir controlando isto para, percebermos quando é que as
tarefas estão a ser realizadas. Este planeamento é entregue pelo empreiteiro,
normalmente aceita-se isto mas sempre de forma a controlar. O controle e a
verificação tem que acontecer.
4. Controle dos materiais – cada vez mais, há materiais certificados. Existem
processos de certificação que garantem a qualidade dos materiais. Nos dias de
hoje, temos quase todos os materiais certificados logo, existe qualidade. Os
próprios empreiteiros tem um certificado de qualidade (IPQ).
5. Controle de consumo e encomendas – na arquitectura por vezes, desenhamos
algo que não existe no mercado. Estas encomendas podem demorar algum
tempo e quando necessitarmos podem não se encontrar em obra. Deverá
pedir-se aos empreiteiros os recibos de encomenda para controlarmos estas
situações de forma a não alterarmos o planeamento.
6. Coordenação de tarefas em caso de adjudicação a diversos empreiteiros – é
frequente o dono de obra adjudicar a diversos empreiteiros: de estruturas, de
eléctrica, etc. Isto é muito complicado em termos de fiscalização. Pode originar
atrasos, má qualidade, entre outros, recomenda-se então um empreiteiro geral
e depois subempreiteiros. Porém, temos que ser exigentes com estas
subempreitadas.
7. Condução de reuniões de coordenação, de outra entidade relacionada com a
empreitada (assistência técnica do projectista, fiscalização por parte da
câmara).
8. Acompanhamento e controle administrativo das empreitadas e dos
fornecimentos incluindo conferência e aprovação das medições e facturas
mensais, elaboração da respectiva conta corrente e análise das eventuais
propostas sobre trabalhos a mais ou menos.
9. Ensaios de recepção das instalações e equipamentos – não devemos
abandonar a obra, antes dos ensaios. O empreiteiro tem que assegurar cinco
anos após a construção. Tem que assegurar as deficiências e problemas
surgidos de má construção. Devemos solicitar ao empreiteiro que faça
determinados ensaios. Normalmente. Estes são ao nível de infiltrações.

Listagem dos elementos de um processo de concurso:


1. programa de concurso;
2. minuta da proposta;
3. minuta do contrato de empreitada;
4. condições gerais;
5. memória descritiva;
6. mapa de actividades;
7. especificações técnicas
8. modelo de caução (modelo tipo);
9. lista de peças desenhadas;
10. diversos;
11. planta do local de trabalhos.

CUSTOS DE EDIFICIOS DE ESCRITÓRIO E HABITAÇÃO

Escritório – tentar perceber o peso das áreas significativas em termos de dinheiro,


perceber o peso das diferentes áreas de projecto, ou sejam, o quanto significam em
termos de custos na obra. Num edifício de escritórios o “grosso” do dinheiro está nas
estruturas. Em termos de arquitectura, os valores são mais altos na habitação pois
aqui não existe modelação interior (openspace). Águas e esgotos, num edifício é
reduzido ao contrário da habitação. Em termos de equipamentos o edifício de
escritórios implica custos mais elevados devido aos vários cuidados que se requer (por
exemplo a gestão centralizada: ter câmaras de filmar em todos os pisos).

Habitação – aqui os custos sobem ao nível da arquitectura, das águas e esgotos.


Como era de esperar, os equipamentos diminuíram embora isto esteja a ser
questionado pois a qualidade de vida está a subir nas habitações, assim como a
segurança.

CONTROLE DE GASTOS

Quando temos que coordenar o projecto todo, o cliente entrega-nos a função tanto do
projecto como de obra. Limitamo-nos a controlar facturas que vão chegando, gastos
que vão sendo feitos. Temos que controlar se estão conforme o previsto. Para
controlar esta facturação baseamo-nos no circuito de aprovação e processamento dos
pagamentos. Neste, temos que controlar se a factura está conforme o custo de
medição do mês (trabalho realizado pelo empreiteiro naquele Mês). É a fiscalização
que consegue com grande detalhe saber se o empreiteiro realizou este trabalho. O
custo, trata-se de medições mensais que o empreiteiro apresenta para receber, sendo
a fiscalização que confirma se estão realizados ou não. Através deste organograma,
verifica-se um controle das facturas através do custo de medição.

FACTORES QUE ORIGINAM DESVIOS NO ORÇAMENTO

Estes desvios deverão ser combatidos com algumas medidas que são do nosso
conhecimento:
- deve haver no final do projecto uma nova análise para saber se existem
erros ou omissões. Estes constituem cerca de 27% da construção.
- A utilização de más técnicas de previsão. Esta pode acontecer se, por
exemplo, no inicio damos um número ao cliente e multiplicamos pela
área de construção. Esta técnicas são falíveis, como é evidente, pois à
partida não conseguimos definir tudo. Isto é ainda mais falivel quando o
cliente não nos pede para fazermos o projecto de execução. Na fase de
licenciamento, não temos um orçamento de projecto dai, temos que
utilizar estas técnicas de previsão.
- Alteração do produto por nova solicitação ou deficiências na concepção.
- Falta de experiência anterior.
- Erros/omissões em relação às alterações. Hoje em dia, começa a ser
mais fácil o cliente entender o nosso projecto. Estas alterações surgem
devido ao dono de obra não conseguir avaliar no papel aquilo que nós
fazemos. Nós como coordenadores temos que estar atentos ao cliente
mas, também ao empreiteiro que pode escolher material ou
equipamentos que não nos satisfaçam.
- Má interpretação da função do equipamento.
- Estimativas erradas em relação à mão de obra. Isto é frequente
acontecer.
- Fórmulas de revisão de preço – existem casos em que o preço pode
sofrer transformações pela nossa parte. Quando, por exemplo, o
projecto for suspenso por determinado tempo, quando continuamos
temos o direito de aplicar uma fórmula de revisão de preços. Existem
custos que não são recompensados, esta fórmula trata-se para repor a
inflação.
- Desvalorização súbita da moeda – isto é só para quem projecta em
determinados países. Por exemplo, nós temos uma inflação anual de
3,4%. Existem outros países em que esta inflação pode ser diária. A
estimativa orçamenta, depende da valorização da moeda, assim
podemos ter surpresas quanto ao orçamento do empreiteiro.
- Falta de previsão de peças ou importação de algo – isto tem vido a
melhorar.
- Provisão insuficiente para imprevistos – as insuficiências podem ser
parcialmente cobertas através de verbas para contingências (previsão
especifica para elementos de custo desconhecido) dentro do âmbito do
projecto em causa. Dentro deste princípios são frequentemente
estabelecidas seis categorias de contingência: preço/omissão ou erro;
inflação/alteração; extensão do âmbito e factos da natureza.
- Devemos persuadir o cliente a ter um “saco azul” com pelo menos 10%
do orçamento inicial pois, uma obra nunca acaba com o mesmo
orçamento. Os orçamentos têm que ser respeitados e, a União
Europeia, cada vez mais, fiscaliza e controla melhor.
O QUE FAZER QUANDO O PROJECTO SOFRE DESVIOS

- analisar a possibilidade de aproveitarmos em fases posteriores.


Podemos recorrer a determinados softwares que podem contribuir para
recuperarmos o atraso. Estes têm um custo elevado (microsoft project)
mas, compensa. Este programa é utilizado pelos coordenadores de
projecto pois, permite controlar os projectos a nível de custo.
- Reduzir custos nos elementos não essenciais do projecto. Isto é muito
discutível: pois se dermos mais nos acabamentos, o projecto de
arquitectura fica prejudicado. É nesta fase que o dono de obra vai
querer recuperar o dinheiro daí, a troca de materiais por outros mais
baratos.
- Substituir criando novas soluções. Aqui a arquitectura também fica
prejudicada. Estas novas soluções são quase sempre piores.
- Aceitar entregas parciais – na óptica do dono de obra prefere que
entreguemos a obra parcialmente. Por exemplo, numa área comercial,
o cliente pode deixar as obras em tosco e o resto da construção fica
encarreguemos lojistas. Isto diz respeito aos acabamentos (projecto de
execução).
- Oferecer incentivos.
- Renegociar com o cliente os prazos e o orçamento.
- Aceitar entregas parciais.
- Procurar fontes ou alternativas.

Controlar o projecto – as principais formas de ter informação sobre o avanço do


projecto de forma a mantê-lo sobre controle, são:
- inspecções – a fiscalização deve fiscalizar as diferentes fases da obra.
Isto deve ser dito por nós.
- Testes – estes ensaios devem ser feitos com alguma frequência.
- Reuniões de revisão periódica – a análise de progressão/plano; análise
de problemas encontrados e formas de resolver; antecipação de
problemas; elaboração de acções correctivas.

Estas formas de controle devem ser simples e fáceis de perceber; evidenciar a


situação de custos e tempos, seus progressos e desvios; analisar os riscos.

Controle de Custos – devemos arranjar soluções alternativas. Nos dias de hoje, há


cada vez mais tecnologia para arranjarmos estas soluções, para que estas garantam a
qualidade do projecto.
- tentar corrigir desvios, sendo estes mensalmente.
- Nós só temos orçamento depois de apresentado o projecto. Estimamos
um valor hipotético, ou seja, um custo de construção, nível de
construção, ou seja, é um custo previsto para o cliente. Só com o
projecto de execução é que podemos ser mais concretos. Devem ser
comparados com as estimativas.
- Nos orçamentos, o empreiteiro deve apresentar os custos, segundo as
várias áreas: caixilharias, etc. Devemos receber os orçamentos
agrupados.

Orçamento e Estimativas – deve entender-se por estimativas orçamentais como um


número hipotético por metro quadrado, segundo os métodos construtivos e os
acabamentos. É um apostar de um número que tentamos que seja o mais concreto
possível.
- estratégia da qualidade – devemos desenvolver o projecto em
consonância com a qualidade. O cliente deve perceber que existem
dois níveis de qualidade.
- Tecnologias – utilização de novas tecnologias e afastamento da
concepção original normalmente origina subcustos.
- Organização – mudanças de pessoas e organização originam
frequentemente problemas e descontos de custos.
- Tipo de contrato – diferentes tipos de contrato originam diferentes tipo
de rigor.
- O contexto pode estar em mudança acelarada e uma forte inflação
tornam as estimativas mais difíceis.
- Financiamento e garantia – o contrato de financiamento é o apontar
para determinados níveis de endividamento, taxas de juros e garantias,
influência de forma decisiva as estimativas de custos.

QUALIDADE

A certificação de um atelier consiste em reconhecerem que o nosso gabinete tem uma


série de requisitos que estão em conformidade com as regras ISOS. Isto tem vindo a
ganhar importância pois, cada vez mais existem má qualidade no projecto e na obra. A
qualidade nas peças de projecto tem muitos erros muitas omissões que origina muitas
alterações à posteriori. A certificação vai passar a ser usual nos gabinetes de projecto.
Existe o Instituto Português da Qualidade (IPQ), que durante um determinado tempo
temos que pôr em prática uma série de requisitos para o IPQ dar ou não o certificado
de qualidade. Em Portugal, só cinco ateliers é que estão certificados. Por vezes, temos
que nos juntar a outros ateliers para concorrermos a isto.

Gestão da Qualidade – existem algumas normas que dizem respeito ao nosso


âmbito: qualidade em obra (iso 9001); quando estamos a fazer a coordenação de um
projecto (iso 100006); arquitectos (iso 9002/9003). Os empreiteiros regem-se por
outras.
Iso 9001 – sistemas de qualidade. Modelo ou garantia da qualidade na concepção,
desenvolvimento, produção, instalação e assistência após venda (projectistas,
consultores, empresas que executam empreendimentos do tipo “chave na mão”).
Iso 9002 – destina-se a empresas que se dedicam às empreitadas. Temos que estar
sempre a pôr em prática uma série de requisitos. Quem nos dá a certificação, anda em
cima de nós para saber se cumprimos ou não, visto que, a certificação pode ser
retirada. Os materiais e as próprias empresas podem ser certificadas. Aos requisitos
da norma fazem-se corresponder determinados procedimentos, que formulam um
conjunto de regras tendo em vista a qualificação na concepção, verificação, revisão e
aprovação dos projectos. Os requisitos foram retratados da NP EN ISO 9001 e
deverão ser aplicados de acordo com as actividades inerentes às práticas projectuais
e de construção.
O dono de obra quer chegar à conclusão do projecto com o menor número de erros,
alterações, omissões possíveis. O dono de obra fica mais descansado quando um
atelier tem um certificado de qualidade. Um gabinete certificado, responde melhor em
relação aos gabinetes que não o são.

Sistema de controle da qualidade


É importante definirmos os objectivos da qualidade que queremos atingir, assim como
identificarmos as normas e os regulamentos a satisfazer (só assim podemos pôr em
prática a definição de qualidade). Tendo estes dados, teremos que analisar o âmbito
do empreendimento, ou seja, este varia de acordo com o projecto que estamos a
realizar. Com estes três factores, podemos passar para os materiais de controle da
qualidade e, depois para a matriz de responsabilidades e actividades responsáveis e o
seu grau de responsabilidade. Para isto, teremos que realizar um fluxograma do
fabrico; fichas e manuais de inspecção; fichas e manuais de procedimento; material de
controle da qualidade. Com isto, teremos que hierarquizar e compatibilizar os
documentos, em seguida da criação de um sistema de informação correcto de
utilização dos documentos, apreciar as actividades que alcançaram a qualidade. Com
estes dados, por fim, podemos utilizar acções correctivas e a satisfação de requisitos
(estes foram definidos em fases anteriores) temos que colocar acções correctivas.

.Auditoria da qualidade – por exemplo, num hospital que estava encerrado fez-se um
levantamento de certas situações (existem espaços que podem não estar de acordo
com os pré-requisitos). A auditoria deve ser feita ou melhor deve acompanhar o
projecto para existir a resolução de certas situações ainda em fase de obra. Este é um
exame metódico e independente com vista a determinar se as actividades e os
resultados relativos à qualidade satisfazem os procedimentos preestabelecidos e se
estes são praticados de modo efectivo e se são capazes de atingir os objectivos.

Controlo – as actividades como medir, examinar, ensaiar uma ou mais características


de uma entidade e comparar os resultados com as exigências especificas, para saber
se estas estão em conformidade. Na qualidade em geral, temos que ter um conjunto
de medidas que deverão ser tomadas de forma a atingir determinada função do
sistema de qualidade. Num procedimento de qualidade especifica, devemos ter este
conjunto de medidas mas, este deverá satisfazer determinada função do sistema da
qualidade.

Manual da Qualidade – é apenas um livro onde se encontram os procedimentos da


empresa no seu dia a dia.

Plano da Qualidade – realizado exclusivamente para cada projecto (fichas tipo). Nos
ateliers quase nunca temos um manual de qualidade. É um documento que mostra
aos clientes a nossa forma de trabalhar. No plano da qualidade apresentamos
situações que garantam esta qualidade, ou seja, é uma forma de garantir ao cliente
que o nosso atelier tem uma série de medidas práticas para aquele projecto. Em
suma, trata-se de um documento que enuncia as práticas, os meios e a sequência das
actividades ligadas à qualidade especificas a um produto, projecto ou contrato
particular.

Organização – companhia, sociedade, firma, empresa ou instituição, ou parte desta


com responsabilidade limitada.

Projecto “chave na mão” – neste tipo de projectos, os projectistas e os engenheiros


é como se não existissem. Por exemplo, se quisermos fazer um empreendimento
contratamos um gabinete. No projecto “chave na mão” não existe um controlo por
parte do gabinete, embora não deixe de existir um acompanhamento. Os arquitectos
não são apologistas desta forma de trabalhar pois, apenas se discute o preço e, de
acordo com este entrega-se o projecto a um empreiteiro. Este tipo de projectos, quase
sempre dizem respeito a armazéns, ou seja, a construções que pouco tem de
arquitectura.

Em suma, vemos que a qualidade é um factor importante na gestão e coordenação de


projectos. Esta não deve ser esquecida pois para além da sua importância prioritária
por motivos sociais e técnicos é também importante ao nível do espaço urbano que se
quer propor. A qualidade torna-se difícil de controlar nos projectos e obras (é mais
difícil de controlar nestes do que nas industrias):
- os objectivos a atingir em relação ao serviço, variam de acordo com o
cliente.
- Geralmente estes serviços não podem ser medidos ou testados,
verificados antes da sua entrega.
- O cliente ou o utilizador final fazem parte do processo de avaliação da
qualidade do projecto.
- Os serviços de má qualidade são difíceis de rectificar.
- Com quanto mais intervenientes o cliente tiver que falar mais difícil será
satisfazê-lo.

Normas – temos que nos basear numa série de normas, de procedimentos. O


cumprimentos destas implica uma obra que vê reduzidos muitos dos seus problemas
embora, exercer este controlo na obra é sempre mais complicado do que no atelier.
Devemos registar o resultado dos ensaios de determinados problemas pois, estes
podem originar problemas. Existem uma série de registos que devemos pedir ao
empreiteiro e à fonte (fábrica). Os registos a implementar são: os registos de acções
correctivas; registos de anomalias; registos de ensaios; registos de revisão e
aprovação de telas finais; registos de revisão e aprovação de manuais para a
exploração; auto de recepção provisória.
A partir destas actividades, a evolução do plano de qualidade consiste no
desenvolvimento sistemático do fluxograma da construção para cada parte da obra.
Este desenvolvimento dará origem a inspecções, a novas exigências de frequência, a
subcritérios de aprovação e rejeição e a novos registos.
Devemos obrigar o empreiteiro a fazer vários fluxogramas pois, torna-se mais fácil de
controlar. Estes, devem ser de acordo com as diferentes frentes de obra. Estes
tornam-se mais fáceis de controlar, especialmente se o cliente não contratar uma
equipe de fiscalização.

Objectivos de controlo da qualidade num projecto – o manual é um elemento de


referência para todos que trabalham com esta área assim como, um suporte para o
modelo de gestão adoptado, dando evidência à dimensão da qualidade. Na
certificação, temos uma fase que se constitui como o primeiro passo neste processo.
Esta tem muito menos exigências embora, já existam algumas garantias para o dono
de obra e nos concursos públicos. Esta certificação é dada pelo LNEC, pois, a outra
certificação é um processo muito complexo e de custos elevados.

Objectivos de controlo da qualidade em relação ao cliente – o dono de obra pode


questionar-nos se as soluções que utilizamos estarão desactualizadas ou não. Temos
que afirmar que temos soluções actuais e, estas respondem a conjunto de questões
por parte do utilizador. Temos que ter cuidado com as opções que tomamos pois,
estas nem sempre servem para todos os projectos. Por exemplo, a fachada cortina do
Técnico não se pode utilizar ar condicionado logo, esta solução não é viável.

Garantia da qualidade – estas dizem respeito a um conjunto de actividades


preestabelecidas e sistematicamente colocadas em prática com uma qualidade. Estas
devem ser demonstradas para dar confiança para a entidade satisfazer as exigências
da qualidade.
Para existir uma boa qualidade temos que garantir que o dono de obra e o empreiteiro
tenham cada um o seu sistema de qualidade. Por sua vez, os técnicos tem também o
seu sistema de qualidade, subsistema de controlo da qualidade de construção. Nesta
fase, deverá fazer-se projectos e revisões; fluxogramas da construção; plano de
inspecções e ensaios e os registos. Estes permitem melhorias e acções correctivas,
devendo acompanhar-se de auditorias semestrais (estas até podem não ser
semestrais. Dependem do cliente, ou seja, aquilo que nos conseguirmos persuadir).
Analisando isto, vemos então que o eixo de maior importância está em nós. Os
empreiteiros estão mais habilitados em qualidade ao nível dos meios, equipamentos
embora, não podemos admitir que os erros sejam neste campo. O sistema de
qualidade, tem planos que advém de uma série de procedimentos que estão no
manual da qualidade. Com estas auditorias, necessário fazer melhorias e acções
correctivas mediante uma revisão. Quando acabamos uma fase de projecto, deve
haver alguém encarregue de fazer uma revisão para saber se a obra está em
conformidade com o projecto. Devemos comparar a lista de acções correctivas com o
projecto para saber se estas estão em conformidade. Isto origina menos modificações
nas telas finais.

Inspecções - Na construção devemos aplicar tudo aquilo que acima foi mencionado.
Temos que listar as actividades mas, analisando-as. Por exemplo, a implantação pode
não estar em conformidade com o projecto, assim como, a movimentação de obras. O
topógrafo deve trabalhar em consonância com o empreiteiro. Antes do empreiteiro
receber os materiais devemos ter em atenção quando é efectuada a compra para
controlarmos se os materiais estão de acordo com o projecto. Um dos exemplos, é a
aplicação das camadas de isolamento, pois estas são alvo de grande esquecimento. A
implantação e os isolamentos devem ser muito bem controlados por nós, criando os
nossos critérios de aceitação e rejeição. Estes estão, sem dúvida, relacionados com o
projecto, com as suas especificações técnicas, regras de arte, entre outros. Temos
que tentar diminuir os erros, omissões de projecto. Estas acontecem quase sempre
em todos os projectos.
Na recepção dos materiais, também temos que ter atenção. O empreiteiro pode querer
comprar um material que, no seu exterior tenha uma marca e certas características e,
no interior, ser algo completamente diferente. Temos que pedir certificados de fábrica,
pois estes são uma garantia. Um dos nossos critérios para estes erros pode ser o
facto de apenas aceitarmos duas anomalias mas, isto tudo depende de cada um e da
forma da relação com o empreiteiro. Muitas vezes, não se utilizam materiais
certificados pois, apenas nos preocupamos com a sua imagem estética e não com o
seu comportamento. Podemos pedir ao Lnec, uma anologação pois, este tem as
características do material, as capacidades. O Lnec, faz um teste a este material e faz
uma ficha com as suas características.

INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO

O imobiliário é um mundo de dinheiro, ou seja, a sua prioridade é sempre o negócio.


Porém, isto difere um pouco do nosso mundo mas, que está directamente inserido
neste. O imobiliário, compra e vende projectos e obras. Nós como autores de projecto,
passamos a ser um dos seus agentes mais importantes embora, podemos não nos
aperceber disto. Por exemplo, num processo de loteamento, um terreno grande
permite um bom lucro. Normalmente, divide-se o terreno em lotes, sendo a nossa
intervenção de fazer um projecto de loteamente. Este terá uma série de
condicionantes: Pdm e plano de pormenor. Temos que fazer uma consulta directa a
estes planos, no inicio do nosso projecto. Existe uma série de condicionantes impostas
por estes planos. Por vezes, com o entusiasmo propomos algo que não serve logo,
vais ser recusado pela entidade oficial da câmara. Com isto, temos que avaliar as
condicionantes que limitam o nosso projecto.
O promotor tem aqui um papel diferente pois pode mudar de estratégia de imobiliário.
Num projecto de loteamento é necessário ter atenção ao facto do promotor querer
aproveitar ao máximo este terreno logo, quase nunca nos ouve (o terreno pode ficar
com uma grande massificação). Por exemplo, o PDM obriga a existência de
determinados espaços destinados a espaços verdes.; à existência de um terreno para
cedências (área de cedência ao município). Esta área de cedência ou de
equipamentos de serviço da autarquia, muitas vezes a área verde prolonga-se para
aqui. O promotor pode não cumprir esta cedência e isto terá as suas “multas”. O
promotor pode pagar um x por metro quadrado à câmara; pode realizar uma
construção para a câmara (pode até nem ser neste local; pode ser uma escola).

A Câmara interessa-se por ficar compartes para posteriores permutas. As câmaras


tem então terrenos devido aos projectos de imobiliário que são construídos. Esta
percentagem de cedência varia de acordo com no concelho (anda cerca de 7/8%).
Cada lote irá ter o seu registo, a solução que criámos e foi aprovada na câmara. O
cliente pode, a todo o momento, vender o terreno já loteado mas, sem o projecto estar
concluído. Se isto acontecer teremos que pedir um registo e, opcional, um alvará de
alterações no sentido de prosseguir com o nosso projecto. É frequente os novos
investidores imobiliários, os clientes mudarem a função do projecto inicial. Este tipo de
clientes pode querer aproveitar-se desta mudança para uma redução de custos. Com
isto, devemos rever os nossos honorários consoante a mudança de estratégia e do
projecto.
Na conclusão do projecto de loteamento, pode-se infraestruturar as redes de esgoto,
águas e, quando sai a aprovação do loteamento o promotor avança para as infra-
estruturas e, nós para o projecto de arquitectura. O promotor que estes projectos
sejam realizados num curto espaço de tempo. O que se pode fazer é entregar na
câmara um projecto tipo que constituem acordos entre os projectistas e as entidades e
o promotor. Estes projectos tipos resultarão nos projectos para construção. Estes
projectos tipo, incluem dois alçados e uma perspectiva, ou seja, é uma ideia muito
global do que vamos apresentar daqui a uns meses. Nesta fase, o promotor inicia as
vendas logo, os projectos tipo são um acordo entre as três entidades.
Existem promotores imobiliários que tem determinados terrenos mas, não querem
despender muito dinheiro. Aparecem então os consócios entre o dono do terreno e o
cliente. Neste tipo, o promotor só recebe à medida que vende assim como os
projectistas. Isto pode originar um pagamento muito tardio.

Resumo Global da proposta

Custo directo de obra – ou designado por custo seco visto que, não existe margem de
lucro. Este é com base no orçamento a elaborar conjuntamente. Se houve uma
situação do tipo consócio devemos estar mais do lado do cliente. Devemos verificar o
orçamento pois não será uma empresa grande que o vai construir, existem
subempreiteiros. O empreiteiro geral, vai negociar alguns preços com subempreiteiros.
Temos que controlar estes preços.

Custo indirecto de uma obra/estaleiro – este +e mediante a facturação mensal.


Existem custos indirectos, por exemplo, o estaleiro. A sua montagem e manutenção
exige um custo de 7/8% do custo da obra. Este é o mais caro. Para mantermos o
estaleiro não emos que o empreiteiro o construa sozinho.

Encargos fixos da empresa – aplicação de 8% sobre o somatório de custos anteriores.


Quanto maior é uma empresa, maiores encargos fixos tem. Por exemplo, a Edifer para
construir uma casa tem um custo elevado mas, as empresas mais pequenas são mais
baratas.

Participação da Edifer no resultado do empreendimento – 25% do saldo entre o valor


real das vendas e os custos totais de obra (valores com IVA), apurado na ocasião das
escrituras e pagos na mesma proporção da sua realização.

Custo da Obra

Este pode ser atribuído da seguinte forma: custos directos da obra. Desenvolvimento
de orçamento conjunto (para materiais, mão de obra, subempreitadas), com
facturação mensal baseada no orçamento de obra. Os custos indirectos de obra, tais
como o estaleiro embora, tenha a participação do dono de obra, de seguros, et.Os
encargos fixos da empresa, podem incluir os encargos fixos na sede, apoio juridico,
controlo financeiro e económico, recursos humanos, apoio de comunicação e imagem,
certificação de qualidade ISO 9000, sistemas legais de prevenção, segurança e saude
no trabalho.
A partir destes factores determinamos o custo da obra.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Como arquitectos e coordenadores temos uma dificuldade acrescida, ou seja, as


manchas urbanas sustentáveis. Estas podem ou não ser novas. Constituem
programas da Polis, dinheiro de Bruxelas, no sentido de haver uma consolidação
urbana de forma a elevar o nível de qualidade urbana. Estão-se a formar equipes, que
são normalmente dirigidas por arquitectos. Estas incluem sociólogos, economistas,
gestores, geógrafos, etc..
A base de tudo isto, é a questão do planeamento (aplica-se de formas distintas, não
confundir com planeamento de empreendimento). Este planeamento, diz respeito a um
mega projecto, no sentido de garantir uma Sustentabilidade desta nova mancha
urbana. Por exemplo, Queluz existe uma equipe, chefiada por Manuel Salgado. Esta
tem por objectivo desenvolver técnicas que promovam um melhor planeamento.
Chegou-se então à conclusão de que é necessário deitar abaixo 80 edifícios pois, há
que rasgar jardins, criar espaços, criar escala. Neste tipo de intervenção teremos que
fazer um planeamento do trabalho pois, é uma intervenção mais complexa, mais lata.
Temos que elaborar passos para este desenvolvimento:

No planeamento do projecto temos que considerar inúmeros aspectos: gestores


funcionais; necessidades do cliente; planeamento comercial; equipa de projecto;
planeamento comercial; calendário; “master plan”; orçamento; definição de
responsabilidade; estruturas de subprojectos; normas de controlo; estudos de
viabilidade; planos preliminares.
Estes passos estão relacionados com trabalhos de grande dimensão que não estão
relacionados com a nossa escala. Os arquitectos trabalham mais à escala de
lotes/quarteirões. Neste exemplo, falamos de vários quarteirões.
A melhor forma de eliminar as contradições e definir os passos no desenvolvimento do
planeamento é:
1. Definir o projecto – o quê, como, onde, quando, quanto, quem. Define a
natureza e objectivos do projecto que devem ser consistentes com os da
empresa e devem ser mensuráveis. Temos que definir o projecto. A
complexidade destas áreas é muita assim, devemos entendê-las não só no seu
aspecto estético e urbano como também pelos seus problemas ambientais.
2. Subdividir o projecto em subprojectos – esta divisão deve ser lógica e não
deixar áreas sobrepostas ou não cobertas. Não devemos entregar isto a
pessoas da mesma área. Por exemplo, um destes subprojectos pode estar
relacionado com as questões sociais. É errado entregar isto apenas a um
sociólogo, pois a gestão urbana permite elevar a qualidade urbana.
3. definir normas de desempenho – para cada subprojeto deve haver sempre um
responsável (este pode fazer o levantamento da actividade e dos recursos
requeridos)
4. preparar a lista de actividades de cada subprojecto, descrevendo cada uma
delas.
5. estimar a duração de cada actividade e dos recursos requeridos
(nomeadamente o tempo). Devem ser especificadas datas de conclusão. Por
exemplo, Bruxelas já não empresta mais dinheiro por existirem omissos ou
atrasos nos prazos de custos. Os timings tem que ser bem aferidos, as
estimativas de custos de projecto e de obra tem que ser apresentadas (não
interessa apenas a solução de projecto).
6. preparar a rede – utilizando a lista de actividades, programar o projecto sob a
forma de rede. Esta deve criar um funcionamento lógico e fácil desempenho no
projecto.
7. Rever e avaliar a programação global do projecto – com atenção especial para
a utilização do tempo e custo (orçamento), especificar bem os custos dos
factores. Rever as interfaces.
8. Designar membros de equipa – definir responsabilidades. Quem faz o quê e
quando (qual a formação requerida). As responsabilidades devem ser realistas
num clima de exigência.
9. à medida que o projecto decorre, actualizá-lo no final de cada período de
relatório, replaneado quando há atrasos e desvios... actualizar os pressupostos
à medida que se desenvolve. Pode existir um relatório para justificar a
evolução do projecto a uma entidade ou a um cliente. O planeamento do
projecto deve verificar todos estes pressupostos. Podemos assim, ter uma
gestão global controlando o projecto.

Temos que fazer listagens das várias fases de desenvolvimento do projecto desde o
seu inicio (ante projecto) até à sua conclusão (construção).
Ante projecto/Projecto/Projecto de detalhe/construção

Temos que ter uma listagem dos diferentes problemas, nas diferentes áreas. Por
exemplo, se em Queluz deitarem 80 prédios ao chão temos que estudar as pessoas
que ai vivem, ou seja, o seu agregado familiar, a sua idade, se construímos um T1 ou
T2.

Situações de mau planeamento ou ausência dele


Na ausência deste podemos ter diferentes resultados:
- custos excessivos, não podemos controlar os custos que foram
estimados originando um descontrolo no evoluir dos trabalhos das
várias áreas de projecto;
- baixa qualidade dos serviços;
- os prazos não são cumpridos, isto está implícito nos pontos anteriores;
- elevado índice de horas extraordinárias;
- elevada taxa de rotação de pessoal, reflecte-se noutras áreas. Por
exemplo, se um arquitecto iniciar a sua actividade num projecto que já
se encontra em curso, é complicado entrar no espirito;
- moral baixa;
- maus métodos de trabalho ou duplicação de tarefas;

Sustentabilidade de um Espaço Urbano

Não podemos garantir esta, no interior da habitação. Continuam a existir habitações


insustentáveis. Num bairro devemos ter creches, autocarros. O problema, por vezes,
nem é o edifício per si mas, pode não existir Sustentabilidade de vivência urbana se
não existirem uma série de soluções (cafés, autocarros, creches). Temos que ter em
atenção também à escala das vias, ou seja, esta deve ser consoante o número de
pessoas. Devemos ter em conta, questões relacionadas com problemas sociais,
económicos, urbanos. A solução de projecto tem que relacionar estas áreas, ou seja,
desenhar algo que responda a estas necessidades. Em suma temos que ter em
atenção:
- questão dos transportes é fundamental (tentar existir um transporte
público perto);
- os espaços urbanos tem que ter soluções de Sustentabilidade per si.
Temos que poupar energia energia em soluções de projecto, em
materiais de construção. Por exemplo, em Monsanto há um edifício que
armazena energia logo, consome aquilo que armazena. Há toda uma
solução de projecto quer ao nível da implantação, etc.
- Tem que existir o mínimo de infra-estruturas para que não haja uma
deslocação considerável;
- A nossa solução tem que ser diferente de região para região. A
densidade é diferente, a região, as pessoas são diferentes;
- Reaproveitamento de demolições – demolir algo custa muito dinheiro.
Deve-se separar os materiais para estes serem utilizados nas novas
construções, ou seja, deve-se reaproveitar as demolições para a nova
edificação;
- A questão dos espaços verdes, das biodiversidades. Os nossos
espaços verdes tem falta de circulações para bicicletas, espaços
culturais, percursos pedonais. Não temos o cuidado de desenvolver
este espaço, sendo assim existem poucos espaços destes.

Existem várias causas para estes problemas. As novas tecnologias, alertaram para
que cada solução sirva para melhorar a Sustentabilidade para quem viva nesse local.
Com estas novas tecnologias, o nível de vida está mais elevado em comparação com
alguns anos atrás.

Mercado Imobiliário - A construção dos últimos vinte anos causada por este mercado
provoca a queda da arquitectura, a estética do espaço urbano. Este mercado tem
muita força nas soluções urbanas. Os PDM, duram cerca de dez anos (começaram em
1990 e estão agora a acabar). O que vai acontecer agora a estes, é uma alteração ao
que já existia. Esperamos que os quoeficientes sejam diminuídos pois, as grandes
obras que se tem feito são devido a estes planos autorizarem, ou seja, o mercado
imobiliário só construiu porque o PDM autorizou.
Com esta alteração pode haver uma reconversão na Sustentabilidade. Com as
digitalizações, temos uma mudança na orgânica no funcionamento deste macro
projecto. É uma racionalização do trabalho que origina uma melhor organização do
trabalho. Os fundos estruturais, vem alterar uma estrutura que está com problemas,
podendo estruturar-se de uma forma diferente.

Edifício sustentável –é um edifício denominado AITE, ou seja, que funciona per si.
Este tem uma série de tecnologias que lhe garantem uma Sustentabilidade.

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