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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU

UNIDADE ACADÊMICA DO CABO DE SANTO AGOSTINHO


UNIDADE CURRICULAR: TEORIA E FUNDAMENTOS DA CONSTITUIÇÃO

CONSTITUIÇÃO DE 1946

Discentes Responsáveis:
Ana Júlia Arruda Dos Santos (01634466)
Beatriz Gonçalves Dos Anjos (01628622)
Camila Regina Dos Santos Saraiva (01649322)
Maria Luísa Florencio Cavalcante ( 01591247)
Mayra Zacarias Da Silva (01300644)

Professor: Pedro Spindola

Cabo de Santo Agostinho, 09 de Novembro de 2023

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Ana Júlia Arruda Dos Santos
Beatriz Gonçalves Dos Anjos
Camila Regina Dos Santos Saraiva
Maria Luísa Florencio Cavalcante
Mayra Zacarias Da Silva

CONSTITUIÇÃO DE 1946

Projeto submetido à unidade curricular


Teoria e Fundamentos da Constituição,
solicitado pelo professor Pedro Spindola,
como requisito da segunda verificação de
aprendizagem.

Cabo de Santo Agostinho, 09 de Novembro de 2023


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1. RESUMO
A Constituição de 1946 marcou uma fase significativa na história brasileira, ocorrendo em um
momento de transição fundamental. O contexto desse período incluiu vários elementos
determinantes: Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o Brasil, a princípio, manteve
uma política de neutralidade. Entretanto, após ataques a navios brasileiros por submarinos
alemães, o país declarou guerra às potências do Eixo, unindo-se às nações Aliadas. Antes da
promulgação da Constituição de 1946, o Brasil esteve sob o regime autoritário do Estado Novo
(1937-1945), liderado por Getúlio Vargas. Esse período se caracterizou pelo cerceamento das
liberdades democráticas. A redemocratização tornou-se uma aspiração fundamental após o
término da Segunda Guerra e o colapso do Estado Novo. Isso resultou em eleições democráticas e
na restauração das liberdades civis. As eleições de 1945 levaram à formação de uma Assembleia
Constituinte, encarregada de elaborar a Constituição de 1946. Essa nova Carta Magna refletiu o
anseio por democracia e pela consolidação de direitos individuais, incluindo importantes avanços
nos direitos sociais e trabalhistas. O contexto internacional, marcado pelo pós-guerra e a criação
da Organização das Nações Unidas (ONU), desempenhou um papel significativo na elaboração
da Constituição. Isso resultou na ênfase em princípios como a promoção da paz, cooperação
internacional e o respeito aos direitos humanos. Durante o processo de redação da Constituição,
houve debates e lutas pelos direitos das mulheres, culminando na concessão do direito de voto
feminino, embora sujeito a algumas restrições.
Em relação aos elementos institucionais, a Carta Magna estabeleceu um sistema presidencialista,
onde o presidente era eleito democraticamente e seu mandato tinha a duração de cinco anos, com
a condição de que não haveria reeleição consecutiva. O Congresso Nacional era composto por
duas casas distintas, o Senado e a Câmara dos Deputados, cada uma com funções legislativas
próprias, cujos membros eram escolhidos pelo voto popular. Além disso, a Constituição de 1946
garantia uma ampla gama de direitos individuais aos cidadãos, incluindo a liberdade de
expressão, de imprensa e de associação, e proibia firmemente a discriminação racial. O sistema de
freios e contrapesos representava uma peça fundamental da Constituição, assegurando a
independência e autonomia dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Adicionalmente, a
Constituição estabelecia o princípio do Estado laico, mantendo a separação entre a Igreja e o
Estado.
Quando se considera a sociedade brasileira da época, fica evidente que ela estava longe de ser
homogênea. A nação estava politicamente dividida, abrigando grupos diversos que representavam
interesses variados, incluindo aqueles que almejam o retorno à democracia, os apoiadores do
regime autoritário e os comunistas. Essas divisões se refletiram nas eleições e na composição do
Congresso. O Brasil passava por mudanças econômicas substanciais, com a industrialização
ganhando força, o que resultou em uma sociedade dividida entre aqueles que se beneficiam desse
processo, notadamente os empresários industriais, e aqueles que ainda dependiam da economia
agrária. A despeito da proibição da discriminação racial na Constituição de 1946, o país ainda
enfrentava profundas desigualdades sociais e raciais, com a população negra sujeita a
discriminação e segregação em diversos aspectos da sociedade. O Brasil também apresentava
divisões regionais marcantes, com disparidades econômicas e sociais consideráveis entre as
regiões mais desenvolvidas, como o Sul e o Sudeste, e as menos desenvolvidas, como o Norte e o
Nordeste.
Os direitos fundamentais garantidos na Constituição de 1946 do Brasil desempenharam um papel
crucial na reconstrução da democracia pós-guerra. Essa Constituição incorporou uma extensa lista
de direitos fundamentais destinados a proteger os cidadãos brasileiros contra possíveis abusos do
poder estatal. Alguns dos principais direitos fundamentais incluídos nesta Constituição foram os
seguintes:
A igualdade perante a lei foi firmemente estabelecida na Constituição de 1946, assegurando que
todos os brasileiros fossem tratados igualmente perante a justiça, independentemente de sua raça,
gênero, religião ou origem. Essa igualdade desempenhou um papel crucial na garantia do acesso

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de todos os cidadãos à justiça e à proteção legal. A liberdade de expressão e de imprensa foi um
direito protegido, permitindo que os cidadãos se expressassem livremente e obtivessem
informações por meio de uma imprensa independente. A censura prévia foi proibida, o que
garantiu a liberdade de opinião e a livre circulação de informações. A liberdade religiosa foi
assegurada na Constituição, permitindo que os cidadãos praticassem sua fé sem interferência do
Estado. O direito à propriedade privada foi protegido como um direito fundamental, embora
sujeito a regulamentações e restrições em prol do interesse público. A Constituição de 1946
estabeleceu a educação como um direito fundamental, garantindo a oferta de ensino gratuito e
obrigatório na educação primária. Os cidadãos tinham o direito de trabalhar em condições justas e
dignas, com garantias de salário mínimo e jornada de trabalho adequada. O direito à saúde e à
assistência social foi reconhecido, incluindo a previdência social para aposentadoria e pensões.A
Constituição garantia o direito ao habeas corpus, um instrumento importante para proteger os
cidadãos contra prisões ilegais ou arbitrárias. Os cidadãos tinham o direito de se reunir
pacificamente e de se associar a grupos ou partidos políticos.O direito de petição foi assegurado,
permitindo que os cidadãos apresentassem petições ao poder público para expressar suas
preocupações ou buscar soluções para problemas.
A Constituição de 1946 também reconheceu os direitos políticos dos cidadãos, incluindo o direito
de votar e serem eleitos, desde que atendessem aos requisitos estabelecidos, como idade mínima.
Além disso, houve avanços significativos no reconhecimento dos direitos das mulheres, incluindo
o direito de voto, embora com algumas restrições. Esses direitos fundamentais representaram um
marco na Constituição de 1946, desempenhando um papel fundamental na consolidação dos
princípios democráticos e na proteção dos direitos individuais no Brasil após um período de
autoritarismo.
A Constituição de 1946 apresentou uma estrutura abrangente que delineou os princípios e direitos
fundamentais que regeriam o Brasil após o período de autoritarismo. Sua estrutura incluiu as
seguintes seções: 218 artigos, 36 Atos das Disposições, 21 emendas, 4 atos institucionais. Os
títulos da constituição: TÍTULO I - DA ORGANIZAÇÃO FEDERAl, TÍTULO II - DA JUSTIÇA DOS
ESTADOS, TÍTULO III - DO MINISTÉRIO PÚBLICO, TÍTULO IV - DA DECLARAÇÃO DE
DIREITOS, TÍTULO V - DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL, TÍTULO VI - DA FAMÍLIA, DA
EDUCAÇÃO E DA CULTURA, TÍTULO VII - DAS FORÇAS ARMADAS, TÍTULO VIII - DOS
FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS, TÍTULO IX - DISPOSIÇÕES GERAIS, ATO DAS DISPOSIÇÕES
CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS.

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