Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
2.1. O PAPEL DO ENFERMEIRO JUNTO A FAMÍLIA
Em caso de adoecimento, o papel do enfermeiro junto a família é fornecer
informações à família a respeito do processo saúde-doença do filho é uma ação que
deve ser incorporada na prática cotidiana assistencial. A equipe de enfermagem
deve ter capacidade para exercer essa atividade a fim de estimular e auxiliar a
família a adquirir confiança nas suas ações. Uma comunicação efetiva entre
enfermagem e família diminui a ansiedade dos pais e aumenta a aceitação e
envolvimento desses no processo de cuidar da criança tanto no domicílio quanto no
ambiente hospitalar. Desse modo, é possível facilitar a adesão ao tratamento,
favorecendo o processo de enfrentamento da doença e colaborando para o
crescimento como indivíduo (ARAÚJO et al., 2009).
A enfermagem na Estratégia Saúde da Família (ESF) é responsável por
realizar a assistência integral, promoção e proteção da saúde, prevenção de
agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde dos
indivíduos e famílias na unidade de saúde e, quando indicado ou necessário, no
domicílio (BRASIL, 2006b).
Sabe-se que a política para consolidação da atenção primária à saúde (APS)
no Brasil, fortaleceu-se progressivamente a partir da criação do programa de saúde
da família, em 1994, atualmente denominado estratégia de saúde da família (ESF).
Em 2017 foi aprovada a política nacional de atenção básica (PNAB), estabelecendo
a revisão de diretrizes para a organização da atenção básica, no âmbito do sistema
único de saúde (SUS), salientando as ações de incremento do acesso ao sistema de
saúde, por meio da ESF (NÓBREGA et al., 2020). A ESF tem a característica de
coordenação do cuidado, elemento primordial para alcançar a continuidade da
assistência, e atender na totalidade às necessidades em saúde dos indivíduos e
famílias (ALMEIDA et al., 2017).
Sendo assim, o enfermeiro deve possuir habilidades e competências para
escolher o método, que no contexto e nas condições que ele possui, possa contribuir
para uma assistência de enfermagem eficiente e eficaz. Para fazer esta escolha ele
terá que considerar a habilidade e a disponibilidade das pessoas envolvidas, os
recursos físicos e materiais existentes, as condições do paciente/usuário, bem como
a natureza do trabalho a ser realizado (MARQUIS; HUSTON, 2010).
Historicamente, o cuidado em saúde evoluiu de técnicas estritamente curativas
e individualizantes para práticas integrais e coletivas. Os cuidados em saúde foram
voltados basicamente para a cura das doenças, o que criava uma dicotomia entre o
ser repleto de angústias, dúvidas e anseios e a patologia que ele portava. Porém,
através da introdução de novos conceitos, como a Teoria Biopsicossocial, passou-se
a considerar a importância dos aspectos biológicos, psicológicos e sociais do
indivíduo e do coletivo e a valorizar as relações pessoais entre cliente, família e
profissionais de saúde tornando, assim, a prática de cuidado em saúde mais
complexa (KEBIAN & ACIOLI; 2010).
No entanto, ao referir-se a Unidades de Saúde da Família (USF) e UBS como
modelos distintos, assume-se a sua configuração como modelos de atenção à saúde
no Brasil. A implantação da ESF no Brasil apresenta-se com uma cobertura de
aproximadamente 60% do território nacional, e sua existência como modelo
orientador do cuidado nesse âmbito de atenção parece ter deixado de ser a meta na
nova PNAB, a qual reafirma a coexistência de ambos os modelos (BRASIL; 2017).
Segundo Pires (2011), o enfermeiro encontra um importante espaço de
atuação na Estratégia Saúde da Família e pode fortalecê-la para a consolidação do
SUS, se melhor compreender o contexto sócio-histórico e a ambiguidade das
relações de poder na prática social da profissão, aperfeiçoando-a crítica, coletiva e
criativamente (PIRES; 2011).
A realização da visita domiciliar pelo enfermeiro, junto à família permite maior
contato com a comunidade, principalmente com aqueles que não frequentam a
unidade. Com isso, o mesmo tem a possibilidade de planejar a atividade, avaliar as
condições de saúde da família e propor condutas, desenvolvendo suas ações de
modo ampliado. Permite ainda ao enfermeiro conhecer o contexto social e as
necessidades de indivíduos e famílias. Além disso, o enfermeiro realiza a visita
domiciliar àqueles familiares com impossibilitados de ir a ESF, assim o enfermeiro,
junto a sua equipe de saúde de desloca ao domicilio do usuário para a prestação do
cuidado com a realização de procedimentos como curativos, por exemplo (ACIOLI et
al., 2014).
Segundo ANGELO & BOUSSO (2001) a saúde da família é descrita como um
estado ou processo da pessoa com um todo em interação com o ambiente, sendo
que a família representa um fator significativo nele. A análise da saúde da família
deve incluir simultaneamente saúde e doença, além dos aspectos individuais e
coletivos. Algumas definições de saúde da família incluem a saúde individual dos
membros da família e o bom funcionamento desta na sociedade, e envolve muito
mais do que saúde física. Assim, a definição deve compreender dois focos: o da
saúde da família, relativo ao estado de saúde dos indivíduos que a compõem e, o do
funcionamento da família, como uma descrição avaliativa das funções e estruturas
da família, compondo, um quadro onde o foco da avaliação e da assistência está
tanto na saúde individual, como na saúde da família como um todo (ANGELO &
BOUSSO, 2001).
A relação enfermeiro e paciente é um evento de expectativas e esperanças
mútuas. Os membros da família esperam o alívio de sua dor e o profissional da
saúde espera o reconhecimento de seu poder de reparação sobre o sofrimento do
outro. No campo da saúde há a utilização de dois esquemas referenciais: prestação
de serviços e relação interpessoal. Na prestação de serviços, o esquema é baseado
no dano do objeto (cliente) e reparação pelo profissional. O especialista isola o
objeto (o corpo, o sintoma, o sofrimento) e trata de repará-lo. Por outro lado, na
relação interpessoal, o profissional e cliente interagem utilizando o nível intelectual e
sentimental, na busca da superação do problema (CAVALCANTE; 2001).
2.1 METODOLOGIA
2.3 DISCUSSÃO
Discute-se diante das pesquisas realizadas que para que o enfermeiro possa
assistir à família, é necessário conhecer o funcionamento, os fatores que influenciam
as suas experiências na saúde e na doença e o sentido de assistir família. Entender
a Saúde da Família como estratégia de mudança significa repensar práticas, valores
e conhecimentos de todos os grupos envolvidos no processo de produção social da
saúde, respeitando suas culturas.
Esta aproximação do enfermeiro junto a família, pode facilitar o entendimento
dos enfermeiros sobre a conformação das necessidades de saúde, que se referem a
ter boas condições de vida; à garantia de acesso às tecnologias que melhorem e
prolonguem a vida; ao vínculo com profissional ou equipe de saúde; e à autonomia e
ao autocuidado na escolha do modo de conduzir a vida. Ao mesmo tempo, pode
qualificar a relação enfermeiro - usuário e favorecer a produção de cuidados de
saúde mais assertivos (CECÍLIO, 2006).
Portanto, o programa de saúde da família, este núcleo é entendido como uma
unidade de cuidado e de perspectiva no processo de trabalho. a saúde da família é
descrita como um estado ou processo da pessoa com um todo em interação com o
ambiente, sendo que a família representa um fator significativo nele. A análise da
saúde da família deve incluir simultaneamente saúde e doença, além dos aspectos
individuais e coletivos. Algumas definições de saúde da família incluem a saúde
individual dos membros da família e o bom funcionamento desta na sociedade, e
envolve muito mais do que saúde física (ANGELO & BOUSSO, 2001a).
Esse novo modelo de assistência supõe envolvimento dos integrantes das
equipes com a população de seu território de abrangência, para que seja criado um
vínculo entre a família e a equipe, de modo que as equipes possam planejar e
executar ações que tenham como objetivo resolver os problemas dos usuários
(CAMELO; ANGERAMI, 2004).
Na atuação do cuidado diante do adoecimento, o enfermeiro ao interagir com a
família, deve deixá-la ciente do quadro clínico do paciente, e estar sempre à
disposição para tirar dúvidas, contribui para minimizar o impacto do estresse familiar,
sendo importante também incluir o familiar nesse cuidado, pois o enfermeiro tem o
compromisso e a obrigação de incluir as famílias nos cuidados de saúde. O
significado que a família dá para o bem-estar e à saúde de seus membros, bem
como à influência sobre a doença, obriga este profissional a considerar a assistência
centrada na família como parte integrante da prática de enfermagem (ANGELO &
BOUSSO, 2001).
O papel do enfermeiro em saúde da família, implica em relacionar todos os
fatores sociais, econômicos, culturais, etc., apresentados e não apenas em lidar com
as situações de saúde e doença da família, mas também interagir com situações
que apoiem a integridade familiar. é essencial compreender a família como a mais
constante unidade de saúde para seus membros. Assim, a assistência à família
como unidade de cuidado implica em conhecer como cada família cuida e identifica
as suas forças, as suas dificuldades e os seus esforços para partilhar as
responsabilidades. Com base nas informações obtidas, os profissionais devem usar
seus conhecimentos sobre cada família, para junto dela, pensar e implementar a
melhor assistência possível (ANGELO & BOUSSO, 2001).
De acordo com Santos (2007), a/o enfermeira (o) que trabalha no PSF passou
a assumir um papel importante não apenas na prestação de ações e serviços, bem
como na gestão de Unidades de Saúde da Família (USF), mas também em
assessoria aos âmbitos municipal, estadual e federal.
Já Puccia (2007), afirma que esta profissional tem à sua disposição um
conjunto de oportunidades e ações a desenvolver, podendo intervir no processo
saúde-doença por meio do indivíduo, da família e da comunidade, nos âmbitos
técnico-operativo, técnico-administrativo ou político-administrativo (PUCCIA; 2007, p.
64).
Neste sentido, a enfermagem atua no reconhecimento da família como sujeito
do seu processo de viver e se cuidar, com direitos e responsabilidades; o ouvir
atentamente; ser sensível, estar presente, comprometer-se, lutar, respeitar e garantir
os direitos da família nos serviços de saúde; incentiva a democratização das
relações interpessoais nos serviços, assim como participa na elaboração e
implementação de políticas e programas visando a saúde e o bem-estar das famílias
A Família Parceira no Cuidar: Intervenção do Enfermeiro (ELSEN, ALTHOFF E
MANFRINI, 2001).
O cuidado de enfermagem à família centra-se na interação entre enfermeiro e
família, implicando a criação de um processo interpessoal, significativo e terapêutico.
Os enfermeiros ao comprometer-se com a família como unidade a ser cuidada,
focaliza a sua atenção nas interações intra e extrafamiliares, procura conhecer o
processo de vida familiar, as transições e as crises que enfrentam, reconhecendo
suas as fragilidades, fontes e estresse, os recursos e os seus modos de cuidar
(FIGUEIREDO, 2012).
3 CONCLUSÃO
Chegamos à conclusão de que o profissional enfermeiro tem um papel de
grande importância no momento de adoecimento na família. Tendo como conduta
base o acolhimento ao familiar, uma estratégia humanística de fácil aplicação, que
possibilita uma grande satisfação ao familiar em relação as questões emocionais e
estressante advindas no adoecimento, através de uma comunicação efetiva e de
confiança empregada ao conhecimento do profissional enfermeiro.
Ao pesquisar as práticas do cuidado desenvolvidas pelos enfermeiros em
relação ao apoio a família em situação de adoecimento, percebeu-se a sua
diversidade, tais como visita domiciliar, consulta de enfermagem, atividades
educativas, assistenciais e administrativas e acolhimento. No entanto, atualmente
indica-se a importância de que sejam ampliados os estudos sobre práticas de
cuidado de enfermeiros voltadas para o cuidado da família, sendo necessário ainda,
aprofundar a compreensão do papel desses profissionais nas práticas de cuidado e
os sentidos que eles atribuem a tais práticas, e com isso, corroborar a relevância do
cuidado de enfermagem junto a família.
Concluindo por fim, que o enfermeiro ao assumir a responsabilidade moral
pelo cuidado, o realiza com arte e conhecimento fazendo a diferença na vida das
pessoas, como uma sintonia entre quem cuida e quem é cuidado, neste caso a
família, onde a equipe de enfermagem deverá estabelecer uma relação que
ultrapasse o cuidado físico, por meio de ações humanizadas, favorecendo a sua
recuperação com qualidade. É certo que o diálogo entre o enfermeiro, paciente e
familiares favorece um relacionamento de confiança e a obtenção de bons
resultados para assistência e cuidado à família.
Porém analisa-se que é evidente de uma forma geral, uma carência de
estudos na área de assistência de enfermagem em família, mesmo reconhecendo a
jovialidade da exploração desta temática.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, P. F., MARIN. J., & CASOTTI, E. (2017). Estratégias para consolidação
da coordenação do cuidado pela atenção básica. Trabalho, Educação e
Saúde,15(2), 373–398. https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00064. Acesso 08 mar.
2024
ARAGÃO, L. B., SOUSA, F. G., SILVA, A. C., SANTOS, M. H., BRAGA, L. C., &
SARMENTO, M. V. (2019). Valorização da família no processo de cuidar:
atitudes dos enfermeiros em unidade neonatal. Ciência, Cuidado e Saúde, 18(1),
e4514. https://doi.org/10.4025/ciencuidsaude.v18i1.45114. Acesso 08 mar. 2024
ELSEN, Ingrid; ALTHOFF, Coleta R.; MANFRINI, Gisela C.- Saúde da Família:
desafios Teóricos. [Em linha]. Brasil: Família Saúde e Desenvolvimento, 2001. p.
89- 97.ISSN 1517-6533. Disponível em WWW: < https://docs.google.com/viewer?
a=v&q=cache:fi7sMLafgEJ:ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/refased/article/download/
5048/3817+&hl=pt>. Acesso 08 mar. 2024.
MOROSINI, M. V., Fonseca, A. F., & Lima, L. D. (2018). Política nacional de atenção
básica 2017: Retrocessos e riscos para o sistema único de saúde. Saúde em
Debate, 42(116),11–24. https://doi.org/10.1590/0103-1104201811601. Acesso 26 de
fev. 2024.