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TRADUÇÃO: MEL WRAITH


REVISÃO INICIAL: PATRICIA QUEEN
REVISÃO FINAL: CELESTE QUEEN
LEITURA FINAL: THAISE QUEEN
Para Jay, por me ensinar o que um homem de verdade é e não é.
Uma solitária recebe dicas de sedução de um atleta playboy - até
que o amor mude as regras.

Joelen Bixby, socialmente desajeitada, tem um encontro todos os


sábados - com seu gato, um copo de sorvete e fantasias do lindo
Michael Maddox. Ela daria tudo para conquistar o inatingível CEO
de sua empresa, mas como ela pode se integrar tão bem com seu
cubículo? A resposta pode estar mais próxima do que ela pensa.

Cameron McGregor é um arrogante e tatuado capitão de rúgbi


que acabou de se mudar para a casa ao lado. Ele não é do tipo de
Jo - mas o notório playboy está se oferecendo para ensinar a
solitária tudo o que ele sabe sobre o desejo inspirador. Embora
muitas mulheres tenham misturado o kilt de Cam, Jo é especial.
Longe do patinho feio que ela pensa que é, aos olhos de Cam ela
é afiada, engraçada e sem esforço, sexy. Agora, graças a ele, Jo
está florescendo com confiança e tem o homem dos seus sonhos
ao alcance.

Infelizmente para Cam, ele apenas ajudou a empurrar a mulher


dos seus sonhos para os braços de outro homem - e agora ele
está na luta de sua vida para evitar que essa beleza fuja.
UM

Top 10 de razões pelas quais feriados são um saco:

1. Estou gorda. Odeio admitir isso, mas ter que ouvir minha vó dizer no
dia Ação de Graças alto, claro e rindo : "Parece que alguém já comeu o Peru!"
Poderia culpar a sua demência, mas as fotos que mamãe mandou-me esta
manhã foi uma prova irrefutável de que em algum momento durante os
últimos anos, adquiri uma semelhança alarmante com um animal de curral.

2.Sobre a neve. Neve de Manhattan nunca é branca. É um marrom


monótono, apático, como o meu cabelo. (Nota mental: chamar o cabeleireiro.
Vermelho???)

3.Filmes de Natal. Por que é que Esqueceram de mim ,é considerado um


filme de família para assistir num feriado? Kevin McCallister e seus irmãos
deveriam ter sido adotados por parentes mais preocupados. E É uma vida
maravilhosa? (It”s a Wonderful life) Me desculpe, mas alguém tem que dizer:
George Bailey é um imbecil. Há muitos exemplos de sua idiotice durante esse
filme, uma lista completa. Uma das minhas citações favoritas: "Chama a isto
de uma família feliz? Por que temos de ter todas essas crianças?" Eu posso
sentir o amor, superpai.

4.Compras de Natal. Também conhecida como ficar em pé em filas até a


morte, compras de Natal inclui três das minhas coisas favoritas de todos os
tempos: gritos, crianças, mães com raiva e vagar sem rumo ao redor de um
espaço público lotado até ficar encharcada de suor. Dezembro em um
shopping é como Jogos Vorazes, misturado com o Senhor das moscas,
completado com uma reconstituição de a Corrida da morte no estacionamento,
quando finalmente você tentar sair, depois de doze horas gantando dinheiro,
que você não tem. Muito divertido.

5.Festa de Natal do escritório. Ah, ótimo! Constrangedor, conversas


forçadas com colegas de trabalho, eu quero descurtir isso no Facebook!

6.Música de Natal. É horrível e deprimente. Como um exemplo perfeito,


cito um trecho daquela música cantada por um monte de artistas famosos
"Eles sabem que é Natal?" ( Do They Knhow it’s‖Christmas‖?‛‖- Band-Aid):
"há um mundo fora de sua janela / e é um mundo de pavor e medo, / onde a
única água que flui é a picada amarga das lágrimas / e os sinos de Natal que
tocam lá / São as badaladas da perdição." Por favor, me dê licença que eu
vou saltar de um precipício.

7.Papai Noel é uma mentira.

8.Beijo à meia-noite na véspera de ano novo? As chances de ser achatada


por um asteroide perdido são maiores.

9.Michael ainda não me ama.

10.Ver o número nove.

"Jocelyn"!

Dei um pulo,me assustei com uma voz enquanto fazia minha lista. É
Portia — a lâmina fina, elegante, loira e diretora editorial Portia — pairando
sobre minha mesa, sorrindo e a forma que ela faz isso me deixa insegura e
desconfortável, atacada por sua perfeição física e como horrível eu me sinto
em comparação.

A mulher parece retocada. Eu tenho gordura, poros, e poderiam esconder


uma criança e pêlos de gato na minha blusa. Normalmente eu não a deixaria
chegar assim tão perto, mas a bruxa me pegou de surpresa.
"Oi, Portia." Eu olho para ela e nervosamente ajusto meus óculos, também
é estranho como ela pode se materializar no ar como o Drácula e fico mais
irritada quando me chama pelo nome errado. Mais uma vez.

"Pode dar uma olhada neste manuscrito? Maria disse que estava doente, e
estamos atrasados no prazo." Sem esperar por uma resposta, ela deixa cair
um feixe grosso de papéis na minha mesa, em cima da lista de feriados que
eu estava fazendo em um bloco de anotações amarelo. "Precisamos até
segunda-feira".

"Segunda-feira?" Eu olho com horror para a enorme pilha de papéis.

"Obrigada! Você é uma boneca!" Portia, vira-se para sair.

Eu levanto abruptamente, derrubando minha cadeira no processo. Pois


claro que sim. – O barulho faz as cabeças girarem em minha direção. Sento-
me no meio do labirinto de cubículos no trigésimo terceiro andar do Maddox
Publishing, onde trabalho pelos últimos dez anos. São 16:00 de uma sexta-
feira, e estou prestes a fazer papel de tola.

Mas, é a situação mais normal do mundo para Joellen Bixby.

Eu digo, "Espere!"

Parando, Portia, se vira lentamente, articulada em um par de sapatos com


solado vermelho que provavelmente custou mais do que eu ganho em um
mês, com uma mão em seu quadril ossudo e me encara com sobrancelhas
arqueadas.

Consciente do silêncio repentino e o tanto de olhos de meus colegas de


trabalho que me observam, eu limpo a minha garganta. "Hum. Eu, uh, não
acho que posso terminá-lo até segunda."

O tanto de olhos ansiosamente deslocam-se para Portia, que está me


olhando com todo o calor de um iceberg. "Você não acha?"
Ela faz parecer como se a minha capacidade cognitiva estivesse em
questão. Alguém em um cubículo nas proximidades tosse em sua mão para
esconder um riso.

"Eu... Quer dizer, eu já estou tão ocupada com todos os meus outros
projetos, e parece que é bastante substancial... Eu teria que trabalhar todo o
fim de semana."

Portia envia-me um olhar de olhos estreitos que poderia murchar as


colheitas. "Então você está dizendo que você é incapaz de lidar com sua carga
de trabalho. Não é verdade?"

Sussurros começam a subir ao meu redor. Uma gota de suor frio


serpenteia entre minhas omoplatas, e minhas bochechas se inflamam com
calor. "Não, eu... Tenho certeza de que eu possa trabalhá-lo. Segunda-feira
está ok."

"A primeira coisa de manhã," diz Portia, no mesmo tom de alguém


apontando uma arma para uma caixa que diz, "Dê-me o dinheiro".

Eu engulo como um peixinho dourado, então aceno, mas não para Portia
porque ela já se virou e saiu.

Eu me abaixei, evitando todos os sorrisos e olhares voltados em minha


direção, então sentei-me debruçada sobre a minha mesa, na minha miséria
como se fosse Quasimodo. Fico assim por vários minutos, silenciosamente,
ordenando as minhas mãos para pararem de tremer e meu estômago para se
resolver, enquanto olho para o calendário fixado na parede do meu cubículo.
Possui doze meses de imagens de gatos mal-humorados. Dezembro mostra o
gato em uma roupa de Papai Noel, completa com um chapéu vermelho e
botas pretas.

É um presente da minha mãe. Devo ter feito algumas coisas


verdadeiramente terríveis em uma vida anterior.
"Por que não disse não,Joellen?"

Sue Wong, graduada recente da faculdade e a pessoa mais jovem a ser


promovida ao cargo de editora de aquisições da Maddox Publishing em
oitenta anos de história, fica na entrada do meu cubículo. Sue tem cabelo
preto brilhante que recai sobre os ombros, uma franja tão precisa que parece
que foi cortada com uma lâmina de X-ACTO e um adorável par de covinhas
que fazem seus olhar parecer anos mais jovem que sua idade real de vinte e
três anos.

Morro de inveja dessas covinhas. E de como ela pode consumir


aproximadamente cinco mil calorias por dia e nunca ganhar um kilo. E de
como ela não é nem um pouco apavorada com Portia, a rainha dragão do
Upper East Side, ou de qualquer outra coisa tanto quanto eu posso dizer.

"Porque vou ser despedida se disser que não! Eu tenho essas coisinhas
chamadas contas! Aluguel! Você já ouviu falar delas?"

Sue ignora minha lógica defeituosa e balança uma mão com desdém no
ar. "Pfft. Eles nunca vão demiti-la. Você é um burro de carga".

Por um momento desagradável, me imagino como um cavalo com vapor


saindo de minhas narinas, pedaços de terra voando atrás dos meus cascos
grossos enquanto puxo um engate de Budweiser pelo Central Park.

"E você está aqui desde sempre," Sue continua. "Além disso, você está em
uma classe protegida. Portia não quer arriscar um processo judicial."

Genuinamente confusa, olho para ela. "A que classe protegida se refere?"

"Idade," ela diz, como se fosse óbvio.

"Idade"?

"Sim. Você está, assim, totalmente velha. "

"Estou com trinta e seis!"


"Oh. Realmente?" Ela parece me avaliar de cima a baixo. "Huh".

Certa, digo "Obrigada. Acabamos com a conversa? Porque tenho uma


tonelada de trabalho para fazer."

"Eu só queria saber se você gostou desse novo lugar que vamos depois do
trabalho. Alguns de nós vamos para o happy hour."

Ela está sendo legal porque sou tão lamentável, que me faz sentir ainda
pior. "É doce você sempre me incluir, mas...." Eu faço um gesto impotente
para o feixe de papéis que Portia deixou na minha mesa.

"Okey. Talvez da próxima vez." Sue se afasta com um encolher de ombros


e um sorriso.

Passo as próximas horas na minha mesa com meu nariz enterrado nas
páginas. Eu continuo na empresa, muito tempo depois que todos já foram
para casa, para o fim de semana longo que qualquer pessoa sã poderia ter.

Talvez eu tenha comido minha sanidade com o galão de sorvete no jantar


de ontem.

Quando eu volto ao meu apartamento, tenho uma dor de cabeça, que


parece que um serial killer está tentando fazer um buraco no topo da minha
cabeça, com uma broca enferrujada embebida em molho picante. Meu plano é
comer alguma coisa, pegar algumas horas de sono e voltar para o escritório
cedo para trabalhar no manuscrito. Normalmente posso trabalhar em meus
projetos em casa usando o computador, mas arquivos de papel não estão
autorizados a deixar o edifício por razões de segurança, então tenho que
voltar para minha mesa.

Obrigada, Portia.

Assim que saio do elevador, eu ouço a música. É extremamente alta e


batendo com um baixo — um tipo de rock. Ou talvez de rap. Não posso dizer
com certeza. Tudo o que sei é que as letras incluem algumas palavras que iria
enrolar o cabelo da minha mãe.

Como ando pelo corredor, estou alarmada ao descobrir que a música está
vindo diretamente em frente ao meu apartamento. A julgar por todas as
vozes e riso estridente, meu vizinho não está sozinho.

Kellen nunca dá festas.

Irritada, levanto minha manga do casaco e olho para meu relógio. Eu


discuto se vou ou não bater na porta dele, mas meu estômago está fazendo
um som um pouco agressivo, ruídos que conseguem penetrar o som da
música, então eu decido comer primeiro e lidar com Kellen de barriga cheia.

No caso de uma guerra nuclear, a primeira coisa que faço é comer. Eu não
posso lidar com a vida quando estou com fome.

Assim que abro minha porta, Mr. Bingley ataca.

"Rr-au!"Ele fica em suas patas e afunda suas garras na minha saia.

"Eu sei, bebê, me desculpe, estou atrasada. A mamãe vai alimentá-lo


agora, ok? "

Outro uivo me diz que é melhor, ou vai ser um inferno para pagar.

Eu coço atrás das orelhas do Mr. Bingley, falando em língua de bebê com
ele do jeito que ele gosta, que faz ele afundar suas garras mais profundas na
minha saia , que por sua vez me faz estremecer de dor, mantendo a eterna
relação de felino/humanos em equilíbrio. Ele tem sorte, ele é tão adorável, ou
talvez... não. Deixa para lá.

Quando se trata de Mr. Bingley, nós dois sabemos quem está no comando.

Fecho a porta da frente, largo minha bolsa em cima da mesa na sala de


estar, evito me olhar no espelho e penduro o meu casaco no armário. Então
sigo para a cozinha, Mr. Bingley trota nos meus calcanhares.
Ele é um gato listrado mandão, gordo com olhos âmbar e uma nuvem fofa
em vez de cauda. Ele também é totalmente surdo — o efeito colateral de uma
reação aos antibióticos prescritos para infecção de ouvido. Parece não se
importar, no entanto, ou mesmo percebe que ele é deficiente. Eu acho que ele
aprendeu a ler lábios.

O único problema é que eu não posso me esgueirar atrás dele. Eu assustei-


o uma vez, e ele acabou pendurado por suas garras nas cortinas da sala de
estar, com selvagens olhos e miados.

"Sorte sua que não pode ouvir essa música," digo-lhe, removendo uma
lata de comida de gato no armário. "Parece que alguém têm questões de raiva
para gerir."

Mr. Bingley, arranha em meus tornozelos, ronronando e esfregando a


cabeça contra as minhas pernas. Eu largo a comida em seu prato especial,
coloco-o no chão, sorrindo, como ele gosta.

Então eu salto ao som de um grito de mulher.

"Mas que diabos?" Corro para a porta da frente. Meu coração a galope,
achato-me contra a porta e olho pelo olho mágico. O corredor está vazio. Com
cautela, abro a porta e coloco minha cabeça pra fora. Em seguida, ouço outro
grito, desta vez acompanhada pelo som do riso feminino e um coro de
risadas masculinas.

O barulho vem do apartamento do outro lado do corredor.

Aliviada, que não estou lidando com assassinato, apenas uma festa em
casa fora de controle, começo a imaginar. Imagino uma piscina infantil
inflável cheia de gelatina no meio da sala do Kellen, um par de garotas nuas
contorcendo-se nele, enquanto um grupo de universitários alegremente
jogam notas de dólares e champanhe.
Antes que eu perceba, já estou marchando até fim do corredor e bato
meus dedos com vigor na porta de Kellen.

A música não fica mais baixa, mas depois de um momento, ouço passos
pesados. Em seguida, abrem a porta e fico sem palavras.

Um homem que nunca vi antes atende a porta. Ele é alto, amplo, sólido
como uma montanha e muito grande. Ele tem olhos castanhos, cabelo
castanho desgrenhado, muitas tatuagens e um sorriso devastador, que meu
cérebro ao mesmo tempo em que está tentando processar, observa que o
homem está vestindo botas de combate castigadas, um kilt e nada mais.

Você pode se perder entre a garganta e seu abdômen. Se ele tem alguma
gordura corporal, deve estar escondida debaixo do kilt, porque seus
músculos são tão definidos, é como olhar para um desenho anatômico.

Olhando seu abdômen e sem parar de abrir a boca , digo, "Uh...."

A montanha diz, "Posso ajudá-la, moça?"

Posso ajudar-vos, moça?

Querido Deus, ele é um escocês. Um escocês enorme, seminu em um kilt.


Sorrindo para mim, como se soubesse todos os meus segredos, de que cor
são as minhas calcinhas, e que estou curiosa de como seria ter um homem
desses puxando meu cabelo durante o sexo.

"Uh...."

"Ach, desculpa, é a música, não é? É só uma pequena festa. Vou conseguir


organizá-los." Por cima do ombro ele troveja, "Abaixe a música maldita, seu
burro, cabeção, você vai perturbar os vizinhos!"

Dentro do apartamento tem pessoas de ambos os sexos, bebendo e rindo,


em vários estágios de nudez. Eles estão no sofá ou sentam de pernas cruzada
no chão ao redor da mesa de café, onde uma mulher loira com seios nus
estupendamente grandes é como um cartão de visitas.

Eu começar a piscar como se estivesse tentando avisar alguém em código


Morse.

A música abaixa um pouco, e a montanha se volta para mim com um


sorriso triunfante. Ele balança ligeiramente em seus pés e a menos que ele
tenha se encharcado em perfume de malte e cevada, tem bebido o que cheira
a muita cerveja.

Antes de recuperar o poder do discurso, ele arrota ruidosamente, envia-


me uma saudação desenvolta, em seguida, bate a porta na minha cara.
DOIS

Quando o alarme toca às 05:00 na manhã seguinte, eu sou sacudida de um


sonho perturbador sobre Mel Gibson, me levando a um clã de guerreiros
corpulentos vestindo kilt prontos para a batalha. Há um monte de lanças,
gritos e pintura de rosto azul, juntamente com um estrondoso arroto.

Eu procuro por meu iPhone na mesa de cabeceira, derrubando-o no chão


no processo.

"Mr. Bingley." Mexo suavemente a adormecida bola de pelo no meu peito.


"Mr. Bingley, acorda."

Ele levanta a cabeça de suas patas e pisca e, em seguida, dá bocejos


cavernosos, achatando as orelhas e exibindo seus caninos. Então, ele abaixa a
cabeça e rapidamente volta para dormir.

"Mr. Bingley," insisto, esfregando seu rosto. "Tenho de me levantar."

Sua resposta é um ronco suave.

"Vamos lá, gatinho, mamãe tem que ir trabalhar pra poder comprar ração
pra você . Não quer morrer de fome, certo?"

Às vezes, como agora, pergunto-me se a sua audição é melhor do que


deixa transparecer, porque em resposta à minha pergunta, recebo uma cauda
em minha cara.

"Você me deixa sem alternativa." Eu rolo a meu lado, desalojo o gato. Ele
salta com um chilrear pouco contente com minha falta de educação.
Pego meu telefone do chão, em seguida, seguro uma polegada perto do
meu nariz para encontrar o botão "Parar" do alarme. Pego meus óculos da
mesa de cabeceira e os coloco, trazendo a sala para exibição.

Mr. Bingley senta-se na extremidade da cama, me dando um olhar de


como se eu tivesse ofendido seus honrados ancestrais.

"Eu sei, sou uma escrava desobediente. Vamos fazer o café da manhã".

Eu passo para a cozinha com o gato nos meus calcanhares. Mr. Bingley se
alimenta, em seguida, faço uma xícara de café enquanto espero pelos restos
de comida da noite passada aquecer no microondas. Eu fiz bolo de carne –
receita da minha avó, a melhor comida de conforto no mundo — enquanto
escutava a festa no outro lado do corredor. Eu estava tentada a chamar a
polícia, mas parecia uma queixa boba, então sofri por horas de gritos e risos,
até que tudo ficou quieto por volta da 01:00 porque, suponho, todo mundo
foi embora.

Ou seja o que for que as pessoas fazem depois de um excitante jogo de


strip poker.

Estou colocando o bolo de carne em minha boca quando uma porta bate
forte no corredor. Curiosa para ver quem está fazendo o caminho da
vergonha às 05:15 num sábado de manhã, vou até a porta da frente para
xeretar pelo olho mágico.

Lá está a montanha ao fundo do corredor, vestindo um moletom cinza e


calça de moletom. Ele tem um par de fones de ouvido e está mexendo no
telefone, como se estivesse à procura de algo. Música?

Ele vai correr?

Não. Isso seria ridículo. É dezembro em Nova York. O sol nem ainda saiu;
Eu ficaria surpresa se a temperatura externa estiver acima do congelamento.
E não vamos esquecer os peitos e cervejas de ontem à noite. Ele
provavelmente está curtindo uma ressaca enorme, para não mencionar o
atrito considerável em sua virilha. E ele não poderia ter tido mais de quatro
horas de sono, no máximo. Ele provavelmente vai parar em um Starbucks.

Ele encontra tudo o que estava procurando no telefone, coloca-o dentro


de sua cintura e começa a fazer exercícios de alongamento.

Você não precisa alongar para ir tomar café.

O homem faz seu alongamento em um corredor às 05:15 num sábado de manhã


depois de uma longa noite de festa e se prepara para correr no frio.

Claramente, ele não é humano. E ele é louco. Ele é um alien louco de kilt
que gosta de jogos de cartas sujos, seios grandes, álcool e corrida matinal em
torno das áreas urbanas perigosas.

Fascinada, vejo como ele faz essa rotina toda elaborada de curvas e
flexões, aquecendo seus músculos. No momento em que termina , estou
exausta. Também terminei com meu bolo de carne. Então a montanha corre
fora no corredor, na direção oposta dos elevadores, que significa que ele deve
tomar as escadas.

Nós estamos no chão XIX.

Queria ter o número de telefone do Kellen para que eu pudesse descobrir


quem é este psicopata. Mas eu e Kellen somos apenas vizinhos amigáveis,
não amigos que fazem coisas juntos, por isso estou sem sorte.

Tomo banho e me vesto, então beijo Mr. Bingley, e ponho a cabeça para
trabalhar. O ar da manhã no meu rosto é um tapa de congelamento. É um
quarteirão a pé para a estação de metrô, mas também pode ser uma meia
maratona pela maneira como estou suando e ofegando quando chego lá,
apesar do frio. Eu tenho uma esteira no meu quarto, continuo prometendo
que vou usar, mas sua finalidade principal atual é como um cabide de
roupas.
É outro quarteirão a pé para o escritório. Eu pego o elevador até o
trigésimo terceiro andar com Denny, o cara da manutenção do edifício, que,
nos últimos dez anos tem me contado as piores piadas já inventadas.

Invariavelmente, elas envolvem peidos.

"Uma velhinha vai ao médico," ele diz, começando como sempre sem
nenhum preâmbulo. "Ela diz ao médico: ' Eu tenho um problema
constrangedor. Você vê, eu peido constantemente, mas meus peidos não
cheiram e não fazem nenhum barulho, então isso não me incomodou todos
esses anos. Até peidei três vezes desde que cheguei ao seu consultório.'"

Denny me olha para certificar-se de que estou ouvindo. Eu aceno


solenemente, me perguntando se talvez eu tenha morrido anos atrás num
acidente terrível e tenho vivido desde então no purgatório. Honestamente,
isso explica muita coisa.

Denny continua. 'Olha', diz o médico e prescreve-lhe uns comprimidos. '


Tome estes três vezes por dia e volte para um check-up em uma semana.'
Uma semana mais tarde, uma tempestade de mulher entra no consultório do
médico. ' Doutor, o que você fez? Desde que comecei a tomar os
comprimidos, meus peidos tornaram-se insuportavelmente fedorentos! Você
deixou pior!'

"O Doutor responde com calma, 'agora que já curamos sua sinusite,
vamos começar a trabalhar na sua audição.'"

Meu sorriso é fraco. "Humm, bom".

"Você acha? Contei à minha mulher essa piada esta manhã no café da
manhã, e ela não achou engraçado."

Denny tem sido casado por cerca de cem anos com Phyllis, uma mulher
que nunca conheci, mas por quem tenho grande simpatia.

"Aqui é o meu andar. Tenha um ótimo dia, Denny."


"Te vejo por aí, garota", ele fala com as portas abertas e pisando fora do
elevador.

A área de recepção está deserta, assim como os cubículos. Tiro meu casaco
e cachecol, sento em minha cadeira e removo as bandas de borracha do
manuscrito que Portia me deu, quando no corredor que leva para os
escritórios executivos, um homem aparece, passos largos com confiança no
corredor com uma caneca na mão. Ele está de calça azul marinho e uma
camisa branca , o colarinho aberto e as mangas completamente acima de seus
antebraços fortes.

Meu coração para em meu peito.

É Michael Maddox, CEO da Publicações Maddox, o homem mais perfeito


que já viveu.

Sou apaixonada por ele há uma década. Inconvenientemente, ele é casado.

É um fato estranho que não importa o seu ritmo, Michael parece estar
sempre se movendo em câmera lenta, com uma suave brisa mexendo o cabelo
dele, um brilho dourado em volta da cabeça. Chamá-lo de belo estaria
fazendo um desserviço1. O homem é glorioso. Divino. Ele é uma escultura
que Michelangelo trouxe para a vida. Cabelo preto, ombros largos, um par de
olhos azuis que poderia derreter o aço, mas principalmente derreter a
calcinha. Ele, na verdade, tem uma semelhança impressionante com o Super-
homem.

E ele está vindo para mim!

Meu primeiro instinto é me esconder. Mas ele já me viu, então meu


desejo de me atirar debaixo da minha mesa, até que ele passe e desapareça foi
inutil.

1
serviço mal prestado; desfavor, prejuízo, transtorno.
"Olá." Ele pára na minha mesa e sorri para mim, e eu juro que ouvi os
anjos cantando. "Vejo que não sou o único com azar, trabalhando no fim de
semana. Como vai, Joellen?"

Ele é originalmente de Londres e tem esse sotaque britânico incrivelmente


suave, que fica ainda mais incrível porque ele acaricia as vogaisdo meu nome.
Que ele se lembra de mim em tudo me faz tremer toda.

"Bom dia, Sr. Maddox."

Obrigado, Deus, por permitir soar como um ser humano e não como o
playground de gritos das crianças do jardim de infância que eu estou dentro.

Observo seus lábios. "Quantas vezes tenho que te dizer para me chamar
de Michael?"

Eu quase desmaiei. Não só ele se lembra meu nome, ele se lembra de ter
falado comigo antes. Doce menino Jesus, o Natal chegou mais cedo este ano.

"Michael". Eu digo o nome com tanta reverência que confetes pequenos


de corações se derramam da minha língua. Não seja estranha! Pare de olhar
para ele! Feche a boca!

Eu olho para baixo, bochechas em chamas e percebo que estou segurando


o manuscrito tanto que meus dedos estão brancos. Esforço-me para respirar,
que é provavelmente a coisa mais difícil que fiz em anos.

"Espero que não tenhamos dado trabalho muito duro para você". Michael
olha de sobrancelhas franzidas no punho de ferro que tenho sobre o
manuscrito.

Eu descolo minha língua do céu da minha boca. "Só recuperando o atraso,


quero deixar tudo pronto pra próxima semana." Mentiras, mentiras, tudo
mentiras. Você é uma grande mentirosa. Gostaria de saber se seu cabelo é tão macio
quanto parece
"Muito bom! Eu adoro ver iniciativa."

Os olhos dele — o azul do céu de Verão sobre um paraíso tropical


desconhecido — sorri junto com o resto do seu rosto. Ele tem pequenas rugas
em torno deles, que de alguma forma só acrescenta à sua beleza. Ao contrário
das minhas, que me faz ficar desfigurada.

"Bem, eu amo tomar a iniciativa."

Assim que as palavras saem, quero enfiar meu punho na minha boca,
porque de alguma forma consegui transformar uma expressão inocente e
fazer parecer que estava propondo por sexo. Que é provado sem sombra de
dúvida quando Michael levanta as sobrancelhas.

"Você quer agora?" ele murmura, soando divertido.

Por que sou assim? Pergunto silenciosamente ao universo. Porque não posso
ser uma pessoa normal? Quando vai cair um piano na minha cabeça e acabar com
meu sofrimento?

Depois de um momento excruciante no qual Michael olha para meu rosto


queimando e minhas mãos pálidas impotentes tremulando ao redor do
manuscrito, ele tem piedade de mim.

"Eu vou deixar você voltar para ele, então. Deseja uma xícara de café?
Estou indo para a cozinha para pegar mais."

Eu balanço a cabeça, muito envergonhada para falar ou olhar para ele.

"Tudo bem. Saúde." Ele levanta sua caneca na despedida, então vai em
direção a cozinha.

Assim que ele está fora de vista, eu caio virada para baixo na minha mesa
e gemo.

Eu não deveria ser permitida sair em público.


Não vejo Michael novamente pelo resto do dia. Ele poderia ter se jogado
de uma janela para evitar ter que falar comigo novamente. Não que eu iria
culpá-lo. Eu sou uma perdedora, deve ser difícil para alguém como ele
respirar o mesmo ar que eu.

Quando eu saio, já está escuro e frio, como o interior do meu coração. E


alguns outros lugares do meu corpo. Eu estou tão profunda no modo de
auto-recriminação, que quando saio do elevador no meu andar, eu passo
direto por Mrs. Dinwiddle que está sempre em sua porta aberta.

"Ducky! Patinho!" Ela diz com uma voz animada.

Eu me viro e pisco para ela. "Olá, Sra. Dinwiddle. Desculpa, não vi você
aí. Estou um pouco distraída hoje."

Ela faz um gesto largo com a mão que está segurando seu martini,
causando derramamento do seu gim no assoalho de madeira. "Tenho
notícias!"

Penélope Dinwiddle é uma atriz de teatro aposentada de Yorkshire, na


Inglaterra, que encontrou a fama e a fortuna em uma peça de Shakespeare
que excursionou pela Europa durante os anos cinquenta e sessenta. Agora em
algum lugar depois dos seus 80 anos, ela não perdeu nem um pouco de sua
natureza teatral. Ela permanece usando batom vermelho e cílios postiços, em
um robe do chiffon fluido em lavanda e lingerie combinando, um boá branco
e todas as suas joias, incluindo a tiara de diamantes, dada a ela por algum
pequeno príncipe da família real Saudita.

Foi casada oito vezes. Kellen e eu a chamamos de Elizabeth Taylor de


SoHo.

Tonta de emoção, ela acena-me mais. Em algum lugar no apartamento,


sua cuidadora Filipina, Blessica, cuida do trio escandaloso de lulus da
pomerânia chamados de Taxa, Fi e Fo.
"Então você sabe, Kellen foi para a Escócia para o feriado." Sra. Dinwiddle
adiciona ênfase em cada palavra, porque não há nada que ela deteste mais do
que uma conversa maçante.

"Não, eu não sabia isso. Não falei com ele em alguns. . . "

"E seu primo o jogador de rugby ficará no seu apartamento! Fizeram


intercâmbio, sabe?" Ela tenta bater palmas, mas só consegue derramar mais
do seu martini.

Eu pondero esta informação. Então, a montanha é um jogador de rugby. E


ele e Kellen trocaram de apartamentos para o feriado.

Maravilhoso. A julgar pelo desempenho da noite passada, estou em


semanas de inferno.

"Blessica o encontrou esta manhã quando foi passear com os cachorros, e ele
contou a história toda ! Você sabe como ela pode fazer qualquer um falar. Ela me
disse que ele era esse homem bonito e grande, mas sua visão não é o que era
antigamente, coitadinha. Então eu o vi apenas a momentos atrás e a minha
palavra! Ele não é simplesmente grande — ele é gigantesco! "

De um bolso do roupão dela, ela tira um leque de seda chinesa, abre com
um floreio e começa a abanar o seu rosto, revirando os olhos em êxtase com o
pensamento de um atleta grande e bonito, vivendo no nosso andar.

"Sim, ele é enorme. E barulhento. Eu mal pude dormir com toda essa
confusão ontem à noite."

A abanação cessa. Ela olha para mim, perplexa. "Agitação"?

Isso é quando eu me lembro que Sra. Dinwiddle começa a beber às 01:00


da tarde todos os dias, porque é hora do cocktail em Londres. Toda a sua
vida ainda é executada em horário de Londres. Às 21:00, ela está anestesiada
em uma pilha de cachorros ressonando com Taxa, Fi e Fo na sua cama de
cetim rosa.
"Não importa. De qualquer forma, eu estava pensando em fazer lasanha
para jantar hoje à noite".

Sra. Dinwiddle franze o nariz. "Italiana"?

Eu resisti à vontade de suspirar. Porque sou patética e tenho zero vida


social, eu sempre faço o jantar para a Sra. Dinwiddle nas noites de sábado,
mas infelizmente minhas primeiras sugestões são geralmente recebidas com
uma clara falta de entusiasmo. Divas são notoriamente esquisitas.

"Que tal torta?"

"Oh, linda!" Ela clareia, golpeando-me timidamente com leque. "Eu não
como isso há séculos. Lembra-me o tempo que eu atuei em Lady Macbeth no
Piccadilly e eu conheci este ajudante de palco que estava estudando para ser
um chef. . . "

‚Te‖vejo‖em‖uma‖hora",‖ interrompi antes que ela possa fazer uma cena


poética sobre um dos seus meninos de brinquedo de outrora.

"Tudo bem, Ducky! Ta!"

"Ta", sussurrei, pisando no corredor, irracionalmente irritada que uma


mulher de oitenta anos de idade tem memórias melhores do que qualquer
coisa que poderia possivelmente conjurar nas minhas fantasias mais lascivas.

Meu período de seca sexual se passa há tanto tempo que é menos uma
seca e mais uma praga bíblica.

Abro a porta para encontrar o gato deitado no meio do chão da sala, como
se ele tivesse sido baleado por um caçador. "Oi, Sr. Bingley."

Ele não levanta a cabeça até que a porta fecha-se atrás de mim, em
seguida, ele fica em pé como se alguém o tivesse cutucado com um ferro
quente e descontroladamente olha em volta. Me olha, então finge indiferença
e começa a balançar sua cauda.
"Você não me engana, gatinho. Você não é assim tão calmo. Vamos lá,
ajude-me a fazer o jantar."

Ele me segue para a cozinha, mas não muito depressa, certificando-se de


que eu sei que isso foi ideia dele e não minha.

Eu o alimento, abro um saco de batatas fritas sabor sal e vinagre para


fazer um lanche enquanto faço o jantar, em seguida preparo todos os
ingredientes para a torta. Pré-aqueço o forno, corto os legumes e coloco uma
panela de água com sal para ferver no fogão para as batatas. Estou no meio
de assar o cordeiro, alho, cenouras e cebolas, quando a música inicia-se no
fim do corredor.

Vem no máximo abruptamente, como se alguém tivesse em fones de


ouvido e puxou o plugue — tudo muito alto, guinchando riffs de guitarra e
trovejando a bateria, alto o suficiente para balançar minhas janelas. Em
seguida uma voz entra em ação, cantada por um homem que parece como se
seus hobbies são fumar crack e engolir lâminas de barbear.

Tem volta, eu vou ficar de olho em você, filho da puta

Podemos ser gangsters, filhos da puta, para a vida!

"Ele tem que estar brincando", digo para o gato, que brandamente pisca
em resposta, tipo, ele obviamente não está.

Eu desligo o forno, pauso a colher de pau e, pela segunda vez em vinte e


quatro horas, marcho minha bunda no corredor, para bater na porta do meu
novo vizinho.
TRÊS

Desta vez, quando a porta se abre, estou preparada. Ou eu teria estado, se


a Montanha estivesse usando seu kilt, seus shorts e capuz ou praticamente
qualquer coisa, mas o que ele está vestindo.

Uma toalha de banho branca pequenininha, mantida fechada com um


punho e nada mais.

Seu cabelo está molhado. Peito amplo, tatuado e brilhante com gotículas
de água. A toalha é tão pequena que se divide aberta sobre uma perna como
a fenda de saia, dando uma vista de coxa musculosa nua tão provocante e
provavelmente ilegal em alguns países.

Olho com olhos largos para a perna dele, e digo, "Uh...."

A montanha sorri para mim. "É a segunda vez que eu te deixei sem
palavras, moça. Imagine o que aconteceria se eu deixasse cair a toalha. Eu
provavelmente teria que chamar uma ambulância."

Okey, eu vou dar-lhe isto: o sotaque é quente. Aqueles rolamentos Rs —


Ufa! Meus ovários estão abanando-se. Mas ele é obviamente cheio de si. E
quem atende a porta seminu? Duas vezes!

Um narcisista com péssimo gosto pra música, que é quem ele é.

Eu enquadrado meus ombros e me forço a olhar nos olhos dele. "Pode


baixar essa música? Está muito alta, e eu tive que ouvi-la toda a noite passada
—"

Ele põe a mão no ouvido e abana a cabeça, como se não me ouvisse.


Grr.Eu grito, "pode por favor abaixar a música?"

Mas ele perde o interesse no que estou dizendo e está agora cheirando o
ar, inclinado para a frente com as sobrancelhas sulcadas e seu nariz para
cima, como um cão.

"Que cheiro é esse?"

Na minha pressa, deixei a porta do apartamento aberta atrás de mim. O


perfume do cozido de cordeiro permeia o salão. "Torta!" Eu grito sobre o
ruído. " Por favor,você pode. . ."

Ele passa por mim, atravessa o corredor e entra no meu apartamento,


como se fosse dono do lugar.

"Ei!" Vou atrás dele, mas decidi correr no apartamento de Kellen e


desligar a música primeiro. Estive lá algumas vezes, então eu sei onde é o
aparelho de som, e rapidamente aperto o botão de desligar. Silêncio
misericordioso surge instantaneamente. Então corro para minha casa em
pânico, frenética, lanço um cobertor sobre o monte de roupa limpa, que eu
ainda não tinha dobrado e que está espalhada pelo meu sofá.

É um monte de meias e calcinhas, claro.

Acho a montanha em cima do meu fogão, comendo na panela do


cordeiro e legumes com os dedos.

"Ei! O que raio se passa com você?" Eu vibro em torno dele como uma
borboleta ao redor de um leão, debilmente dando tapas nas mãos dele. "Tire
suas patas do meu jantar!"

"Elas estão limpas," ele diz inocentemente, lambendo os dedos. "No caso
de você não poder dizer, acabei de sair do chuveiro." Então ele pisca para
mim.

Piscadelas!!!.O homem obviamente tinha muitas concussões.


Eu arrebato a panela fora do fogão e fico no meio da cozinha, ele
segurando por uma alça e eu encarando-o. "Poderia sair agora? E manter a
música para um volume baixo? Há outras pessoas que vivem neste prédio,
além de você, sabia?"

Ele lambe os lábios e passa as mãos pelo seu cabelo molhado, o que
mostra todos os músculos em seu braço. Gostaria de saber quantas vezes ele
praticou esse movimento na frente de um espelho, o pavão exibido.

"Você não vai me convidar para jantar? Posso ajudar você a dobrar a
roupa." Ele diz, com aquele sotaque de arrasar e um brilho nos olhos. Tenho
uma fantasia breve, mas satisfatória de esmagar a panela contra sua cabeça
grande e vaidosa. Jamie Fraser do Outlander, é claro que ele não é.

"Eu sou Cameron, a propósito. Estou no apartamento do meu primo


Kellen para — "

"Eu sei", eu digo, o afastando. Por que ele não sai?

"E você é...?"

"Joellen. Muito prazer. Adeus".

Ele olha em torno de meu apartamento. "O quê, você não quer me
apresentar ao seu namorado?"

"O que eu quero é acabar o meu jantar e não ter um estranho meio nu,
molhado com mais músculos que educação parado na minha cozinha."

O sorriso de Cameron fica enorme, deslumbrante, no modo sou tão


irresistível. "Então você reparou nos meus músculos e você não tem um
namorado."

Por um momento, eu estou estupefat.a Ele está flertando comigo?

Então sei que não, ele não está flertando comigo. Ele está provocando .
Porque obviamente uma mulher como eu — gorda, usando óculos, sozinha
num sábado à noite com seu gato e uma cesta cheia de calcinhas da vovó—
não tem um namorado.

Mr. Bingley se senta aos pés de Cameron, olhando para ele como se ele
quisesse ser apanhado e aconchegado. Traidor.

Com toda a dignidade que pude reunir, arrumo minha postura e empino
meus ombros. "Se você me der licença,"digo friamente, "Tenho um encontro
para jantar. Você está me atrasando."

"Oh". Ele parece desconcertado, como se a possibilidade que eu estou


dizendo a verdade sobre ter um encontro é tão estranha, que ele não sabe o
que fazer com ela Ele provavelmente acha que eu ganhei um leilão de
solteiros ou algo assim. "Bem. Bem, então. Tenha uma boa noite."

Ele se vira e vai embora sem mais uma palavra, deixando-me a olhar para
o traseiro perfeito, em retirada.

Porque é que a vida é tão injusta que dá toda a beleza para as pessoas
menos merecedoras?

Exceto Michael Maddox. Ele é lindo, tanto dentro como fora.

Ponho a panela no fogão e volto a ligar o fogo, então fecho a porta da


frente. Mas não, antes de dar uma última olhada na montanha, que está
fechando sua própria porta assim como estou fechando a minha. Com um
timing perfeito, ele gira em torno, tira a toalha da cintura e deixa cair no chão,
então a última coisa que vejo é um tiro de esconde-esconde de sua bunda nua
quando a porta fecha.

Eu sou muito jovem para a menopausa, mas, menino, este flash quente é
um caso raro! Jantar com a Sra. Dinwiddle é a hora de ouvir
histórias sobre sua juventude, ponho comida na minha boca e ela
bebe martini depois do martini ela alimenta os cães no prato dela. Blessica,
sua cuidadora, tem cerca de 60 anos e a energia de uma criança. Ela se agita
no apartamento, limpando as coisas que não precisam ser limpas, geralmente,
me fazendo sentir como um bicho-preguiça em comparação. Ela nunca
deixaria uma pilha de roupa desdobrada no sofá.

Enquanto isso, Sra. Dinwiddle está cantando uma versão enrolada de


"Danny Boy", em honra a um jovem irlandês com quem teve um caso
escaldante, quando era uma menina e que se afogou no mar quando seu pai
se recusou a permitir que eles se casassem.

Não estou inteiramente certa que a história é verdadeira, mas acho muito
romântico.

Blessica ajuda a Sra. Dinwiddle a ir para cama, lavamos os pratos do


jantar, depois vou sozinha para o meu apartamento, sonhando com a
possibilidade de esbarrar em Michael novamente no trabalho, a única coisa
para ansiar no meu futuro.

Estou abrindo minha porta do apartamento quando ouço um gemido


longo e baixo, vindo por trás de mim.

Eu franzo a testa para a porta fechada de Kellen. O gemido vem


novamente, seguido por uma batida que sacode o batente. Então uma voz de
homem baixa começa a murmurar indistintamente quando os gemidos e
barulho aumentam. Eu coloco dois e dois juntos quando os gemidos
assumem a forma de um nome.

"Cam! Oh Deus, Cam, sim, sim, Sim! "

Não, não, não. Ele está transando com alguém! Contra a porta!

Não, ele não é apenas este escocês playboy rude, embriagado com hábitos
de exercício questionável, ele tem relações sexuais em pé! Quem faz isso?

Baque. Baque. Gemido. Baque.

Aparentemente, ele esta.


Chocada, fiquei com o prato de sobras da torta até que as batidas e
gemidos atingem um clímax barulhento. Os gritos da mulher como uma
sirene de ataque aéreo. Cam grunhe algumas palavras ininteligíveis — algo
sujo, tenho certeza, mas eu não consigo ouvir — e então faz um som como
um lobo feroz, que gera um arrepio em todo o cabelo na parte de trás do
meu pescoço.

Então, silêncio e eu sinto que eu preciso tomar um banho. Em lixívia2.

Irritada que agora sou uma co-participante relutante nas histórias sexuais
do Montanha, eu grito do outro lado do corredor, "ela está fingido, muito!"

Entro e bato com força a porta atrás de mim.

Que porco.Ele é um absoluto animal! Um homem arrogante, vaidoso,


egocêntrico e insuportável prostituto!

De seu poleiro na parte de trás do sofá, Mr. Bingley olha com interesse
como eu marcho para a cozinha, jogando com violência o prato de restos de
comida na geladeira. " Vou reclamar para o síndico logo de manhã," digo ao
gato enquanto bato a porta do geladeira. "Não devemos ter que lidar com este
idiota e sua música e festas e conexões verticais explícitas! Eu trabalho para
viver! Eu pago minhas contas! Eu não deveria ser submetida a. . . "

Bum, bum!

Paro de-repente, alguém está batendo na minha porta da frente. "Quem


é?"

A resposta é abafada, mas clara o bastante. "Pare de ficar espionando,


pare de gritar como se estivesse em uma peixaria ou eu vou chamar a
síndico!"

2
lavar (tecido) por meio de lixívia; pôr na barrela dissolução e remoção dos constituintes de
rochas e de solos
Eu suspiro ultrajada. É Cameron. Acusando- me de espreitar!

Eu marcho para a porta, abro e dou de cara com o grande idiota, então
grito, ‚eu que vou chamar o síndico, porque você é barulhento, desagradável
e rude!"

Meu discurso perde um pouco de vapor quando percebo que ele está
sorrindo. E — claro — ele está suado e com os pés descalços, vestindo apenas
um par de calções esportivo preto e tão apertado que a protuberância na
frente praticamente grita Olhe para mim!

Minha nossa!. Esta besta é um pacote de sexo quente.

" Você está olhando de novo para o meu fazedor de bebês,moça" diz o
Montanha com uma risada baixa. "Isso vai se tornar um mau hábito seu, né?"

Sinto vapor saindo dos meus ouvidos, todo o meu rosto fica vermelho,
cerro as minhas mãos para me impedir de saltar no pescoço dele. "Se você
não se exibisse semi-nu o tempo todo. . ."

"Exibir?” ele repete, uma sobrancelha levantada. "Cameron McGregor faz


não se exibe."

". . . as pessoas não têm de sujeitar-se a visão de seu corpo . . ."

"Você faz parecer como se fosse um castigo."

". . . abordando em suas próprias casas, enquanto estão tentando cuidar


das suas vidas. . ."

"Quando eu sei que de fato realmente apreciam."

Minha boca fica aberta. "O quê?"

Ele sorri. "Você me ouviu. Eu sei quando uma mulher me quer."

Estou surpresa que ele não exploda em pequenos pedaços 1 milhão de


homens das cavernas a partir do olhar termonuclear, que lhe dou. "Para sua
informação, você é o último homem do planeta que me atrairia. Apesar de sua
opinião obviamente superestimada de si mesmo, você não é meu tipo."

"Oh, realmente?" Ele ainda está sorrindo, seu sorriso ridículo, vaidoso e
branco , com suas mãos nos quadris. "Então por que você sempre está me
encarando como se eu fosse almoço e me olhando através de seu olho
mágico?"

"Você está louco," Eu disse categoricamente.

Ele empurra o queixo em direção à janela redonda pequena no meio da


minha porta. "Fica escuro quando sua cabeça está lá, bloqueando a luz. Eu
diria que você olhou para mim por cerca de cinco minutos enquanto eu
estava alongando hoje ', moça. "

Droga. Ele sabia que eu estava assistindo.

Meu rosto em chamas, encarando-o. Ele sorri para mim. Isso dura por um
desconfortavel longo tempo, até que uma voz de mulher flutua para o
corredor.

"Cam, entra aqui! Ainda não terminamos!"

Olhando para mim, diz casualmente por cima do ombro, "Sim,


terminamos querida. Eu vou chamar um táxi."

"Wow. O que?Um cavalheiro".

Ele dá de ombros. "Ela sabia do acordo. Não vai para casa com um
desconhecido, depois de uma bebida se você estiver interessado em um
relacionamento a longo prazo."

Esse cara é uma verdadeira peça."Okey! Número um? Você é nojento.


Número dois? Essa conversa acabou. Número três? Se você continuar com o
barulho, não só vou ligar para o síndico, como vou chamar a polícia."
Ele coça a cabeça, me olha de cima a baixo, em seguida, pronuncia, "Você
está tensa. Acho que seu encontro não foi tão bom quanto o meu, hein?"

De repente, eu entendo como há casos de pessoas racionais que podem


perder a cabeça e cometer um assassinato em um acesso de raiva. "Foi um
prazer, McGregor." Bato a porta, que se fecha em seu rosto com um baque
alto, satisfatório.

Pela porta, ele diz, "Eu vou fazer um trato com você , Joellen."

"Se envolver você engolindo um frasco de veneno, estou dentro".

"Faça-me uma das suas tortas de cordeiro e eu vou ficar quieto como um
rato. Sua torta pelo meu silêncio." Uma sugestão de riso aquece a voz dele.

"Torta. Eu entendi. Hilário. O que você tem? 10 anos de idade?"

Como resposta, recebo duas batidas afirmativas curtas na minha porta,


como se nós tivessemos um acordo, embora eu não concorde com nada. Em
seguida, fecha a porta no fim do corredor, e eu fico ali olhando para um
pedaço de madeira pintada, feito uma idiota.

Quando me viro, Mr. Bingley está ocupado lambendo amorosamente o


lugar onde os seus testículos costumavam estar.

"Ugh. Homens. Tudo o que vocês pensam está entre as pernas!"

Eu me consolo com o pensamento de Michael Maddox, quem tem mais


classe em seu dedo mindinho, do que aquela besta no fim do corredor, tem
no corpo todo.

Quando ouvi a porta da fera abrir e fechar de novo, eu me recuso a ir para


o olho mágico para obter um olhar para a garota que ele comeu em pé,
mesmo que quase me mate.
QUATRO

"O que o absorvente disse para o pum? Você é o vento sob as minhas
asas!"

"Denny, é 08:00 na manhã de domingo, e ainda não tomei meu café, não
estou mentalmente preparada para piadas de peido."

Entro no elevador do trabalho com o entusiasmo de alguém subindo as


etapas da forca e me encosto contra a parede, olhos turvados. Eu tive cerca de
duas horas de sono ontem à noite, graças ao concerto de rap que aconteceu
no apartamento de Kellen.

Duas vezes eu peguei o telefone para chamar a polícia e fazer uma


reclamação de barulho e duas vezes desliguei antes de antenderem. Apesar
das minhas ameaças para Cameron, realmente não gosto de ser escalada para
o papel da solteirona ranzinza, que odeia diversão, e que gosta de acabar
com a alegria dos outros. Mesmo que eles sejam idiotas egoístas. Em vez
disso dormi com um travesseiro na minha cabeça, prometendo-me que
investiria em um bom par de tampões de ouvido pela manhã.

Eu tive os sonhos mais loucos de guerreiros escoceses na batalha, só que


desta vez todos eles usavam toalhas de banho branca pequena em torno de
seus quadris.

Não permito-me considerar por que todas essas toalhas de banho tinham
grandes protuberâncias na frente. Eu suspeito que este é um tópico para um
terapeuta treinado.

"O que você ganha quando você come feijão frito e cebola?"
Eu suspiro e fecho os olhos. "Denny,pelo amor de Deus."

"Gás lacrimogêneo!"

Denny cacareja como uma velha, rindo da própria piada, enquanto eu fico
com os olhos fechados, ponderando as escolhas da vida que me levaram até
este momento.

"Por que meninas não peidam? Porque elas não são cuzonas até que
estejam casadas!"

"Okey, esta é um pouco engraçada," admito a contragosto, mas só porque


estou no humor de odiar os homens.

"É um dos favoritos da minha mulher, também."

Pobre Phyllis . A mulher é uma Santa.

O elevador me cospe no trigésimo terceiro andar no meio de outra piada


de peidos, desta vez envolvendo o Papa. Digo adeus a Denny e sigo para a
minha mesa, esperando ser a única no trabalho no raiar do dia de domingo,
mas para minha grande surpresa, não estou sozinha.

Michael Maddox está parado na janela, olhando para o céu cinzento de


dezembro de manhã com as mãos enfiadas nos bolsos das calças e seus
orgulhosos ombros arredondados com um peso invisível.

Paro de repente em meus passos. Meu coração salta em minha garganta.


Todas minhas terminações nervosas sentam e gritam rr-ow!, como Mr.
Bingley, quando ele quer o seu jantar.

Michael parece que pode ter dormido em suas roupas. Seu cabelo está
desarrumado, sua camisa está enrugada, as calças normalmente bem
passadas estão visivelmente amarrotadas. Uma sombra de barba escurece seu
queixo quadrado, e mesmo assim o homem é lindo.
Devo ter feito um gemido de luxúria, porque Michael vira e me vê ali,
olhando para ele embasbacada, hormônios alimentados pelo estupor.

"Oh", diz ele, assustado.

Ah, na verdade. Quanta baba deve ter revestido meu queixo?

Afobada, eu gaguejo, "Eu... Desculpa. Eu não quis incomoda Eu só... só....


"

Meus lábios não estão funcionando bem. Meu cérebro se recusa a


coordenar com a minha língua, que fica dentro de minha boca como se
tivesse sido atropelada, pisoteada até a morte e juntando moscas.

"Você está trabalhando hoje de novo?"

O universo deveria ter tido pena de como eu sou absolutamente patética,


porque finalmente permite-me o poder do discurso. "Sim".

Michael respira, enquadra os seus ombros e, em seguida, sorri. No


entanto é forçado; mas lindo. "Nós não podemos estar pagando bastante para
este tipo de dedicação."

Tire todas as suas roupas e eu vou considerar-nos empatados.

Eu rio. Isso parece desequilibrado, como eu tivesse recentemente cheirado


cocaína.

Ele pisca para mim e uma onda de calor sobe de meu pescoço para meu
couro cabeludo. Dou um sorriso envergonhado e meus olhos saem dele para
correr sobre a minha mesa como alguns roedores noturnos em busca de
alimento. Eu desmorono em minha cadeira. Ele range em protesto e desinfla
seis polegadas em seu cilindro pneumático, fazendo com que eu fique bem
mais baixa que a mesa com minha bolsa volumosa enfiada sob meu queixo.

O que é como Michael me encontra.


"Oh querida. Está tudo bem?"

Ele para perto, em sua altura divina, genuinamente preocupado com a


situação ridícula da tola menina mortal de jaqueta da cor rançosa sopa de
ervilha que sua mãe deu para ela quando se mudou para Nova York há
muito tempo e ela não tinha coondições de trocar.

Ah, pensando bem. Você é uma vaca gigante, impiedosa.

"Tudo bem", eu falo,com as bochechas em chamas. Com toda a dignidade


que eu possa reunir — que não é muito — eu empurro a cadeira para trás,
fico em pé, coloco minha bolsa na mesa e reajusto a cadeira, ao mesmo tempo
ciente da presença de Michael.

Ele deve pensar que sou um desastre absoluto de ser humano. Ele deve pensar que
sou uma gaga, desajeitado, que não tem a coordenação de uma cabra perneta.

Ele deve achar...

"Acho que temos de substituir a cadeira." Ele olha de sobrancelhas


franzidas no objeto em questão como se o ofendesse o fato da cadeira se
recusar a suportar mais estoicamente o meu peso.

Eu tomo isso como evidência de sua gentileza e quase desmaio. Dou por
mim antes de meus joelhos envergarem e tento me equilibrar casualmente
contra a mesa, mas estou muito longe, então minha pose casual se transforma
em um altamente estranho cambalear até que minha coxa colide com a
borda da mesa com uma batida que derruba o pote de canetas próxima ao
computador e deixa o calendário de gato mal-humorado, balançando de um
lado para o outro.

Eu literalmente mataria uma criança pequena, agora para ter o poder da


invisibilidade.

"Você parece fora de si como eu estou," diz Michael com um sorriso


melancólico. "Espero que o seu sábado tenha sido melhor que o meu."
Eu congelo. Ai meu Deus!. Isso foi um convite para falar sobre sua vida pessoal?
Ele está me perguntando sobre minha vida pessoal? O que eu faço? O que devo
dizer?

Após alguns momentos, quando se torna claro que sou incapaz de agir
como um adulto de funcional, o sorriso de Michael vacila. "Bem, eu vou
deixar você ir."

Quando ele se vira para ir embora, eu digo, "Sim!"

Assustado, Michael volta e me olha com os olhos arregalados. "O quê"?

Faço uma promessa que se eu conseguir ficar sessenta segundos sem agir
como um fugitivo do hospício, vou tratar-me e jantar na cantina italiana na
rua do meu apartamento, com uma garrafa de vinho e tudo.

"Eu quis dizer, sim, estou de mau humor." Digo isto roboticamente,
concentrando em fazer meus lábios formarem direito os sons enquanto meus
hormônios estão dando voltas de cem milhas por hora em meu sistema
nervoso como em corridas de Fórmula 1. "Eu não tenho dormido bem nas
últimas noites. Eu tenho um vizinho novo, que aparentemente está tentando
deixar-nos surdos com sua música. Não sabia que estéreos poderiam ser
usados como dispositivos de tortura."

As pequenas linhas ao redor dos olhos azuis de Michael enrugam


encantadoramente. Minhas palpitações no coração são tão extremas,que eu
fico lá e tento não morrer.

"Eu tive um vizinho assim."

Não consigo imaginar alguém desumano o suficiente para perturbar essa


bela criatura em sua casa, que é provavelmente um castelo dourado nas
nuvens, formada por querubins e unicórnios. "O que você fez?"
Flashes de uma covinha na bochecha, e todos os meus hormônios
abandonam sua corrida louca por minhas veias e colapsam em uma pilha
suspirando aos pés de Michael.

"Fui à casa dele, expliquei que ele estava me perturbando e pedi-lhe para
parar."

"E isso funcionou?"

"Não, na verdade só fez piorar. Então, eu bati nele." Ele ri de minha


expressão chocada. "Estou brincando. Fiz uma queixa à polícia, e eles
cuidaram disso."

Porque toda minha concentração alternou de formar palavras para


combater o desejo de me apoiar e cheirar o pescoço de Michael, quando tento
sorrir eu acabo estranhamente, descobrindo os dentes em vez disso.

"Isso é provavelmente o que deve fazer," diz Michael, olhando para mim
com cautela. Tenho certeza que ele está querendo saber se ele vai precisar de
algo afiado para defender-se.

Querido Jesus, me leve. Por favor, me mate agora.

"Você está certo. Sei que você está certo." Supero a vontade de bater com
minha cara várias vezes na minha mesa, eu aceno como um boneco. "Mas ele
mora do outro lado do corredor , e não quero vê-lo depois disso. Ele saberá
que fui eu quem denunciou-o, porque já o confrontei sobre isso."

Um pequeno e adorável vinco forma entre as sobrancelhas de Michael.


"Está preocupada se ele vai retaliar? Esse cara é algum bandido?"

Eu sei que é só minha imaginação que faz parecer que Michael e seu tom
de voz parecer preocupado, mas meu coração não se importa. Começa a bater
descontroladamente contra minhas costelas, como se ele estivesse tentando
fugir da prisão.
Meu sorriso de texugo raivoso faz uma reaparição. "Bem, ele é um jogador
de rugby! Quem sabe do que o cara é capaz!"

Joellen, você é tão inútil como luvas para uma cobra.

Mas Michael parece encontrar a verdade em minha afirmação ridícula,


porque seus olhos alargam em alarme. "Bom Deus , viver ao lado de um
homem de rúgbi? É como viver ao lado de um gorila! Definitivamente você
não deve confrontá-lo novamente, Joellen. Deixe para as autoridades."

"Sério?"

Ele acena vigorosamente. "Acredite em mim, tive minha cota de encontros


com esses tolos, quando estava em Oxford. Eles são animais. Animais
apaixonados por si mesmos. Jogadores de Rugby levam o termo egocêntrico
para um nível totalmente novo."

Dou por mim acenando a cabeça, também. "Sim, que basicamente


descreve Cameron McGregor em poucas palavras."

Sobrancelhas de Michael sobem. "Seu vizinho é Cameron McGregor?"

Por que ele parece tão horrorizado? " Hã, sim?"

"O capitão da equipe nacional da Escócia, os Red Devils? Este Cameron


McGregor?"

"Honestamente, não faço ideia para qual equipe ele joga. . ."

"1:95 m, cabelos castanhos desarrumado, construído como um arranha-


céu, coberto de tatuagens?"

"Acho que é ele, sim."

Michael. "Cristo. Acho melhor você se mudar."

Meu coração afunda. "Oh Deus. Isso soa mal."


"Eu não sei se você acompanha esportes, mas seu vizinho está em todos os
jornais e geralmente não por sua performance em campo. Bar, brigas,
escândalos sexuais, sendo a embriaguez e desordem em público...
Temperamento do McGregor é quase tão famoso como suas mulheres. Os
tablóides de fofoca no Reino Unido chamam ele de Príncipe Playboy por
causa do grande número de suas conquistas."

Michael enruga o nariz ,quando diz o apelido, prova sem sombra de


dúvida que ele é um cavalheiro de primeira ordem. Só um homem
verdadeiramente bom, de carater excepcional reprovaria a capacidade de
outro homem de levar uma horda de mulheres a baixar suas calcinhas.

"Ele está se esforçando para ganhar esse título deste lado do oceano,
também," Eu me queixo, pensando no sexo na porta e festas de strip poker e
risadas. Tenho medo do que presenciarei quando for para casa esta noite. A
luta livre na piscina infantil com gelatina de repente não parece tão absurda.
Eu suspiro, balançando a cabeça. "Espero que eu não encontre com ele no
corredor novamente."

"Fique longe dele, Joellen."

Michael diz com uma firmeza excitante, com dominância, como se fosse
uma ordem que ele espera ser obedecida. Por isso que meus ovários sentam
e imploram — línguas para fora, rabos abanando — não sei, mas, Senhor como
eu queria que ele usasse esse tom novamente.De preferência, enquanto eu
abaixo em meus joelhos, com minha calcinha em meus tornozelos.

Inspecionando o meu rosto, Michael inclinou sua cabeça. "Suas bochechas


acabaram de ficar vermelho brilhante. Está se sentindo bem?"

"Sim."Eu disse, minha voz estrangulada.

Jesus? Satanás? Alienígenas do espaço sideral? Alguém pra ajudar uma pobre
coitada a se mexer? Pontos de bônus se você se apressar.
"Eu disse algo errado? Espero que não ter ofendido você."

Agora ele me olha com alarme evidente em seus olhos azuis.


Provavelmente é só porque ele é meu chefe e não quer ser processado por
assédio sexual, mas por um momento, permito-me simplesmente entender o
prazer de ser o objeto de preocupação de um homem bonito, elegante.

Olhando para meus pés, resmungo, "Nada do que diz pode ser ofensivo
para mim. Eu estou apenas. . . "

"Fora de si."

Eu olho para encontrar Michael sorrindo para mim. Ele deve ter
adivinhado o efeito que tem sobre mim, porque o sorriso dele é gracioso,
como um benevolente rei, passando em sua carruagem dourado e jogando
moedas para os mendigos.

Este homem pode fazer algo de errado?

"Sim. Exatamente". Eu aceno, de olhos arrgalados. "Fora de mim."

"Ambos estamos." Seu sorriso vacila. Ele olha para longe. Os olhos dele
escurecem, e uma sombra parece passar sobre o rosto. Em uma voz diferente,
ele diz, "quem me dera o meu único problema fosse um vizinho barulhento."

É isso. Desde que ele está aqui falando comigo, me tratando como um
verdadeiro ser humano e balançando um suculento boato sobre sua vida
pessoal por aí — novamente — eu estou indo para ele.

"Está tudo... okey?"

Ele olha para mim. Sua mandíbula trava por um momento e, em seguida,
ele faz um pronunciamento tão inesperado que quase me faz cair de costas.

"Eu estou me divorciando."

"Oh!" Eu cubro minha boca com a mão. "Michael, sinto muito!"


Eu não sinto muito, nem um pouquinho e provavelmente vou arder no
inferno por essa mentira e como fico exultante, com a horrível notícia deste
pobre homem. Seu casamento está acabando, e enquanto isso poderia
iluminar dez quarteirões da cidade com meu brilho jovial. Estou
incandescente de felicidade e tenho que me conter pra não fazer uma dança
alegre ao redor do meu cubículo.

Eu sou uma pessoa terrível, terrível.

"Obrigado," ele diz solenemente. "No entanto, não foi exatamente


inesperado. Temos tido problemas por anos. . . "

Ele fica distraído, perdido em pensamentos, enquanto eu começo a


mentalmente projetar meu vestido de casamento e planejar nossa lua de mel.
Então ele retoma a concentração e sorri. Parece quase tímido.

"Me desculpe. Não sei por que falei isso. Ninguém mais sabe. Nós ainda
nem dissemos às nossas famílias."

Os olhos dele pedem para eu ser discreta com seu segredo, então
naturalmente me apresso para deixar sua mente à vontade. "Você tem minha
palavra que não direi para ninguém coisa alguma." Isso soa muito mais
convincente do que a minha próxima sentença, que é outra mentira gritante.
"Só lamento isto estar acontecendo com você."

Michael me olha por uma batida mais de tempo do que é confortável e,


em seguida, murmura, "Obrigado, Joellen. Você é sempre tão boa."

Sou boa? Eu sou legal? É legal como um par de sapatos confortáveis, ou


legal como uma dança no colo?

Michael imediatamente muda de assunto, então não tenho que dar-me


um aneurisma cerebral, tentando decifrar o significado de uma inócua
palavra de três letras. "Então, você vai para a festa de Natal do escritório?"
A festa de Natal do escritório é um exercício anual de humilhação para
mim, semelhante a ter minha pele toda descascada e sendo lançada em um
tonel de água salgada quente. Eu não sou exatamente extrovertida para
começar , mas em pé em torno de um grupo de colegas, um copo de vinho
tinto ruim, enquanto estou vestida com uma roupa que parecia bem na loja,
mas de alguma forma se transforma em um traje de palhaço quando saio em
público é o topo da lista de coisas chatas dos feriados.

Inevitavelmente, vou derramar comida na frente da minha blusa, deixar


escapar algo totalmente ofensivo ou completamente patético e ser ignorada
ou ser alvo de pena por não ser bonita como todo mundo. Então Portia virá
ficar perto de mim com seu sorriso minguante, cheirando a desdém, e eu vou
recuar para um canto escuro qualquer do salão de baile caríssimo, para que
possa desfrutar de auto-indulgência e me empaturrar de comida para alegrar
o meu coração.

Mas cada ano Michael vai, então, todo ano eu vou. E este ano, ele está se
divorciando..

"Sim". Surpreendo-me de como pareço entusiasmada. "Eu definitivamente


estarei lá."

"Bom.Me reserva uma dança?"

Seu sorriso é quente, e então minhas partes baixas também.

Puxa vida. Michael Maddox quer dançar comigo na festa de Natal, na


frente de outras pessoas. O inferno congelou oficialmente.

"Claro", eu disse casualmente, como se meu aparelho digestivo não tivesse


se transformado em geleia.

Ele sorriu para mim, por mais um momento e, em seguida, inclina a


cabeça na despedida e sai. Eu o vejo descer pelo corredor, sua marcha fácil e
confiante, sua postura muito mais leve do que antes. Então eu sou atingida
por um raio de terror.

A festa de Natal do escritório é em menos de um mês.

Eu me jogo na minha cadeira, ligo meu computador e pesquiso no google


como perder rápidos 20 Kg.
CINCO

Quando deixo o trabalho no domingo à tarde, termino a edição do


manuscrito e o resultado me deixou tão ansiosa quanto o fato, de conseguir
atingir minha nova meta, de transformar-me em uma deusa esbelta, no
tempo normalmente necessário para usar um vestido tamanho P. Okey,
"Deusa" é um exagero, mas estou pensando positivo. A internet está repleta
de exemplos do poder da mente sobre a matéria, para alcançar seus objetivos,
e quem sou eu para questionar a palavra de alguém chamado SkinnyGirl69,
que afirma ter perdido metade do seu peso em um mês seguindo uma dieta
simples de comer nada, somente ar?

Então, basicamente, eu vou entrar em uma dieta de acidente composta de


respiração. Se eu não cair morta, eu definitivamente vou estar magra pelo
Natal. Parece ser um risco razoável para mim.

Não vi Michael novamente pelo resto do dia e eu sou covarde demais,


para ir até a área de escritório executivo para dizer adeus. Além disso, nossa
conversa tinha terminado tão bem que nada que eu fizesse poderia melhorá-
la e o risco de arruinar tudo era muito real, então fui embora antes que o
destino decidisse que eu ainda deveria ter mais diversão e derrubasse o
edifício com um terremoto daqueles.

Estou abrindo a porta do apartamento quando um vozeirão por trás de


mim me faz pular.

"Onde está minha torta, moça?"


Gah. É ele. Por cima do meu ombro, mando um olhar gelado que deixaria
orgulhosa até Portia Cameron. "Como você pode ver, literalmente, acabei de
chegar em casa. Não tenho uma bolsa mágica de produção de torta."

"Desculpas, desculpas! Em seguida vai me dizer que ficaram sem comida


no mercado!"

Eu me viro e explodo com a medida de minha antipatia, saindo pelos


olhos como uma saraivada de balas. "Algumas pessoas têm que trabalhar para
viver, okey? Não tive a chance de ir ao supermercado comprar as coisas para
sua maldita. . . " Estou prestes a continuar, mas isso é quando eu notei a sua
escolha de moda mais recente e mais uma vez fiquei sem palavras.

Depois de um momento durante o qual ele simplesmente sorri para mim,


recupero meus sentidos. "Está usando... meia-calça? "

"O que, isto?" Ele faz um meio giro em suas pernas musculosas, que estão
cobertas por uma malha amarela, elástica, com um tecido lustroso que se
agarra dos tornozelos até os quadris, deixando nada para a imaginação.
Destacando cada ondulação e bojo — especialmente a protuberância em sua
virilha.

É desumanamente grande. Estou certa de que ele tem uma tromba de um


elefante enfiada nas calças.

"Os olhos para cima, querida," ele vagarosamente, me pega olhando.

Estou tão envergonhada que gostaria de me matar. Em vez disso, me


viro, abro a porta, entro e tento fechá-la, mas Cameron coloca um pé grande
por cima e empurra de volta.

"Agora, não precisa ser tímida." Riso aquece a voz dele. "Eu já sei o quanto
você tem para mim, moça. E não são justas. São calças de compressão para
corrida".

Compressão? Ha! Elas não estão comprimindo nada!


"Por favor, tire a mão da minha porta." Eu digo isso com o meu olhar fixo
no teto, então meus olhos não vagueiam por conta própria. Eles
simplesmente não podem ser confiáveis.

"Vou tirar minha mão da sua porta, se me disser quando jantaremos.


Quero muito essa sua torta, querida."

Eu rosno para as insinuações na voz dele, tenho certeza que é o jeito que
ele fala para cada fêmea que cruza seu caminho. O porco.

"Não me chame de querida! E pare de falar da torta Sheppard como se


fosse minha"

Da minha visão periférica, eu vejo suas sobrancelhas subirem. "Torta


Sheppard?" Ele entrecerra os olhos, o retrato da inocência. "Não faço ideia do
que é isso. Estou cobrando uma coisa que você me prometeu.‛ Como se
estivesee interagindo, o estômago dele resmunga. Ele aponta para ele. "Você
vê? Estou morrendo de fome, moça!" Então sorri e bate a mão em seu
abdômen, que não se move nem um pouquinho, porque o homem tem 0% de
gordura corporal.

"Rr-au!"

Então olhamos para baixo para ver Sr. Bingley se ondulando pelos
tornozelos de Cameron como uma jiboia peluda. Seu ronronar é tão alto que
parece como se alguém tivesse ligado um motor.

"Quem temos aqui?" Cam sorri para Sr. Bingley, que olha para ele e
esfrega seu rosto na canela amarela brilhante de Cam.

Espero que ele use suas garras e coloque alguns rasgos no tecido daquele
estúpido. "Você é o Sr. Bingley."

Cam pega o gato, ele o vira costas e o embala nos seus braços como um
bebê. Estou prestes a protestar contra o que ele está fazendo de errado, mas o
gato burro fechou os olhos e começou a ronronar ainda mais alto, seu rabo
macio e laranja balançando em deleite contra o estômago de Cam.

Como o olhar de espanto, Cam acaricia sob o queixo do Sr.. Bingley. "Você
deve ter feito algo muito ruim para ter um nome em homenagem a uma
personagem de Jane Austen, companheiro."

Agora estou além da surpresa. Estou chocada. O Montanha sabe quem é o


Sr. Bingley? E eu achando que o inferno congeleu oficialmente há horas!

"O quê?"Cam me diz, serm tirar os olhos do gato. "Você pensou que eu
era todo beleza e sem cérebro, querida '?"

Produzo um bufo nada feminino. "Mais como um grande ego e sem


educação".

Ele me olha debaixo do seus cílios e envia-me um sorriso preguiçoso.


"Então você não nega que você acha que eu sou bonito."

Meus olhos rolam com exagero. "Você está privando alguma pobre garota
da sua idiotice. Posso ter meu gato de volta agora?"

"Quando eu conseguir minha torta, você consegue o seu gato de volta."


Ele se vira e caminha de volta no fim do corredor com Sr. Bingley em seus
braços, chutando a porta fechada,estou chocada por isso.

"McGregor!" Furiosa, eu bato na sua porta com meu punho. "Devolva-me


meu gato neste minuto!"

Por detrás da porta fechada vem uma risada baixa e o clack de uma
viragem do ferrolho. "Sua torta pelo seu bichano, querida." Dois segundos
depois, um rap vem no volume máximo, trovejando através das paredes,
cortando qualquer esperança de mais conversa.

Olho fixamente para sua porta, fumegando, grata pela primeira vez que o
pobre Sr. Bingley é surdo porque assim ele não tem que ouvir o absurdo de
palavrões na letra da música. Uma parte de mim se maravilha com a audácia
dessa pessoa, Cameron McGregor, e como ele pode trabalhar em não um
mas, dois eufemismos para minha vagina em uma frase de seis palavras,
enquanto outra parte de mim quer arrancar a porta fora das dobradiças e
transformá-lo em uma polpa com isso.

O desgraçado roubou meu gato!

Eu grito no topo dos meus pulmões, " Se ele voltar com um único fio de
cabelo fora do lugar, vou chutar sua bunda com meia-calça e tudo!"

Eu poderia jurar sob o boom de sons graves que há riso.

Nunca na história longa e estratificada das tortas, uma foi montada tão
rápidamente.

Pus um recorde de velocidade para ir ao mercado da esquina, meus


sapatos saindo fumaça e o som da casca de borracha na sua esteira. Eu corto
os legumes como uma louca, refogo o cordeiro, como se alguém estivesse
segurando uma arma na minha cabeça, lanço uma maldição no pote de água,
até que finalmente ela ferve de puro terror. Eu amasso as batatas tão mal na
minha pressa, que quase estrago tudo, mas consigo salvar a tempo,
acalmando-me com um enorme copo de vinho, bebendo com o entusiasmo
de um viciado no início de um épico porre.

Depois disso estou calma — bem, calma é um termo relativo se comparar


um total colapso mental a mera ansiedade incapacitante — e sou capaz de
terminar o prato e colocá-lo no forno sem cortar qualquer um dos meus
dedos ou sofrer um ataque cardíaco fatal.

Quando percebo que na minha pressa, eu esqueci de ligar o forno.

"Vou matá-lo", digo para a cozinha vazia. "Se o Sr. Bingley estiver um
pouquinho que seja transtornado, quando chegar em casa, Cameron
McGregor vai morrer."
Eu aumento o calor no forno, em seguida, vou para o apartamento de
McGregor e bato na porta. Já estou me arrependendo por ter deixado a faca
de chef na cozinha, quando ele abre.

Ele trocou as leggings elásticas amarelas por um par de jeans desbotados,


mas ainda não está usando nada. Gostaria de saber se o homem é dono de
camisas. E por que ele tem que ser tão musculoso? É perturbador!

"Onde está ele?" Eu exijo, esticando meu pescoço para olhar ao redor de
seus ombros largos.

"Onde está minha torta?"

"No forno".

Ele vem com uma sobrancelha levantada e me encara.

"Tem que cozinhar! Leva tempo! Você terá seu empadão estúpido em
meia hora pelo amor de Deus!"

Ele manda-me um sorriso doce. "É aí que você vai ter o seu gato."

Ele faz um movimento para fechar a porta, mas é incapaz de, como eu
jogo o meu peso contra ele. Eu o empurro do caminho e invado o
apartamento, chamando o nome do Sr. Bingley, sabendo que ele não será
capaz de me ouvir mas incapaz de parar em meu pânico de encontrar uma
pilha morta de pelos no chão com uma garrafa de cerveja enfiada na sua
garganta.

"Mr. Bingley! Mr. Bing. . . "

Eu paro na porta do quarto. E o gato está enrolado no meio da cama


dormindo tranquilamente, o estúpido colant amarelo enrolado em torno dele,
como um cobertor de segurança.

"Ele é realmente adorável, aquele ali". Cameron está por trás de mim no
corredor. Posso dizer pelo seu tom que ele está tentando não rir.
"Praticamente tive que arrancá-lo de mim para tomar um banho. Nunca tive
um gato tomando um gosto do que vê tão rápido. Puxou a mãe dele, eu
acho."

Recuso-me a deixá-lo apanhar-me, então eu não respondo. Em vez disso,


eu vou para a cama pegar o Sr. Bingley, com todo o cuidado para não tocar o
colant amarelo. Quando me viro, Cameron está bloqueando a porta, seus
braços cruzados sobre o peito. Ele balança a cabeça.

"Agora eu sei que você não acha que está saindo com este gato, moça, já
que não tenho uma torta em minhas mãos."

"Sua obsessão com esse determinado alimento é patológico, sabia?"

"É só que... torta é minha coisa favorita no mundo." Ele puxa os lábios
entre os dentes, ombros tremendo com o riso silencioso.

"Ugh. Continue falando — talvez um dia você vai dizer algo inteligente. "

Ele joga sua cabeça para trás e ri, alto e muito tempo, enquanto eu fico
parada olhando para ele e Mr. Bingley tenta esquivar-se de meus braços para
voltar para a cama.

"Okey, comediante," diz ele, ainda mesmo. "Novo trato. Vamos até a sua
casa enquanto esperamos pela minha torta terminar de ficar pronta." Ele se
vira e passa para fora, acenando com uma mão com desdém por cima do
ombro quando eu grito para ele que nós não temos um acordo, e ele não é
bem-vindo no meu apartamento.

Um minuto depois, a questão é discutível como Cameron reduz sua


massa muscular para meu sofá, colocando seus pés descalços na minha mesa
de café, os dedos dele juntos sobre o estômago e sorrindo para mim, como se
estivesse esperando por uma bebida.
"Você é inacreditável." Balanço a porta fechada, deposito o gato no chão e
fujo para a segurança da cozinha. Infelizmente, a cozinha é cerca de quinze
pés longe da sala de estar, então eu não estou realmente segura em tudo.

Então uma voz vem através da porta. "Ducky? Ducky, está em casa?"

Divertido, Cameron me olha. "Ducky"?

"Cala a boca, menino da torta," sussurro, indo para a porta. Quando eu


abro, acho uma Sra. Dinwiddle, martini na mão, usando saltos de quatro
polegadas e um casaco de vison completo sobre uma camisola Florida. A
tiara de diamantes, empoleirada na cabeça dela um pouco torta.

"Aí está você, querida!" Ela faz para mim, como se tivesse ganho um jogo
de esconde-esconde.

"Olá, Sra. Dinwiddle."

Ela empurra para trás uma onda cinza fina de cabelo de sua testa, que
escapa de sua posição correta sob a tiara. "Eu só queria dizer que ontem à
noite foi lindo. Eu provavelmente não disse para você o suficiente, mas aprecio
você fazendo o jantar para mim cada Sáb. . . "

Ela para bem no meio de seu pensamento, presa pela visão de um homem
de grande proporções sorrindo para ela do sofá. Ela vira imediatamente para
o modo debutante tímida, tremulando seus cílios e levantando um ombro
quando diz com doçura melosa, "Olá pra você, meu jovem."

Cameron envia-lhe um aceno de paquera, seu sorriso tão brilhante que


praticamente cega. Aparentemente, ele não se importa com que idade as
mulheres tênham, quando presta-lhe atenção, enquanto elas fazem.

Com o Seu olhar ainda colado a Cameron, a Sra. Dinwiddle se dirige a


mim. ‚Eu não sabia que você tinha companhia, Ducky. Você nunca. . .‛
‚Ele já estava saindo,‛‖Digo, cortando a frase dela antes que revele mais
detalhes da minha vida patética.

‚Não, eu não estava não.‛‖Cameron levanta do sofa todo autoconfiante,


sorrindo presunçosamente, um sorriso irritante, que me diz definitivamente
que ele vai me aporrinhar por causa do que eu disse a noite passada sobre o
meu encontro.

‚Olá, Eu sou Cameron McGregor. Prazer.‛ Ele estica sua mão para a Sra.
Dinwiddle. Em vez de pegá-la, ela faz aquele gesto que a gente vê nos filmes
antigos, quando a beleza sulina quer que o cavalheiro beije sua mão.

Então, o que ele faz? Ele se curva, leva as mãos dela aos lábios e beija!

A Sra. Dinwiddle sorri feito uma colegial e bate seus cílios postiços
furiosamente, fico surpresa que eles não saiam voando. Quando Cameron se
endireita e solta sua mão, ela acaricia o rosto dele.

‚Bem você é muito garboso,‛ ela diz encarando seu peito.

Cameron sorri com indulgência, apreciando sua óbvia admiração.‖‚Eu


não sei dizer se realmente sou isso, madame, mas sei que uma linda dama
como a senhora, deve sempre ser tratada como uma rainha.‛

Eu resmungo.‖‚E os feios devem sempre ser tratados como servos?‛

Sorrindo afetadamente para Cam, Sra. Dinwiddle me castiga.‖‚Ele só


estava me fazendo um pequeno elogio, Ducky. Pare de atormentar o pobre
homem, deixe-o em paz!‛

"Oh, eu adoraria deixá-lo em paz," sussurro. "Em paz numa ilha deserta."

Quando a senhora Dinwiddle olha de sobrancelhas franzidas para mim,


Cam ri. "Ela está com ciúme do seu estilo, Sra. Dinwiddle."

Não, tenho ciúme de todos aqueles que ainda não te conheceram."


Cam vira a voltagem total de seu sorriso em minha direção. "Oh, admita,
conhecer-me, moça, foi a coisa mais excitante que te aconteceu desde seu
último exame de Papanicolaou."

Escandalizada, mas tentando não rir, Sra. Dinwiddle tira seu leque de
seda chinesa do bolso de seu vison e quase torse o pulso abanando o rosto
dela.

"Ha", digo acidamente. "Você tem todo o charme de uma cova aberta,
McGregor."

"Tch. Apenas admita. Você está apaixonada por mim." Ele me bate com o
cotovelo, e eu envio-lhe um olhar projetado para derreter o seu rosto.

"Amor? Dificilmente. Se você estivesse em uma máquina de suporte de


vida, eu iria desligar para carregar o meu telefone."

Cam ri, deixando-me confusa sobre por que ele parece gostar, muito,
quando eu o insulto. Minha confusão é ultrapassada por uma onda de terror,
no entanto, quando a Sra. Dinwiddle reúne-se a conversa.

"Tenho certeza que ela iria se apaixonar por você, Cameron, mas ela já
está interessada em outra pessoa."

"É mesmo? Quem é o sortudo?" pergunta Cam, pensando que ela está
brincando, porque obviamente, nenhum homem em seu perfeito juízo iria
gostar de mim.

Eu olho para a Sra. Dinwiddle e discretamente arregalo meus olhos para


ela, para que entenda que precisa se se calar. "Ninguém! Ela está brincando.
Eu não sou apaixonada por ning. . ."

"O chefe casado dela!" Maldição! Sra. Dinwiddle, se inclina para


Cameron, com um brilho conspiratório nos olhos. Como se eu não estivesse
bem ali. Como se meu maior segredo fosse material de primeira mão para
conversar com o jogador musculoso que acabou de conhecer.
Eu não sou uma pessoa violenta e, principalmente, nunca iria tolerar a
violência contra os idosos, mas a Sra. Dinwiddle está em perigo iminente de
receber uns tapas.

Mudança total de comportamento de Cam. Ele parece chocado, o sorriso


dele caindo e alargando os olhos dele. "Você está tendo um caso com seu
chefe casado? E você está me julgando?"

"Espera um pouco, certamente não estou tendo um caso!" Sopro,


indignada. "Eu nunca faria uma coisa dessas!"

Sra. Dinwiddle diz , ‚Infelizmente ele não sabe que ela existe, você vê."

"Okey, tempo de visita acabou. Adeus, pessoas". Eu tento mandar os dois


para fora, mas Cam não se moveu, e Sra. Dinwiddle está muito ocupada
derrubando o resto do seu martini, para perceber meu espanto.

"Só um minuto. Explique isso para mim." Cam se vira para mim com um
novo interesse. "Então você está apaixonada por esse cara — que é casado —
mas você nunca ficou com ele. . . porque ele não sabe que você existe?"

Eu ranjo os dentes. "Você faz parecer como se a única razão pela qual eu
não cometi adultério é porque ele ainda não reparou em mim."

"Não é adultério de sua parte se você não é casada, Ducky," Sra.


Dinwiddle, tem uma opinião bastante "educada" sobre o assunto.

"Ugh. Semântica! Meu ponto é que mesmo se Michael estivesse dando em


cima de mim, eu nunca faria nada com um homem casado! É só... não
correspondido. Ele não sabe como me sinto sobre ele. Mas mesmo que ele
soubesse, eu nunca iria cruzar essa linha."

Cam examina meu rosto com os olhos apertados. Depois de um momento,


aparentemente satisfeito que estou dizendo a verdade, ele pronuncia, "isso é
uma triste história, moça. Não admira que você está sempre de mau humor,
toda vez que vejo você."
"Estou de mau humor cada vez que vejo você, porque eu estou vendo
você", eu disse docemente. "E não é uma história tão triste, porque eu
descobri hoje que ele está se divorciando."

Quando eles me encaram em silêncio, pareço um pouco defensiva, eles


acham que eu estou mentindo. "E ele me pediu para guardar uma dança para
ele na festa de Natal do escritório."

As sobrancelhas de Cam sobem em surpresa. "A coisa se complica!"

Sra. Dinwiddle guincha e salta sobre os dedos dos pés. "Realmente! Agora
você vai me deixar mudar seu visual, Ducky? "

"Só por curiosidade, por que você a chama de Ducky?"

Sra. Dinwiddle faz um movimento de varredura geral com o leque para


indicar minha aparência. "Porque insiste em permanecer como um patinho
feio, meu querido, quando ela poderia facilmente se tornar um cisne."

Cam se vira para mim com o maior sorriso de merda que vi na minha
vida. "Ah. Ducky."

Uau. Se isto é carma, ela colocou botas com travas antes de começar a me
bater.
SEIS

Alguns minutos mais tarde, Sra. Dinwiddle saiu para reabastecer seu
martini e o Montanha ainda está na minha cozinha, esperando a maldita torta
terminar o cozimento, assim que terminar posso despejá-lo e voltar a
planejar a minha transformação.

Ou a greve de fome, em outras palavras.


Cam se senta na mesa da cozinha com Mr. Bingley em seu colo,
distraidamente, acariciando o gato enquanto me observa, ocupando muito
espaço para um único ser humano. O homem tem uma atmosfera. Seu olhar
tem peso real, como um toque. Isso é irritante. Como um daqueles retratos de
óleo assombrados, seus olhos seguem cada movimento meu.

"Pare de me olhar — você está me assustando," eu digo, assistindo o timer


no forno e tentando acelerar. Só mais alguns minutos para liberdade.

"Quanto tempo está apaixonada pelo seu chefe?"

"Não é da sua conta."

"Oh, vamos lá, você pode me dizer, moça. Não é como se eu fosse
conhecer o homem. Além disso, vou voltar para a Escócia em um mês,
quando a nova temporada começar e você nunca terá que me ver de novo.
Tira isso do seu peito. "

Atiro-lhe um olhar, em seguida, volto a olhar para o forno. "Por que quer
saber, afinal?"

Ouço o encolher de ombros na voz dele quando responde. "Não sei, mas
acho que não consigo entender por que uma mulher desperdiçaria seu tempo
com um homem que não a quer, quando poderia encontrar algo melhor. E —
perdão — especialmente na sua idade. "

Estou muito deprimida para me sentir insultada. "Meu Deus, você parece
exatamente com minha mãe."

Eu não estou olhando para ele, mas, no entanto, sinto seu olhar aguçar.
"Então falou com sua mãe sobre isso. O que significa que é grave e
provavelmente vem acontecendo há anos."

Exasperada, jogo minhas mãos no ar. "Como diabos você saberia o que
significa?"
"Eu conheço as mulheres."

Não tenho um retorno expressivo para isso, porque é óbvio que é


verdade. Ele diz as palavras sem se gabar ou sorrir, apenas uma simples
declaração do fato, apoiado por mil pares de calcinhas, que ele
provavelmente tem enfiadas em seu armário como lembranças.

"Bem. Sim, é sério e vem acontecendo há anos."

"Quantos anos?"

Eu olho para ele. "Está escrevendo um livro ou algo assim?"

Ele ri. "Só tentado entender. Responda a pergunta".

Posso dizer pela sua expressão determinada que ele não vai desistir até
que eu diga o que ele quer saber. Então. . . que diabos. Eu respiro e admito,
"Dez anos. Desde o primeiro dia que comecei a trabalhar lá. Desde o primeiro
minuto que eu coloquei os olhos nele." Digo em uma voz baixa, sabendo
como soa lamentável.

Segue-se o silêncio. Depois de um momento, eu arrisco um olhar em


Cam. Ele está olhando para mim com uma expressão inescrutável, suas
sobrancelhas desenhadas juntas, a cabeça inclinada para um lado.

"E o que," ele fala calmamente, seus olhos intensos, "é tão especial nele
que faria você perder uma década da sua vida?"

Eu olho para fora. Calor sobe pelo meu rosto, e tenho que engolir em
torno do súbito caroço na minha garganta. "Você não entende".

"Sim, eu entendo, moça. Eu entendo de obsessão muito bem."

Quando olho para ele novamente, sou capturada pelo novo tom em sua
voz, mais escuro, mais complexo, ele encontra meu olhar firmemente. Uma
centelha de algo cruza seu rosto — saudade ou solidão, algum desespero
profundo — mas foi tão rápido, que eu devo ter imaginado.
Eu mudo o meu olhar para o timer de forno. Três minutos. Então cruzo
meus braços sobre meu peito, fecho os olhos e decido por um capricho lhe
contar a verdade.

"Ele é só... perfeito. Em todos os sentidos."

Cam parece irritado com meu tom sonhador. "Vomitando. Pode ser mais
específica?"

"Ele é educado. Culto. Sofisticado. Tipo. . . Brilhante. Lindo".

"Lindo"?

Eu aceno, mantendo os olhos fechados. "Ele é igualzinho a Christopher


Reeve em seus dias de super-homem. Heroico. Furinho no queixo e tudo. E é
um cavalheiro. Tão bem educado que envergonhariama rainha da Inglaterra.
E se veste muito bem. E sabe tudo sobre literatura, ópera e balé e arte. . . "

"Então ele é gay."

Sinalizadores de indignação através de mim, quente como a superfície do


sol. Eu abro meus olhos e esgano Cam com um olhar. "Ele não é gay! Ele é
casado há anos! "

"Com um homem?"

"Não! Com uma modelo, se quer saber — alguma guerreira Amazona com
pernas longas e uma cintura de 50 centímetros! "

"Huh". Ele tem o mesmo olhar feroz que o meu. "Então ele é superficial."

"O que? Não!"

"Sim, ele é. Assim como você."

Eu suspiro. Ele poderia ter me me apunhalado no intestino.


"Não me dê esse olhar," diz Cam, lentamente, balançando a cabeça. "Você
está apaixonada por um cara com base em nada mais do que um currículo e
cara bonita."

"Isso não é verdade !"

O gato pula de seu colo e trota na sala de estar, sentindo a fonte de


magma prestes a explodir a partir do topo do meu crânio. Cam se levanta e se
move em direção a mim.

"Não? Quantas conversas teve com ele?"

"Um monte"! Isso é uma mentira, mas eu prefiro ser amaldiçoada a recuar.

"Que não envolvem trabalho?",ele esclarece.

Eu abro a boca, mas fecho e volto ao forno. "Esquece. Sua torta está quase
pronta. Leva e se perca."

"A resposta é nenhuma, certo?"

Me recuso a responder. Cam corretamente leva meu silêncio como um sim


e pressiona.

"E quanto tempo você passou com este homem 'perfeito' longe do
trabalho? Ou em funções relacionadas com o trabalho?"ele acrescenta
rapidamente quando começo a falar.

Meu rosto pulsa com calor. "Não tem que passar anos em conversas
privadas com alguém para saber que é uma boa pessoa."

"Não, mas um encontro seria um bom começo. Parece-me que não sabe
nada sobre ele além que é bonito e tem gostos requintados. Balé, ópera, arte. .
. parece as coisas que alguém que está se esforçando para impressionar outras
pessoas colocaria em uma biografia. "
Essa parte incomoda mais ainda, especialmente porque me lembro que foi
sob a imagem sorridente de Michael no Web site da empresa, que vi sua
biografia e onde descobri a maioria dos fatos fascinantes de sua vida, além de
outros lugares, como a Wikipédia, as páginas sociais dos jornais e as
conversas ao redor do escritório.E também num feriado de uma festa onde
eu me escondi atrás de uma arranjo de palmeiras em vasos e bisbilhotei sua
mesa.

Eu olho bem nos olhos do Cam quando respondo. Como é que ele de repente
esta tão perto?

"Eu trabalho nesta empresa há dez anos da minha vida. Eu vi como ele
trata as pessoas, como ele fala com eles, como interage com seus funcionários,
fornecedores e convidados. Ele é um homem incrível. Um homem excepcional
. E sim, ele é lindo, mas não me importaria se ele não fosse, porque ele é
muito bom. Ele nunca faria alguém se sentir pequeno, ou humilharia por suas
crenças ou zombaria de seus sentimentos."

Minha voz está aumentando, e minhas mãos começam a tremer. Cam e eu


estamos de alguma forma agora quase frente a frente, mas eu continuo indo
porque estou muito furiosa.

"Ele nunca iria fazer sexo com um estranho que conheceu em um bar e
depois jogaria fora como lixo! Ele nunca incomodaria seus vizinhos com
música alta, ou ficaria vagando meio vestido como um psicopata, ou roubaria
de alguém seu gato!"

"Mas iria se casar com um modelo cabeça de vento com pernas longas e
uma cintura de cinquenta centímetros."

Eu zombo de descrença. "Oh, você está dizendo que está acima de casar
com uma modelo linda, é isso?"
"Não", ele diz em silêncio, sua mandíbula dura. "Estou dizendo se ele
fosse o semideus altruísta, benevolente, que ele aparenta ser, ele casaria com
uma mulher que reflete mais de perto seu verdadeiro coração."

Estou momentaneamente impressionada por seu uso de várias palavras


nessa frase, mas rapidamente retorno ao ultraje. "Os homens ricos se casam
com mulheres pela sua beleza todos os dias."

"Sim, eles fazem, e os homens ricos são os mesmos desgraçados


superficiais que dispensam aquelas belas garotas, uma vez que seus olhares
se desvanecem e as trocam por uma substituta mais jovem."

Meu maxilar cai até o centro do meu peito. Cameron McGregor tem. . .
ética?

Não. Ouvi errado. É de um mulherengo que estamos falando. Ele está


bancando o advogado do diabo.

O temporizador do forno apita. Por segundos que parecem pra sempre,


Cam e eu nos encaramos em um silêncio eriçado, ninguém está disposto a
recuar primeiro. Finalmente não aguento mais a tensão e desvio,
amaldiçoando sob minha respiração.

Como eu desisto da encarada, Cam senta novamente, que é o oposto do


que eu quero que ele faça. "Aqui". Retiro o prato do forno e coloco na parte
superior do fogão com um barulho, então arranco as luvas e atiro no balcão.
"Aqui está sua estúpida torta. Agora volte para o apartamento de Kellen e me
deixe em paz com a minha história de amor unilateral patética."

"Nunca disse que era patética, moça."

Sua voz é tão suave, que só me irrita mais. "Mas isso é o que você pensa.
É óbvio que você acha que eu sou burra por ter os sentimento que tenho."
"O coração quer o que quer," diz Cam, me olhando fixamente. "Mas às
vezes o que você acha que é amor, é apenas uma bela forma de
autodestruição. A pior coisa na vida é se dar de presente em troca de nada."

Ele me surpreendeu novamente com sua eloquência. Eu apostaria minha


vida em sua fanfarronice, uma besta perseguidora de mulheres, não no que
estava vendo, jamais.

Em seguida, me dei conta: é por isso que ele é tão bem sucedido com as
mulheres. Discursos bonito, sorrisos deslumbrantes, desfiles de cueca com os
seus músculos em exposição, tudo planejado com o objetivo de colocar as
meninas de ponta cabeça.

Meu coração endurece, como uma lagoa congela em uma geada de um


inverno rigoroso. Toda a população de Manhattan pode patinar sobre ela,
está muito frio.

"Bem, a vida é minha, e o que faço com ela é da minha conta," Eu disse
rigidamente. "Agora, por favor! Estou exausta. Trabalhei toda a semana, e
tenho que levantar cedo amanhã."

Por que estou explicando alguma coisa para ele? Por que eu não estou
arremessando o prato quente para queimar a cabeça dele? E por que, Ah por que vou
permitir que este instrumento de homem me aborreça? Sua opinião não significa
nada!

O rosto de Cam escurece com aquela estranha tensão novamente, mas


então ele abre um sorriso, e o momento passa como se nada tivesse
acontecido. Ele se levanta, estica os braços para cima e, em seguida, boceja
como se toda esta conversa o entediasse às lágrimas.

"Olha, moça. Vou te fazer um enorme favor."

"Se as próximas palavras da sua boca tem a ver com seu pênis, matarei
você onde você está."
"Ouve-me antes de vir toda doo-lally3 sobre mim, querida."

O rugido ecoando pela cozinha está emanando de dentro de meu peito.


"Eu não sei o que doo-lally significa, mas o que te falei sobre me chamar de
querida?"

"Pode dizer o que significa a partir do contexto. E vou chamá-la do que eu


quiser. Querida. "

O bastardo presunçoso, sorridente. Eu devia jogar o meu joelho direito em


suas bolas.

"Você me torna violenta, McGregor. Quem me dera eu fosse um homem,


então eu poderia chutar o seu traseiro."

Ele ri de como eu estou sendo boba. "Bonito. Mas não há um homem vivo
que poderia chutar minha bunda." Ele flexiona os braços, fazendo com que
seu bíceps ridículos apareçam e brilhem.

Belisco a ponte do meu nariz, sentindo uma enxaqueca chegando.

"Escute. Enquanto você contou sua triste história de amor não


correspondido pelo bonitão Michael, um pensamento passou pela minha
cabeça."

"Deve ter sido uma viagem longa e solitária,"eu sussurrei.

"Eu vou ajudá-lo a com isso."

Assustada, eu olho para Cam. Ele está ali sorrindo como se ele tivesse
dito a coisa mais inteligente, incrível, já falada por uma pessoa na história da
humanidade.

"Você é... o que? "

3
Perdendo a mente, louca
"Eu sou um perito em duas coisas, moça." Levanta dois dedos para dar
ênfase, como se talvez eu fosse incapaz de contagem tão elevada. "Rugby e a
arte da sedução."

Uma risada descrente irrompe de mim. "Os teus pais nunca pediram para
fugir de casa?"

"Pare de me insultar por um minuto e ouça. Se realmente quer esse sujeito,


você vai ter que jogar as cartas certas. Você não pode ir para ele demasiado
quente ou demasiado fria. É como a Cachinhos dourados e os três ursos."

"Sim, me perdi lá."

"A primeira tigela de mingau estava muito salgada. É você, a propósito —


muito salgada. "

Eu matei ele com meus olhos.

"A segunda tigela de mingau era muito doce. Não é você."

Eu suspiro e sustento minhas mãos na minha cintura. "Continue com a


história, McGregor."

"A terceira tigela de mingau estava ótima. Isso é o que você tem que ser
para ele. Apenas a certa."

Eu olho para ele, à espera de mais explicações. Quando elas não vêm e ele
apenas sorri para mim, como se pudesse ficar por horas, eu digo, "Você é
uma pessoa profundamente estranha."

"Eu posso te ensinar como ser o que ele quer."

"Pfft! Você nem o conhece! Como você possivelmente pode ensinar-me a ser
o que ele. . . "
"Conheço homens ainda melhor do que eu conheço as mulheres," Ele
interrompe, a voz dele dura. "E eu sei exatamente o desperta o interesse de
garotos ricos."

A veemência de suas palavras me faz piscar. "Isso soa um pouco


ameaçador. Há uma história de consentimento sexual duvidosa que espreita
por trás dessa afirmação?"

Ele acena uma mão como se ele estivesse espantando um inseto.


‚Quando‖você‖vive‖num‖aquário, com a vida exposta como a minha, você
conhece todo tipo de pessoa que existe. Ao longo dos anos, mais ou menos
me tornei um estudante da humanidade."

Eu ri, porque isso é simplesmente ridículo. "Você? Um estudante da


humanidade? O cara que se pavoneia usando meia-calça amarela?"

Ele olha para mim por uma batida, uma expressão decepcionada no rosto.
"Você vê? Você é superficial. Você só olha para o que está na sua frente."

Nós olhamos um ao outro, os segundos vão passando, eu fico mais e mais


desconfortável. "Me desculpe. Eu não quis ser rude."

"Sim, moça," ele diz suavemente, "quis". Então sorri. "Mas eu aguento
porque não sou seu amante sensível e lindinho, que provavelmente iria
explodir em lágrimas, se ele tivesse visto um vislumbre do dragão que se
esconde sob o seu exterior despretensioso".

Meu desgosto evapora tão‖r{pido‖quanto‖chegou.‖‚Sem‖pretensões. Isso é


uma maneira educada de me chamar de bruxa."

Cam, olha para o teto e suspira. "Você não é uma bruxa, querida, mas
você não fazendo nenhum favor a si mesma. "

"Jesus, entre você e a Sra. Dinwiddle, meu complexo de inferioridade deve


alcançar novas alturas!"
Seus olhos se fixam no meu. Eles têm aquele olhar escuro novamente,
aquele perigoso que parece vir e ir. Ele rosna, "Você não tem nada para se
sentir inferior , idiota."

"Então nós fomos de querida para idiota no espaço de alguns minutos.


Com licença enquanto vou pegar meu colar cervical. Eu estou ficando com
torcicolo."

Um canto de sua boca ondula. Ele estuda-me em silêncio por um


momento e, em seguida, levanta um ombro. "Fique à vontade. Recuse minha
ajuda, mas não venha chorar comigo quando o menino bonito continuar sem
saber que você existe."

"Pare de chamá-lo assim!"

"Pare de fingir que você é um rato, Lady dragão e vá atrás do que quer.
Em cinquenta anos, todos estaremos mortos. Carpe diem4."

Ele foi até o fogão, pegou o prato com um par de luvas e saiu sem mais
uma palavra.

Fiquei na cozinha por mais dez minutos, repassando tudo o que ele disse,
tentando entender o que posso estar perdendo. Por que ele iria querer me
ajudar? O que isso significa para ele?

Fui para a cama e dormi com as últimas palavras dele presas em


repetição dentro da minha cabeça.

Carpe diem. Aproveite o dia.

Pela terceira noite consecutiva, sonho com guerreiros escoceses.

Só que desta vez não é Mel Gibson que está levando-os para a batalha.

4
Carpe diem é uma expressão em latim que significa"aproveite o dia". ... O termo foi escrito
pelo poeta romano Horácio (65 a.C.-8 a.C.), no Livro I de “Odes”
SETE

Estou no meio de um enorme bocejo na manhã seguinte no trabalho


quando Portia silenciosamente aparece ao lado de minha mesa, como se fosse
teleportada para a superfície do planeta da nave estelar Enterprise.

"Bom dia, Jillian!"

Assustada, eu pulo, derrubando na minha blusa branca, o café da caneca


que estou segurando. Eu juro que ela late daquele jeito só pra me assustar.

"Portia. Oi." E é Joellen, sua bruxa.

Ela olha com uma expressão de desagrado quando eu limpo o café, o


melhor que posso com os guardanapos sobressalentes que guardo na gaveta
de cima da minha mesa para emergências como estas, que ocorrem com
regularidade. Que deprimente. Em um vestido azul gelo que corresponde à
cor do seu coração e com o cabelo varrido no rosto e amarrado em um coque
baixo que mostra o pescoço elegante, ela está imaculada.

Perto dela, sinto-me como um burro sarnento ao lado de um cavalo puro-


sangue de corrida.

"Terminou a edição do manuscrito de Maria?"

Posso dizer pelo tom dela que está esperando uma desculpa, assim que
me dá satisfação entregar a ela o feixe de papéis em bandas com um sorriso.
Lábios apertados, ela leva o manuscrito e mais algumas páginas, controlando
o meu trabalho como uma professora de escola primária.

Se eu não precisasse desesperadamente do resto do café na minha caneca,


eu ficaria tentada a jogar na cara dela.
"Fiquei sabendo que falou com Michael neste fim de semana," ela diz de
repente.

Eu travo.

Se ela sabe que eu falei com Michael, deve ser porque ele disse a ela. Por que ele
diria a ela que falamos? O que poderia dizer?

"Uh... Eu... sim. Ele estava trabalhando, também. Nós dissemos Olá."

Seu olhar afiado pisca e mira. "Você disse 'Olá'?", ela repete secamente.

Eu tremo, me perguntando por que ela acharia tão ofensivo uma conversa
entre dois colegas de escritório e por que ela morde a boca desse jeito. Parece
doloroso. "Hum... sim."

Ela me encara por um momento, esperando que eu continue. Quando eu


não faço — porque eu estou muito preocupada com o que pode voar fora da
minha boca — ela abraça o manuscrito ao peito e começa a bater
agressivamente uma unha bem cuidada contra ele.

"Joanna". Tap . Tap. Tap. "Tenho certeza de que não preciso lembrá-la que
podemos esperar um certo nível de...." O olhar dela viaja por minha blusa
manchada de café, meu cabelo indisciplinado, meu rosto livre de maquiagem.
Tap .Tap Tap. "Profissionalismo aqui na Maddox Publishing."

Um toque de calor rasteja até meu pescoço. As palavras saíram antes que
eu pudesse impedi-las. "Você quer dizer como chamar os empregados pelos
seus nomes corretos?"

Ela cessa de bater a unha e pisca — uma vez, lentamente — e é


aterrorizante.

Estou salva da morte certa por um entregador uniformizado, carregando


um enorme buquê de rosas vermelhas. Ele pára no cubículo ao lado do meu.
"Há uma Joellen Bixby por aqui?"
"Ali". Shasta, a garota que se senta à mesa próxima, levanta e aponta para
mim, por cima da parede do cubículo como se fosse um informante dos
nazistas.

O entregador chega passando por Portia, inadvertidamente, esmagando-a


com as folhagens e deposita o vaso na minha mesa, com um suspiro aliviado.
É tão grande que ocupa quase toda a metragem quadrada disponível.

"Cara, essa coisa é pesada. Assine aqui, por favor." Ele empurra uma
prancheta no meu rosto enquanto aponta para uma linha de assinatura em
uma lista de circulação.

Minhas mãos tremem tanto que eu mal sou capaz de gerir a minha
assinatura.

Pode ser?Michael poderia me mandar flores?

O entregador vai embora, assobiando, enquanto Portia, Shasta, e os outros


olham incrédulos as rosas.

"Bem, de quem é?" exige Shasta.

Engolindo em seco, arranco o pequeno envelope branco do suporte


plástico e abro, meu coração bate como um trovão em meus ouvidos.

Sua torta é a coisa mais deliciosa que já provei.

Doce. Suculenta. Derretendo na minha língua.

Eu quero mais. Hoje à noite.

Ah, aquele arrogante filho de uma. . .

"Então o que diz?" pergunta Shasta muito alto, fazendo-me imaginar qual
é o problema dela, enquanto simultaneamente, percebo que todos dos
cubículos ao meu redor estão olhando curiosamente em minha direção.
Portia arrebata o cartão da minha mão e, em seguida, lê em voz alta, "Sua
torta é a coisa mais deliciosa...."

Ela pára e fica em silêncio, os olhos dela crescendo amplos.

Ouvindo risos abafados, pego o cartão de seus dedos, rasgo em pedaços e


atiro no lixo. Me viro rigidamente para Portia e digo com os dentes cerrados,
"Se vocês me dão licença, tenho trabalho a fazer."

Eu sei que é apenas minha fúria por Cameron que torna tão difícil a
minha voz, mas Portia parece pensar que é dirigido para ela. Levanta o
queixo, torce o nariz envia-me um olhar indignado, então se vira em seu
calcanhar e sai soltando fumaça de suas narinas.

"Cara",diz Shasta, vendo-a passar. "Foi incrível". Ela me olha e sorri.


"Toca aqui, mano!"

Atordoada, bato na palma de Shasta, que falou mais palavras para mim
nos últimos três minutos do que nos últimos dois anos, desde quando está
sentada ao meu lado.

Meu telefone de mesa toca. Arrebato-o na mão, grata por uma fuga
legítima da minha nova melhor amiga. "Joellen Bixby falando."

"Uau, sua voz profissional toda senhora do trabalho é quente. Já pensou


em ir para o campo de operadora de tele-sexo? Você iria ganhar muito
dinheiro."

"Você!"

O baixo som de um riso vem por cima da linha. "É, moça, seu vizinho
favorito."

"O garanhão"

"Ha! Não, o requintado modelo físico de homem que você está sonhando
desde que nos conhecemos. "
Eu negaria, se não estivesse tão chocada que Cam de alguma forma
adivinhou, mas percebo que ele está brincando antes de eu deixar escapar
algo estúpido como ‚como você sabia?’ " Muito engraçado. O que você quer? E
como sabe onde eu trabalho?"

"Perguntei a Sra. Dinwiddle. Recebeu as flores?"

Eu olho para o colossal buquê de rosas, olhando para mim de dois pés de
distância. "Sim. E sua encantadora nota. Definitivamente você não é
Shakespeare, meu amigo."

"Oh ho! Então somos amigos agora!"

"Não. Eu ainda gostaria de empurrá-lo para o tráfego. Por que está me


ligando?"

"Para discutir a primeira fase da operação Pretty Boy."

Eu desabo em minha cadeira e suspiro. " Você não me dá nem um


tempinho, não é?"

Ele ignora esse pedido. "Já coloquei as coisas em marcha com as flores. Se
ele estiver no pique com você, vai despertar seu interesse."

"Pique? Cameron McGregor usou a palavra piqué em uma frase?"

Ele ri. "Você vai ficar feliz em saber, querida, que Cameron McGregor tem
um vocabulário excepcional. Extraordinário, anormal, notável e praticamente
sem precedentes."

Eu coloco o telefone longe de minha orelha e faço uma careta para ele.
Quando eu ouço de novo, ele ainda está falando.

".... homens são competitivos por natureza. Se ele gosta de você mesmo
um pouco, saber que outro homem está farejando ao redor irá despertar seu
instinto de. . . "
‚Farejando?Romântico. "

"Pare de apertas minhas bolas, moça. Eu estou ajudando você a obter o


desejo do seu coração. Um pouco de gratidão seria bom."

"Eu ainda não entendo porque você está interessado."

Ele pára o suficiente para fazer meus ouvidos se animarem. "Eu vou te
dizer mais tarde."

"Caramba. Isso parece assustador."

"Talvez eu só queira que continue a dar-me aquela torta doce, doce moça.
Você já pensou nisso?"

A voz dele é quente provocando com um riso, e ele tem sorte de que não
está de pé na minha frente, porque tenho um novo par de tesouras na minha
gaveta que ficaria linda enfiadas no seu olho.

"É uma pena que ficou preso na puberdade, McGregor — você poderia ser
um membro produtivo da sociedade um dia."

"Oh, eu sou bastante produtivo, moça."

"Quando digo produtivo, não estou sugerindo nada que envolva a


quantidade de esperma que você produz. Eu vou esperar."

Ele dissolve-se em gargalhadas que parecem continuar para sempre. Eu


escuto, tentando não sorrir, até que se recuperou e voltou na linha. "Ach, és
uma‖moça‖salgada‛‖

"Obrigado. Eu acho."

"Ouve, isto é importante."

Certo, diz "Eu mal aguento a antecipação."


"Quando o menino bonito perguntar quem te deu as flores, dê-lhe um
pequeno sorriso de Mona Lisa e encolha os ombros. Não responda. Seja
modesta. Se você não puder se controlar, finja que é Sra. Dinwiddle e faça
tudo o que você acha que ela faria."

"Não tenho um casaco de peles nem um leque de seda à mão. Uma garota
precisa de adereços para fazer esse tipo de rotina de Scarlett O'Hara
funcionar. Ele vai pensar que sou estúpida !"

Suspiros de Cam. "Ele vai pensar que é misteriosa. Quanto menos você
disser, melhor é."

"Aí. Eu sei que eu sou desajeitada e esquisita, McGregor. Você não precisa
esfregar na minha cara."

Sobre a linha vem um silêncio gelado e, em seguida, a voz de Cameron,


dura como pedra. "Nunca mais quero ouvir você se depreciando novamente,
Joellen. Não faça em voz alta e nem na sua cabeça, também. Mostre algum
respeito, mulher, ou ninguém mais fará. "

Calor aquece meu rosto. Mastigo o interior do meu lábio por um tempo,
compondo vários comentários mordazes, mas nenhuma deles têm dentes,
porque eu sei que ele está tentando me apoiar. Além disso, ele está certo.

Grr.

"Entendido?" ele solicita.

"Sim. Tudo bem. Okey."

"Bom. Agora, volte ao trabalho. E Joellen?"

Ele ainda parece louco, então estou hesitante quando respondo, "O quê"?

Há uma pausa. Ele exala, em seguida, diz baixinho: "você não é estranha.
Você é única. Há uma diferença".
Ele desliga antes que eu possa responder, deixando-me a olhar para o
telefone com descrença. O que aconteceu?

Não pude ficar nele, porque Denny chegou no meu cubículo com uma
grande caixa de papelão num carrinho. "Ei, garota! Entrega especial!"

Shasta aparece por cima do muro do cubículo como uma marmota, olhos
piscando. "Outra entrega? O que é?"

Porque essa garota de repente está tão interessada no meu negócio? "Quem me
dera eu pudesse dizer, mas infelizmente a minha visão de raio-x não está
funcionando hoje."

Ela está muito ocupada olhando a caixa para se ofender com meu
sarcasmo.

Denny, estaciona o carrinho perto do cubículo, remove uma faca


dobrável de um bolso de suas calças e corta a fita na parte superior da caixa.
"É uma cadeira nova para você, garota. Sr. Maddox colocou em uma
requisição no fim de semana."

A respiração deixa meus pulmões em um chiado. Shasta e eu olhamos


uma para a outra.

Denny faz um grande show para abrir a caixa, cortar o papelão para que a
cadeira seja revelada de uma vez, quando os lados caem fora.

"É o novo modelo ergonômico," sussurra Shasta, curiosa.

Eu não sei sobre ergonomia, mas faz minha cadeira atual parecer
arruinada.

"Oh, fantástico, você trouxe!" diz uma voz masculina à minha esquerda, e
meu coração para.
É Michael, assistindo com aprovação como Denny tira fora a poeira da
cadeira com um trapo tirado de seu bolso de trás, mesmo que não há uma
partícula de poeira sobre a coisa.

"Sim, senhor! Foi a a primeira coisa que o senhor pediu na segunda-feira,


então procurei fazê-lo antes da minha ronda regular."

Shasta e eu compartilhamos um olhar atordoado, e sei que ambas estamos


sofrendo o mesmo colapso cerebral. Michael pediu para Denny trazer-me
uma cadeira nova "logo". Como se fosse uma prioridade. E então ele apareceu
para certificar-se que foi feito!

Não se precipite — ele está provavelmente prestes a dizer que não te dará o
aumento solicitado!

Ele parece perfeito hoje, tão perfeito e incrivelmente lindo. Cabelo liso,
lindo terno azul marinho, maxilar recém barbeado. Ele obviamente não
passou outra noite no sofá do seu escritório. Ele vira seu olhar e deslumbra-
me com um sorriso de matar.

"Bom dia, Joellen".

Eu te amo e quero ter todos os seus bebês."Uh... dia."

Ele envia um aceno amigável para Shasta, que ri. "Oi, Sr. Maddox!"

"Bom dia, Shasta. Suéter lindo que você está usando. Essa cor combina
com você."

Posso dizer que Shasta quer correr para ele, jogar seus braços ao redor do
pescoço e colocar um grande e molhado beijo nele, mas ela consegue se
controlar.

"Obrigado. Azul é minha cor favorita".

"A minha também," diz Michael, fazendo Shasta corar furiosamente.


Não me surpreende. Fazer com que as fêmeas desmaiem é seu
superpoder.

Então Michael nota o buquê de rosas na minha mesa. Ele faz um olhar
cômico, piscando em surpresa. "É um buquê bastante enorme. É seu
aniversário, Joellen?"

Dói um pouco que ele pensar que a única razão para eu ganhar flores é
por meu aniversário, mas quem eu quero enganar? "Oh, não, são apenas de. .
."

Eu mordo minha língua bem na hora. Em seguida, freneticamente


tentando pensar em como Sra. Dinwiddle lidaria com esta situação e
lembrando a sugestão de Cam que eu deveria ser‖"modesta‛, eu olho com
carinho para as rosas como se lembrasse de uma noite de paixão.

Em um suspiro sonhador, eu digo, "Amigo". Em seguida, bato meus cílios


de morcego e olho para meus pés.

Quando Michael fica silencioso na sequência do meu desempenho teatral,


estou convencida de que fiz um colossal papel de boba. Mas quando eu olho
para ele, ele está olhando as rosas com uma nova expressão.

Uma expressão, se não estou enganada, como se ele quisesse pegar o


buquê e jogá-lo contra a parede.

Michael olhou para as rosas. Olhou para Shasta. Shasta se retirou para a
segurança de seu cubículo, afundando lentamente na sua cadeira, e olha para
mim como ‘o se isso é real?’ até sua cabeça desaparecer sob a parede.

"Acho que não foi um fim de semana ruim para você, afinal de contas."

Em resposta à afirmação concisa de Michael, eu simplesmente sorri.Mona


Lisa. Mona Lisa. Mona-Lisa-porra!
"Deixe eu me livrar disso para você, garota." Denny quebra a estranha
tensão quando ele agarra minha velha cadeira e rola fora do meu cubículo.
Ele rola a nova de maneira triunfante, "Ta-da!"

"Obrigado. Fantástico. Parece muito... ergonômica. "

Você tem o cérebro que Deus deu para uma pulga, Joellen, logo após a minha
própria voz na minha cabeça, a voz de Cam se intromete, cheia de decepção
com o sotaque. Ja não falei para parar com isso, moça?

Eu sufoco o pensamento antes que possa ir mais longe, porque a última


coisa no mundo que eu preciso é o Montanha agrupando-se em mim,
também.

Enquanto Michael e eu ficamos em silêncio constrangedor, Denny embala


a cadeira antiga na caixa, fechando com as fitas e carrega-a de volta para o
carrinho. Quando ele termina, se vira para mim com um sorriso.

"Já te contei sobre Bill Gates peidando na loja da Apple?"

"Isso é tudo, Denny, obrigado."

Coloco uma voz calma mas firme na frente de Michael, pondo freios na
fase seguinte da piada de Denny, tenho certeza que tem algo a ver com a loja
da Apple não tendo janelas.

Denny diz, "Oh sim, claro. Desculpe, Sr. Maddox. Eu vou sair agora."

Ele foi com minha velha cadeira em segundos, deixando Michael e eu


olhando um para o outro, com o estúpido buquê de rosas olhando para nós
dois. Gostaria de saber se McGregor tem um dispositivo de escuta ou uma
câmera escondida na folhagem e decidi que eu não duvidaria dele.

"Obrigada pela cadeira. Eu realmente aprecio isso."

"Por nada. Deixe-me saber se há alguma coisa que você precisa, Joellen.
Quero ter certeza de que você está sendo bem cuidada."
Por que a voz dele parece tão rouca?

Meus olhos brilham até ele, nossos olhares travam, e o calor nos olhos
dele me faz sentir como se eu estivesse canalizando a luz das estrelas e raios
em minhas veias. Um gemido de surpresa — talvez histeria — desliza pelos
meus lábios.

Depois de um duro pigarro, Michael coloca uma mão da lapela do casaco


dele. "Bem, vou voltar ao trabalho. Tenha um bom dia."

Antes de eu responder, ele vira em seu calcanhar e sai com passos


apressados.

Vê-lo ir, a esperança e a confusão se revirando em minhas entranhas, até


que Shasta diz em um sussurro, "Alguém drogou meu café ou ele estava
flertando com você?"

Lanço-me sobre o muro que separa-nos e olho para baixo para ela,
sentada em sua cadeira onde ela, obviamente, ouviu a conversa e enfio meu
braço. "Me belisca. Estou sonhando."

Sorrindo, Shasta balança a cabeça. "Mana, eu vou fazer mais do que te


beliscar. Se Michael Maddox tem tesão por você, eu vou socar a sua cara."

Hoje é oficialmente o melhor dia da minha vida.


OITO

Eu flutuo pelo resto do dia em uma alta hormonal, sorrindo como um


louca. Nem fico incomodada quando me deparo com Portia no banheiro,
lavando as mãos na pia, e ela me presenteia, com sua marca registrada: o
olhar da morte no espelho.

Nada pode me tocar. Eu sou invencível. Eu estou apaixonada, estou


blindada.

Também não fico perturbada quando saio do elevador no meu andar no


meu prédio e um barulho de rap ecoa no corredor instantaneamente,
provocando a perda de 5% da minha audição.

Eu bato na porta do Montanha, ainda sorrindo.

Quando ele abre, meu sorriso hesita por um momento mas consigo
mantê-lo. "Saia legal, garanhão. Você fica bem de xadrez. Quando é que você
vai investir em algumas camisas? Você percebe que é inverno, certo?"

Ele dá um enorme suspiro e olha para o teto, como se esperando por


intervenção divina. "É um kilt, moça."

Claro que sei, mas me divirto falar isso porque obviamente irrita-o ter seu
kilt desrespeitado, por chamá-lo de saia. "Qual é a diferença?"

"O que você veste por baixo."

Quando eu armo uma sobrancelha, ele sorri. "Me perguntam o que eu


estou usando por baixo."

"Sinto que este é um truque para me fazer olhar para o seu lixo."
Parecendo insultado, fala. 'Meu 'lixo'? Cameron McGregor não tem 'lixo'.
Ele tem as joias da família, muito obrigado."

Para contornar a maneira ridícula que ele se refere a si mesmo na terceira


pessoa. "Sim, bem as tuas joias de família podem ficar em segurança debaixo
da sua saia, amigo, porque estou de muito bom humor para lidar com um
avistamento de pênis aleatório, muito obrigado ."

Ele levanta a borda de seu kilt algumas polegadas e sorri, abanando as


sobrancelhas. "Tem certeza? Vai mudar a sua vida, prometo a você, moça. "

Eu bufo. "Sem dúvida, mas eu não tenho dinheiro para bancar um


tratamento longo e caro com um psicoterapeuta por ter te visto nu."

"Aha! Admita que iria explodir sua mente!"

"Admito que já vi pessoas como você antes, mas tive que pagar uma taxa
de entrada no circo ao fazê-lo."

Ele fecha os lábios e olha-me de cima à baixo. "Será mais fácil para você,
querida, se admitir que está louca por mim e que está morrendo para trazer
uma dúzia de pequenos McGregors para o mundo."

"Você está delirando."

"Você é loucamente apaixonada por mim."

"Eu antipatizo você loucamente."

"Você finalmente descobriu que sou o verdadeiro homem dos seus sonhos."

"Eu finalmente descobri como você chegou aqui. Alguém deixou a porta
da gaiola aberta."

Nós sorrimos um ao outro enquanto a música de rap estúpida explode no


corredor, corroendo os meu outro ouvido alguns por cento.
"Você parece muito animada, moça. Sua loja de lingerie teve uma venda
de calcinha bege da vovó?"

Nem mesmo essa pequena picuinha coloca uma mosca no meu bom
humor. "Eu só queria dizer que você é um gênio. Eu acho que as rosas
fizeram o trabalho."

O sorriso sai do rosto dele como se alguém tivesse passado uma borracha.
Ele passa a frente no corredor, me forçando a recuar para acomodá-lo e me
encara.

"Sim? O que aconteceu?"

Pisco os olhos para ele. "Uau. Sua capacidade de ir de flerte inofensivo a


serial killer é mutante, sabia?"

"Não se engane.Eu nunca sou inofensivo."

Ele diz ao olhar para mim nos olhos, uma veia pulsando em sua têmpora.
Um pequeno arrepio corre na minha espinha. Não é medo, mas não sei o que
é. Sinceramente, não quero saber. Esse cara parece ter o único cromossoma
obscuro do Hulk.

"Muito bem. Você nunca é inofensivo. Parabéns por ser um psicopata. A


propósito, por que sua música está tão alta?‖Você‖disse,‖e‖passo‖a‖citar,‖‚Sua
torta pelo meu‖silêncio‛. Essa barulheira está longe de ser silêncio."

Ele cruza os braços sobre o peito e olha para mim por baixo do nariz dele.
Sinceramente, o homem é muito intimidante quando faz isso. Agora eu
entendo porque bíceps são por vezes referidos como "armas". Ele tem um par
de canhões , fechado e carregado.

"Essa torta que me fez ontem comprou meu silêncio ontem. Você quer
mais silêncio hoje? Eu quero outra torta."
Eu suspiro em ultraje. "Você nunca disse isso! Você não pode mudar as
regras depois de fazermos um acordo!"

"Cameron McGregor pode fazer o que ele quiser, moça." Ele pisa para trás
e faz um movimento de fechar a porta.

"Espere!"

Ele olha para mim de olhos semicerrados, à espera.

"Eu não tenho os ingredientes para mais uma torta, mas. . ."

Ele fecha a porta na minha cara.

Eu bato na porta, gritando, "Mas eu posso te fazer bolo de carne da minha


avó, grande idiota! É ainda melhor!"

Há uma pausa e, em seguida, a música diminui ligeiramente. A porta se


abre, e Cameron me olha através do espaço. "Bolo de carne?"

"Sim", digo, fervendo. "Bolo de carne. Um pedaço de carne. É muito


delicioso."

A porta se abre mais um pouco. "Que tipo de carne?", indaga duvidoso.

Oh, pelo amor de Deus."Bolo de carne."

Ele enruga o nariz como Sra. Dinwiddle faz, e eu tenho que engolir o
rosnar em minha garganta, porque realmente não quero ouvir a sua música
rap de gang toda a noite.

"É suculento, macio e vem com um lado de purê de batatas e molho. Você
quer ou não?"

Ele finge que pensa, batendo no queixo com seu dedo, e eu gostaria de
chutá-lo nas suas malditas joias da família.
"Está bem". Ele acena solenemente. "Eu aceito este pedaço de carne que
você oferece. Mas se eu descobrir que você está exagerando em suas
pretensões de grandeza, nosso acordo é nulo e sem efeito."

Minhas narinas se alargam com o impulso de cometer assassinato, sangue


ferve nas minhas veias. "Eu vou te mostrar o nulo," murmuro, virando as
costas para ele e pisando para o fim do corredor, minha felicidade evaporou-
se. Eu cavo violentamente na minha bolsa para as minhas chaves. Assim que
eu abro a porta, a música corta abruptamente, em seguida, a porta bate e
Cameron McGregor empurra por mim no meu apartamento.

Eu assisto impotente como ele senta no meu sofá e coloca seus pés
descalços enormes, na minha mesa de café. "Não, McGregor. Não. Cai fora."
Aponto para a porta aberta.

Seu sorriso é largo e satisfeito. Ele enlaça as mãos atrás da cabeça, que
mostra todos os músculos em seus braços e o abdômen e faz suas tatuagens
aparecerem.

"Você pode dizer tudo sobre o bonitão Michael e o gênio que sou,
enquanto você cozinha."

Então, porque o universo me odeia, Mr. Bingley pula no colo de Cameron,


se aconchega e prontamente vai dormir. O sorriso de Cameron cresce ainda
mais.

Bato a porta, disposta a explodir a cabeça dele como uma abóbora.


Infelizmente, eu não tenho tanta sorte, e a grande cabeça do idiota,
permanece intacta.

"Se olhar pudesse matar, eu estaria morto, moça," ele diz suavemente,
observando enquanto eu largo minha bolsa na mesa no vestíbulo, livro-me do
meu casaco e sigo em direção a cozinha.
Digo sobre o meu ombro, " Você é a razão pela qual Deus criou o dedo do
meio."

Ele ri e continua a rir, um irritante som que pode ser ouvido por sobre o
tilintar das panelas e frigideiras, através do armário para o pão.

"Estou feliz que você me acha tão engraçada."

Ele abruptamente para de rir. "Isso não é exatamente a palavra que eu


usaria."

Oh, certeza.De gorda é provavelmente a palavra, certa? Eu tento o olhar de


morte da Portia nele. "Sabe, eu estava de muito bom humor antes de chegar
em casa."

"Porque minhas rosas funconaram. A propósito, por nada."

Meus dentes de trás estão em perigo de quebrar, de tão forte que os ranjo.
Mas ele tem razão. "Bem... sim. E obrigado. Quanto devo à você por aquele
buquê?"

"Uma semana de tortas cordeiro. Ou bolos de carne, se este se tornar


aceitável."

Ele sorri com o olhar de terror no meu rosto, em seguida, dá de ombros.


"É uma gota no oceano comparado ao que as floriculturas de Manhattan
cobram por cem rosas, querida. Mas é com você."

Cem rosas?Faço um cálculo mental rápido do que uma dúzia de rosas


pode custar no varejo, multiplico por oito e acabo com um número tão
grande que faz o sangue escorrer pelo meu rosto. E isso não está, incluindo
taxas e entrega.

Mas eu sou rápida para esclarecer termos porque ele é um trocador de


negócio sujo. "Isso inclui nenhuma música por uma semana, também, certo?"

"Tenho certeza. Mas também inclui em eu comer aqui."


Estou perplexa. "Aqui? Por que aqui? "

Ele leva um momento para responder, em seguida, diz com uma


expressão suave, "Gosto do seu gato."

Eu estreito os olhos e vejo-o acariciar Mr. Bingley atrás de suas orelhas.


"Isso não irá interferir com seu strip pôquer e sexo em pé na porta com
estranhos?"

Um brilho divertido cintila nos olhos dele. "Não, eu vou só passar


aqueles para de manhã."

Percebo que ele está me provocando, o que ele parece realmente amar,
por isso mantenho minha expressão tão insossa quanto a dele e o ignoro.
"Então para esclarecer, o negócio é sete refeições caseiras, você come aqui, em
troca pelo pagamento sobre as rosas e nada de música alta."

Ele inclina sua cabeça, sorrindo um pouco, o que me deixa desconfiada.

"E é isso?"

"Posso te dar uma vista diária das joias da família, se você quiser."

A voz dele é rica com riso suprimido, e quero jogar a panela de bolo de
carne na cabeça dele. "Não, obrigado. Mas ocorre-me que devemos discutir
exatamente quanto tempo irá demorar para comer suas refeições aqui. "

Ele arqueia as sobrancelhas. "Você quer um limite de tempo, moça? Isso é


uma ninharia insultante'."

"Só quero ter a certeza de que você não acabe dormindo no meu sofá."

"E se você me convidar para?"

Joguei minhas mãos no ar. "McGregor, sinceramente!"

"É uma pergunta legítima. Já me disseram que eu sou irresistível muitas


vezes, o suficiente para eu acreditar. Você pode muito bem acabar jogando-se
em mim, querida, e em seguida onde estaríamos? Só esclarecendo, como você
disse."

Fecho os olhos, inalo uma respiração lenta, profunda e passo as minhas


mãos sobre meu cabelo. Quando eu abro os olhos novamente, acho que
Cameron está sorrindo para mim.

Eu digo, "Vinte minutos por noite."

O sorriso não se move. "Eu não sou um comedor de competição, moça,


não espere passar por minha garganta, uma torta inteira em menos de meia
hora."

"Bem. Trinta minutos."

"Uma hora".

"Quarenta e cinco minutos."

Ele avalia a expressão no meu rosto, meus punhos cerrados e minha


representação geral de uma banana de dinamite, com um pavio aceso e cede.
"Quarenta e cinco minutos. Negócio fechado."

Sinto-me como se tivesse negociado a paz no Oriente Médio. "Negócio


fechado. Agora, senta e tente não ser chato, enquanto faço o jantar."

Riso baixo vem atrás de mim, eu viro e vou para a geladeira novamente.
Estou ocupada por vários minutos — colocando os ingredientes juntos,
picando pimentão vermelho, misturando aveia umedecida com carne — até
que sinto uma presença atrás de mim e me viro.

Solto um grito quando encontro Cameron nem a dois pés de distância de


mim, de pé me observando. "Jesus! Você me assustou até a morte! O que está
fazendo?"

"Você esqueceu que eu estava aqui, moça? Sua capacidade de atenção é


tão pouca?"
Ele está rindo de mim novamente, alegria brilhando em seus olhos, os
lábios ondulando acima nos cantos. Pego uma colher de pau de um pote de
cerâmica em cima do balcão e bato no ombro dele com ela. "Venha aqui!
Sente-se aqui na mesa e pare de me atrapalhar!"

"Cristo, você é mandona," ele grasna, mas diz isso com calor em sua voz,
então eu posso dizer que ele realmente gosta. Acho que funciona bem para
nós dois, porque eu posso ver um monte de espancamentos em seu futuro, se
continuar assim.

Ele senta em uma cadeira na mesa da cozinha, ocupando todo o espaço


dessa forma irritante que ele tem. Joguei um pano de prato para ele, que lhe
bate na cara.

" Você pode, por favor, se cobrir?"

"Com isto?" Ele segura o pano de prato até o tronco largo. Abrange cerca
de um quarto disso. Quando eu franzo a testa, ele ri.‖‚‖A‖visão‖de‖meu‖peito‖
másculo te distrai, querida?"

Eu gemo, revirando os olhos. "Quarenta e cinco minutos disto todas as


noites e vou enlouquecer."

"Sim. De luxúria."

"Oh. Meu. Deus."

"Você pode me chamar de Cam, querida. Apesar de ser exato, Deus


parece um pouco formal."

Eu faço um som de exasperação que contém muitos rosnados pouco


femininos e volto a montar o bolo de carne.

Cam está tranquilo até que eu coloque o pão no forno e defino o


temporizador. Em seguida, ele diz, "Então Menino Bonito? Diga-me."
A lembrança da expressão de Michael quando viu as rosas na minha mesa
traz um sorriso ao meu rosto. Lavo as mãos na pia, seco, então inclino-me
contra o balcão com meus braços cruzados sobre o meu peito e encontro o
olhar de Cam. "Foi brilhante. Ele veio logo de manhã para ver sobre a cadeira
que ele me mandou, e há um buquê enorme na minha. . . "

"Que cadeira?"

Fico assustada com a força da sua pergunta. "Oh. Ele pensou que minha
cadeira de escritório estava quebrada, porque estava sendo desajeitada como
de costume e.... " A maneira que o rosto de Cam escurece quando eu chamo-
me de desajeitada me faz retroceder rapidamente. "Quero dizer, ele achou
que minha cadeira estava quebrada e pediu-me outra."

"Isto foi antes dele vir as rosas"?

"Sim. Isso foi durante a conversa que tive com ele no domingo, quando
descobri que ele estava se divorciando".

"Quando você diz que ele pensou que estava quebrada, isso faz parecer
que não estava realmente quebrada."

"Não estava. É difícil explicar sem você ficar com raiva, porque eu vou ter
que descrever o que aconteceu, e sinceramente não vejo um jeito de consertar
isso sem mencionar que eu sou desajeitada."

Cam olha para mim intensamente. "Huh".

"Como assim, 'huh'?"

"Há duas partes para isso."

"Há duas partes para uma sílaba de uma palavra?"

"Para a explicação."

"Por que sinto que deveria estar sentada para isso?"


Cam propõe a cadeira em frente ele, que eu afundo, estranhamente
nervosa sobre o que ele diria.

Batendo seus dedos sobre a mesa, Cam diz, "A primeira parte é o
interessante fato de que o menino bonito mandou para você uma nova
cadeira de escritório."

Mastigo o meu lábio com preocupação. "Por que é tão interessante?"

"Interessante que ele notou. Interessante que ele tomou a iniciativa.


Interessante que ele fez acontecer tão rápido. Interessante que ele foi para se
certificar que foi feito. Tudo isso foi ainda mais interessante porque você é da
opinião que ele não sabe que você existe."

Eu me inclino para a frente, meus olhos bem abertos. "Isso é o que eu


pensava!"

"O que ele fez quando viu as flores?"

"Ele tipo... olhou para elas, como se quisesse jogá-las fora."

Um músculo flexiona na mandíbula de Cam, mas ele está em silêncio.

"Qual é a parte dois?"

"Que você se importa se eu fico louco quando você é muito dura consigo
mesma."

Aceno , porque eu quero voltar para o Michael. "Então, o que você acha
que tudo isso significa?"

"Eu acho que significa que ele gosta de você."

Embora eu esteja emocionada com a possibilidade de que o que ele diz


pode ser verdade, mas que eu sei que não é a realidade. "Tanto quanto eu
gostaria de acreditar nisso, não posso."

"Talvez você deva tomar minha palavra para isso, moça."


"Isso vem do homem vestindo apenas uma saia xadrez, que insiste que
estou desesperada para ter seus filhos."

Sorriso de Cam acende-se lento e quente. "Sim. E que bonito bebês


pequeninos faríamos. Muitos diabinhos com a língua salgada da sua mãe."

"Ficar perto de você é um pouco cansativo, McGregor."

"Só um pouco? Vou levar isso como um elogio, moça. "

Não consigo. Eu começo a rir. Fraco no começo, mas depois vai para a
histeria eu me segurando o dia inteiro, começando com meu encontro pela
manhã com Michael e rio com gosto, minha cabeça jogada para trás, batendo
o punho na mesa.

"Viu?" Cam soa presunçoso. "Você é louca por mim. Apenas uma mulher
apaixonada pode rir assim."

Limpando as lágrimas dos meus olhos, tento recuperar o fôlego. "Bateram


muito na sua cabeça quando você era bebê, não é?"

"Não quando bebê‛, ele responde suavemente, seu sorriso morre no seu
rosto. "Isso veio mais tarde."

Essa afirmação leva meu riso pra longe . Olho fixamente para ele―‖de‖
repente ele está sério,‖sua‖mandíbula‖tensa―e‖não‖sei se devo fingir que ele
não disse nada ou tomar como uma abertura para me aprofundar em sua
vida pessoal. E se eu quero abrir essa lata de minhocas particular.

"Posso ouvir as engrenagens girando, moça," ele diz, olhando meu rosto.
"Não quebre seu cérebro — apenas vá em frente e pergunte."

"Hum. Sheesh. Não sei por onde começar." Depois de um momento,


pergunto "Você... teve uma infância difícil?"

Ele levanta uma sobrancelha. "Não me diga que ainda não pesquisou-me."
"Claro que não pesquisei você! Por que eu faria isso?"

"Porque sou Cameron McGregor, é por isso."

Eu tenho que piscar ao perceber como ele soa casual, como se estivesse
acostumado que cada pessoa que o conhece apressa-se à internet
imediatamente depois que eles se encontram, para descobrir todos os
detalhes íntimos de sua vida.

Se antes eu pensava que ele tinha um grande ego, agora acho que é
positivamente colossal. "Okey, não sei, literalmente, quer dizer, eu nunca
tinha ouvido falar de você até que se mudou para meu prédio."

Ele revira os olhos. "Não seja boba. Todo mundo já ouviu falar de mim."

"Cara. Você não é Mick Jagger."

"Não, eu sou muito mais famoso e mais bonito."

"Não, você não é."

Ele inclina-se para a frente, em desafio e apunhala um dedo em seu peito.


"Você está dizendo que Mick sangrento Jagger, aquele velho grisalho inglês, é
mais bonito que eu?"

"Calma, tigrão. Não vá pisar em cima da saia. Eu estou dizendo que você
não é tão famoso como Mick Jagger."

Ele inclina-se na cadeira, cruza os braços sobre o peito e olha para baixo
de seu nariz como ele então gosta de fazer, fazendo um barulho cacarejante
com a língua. "Infelizmente está mal informada, querida. Eu sou o atleta mais
famoso do planeta".

"Número um,estrelas do rock, são mais famosas do que atletas,


facilmente. E número dois, você não é mais famoso do que Michael Jordan. "
Ele ri de como eu estou sendo ridícula. "Eu sou mil vezes mais famoso do
que Michael Jordan!"

"Talvez em sua própria mente, mas aqui na terra das pessoas sãs, você
definitivamente não é."

O suspiro é uma grande rajada de ar, cheio de decepção. "Ach, moçinha


você realmente não sai o suficiente."

"Em uma nota lateral para esta conversa estúpida, McGregor, aqui nos
Estados Unidos, Lassie é um cão famoso da televisão. Então quando eu ouço
você me chamar de lassie, estou ouvindo você me chamar de cão."

Ele considera por um momento. "Que tipo de cão?"

"Oh, meu Jesus."

"Estou sendo sério! É um cão bonito? Um cão sarnento? Um pit bull? Eu


nunca ouvi falar desse personagem Lassie. Você precisa me dar uma pista."

"Você foi chutado fora da Escócia porque você é tão irritante, certo? Todos
se reuniram e concordaram em jogá-lo para fora pelo bem do país?"

Ele está tentando não rir, pressionando seus lábios juntos. "Você saberia se
me pesquisasse no Google."

"Não estou pesquisando você, Egosaurus.5"

"Vamos lá, você sabe que quer. Podemos fazer isso juntos!"

Eu olho para ele, balançando a cabeça. "Você tem sérios problemas


mentais que necessitam de ajuda profissional."

Seus olhos castanhos brilham. "Faz parte de meu charme, querida, tudo
faz parte de meu charme."

5
Ego gigante igual um dinossauro
Olho para o timer no forno, imaginando quanto tempo esta tortura tem
que continuar, quando Mr. Bingley vagueia para a cozinha e pula no colo de
Cameron.

Cam me olha, sorriso triunfante.

"Oh, Cale-se, McGregor."

"Nem em 1 milhão de anos, moça. Tenho muitas ideias brilhantes para


compartilhar. Como esta aqui, por exemplo. Você está pronta?" Ele se inclina
para frente, seus olhos brilhando como quando está prestes a dispensar
algum petisco iluminado de sabedoria Galáctica.

"Eu mal posso esperar."

"Primeiro, uma pergunta: quando foi a última vez que beijou um


homem?"

Eu fico instantaneamente, totalmente insultada. "Dane-se!"

"Eu não estou te chamando de lésbica, se é o que você pensa. Não que haja
algo de errado com ser lésbica — mas não foi o que eu quis dizer. "

"Você é tão sortudo, que as facas estão na gaveta do outro lado da


cozinha, porque se eu tivesse um na minha mão agora, iria arrancar seus
olhos."

Ele acena uma mão com impaciência na minha cara. "O meu ponto é que
se faz um tempo desde que foi devidamente beijada, você vai precisar de um
pouco de prática rápida para o bonitão Michael."

Eu grito, "O que diabos é você?"

Cam está em sua cadeira gargalhando. "Estou dizendo que vou ser seu
treinador."
Leva-me um momento para entender, mas quando eu faço, minhas
orelhas esquentam. "Espera. Você está se oferecendo para me ensinar como se
beija? "

O sorriso dele cresce ainda maior. "Quem melhor que o príncipe das
calcinhas?"
NOVE

Depois de eu gastar uma enorme energia fulminando Cam e tentando


desembaraçar meu cérebro, uma idéia se passa na minha cabeça. "Ah,
entendi."

Ele parece interessado. "O quê, exatamente?"

"Você é um daqueles caras que não aguenta quando uma mulher não está
a fim dele. Seu ego é tão inflado que explode sua bunda, quando você cruza
com alguém que é indiferente, isso te enlouquece. Então você tem que andar
pelado mostrando sua coleção de protuberâncias e tatuagens e exigindo bolos
de carne caseiro e fazendo declarações ultrajantes como 'Eu vou ser seu
treinador de beijo,' para que seu ego frágil e ainda ridiculamente exagerado
não vá implodir por falta de atenção."

Cam fica sem expressão, "Obrigado, Dr. Freud, por este excelente
diagnóstico."

"Por nada".

"Pena que é maluco. Mas eu estou interessado em ouvir mais sobre essas
'protuberâncias' que você fala . Há alguma em particular que seja sua
favorita?"

Enganchando um polegar no cós de seu kilt, ele envia-me um sorriso


inocente, que é como uma lixa passando sobre as minhas terminações
nervosas.
"Aposto que é ainda mais agravante para você, que a garota gordinha é
aquela que não esta toda quente e incomodada pela sua masculinidade
flagrante, certo?"

Lá se vai seu sorriso, desaparecendo mais rápido do que uma tigela de


chocolate Häagen-Dazs pela minha garganta. Ele se inclina em minha direção
com um rosnado baixo.

"Se você se rebaixar na minha frente novamente, mulher e eu vou te


colocar no meu joelho e te fazer desejar que não tivesse feito".

Ficamos olhando um para o outro enquanto o relógio bate na parede da


cozinha e Mr. Bingley faz uma refeição de sua pata traseira, lambendo, como
eu faria em um prato de costelas.

"Por que seus lábios estão com esse tique?" Cam estreita os olhos para
mim.

"Porque eu estou tentando decidir se é doce, sexista, ou tão ridículo que


eu deveria rir."

Rosto de Cam torna-se limpo como o sol rompendo a trovoada. Ele


inclina-se em sua cadeira e sorri. "Isso é fácil, moça. É doce."

Esse cara é de verdade? "Te pergunto, puramente por causa da curiosidade."

"Diga".

"Você realmente botou uma mulher sobre o seu joelho como castigo?"

Quando seu sorriso fica malvado, levanto a mão. "Não. Deixa para lá. Não
quero saber." Sinto uma pontada súbita de dor na minha cabeça, e eu
pressiono meus dedos aos meus olhos.

"O que está errado?"

"Ugh. Dor de cabeça."


Rugas na testa de Cam. "Eu sei que você acha que sou irritante, mas a
ponto de te dar uma real dor de cabeça. . ."

"Não é você. Quer dizer é você, mas é principalmente porque não comi
nada o dia todo. "

Trovões de Cam, "Por que no inferno não?"

Eu estremeço. "Oh, obrigado por isso. Gritar é ótimo para dores de


cabeça."

"Não evite a pergunta"!

Quando suspiro pesadamente e esfrego minha tempora, Cam diz


sombriamente,‖‚É‖melhor‖não‖ter‖ nada a ver com o menino bonito e a festa
de Natal do escritório."

Okey, então ele é esperto... droga. Mas ele também me dá nos nervos, e
sei que se eu admitir que eu vou passar fome para perder peso, ele vai ter
todos os tipos de opiniões sobre o assunto, então eu decido dizer uma
pequena mentira.

Inspeciono uma rachadura na parede, por cima do seu ombro esquerdo.


"Meu estômago tem sido um pouco enjoado."

Após uma breve pausa, Cam suspira. "Você mente como merda, mulher."

Ele pronuncia merda como shyte. É adorável, mas eu o odeio, por isso. "O
que faz você pensar que estou mentindo?"

"Estudante da humanidade, lembra?"

Eu resisto à vontade de mostrar minha língua pra ele, em vez disso,


simplesmente fico olhando.
"Okey, seu rosto fica franzido e todo o seu corpo se move como se
estivesse com vergonha. Você poderia usar um sinal na sua testa, dá no
mesmo."

"Isso é inconveniente".

Sua voz suaviza, bem como seus dele. "Não, moça. É uma coisa boa." Em
seguida, sua voz fica dura novamente. "Mas dietas de fome não.

"Poderia ser menos observador? Isso só piora minha dor de cabeça."

"Não. Uma dor de cabeça é o preço que se paga por ser uma idiota. Seu
corpo precisa de combustível, moça e se não tiver, vai começar a canibalizar
seus músculos, e então você vai ter problemas piores que dores de cabeça."

Me queixo, "Você é médico?"

Ele coloca as mãos nos quadris, elevando-se sobre mim. Mr. Bingley pula
para o chão e aguarda pacientemente a seus pés.

Cam diz, "Olhe para mim, moça. Olhe para este corpo. " Ele joga seus
braços, projeta para fora o queixo e sopra para fora de seu peito. "Você acha
que eu tenho este físico perfeito por passar fome ? Você acha que eu me
tornei o atleta mais amado e famoso do mundo por tentar ser magro?"

"Me desculpe, pode repetir a pergunta? Seu ego está bloqueando meus
ouvidos."

"O corpo humano é uma máquina complexa. Um templo, como se


costuma dizer. Você tem que tratá-lo bem"!

"Sim, bem, meu templo é mais como uma ruína abandonada na selva e
com um rebanho de cabras morando nele."

Posso dizer que Cam quer rir, mas ele está se esforçando para manter o
rosto sério, porque não terminou com sua bronca. Ele sacode um dedo para
mim, como fazia vovó, quando avisava que meu relógio biológico era uma
contagem regressiva de espiral da morte.

"O que você precisa é um programa personalizado de dieta e exercício."

"Incorreto. O que eu preciso é lipoaspiração."

Ele estremece, como se o pensamento o repugnasse e recua em sua


cadeira, que range em protesto sob seu peso. Mr. Bingley instantaneamente
pula de volta no colo dele. Eu estou começando a me perguntar se Cam
esfrega erva de gato no corpo dele antes de vir.

"Lipon . Seu corpo irá queimar gordura eficientemente, se você alimentá-


lo corretamente e der um jeito de se exercitar."

"Viva. Infelizmente, eu sou viciada em açúcar e carboidratos e alérgica a


exercícios, então a única maneira que eu vou queimar gordura é se alguém
vier a mim com um maçarico, ou se parar de comer por completo. Eu decidi
tentar primeiro a opção dois."

Cam bate os dedos sobre a mesa, fixando-me em seu intenso olhar até me
mexo meu lugar porque seu olhar me deixa desconfortável. Em seguida, ele
pronuncia, "Começamos a treinar amanhã de manhã '."

Maliciosamente digo "Eu não vou fazer treino de beijo com você, amigo,
não importa quantas calcinhas você deixou cair! Esquece."

Ele revira os olhos, como se eu fosse a única que está sendo ridícula.
"Estou falando sobre um programa de exercícios".

"Ha! Eu adotar uma rotina de exercícios é tão provável como você de


repente desenvolver senso de moda e humildade." Eu falo, ando até o forno e
toco com impaciência o temporizador, convencida de que não está
funcionando.
"Quanto peso quer perder?", ele exige, varrendo o seu olhar sobre minha
figura.

Eu atiro-lhe um olhar amargo. "Uma tonelada literalmente. E se você


pode adicionar uma pele brilhante e um par de seios que não se parecem com
algo da National Geographic, alongar as minhas pernas por algumas polegadas
e reduzir minha semelhança com a princesa Fiona de Shrek, só isso".

Estou muito ocupada, avaliando o estado do bolo de carne através da


janela de vidro do forno para notar o silêncio, mas depois de um tempo
percebo que Cam não está dizendo nada, e isso só pode ser uma má notícia.

Eu olho para ele e encontro o que eu sei que eu vou encontrar: Cam
fazendo sua melhor representação de Wolverine.

Eu endireito e suspiro, balançando a cabeça. "Por favor não faça caretas


para mim, McGregor."

Ele enuncia cada palavra lentamente, como se estivesse mordendo com os


dentes. "Quem. Disse.Que. Você. . . Você é. Feia."

"Cada espelho que eu já me examinei."

Resposta errada. Cam fica no modo completo de mutante Wolverine. É


uma sorte que não usava uma camisa, porque iria ser rasgada em pedaços
por sua expansão de raiva repentina.

"Pare, McGregor. Apenas pare. Eu sei como pareço."

"Talvez precisa de óculos novos."

Isso me irrita. Eu odeio quando as pessoas bem intencionadas tentam me


fazer sentir melhor com a minha aparência.

Minhas bochechas ficam em chamas com calor, digo calmamente, "Não


ouse ter pena de mim ou ser condescendente. E não minta pra mim, também.
Eu tenho espelhos, uma balança e uma irmã mais nova que ganhou vários
concursos de beleza, portanto, eu seu o que significa ser bela. E eu não sou. O
que é bom — não estou sentindo pena de mim mesma. Mas quando alguém
como você, que é dotado fisicamente tenta ser gentil com a minha aparência,
fica realmente parecendo dissimulado e sinceramente um pouco cruel."

Porque estou chateada aumentei a minha voz, minha voz quebra sobre a
última palavra. Eu odeio soar vulnerável, ser assim óbvia para ele que eu
estou chateada, então me dobro, meus braços protetoramente sobre meu
peito e escondo meu rosto em chamas.

A partir do outro lado da cozinha vem a voz baixa de Cam. "Eu não tenho
pena de você, Joellen. E posso ser um monte de coisas, mas mentiroso não é
uma delas."

Quando eu balanço a cabeça, bufando, fica difícil respirar pelo nariz, Cam
ordena, "Olhe para mim."

"Estou muito brava para olhar para você. Agora fique quieto antes que eu
tire o bolo de carne do forno e enfie no seu rabo arrogante."

Há uma pausa e, em seguida, Cam ri. "Você sabe, moça, em algumas


culturas, quando uma mulher constantemente ameaça um homem com
violência, é um sinal claro que ela gosta dele."

De repente fico cansada e esfrego minhas mãos sobre o meu rosto. "Você
é implacável. E isso é um fato totalmente não inventado."

"Tenho certeza que li em algum lugar, mas aqui está o fato que não é feito.
Se você quer parecer diferente para o menino bonito, eu sou seu melhor tiro."

Eu me inclino e olho para os lados.

Ele encontra- me com uma expressão de confiança total, seu sorriso, a


própria definição de presunçoso. "Eu era um anão como um rapaz, moça. O
corpo incrivelmente delicioso que você vê é de um autodidata, forjado a
partir do nada, mas eu consegui. "
Ignorando o meu suspiro exasperado, ele faz um movimento com a mão
para indicar a sua forma. "Esta exposição majestosa de masculinidade não
apenas aconteceu. Cameron McGregor não foi esculpido pela mão de
Michelangelo como o David. Ele foi esculpido por conta própria. Tenho
certeza que você vai concordar, os resultados são ainda mais espetaculares."

"Desculpe, acho que eu acabei de vomitar um pouco na minha boca. O


que dizia?"

Mantendo meu olhar, Cam levanta da cadeira dele e vem para ficar bem
diante de mim. "Dê-me sua mão."

Desconfiada, eu paro diversas polegadas longe. "Se você está pensando


em me dar um passeio tátil de outras partes de sua masculinidade majestosa,
você pode saltar de um precipício."

Ele agarra minha mão e a coloca sobre o estômago, antes que eu possa
reagir. Sua pele é quente e macia, os músculos por trás são tão inflexíveis
como o aço, o sangue sobe pelas minhas bochechas e está em perigo iminente
de vazar direto através de meus poros.

Pressionando sua grande mão por cima do minha, ele diz com uma voz
grossa, "Quando se trata de corpo, eu sei o que estou fazendo , moça. Me dê
uma chance para mostrar o que quero dizer. Prometo que ficará satisfeita."

Quando ele olha fundo nos meus olhos, eu descubro que estou tendo
dificuldade para respirar.

É o seguinte: Eu sei que eu tenho uma imaginação fértil. Sou propensa a


voos de fantasia, fico argumentando na minha cabeça com pessoas que vi por
dias, poderei passar o tempo todo sonhando sozinha na idade avançada, se
não tomar cuidado. Mas sinto na medula de meus ossos que o som baixo e
rouco na voz de Cameron — a absoluta convicção de que por trás das
palavras, prometo que ficará satisfeita— é mais do que o habitual show da
Broadway.
Ele está dizendo a verdade... e ele não está falando sobre um programa de
exercícios.

Meu útero ganha vida como um espetáculo de fogos de artifício de quatro


de julho, explodindo com calor e cor, o "The Star - Spangled Banner"6 jogando
com alto-falantes, arquibancadas cheias de fãs pulando e gritando. O olhar de
Cam está bloqueado com o meu como um raio. De repente percebo do que os
romances falam quando se referem a heroína tendo joelhos fracos, porque os
meus são de borracha. Estou prestes a derreter em uma piscina aos seus pés.

Cam deve ver algo em meus olhos, porque ele me olha diferente. Ele
inclina-se mais perto, seus lábios se separaram, uma veia pulsando no
pescoço dele.

O telefone toca.

Salto,puxando um ar assustada e quase rio histericamente com alívio,


mas consego engoli-lo. Eu vou pra longe de Cam e agarro o telefone na
parede da cozinha como se fosse uma colete salva-vidas. Nele eu lato, "Alô"?

"Oi, querida," diz a minha mãe. "Por que você está gritando?"

"Oh, desculpe, hum... Tenho minha música um pouco alta."

Por trás de mim, Cam ri. Como minha mãe tem audição supersônica que
deixaria os X-Men orgulhosos, ela pega o som imediatamente.

"Quem é esse? Há alguém aí com você? "

Evitando olhar para Cam, olho fixamente para o forno, meu coração
batendo forte. "Só meu vizinho."

"Sr. ª Dinwiddle?"

6
Musica Whitney Houston
Esta conversa está prestes a transformar-se em um interrogatório do FBI,
então pego um vinho na prateleira do balcão e escolho uma garrafa de tinto.
Como estou pegando o saca-rolhas de uma gaveta, digo, "Não, ele é um novo
vizinho."

Com o peso dos quatro mil netos por nascer, que ela tão
desesperadamente quer, minha mãe se repete, "Ele"?

Eu balanço por alguns momentos o saca-rolhas, segurando o telefone


entre a orelha e ombro enquanto tento botar a ponta na rolha sem cortar um
dedo, até que Cam tira a garrafa de mim com um olhar como calma, maluca.

Ele obtém a garrafa aberta mais rápido do que posso engolir uma
respiração calmante e começa a vasculhar meus armários procurando um
copo de vinho. Eu aponto o caminho certo e digo à minha mãe, "Não comece
a tricotar botinhas de bebê ainda, mãe. Ele é gay."

Cam ri, desta vez mais alto. "Diga a ela meu nome e veja o que ela diz
sobre eu ser gay."

Eu assobio, "Cale-se!"

Minha mãe pergunta, "O que ele disse? O que está acontecendo ai?"

Por que me sinto com doze anos de repente? “É meu vizinho me dando alguns
conselhos de decoração."

"Oh, que bom! Talvez ele possa ajudar você com seu guarda-roupa,
também, querida. "

Cam mantém a garrafa de vinho, que ele está servindo para mim, e eu
bebo como se fosse uma competição. Então — bastardo! — ele sequestra o
telefone da minha mão.

"Olá, Sra. Bixby. Aqui é Cameron McGregor. Sua filha e eu estamos


apaixonados."
Vinho jorra da boca como um gêiser, revestindo o balcão da cozinha e
meu queixo.

Eu salto para ele, agarrando o telefone, mas ele me evita tão facilmente
como se fosse um cachorrinho. "Sim", ele diz para o telefone, seus olhos
brilhando com o riso. "Que Cameron McGregor." Ele ouve por um momento,
enquanto eu continuo a lutar com ele para o controle do telefone e falho
miseravelmente. "Oh, seu marido é um grande fã?" ele vagarosamente, sorri
para mim. "Isso é ótimo de ouvir. Ele está em casa? Eu gostaria de falar com
ele."

"Dê-me o telefone, seu grande macaco! Dê-me!"

Cam me mantém à distância com alguns movimentos de ninja mas eu me


torço, desesperada para pegar o telefone da mão dele, sem sucesso. É como
lutar contra o vento. Em poucos segundos, tonta de tanto girar coloco a mão
na minha testa enquanto eu tento recuperar o fôlego.

Em seguida, Cam começa a falar com meu pai, e eu desisto. Eu entro em


colapso em uma cadeira à mesa e ponho a cabeça debaixo dos braços,
esperando pelo melhor.

"Olá, senhor. Sim, sua esposa estava me contando — Sim, senhor,


realmente sou eu. "

Meu gemido é longo, baixo e miserável.

"Não, não, nada permanente. Meu primo e eu trocamos apartamentos


para os feriados. Eu precisava de uma mudança de cenário, você poderia
dizer. . . " Cam ouve por um tempo e, em seguida, a voz dele escurece. "Não
acredite em tudo que lê nos jornais, senhor."

Curiosa sobre o tom de voz, levanto a cabeça e olho para ele, mas ele vira
as costas para mim, e se abaixa para conferir o forno pelo o bolo de carne.
"Sim, foi uma excelente temporada. Sem ferimentos, toque na madeira." Ele
acena, ouvindo. "Você tem os jogos na TV a cabo?" Mais acenos e alguns
grunhidos de confirmação. "Você pode contar com isso, senhor."

Então ele ri de uma coisa que meu pai disse e vira e olha para mim. "Então
eu estou descobrindo'". Seu sorriso se desvanece quando ele ouve novamente.
"Na verdade sei que vários rapazes que acham que ela é bastante. . ." outros
momentos de escuta, em seguida, o rosto do Cam fica vermelho. Ele duro, diz
"Eu não sei sobre sua outra filha, senhor, mas esta é a melhor". Outra pausa.
"Significa 'fantástico'. Tenha uma boa noite."

Ele caminha até mim, empurra o telefone na minha cara e me olha com
um olhar furioso. "Amanhã de manhã 05:00 ', moça," ele diz com os dentes
cerrados. "Começamos a treinar. Se você não estiver pronta, vou arrombar a
porta e arrastá-la da cama."

Assisto,bestificada, com passos largos para fora, lança-se pela sala e


desaparece.

"E seu bolo de carne?" Eu grito atrás dele.

Minha única resposta é o som da sua porta batendo.


DEZ

"Não posso acreditar que realmente era Cameron McGregor!" meu pai fala
com o eco de uma porta batendo através do meu apartamento. "Espere eu
vou contar aos caras do clube — eles vão pirar. Épico".

Porque meus pais são nativos de Los Angeles, proferem palavras como
épico, para descrever uma conversa telefônica de dois minutos com um
estranho. Quase todos, com quem eu cresci nessa comunidade pequena na
praia toma grandes liberdades com o idioma inglês, como meus pais, que
praticam ioga, usam botox e comem coisas nojentas como saladas de couve e
geralmente agem como se o envelhecimento fosse algo que só acontece para
as pessoas menos em sintonia com a energia de cura do cosmos.

"Então ele na verdade é famoso," Eu resmungo, tirando fora do forno o


bolo de carne que está finalmente pronto.

"Está brincando?" Meu pai tosse. "Ele é como, o atleta de todos os atletas!
Como não sabe disso, querida?"

"Porque eu odeio esportes de competição e todo mundo que joga esportes


de competição e preferia queimar meus olhos com ácido a ser forçada a
assistir ou ler alguma coisa a ver com esportes de competição."

Meu pai pensa por um momento. "Sim, eu me lembro quando sua irmã
jogou voleibol e nadou na equipe no colégio, você se recusou a ir a qualquer
uma das competições dela."

Certo. Porque inevitavelmente iria ser encarada por pessoas


comparando-me com minha irmã bonita, popular e ser forçada a passar horas
de sofrimento através de comentários sussurrados atrás das mãos, tais como,
não pode realmente ser irmã de Jacqueline! Ela foi adotada?

Afastando a memória vil,‖eu‖imploro,‛‖Por favor me diz que ele não é


mais famoso que o Michael Jordan."

Meu pai ri. "Ele é mil vezes mais famoso do que Michael Jordan! Ele é
basicamente o atleta mais famoso do planeta."

Mr. Bingley pula para a cadeira que Cam desocupou e olha em volta,
melancolicamente, e preciso de outro copo de vinho.

Então meu pai se foi, e minha mãe reclama no meu ouvido como uma
doente mental, sem nem um suspiro.

"Puta merda Joellen como você não disse que Cameron McGregor mora
no seu prédio, isso é uma loucura e ele estava em seu apartamento. Ah meu
Deus espera até que eu diga a Cindy, ela vai morrer."

"Você está proibida de contar para alguém, mãe, especialmente para


aquela fofoqueira da Cindy! Ela vai ir no Twitter depois de meia hora!"

Ela me ignora... porque seus hormônios pós-menopausa estão


ressuscitando dos mortos. "Ele é tão lindo em pessoa como é nas fotos? É
realmente tão musculoso quanto parece na TV? E o seu cabelo? Ele tem bom
ha. . ."

"Mãe. Foco. Ele é uma pessoa, não um objeto sexual."

O som do receptor sendo batido contra uma parede vem por cima da
linha, seguida da voz sarcástica da minha mãe. "Desculpe, parece que temos
uma conexão ruim. Pensei que ouvi minha filha dizer que Cameron
McGregor, o objeto sexual para acabar com todos os objetos sexuais, não é
um objeto sexual."
Por alguma razão bizarra, sinto-me um pouco na defensiva do Montanha.
"Ele é muito esperto, se quer saber a verdade. É muito intuitivo e tem um
vocabulário surpreendente."

Seu silêncio é insurdecedor. Eu suspiro e cedo. "Okey, tudo bem. Sim, ele
é musculoso e ele tem um cabelo bom. Satisfeita?"

"Não, não estou satisfeita! Detalhes, querida, detalhes!"

"Nunca pensei em me ouvir falar estas palavras, mãe, mas eu acho que
você está atrasada no sexocom o pai."

Sua voz goteja e ela começa a falar nesse tom "Somos melhores amigas,"
que me leva até uma parede. "Eu vou te dizer o que, querida, seu pai terá
uma grande noite hoje, porque os tamales quentes da mamãe está em fogo só
de pensar em Cameron McGregor em carne e osso!"

"Eu tenho que ir agora. Meu colapso mental está chamando."

"Meu Deus, aquele sotaque escocês". A tremedeira de prazer é audível. "E


com um senso de humor, também!"

"O que ele disse que foi engraçado?"

"Que vocês dois estavam apaixonados!"

"Ah, isso. Sim, ele é uma verdadeira risada num minuto." Eu digo,
balançando a cabeça. Então, percebo algo. "Por que isso foi engraçado?"

Minha mãe ri. "Oh, querida! Como se um homem assim fosse cair de amor
por você!"

Isso dói tanto que me deixa sem fôlego. Quando estou em silêncio há
muito tempo, minha mãe percebe seu erro.

"Não quis dizer isso como, querida. . ."

"Eu sei exatamente como você queria."


A voz dela fica firme. "Joellen, não faça isso."

"Fazer o quê? Me sentir ofendida quando alguém me insulta?"

"Transformar um comentário inofensivo em uma de suas festas de


piedade pessoal!"

Eu fico com a boca aberta, incapaz de falar, porque estou tão brava e tão
desapontada comigo mesma por estar me deixando ser afetada por esta
merda de família, mais uma vez.

Em uma voz calma, tranquila, eu digo, "Mãe, meu jantar está pronto.
Obrigado por ligar. Eu vou falar com você na próxima semana."

Desligo antes que ela possa responder e passo alguns longos segundos
engolindo o caroço na minha garganta, até ter certeza de que posso falar com
segurança sem chorar. Eu pego o bolo de carne do forno, junto com o purê
de batatas e molho e levo para McGregor tudo em uma travessa.

Quando ele abre a porta, nenhum de nós sorri.

Estendo a bandeja como um prêmio de consolação para o time perdedor


em um concurso, mesmo que seja eu quem seja o perdedor. "Isto é seu."

Ele olha para a travessa, então volta olhar para mim. "Eu não ia ligar a
música."

"Você sabe o que? Se você fizer está tudo bem. Quem sou eu para dizer-
lhe como viver sua vida?"

Paramos o olhar um para o outro, o ar elétrico com palavras não ditas.


Ele não faz nenhum movimento para tirar o prato de minhas mãos, então eu
deixo-o no tapete a seus pés, em seguida, me endireito e olho nos seus olhos.

"05:00," Eu disse firmemente. "Vejo você depois."


Ele acena lentamente. Quando vou até o fim do corredor e fecho a porta,
ele ainda está ali parado, me encarando.

Quem gostaria de saber o que é o inferno, deveria passar uma manhã de


exercícios em temperaturas baixíssimas com um atleta profissional, que tem
uma fonte infinita de energia e sem nenhuma alma.

"Continue!" Cam olha por cima do ombro para mim pra ver como eu
corro atrás dele sobre a calçada, a respiração fumegante branca do meu nariz
e a boca aberta, suor derramando em meus olhos, minha vontade de viver
que se apaga rapidamente.

‚Pare. Morte. Iminente." Meu chiado e escalonamento7, assusta um bando


de pombos de seu poleiro na parte traseira de um ônibus.

Cam se vira e corre de volta para mim. Ele nem sequer suou, o bastardo.
"Joellen", ele começa com paciência. "Estamos a dois quarteirões do
apartamento."

"Oh meu Deus! Fiz dois quarteirões inteiros?" Gostaria de saber como
diabos vou voltar e decido que vou tomar um táxi. Se não vamos precisar
chamar uma ambulância.

Cam executa um círculo perfeito em volta de mim, apenas para ser um


cretino. "Como isso aconteceu? Você tem o sistema cardiovascular de uma
pessoa de noventa anos!"

Eu grito, "Eu disse que era alérgica a exercícios!"

Ele corre ao contrário, para trás. "Eu pensei que você estava brincando."

Eu tento alcançar um braço dele, descontroladamente, na esperança de


bater-lhe, mas falho porque o homem é o diabo, e ele não pode ser capturado.

"Você é sempre tão intratável pela manhã?"

7
Organizar em grupos, distribuir fatores em subseções
"Não ouse me insultar, homem do diabo." Eu suspiro, com minhas pernas
gelatinosas que continuam em sua busca desesperada para me manter na
posição vertical e dirigida para a frente. Acho que posso estar ficando cega.
"O que foi aquela gosma verde que você me obrigou a beber antes de
sairmos? Veneno?"

Cam faz dez polichinelos antes de responder. "Sim. É uma velha tradição
escocesa. Uma poção de veneno logo após acordar. Se não te matar, vai
colocar cabelo em seu peito. "

"Oh que bom." Suspiro. Viva. "Só o que eu precisava." Viva. Cuspo.
"Cabelo no peito."

Assim perto de mim, dançando na ponta dos pés pela neve que brilha em
torno dele, Cam ameaça, "Se você está prestes a seguir com esse pequeno
discurso com algo depreciativo sobre sua aparência, eu vou chutar o seu
traseiro de seis maneiras até domingo, lassie ( moça)."

Faço um som que me faz lembrar o som da morte que maus atores fazem
antes de expirarem dramaticamente nos filmes. Só que o meu é autêntico.
"Aquele maldito cão novamente! Eu estou começando a odiar aquele
cachorro!"

Cam ri. Ele fica irritantemente bem com sua roupa estúpida , o quadro da
saúde e bem-estar, enquanto eu pareço uma velha poltrona, que alguém
jogou por uma janela para um beco esperando que ela seja pega com o lixo,
mas em vez disso, foi colonizada por roedores. Graças a Deus, o sol ainda não
saiu, porque a possibilidade de um cidadão alarmado chamar o controle
animal para vir e recolher-me tão logo eles avistassem meu rosto hediondo é
muito grande.

"Não posso acreditar que você voluntariamente faz isso todos os dias. De
graça. Não sem uma arma na cabeça."
Cam levanta a cintura de seu moletom, expondo hectares de músculos
abdominais. "Tudo por uma boa causa."

Limpei o suor da minha testa com a palma da minha mão. "Você fica na
cama durante a noite enquanto sussurra palavras doces em sua própria
orelha?"

"Pense no menino bonito. Visualize seu rosto quando você entrar na festa
de Natal em um vestido sexy, com tudo tonificado e deslumbrante'."

Eu bufo e bufo de novo, ponderando sobre a imagem, que ele colocou


em minha cabeça. "Tonificado é bom, magra é ainda melhor."

"Errado! Forte é o objetivo, moça, não magra. Um homem não quer


agarrar um saco solto de ossos quando está de bom humor. Ele quer uma
mulher agradável, macia e suculenta com curvas amanteigadas, quente e
saborosa."

"Literalmente acabou de descrever meu bife perfeito."

"Minha mãe sempre disse que você não pode confiar em uma mulher
magra. Corpo magro, coração magrelo, magro amor."

"Eu acho que eu amo a sua mãe."

"Sim", diz Cam suavemente. "Ela era fácil de amar."

Foi.O que drena o último pouco de energia a partir de minhas pernas. Eu


cambaleio até uma parada, segurando o meu lado e ofegante olho para Cam.
Ele se recusa a olhar para mim por alguma razão, evitando contato, ele corre
no lugar a alguns pés de distância.

"Ela faleceu?"

Um breve aceno é sua única resposta.

"Eu sinto muito".


Ele engole, conseguindo ir até um poste. No frio brilho amarelo, seu rosto
é de todos os ângulos austeros e planos. O corte afiado de sua mandíbula. O
nariz de lâmina reta. As cavidades escuras sob suas maçãs do rosto.

A dor em seu rosto é outra característica acentuada, gravada lá como uma


escultura em vidro.

"Cem anos atrás. História antiga. Mas obrigado. . .‛

Sua voz é baixa , e eu nunca o vi tão nu. Sem a fanfarronice habitual que
usa como uma armadura, ele parece ser um estranho todo novo, um mais
escuro e mais complicado e muito mais atraente.

Mas o momento desapareceu tão rapidamente como veio quando Cam se


vira para mim com um sorriso brilhante. "Desista de suas trapalhadas, moça
e mexa seus pés! Estamos apenas começando! "

Ele se vira e corre pela rua na escuridão antes do amanhecer, costas retas
e a cabeça alta, seu passo animado.

Mas é tarde demais. Já espreitei a cortina de ouro. Eu espiei o homem real


por trás do grande e poderoso jogador.

"Eu vejo você, Cameron McGregor," sussurro para a rua vazia com um
caminhão de lixo passando por mim. Eu respiro uma pungente golfada de
fumaça de diesel e forço as minhas pernas à mover-se mais uma vez. Então
eu estou correndo atrás de Cam, minha vontade renovada, a dor em meu
corpo empurrada para a periferia da minha consciência, pelo único
pensamento na minha cabeça.

Eu vejo você.
ONZE

Por volta das 02:00 naquela tarde, esqueci tudo sobre Cam e o momento
interessante no frio da manhã, porque estou sofrendo tanto, que estou
convencida que uma viagem para atendimento de urgência está no meu
futuro imediato.

"O que são todos estes gemidos?" pergunta Shasta por detrás da parede
do cubículo, com uma voz que indica que ela não é particularmente favorável
à minha condição médica.

"Eu comecei a malhar. Tô morta."

Ela aparece por cima do muro, descansando seu queixo na borda e


balançando seus braços, parecendo uma marionete decapitada. "Pilates?
Musculação? Krav Maga? Kundalini? Dança Twerk?"

"Que língua você está falando?"

"Eu estou fazendo capoeira."

Quando olho para ela em silêncio aflito, ela explica. "É uma arte marcial
brasileira que combina dança, música e movimentos acrobáticos".

Não é à toa que ela é tão ágil e coordenada. A semelhança com uma
gazela é inacreditável. "Todas as coisas em que sou péssima. Me lembre de
nunca ir."

"Então o que você está fazendo"

Cautelosamente massageio uma coxa dolorida. "Corrida". Quando Shasta


parece impressionada, acrescento, "Realmente, corrida e alongamento." As
sobrancelhas dela levantam. "Mais pra tortura e alongamento."
Quando menciono tortura ela parece interessada. "Legal. Alongamento
Hard-Core é bom para o sexo. Meu namorado é super ágil. Ele gosta de
segurar um backbend enquanto eu o monto como um touro".

Eu quase engulo minha língua por conta desta declaração, mas forço um
sorriso, porque não quero que ela pense que sou uma puritana. Eu, no
entanto, passo o resto da tarde tentando tirar do meu cérebro a imagem de
Shasta com um chapéu de vaqueira, montado em seu namorado nu como
um touro.

"Você é uma garota de sorte."

Ela não perceba o tom de sarcasmo na minha voz e sorri. "Totalmente.


Quer ver uma foto dele?"

Antes de poder ser mentir sobre quão bonito o namorado flexível de


Shasta é, sou salva pelo aparecimento de Portia, que usa um rosto como se
alguém apenas tivesse executado seu gato.

"Joellen", diz ela, puxando para fora as sílabas de forma exagerada. Ela
provavelmente está zombando de mim, mas considero como uma vitória
porque é a primeira vez que ela aertou meu nome, nesse tempo em que estou
na Publicação Maddox.

"Portia", eu respondo, só para que saiba que ela não é a única que
consegue pronunciar um nome.

Apertando os lábios, ela diz. "Por favor, siga-me."

Lurches meu coração e Shasta e eu compartilhamos um olhar preocupado.


As únicas razões que eu posso entender que Portia me convidaria para segui-
la em qualquer lugar são se estou prestes a ser despedida, ou ela vai me levar
para o telhado, então poderá me jogar de lá.

"Hum... está tudo okey?"


"Você tem uma reunião com o RH".

Estende o pânico dentro de meu peito como uma bola de cobras se


contorcendo. "Eu tenho? Desde quando?"

"Desde agora", responde com os dentes cerrados. Ela gira no seu calcanhar
e se afasta antes que eu possa fazer mais perguntas, como minha indenização
inclui seguro de saúde ? E como você conseguiu essa vara enfiada no seu rabo?

Sendo a amiga firme que é, Shasta concentra-se nas coisas importantes.


"Se você for pra rua, eu fico com a sua nova cadeira."

Procuro desesperadamente em minha memória qualquer comportamento


incriminador que possa ter levado a minha rescisão, mas não encontro nada.
Eu sou sempre pontual, nunca perco um dia ou um prazo, e se não sou
exatamente amada por meus colegas de trabalho, pelo menos sou geralmente
tolerada.

Exceto por Portia, que obviamente gostaria de suspender-me pelos meus


tornozelos sobre brasa quente até eu morrer.

"Melhor se apressar, Joellen. Portia parecia que estava prestes a ter uma
ejaculação"

Ignorando a referência de orgasmo masculino estranho de Shasta,


levanto-me da cadeira, fazendo careta quando os músculos da minha coxa
uivam em protesto. Eu caminho através do labirinto de cubículos para o
departamento de recursos humanos, que é do outro lado do andar, passando
os escritórios executivos. Reparei que o Michael não está em seu escritório, o
que é uma sorte, porque provavelmente eu iria me jogar aos seus pés e
implorar por misericórdia.

Não tenho muito na poupança. Se eu for demitida e não conseguir


encontrar um emprego imediatamente, vou ter que dormir no sofá dos meus
pais , pensando em qual método de suicídio deixaria a menor quantidade de
confusão para o legista limpar.

"Entre," diz Ruth, a gerente de RH, quando chego à sua porta.

A palavra redondinha foi inventada para Ruth,ela é volumosa. Ao lado


dela, eu pareço magra. Mas ela se veste com roupas femininas adoráveis e
tem sempre as unhas e cabelo feitos perfeitamente, e traços de maquiagem
Rubenesque completam o quadro com grande estilo. Se ela tem algum
problema em sentar-se a 1 do metro e vinte de distância da lustrosa e magra
Portia, ela não demonstra.

Corpo magro, coração magrela, amor magro.

As palavras de Cam ecoam dentro da minha cabeça quando me sento em


frente à mesa da Ruth. Sorrio para ela, porque se Cam tiver razão, Ruth tem
amor suficiente dentro do coração para curar o mundo, mas o amor de Portia
é tão fino e seco como um biscoito velho, desintegrando-se em pó quando
você morde.

"Você está bem?" A testa de Ruth vinca com uma carranca, quando me
olha ao cruzar as minhas pernas.

"Sim, desculpe," Eu disse, envergonhada. "Comecei a malhar, e estou um


pouco dolorida."

Ruth está sorrindo para mim. "Bom para você! O exercício regular é a
melhor maneira de manter a saúde!"

Portia, sentada em frente a nós no escritório pequeno, faz um barulhinho


no fundo da garganta. É um riso silencioso, pingando com desdém. Quando
Ruth agudamente lança olhares para ela, eu sei que não sou a única que não é
fã de Portia.

Abrindo um arquivo na mesa dela, Ruth passa os dedos por de uma pilha
de papéis. "Eu vi que faz dez anos que você na trabalha na empresa, Joellen."
Ela olha para mim buscando confirmação. Quando aceno nervosamente, ela
volta a folhear o arquivo. "E neste tempo você faltou...."

Seu dedo toca o comprimento de uma página, parando em uma figura no


fundo. Ela olha para mim novamente. "Um dia".

"Tive a cirurgia de miomas uterinos!" Deixo escapar, entrando em pânico


achando que estou sendo acusada de ter feito algo errado. "Marquei para
primeira hora da manhã porque queria entrar à tarde, mas meu cirurgião não
permitiria, então. . . tive que. . ." Eu olho para frente e para trás entre Ruth,
que tem a mão na garganta e Portia que faz uma cara em desgosto. "Hum. . .
Tirei o resto do dia."

Por trás de seus óculos, os olhos castanhos de Ruth parecem com os de


uma coruja redonda. "Claro que tinha que tirar o dia de folga," diz ela,
horrorizada. "Joellen, é uma cirurgia complicada! Eu tive miomas removidos
quando estava nos meus trinta anos — você deveria ter tirado uma semana ! "

Fico aliviada quando percebo que não estou em apuros, porém também
confusa. Eu tenho licença vencida?

Interrompendo, Portia com sua voz tão seca como um osso. "Vamos
direto ao assunto, vamos?"

Quando Ruth vira seu olhar incrédulo para Portia, que está com um olhar
indiferente. "Não tenho o dia todo."

Ruth demora um pouco para endireitar cuidadosamente todos os


informações na minha ficha de empregado. Imagino que ela está mordendo a
língua tão forte que ela tem gosto de sangue. Ela é uma mulher conhecida por
sua bondade e tato — traços marcantes para sua posição — mas Portia pode
tirar do sério qualquer santo.
"O aumento que você solicitou foi aprovado no mês passado," diz Ruth,
que é a única coisa que ela consegue dizer antes de eu saltar da cadeira com
um grito de alegria.

"É mesmo? Isso é fantástico! Não acredito!"

Portia cobre a boca com a mão para abafar um bocejo, mas estou muito
empolgada pra notar. Eu tento fazer uma pequena dança feliz, mas ao invés
de cooperar, minhas pernas doloridas cedem debaixo de mim. Eu aterriso na
cadeira feito uma bomba que caiu do céu, horrorizada ao ouvir um estalido.

Eu salto outra vez e olho para a cadeira, implorando para que ela não
exploda em 1 milhão de pedaços, silenciosamente implorando ao universo
por uma pausa.

"Eu acho que você quebrou," observa Portia, justamente na hora em que a
porcaria faz uma lenta morte e mergulha no chão.

Nós três estamos olhando para ela deitada lá como um bicho atropelado,
quando Michael aponta a cabeça na porta, sorrindo brilhantemente.
"Desculpe a intromissão. Demos a ela as boas notícias?"

A julgar pela expressão de Ruth, é uma quebra de protocolo para o CEO


aparecer durante uma reunião de HR com um empregado. Ou isso ou ela
realmente gosta da cadeira que quebrei.

"Nós estávamos apenas começando com nosso encontro," diz Ruth


forçadamente, ao que Michael responde, "Então você ainda não contou a ela
sobre a vaga aberta?"

Portia faz um barulho de vômito, e todo mundo olha para ela em sinal de
alerta. O rosto dela está ficando em um interessante tom de roxo, e seus olhos
estão rolando na cabeça. Obviamente, ela está tendo um derrame.

"Nós ainda não abrimos!" Estala Portia, arranhando a saia dela como uma
louca. "Bill pode assumir o trabalho extra para o momento, ou Konrad. . ."
"Absurdo". Michael inclina-se contra o batente e sorri para mim. "Joellen,
infelizmente Maria não retornará ao trabalho porque. . ."

Ruth, em voz alta, limpa a garganta dela. Michael olha para ela,
assustado.

"Oh. Er... certo. " Ele começa novamente, com mais atenção desta vez.
"Maria não é mais funcionária da Maddox Publicação."

"Hum. Okey?" Estou confusa por que ele estaria me dizendo isso, porque
Portia está tendo um colapso, e o que Maria tem a ver comigo. Ambas somos
editoras de cópias. Ela deixou a empresa, uma posição de editora estará
aberta. E daí?

"Maria tinha acabado de ser promovida como editora associada. Íamos


fazer o anúncio esta semana."

Meu coração dispara. Eu olho para Ruth, que está sorrindo gentilmente
para mim. Olho para Portia, que deseja que assassinato fossem legais. Eu
olho para trás em Michael, que está esperando pacientemente para que eu
responda ao que é a melhor notícia que recebi em uma década.

"Há uma vaga de editor associado aberta?" Digo de olhos arregalados.

"Você estaria interessada?"

A única coisa que eu estou mais interessada é em arrancar toda sua roupa e te
atacar, Senhor, me controlo para soar como um ser humano racional e digo, “ Sim,
claro”.

‚’Obviamente a posição tem um salário mais elevado, Joellen," diz Ruth,


"Então desde que foi aprovado um aumento, se você conseguir o emprego,
você teria um aumento signinificativo em relação ao seu salário inicial."

Lamento profundamente o fato de ter matado a cadeira, porque


realmente preciso de algo para afundar-me agora. O chão não parece uma
boa escolha, então inclino-me contra a parede e tento regular a minha
respiração, senão vou soar como um pug com problemas de sinusite.

"É uma notícia incrível".

Portia estala, "Você tem que se candidatar, como todos os outros!"

Michael olha de sobrancelhas franzidas com seu tom áspero, e eu gostaria


de espalhar a manteiga de amendoim por todo seu corpo nu e tirar um fim de
semana para lambê-lo.

Ruth, com praticidade alivia a tensão na sala, intervindo antes de Portia


poder me bater até a morte com a cadeira arruinada. "É claro. Todos os
protocolos apropriados devem ser seguidos. Mas você tem tempo de casa,
Joellen e um registro de trabalho excepcional, e encorajo-a vivamente"— seu
olhar aguçado é o de uma cúmplice —" à se candidatar".

Portia olha para os pés dela, e a temperatura do ambiente cai em vários


graus. "Como a diretora editorial, a seleção final, claro, será minha."

Em seguida, ocorre um milagre. A partir das nuvens, um raio de luz


dourada brilha, e aparece um halo sobre a cabeça de Michael. Ele diz,
"Tecnicamente, Portia, a seleção final é minha."

Eu prendo a respiração, quando eles se encaram. Portia recua primeiro,


seus cílios varrendo para baixo na derrota. "Sim, Sr. Maddox. É claro."

Michael inclina sua cabeça, um gesto majestoso, e eu quase desmaio com


luxúria.

Ele é um Deus. Ele é um Deus lindo, benevolente, matando a bruxa.

Ele se vira para mim com um sorriso que poderia terminar todas as
guerras. "Gostaria de ver seu portofilio até o final da semana". Ele acena para
Ruth e Portia. "Damas".

Então se vira e sai, levando o meu coração com ele.


Ruth diz brilhantemente, "Bem acho que estamos conversadas! Joellen,
você pode voltar ao trabalho. Eu vou mandar o portofilio para sua mesa hoje
à tarde."

Ela está quase tão feliz com a punição de Portia quanto eu, e sei que tenho
uma amiga no departamento de recursos humanos. Quando Portia gira e sai
do escritório com um huff, Ruth sorri para mim.

Acho que diz Nós garotas grandes temos que ficar juntas.

Então é claro meu sorriso volta, porque é verdade.

O resto do dia é um borrão. Eu flutuo através dele como em nuvens,


maravilhada com a minha boa sorte. Tem sido minha aspiração desde a
infância ser uma editora sênior em uma grande editora, e com um passo até
editora associada, e está finalmente ao meu alcance. Conseguir excelentes
manuscritos, ajudar novos autores a serem descobertos, trazendo beleza e
literatura em um mundo com fome de cultura. . .

Algumas pessoas querem ser ricas e famosas. Eu quero um celeiro de


autores rockstars, creditando-me o seu sucesso nas seções de dedicatorias de
seus romances. Livros foram a minha paixão desde que descobri Harriet o
Espião quando eu era criança. A partir daí a leitura tornou-se uma obsessão.
Eu lia de tudo, desde Nancy Drew e seus mistérios à Lolita, que minha mãe
horrorizada encontrou escondido debaixo da minha cama.

Ela não estava horrorizada por causa da natureza do conteúdo do livro —


não sendo uma leitora, ela não sabia do que se tratava — mas porque a
devolução para a bibliotece estava atrada em um ano. Eu peguei e nunca
devolvi, um hábito que iria um dia culminar com um funcionário da
biblioteca local batendo à nossa porta e exigindo os livros de volta — a essa
altura, havia dúzias — ou o pagamento das multas.
Paguei as multas com o dinheiro que tinha guardado dos trabalhos de
babá. Mesmo assim, os livros eram muito mais preciosos para mim do que de
dinheiro.

Quando chego em casa à noite, tem um prato limpo e uma panela de


carne moída à minha porta, com uma nota na letra do Montanha.

Você estava certa. Estava delicioso. Seu bolo é ainda melhor do que a sua
torta.

Tenho certeza de que não há nada que pode superá-lo.

Sorrio, porque conheço um desafio quando ouço um. E apesar de eu não


me importar com o que ele acha,eu seria amaldiçoada se eu deixasse o
homem ter a última palavra.

Cruzando o corredor, bato em sua porta. Ele abre tão rapidamente que
deveria estar bem ao lado dela. "Oh. Oi."

"Oi, moça. Por que você está piscando como um passarinho assustado?"

Vejo os dois lados do corredor. "Estava esperando alguém?"

"Quer dizer alguém que não seja você?"

"Bem, sim."

Ele olha para mim por um tempo com um olhar vesgo, como se não
conseguisse me entender. "Você sabe, moça, para uma garota brilhante, você
é muito pouca atenta."

"Aha. Isso explica tudo, obrigado. E a propósito, por que você usa a
palavra sangrento para descrever as coisas que não têm nada a ver com
sangue?"
"Por que você usa a palavra lindo para descrever um homem que teve
tanta cirurgia plástica,que parece que foi criado para o Museu de cera
Madame Tussauds?"

Eu ofego em descrença. "Está se referindo a Michael Maddox?"

Ao acenar, Cam dobra os braços sobre o peito. "Sim.Eu olhei no site da


empresa. E tenho que te dizer, moça, que é um menino estranho de se olhar."

"Ele não é um menino. Ele é um homem! E ele não é estranho, no mínimo!


Ele é classicamente bonito!"

"Ele parece uma boneca. Apenas com menos para adicionar a uma
conversa."

Eu ri, porque era para ser engraçado. "Entendi. E você acha que um
homem 'real' deveria ser parecido com o que? Um lenhador? Alguém com
acesso irregular a uma lâmina de barbear e uma barra de sabão?"

"Eu apostarei com você cinquenta dólares, que ele usa uma máscara de
redução de poros e cremes antienvelhecimento caros, antes de dormir todas
as noites."

"Posso apenas salientar neste momento que estas observações são


ridículas, vindo de um homem que aparentemente não acredita em vestuário
da cintura para cima?"

Aponto para o peito dele, que está — como sempre — sem camisa. As
pernas estão em um par de jeans azul desbotados, pendurados baixo nos
quadris para que o V dos seus músculos abdominais ajam como um sinal de
néon apontando em direção a protuberância em sua virilha.

Agora eu já dominava a arte de notar seu bojo sem olhar diretamente para
ele, uma habilidade de nível Jedi.
Ele joga fora minha lógica rebelde, com um aceno de mão e uma de suas
declarações de amor próprio clássico de Cameron McGregor . "É impossível
encontrar camisas que caibam todos esses músculos."

Eu balanço a cabeça. "Cara, você leva a definição de egocêntrico a novas


alturas".

Ele sorri para mim. "Obrigado".

"Não foi um elogio."

"Isso é o que você pensa."

Eu rio novamente porque a outra opção seria chorar. "Sigamos em frente.


Jantar em uma hora. Isso será melhor do que o meu bolo e minha torta . E mais
uma coisa, Tarzan. Use uma camisa". Eu viro a cabeça para o meu
apartamento, e volto a olhar para o que ele diz em seguida.

"Eu poderia, mas você provavelmente só acabará arrancando de mim no


final da noite, moça. Desperdício de uma boa camisa."

Ele fecha a porta, rindo. Eu entro no meu apartamento sorrindo porque eu


tive um dia tão fantástico e estou prestes a fazer ao Montanha uma refeição
que irá explodir suas meias.

Eu não tenho o tempo para me perguntar por que a segunda parte me faz
quase tão feliz quanto a primeira.
DOZE

O gemido vindo do outro lado da mesa, faria uma estrela pornô


orgulhosa.

"Doce Jesus. Ah, pelo amor de tudo que é sagrado. Isso é tão bom. ACH, é
como uma festa na minha boca. Como uma orgia na minha boca! Se eu
morresse neste momento, eu seria feliz, porque teria finalmente descoberto o
que queria da vida."

Tentando não ficar muito satisfeita pelo louvor extravagante de Cam,


permito-me um pequeno sorriso. "O sentido da vida é Rigatone à
Carbonara?"

"Não, moça. O que quero da vida é rigatone à carbonara com pão de alho
caseiro, nhoque de trufa-preta e uma salada de fruta estranha."

"É erva-doce, laranja, hortelã, chicória vermelha, romã, aceto balsâmico e


azeite extra virgem, não uma 'estranha' salada."

Olhos fechados, Cam acena o garfo no ar, como se fosse o Papa


realizando uma bênção na missa. "Detalhes. Meu ponto é que é pura braw.
Pedro."

"O que é 'braw' e quem é Pedro?"

Cam abre os olhos, e eles estão brilhando com o riso. "Significa 'incrível'.'"

"Você poderia ter apenas dito isso."

"Eu disse"! Ele põe outra garfada de rigatoni em sua boca e pisca para
mim enquanto mastiga.
"Estou feliz que você gostou. Mas não espere isso para o restante de suas
refeições de suborno, porque hoje estamos comemorando."

"Ah sim?" diz ele em torno de um bocado. "O que nós estamos
comemorando?"

"Recebi um aumento."

Cam para de mastigar.

“E tem uma vaga aberta para editor associado e o diretor de RH me


incentivou a me candidatar." Eu sorrio para Cam. . . enquanto ele engole,
sua boca cheia de comida.

Passa um momento antes que ele responda. "Parabéns, moça. Você merece
o aumento, tenho certeza."

Há algo estranho em sua voz que me deixa nervosa. "Por que sinto como
um daqueles elogios indiretos que recebo sobre encontros às cegas, como 'É
bom que não está obcecada com sua aparência'?"

Cam toma um gole da água do copo dele antes de responder. Quando


faz, ele mantém seu olhar em seu prato de comida. "Só parece uma
coincidência."

"Como é uma coincidência? Eu me inscrevi para o aumento há um mês!"

Seu olhar pisca até meu. "Uh-huh. E nesta semna, o menino bonito trocou
sua cadeira e eu enviei-lhe rosas. "

"Deus, você é um desmancha-prazeres".

"Só estou apontando para isso. O que acontece com a vaga que está
aberta?"

A memória da cara da Ruth quando Michael enfiou a cabeça no escritório


dela me dá uma pausa por um momento, como a forma estranha que ela
cortou-o quando ele estava falando sobre Maria. Na hora eu estava muito
ocupada sendo feliz pra notar como era estranho, mas agora. . .

"A garota que tinha o trabalho saiu de repente."

Assim que está fora da minha boca, eu sei que é um erro. As sobrancelhas
de Cam estão voando. Ele inclina-se de volta para sua cadeira e lança um
olhar aguçado.

"McGregor, sua imaginação é quase tão hiperativa quanto a minha. Não


há nenhuma conspiração aqui, seu malandrinho! É apenas uma vaga aberta!
As pessoas deixam seus empregos o tempo todo!"

Ele olha para mim sem pestanejar. "Elas fazem?"

A vontade de esmagar o prato na cabeça dele é forte, mas ainda estou em


um humor muito bom para ir para isso. "Por isso é interessante. Estou
descobrindo novos aspectos de sua personalidade todos os dias. Ego gigante,
confere. Fetiche por roupas apertadas e música ruim, confere. Suspeita
estranha de boa sorte e paranoia ativa, confere."

"Não é paranoia se você está certo."

"Deixe-me ver se entendi." Eu sento na minha cadeira, empurrando meus


óculos no nariz, para que eu possa vê-lo melhor. "Sua teoria é que Michael
Maddox tem como alvo minha. . . progressão na carreira?"

Cam levanta um ombro e volta colocando comida em sua boca.

"Você poderia fazer Madre Teresa cometer uma matança interestadual,


sabia?"

"Você dá os melhores elogios, querida. Pegue um prato antes de eu


terminar essa comida."

"Não vou comer".


Rugido de um lobo enche a cozinha.

"Calma, Lobo branco. Você vai assustar os vizinhos."

"Você comeu hoje?", ele exige, inflando o Wolverine que ele tem.

"Sim".

Ele olha para mim. "Além da bebida de proteína que te dei esta manhã '?"

Eu torço meus lábios e inspeciono as minhas cutículas.

Xingando sob sua respiração, Cam empurra sua cadeira atrás da mesa e
pisa para meus armários. Eu deixo-o bater ao redor por alguns instantes,
antes de contar-lhe que os pratos estão no armário acima da cafeteira.

Mais pisadas, mais batidas, alguns bufos. É como se eu tivesse um GNU8


vagando na minha cozinha. Então ele vai até o fogão, derrama conchinhas de
macarrão em um prato com mais força do que o necessário, adiciona, salada
e pão de alho e coloca o prato sobre a mesa na minha frente com um barulho.

Ele aponta para ele. "Comer. Agora".

Eu sorrio para ele. "Eu não tenho um garfo".

Narinas alargadas, ele olha para baixo para mim. "Você está testando a
sua sorte, mulher."

"Ao contrário de algumas pessoas nesta cozinha, eu não sou uma grande
fã de comer com os dedos."

O olhar de raiva no rosto é perversamente satisfatório. Ele gira, para as


gavetas e começa a puxá-las uma por uma, procurando os talheres.Eu
assisto, ainda sorrindo.

8
antílope encontrado no Leste e Sul da África ( Connochaetes taurinus ), de pelagem cinzenta,
com a face e a cauda negras.
"Se eu soubesse que você enlouquece quando pessoas pulam refeições,
iria fazer uma greve de fome desde o momento em que te conheci."

Cam volta com um garfo em punho. Ele me prende, seus olhos


queimando. "Não é exagero a refeição", diz ele, seu tom bruto de voz. "É a
razão por trás disso."

Nossos olhares se fixam por um momento. Então eu decido que não vale o
argumento e pego o garfo da sua mão.

Ele senta em sua cadeira e olha para mim até eu ceder e dar uma mordida
na massa. Então, ele volta carregando comida em sua boca, mas mantém um
olho desconfiado treinado em mim, enquanto come. Tenho um
pressentimento que ele vai tentar forçar-me, como um ganso sendo
preparado para um assado gorduroso, se não mantiver um ritmo acelerado,
então eu sou cuidadosa em parecer ocupada.

"Empurrar a comida ao redor com seu garfo e levantar garfadas vazias


não contam como comer," Cam diz depois de um minuto.

"Okey, pai," Eu murmuro e tomo uma garfada normal de alimentos.


Mastigar, engolir e depois enfiar a língua, abrindo minha boca para provar
para o Montanha que eu sou uma boa menina e ele pode parar de me
questionar.

"Melhor. Faça de novo."

Suspiro, rolo os olhos e como mais. Eu estou morrendo de fome, então


minha força de vontade se desfaz muito rápido. Em um segundo, eu estou
abrindo caminho através de rigatoni como se alguém estivesse apontando
uma arma para minha cabeça.

Cam grunhi em aprovação.

Eu me odeio por gostar desse general.


"Falando de seu pai," ele diz casualmente, olhando agora para o prato
dele, "Qual é o problema?"

"Meu pai? Oh, ele é um fotógrafo. Quero dizer ele era. Está aposentado
agora."

"Sim? Que tipo de fotos ?"

"Fez alguns trabalhos para os estúdios de cinema, mas seu ganha-pão era
a fotografia de moda. Modelagem , revista de modas, esse tipo de coisa."

"Então ele trabalhou com um monte de modelos".

Eu aceno, mastigando o pão de alho como um animal de fazenda. ‚E


atrizes e atores. Pessoas bonitas,' ele elogiava. "

"E sua mãe?"

"Ela era uma modelo de passarela. Eles se conheceram em uma sessão em


Paris, na verdade. Agora, ela principalmente faz enemas e está obcecada por
encontrar a alface macrobiótica perfeita nas suas viagens diárias para o
mercado de agricultores.

Cam está quieto por um momento. "E sua irmã é uma rainha da beleza."

"Yup, Jacqueline participou do concurso de Miss América. Perdeu para


uma garota de fazenda do Kansas. Acho que ela nunca se recuperou. Ela e
minha mãe são praticamente gêmeas idênticas — clássico tipo da Califórnia
de loiras com pernas longas. Meu pai, também. Ele parece um surfista —
muito bronzeado e em forma." Eu rio. "Minha irmã costumava me provocar,
quando éramos crianças dizendo que fui adotada, porque não pareço nada
com alguém da família."

Cam olha em seu prato. Seus olhos são escuros, e a cara dele é séria. "Isso
explica muita coisa."
Faço uma pausa para minha boca com o garfo no meio do caminho. "O
que você disse?"

"Sua imagem negativa do corpo, danificando sua auto-estima e a


conflituosa relação com a comida."

Eu abaixo lentamente o meu garfo para meu prato, meu rosto quente e
meu estômago torcido. "Como"?

Cam disse, "você tem uma mãe modelo, uma irmã rainha da beleza, e um
pai cercado por pessoas de aspecto perfeito em toda a sua carreira. . ."

"Você não está em posição para criticar minha família ou analisar-me,"


interrompo rigidamente, meu coração batendo duro dentro do meu peito. "E
não nos esqueçamos, você é bastante comprometido com sua própria
aparência, também, McGregor."

"Talvez sim, talvez não. Mas nunca faria alguém se sentir mal sobre si
mesmo, porque eles não se enquandram com minha ideia de perfeição."

"E isso é o que você está sugerindo que minha família me fez?"

"Não é?"

Estou tão brava, que meu corpo todo treme. Tornando as coisas piores, é o
fato que ele está certo. "Eu acho que seus quarenta e cinco minutos
acabaram."

Levanto, levo meu prato para a pia, despejo o resto de comida na lixeira e
pisco duro, tentando limpar meus olhos cheios de água.

"Joellen. . ."

"Pare. Nem mais uma palavra. Você pode sair sozinho."


Há um silêncio longo e pesado atrás de mim. Então Cam suspira. Eu ouço
sua cadeira raspar da mesa quando levanta. "Tudo certo para amanhã de
manhã'?"

Conto até dez antes de responder para minha voz não tremer. "Sim".

"Okey", diz ele, a voz mais suave. "Bom." Ele dá alguns passos, mas faz
uma pausa antes que chegue até a porta. "Para que você saiba, moça. . . eles
estão errados."

Eu fecho meus olhos. Uma lágrima solitária escapa e rastreia minha


bochecha. Então minha porta da frente abre e fecha e eu estou sozinha com
Mr. Bingley entrelaçado em torno de meus tornozelos e a certeza de que não
sou a única que espiou atrás de uma cortina.

Se eu vi o real Cameron McGregor, ele também viu a real Joellen Bixby.

Naquela noite eu não durmo. As palavras de Cam giram em torno da


minha cabeça como um tornado, levantando todos os tipos de desagradáveis
lembranças. Eu me odeio por ficar tão afetada pela sua observação simples e
a preocupação que se ele pode me ver tão claramente, todo mundo pode ver,
também.

Mas quando penso nisso,percebo que ele é o único que está se


preocupando.

Pela manhã, é estranho.

"Oi", ele diz com uma voz moderada, na minha porta quando eu atendo.
Ele tem as mãos enfiadas nos bolsos frontais de um moletom preto, o capuz
levantado na testa, um par de calças pretas e tênis pretos, completando o
look.

"Oi. Nunca te vi tão vestido. Está se sentindo okey?"


Sem contrair os lábios, ele sorri, usando apenas seus olhos. "Se você
quiser, eu posso tirar minha camisa. Ela vai cortar pelo menos cinco minutos
do seu tempo do seu aquecimento."

"Lá está ele. Bom dia, garanhão."

"Bom dia, Lady dragão. " Ele mexe em sua cintura e puxa uma garrafa de
plástico da gosma verde, amesma que havia me dado na manhã anterior.
Quando volto a olhar, parece aliviado, ele estava esperando uma briga.

"Espera". Olho para a garrafa na sua mão, em seguida, olho para Cam em
confusão. "De onde veio isto?"

"Meu liquidificador".

"Você tem um liquidificador atrás da sua calça?"

"Estava na minha cintura".

Isso me dá uma pausa. "Você acha que é uma boa ideia carregar uma
garrafa do seu apartamento até aqui? Suas duas mãos estão quebradas?"

Ele olha para mim, e deixa escapar um sorriso. "As mãos são totalmente
operacionais, moça. Vai que você pense em deixar um rapaz tátil fazer uma
tour por suas majestosas partes femininas."

"Por favor me diga que você está usando cueca e que esta garrafa não
estava guardada na sua bunda"

Com a cara mais lavada do mundo, ele diz, "Sim, moça, você me pegou. É
uma garrafa de suco de bunda. Beba, está cheio de vitaminas".

"Vitaminas"?

Minha imaginação começa a correr solta. Uma vez li um livro intitulado a


Colheita Natural , escrito por um homem que achava que cada prato poderia
ser melhorado pela adição de um determinado ingrediente "natural"
produzido por um par de testículos masculinos. A foto que acompanhava a
receita de ‘Caviar ligeiramente‖salgado’ me assombra até hoje.

"Beba esta porcaria, moça. É só vegetais e proteína em pó!"

Eu fecho a porta do apartamento atrás de mim e enfio minhas chaves no


pequeno bolso com zíper na minha blusa . "Bem, mas se isto for
suspeitosamente salgado, vou chutar o seu traseiro." Eu abro a garrafa, cheiro
o conteúdo e ouço a risada de Montanha.

"A única coisa salgada neste corredor é você, querida ."

Sua voz é tão quente quanto o olhar que ele dá quando me assiste tomar
o conteúdo da garrafa. Ele fez a barba hoje, mas de alguma forma sua barba
habitual lhe cai melhor. Ele não é o tipo de cara que pra ser bonito deve ser
polido até brilhar, aparado e manicurado. Todas suas arestas combinam para
formar algo mais interessante. Mais. . .

Masculino.

Eu bebo a gosma verde e limpo a boca na minha mão quando termino,


olhando para longe porque meu rosto de repente está em chamas.

Cam inclina a cabeça e diz. "Uh-oh. Você deve ter tido um pensamento
sujo sobre o bonitão Michael. Seu rosto se tornou uma beterraba."

Quando respondo com apenas um sorriso e um aceno de cabeça , Cam ri


novamente. "Um pouco cedo pela manhã, para estar se sentindo brincalhona,
né, querida?"

Ouvi-lo me chamar de querida deixa-me ainda mais quente e agora eu


gostaria lhe dar uma surra por me fazer sentir-me uma idiota.

"Vamos começar," Eu lhe digo, um pouco bruscamente.

Ele está divertido por minha súbita mudança de humor. "Okey, okey, não
precisa se irritar."
Deixo a garrafa vazia no chão ao lado da porta e fazemos alongamentos
de aquecimento no corredor enquanto escuto-o divagar sobre ritmos cadíacos
e euforias de corredor e todos os tipos de outras coisas saudáveis das quais
não consigo me concentrar, porque estou muito ocupada tentando evitar
notar sua beleza novamente.

Deve ser a falta de sono que tem me deixado tão nervosa.

Ou isso ou eu acabei de perceber que, em sua própria maneira irritante,


arrogante, o Montanha é muito bonito.
TREZE

Até sexta-feira eu havia perdido cinco kilos — cinco! — Cam e eu, nos
acomodamos na nossa rotina de corrida pela manhã e jantares todas as noites.
Fiel à sua palavra, ele manteve sua música baixa, então meus ouvidos não
sangraram durante toda a semana. Ele também desenhou um plano de
alimentação para mim focado em vegetais e proteína magra e vasculhou
minha despensa e geladeira em busca de comida que considerava
inapropriado para minha nova dieta. Ele pegou o que encontrou e botou tudo
em uma caixa de papelão.

Uma embaraçosamente grande caixa de papelão.

Então fomos as compras juntos, e eu me encontrei como objeto de tanta


inveja de outras mulheres que pensei que elas me fariam um boneco de vodu
e fincariam alfinetes nele. A inveja delas era palpável, e tudo o que eu estava
fazendo era andar ao lado dele. Provavelmente pensaram que eu era sua
empregada, mas os olhares que eu recebi. . . caramba.

Os olhares que ele recebeu deram um vislumbre do porque o ego dele


tinha inflado para dimensões de Godzilla. Essas mulheres olhavam para ele,
como se ele fosse o mais suculento filé. Elas pareciam querer arrancar toda
sua roupa e montá-lo, ali mesmo no corredor dos vegetais orgânicos. Como
se ele nem sequer fosse uma pessoa real, realmente, apenas um grande
pedaço de carne saborosa para elas cravarem seus dentes.

Eu estava envergonhada por meu próprio sexo.

Ele levou tudo com calma, apesar disso. Era difícil dizer se ele estava
absorvendo a admiração ou desviando, porque em público seus sorrisos
pareciam mais frágeis do que quando estávamos sozinhos. Ele gostava
claramente da atenção, mas minha intuição me disse que não era tão fácil
como ele fazia parecer.

Ou talvez tenha sido minha imaginação hiperativa novamente. De


qualquer forma, nenhum de nós mencionou todos aqueles olhos famintos na
mercearia quando chegamos em casa.

Estou na cozinha do escritório na sexta de manhã, fazendo-me outra


xícara de café, quando uma voz masculina diz atrás de mim, "Que vestido
bonito."

Eu giro tão rápido que quase caio, mas me equilibro contra o armário
antes de pode cair de cara no chão. A dois passos de mim está Michael,
vestindo um terno cinza-carvão com um lenço de bolso, parecendo uma
estrela de cinema.

Ele sorri para mim. "Não lembro de ter te visto usar um vestido antes. É
novo?"

Eu olho para baixo para mim. "Oh. Isto? Hum".

Eu me esforço para pensar em uma desculpa para esse vestido que não
envolva a verdade constrangedora que eu cavei meu armário ontem à noite,
procurando por algo que ele poderia gostar na hipótese que esbarrassemos
um no outro, e isto foi a única coisa que eu encontrei. É azul, me lembrei que
é sua cor favorita. Também, devido a alguma peculiaridade engenhosa de
design, ele executa o milagre de fazer meus quadris parecerem mais estreitos.

Eu abro a boca para responder e ouço o sotaque travesso de Cam na


minha cabeça. Diga que você tem um encontro.

"Tenho um encontro," deixar escapar tão alto que Michael pisca.

"Oh"? Seu olhar cintila sobre mim de cima à baixo, da cabeça até o dedo
do pé, avaliando. "Bem, seja ele quem for, eu invejo-o."
Meus dedos enrolam tanto no balcão de fórmica que surpreende-me não
quebrar. Eu tento uma risada coquete mas acabam soando como se estivesse
tentando cuspir uma bola de pelo.

Michaelparece sentir meu iminente colapso mental, porque balança a


cabeça, o sorriso dele crescendo mais amplo. "Com licença?" ele aponta para a
cafeteira diretamente atrás de mim.

"Oh! Claro, sinto muito! " Eu pulo fora do caminho e fique ao lado, onde
posso admirar a sua beleza de uma distância segura.

Michael pega a caneca de café, que deixei na máquina. Tomo-a apertando


as mãos, evitando os olhos dele, porque todos os meus nervos estão pulsando
de tensão e eu temo que ele será capaz de ver se fizer contato visual.

Ele cheira fresco e limpo, como linho fresco. Como notas novas de cem
dólares.

Ocupando–se com fabricação da própria xícara de café, ele diz


casualmente, "Revisei sua proposta para o cargo de editora associada."

Eu paro de respirar. É uma coisa boa, não tenho a boca cheia de líquido,
porque estaria tudo em seu terno elegante agora.

Ele olha-me debaixo de pestanas pretas grossas. Seus olhos azuis brilham.
Um flash de uma covinha em sua bochecha. "Sonetos"?

Instantaneamente, meu rosto brilha com o calor de mil sóis.

Na proposta tinha uma parte que pedia informações adicionais não


incluídas no currículo que seria pertinente para o desempenho no trabalho.
Habilidades especiais, passatempos relevantes, qualquer experiência fora da
educação formal ou histórico de trabalho que possa dar uma vantagem ao
canditado. Por um capricho, eu tinha listado a única coisa que pensei que
talvez coubesse, por estar de acordo com a indústria editorial e tudo mais.
Eu escrevo sonetos como um hobby. Classicamente estruturados, sonetos
de estilo Shakespeareano, porque sou patética com uma inexistente vida
amorosa e que um dia vai morrer sozinha rodeada de gatos.

Olhando para meus sapatos, resmungo, "Hum. Sim."

"Está tudo bem," diz Michael com uma risada. "Não se envergonhe. Acho
muito encantador."

Encantador? O homem dos meus sonhos me descreve como encantadora?


Não sei qual a sensação de um ataque cardíaco, mas o que estou sentido é,
provavelmente, perto disso.

Olho para ele, emocionada pelo calor em seus olhos, mas minha emoção
rapidamente se transforma em terror quando ele diz, "Recite-me um."

Meu sangue deixa de circular nas minhas veias.

"Ora," exorta delicadamente, vendo o olhar na minha cara. "Quero ouvir


um dos seus sonetos, Joellen. Por favor?"

Ah Deus. OhDeusohDeusohDeus.Minha boca é um deserto. Minhas mãos


começam a suar. Sinto um início de diarreia chegando, mas Michael Maddox
está de pé à dois passos de distância, me olhando com expectativa após
proferir a palavra por favor. Estou condenada a obedecê-lo, não importa o
quanto eu prefira sofrer um derrame fulminante e morrer no local.

Eu umedeço meus lábios. Minha voz sai como um sussurro, mal


perceptível sobre meu coração de trovão. "Por favor não ria".

A expressão dele fica mortalmente séria. "Prometo que não vou."

"Okey". Inspiro uma respiração profunda, que espero que me dê coragem,


mas falha completamente. "Isso é chamado de 'Ode às velhas meninas."

As sobrancelhas de Michael sobem.


"Eu disse, não ria!"

Ele levanta a mão, balançando a cabeça. "Eu juro pela minha mãe que não
estou rindo. Você tem minha palavra. Por favor, continue."

Após um momento depois de inspeccionar seu rosto, não vejo nenhuma


dica de diversão, então eu engolo meu medo e começo.

Quando chega a crise da meia idade

E as rosas já não florescem,

Nós, mulheres de uma certa idade ficamos melancólicas,

Ignoradas por homens para aquelas

Meninas de seios rosados e coxas

E flertes tímidos e tolos.

Mas tais prazeres — tais prazeres! — são

Apenas

Para os homens, desejando novas sensações,

Porque nós, mulheres maduras (ainda cheias de vida)

Somos temperadas por nossas complicações.

Trazemos ao amor um certo tempero

Desconhecido para donzelas menos experientes.

Então não olhem, homens, para as jovens pelo seu encanto fácil,

Mas satisfaçam seus anseios mais profundos nos braços de uma mulher
mais velha.
Na sequência da minha recitação de "Ode às velhas meninas", a cara de
Michael passa por uma série de transformações notáveis. Não sei quantas
emoções atravessam seu rosto, mas a final é indecifrável e, portanto,
aterradora.

"O um soneto fascinante," ele diz, sua voz firme, os olhos em chamas de
um fogo azul. "E que interessante você escolheu esse específico para
compartilhar comigo."

Espasmos no meu estômago. Eu fiz um erro colossal, não intencional,


mas, no entanto, imperdoável.

Meu chefe pensa que eu só já sugeri o ele que fizesse. Eu vou ser
demitida por assédio sexual.

Minha carreira está acabada. Também vou visitar agora o abrigo de


animais e adotar o resto dos meus gatos.

Minha mão cobre minha boca e fico com os olhos arregalados, respiro em
horror. "Isso — não — é o mais recente que escrevi. Não quis dizer nada com
isso. . . "

O olhar de Michael cai para minha boca. Ele murmura, "Não? É uma
pena." Ele estende a mão e escovas suas juntas sobre a minha bochecha.

A Terra para de girar sobre seu eixo. Tornei-me ciente de todas as células
do meu corpo, de cada nervo, minha respiração fica irregular, um tremor
deslizando pela minha pele. Estamos parados, nos encarando com um
poderoso magnetismo que deixa a minha mente em branco.

Minha mente está congelada, mas meu corpo é todo sensações, todas
elevando o batimento cardíaco e o pulso, a imprensão fraca de suas juntas na
minha pele, o centro do meu universo.

Seus lábios. Ele inclina-se mais perto.


Santa merda. Ele vai me beijar.

"Sr. Maddox, eu preciso falar. . ."

Portia aparece na cozinha, os saltos clicando, um arquivo debaixo do


braço. Ela nos vê e pára de repente.

Michael gira e recomeça a servir-se de uma xícara de café como se nada


tivesse acontecido, enquanto permaneço enraizada no lugar, mortificada e
estranhamente culpada, incapaz de falar ou me mover.

Cubos de gelo começam a formar-se, estalactites e estalagmites aparecem


em torno do lugar onde Portia está parada. Ela olha para mim, seu olhar
duro, sua postura rígida, a expressão dela acusatória e, em seguida, ela vira
seu olhar gelado de volta para onde Michael está. "Desculpe-me, senhor," ela
diz rigidamente. "Sua secretária me disse que estava aqui. Eu não queria
interromper."

Michael se vira com uma caneca na mão, um sorriso casual no seu rosto
bonito. "Você não interrompe. Joellen e eu estávamos discutindo sua proposta
para a vaga. Ela está muito ansiosa para começar o trabalho."

É a coisa certa a dizer. Se as pessoas pudessem entrar em combustão


espontânea, Portia iria ser espalhada por toda as paredes e o chão agora em
pedaços pouco congelados.

Ela lança-me seu olhar gelado. Seus lábios afinam e suas narinas inflam,
temo que ela vá me atacar fisicamente.

"Estou vendo", ela diz suavemente, queimando buracos em minha cabeça


com seus olhos.

Isso é um desastre de proporções de Hindenburg. É claro que Portia acha


que Michael quis dizer com ansiosa e o que ela acha que eu estou fazendo.
Por conta de uma pincelada das juntas dos dedos do meu chefa na minha
bochecha, eu me tornei a meretriz do escritório, dormindo por uma
promoção, que caso contrário não mereceria.

Com minha voz estrangulada, digo, "Acho que vou voltar a trabalhar
agora."

Eu saio, cauda entre as pernas, contornando Portia com meu olhar no


chão. Assim que estou fora da cozinha, eu saio em uma corrida sem fôlego,
voltando para a minha mesa onde pretendo passar o resto do dia projetando
vários tamanhos de AS escarlates para usar na minha roupa.

Se eu não tivesse má sorte, não teria qualquer sorte em tudo.

Alguns minutos antes de 05:00, meu telefone de mesa toca.

"Joellen Bixby falando."

"Joellen, é Michael".

Meu coração bate contra minhas costelas. Olho em volta, repetidamente,


como se Portia pudesse estar à espreita ao virar da esquina do meu cubículo,
e depois afundar em minha cadeira e cobrir o bocal do telefone com a mão.
Por que estou me sentindo como se estivesse em um filme de espionagem, eu
não sei.

"Hum. Olá, senhor."

Ele suspira, e mesmo assim soa bonito. "Por favor, pare com o senhor.
Todos me chamam de senhor. Faz-me sentir como meu avô."

"Sinto muito. Hábito. Você é o CEO e tal."

Michael limpa a garganta . "Sim. Sobre isso." Há uma breve pausa e, em


seguida, ele expira em uma rajada. "Peço desculpas pelo que aconteceu na
cozinha. Foi inapropriado da minha parte. Espero que você possa aceitar
minhas sinceras desculpas. Eu deixei você claramente desconfortável, e foi
absolutamente fora de linha. . . "

"Não fiquei desconfortável."

Silêncio.

Estranhamente, encorajada por sua falta de resposta, deixo minha voz


para um sussurro. "Quero dizer, eu estava, mas em um bom caminho."

Outro expiração, esta um pouco mais longa e mais lenta.

"Você não está dizendo nada."

"Estou aliviado". A voz dele cai uma oitava. ". . . E muito feliz em ouvir
isso."

Eu seguro o telefone longe do meu rosto e grito silenciosamente, saltando


em minha cadeira como uma lunática com meus pés acima e para baixo.
Quando eu coloco o telefone de volta ao meu ouvido, eu desenterro cada
grama de coragem que eu tenho e faço a pergunta de 1 milhão de dólares.

"Por quê?"

Depois de uma pausa estressante, sua resposta é ainda menor do que


antes. "Você sabe exatamente por que, Joellen."

Minha calcinha está se desmanchando como papel queimado. Meus


óculos embaça da mesma de quando li 50 tons de cinza pela primeira vez. Meu
coração está em perigo de explodir dentro de meu peito.

Eu sussurro, "Não, não sei. Diga-me." Quem é esta pessoa? Esta pessoa
ousada, flertando? Parece que um corpo de corpos aparentemente me
consumiu.

Ouço um farfalahr, o rangido de uma cadeira. "O que você está fazendo?"

"Caminhando".
Ele está andando. E sua voz é áspera. E está feliz que eu não tenha ficado
desconfortável no mau sentido, mas não responde quando pergunto por que.

"Michael", eu sussurro.

"Sim, Joellen?"

"O que está acontecendo?"

Mais farfalhar. Ele pode estar se sentando. Imagino-o em seu escritório,


olhando para o chão, fazendoos tipos de bonito a atormentado.

Ele começa hesitante, ele parece estar forçando as palavras para fora
contra sua vontade. "Você sabe. . . que eu vou. . . divorciar-me."

"Sim".

". . . E também que. . . Eu sou o CEO da empresa."

"Sim".

"E você. . . É minha funcionária. . . Que recentemente se candidatou para


uma promoção."

Não posso responder porque a euforia congelou minha língua, mas meu
coração está gritando Sim! SIM! Sim!

"Então... É complicado."

Eu olho para meus pés, cega para qualquer um emtorno de mim, aperto
fote o telefone, minha alma prestes a ser arrancada do meu corpo. Eu escuto o
que ele está falando com o mesmo medo de alguém que espera o veredicto
de um júri em seu julgamento por homicídio.

"Está aí?"

"Estou aqui". Minha voz é instável, mas não me importo. Uma bomba
nuclear pode explodir em Manhattan... e eu não me importaria.
Soando miserável, Michael suspira novamente. "Me desculpe. Eu estou
colocando você em uma posição terrível. Estou sendo idiota. Eu nunca devia
ter aberto minha boca."

Tarde demais. Agora abriu a caixa de Pandora, e todas as pequenas


criaturas diabólicas estão correndo, gritando de alegria ao longo de meus
órgãos reprodutivos. "Você ia me beijar."

É uma declaração, não uma pergunta, porque agora eu tenho certeza que
é verdade. Eu poderia ter sido capaz de me convencer que era minha
imaginação antes desta conversa, mas as coisas mudaram drasticamente.

"Tenho de ir."

"Michael. Diga-me."

Há um silêncio longo, cavernoso e, em seguida, Michael sussurra, "Sim".

Ele desliga.

Levanto os braços no ar, jogo minha cabeça de volta e soltou um grito de


vitória tão alto que todos no labirinto de cubículo param o que estão fazendo
e me olham.

Por trás de mim vem a voz irritada do Shasta. "Vadia, o que diabos há
com você? As pessoas estão ocupadas fazendo coisas por aqui — fique
quieta! "

Eu começo a rir e não consigo parar.

Michael Maddox ia me beijar.

Eu não posso esperar para chegar em casa para contar a Cam.


CATORZE

Paro no mercado na esquina do caminho de casa para pegar uma boa


garrafa de vinho, porque estou comemorando. Os enfeites de Natal estão por
toda parte. As janelas das lojas brilham com luzes coloridas, um pó macio de
neve cobre o chão, música de feriado jorra de cada alto-falante, falsos Papais
Noéis nas esquinas, chacoalham agressivamente sinos que deixam as
pessoas irritadas.

Tudo parece mágico. Estou sentindo o espírito de Natal como nunca senti
antes, simplesmente porque os lábios de Michael tinham a intenção de
pressionar contra os meus.

Não importa que eles na verdade não conseguiram fazê-lo. É o


pensamento que conta. Se não fosse por aquela bruxa Portia, eu celebraria
hoje com Dom Pérignon em vez de um cabernet Napa decente.

Estou abrindo a porta do apartamento quando ouço a voz de Cam, que


soa abafada por trás de sua própria porta mas ainda facilmente discernível.

"Porque eu não quero voltar mais cedo, é por isso!"

Faço uma pausa, minhas orelhas animam -se, curiosidade esmagadora.

Os passos pesados reverberam através do assoalho de uma maneira, então


viram e voltam a outra. " Suponho que meu advogado de merda saiba lidar
com isso!" Ele ruge. "Ele disse que eu não teria que comparecer em um
tribunal, até o dia 17 do mês que vem!"

Oh rapaz. Isso não soa bem.


Eu tentando ser silenciosa, giro a chave na fechadura e abro a minha
porta. Não quero que Cam pense que estava espionando e me chamado de
voyeur novamente, então é minha intenção entrar silenciosamente, mas Mr.
Bingley tem outras ideias.

"RRROOOOWWW!" ele grita, espantado porque pisei em seu rabo.

"Shh!" Eu assobio, acenando com uma mão para ele. "Vou dar de comer
para você em um segundo!"

Mas é tarde demais. A porta da frente já está abrindo.

Olhando para mim, Cam troveja para o telefone na mão, "Tenho que ir
porra! Eu vou ligar mais tarde."

Ele bate o dedo contra a tela para terminar a chamada, lança o telefone
por cima do ombro que aterrissa com um barulho no chão, então fica ali
olhando para mim, respiração difícil, seu peito arfando para cima e para
baixo e seus olhos selvagens.

"Oi, garanhão. Dia ruim?" Deixei ele em silêncio por alguns segundos.
"Você quer falar sobre isso?"

"Não!"

"Okey, okey, não fique estressado. Tenha uma boa noite."

Presumo que ele não vai querer ser social hoje devido a forte tempestade
fervendo em sua cabeça, mas parece que ele não pensa assim, quando vejo
que ele fecha sua porta, vem caminhando no fim do corredor e passa por
mim, entrando em meu apartamento.

"Claro, vamos lá, fique à vontade," digo secamente, olhando ele cair no
meu sofá. "Sempre um prazer ter um gorila bravo em casa."
Ele repousa sua cabeça na parte de trás do sofá e fecha os olhos. Quando
fala, sua voz mais moderada. "Desculpe, moça. Apenas deixe-me acalmar-me
por um segundo."

Mr. Bingley lembra-me sem rodeios do seu descontentamento por esperar


para o jantar e trota para a cozinha com a sua cauda erguida. Fecho a porta,
imaginando como eu me tornei uma escrava de refeição para esses dois
machos de alta manutenção.

Largo minha bolsa no console, tiro fora meu casaco e o cachecol, largo-os
sobre uma cadeira e levo o vinho para a cozinha, onde alimento o gato,
depois pego um abridor de garrafa e um copo de vinho de cristal, que está
escondido por trás de todos os outros ruins no armário. Passei um tempo
lutando com a rolha até que ele aparece, então eu chamo por cima do meu
ombro, "Você quer um copo de vinho?"

"Cameron McGregor não bebe vinho."

Eu grito, porque o desgraçado apareceu do ar e ergue-se agora ao meu


lado.

"McGregor! Pare de fazer isso!"

Ele parece se divertir. "Não é culpa minha que você é surda como seu
gato, moça."

"Eu não sou surda. Você é apenas terrivelmente furtivo!"

Ele ri, e estou aliviada por ver que algumas das trovoadas estão se
dissipando. "Isso é verdade. Como ninja sou eu."

"Não fale de trás para frente como Yoda. Você é muito musculoso para
imitá-lo."

"Aha! Você está finalmente admitindo que um diabo bonito, corpulento,


sou eu!"
"Aqui vamos nós." Eu sorrio e balanço a cabeça e, em seguida, dá-me um
copo de vinho. Tomo um longo gole, engulo e suspiro alegremente.

O que é quando observo Cam me olhando de cima embaixo.

"O quê"?

"Você está usando um vestido. E salto alto."

"Parabéns por seus incríveis poderes de observação."

Ele não se ri. "Você parece. . ."

Quando ele não consegue completar a frase, eu‖ruborizo‖‚Como uma


pessoa em um vestido? Obrigada, que elogio espetacular."

Seu olhar pisca até meu. "Ótima, eu ia dizer. . . está realmente linda."

Foco meus olhos nele, mas ele não dá nenhuma indicação de que está
fazendo uma piada.

Eu juro que este vestido tem poderes mágicos. Eu poderia usá-lo todos os
dias de agora em diante. "Obrigada. Então, se você não bebe vinho, o que
você bebe?"

"Cerveja, mas cerveja escura, daquelas que não dê pra ver nada através
dela."

"Porque os homens de verdade não bebem cerveja cristal, de cor pálida".

"Exatamente. Eu sabia que você achava que eu era um homem de


verdade."

"O júri ainda não votou, amigo. Você usa uma enorme quantidade de
saias. Tenho medo de que o encontre invadindo meu armário uma destas
noites. Mas se precisar de uma amiga para conversar sobre isso, estou aqui
para você. Eu até mesmo vou deixar você experimentar meus sutiãs."
Nós sorrimos um para o outro. Ele inclina-se contra o balcão e cruza os
braços sobre o peito. Hoje está vestindo uma roupa real, composta de
camiseta branca, botas pretas, e aqueles desbotados jeans azul baixos
pendurados na cintura. Com todas as tatuagens em seu bíceps, o cabelo
desgrenhado e uma sombra escura em seu maxilar, ele poderia ser qualquer
coisa, de um motociclista fora da lei à uma estrela do rock.

Eu entendia por quê todas aquelas mulheres no supermercado estavam


babando por ele.

"O que é esse olhar, moça? Seu rosto é engraçado. Você está se divertindo
ou é 'um episódio de gases intestinais? "

Envergonhada, eu uso de sarcasmo, minha habitual primeira linha de


defesa quando necessário.

"Sim, McGregor. Estou tendo um episódio de gases intestinais. E não


estou usando minha calcinha carvão, então afaste-se ou vai ser jateado." Dou-
lhe um pequeno empurrão no peito, que é como tentar mover uma parede de
tijolos.

"Ach, tenho certeza que seus peidos cheiram como pétalas de rosa, amor."

Comecei a rir. "Por favor, não fale sobre peidos! Tem um cara no trabalho
que me diz piadas de pum 24-7. Não preciso que ninguém mais fale desse
assunto!"

Algo treme sobre o rosto do McGregor — um flash de tensão, aí então


rapidamente se foi. "Há outro cara no trabalho que lhe interessa?"

"Não. Eca. Denny tem setenta anos. E piadas sobre peidos não é
exatamente a coisa que faz uma menina suspirar. Mas falando de trabalho. . . "

Coloco meu vinho no balcão e bato palmas, pulando um pouco porque


estou super animada para compartilhar a notícia. "Michael quase me beijou
hoje na cozinha da empresa."
Depois de uma pausa, Cam passeia em torno da mesa da cozinha e
senta-se em uma das cadeiras. De sobrancelhas abaixadas, ele nivela seu
olhar com o meu. "Não leve a mal."

"Oh meu Deus. Já estragou tudo!"

Ele me ignora e vai direto ao ponto. "Se você tivesse uma amiga, que te
dissesse que seu chefe ainda casado quase a beijou no trabalho, o que você
diria?"

Algum ar sai do meu balão de amor de Michael. "Parece ruim quando


você diz".

Ele faz um gesto com a mão, como porque é.

Dá-me mais vinho. "Okey, mas você ainda não ouviu a história toda."

Ele move seus lábios. "Estou sem fôlego com antecipação".

Lanço toda explicação do que aconteceu, incluindo todos os detalhes, o


que eu disse, o que Michael disse, como Portia entrou e nos pegou, em
seguida, a chamada de telefone onde Michael admitiu que estava prestes a
me beijar. Quando eu acabo de falar, Cam parece perturbado.

"O quê"? Mastigo minha unha em ansiedade.

"Você acha que é velha?"

Totalmente confusa, olho para ele.

"Disse que o soneto que recitou-lhe chamava-se 'Ode à velha menina. Foi
isso mesmo?"

Calor sobe pelo meu pescoço em uma descarga lenta. "Tenho trinta e seis,
McGregor."

"E você acha que isso é velha?"


"Você vai gozar comigo agora?"

Ele balança a cabeça, corre as mãos pelo seu cabelo e murmura algo sob
sua respiração. "Não importa. Volta para a imagem grande. Chefe casado.
Único empregado. Um quase beijo na cozinha da empresa. A possibilidade
de ver toda a sua carreira por água abaixo se a bruxa decide denunciá-lo à
gerência."

'Michael é o CEO'.

"Sim. E você está pronta para uma promoção. Como é que isso vai
parecer?"

Eu hesitei, considerando o que ele está sugerindo. Cam não deve gostar
de minha expressão, porque a voz dele sai dura.

"Não seja ingênua. Se essa mulher quer, ela pode trazer grandes
problemas para você no trabalho. Há várias maneiras em que ela pode fazer
sua vida um inferno. Manchando sua reputação. Virar as pessoas contra
você. Minar a legitimidade de seu trabalho duro, dizendo 'a promoção é só
porque você está transando com o chefe. Use sua imaginação, moça. "

Lembro de Ruth do RH e como ela não parecia gostar de Michael entrar


na nossa reunião, do ódio profundo por mim que Pórtia mostrou, e meu
estômago vira com ansiedade. Eu bebo o resto do meu copo de vinho. "Que
pena. E eu pensando em aceitar essa oferta para me ensinar a beijar." Eu ri
nervosamente. "Esse é o menor dos meus problemas!"

Me sirvo com um pouco mais de vinho. E quando estou prestes a levar a


taça para a minha boca, percebo que Cam apareceu silenciosamente ao meu
lado mais uma vez. "Cara. A sério. Isso é estranho. Para com isso."

"Eu só tinha um pensamento".

"Mais um? Esta é uma semana de registro para você."


Cam tira o copo de vinho da minha mão e coloca cuidadosamente no
balcão. Então me olha com olhos semi cerrados e um rosto inexpressivo.
"Talvez eu tenha sido muito duro com você, moça. Eu ofereci minha ajuda,
lembra."

"Sim."

"Então vá em frente."

Eu afasto meus olhos dele. "Vá em frente e o que?"

"Beije-me".

O som de Mr. Bingley comendo sua comida é o único ruído na cozinha


por um momento, até que Cam me incita, "Vamos lá, vamos ver o que você
tem. Preciso saber com o que estou lidando, se não, como eu vou ser de
alguma ajuda."

Calor se espalha sobre meu peito e meu pescoço, então minhas orelhas
estão queimando.

Cam, encolhe os ombros. "Ou não. Não me responsabilizo se o bonitão


tentar beijá-la e terminar com o rosto cheio de baba."

Ele começa a voltar para a mesa, mas pego sua camisa. "Espere!"

Ele inclina-se com um olhar.

"Hum. . . okey." respiro fundo. "Mas você não pode me tocar."

"Entendi", diz. "Então só será nossas auras se beijando."

"Pare de ser sarcástico. Isto é sério!"

Cam suspira, cruza os braços sobre o peito. "Moça,não sei quanto tempo
faz que você beijou alguém, mas existem coisas chamadas lábios envolvidos.
Tenho certeza de que isso conta como tocar."
"Eu quis dizer com as mãos!"

Levanta as mãos num gesto apaziguador. "Eu nem sonharia".

Quando diminuo meus olhos para ele, ele ri. "Faz o seguinte. Eu vou ficar
aqui assim"— ele vai ao balcão oposto, coloca as mãos atrás das costas e
inclina seu peso contra eles, então elas estão presas —"e você pode fazer sua
coisa com nenhuma preocupação sobre mãos vadias."

Parece-me completamente indiferente. Enquanto isso, sou um vórtice


rodopiante de emoções.

O que não contei a ele que a última vez que fui a um encontro — eras
atrás — o beijo de boa noite foi tão desastroso que chorei para dormir
naquela noite. O cara me empurrou de meus ombros, ofegando por ar e disse,
"Foi o meu pulmão que você lambeu!"

Acho que fui muito agressiva. Um período de seca o suficiente pode fazer
uma garota desesperada, e aparentemente tive minha língua na garganta do
coitado, como se estivesse examinando seus órgãos internos.

Não é necessário dizer, eu nunca o vi novamente.

Com meu coração batendo, eu aliso minhas mãos na frente do meu


vestido. Cam me observa silenciosamente,com um olhar entediado.

"Prometa que não vai ser estranho depois."

"Bem, você obviamente vai se apaixonar instantaneamente por mim,


moça, mas não será estranho do meu lado."

Eu rolo os meus olhos, um pouco aliviada por ele estar brincando. Dou
um passo em direção a ele, em seguida, paro. "Você tem alguma DST que
pode ser passada através de sua saliva?"

Ele suspira, fechando os olhos.


"Estou apenas sendo segura."

"Não, você está sendo covarde."

"Eu não sou uma covarde!"

Seu olhar de descrença desafia essa afirmação, e agora eu estou


mobilizada. Eu ponha meus ombros para trás e levanto o queixo. "Bem.
Estamos fazendo isso. Se vier com uma mão boba, eu vou rachar a sua
cabeça."

Sua exalação longa é a de um pai exasperado, lidando com uma criança


mimada.

Mais alguns passos e eu estou parada bem na frente dele. De salto alto,fico
uns centímetros maior e ele está um pouco mais baixo, porque está encostado
no balcão com as pernas abertas, mas ainda tenho que inclinar a cabeça para
trás para olhá-lo.

"Você tem partículas de ouro em seus olhos," eu deixo escapar.

Ele ri. "Talvez você devesse escrever um soneto sobre a minha beleza".

Bato-lhe no ombro. "Cale-se".

"Vamos moça, pare de enrolar. Acabe logo com isso. Não tenho toda a
noite."

De cara feia, retruco. "Desculpe por tomar tanto do seu precioso tempo,
garanhão!"

"Você está perdoada. Agora vamos logo para que eu possa te dar algumas
dicas úteis em sua busca do Mr. Perfect."

Extremamente nervosa, explodo um fôlego e me dou um apoio moral.


"Okey, mas. . . quando você me der suas dicas, por favor, seja gentil."
As sobrancelhas de Cam, lentamente levantam e o calor se espalha em
minhas bochechas. "Eu não sou talentosa exatamente nesta área. O último
cara que eu beijei ficou com cicatrizes emocionais permanentes."

Sua voz é suave quando‖responde.‖‚Prometo pegar leve."

Okey, Joellen. Seja corajosa. Não há nenhum sentimento envolvido. Isto é


puramente educacional. E Deus me livre de você estragar tudo se Michael tentar
beijá-la novamente.

"Feche os olhos."

Cam, obedientemente, fecha os olhos. Há um sorriso fraco em seus lábios,


o que é encorajador, porque eu tomo isso como evidência de que ele está se
divertindo com este exercício.

Minhas mãos tremem, respiro e, em seguida, inclino-me e pressiono


minha boca contra a dele.

Seus lábios são surpreendentemente macios. Igualmente surpreendente é


quanto calor está emanando de seu corpo. Parece com febre de tão quente.
Ele cheira a alguma colônia masculina musk e algo indefinível, escuro e
terroso, secreto e mágico, como uma meia-noite na floresta.

Delicioso.

Eu paro com um suspiro... e ali piscando para ele, meu coração bate à 1
milhão de milhas por hora.

Ele abre os olhos e olha de sobrancelhas franzidas. "Foi isso?"

"Sim!" Eu grito, à beira de um colapso. "Por que? Foi tão ruim assim?"

"Não, estava perfeitamente bem, moça. Se eu fosse sua avó."

Seus lábios se enrolam, e sei que ele está rindo de mim.

"Oh meu Deus, você é impossível."


Eu giro pra me afastar, mas ele agarra meu braço e delicadamente me
arrasta de volta. "Você estava nervosa, moça. Foi um bom primeiro esforço,
não há nada para se envergonhar. Mas se eu pudesse fazer uma sugestão. . . "

Fico na frente dele vibrando com vergonha, minhas bochechas tão quentes
que estão brilhando. "O quê"?

"Não prenda a respiração."

"Oh. Eu estava fazendo isso, não estava?"

Cam acena. "Tente relaxar. Também.... "

Sua pausa me aterroriza.

"Um beijo de verdade inclui a língua."

Eu faço uma careta. "Para ser completamente honesta, acho que minha
língua tem uma mente própria. Você pode encontrar-se em uma luta até a
morte com isso."

Ele tenta suprimir o riso, tremendo o peito, uma mão sobre a boca, mas
não é bem sucedido.

"Não é engraçado!"

"Foi hilário, e você sabe disso!"

Eu olho em seus olhos cintilantes e tenho que admitir que ele está certo.
Eu gemo. "Oh Deus. Sou tão patética."

Instantaneamente, o riso de Cam desaparece. "Não, porra, você não é," ele
rosna, seus olhos em chamas. "Agora me beije de novo antes que eu mude de
ideia e leve-a no meu joelho por ser uma idiota."

Procuro seu rosto por um momento, me perguntando por que ele fica tão
bravo quando diz coisas assim, então decido não me importar.
O que importa é o Michael. Então vamos lá.

Eu passo no espaço entre as pernas de Cam, tiro meus óculos e coloco-os


no balcão ao lado dele, coloco as minhas mãos sobre o peito dele, com uma
final exalação, pressiono meus lábios nos dele.
QUINZE

Se pensei que Cameron McGregor era gostoso com a boca fechada, ele
torna-se a fruta mais deliciosa e suculenta, sabor explode quando meus lábios
e minha língua tocam os dele.

Sua boca é doce, quente e macia. Ele aplica uma pressão suave, levemente
chupando minha língua e faz um baixo som na parte traseira de sua garganta.

Esse som — combinado com o sabor da sua boca e o calor do seu corpo
pressionado contra o meu — envia uma corrente elétrica de prazer em
minhas veias.

"Oh!" Salto, assustada com o choque disso e me afasto. Estou na frente


dele com os olhos arregalados, meu coração batendo, minha mente se
contorcendo em pensamentos perigosos como uma caixa cheia de cobras.

Os olhos de Cam derivam abertos. "Calma, moça," ele diz suavemente, me


puxando de volta para ele. "Não terminamos ainda."

Antes que eu possa decidir se quero continuar, ele decide por nós,
pegando minha boca novamente e colocando sua língua entre meus lábios.

Rapaz, ele está sendo um bom amigo.

"Pense no menino bonito," ele sussurra quando paro dura como uma
tábua, desconfortável, porque estou gostando desta pequena experiência um
pouco demais. "Finja que sou ele. Finja que é a sua boca. Corpo dele contra o
seu. A mão dele no seu cabelo."

Mão deCam no meu cabelo. O que aconteceu?


Descobri com uma pontada de terror que não me importo porque gosto
tanto. Ele segura minha cabeça no lugar, nos beijamos com minhas mãos em
em seu pescoço, uma ação tão inteiramente e inesperadamente erótica,
minha mente desliga. Eu cedo contra ele, desesperadamente respirando pelo
nariz.

Ah Deus. Ah isso. Ah sim, isso. Faça isso novamente. Você é um gênio. Meus
mamilos podem cortar vidro.

Ele é tão grande, duro e quente como um forno, mas a boca é a coisa mais
macia do mundo. É uma nuvem. Uma nuvem doce deliciosa que está
prejudicando meus pensamentos e liberando meus óvulos, até eu ter certeza
que eu poderia fazer omeletes na linha buffet de um brunch em um hotel com
todos eles.

De alguma forma meus braços estão ao redor de seus ombros. De alguma


forma seu outro braço tornou-se uma barra de ferro na minha cintura. De
alguma forma eu estou desesperada ronronando e me contorcendo contra
seu corpo.

De alguma forma ele está desesperado e grunhindo, se contorcendo de


volta.

A campainha toca.

Nos separamos como se tivessemos sido apanhados conspirando a


derrubada do governo.

"Alguém está à porta." Minha voz soa como se tivesse que engolido um
sapo.

"Vai atendê-la?" A voz dele parece que engoliu um punhado de cascalho.

Eu solto uma respiração asmática. "Pode ser importante."


O olhar de Cam cai para meus lábios e, em seguida, pisca de volta até os
meus olhos. O calor nos olhos dele quase me incinera. "Mais importante do
que isto?"

Opa. Foi um terremoto? Não, não temos terremotos em Manhattan. Então por
que o chão está se mexendo?

Soando irritada, tocam a campainha duas vezes mais. Ela quebra o feitiço
e eu consigo me afastar de Cam e respirar antes que eu me jogue de volta em
seus braços e implore para que ele faça coisas más comigo.

Gostaria de saber se o protetor labial dele está drogado?

Pego meus óculos e corro na porta com uma marcha de solavancos com os
joelhos duros, como um zumbi. Quando abro, Sra. Dinwiddle está lá num
robe com penas de pavão azul royal nas mangas e bainha, um martini em
uma mão e um cigarro apagado em um suporte preto longo na outra. Sua
bandana de lantejoulas turquesa ostenta um fio de pérolas, de um lado que
balança com seus movimentos de cabeça.

Estou muito confusa pra me incomodar com conversa fiada. "Desde


quando você fuma, Sra. Dinwiddle?"

"Bem graciosa, Ducky, eu não fumo!"

Eu olho incisivamente para o suporte de cigarro na mão.

Ela acena ao redor como Hermione lançando um feitiço. "Ah, isso! Não é
elegante? Achei em um baú ontem, guardado no fundo do meu armário com
alguns dos meus velhos figurinos . Eu fiz Blessica ir correndo para a loja por um
maço de cigarros, porque parecia muito triste sem ele. Ducky, você sabe que
um maço de cigarros custa treze dólares? Chocante!"

Ela não parece chocada. Ela parece positivamente vertiginosa. Gostaria de


saber em que número de martinis ela está. "Como posso ajudá-la, Sr. ª
Dinwiddle?"
Ela passa por mim e entra no meu apartamento em uma nuvem de Chanel
n º 5, derramando penas de pavão. Mr. Bingley corre e começa a brincar com
suas penas, sua cauda eriçada com emoção.

"Eu tive uma idéia, minha querida, quando soube que você embarcou em
seu programa de automelhoria e aperfeiçoamento."

Fecho a porta atrás dela. "Quem te disse que embarquei em um programa


de auto-aperfeiçoamento?"

Gira em torno, queixo levantado num ângulo real, piteira com seu cigarro
apagado ridículo. O gato corre ao redor de sua bainha de penas flutuante
com olhos de um louco caçador.

"Cameron, minha querida." Ela repara nele encostado no balcão na


cozinha. "Oh! Olá, Cameron!"

"Olá, Sra. Dinwiddle."

Ela acena para ele. "Está tudo bem, minha querida? Seu rosto está
estranho."

Ao mesmo tempo, Cam diz, "Gases intestinais".

Nossos olhares se encontram do outro lado da sala. Eu desvio primeiro,


porque não sei o que poderia estar fazendo a minha expressão.

"Eu tenho algo para isso, minha querida. Vou para Blessica trazer mais
tarde, junto com meu kit de maquiagem."

"Seu kit de maquiagem?" Eu tenho um mau pressentimento sobre isso.

"Vamos dar-lhe um makeover!" ela grasna jovialmente , então fica prática.


"Agora que o Michael está se divorciando, temos que mover-nos rapidamente.
Não queremos outra garota abocanhando ele. E perdoe-me, Ducky, mas achei
que você poderia precisar de uma profissional para ajudar com seu cabelo e
maquiagem. É sexta à noite, então nós vamos ter bastante tempo para
experimentar diferentes looks."

Eu formo uma imagem mental aterrorizante de mim, depois da


‘transformação’, com lábios escarlate, pesada sombra azul, uma mancha de
blush grudado à minha bochecha, e cílios postiços tão grandes que
despertarão os instintos de caça do Mr. Bingley quando piscar os olhos.

"Hum. É muita gentileza sua, Sra. Dinwiddle, mas não tenho certeza se
isso é uma boa ideia."

"Bobagem! tolices!" Ela acena a mão no ar. As pérolas na sua bandana


tremem loucamente. "É uma ideia genial ! Não acha, Cameron?"

"Tenho certeza. Queremos que ela fique linda para o Michael, não é?"

Seu tom é casual, mas seu maxilar está apertado, e suas costas estão
rígidas. Ele está zombando de mim?

Sra. Dinwiddle concorda. "Exatamente!"

"Bem, muito bem. Se Cam acha que é uma boa ideia." Não queria que
saísse como um desafio, mas sai, e Sra. Dinwiddle fica confusa. Ela olha para
a frente e para trás entre nós.

"Por que não ele, Ducky?"

Cam e eu olhamos um para o outro. A súbita tensão é insuportável. Estou


tão confusa e quero que tudo volte a ser como era antes desse estúpido beijo.
Aquele beijo incrível, delicioso, estúpido.

Estragou tudo.

"Na verdade, eu estava prestes a fazer o jantar, Sra. Dinwiddle. . ."

"Não", diz Cam abruptamente, desencostando do balcão. "Vocês tenham


uma boa noite. Eu tenho coisas para fazer."
Seu tom é como "Eu tenho coisas melhores para fazer", e agora estou
exageradamente ferida.

Sem mais uma palavra, Cam sai da cozinha, abre minha porta da frente e
desaparece através dela. Em poucos segundos, bate a porta do apartamento
dele, e então seu maldito rap é iniciado no volume máximo, como um grande
dedo do meio musical na minha cara.

Com o gato perseguindo sua bainha, Sra. Dinwiddle vai até a porta e
fecha. Ela toma o restinho do seu martini e se vira para mim com um sorriso
misterioso. "Ignore -o, Ducky. Os homens são crianças".

Eu murmuro, "Alguns deles são mais como delinquentes juvenis".

O sorriso dela cresce mais amplo. "Agora, enquanto esperamos por


Blessica, vamos até o seu armário, certo?"

A noite estava quase tão prazerosa como ter minhas unhas puxadas para
fora dos meus dedos e esmagados com um martelo.

Quando Blessica apareceu com o kit de maquiagem e outro martini para


a Sra. Dinwiddle, eu já tinha terminado o resto da garrafa de vinho, enquanto
estava sendo submetida ao choque de horror de uma idosa, perante o
conteúdo do meu guarda-roupa. Dava a impressão de que tinha tropeçado
numa vala por conta de suas horrorizadas exclamações, "Meu Deus, o que é
isto?" foram ouvidas regularmente das entranhas do armário, junto com
cacarejos enojados e murmúrios de palavrões.

Não é um impulsionador de confiança.

Então fui para a inesquecível experiência de ter uma reforma por uma
pessoa que consumiu cerca de meia dúzia de martinis e não tem firmeza nas
mãos para começar. Palhaços têm maquiagens mais atraentes. À 9 horas da
noite, meu rosto parecia um teste de Rorschach e eu me sentia bêbada e
miserável.
Para piorar a vida para mim, não consegui tirar aquele beijo da minha
cabeça.

"O que você acha, Ducky?" perguntou Mrs. Dinwiddle em um ponto, a


espreitar por cima do meu ombro para o meu reflexo no espelho enquanto ela
respirava gim e fumaça na minha cara.

"Acho que é perfeito. Se eu fosse uma estrela numa peça sobre um


guerreiro Kabuki."

Mais tarde, Blessica levou Sra. Dinwiddle para a cama, e eu adormeci no


meu vestido azul, ainda com toda a minha maquiagem.

Eu sou acordada por bater na minha porta da frente.

"Ow". Está batendo dentro do meu crânio, também. Levanto uma mão na
minha cabeça, estremecendo quando toco em minha testa porque dói mesmo
com essa pressão ligeira. O relógio na mesa de cabeceira lê cinco minutos
depois das cinco da manhã. Gostaria de saber se existe uma emergência e o
prédio está sendo evacuado.

Mais batidas, em seguida, a campainha toca. Eu tiro a cauda do Mr.


Bingley longe do meu rosto e tento sentar-me. O quarto todo gira, e eu sinto
um enjoo no estômago, gemo.

"Joellen! Você está aí? Abra a porta!"

Ah Deus. É Cam. Estou atrasada para nossa corrida matinal.

Prefiro morrer do que ir na nossa corrida matinal.

Eu saio fora da cama, combatendo a náusea e saio do quarto descalça.


Quando o gato mia para o café da manhã, é como o aço sendo conduzido
através de meu crânio. Preciso de muito esforço para abrir a porta.

Cam recua quando me vê. "Doce Virgem Maria! O que diabos aconteceu
com você?"
Me queixando digo, "Mrs. Dinwiddle aconteceu."

"Você perdeu uma aposta?"

"Ha. Vá embora — sua voz dói. " Tento fechar a porta, mas Cam empurra
e entra porque ele é um chato insistente, agressivo no meu rabo.

Eu passo longe dele, acenando com uma mão por cima do meu ombro.
"Faça-me um favor e alimente o gato. Estou de ressaca. Vou voltar para a
cama."

"Por quanto tempo?"

"Para sempre".

"E nosso treino?"

Turvo os olhos, me viro e olho para ele. "Caso não tenha notado, estou em
nenhuma condição de me exercitar, garanhão."

Ele inspeciona a minha aparência, lutando com um sorriso. "Você tem um


ponto. Pode ser perigoso permitir você em público — você vai assustar as
crianças. "

Não posso me sentir insultada, porque é uma legítima observação. "O


alimento do gato está na terceira prateleira na despensa". Sem esperar por
uma resposta,sigo para o quarto e volto para a cama.

Ouço Cam se movendo na cozinha, abrindo e fechando a porta da


despensa, murmurando para Mr. Bingley. Então ele está em meu banheiro,
água corrente na pia.

"O que você está fazendo?" Eu resmungo com meus olhos fechados,
irritada com sua presença.

A borda do colchão afunda com o peso dele. Ele aperta um pano molhado
bem na minha testa. "Tirando essa merda da sua cara."
Ele começa limpando suavemente a maquiagem da minha pele , eu estou
deitada pensando se é estranho que eu esteja gostando.

"Pare de mexer. Estou fazendo um trabalho pesado aqui, moça. Acho que
seu pobre gato está traumatizado de te ver assim."

"A Sra. Dinwiddle tinha boas intenções."

"Ou ela te odeia secretamente."

Me faz sorrir. "Estou feliz em saber que você não acha que foi uma
melhoria".

A toalhinha pausa e, em seguida, vai trabalhando sob meu queixo. "Você


não precisa de maquiagem."

Eu grasno porque ele está sendo ridículo. "Alerta de notícias: você precisa
ver um oftalmologista. Normalmente não uso maquiagem, mas eu
definitivamente deveria. Minha pele tem causado pesadelos à muitos
homens."

Cam suspira, é gentil e também revoltado. "Você tem uma cabeça cheia
de merda, moça. Sua pele é linda."

Linda? Não, ele não pode dizer isso. Ele está me sacaneando novamente. Ele sente
pena. Eu sou tão lamentável, que ele é forçado a inventar uma mentira para me
distrair do meu piti de autopiedade.

Sua voz fica seca. "Você sempre se assusta quando alguém te dá um


elogio?"

"Eu não estou surtando."

"Oh, não? Então, por que seu corpo inteiro ficou duro? E seus olhos estão
rolando por aí sob as pálpebras. Parece que você está tendo ' terapia de
choque elétrico." Ele retorna ao banheiro e corre a água, deixando me sentir
exposta e vulnerável na cama.
Ninguém nunca me disse que tenho uma pele bonita. Ninguém nunca me
disse que eu tenho nada bonito. Bem, há Dr. Sternberg, meu dentista, que
sempre me diz como sou sortuda de ter tais dentes naturalmente retos, mas
ao mesmo tempo ele normalmente sugere um produto clareador, então não
pode ser contado.

Quando o colchão afunda novamente,abro o olho e vejo Cam. "Você


realmente acha que eu tenho uma pele bonita?"

Ele faz uma cara como se estivesse sendo idiota. Uma idiota, tenho certeza
que ele diria. "Você não tem poros."

"Mas eu sou tão pálida".

"Ha! Você quer ver pálida, venha para a Escócia."

"Oh. Então está explicado."

Ele olha para mim com cautela. "Não sei que tipo de bobagem está prestes
a deixar a sua boca, moça, mas deixe-me dizer isto. Sua pele não é a única
coisa bonita sobre você. Se não fosse tão estúpida, perceberia que você é um
pássaro admirável."

Meu outro olho abre, e agora estou olhando para ele, desejando que
tenha à mão um tradutor. "Hum... obrigado?"

"Feche os olhos," ele exige, soando zangado. "Tenho que tirar fora seus
cílios."

" Seja gentil — tem cola envolvida. "

Ele resmunga, "Jesus". Isso soa como Jayzus e faz-me rir.

Cam cuidadosamente descasca os cílios postiços de minhas pálpebras,


fazendo barulhos de nojo enquanto está fazendo isso. Quando está satisfeito
por ter tirado a maioria do reboco da minha pele, ele diz, "Não comeu ontem
à noite, não é?"
Eu rolo longe dele para o meu lado e enterro meu rosto no travesseiro.

Sua enorme rajada de suspiros agita o meu cabelo. "Tudo bem, moça. Eu
vou fazer alguma coisa para beber, e então vou deixar você dormir."

Ele se levanta e vai embora. Não sei quanto tempo ele se foi porque eu
mergulho de volta no sono, mas então ele está lá novamente, gentilmente me
sacudindo por meu ombro. Eu dou uma olhada para encontrá-lo segurando
um copo de líquido âmbar venenoso para mim.

"O que é isso?" Peço meio grogue.

"Cura ressaca caseiro. Bebe, durma por algumas horas, e você estará em
pé como a chuva."

Levanto um cotovelo, tomando a bebida de sua mão e boto abaixo,


tossindo no final porque é tão ruim que faz meus olhos lacrimejarem. "O que
diabos é isso?"

Ele pisca para mim. "Suco de bunda. Está mais fresca esta manhã. "

O gosto fraco de bile ergue-se no fundo da minha garganta, quente e


ácida. Eu ponho minha mão na boca.

Cam lança sua cabeça para trás e ri. Ele tira o copo da minha mão e se
levanta da cama, olhando para mim com um sorriso enorme. "Vejo você mais
tarde, moça. Doces sonhos."

Adormeço dentro de momentos, sorrindo.


DEZESSEIS

Em verde e ouro e marrom são iluminados,

Composto de cor deslumbrante,

Com faíscas e riso e sagacidade animada

Movem-me como nenhuma outra

Olhos de uma pessoa que já vi.

São totalmente sedutores,

Um olhar vindo de um sonho lindo

Com o fulgor da mais brilhante estrela.

E cílios longos e curvos e escuros

Como a fuligem e as almas dos demônios,

Toda a minha resistência é uma cotovia,

Estes joelhos estão fracos como um potro recém-nascido.

Por favor, meu sol ardente,

Com este pobre coração, você logo estará completo.

Quando abri meus olhos, a luz lá fora e minha cabeça estavam


perfeitamente claras. Eu sentei com cuidado, preocupada se a sala ia girar,
mas tudo permanece estável. Não sinto nenhum vestígio de dor de cabeça ou
náuseas.
Corro para a minha escrivaninha, pego meu livro de soneto e
rapidamente, anoto as palavras na minha cabeça.

Quando eu termino, leio em voz alta, então franzo a testa para a primeira
linha. "Ele deve dizer azul. Os olhos de Michael são azuis." Eu arranco fora as
palavras verde, ouroe marrom e insero o cobalto, azure e safira.

Parece-me errado. E desajeitado. Muitas sílabas, também embelezadas,


demais. Então eu reescrevo a linha original novamente, acima do que eu
risquei e olho para ela.

Igual a verde, ouro e marrom avelã. No meu sono, eu compus um soneto


sobre olhos cor de avelã. "Ele colocou algo engraçado na bebida," Eu acuso.

"O que é isso?"

Eu bati o livro fechado com um pequeno grito estrangulado porque Cam


está de pé na porta do meu quarto. "Nada! O que você faz aqui?"

Ele empurra o polegar por cima do ombro. "Assistindo ESPN com o gato.
Por que está você gritando?" O olhar dele cai para o meu livro de soneto.

Eu grito, "Eu não estou gritando!" e jogo o livro na gaveta de cima da


minha mesa, batendo com tanta força que a mesa toda treme.

"Uh-huh.Você parece culpada."

Seu sorriso é como ácido nos meus nervos. Pulo da cadeira, aliso as
minhas mãos sobre meu cabelo e tento me recompor. "Eu pensei que você
tivesse ido embora."

"Você pensou errado."

Ele continua olhando a gaveta onde joguei o livro de sonetos, assim que
eu me movo para a frente, cruzando meus braços sobre meu peito, ele olha
para mim, seu sorriso crescendo mais amplo.
"Okey, eu vou deixar passar. Por agora. Como você dormiu?"

"Bem. Incrível, na verdade. Não deveria me sentir assim tão bem depois
de todo aquele vinho. O que tinha em sua poção caseira?"

"É um segredo. Eu poderia te dizer, mas então teria que te matar."

Quando eu fiquei parada olhando pra ele, ele cede. "Gengibre, mel ,
linhaça, flocos de pimenta vermelha, suco de limão, vitaminas do complexo
B, outras coisas. Bate no liquidificador por um momento."

"Você é tipo, o mestre de liquidificador, não é?"

"Foi a receita da minha mãe. Todas elas são." Uma nuvem passa sobre seu
rosto. Ele parece longe, deslocando o peso de um pé para o outro.

"Que horas são?" Quero mudar de assunto, obviamente esse é indesejável.

Ele arrasta uma mão pelo cabelo e abana a cabeça como se ele estivesse
sacudindo uma lembrança ruim. "Dez. Você tem alguma coisa planejada para
hoje?"

"Não".

"Bom. Estamos indo às compras." Ele vira-se e desaparece, e agora estou


preocupada.

"Compras"? Eu apresso atrás, na sala de estar. "Nós já compramos comida


suficiente para um mês. . ."

"Não por comida, moça. De um vestido para a festa de Natal."

Quando fico piscando para ele surpresa, ele encolhe os ombros. "A menos
que você não queira uma opinião masculina sobre o assunto. Tenho certeza
que tudo o que você escolher vai ser bom. "

Eu penso o que eu usei na última festa e encolho. Pensei que babados


ajudaria esconder minha cintura, mas nas fotos parecia um pirata demente
que consumiu toda a sua tripulação. "Quero dizer, se você não tem nada
melhor para fazer, seria ótimo."

Seus olhos — malditos olhos castanhos! — queimam através de mim.


"Não tenho nada melhor para fazer."

Agora estou com vergonha. Também estranhamente culpada e


envergonhada, como se ele tivesse pegado me masturbando ou algo assim.
"Hum. Okey. Eu preciso tomar banho."

"Eu vou trocar de camisa. Quanto tempo você precisa?"

"Vinte minutos".

"É isso"?

"Por que está tão surpreso?"

"Nada. Só na minha experiência as mulheres geralmente levam muito


mais tempo do que isso para se preparar."

Certo. Em sua "experiência" com as mulheres, que, se feita em forma de


livro, abrangeria vários volumes pornográficos.

Inspecionando o meu rosto, Cam diz, "Você tem aquele olhar de gases
intestinais, querida."

"Vou bater na sua porta quando estiver pronta." Carrancuda, volto para o
meu quarto e fecho a porta firmemente atrás de mim, empurrando de lado
minha curiosidade no porque de repente estou furiosa.

Deve ser porque ele me chamou de querida. Cretino. Se eu pensei que ir


com Cameron McGregor a uma mercearia fose uma aula sobre desejo coletivo
de mulheres, ir com ele um shopping cheio de compradores de férias, acaba
por ser uma aula sobre desejo coletivo de toda a raça humana.
Todo mundo olha para ele. Todos. Mulheres, homens, crianças, cães.
Cabeças girando como palhetas de tempo no vento. Bocas ficam abertas. As
pessoas param em seus caminho e ficam boquiabertas.

É tão assustador que após algumas horas já estou pronta para pular fora
da minha pele.

"Deus, como você aguenta?" susurro, quando um bando mulheres de


olhos arregalados e surpresos tentam chegar mais perto. Elas ficaram
circulando como abutres pelos últimos vinte minutos, sussurrando uma
para outra enquanto nos seguem de prateleira em prateleira na seção da Saks.

"Aguenta o quê?", pergunta Cam, olhando as prateleiras como um perito,


de vez em quando, ele puxa alguma coisa, em seguida, coloca de volta
depois de uma breve inspeção e segue em frente. Aparentemente, ele tem
uma ideia muito específica do que está procurando.

"O olhar". Eu cutuco-lhe com o cotovelo.

Ele olha para cima e vê as mulheres. Quando sorri para elas, elas
congelam. Em seguida, elas executam um hilariante reviravolta e saem, rindo
histericamente como um par de garotas adolescentes bobas, embora
obviamente as duas estão com mais de 50 anos.

"Eu quase não noto mais," ele diz com um encolher de ombros, então,
retira um vestido vermelho do rack com um pequeno som de prazer. "Este
aqui". Ele o joga para mim e continua indo.

Eu coloco o vestido sobre meu braço e vejo-o continuar sua busca. "Sério,
deve ser chato! A quantidade de atenção não te incomoda?"

"Vem com o pacote, moça. Este tipo de beleza rara, extraordinária tem um
preço." Envia-me uma piscadela e eu rolo meus olhos.

"Deus, acho que sou feliz por não ser bonita. Eu ia acabar uma eremita se
tivesse que lidar com isso, toda vez que eu saísse."
Estou dedilhando o decote do vestido no meu braço quando eu me choco
contra Cam porque ele parou de se mexer. Assustada, olho para um par de
olhos cor de avelã, intensos e grandes e arregalados.

"A única razão que você não tem que lidar com isso é porque você não
nota," ele disse, sua voz baixa. "E a única razão pela qual você não percebe, é
porque já ferrou sua cabeça pensando que você é gorda e feia."

Meus lábios se abrem, mas estou muito chocada para formar uma frase.
Ele entende meu silêncio como permissão para continuar.

"Desde que entramos nesta loja, já vi pelo menos meia dúzia de homens
olhando para você. Sim, você, "Ele repete quando começo a protestar. "Se
você quer um exemplo do que estou falando, olhe à sua direita. 03:00. Rapaz
com a jaqueta de couro com o lenço vermelho. Olha."

Ele olha acima, e eu sigo a direção do seu olhar. Com certeza, tem um cara
no corredor em uma jaqueta de couro com um lenço vermelho, me olhando.
Ele é alto, com um cabelo bonito e um rosto bonito. Ele é realmente uma
gracinha.

Quando nos vê olhando, ele fica com as bochechas coradas e finge


procurar através de uma exposição de camisas empilhadas.

"Deve ser você," Eu disse, espantada. "Estou pegando um pouco do seu


brilho. Como a lua reflete os raios do sol. Se o sol não brilhar com força, a lua
ficaria sentada no céu noturno como um pedaço morto de pedra."

Cam suspira bravo. "Inferno maldito," ele resmunga e tempestades se


formam sobre as prateleiras. Eu sigo a uma distância segura e assisto com
crescente alarme enquanto ele vasculha nas prateleiras, seus olhos
escurecidos, os lábios apertados e o corpo todo eriçado.

Um jovem homem, junto a registradora, em um terno com um crachá


dourado na lapela encara Cam com olhos apavorados. Quando ele me vê
olhando para ele, ele morde o lábio e coloca a mão à garganta, como
Cowabunga,9 aquela besta grande e gloriosa é seu namorado?

Eu deveria apresentá-lo a Cam. Eles fariam um casal lindo.

Eu sorrio, aproximo-me do Montanha e enfrento a tempestade sobre sua


cabeça. "O que está te incomodando com meu comentário foi o elogio que eu
te paguei."

Ele olha para mim, com as sobrancelhas franzidas. "Não fale comigo
agora. Estou bravo com você." Ele puxa bruscamente um vestido do rack,
com seu negro olhar sobre ele e o joga na minha direção. Eu tenho que pular
para pegá-lo antes que ele caia no chão.

"Oh, okey," Digo, agindo casual. Tão casual como se pode ser, em pé nas
encostas de um vulcão em erupção. "Então não é nada demais que eu te ache
bonito."

Ele congela, estreitando os olhos para mim. "Não."

"Não"? Eu vou em direção a prateleira do outro lado. Cam segue sobre


meus calcanhares como eu sabia que ele iria, porque não há nada mais
irresistível para o seu ego do que um carinho..

"Quanto?" ele exige, cortando-me quando eu chego para um casaco de


prata brilhante.

"Use seu cérebro grande e pense". Eu me movo à volta dele e com


admiração acaricio a manga do casaco, então decido que eu ficaria parecendo
uma bola de discoteca nele e deixo pra lá.

Cam se move na minha frente novamente. "Você disse que estava


contente de que você não fosse linda. Como é que isso é um elogio para mim?"

9
Essa palavra que as tartarugas ninja sempre falam. É uma gíria que diz que você está se
divertindo. É sinônimo de uh-hul! maneiro, legal, bacana
"Porque está implícito que você é."

Ele aperta seus lábios, me olhando de soslaio. "Não. Uma negativa não
conta. Você não pode provar o contrário."

É tão óbvio o que ele quer que eu diga, mas sei que se eu disser que ele é
lindo, nunca ouvirei o fim de tudo. Além disso, o edifício pode explodir se o
ego dele ficar maior, então só encolho os ombros e afasto-me novamente.

Cam me surpreende tomando meu braço e me puxando suavemente em


seu peito. "Então o que você está dizendo ' é que você acha que eu sou
bonito?"

Eu aponto um tom alegre, indiferente ao barulho repentino do meu


coração. "Bem. . . não é totalmente ruim de se olhar."

Ele fica sério e atento, me focando com olhos lasers, nem uma dica de um
sorriso em seus olhos ou no rosto. "É uma pergunta de Sim ou não, Joellen.
Então — sim ou não? "

Calor começa a aparecer em meu pescoço. "Você sabe exatamente como


parece, McGregor."

"A beleza está nos olhos de quem vê, moça. Eu não sei como eu me pareço
para você."

A aspereza da voz dele me surpreende, como a intensidade queimando


em seus olhos. Será que minhas brincadeiras feriram seus sentimentos?

Fico sem fôlego e com vergonha quando percebo que todas as vezes em
que fui sarcástica com ele, posso tê-lo magoado profundamente. Nem todo
mundo aprecia uma língua afiada, ou perceba que seu proprietário é
geralmente apenas um grande medroso que usa o sarcasmo como um escudo.

Meu Deus. Eu sou uma cretina. Uma idiota maldosa e mesquinha, que fez
um homem se sentir mal sobre si mesmo.
Olhando nos olhos dele, eu disse calmamente, "Para mim, você parece
com um homem que todos subestimam, objetivam e julgam por causa de sua
aparência; um homem pensativo, perspicaz, mas ninguém pode notar porque
pode vai ser confundido com fraqueza; com um homem que esconde sua dor
por trás de sorrisos e enterra-a nas mulheres e tenta de tudo para esquecer o
que lhe causou a dor, mas não consegue porque ele tem um coração mole que
sangra facilmente e ninguém nunca chegou perto o suficiente para ver."

Um olhar de angústia atravessa seu rosto. Seus dedos se aperta no meu


braço. Ele engole, seco, um músculo flexionando em seu queixo.

Uma súbito ruído e um flash de camera nos deixam perplexos.

Há um homem com uma câmera no corredor. É uma dessas câmeras com


as lentes longas e flash — do tipo que os paparazzi usam.

Um rosnado sobe no peito de Cam, violento e soa tão animalesco que


deixa os pêlos em meus braços arrepiados.

Isso assusta o fotógrafo também. Ele salta em movimento, correndo pelo


corredor, esbarrando nas pessoas quando foge.

Cam solta um fluxo de obscenidades sob sua respiração que poderia


descascar a pintura das paredes.

"Isso era. . ."

"Sim. Vamos lá."

Segurando meu braço, Cam leva-me longe do corredor e através do


departamento de vestidos, para os provadores, localizado na parte de trás.
Uma jovem vendedora está lá, ajudando os clientes. Seus olhos arregalam
quando nos vê chegando.

"Ela precisa de um provador," rosna Cam, "e eu preciso falar com seu
gerente."
Nenhum de nós ousa desobedecer-lhe. Em seu estado atual, ele é muito
intimidante para recusar. A garota rapidamente me leva ao provador, então
estou sozinha com minhas mãos tremendo e o estômago em nós, me
perguntando o que ele vai fazer.

E o que teria acontecido se o fotógrafo não nos flagrasse.

Ele estava prestes a me beijar?

"Você é louca, Joellen?" Sussurro para o meu reflexo. No espelho meus


olhos parecem selvagens e as bochechas vermelhas, pareço um pássaro
assustado pronto para vôo. "Se recomponha. Sua imaginação está brincando
contigo outra vez."

Mas eu não imaginei isso quando achei que Michael estava prestes a beijar-me...

Com um gemido de desespero, lanço minha bolsa para a cadeira no canto,


penduro os vestidos na barra na parede e arranco meu casaco. Passo muito
tempo tirando minhas roupas, porque estou confusa, e quando consigo ficar
só de calcinha, já estou sem fôlego.

"Estúpida", sussurro, puxando o vestido vermelho do seu suporte.


"Estúpida, estúpida, estúpida. Um homem mostra um pouco de atenção, e
agora você acha que todo mundo te quer. Cam não ia te beijar! E
provavelmente pagou aquele cara com a jaqueta de couro para olhar para
você, porque ele é bom!"

Eu puxo para baixo o zíper que corre o comprimento de um lado do


vestido e coloco, observando distraidamente que é do meu tamanho. Palpite
de sorte. "Agradeça que o coitado está te ajudando, por causa de Pete e pare
de agir como uma débil mental!"

Enfio meus braços nas mangas do vestido, posiciono meus peitos no


corpete, em seguida, fecho tudo e, com uma respiração, me endireito e me
olho.
"Oh". Isso é praticamente tudo que eu consigo dizer.

Lentamente viro à esquerda, depois à direita. O vestido não é algo que eu


teria escolhido para mim, mas, de alguma forma, milagrosamente — funciona
com minha figura. Ele adora minha figura.

O corpete é cortado em um V, expondo um pouco dos seios. Em torno da


cintura, o tecido é franzido para um lado e arrematado com um pequeno e
brilhante broche. O ajuste é apertado mas emagrece, tecido não fica
enrugando ou sobrando, sem protuberâncias saltando, apenas um monte de
suave tecido escarlate que balança de maneira atrativa.

Até a cor é lisonjeira. Faz meu tom pálido de pele parecer mais brilhante,
meu cabelo marrom mais quente, empresta aos meus olhos verdes uma
tonalidade misteriosa, ardente.

"Você definitivamente deveria vestir mais vermelho," Digo ao meu


reflexo, que concorda com um aceno entusiasmado.

Há uma batida suave na porta da sala. "Está tudo bem aí, senhorita?
Precisa de tamanhos diferentes?"

Eu abro a porta e timidamente pergunto. "Hum, será que tem algum salto
que possa combinar com isso?"

A vendedora olha-me para cima e para baixo. "Uau, isso parece que foi
feito para você! Qual é o tamanho do sapato que você usa? "

Digo a ela e menos de um minuto depois, ela está de volta, com um par de
saltos dourados.

"Vou quebrar minha perna neles", digo, observando a altura dos saltos.

"Querida, se você pretende ir com tudo, tem que ir para quebrar.


Metaforicamente falando."
Ela tem razão. Eu tiro meus sapatos e meias e coloco o salto, em seguida,
inspeciono meu reflexo mais uma vez. Puxo o elástico do cabelo e penteio
com meus dedos para que caiam sobre os meus ombros e pelas minhas
costas.

"Seu namorado vai amar isso,", diz a vendedora, sorrindo.

"Oh, ele não é meu. . ."

Mas ela já está me arrastando fora do provador, sem dúvida, sonhando


com a comissão que vai ganhar se puder convencer-nos a levar o vestido.

Cam está de pé do lado de fora, de costas para a entrada, braços cruzados


sobre o peito.

Quando a vendedora chama, "Aqui está ela!" ele olha sobre os ombros.
Em seguida, se vira, seus olhos arregalam e sua mandíbula enrijece.

Ele arrasta seu olhar pelo meu corpo, diz fracamente, "Santa merda" e
afunda-se em uma cadeira nas proximidades.
DEZESSETE

Meu primeiro instinto é me cobrir com as mãos. O que está causando


esse olhar atordoado no rosto, deve ser muito ruim. Mas então me dou conta
que sua expressão não é de nojo.

"É... okey?"

Ele engole. Seu piscar parece durar um tempo anormalmente longo. Ele
limpa a garganta e oferece um breve, "Sim".

"Sim? É só isso?" Eu olho para baixo para mim, lamentando os saltos.


Talvez eu pareça vulgar. Talvez haja muito peito mostrando. Ah Deus, talvez eu
estivesse errada sobre a cor —

"Joellen."

Seu tom afiado, faz-me voltar à realidade. "Huh?" Eu olho para ele,
torcendo as mãos.

Lenta e suavemente, segurando o meu olhar ele pronuncia cada palavra,


então ele diz, "Você. Está. Sexy" Pra caralho."

Minha cara inunda com o calor. Olho timidamente para o chão enquanto a
vendedora bate palmas alegremente, gritando de alegria.

"Não é? Eu disse a mesma coisa! Quer dizer, não exatamente a mesma


coisa "— ela ri —" mas você sabe o que quero dizer. Ela está fantástica!"

Eu inspeciono Cam debaixo de meus cílios. Suas mãos estão segurando os


braços da cadeira tão forte que os nós dos seus dedos estão brancos.

Isto é muito confuso. "Então... hum... você acha que o Michael vai gostar?"
Com a menção do nome de Michael, a vendedora deixa morrer seus
guinchos felizes. Ela olha para Cam e, em seguida, faz uma retirada
apressada quando vê a trovoada reunindo sobre sua cabeça.

"Com licença, pessoal, há alguém que precisa da minha ajuda. . ."

Ela se foi. Depois de um doloroso momento de silêncio, Cam


uniformemente, diz "Sim. Ele vai gostar."

"Está zangado outra vez?"

"Não seja boba, moça. Por que estaria?"

Olhando para mim, sua mandíbula cerrada e as sobrancelhas franzidas,


dão a aparência de que está prestes a explodir de raiva.

"É só que. . . você parece um pouco louco."

Ele range os dentes e solta uma longa e lenta respiração pelo nariz. "Eu
não sou um maldito raivoso."

Oh rapaz. Ele está super chateado. É melhor eu ir me trocar. Sem mais uma
palavra, giro ao redor e fujo para a segurança do meu provador, onde bato a
porta atrás de mim e sento na cadeira, bem em cima da minha bolsa.

Sento-me ali por um minuto, tentando descobrir exatamente o que


aconteceu, quando ouço a voz baixa da Cam do lado de fora.

"Moça".

"Sim?"

"Experimente o preto também."

Mastigo minha unha. "Talvez devêssemos. . ."

"Tente aquele preto também, mulher!" ele surta. Os passos dele pisam
fora.
"Você não é o meu chefe", murmurou, fazendo careta para a porta.

Do vestiário ao lado me vem uma voz de mulher. "Eu o deixaria ser o meu
chefe, irmã!"

Suspiro e fico na esperança de entender alguma coisa. Em seguida, mudo


o vestido vermelho para o preto e me apresento para a inspeção, mais uma
vez.

Com um dedo batendo em um lento ritmo contra o braço da sua cadeira,


Cam leva o um tempo analisando a minha figura. Os olhos dele investigam
cada polegada de mim, cada curva e cada estranha protuberância. É tão
constrangedor, eu cubro meu rosto com minhas mãos.

"Pare de esconder-se, moça. Você não tem dez anos."

"Ugh".

"Olhe para mim."

Eu reuno coragem e olho para ele, mas ainda estou me contorcendo.

"O que está errado?"

"Você está me deixando constrangida."

"Por quê?"

"Porque parece que está prestes a vomitar!"

Ele me encara por um longo tempo em silêncio cavernoso, terrível, seus


olhos escuros, suas sobrancelhas desenhadas juntas, o músculo em sua
mandíbula pulando como um louco. "Moça".

"O quê"?

"O que você sabe sobre homens não encheriam uma colher de chá".
Cruzo os braços sobre meu peito e volto a olhar para ele, levantando o
meu queixo numa falsa demonstração de bravura. "Não sei o que isso quer
dizer."

Ele belisca a ponte de seu nariz e exala fortemente, fechando os olhos.


Murmura, "Pelo amor de tudo que é sagrado, mulher."

"Desculpe-me, senhor, você queria me ver?"

Um homem sorridente, de terno está à minha direita, olhando


ansiosamente para Cam. A vendedora paira nervosamente alguns passos
atrás dele.

Cam se levanta. "Sim. Vamos falar lá fora."

Eles saíram, e eu corro de volta para o provador, quase quebrando meu


tornozelo com a maneira como eu tropeço numa imperfeição invisível no
tapete.

Meu cérebro prestativamente me lembra, que são apenas meus pés grandes.

Agora eu me lembro porque odeio fazer compras.

No táxi a caminho de casa, Cam está silencioso. Tento várias vezes puxar
conversa, mas quando ele responde apenas murmuros, eu desisto e fico
olhando pela janela.

Acabei comprando o vestido vermelho. Está no banco entre nós em um


saco de roupa, provavelmente tão confuso quanto estou, para saber por que
todo mundo está tão tenso.

Quando saímos do elevador, agradeço a Cam por toda sua ajuda. Ele
parece achar graça, mas não tenho ideia porque.

Quando pergunto se ele gostaria de jantar comigo e a Sra. Dinwiddle —


porque é a nossa tradição de longa data na noite de sábado — ele
educadamente declina, dizendo que fez planos para encontrar alguém na
cidade.

Estupidamente murcho com essa notícia, mas digo a ele com um sorriso
que espero que seu encontro seja divertido.

O olhar que ele me dá em resposta poderia congelar o magma.

Quando ele calmamente fecha a porta do seu apartamento, depois de dar-


lhe adeus, fico me perguntando o que fiz de errado, repetindo o dia todo sem
parar em minha mente.

Não sei o que aconteceu, mas estou determinada que seja o que for, vou
consertar isso

O jantar com Sra. Dinwiddle passa em um borrão. Quando vai embora,


ela me dá uma sacola cheia de produtos de beleza e me diz que devo usar o
condicionador de óleo quente no meu cabelo, ou ela vai me fazer tomar conta
de Fee, Fi e Fo quando ela for visitar a irmã em Cornwall, na primavera.
Concordo rapidamente, porque embora os cães sejam bonitos, eles também
são psicóticos.

Durmo pesado e não sonho. Estou acordada antes que o alarme toque às
04:30, surpresa por como ansiosa estou para entrar na minha corrida diária.
Ainda é o inferno, claro, mas mesmo que meu corpo doa depois, minha
cabeça fica mais clara, e isso está me ajudando a perder peso.

Se alguém tivesse me dito há algumas semanas atrás que eu estaria


realmente desfrutando de exercício, eu teria dito para procurar ajuda
psiquiátrica, mas aqui estamos.

Graças a Cam.

Mas ele não bate na minha porta às cinco, ou cinco minutos depois, ou
passados dez minutos. Com 25 minutos de atraso, fico preocupada.
"O que você acha, Mr. Bingley? Eu vou até lá?"

Mr. Bingley é mudo sobre o assunto, decidindo que é mais importante


lamber o rabo do que oferecer uma resposta, então decido ir até Cam.

Quando eu encontro sua porta entreaberta, meu coração bate em quinta


marcha.

"Cam"? Bato na porta, que se abre um pouco mais.

Apenas uma luz está acesa, na cozinha, mas é o suficiente para ver que
um par de jeans está descartado na entrada ao lado de uma grande bota
preta,sua companheira está bem afastada,encima de um banco. Coloco minha
cabeça dentro do apartamento e grito seu nome novamente, mas não obtenho
nenhuma resposta. Eu, no entanto,olho pelas cadeiras viradas da sala de
jantar e um vidro quebrado no chão debaixo da mesa.

Agora começo a entrar em pânico. Ele foi roubado? Raptado? Uma


emboscada? Ele está deitado em uma poça de seu próprio sangue no chão do
banheiro?

Sem fôlego, eu entro, freneticamente, chamando seu nome. Fico sem


resposta. A porta do quarto dele está aberta, empurro com tantaforça que
bate na parede.

Então derrapo até parar, horrorizada.

Cam é deitado de costas na cama, os braços e as pernas quase para fora,


seus olhos fechados, peito movendo para cima e para baixo em um lento
ritmo. Ele está dormindo.

Ele também está nu.

Ele está nu!

Eu giro ao redor com um suspiro, batendo minha mão na boca, tão


mortificada, que meu rosto queima com o calor. Eu tomo um momento para
respirar, tentando desesperadamente limpar da minha mente a imagem de
seu grande corpo nu tatuado, mas sem sucesso.

É tudo que posso ver. A imagem está queimada em minhas retinas e vai
me assombrar até o dia que eu morrer.

Meu Deus. Não admira que o homem é tão popular com as mulheres. Ele
deve ser a estrela do seu próprio reality show sobre a vida de um solteirão
colossalmente bem dotado.

Eu tento sair na ponta dos pés, até que sou pega.

"Moça".

Sua voz é grossa com sono. Emparelhado com a imagem quente na


minha cabeça, quase tropeço. Hormônios, que nem sabia que eu tinha estão
fazendo algum tipo de festa rave em minhas partes íntimas, com música,
luzes e raios laser.

Tremendo, sussurro, "Hummm".

Atrás de mim, lençois farfalham. Não consigo me mexer. Estou congelada.


Eu me tornei um pilar de sal, como a esposa de Ló quando ela olhou para
Sodoma.

Cam limpa a garganta. É o som mais masculino que ouvi na minha


existência no planeta.

"Moça. Você está no meu quarto."

Ele não parece irritado ou mesmo particularmente surpreendido.


Enquanto isso, estou terrivelmente embaraçada e trocaria a minha alma com
o Diabo para apagar os últimos sessenta segundos da minha vida.

"Eu... hum... merda. Eu sinto muito. Pensei que você tivesse sido
roubado."
"Roubado"?

"Oh Deus. Sou tão idiota. Tô indo."

Ele rosna, "Fique onde está." Quando o colchão range, eu quase desmaio.

A imagem na minha cabeça... Santo Natal. Vou precisar de hipnoterapia.


Vou precisar de lavagem cerebral. Eu vou ter de participar do programa de
proteção a testemunhas e assumir outra identidade, porque não há nenhuma
maneira de ser capaz de continuar com a minha vida como é, fingindo que
não vi o que eu já vi.

Eu ponho ambas as mãos no meu rosto e emito um gemido miserável.


Pelos meus dedos, eu vejo os pés descalços e as pernas, à direita um lençol.
Os pés param em frente à mim.

"Por que você achou que eu fui roubado?"

O sono está ainda em sua voz, tornando-o mais profundo e rouco.


Combinado com aquele sotaque, é devastador.

"A porta estava aberta. Havia algumas roupas no chão... um copo


quebrado. . . "

Não posso continuar. Eu simplesmente não posso falar mais nada. Em


uma vida cheia de momentos embaraçosos, este ganha o ouro olímpico.

Agora a voz dele é quente com o riso. "Eu tenho um lençol enrolado em
volta de mim, moça, você pode parar de se esconder agora."

Eu balanço a cabeça. "Estou muito ocupada planejando meu


desaparecimento. Você acha que Jane Smith é um bom nome para uma
identidade falsa?"

Ele ri. Sinto o cheiro dele, meu Deus. Macho lindo, sonolento no auge
físico — se engarrafado e comercializado para a população feminina, faria
bilhões.
"Muito óbvio", diz ele. "Você deve inventar algo mais exótico. Como
Beatrix. Ou Seraphina. Sim, Seraphina Snufflebottom. " Ele bate no meu
ombro.

Inspeciono-o entre meus dedos. Ele está sorrindo, seus olhos com
pálpebras baixas, o cabelo bagunçado, um restolho de barba escurecendo sua
mandíbula. Esse som fraco, que ouvi está vindo dos meus ovários gemendo.

"Não fui roubado, Seraphina."

"Não brinca".

Ele esfrega um punho em um de seus olhos, que é infantil e adorável.


"Bebi demais ontem à noite. Devo ter desmaiado. É um pouco confuso."

Reparei que a porta do banheiro está fechada, mas a luz está acesa lá
dentro e isso me parece estranho. Por que estaria fechada? Ele estava tão
bêbado que ele não podia ser incomodado para fechar a porta da frente. . .

Algumas coisas se reúnem ao mesmo tempo, somando uma coisa


horrível.

Cam teve um encontro ontem à noite. Ele tinha muita coisa acontecendo
na noite passada. Ele dormia nu. . . porque não estava sozinho.

Doce Jesus, há uma mulher no banheiro de McGregor.

Sinto-me doente. Não sei porquê, mas eu fico. Sem mais uma palavra, viro
e deixo o quarto, a minha mão sobre minha boca e meu coração batendo.

"Onde vai com tanta pressa, Seraphina?"

"Para uma corrida. Até mais. Desculpe mais uma vez, foi um acidente. Eu
sou apenas uma. . . Eu sou tal uma. . . "

Idiota.Imbecil. Tola.
Fujo de seu apartamento, desço as escadas para o primeiro andar, dois
degraus de cada vez e fujo para o dia frio e escuro o mais rápido que posso,
não paro para recuperar o fôlego, até que o edifício está longe, longe de mim
e o vento gelado tirando o calor de minhas bochechas.
DEZOITO

Corro até que meus músculos das coxas gritem e, em seguida, mancando
de volta para casa no frio e escuro, determinada a pôr este episódio bobo
atrás de mim.

Eu preciso ser madura sobre isso. Tenho trinta e seis, não 16. Encontrar ele
dormindo foi um acidente, não é o fim do mundo. Vê-lo nu, não é o fim do
mundo. Certamente ele ter uma mulher passando a noite, não é o fim do
mundo, nem é da minha conta. Eu só vou pedir desculpas sinceramente mais
uma vez, e nós vamos acabar com isso. Isso nunca será mencionado
novamente.

Quando chego em casa, sinto-me melhor. Até ver o bilhete grudado em


minha porta.

Minha querida Miss Snufflebottom,

Você está chateada. Por que? Eu sei que não é porque você teve uma boa
visão da minha masculinidade majestosa, embora isso causaria a qualquer
mulher sã a perda do seu juízo.

Se você mentir para mim, juro que vou cumprir a minha ameaça de
colocá-la no meu joelho.

Seu até que o sol exploda em chamas e toda a vida na terra se extingua,

Garanhão

Eu sabia que não devia ter-lhe contado que escrevo sonetos.


Batendo a porta atrás de mim., amasso o bilhete, jogo no lixo e começo
resmungar para mim mesma como uma louca enquanto vou para a cozinha
para alimentar o gato.

"Oh, vai me colocar sobre o seu joelho, né? Hmpf. Tenho certeza que é um
lugar popular. Espero que você tenha algum desinfetante de força industrial
pronto, porque não há nenhuma maneira que eu esteja pousando no seu
joelho sem ele! Boa sorte com isso, amigo! Espere. O que eu estou falando?
Não vou falar sobre o seu joelho em tudo! Você é um maldito homem
galinha!"

Eu paro e suspiro fundo, balançando a cabeça para mim mesma para ser
critica. Viva e deixe viver, é o meu lema pessoal. Não é da minha conta o que
dois adultos fazem juntos, mesmo que envolva tétano e cremes
antibacterianos.

"Não que eu possa realmente te culpar," continuo, afobada. "Você é único,


você é jovem, você é famoso, você é... grande." Meu rosto fica vermelho. "Por
que você não deve tirar proveito de sua situação? Com toda a justiça, por que
você não faria isso? Quer dizer, se eu tivesse homens se jogando no meu
caminho, tenho certeza que eu seria uma galinha, também!"

"Oh realmente?" uma voz atrás de mim fala vagarosamente.

Eu grito, pulo e giro ao redor, deixando cair a lata de comida de gato no


processo.

Cam se senta na mesa da cozinha com um sorriso preguiçoso na cara dele


e o gato em seu colo.

Eu trovejo, "Que inferno, MCGREGOR?"

Seu olhos me perfuram, ele responde com calma, "Pensou que eu tivesse
com uma mulher no meu banheiro mais cedo, não é?"
Meu coração galopa tão rápido que fico sem fôlego. Começo a fazer
barulhos, furiosa, mas também — novamente — horrivelmente
envergonhada. "Você... seu estúpido! Você não pode só valsar aqui sem avisar,
sempre que quiser! Esta é a minha casa! Minha casa particular!"

"Se bem me lembro, você chegou em minha casa sem avisar apenas há
algumas horas. Pelo menos você está vestida."

Seu sorriso é presunçoso, e eu quero matá-lo. "Fora!"

"Não".

"Sim!" Eu bato meu pé e aponto para a porta. "Fora!"

Ele levanta as sobrancelhas, mas não se move. "Uma pergunta para você,
Miss Snufflebottom: por que se importaria se eu tivesse uma mulher no meu
banheiro ?"

"Eu não! Eu não! Não sei!"

Seu olhar firme nunca oscila do meu. Ele disse suavemente, "O que já te
falei sobre mentir para mim?"

Ele se levanta, e meu coração pára. Quando ele dá mais um passo em


frente, coloco minha mão à frente, como se isso fosse de qualquer ajuda aqui.

"Cam. Pare. Seja o que for que você esteja pensando. . . "

"Você sabe exatamente o que estou pensando, moça." Seus olhos acesos,
os lábios puxando nos cantos.

O que acontece dentro do meu corpo quando ouço o tom de sua voz e
vejo aquele olhar em seus olhos é indescritível. Quero jogar algo afiado e
pesado nele, mas ao mesmo tempo gostaria de ser jogada contra ele.

Quando ele dá mais um passo em minha direção, vou para o canto,


ofegante. "Pare com isso! Não tem graça!"
"Eu pararia se achasse que você está realmente com medo." Seus olhos
queimam, ele dá mais um passo. "Você está com medo, moça? Diga a
verdade."

Em pânico, faço um som como uma porta que precisa de suas dobradiças
lubrificadas.

Ele ri. "Não foi um sim."

Ele chega perto do meu rosto, suas mãos apoiadas no balcão uma de cada
lado meu e olha nos meus olhos. Eu recuo tanto quanto posso até que a parte
de trás da minha cabeça bate no armário. Ele está tão perto, que tenho certeza
que ouvi seu coração batendo.

Depois de um momento quando ele não faz nada, sussurro, "Na verdade
tenho muito medo."

Ele olha para minha boca antes que seus olhos voltem para cima e
encare os meus. "Mas não cem por cento com medo."

Eu fecho meus olhos. "Qual é o seu ponto?"

Seu hálito quente escova minha orelha, levantando arrepios em meus


braços. "Meu ponto é. . . qual é a percentagem do seu medo?"

Eu mordo meu lábio para parar o gemido ameaçando quebrar do meu


peito e engulo novamente. "Doze".

"Doze"?

Ouço o riso na voz dele, abro meus olhos. Quando o encontro sorrindo,
estalo. "Sim, doze! Satisfeito?"

Seu sorriso desvanece-se rapidamente, e sua voz fica rouca. "Não, moça.
De modo algum. Ainda não". Ele umedece os lábios, depois afunda seus
dentes na parte de baixo.
Daaaaaammmmn,diz meu útero, abanando-se.

Quando penso que meus joelhos irão se dobrar e eu vou me estatelar no


chão, Cam se afasta de mim e sai da cozinha. Por cima do ombro, ele diz,
"Tive uma reunião com um de meus advogados ontem à noite, moça. Estava
sozinho em casa. Não que você se importe, certo?"

Batendo a porta da frente, se foi.

É uma boa coisa, Mr. Bingley ser surdo, porque o meu grito de frustração
teria o assustado até a morte.

Passo o resto do dia com a porta trancada, que eu checo três vezes só para
ter certeza. Lavo roupa, limpo o apartamento, mexo com alguns dos produtos
de beleza que a Sra. Dinwiddle me deu e tento manter o Cameron McGregor
fora da minha cabeça.

Como um irritante alienígina que é, ele não obedece, então estou presa
com um Cam imaginário, presunçoso, entranhado dentro do meu cérebro,
nu em um colchão com uma perna balançando lentamente para a frente e
para trás do lado da cama.

Às 06:00 em ponto, rap explode através das paredes.

Príncipe da calcinhas invoca o seu jantar.

Murmurando maldições vodu, vou trabalhar na cozinha até que tenho


algo para ele comer. Quando bato à sua porta, a música diminui
instantaneamente.

"Olá, moça," ele diz quando abre. "O que te traz aqui?" Arreganha os
dentes, inclinando-se contra o batente,com os braços dobrados sobre o peito,
seus bíceps por todo lado, tão insuportavelmente presunçoso como sempre.
Resisto ao impulso de chutá-lo na canela e sorrio em vez disso. "Eu não
esqueci o nosso negócio." Levanto o prato que estou segurando. "Pasta
primavera com uma salada. Aqui vai."

Ele olha para o prato, então volta para mim. "Aqui vou eu? Aqui vou
onde?"

Meu sorriso parece frágil. "Leva a tua comida, garanhão."

"Oh, não. Não, não, não o nosso acordo era que você me faça comida e eu
coma na sua casa. Quarenta e cinco minutos, lembra-se?" Ele abre sua porta
mais larga, e o rap aumenta para o corredor. "Ou você prefere passar a sua
noite com o meu bom amigo Dirty Bastard?"

Ele me encara com um desafio em seus olhos, seu sorriso crescendo


enquanto o meu encolhe.

Sem dizer uma palavra, me viro e marcho para o meu apartamento.


Deixo a porta aberta atrás de mim, porque ele encontrará seu caminho dentro
eu querendo ou não. O homem é insidioso, como uma infestação de cupins.

Mas ele não é o único com truques na manga.

Deixo o prato de comida na mesa da cozinha. Quando ouço que a música


de Cam desligou, eu me retiro para meu quarto com o gato e fecho a porta.

E tranco.

Então ligo pra minha mãe. Ela atrende no segundo toque. "Alô"?

"Oi, mãe. É Joellen." Sempre sinto a necessidade de lembrá-la que sou eu,
caso ela esqueça que tem duas filhas.

"Oi, querida! Eu estava pensando em você! "

"Por que? O que há de errado?"


Ela ri. "Nada está errado, boba, estava pensando em te ligar hoje à noite.
Como vai você?"

Além da porta do meu quarto, Cam chama, " É bom você não ter jogado
fora o jantar, moça!"

Estiquei a língua para a porta. "Eu estou bem. Ótima, na verdade. Recebi
um aumento no salário."

"Oh, querida, isso é maravilhoso!"

Ela parece feliz, que me faz sorrir. "Além disso, estou me candidatando à
uma promoção."

"Promoção, também?"

"Para uma posição de editora associada. Já enviei minhas intenções, estou


esperando retorno. "

"Isso é fantástico! Quando é que saberá?"

Cam bate na porta. "É a sua mãe, moça? Diga que mandei lembranças!"

Olho fixamente para a porta com olhos apertados, desejando ter lasers
superpotentes em meus olhos para explodir pessoas em pedacinhos através
de objetos sólidos. "Provavelmente em breve, talvez na próxima semana? Eu
vou avisar assim que eu souber. Como está papai?"

"Quem é que está com você?"

Droga! Minha mãe e sua super audição novamente. Eu viro e caminho até o
banheiro, fecho a porta, então agora são duas portas entre mim e o homem
incrivelmente irritante "Hmm"?

"Eu ouvi a voz de alguém, querida."

"É a televisão. Estou vendo as notícias."


"Então não é Cameron McGregor?"

A esperança em sua voz me faz querer vomitar. "Não, mãe, não é Cameron
McGregor."

Uma voz fraca chama, "Posso ouvir você falando de mim!"

Essas pessoas deviam trabalhar para a CIA! Ligo o chuveiro no máximo, vou
para o armário e agacho ao lado do meu cesto de roupa suja, sentindo-me
como uma refugiada, fugindo de um regime totalitário. O que realmente não
está muito longe.

"Escuta, eu queria pedir desculpas pelo comentário que fiz sobre ele a
última vez que nos falamos."

Eu suspiro, esfregando uma mão sobre o meu rosto. "Esquece isso, mãe.
Eu só estava sendo sensível."

Há uma breve pausa. "Sinto que estamos falando de duas coisas


diferentes."

"Estou falando de quando disse que um homem como ele não se


apaixonaria por uma garota como eu."

Seus sons são desapontados. "Oh, querida, não vamos falar sobre isso
outra vez. É só realidade. Todo mundo tem a caixa em sua própria classe de
peso, como diria o seu pai. Aguns pássaros têm pena, outros não. O que eu
estou falando é de quando o chamei de objeto sexual. Isso foi um pouco. . . "
Ela ri desconfortavelmente. "Eu não posso me considerar feminista se sou
culpada dos mesmas coisas que os homens fazem para as mulheres. Ou seja,
objetivando-os."

Eu estou tendo um momento difícil, seguindo sua lógica, porque agora


estou com raiva. Ela está arrependida, porque chamou um homem que
nunca viu de um objeto sexual, mas nem pensou em se desculpar por fazer a
filha dela se sentir indigna do amor de um homem bem sucedido e atraente.
Duas vezes.

"Mãe."

"Sim, querida?"

"Eu sei que não sou bonita como você e Jacqueline, mas às vezes você me
faz sentir muito mal sobre isso."

Ela parece surpresa. "Do que você está falando?"

Ela está sendo deliberadamente ignorante? Anos de frustração reprimida


em ser o patinho feio em uma família de cisnes começa a vir à tona.

"Eu estou falando sobre a caixa na minha classe de peso! Estou falando
como fazer 'piada' sobre eu não ser tamanho P como vocês! Sobre me chamar
de 'plumpy' (gorduchinha) que não é um apelido carinhoso, é um ataque
pessoal! E só porque eu não sou alta e esbelta e loira não significa que nunca
vou sentir o toque de um homem. . . "

"Joellen!"

"— ou mereça ser amada —"

"Espere um minuto!"

"— ou ser tratada com respeito pela minha família, aqueles que
supostamente deveriam ser capazes de me ensinar a confiar em ser eu
mesma. Já tive estranhos dizendo coisas mais agradáveis para mim do que
você! Alguém me disse outro dia,que eu tenho uma pele bonita, e eu quase
desmaiei de choque!"

"Claro, você tem uma pele linda, querida! Você puxou a mim! "
Ela está na defensiva. E perdendo completamente o ponto. Poderia estar
explicando meus sentimentos para uma parede de tijolos, que daria no
mesmo.

A mesma merda, dia diferente. O sentimento que tenho trabalhado


fracassou, me sinto sem forças, completamente drenada. "Okey. Boa
conversa, mãe. Até mais."

Desligo o telefone, encosto minha cabeça nos joelhos e suspiro. Mr.


Bingley esfrega seu rosto peludo na minha perna. "Você me ama não importa
como eu pareço, não é, Mr. Bingley?"

Seu profundo ronronar assegura-me que sim.

Acaricio o gato por alguns minutos antes, preparando minhas entranhas


mentais para sair e enfrentar Cam. Saio do armário e desligo o chuveiro,
então parto para a sala de estar com o gato trotando nos meus calcanhares.

Sentado na mesa da cozinha no meio de sua refeição, Cam lança um olhar


sobre meu rosto e coloca seu garfo para baixo. "O que está errado?"

Sento em frente à ele, tentando não me sentir rejeitada quando Mr.


Bingley pula no colo do Cam em vez do meu. "Posso te fazer uma pergunta
séria?"

"Claro, moça. Me pergunte qualquer coisa."

"A vida é mais fácil por você ser bonito?"

Ele me encara em silêncio por tanto tempo eu fico desconfortável.

"Sim, tudo bem, estou admitindo que eu te acho bonito." Aceno a mão em
seu corpo. "Parece que você foi construído de uma peça perfeita de mármore
por um mestre escultor. Feliz?"

Ele fica quieto, o que ainda é irritante. Finalmente diz calmamente,


"Quem estava falando com você no telefone?"
"Minha mãe. Vai responder minha pergunta?"

Um músculo em sua mandíbula flexiona. Sinto que está zangado, mas não
acho que isso é para mim.

"Tudo bem. Aqui está sua resposta: minha vida nunca foi fácil. "

Minha risada parece um barulho de que alguém iria fazer um funeral. "É
mesmo? Porque de onde estou sentada, parece muito boa."

Seus olhos vibram. "Sim? Como assim?"

"Vamos lá, McGregor. Você é famoso. Você é bonito. Você,provavelmente,


é super rico. Você tem a escolha de mulheres — e os homens, pelo que
parece. Para você o mundo é apenas um grande banquete de escolhas."

"É"?

"Não é?"

Ficamos olhando um para o outro. A temperatura na cozinha parece


aumentar em vários graus. Mantendo meu olhar, ele diz, "O que ela disse
que doeu e criou esse momento?"

Ele coloca uma ligeira ênfase "esse". Eu odeio essa ênfase e tudo o que isso
implica. Eu odeio mais por saber que ele acertou na mosca e mais do que
tudo que ele pode tão facilmente adivinhar sobre o que toda esta conversa é
porque o maldito homem tem visão de raio-x e pode ver através de mim.

Olho,com vergonha por ser apanhada.

"Joellen."

Fecho meus olhos, tentando controlar as lágrimas que a ternura em sua


voz evoca . Ele sente pena de mim. Deus, eu sou patética.

Então ele se levanta e me puxa para cima com as mãos em volta de meus
pulsos. Antes que eu pudesse reagir, ele toma-me em um abraço de urso.
Com seus braços fortes, acondicionados em torno de minhas costas e a
cabeça curvada ao lado da minha, ele diz, "As pessoas podem ser babacas. Às
vezes esses babacas são família. É uma droga, mas isso não significa que você
tenha que concordar. Essas besteiras que sua mãe fala, é sobre ela, não você.
Você é perfeita do jeito que é, moça. Qualquer um que disser o contrário, é
muito estúpido."

Minha garganta fecha. Meu rosto se enruga. Um gemido ergue-se em


algum lugar profundo dentro de meu peito, impossível de evitar. Oh, não.
Não chore. Não chore, pelo amor de Deus. . .

Comecei a chorar, chorar em seu peito — alto, um chorar completo com


soluços e ranho, meu corpo tremendo, minhas mãos agarradas em sua
camisa.

Ele suspira lentamente, seus braços me puxando mais apertado contra ele.
Suas próximas palavras são faladas baixo e macio, com o peso de uma
promessa.

"Ah, moça. Se fosse qualquer um outro, em vez de sua família quem te


fizesse chorar assim, já estaria em uma ambulância."

Não sei porquê, mas isso me faz chorar ainda mais.


DEZENOVE

Me torci contra ele, impotente para impedir-me de ser um triste


espetáculo. Anos de raiva, dor e solidão despejaram fora de mim, como se
uma torneira fosse aberta. Choro até ficar exausta, fungando em soluços,
tremendo de vergonha.

Então Cam realiza um milagre e me pega em seus braços.Tento protestar,


mas estou muito cansada, então deixo ele me carregar para o sofá enquanto
fico abismada em como sem esforço ele consegue levantar o peso de um bebê
elefante.

Ele me coloca no sofá, um travesseiro atrás da minha cabeça, puxa o


cobertor até meu queixo e acaricia uma mecha de cabelo da minha testa
úmida. "Eu já volto."

Quando ele sai, eu enrolo sob o cobertor, dobrando as pernas e


escondendo a cara. Meu rosto molhado e, sem dúvida, inchado.

Algumas mulheres podem chorar lindamente, com lágrimas femininas e


elegantes ruídos de angústia, mas eu não sou uma dessas mulheres. Eu choro
da mesma forma que como: desajeitadamente, ruidosamente e com total
abandono.

Não consigo controlar minhas emoções e meu apetite. Passei grande parte
da minha vida adulta tentando não ser rebelde, ser mais comedida, mais
disciplinada, mais aceitável, mas no fundo tudo isso sou eu. Todas as paixões
e desejos e necessidades tempestuosas, todas as aspirações e tristezas, todas
as coisas feias e maravilhosas. Eu sou indisciplinada, peculiar e estou muito
cansada de fingir o contrário.
Pelo menos com Cam não preciso.

Ele retorna de seu apartamento depois de alguns minutos, trazendo


presentes.

Ele levanta o cobertor, senta-se no sofá e coloca minhas pernas sobre seu
colo. "Vamos lá, moça. Tenho doces."

Viro-me para baixo e de uma ponta do cobertor eu espio para fora. Cam
está olhando para mim com expectativa, segurando uma tigela de cerâmica
branca e sorrindo.

"Mimos"? Sento-me, já me sentindo melhor.

"Sorvete de chocolate regado com Kahlúa."

Meu suspiro é baixo e emocionado. Eu empurro meus braços para fora


do cobertor e movo meus dedos. "Me dá."

"Não, vamos partilhar." Ele pega uma colher do sorvete e come,


observando enquanto eu lambo os meus lábios. Em seguida, ele pega mais
um bocado e me dá. Deixo-o me alimentar, me sentindo estranha mas
também confortada, como da vez que minha garganta inflamou, quando eu
tinha 10 anos e minha mãe me dava sopa na cama. Foi a última vez que me
lembro que não fez uma cara de desaprovação enquanto ela observava-me
comer.

"Tão bom", digo em torno de um bocado da delícia gelada. "Mas não está
na minha dieta."

"É por isso que é chamado de deleite." Ele toma outra mordida,
saboreando, lambendo a colher como se fosse a coxa de uma mulher. Ou
talvez seja a minha imaginação. Vê-lo comer é infinitamente sensual.
"Comida é combustível, mas também é conforto. O problema acontece
quando torna-se mais conforto do que o combustível. Mas é para isso que
existem abraços."
Ele alimenta-me com mais sorvete, e estou me sentindo melhor a cada
segundo. "Você é muito bom com abraços, a propósito."

"Eu sei".

Nós sorrimos um ao outro.

"Mas eu sou um bom beijador? Isso é a verdadeira pergunta, moça. " Ele
come mais sorvete, esperando por minha resposta com uma sobrancelha
levantada.

"Você esperou até que eu estivesse em um estado vulnerável para


perguntar isso, não é?"

"Eu não sou tão furtivo. Aqui". Ele oferece a colher.

Saboreio, a boca cheia de bondade cremosa, enquanto ganho tempo


tentando descobrir uma resposta neutra que não revele quão termonuclear
achei o nosso beijo. Então decido, " Você parece muito experiente."

Ele faz uma careta. "Isso é terrivelmente clínico."

"Oh, me desculpe, é o seu ego fazendo birra porque eu não disse que era o
beijo mais quente que já tive?"

Ele está prestes a colocar mais uma colher de sorvete na boca mas pára,
segurando a colher à boca. "Era"?

Aqueles malditos olhos cor de avelã penetrantes. Olho para baixo para o
cobertor, cutuco um pouco os fios desgastado. ". . . Pode estar lá no topo."

Quando ele não diz nada, eu lhe olho sob meus cílios e encontro-o
sorrindo para mim.

"Oh, Cale-se, garanhão," sussurro.

Ele leva outra mordida de sorvete aos lábios. "Para o registro, pode ter
sido o mesmo para mim, também."
Estou assustada e começo a piscar rapidamente como uma coruja
enlouquecida. "Sério?"

"Realmente".

Estreito meus olhos para ele. "Você está tentando me fazer sentir melhor."

"Estou"? Ele pega outro pedaço de sorvete, sorrindo em torno da colher.

Eu me jogo para trás sobre as almofadas e puxo o cobertor sobre o meu


rosto.

Ouço uma risada, baixa e satisfeita. "Estou dizendo a verdade, moça. Você
beija como uma campeã. Muito bem. E não bem do jeito que vocês ianques
falam — bem como excelente. "

Eu caio para trás e me recosto nas almofadas e cubro meu rosto.

Escuto uma risadinha baixa e satisfeita. "Não quer dizer que não tenha
qualquer outra coisa que eu possa te ensinar," ele diz casualmente, lambendo
a colhere olhando-me de lado. "Por Michael, claro."

Mastigo o interior do meu lábio. "Como o quê?"

"Você quer uma lista?"

Agora estou indignada. "Uma lista? Há muito o que melhorar? Eu pensei


que você disse que estava bem como excelente!"

Ele levanta um ombro, indiferente. Sinto vontade de jogar meu travesseiro


no rosto dele, mas provavelmente mandaria a tigela de sorvete junto. Seu
rosto estúpido não vale uma desperdício de tigela de sorvete.

Eu suspiro e me sento, puxando as pernas do seu colo. "Okey. Me


ilumine. E não deixe nada de fora. Quero ouvir toda a verdade."
Ele olha para o teto, tocando levemente a colher contra o lado da tigela.
"Não é uma daquelas coisas que você pode falar com alguém de qualquer
jeito."

Eu fico mais e mais preocupada, enrugo a minha testa. "Então, como eu


devo melhorar?"

Ele vira seu olhar para mim. Sua expressão é solene e arrependida, como
um médico informa de um tumor inoperável no cérebro. "Prática".

Sem esperar por uma resposta, ele pega mais sorvete e levanta a colher
para os meus lábios. Em seguida, me observa com olhos pesados como eu
chupo a colher na minha boca e engulo.

Quando recupero a coragem, atrevo-me, "Então você está dizendo... você


quer me beijar de novo."

"Eu quero te ajudar a obter o desejo do seu coração, moça," Ele explica
vivamente. "Que é Michael, certo?"

Aqueles olhos pesados novamente. Estou ficando confusa. "Hum. Sim. É.


. . Michael."

Seus olhos brilham, mas ele acena, aparentemente satisfeito e continua.


"Certo. Pense nisso como treino. Quando você participa de uma maratona,
você não corre tudo de uma só vez. Você vai aos poucos. Dia após dia,
semana após semana, um pouquinho de cada vez, até que está em excelente
forma para o grande evento."

Quando me sento em silêncio por muito tempo, só olhando para ele, Cam
abana a cabeça.

"Você está certa. É uma má ideia. Você vai ficar toda ligada, e vai ser
engraçado entre nós. Você vai ficar triste. Eu vou ficar desconfortável, pode
não parecer, mas não é fácil para mim partir o coração de uma moça. Já posso
ficar imaginando você implorando. . . "
"Maldição, McGregor!"

Ele parece surpreso em me ouvir amaldiçoar. "Só estou tentando te


poupar de um coração partido, moça. Eu concordo com você, é uma péssima
ideia".

"Eu não vou cair de amores por você, McGregor. Não vai ser por te beijar
ou qualquer outra coisa."

Movido pelo meu desabafo, ele casualmente consome mais sorvete e me


olha de canto de olho. "Oh, sim, agora me lembro. Você disse que não sou seu
tipo."

"Exatamente". Digo enfaticamente, não tendo certeza se é ele que estou


tentando convencer ou eu mesma.

Cam concorda. "Exatamente. Então, problema nenhum."

Suspiro, removo meus óculos e esfrego as mãos no meu rosto. Vou para a
cozinha, abro a torneira e jogo água no meu rosto, seco-o com um pano de
prato. Depois volto a pôr o meus óculos, viro e olho para McGregor no meu
sofá com seus pés em cima da minha mesa de café, comendo sorvete, como
se estivesse de férias em um maldito resort à beira-mar, suspiro novamente.

"Bem. Mas isso é puramente. . . educativo. E não quero falar sobre isso
depois desta noite. Negócio fechado?"

Cam nem vira quando dá de ombros. "O que você disser, moça. Estou
aqui para ajudar."

É a indiferença em seu aspecto e a voz, a indiferença total, que finalmente


convence-me. "Okey. Vamos fazer isso."

"Tem certeza absoluta?" Ele não se move do sofá.

" Você está entrando nisso aqui ou o quê?"


"Eu estou confortável onde estou."

"Oh. Sim. .. Okey." Eu retorno para a sala de estar e sento na borda do sofá
com minhas mãos dobradas entre minhas coxas. Nunca sei o que fazer com
minhas mãos quando beijo um homem, é mais seguro tê-las presas.

Cam diz, "Bem, sobe, então."

"O quê"?

Ele faz gestos para o seu colo com a colher.

"Cara! De maneira nenhuma! Eu não vou montar em você! "

Ele sorri.‖‚‖T{‖com‖medo‖de ficar muito excitada e incomodada e rasgar a


minha camisa, moça?"

"Isso é ridículo."

"Oh, então você está preocupada que eu vou ser despertado."

Visões de sua masculinidade monstro nadam no meu cérebro. Grito, "O


que? Não! Meu Deus!"

"Bom, porque eu não vou. Pare de ficar protelando, tenho que ir para a
cama cedo. Tenho que me encontrar com alguém para uma corrida no início
da manhã '. "

Irracionalmente magoada, pela implicação de que não sou digna de tesão


e que ele fez planos para trabalhar com alguém além de mim. "Quem?"

Cam inspeciona minha expressão com um canto de sua boca levantando,


um olhar estranho de satisfação em seus olhos. "Você".

"Oh. Certo. Eu quero dizer... Eu sei."

Levantando o outro canto da boca, ele sorri para mim. "Você fica
adorável quando está com ciúmes."
Eu suspiro, alto e com vigor. "Eu não estou com ciúmes!"

Cam se inclina para frente, coloca a tigela de sorvete na mesa do café,


agarra a parte superior do meu braço e arrasta-me para o colo dele, suspiro
novamente, porque, como eu não poderia?

Não é todo dia que uma garota vai montar no Godzilla.

Cam diz rispidamente, "Bom. Está resolvido. Você não está com ciúme, eu
não sou seu tipo, e você não tem olhos para ninguém além de bonitão
Michael. Agora pare de gemer, mulher, porque tenho outros planos para essa
boca. "

E oh meu Deus, ele faz.

Ele come minha boca quase com raiva, uma mão em volta da parte de trás
do meu pescoço e a outra segurando meu braço, seus lábios quentes e
exigentes. Quando sua língua viola meus lábios e toca a minha, um tremor de
eletricidade passa por mim, como se tivesse pisado em um fio
desencampado.

Minhas mãos se espalham sobre o peito largo, eu empurro. "Espere!"

Ele me encara com o maxilar trincado, respirando de forma errática. "O


quê"?

Eu tiro meus óculos e coloco na almofada ao nosso lado.

Desta vez ele vem para mim mais lento. Mais deliberadamente, mais
controlado, deslizando suas mãos no meu cabelo, hesitando com um fio de
cabelo de espaço entre nossas bocas.

"Lembre-se de respirar", sussurra.

"Só me beija já," sussurro de volta, surpresa com quanto soa como um
apelo.
"Seus olhos estão ainda abertos."

Eu imediatamente fecho-os.

Seu riso suave envia um arrepio na espinha. "Se ao menos você fosse tão
obediente o tempo todo, moça." Ele levemente belisca meu lábio inferior, uma
promessa um pouco escura, deliciosa.

Minhas mãos. O que eu faço com minhas mãos?Elas estão planas contra o
peito novamente, mas isso parece patético, então deslizo-as até o pescoço... e
descubro o seu cabelo. Bom senhor. Grosso, lustrosos fios de cabelo deslizam
como seda entre meus dedos. O cabelo dele é mais longo do que qualquer
dos homens no escritório, muito mais do que os do Michael, passando o
colarinho de sua camisa, escuro, requintadamente macio. . .

Como a língua, lentamente, começa a sondar minha boca, eu puxo seus


lindos cabelos, esquecendo que ele poderia não gostar disso.

Eu arqueio contra ele, amolecendo, expandindo, respiro profundamente


pelo nariz, como o beijo se aprofunda e começa a queimar. Eu não estava
brincando quando disse que ele era experiente. Ele sabe exatamente o que
fazer, como esquentar meu sangue e deixar meu coração martelando com
todas as imagens pornográficas dele nu e enfeitado como o melhor presente
de Natal que já recebi ,essa imagem fica pulsando como sinais de néon,
dentro da minha cabeça.

Meus mamilos se eriçam. Há um novo peso entre as minhas pernas, mas


não é ele, sou eu, molhada e dolorida, os seus lábios enviando picos de calor
para aquele espaço côncavo dentro de mim, que me torna perfeitamente
ciente de sua existência, com seus uivos pouco silenciosos de necessidade.

Me afasto um pouco, antes que eu me perca completamente o controle e o


sufoque com a minha língua suspensa.‖‚Então?" murmuro, corada e sem
fôlego.
Os olhos dele derivam abertos. Quentes e escuros, me paralisam no lugar.
"O júri ainda está deliberando," ele diz, sua voz grossa. "Precisamos de mais
provas."

A boca dele. Afogo-me em prazer na boca dele. Eu vou morrer neste sofá,
e Sra. Dinwiddle irá encontrar meu corpo, meus dedos mastigados pelo
pobre gato faminto.

O beijo cresce decadente. Pecaminoso. Eu reclamo, um som desesperado


subindo no fundo da minha garganta. Tem um efeito interessante em Cam.

Todo o seu corpo fica tenso.

Ele toma minha cabeça com as duas mãos, quebra o beijo e afasta o rosto.
Ele respira rápido por alguns momentos, narinas alargadas e sua mandíbula
como granito. Com os dedos dele pressionado no meu couro cabeludo, ele
diz mais ou menos, "Você não pode fazer barulhos assim."

Ah Deus. Falo como um javali. Um burro. Um porco treinado, farejando através


da vegetação em busca de trufas. "Okey".

A humilhação na minha voz faz seus olhos cortar aos meus. "Não é ruim.
É só. . . distrai-me. "

Distrai?

Ele muda ligeiramente o seu peso, e as coisas são esclarecidas.

Eu mordo meu lábio tão forte que pode ter tirado sangue. Meu coração é
um beija-flor batendo freneticamente contra uma gaiola. Eu sussurro, "Você
disse que você não iria ficar excitado."

Ele olha para a minha boca como um senhor da guerra, olhando por cima
de um reino que acabou de conquistar. "Eu menti".

Um beijo de novo, perigoso, com o pé à beira de um penhasco e olhando


por cima, poeira e pedras caindo embaixo dos seus pés. Meus dedos torcem
no seu cabelo. As mãos dele mexem a minha a cabeça, à esquerda ou direita,
no entanto ele quer, um pulso latejante como um rufar em meus ouvidos.
Estou tão excitada que me sinto frenética, instável, como se pudesse sair da
minha própria pele.

Transformo-me em borboleta. Saindo da crisálida, asas estendidas, vento


sob a minha barriga. Presa em uma corrente de ar. Batendo, batendo, voando
livremente.

Ele quebra o beijo, de repente, despedaçando, a separação é como quebra


de vidros. Tonta, eu choro a perda de sua boca.

"Foda-se. Joellen. Foda-se."

Ele está ofegante, a voz dele, uma grosa desesperada. Ele está quente
como um forno. Até suas mãos sobre minha cabeça estão quentes, queimando
meu crânio.

Com seu perfume em meu nariz e seu calor em torno de mim e seu
coração batendo contra o meu, estou em outro lugar. Eu sou um pouco mais.
Uma cigana, uma feiticeira,uma cantora em um clube de jazz enfumaçado.
Uma femme fatale em um filme noir, toda sorrisos e pernas longas e uma voz
gutural como um ronronar.

"Não pare", eu digo na minha nova voz. "Você beija tão bem".

Ele olha direito para mim, seus olhos brilhando intensamente. Olhos de
tigre. Olhos de lobo. Os olhos de um predador prestes a dar o bote na sua
refeição.

Ele rosna, "Gosta do meu gosto?"

Há um desafio na pergunta. Além de sua respiração irregular, ele é assim


tão, todos músculos tensos.

O que está acontecendo?


Volto a mim mesma abruptamente, ciente quão longe esta pequena
experiência está indo, como perigosamente perto está o ponto sem retorno
enquanto o gato na mesa da cozinha, come os restos do jantar de Cam.

Oh merda.Com o calor, meu rosto fica vermelho.

Eu não sou uma cigana. Eu não sou uma femme fatale. Sou uma mulher
desagradável, solitária, sentada no colo do atleta mais famoso do planeta,
fazendo uma tola de mim mesma.

"Desculpe", digo fracamente, minha voz crua. Eu limpo a minha garganta.


"Acho que me empolguei um pouco."

Pego meus óculos e saio de seu colo como se tivesse sido lançada. Fujo
para a cozinha, onde eu me ocupo com a limpeza dos pratos do jantar e a
tentativa de evitar um ataque cardíaco. Por um longo tempo, não ouço nada
da sala de estar. Quando arrisco um olhar por cima do meu ombro, Cam
tem os cotovelos apoiados sobre os joelhos e sua cabeça nas mãos, olhando
para o chão.

"Então vou ver você de manhã?" tento fazer a minha voz normal.

Ele sopra o ar, bufando com força, ergue-se lentamente. "Yep. Vejo você
de manhã '. "

Ele sai sem me olhar.

Tento convencer-me que meu peso deve ter cortado a circulação nas
pernas, mas é difícil de acreditar considerando todas as provas. Em última
análise, sou forçada a encarar a verdade.

Cameron McGregor estava tão excitado com esse beijo quanto eu.

Não consigo decidir se isso é bom ou ruim.


VINTE

Pela manhã, agimos como se nada tivesse acontecido.

Corro ao longo das ruas nevadas, conversando sobre rugby, Escócia, os


melhores lugares para comer em Manhattan, tudo leve e seguro. Eu sofro
para falar com ele sobre o beijo, mas sei que é melhor deixar em paz. Além
disso, o que eu diria? "Ei, foram grandes beijos ontem à noite, hein? Uau,
claro eu estava remoendo sobre aquela cobra rei nas suas calças! Teve que ir
para a cama e bater uma — você sabe? "

Então não vai acontecer.

No trabalho sou como um cadáver. As rosas que Cam me enviou na


segunda-feira passada murcharam no fim de semana e estão empestiando
meu cubículo com um cheiro ruim. Há pétalas murchas e folhas secas por
todo o lado. Considero despejá-las no lixo da cozinha, mas a lixeira é apenas
ligeiramente maior do que a da minha mesa, não é possível acomodar os
restos de cem rosas. Também provavelmente tropeçaria e cairia no caminho,
derramando água de flor murcha por todo o tapete da empresa e
provocando a ira de Portia, que já fez vários passos sinistros por minha mesa
como um tubarão, brincando com a presa que está planejando comer no
jantar.

Então eu peço ajuda.

Denny chega com uma dessas latas de lixo de tamanho industrial num
carrinho com rodas. "Eca!" ele diz, sorrindo. "Isso é cheiro de rosas, ou teve
pimentão e feijão para jantar na noite passada?"
Mesmo quando ele não está fazendo piadas sobre peidos, ele ainda está
fazendo piadas de peidos.

"Quer que eu ajude?"

"Não, menina, eu consigo. Obrigado. Você quer manter o vaso?"

Eu nego. Ele faz o trabalho rápido com as rosas, colocando o vaso inteiro
na lata de lixo e varro a trilha de folhas secas no chão com uma vassoura de
mão e uma pá.

Então por detrás da parede que nos separa, eu ouço a voz do Shasta. "Oh
meu Deus. O que o... Joellen? É você?"

Eu coloco minha cabeça por cima do muro e encontro-a na mesa, olhando


para sua tela de computador. Os olhos dela estão amplos com descrença, e
sua expressão envia uma pontada de pânico através do meu estômago.

" Eu,onde?"

"No TMZ." Ela olha para mim, piscando. "Você está no TMZ."

"Eu"? começo a rir. "Acho que não."

Ela olha em sua tela de computador, em seguida volta para mim e, em


seguida, de volta à sua tela. "Então você tem um irmã gêmea que não
conhece, porque isso parece exatamente com você."

Franzindo a testa, chego perto de seu cubículo, então inclino-me por cima
do muro para ver o que ela está olhando. Na tela há um close-up de mim e
Cam, nariz a nariz no departamento de vestidos das senhoras da Saks,
contemplando um ao outro.

Nenhum de nós está sorrindo. A mão está segurando possessivamente


meu braço. Os vestidos em cabides são esmagados entre nós. É um momento
íntimo e intenso e parece que estamos no meio de uma briga. . . ou prestes a
entrar numa.
A manchete diz, CAMERON MCGREGOR E MULHER MISTERIOSA
SÃO VISTOS NO SHOPPING!

Filho da mãe. O homem com a câmera vendeu a imagem de Cam ao TMZ.

Sussurro com horror, a primeira coisa que vem à mente. "O meu cabelo
realmente está assim?"

Guinchando Shasta fala. "Isso é você!"

"Shh!" Eu olho por cima do muro do cubículo, mas ninguém mais parece
ter ouvido. Volto me agachando, entro em modo pânico total, completo com
sudorese palmares e palpitações cardíacas. "Oh Deus. O que devo fazer?"

"Garota"!grita Shasta, fazendo-me estremecer. "O que você deve fazer é


me dizer o que diabos está acontecendo entre você e Cameron McGregor!"
Como eu me assusto e imploro para manter a voz baixa, ela me faz mil
perguntas, cada uma mais invasivas do que a outra.

"Como é que você o conhece? Como você pode manter isso em segredo?
Vocês dois são uma casal? Ele é incrível na cama? Oh, merda, aposto que ele é
louco na cama. Ele é bem dotado? Você tem que contar — Ah! Quanto tempo
ele demora? Ele é doido? Aposto que ele é super doido, né?" Ela mexe as
sobrancelhas de modo provocador e está prestes a continuar seu discurso
inflamado, até que uma voz familiar interrompe e ambas congelamos.

"Senhoras. Trabalhando muito duro?"

Shasta engole e faz olhos de peixinho olhando de um para a outro.


Lentamente, me endireito e viro para encarar a voz, na tentativa de esconder
algumas polegadas da tela do computador de Shasta.

"Hum. Bom dia, Sr. Maddox."


Ele olha para Shasta, escondendo-se atrás de mim e, em seguida, para a
tela, que tenho certeza que ainda é pelo menos parcialmente visível, então
olha de volta para mim. "Bom dia".

Ele responde sem problemas, nem um murmúrio de emoção em sua voz,


mas seus olhos estão agitando como loucos, que é como eu sei que sou
totalmente pega. Ele já sabe sobre a história.

Shasta oferece um fraco, "Oi", depois volta para esconder-se atrás de


minha bunda grande.

"Joellen. Eu tenha uma pergunta sobre o seu requerimento." Ele olha para
Shasta significativamente, e eu entendo. "Venha comigo".

Ele vira e sai sem esperar por uma resposta, porque é claro que ele não
tem que esperar. Ele é o CEO lindo, e eu sou a empregada humilde, que
ficaria feliz por lavar o chão por toda a eternidade por migalhas de seu tempo
e atenção.

Eu tropeço atrás dele, suando em bicas.

As suas pernas são longas e estabelecem um ritmo extenuante, por isso é


difícil de acompanhar. Parece que está fugindo de alguém.

"Então você sabe da notícia".

Sua voz é concisa, sua mandíbula travada e seus olhos movem-se como se
estivessem lançando mísseis. Faz-me sentir um pouco melhor perceber que
ele também está desconfortável.

"Hum... sim. Como ouviu sobre isso?"

"As notícias correm rápido. Ele era o encontro que você disse que tinha?"

"Não!" Digo, muito alto. "Ele é meu vizinho!"


Várias pessoas olham para nós de seus cubículos enquanto passamos.
Acena para um deles, e ignora o resto. "Então, você me disse."

Eu não tenho resposta para isso, não entendi se é um desafio, ou o que.


Ele acha que estou mentindo? "Ele está só me ajudando com um. . . hum. . .
projeto. Não há nada acontecendo entre nós."

Dobro uma esquina, quase colidindo com alguém vindo de outra direção,
mas rapidamente recupero o equilíbrio e continuo a nossa caminhada-corrida
estranha, olhando para a frente.

"Então fizerem as pazes?"

"Huh?" Eu sou uma fonte brilhante de inteligência.

"A música dele. Você disse que ele estava te perturbando com sua
música."

"Oh. Certo. Isso. Sim, fizemos as pazes." Isso soa muito amoroso, como
reconciliação de namorados, então rapidamente eu modifico a resposta.
"Fizemos uma trégua, quero dizer. E, em seguida, ele precisava de ajuda, de
compras para a sua namorada. Na Escócia. Para um presente de Natal."

Pelo amor de Deus, Joellen, basta enfiar a perna inteira na boca e acabar com isso!

Michael ajusta a gravata, puxando como se ela estivesse estrangulando-o.


Ele está em um terno marinho muito bem cortado, sua pele brilha com saúde
sob as luzes fluorescentes, seu rosto está barbeado, e o cabelo dele é perfeito.
Tudo nele é perfeito.

Perfeito demais?

Perturbada pela minha traição, eu tropeço em nada, mas rapidamente me


recupero.

"Encontre-me depois do trabalho para uma bebida.‛


Agora eu quase caio de cara no chão.

"Às 18h. No‖‘The‖Liquid‖Kitty‖on‖Fifth’".

Ele está alheio ao meu súbito estado catatonico. Não espera por uma
resposta, faz uma curva à direita abruptamente e sai por outro corredor,
deixando-me atônita atrás dele.

É um encontro? Michael Maddox me convidou para um Encontro?

Antes que possa desmaiar em uma pilha gelatinosa de membros, eu


vislumbro Portia dirigido-se para mim. Meu coração afunda. É tarde demais
para fugir, porque nós fizemos contato com os olhos, então finjo que estou
voltando de uma reunião inexistente e caminho para a frente com um sorriso
estampado e uma caminhada proposital.

Ela me corta quando estou virando uma esquina, parando na minha


frente, bloqueando meu caminho.

Ela repousa a mão no meu antebraço e aperta seus dedos polidos.


"Cuidado", ela disse suavemente, olhos azuis brilhantes. "Tome muito
cuidado, Joellen."

Antes que eu possa responder, ela se vai, se afastando em saltos de cinco


polegadas, deixando-me perguntando por que suas palavras me fizeram
sentir menos como ameaça de um inimigo e mais como o aviso de um
camarada.

Passei o resto do dia em terror, desgastando meu antitranspirante e


sentindo como se eu fosse morrer a qualquer momento. Minhas glândulas
supra-renais estão histericamente bombeamento hormônios do estresse nas
minhas veias, e é preciso uma quantidade enorme de autocontrole para não
deixar solto o grito lunático latejando dentro do meu peito.

Quando chego em casa, eu sou uma bagunça.


"Só tenho trinta minutos para me preparar," digo ao gato sem fôlego, jogo
a comida de gato em um prato. "O que devo usar? Deveria depilar as
pernas?" Mr. Bingley olha para mim com uma cara julgadora. "Você está
certo, isso parece um convite para problemas. Mas espere — eu quero
problemas, não é? É de Michael Maddox que estamos falando aqui. Eu quero
todos os problemas que conseguir!" Os olhos do gato se estreitam em fendas.
"Não, você está certo, calma, não seja ansiosa, foco no longo prazo. Se eu
trepar com ele no banheiro de um bar chamado o gatinho líquido na primeira
vez que saímos, nós nunca seremos capazes de contar a história do nosso
primeiro encontro. "

É um atestado do meu estado enlouquecido: Michael e eu, casados com


filhos e trocando olhares manhosos durante o jantar enquanto contamos a
mentira ensaiada de como foi nosso primeiro encontro, quando algum
parente intrometido quiser ouvir.

Tomo banho, visto-me e tento secar meu cabelo, mas acabo enrolando-o
em um coque bagunçado porque minhas mãos estão tremendo muito para
manter o secador. Aplico uma camada de rímel que a Sra. Dinwiddle me
deu do saco de guloseimas de beleza, em seguida, considero a aplicação de
batom mas decido provavelmente só vai acabar todo nos meus dentes da
frente, fazendo parecer que eu comi um pastel. Ponho o tubo de lado e passo
uma uma camada de brilho labial claro.

Então me olho no espelho.

A cor me cai bem. Meus olhos estão selvagens. Pequenos tufos rebeldes de
cabelo escapam do coque e flutuam ao redor do meu rosto como nuvens
difusas. Pareço ter escapado recentemente de um hospital psiquiátrico.

"Dane-se", sussurro. "Esta é minha aparência. Se Michael não gostar, ele


que vá chupar um ovo."
A retórica de Cam sobre a imagem positiva do meu corpo deve estar
tendo algum efeito, porque há algumas semanas essas palavras seriam
heresia.

Não tenho tempo suficiente para pegar o metrô para a cidade, assim eu
pego um táxi. Faço exercícios de respiração profunda durante o trajeto, que
não me ajudam nada, mas fazem com que o taxista olhe preocupado.
Quando ele me deixa na frente do Liquid Kitty, eu estou à beira da histeria.

Este é o momento que eu sonhei durante uma década. Dez anos em que
estive apaixonada por Michael Maddox. Dez anos em que eu sonhava e
ansiava para que ele reparasse em mim, e agora aqui estou, de pé na calçada
em frente ao bar onde ele me pediu para encontrá-lo para um drinque.

Bem, tecnicamente, me ordenou, mas isto não é a hora de dividir os


cabelos.

Um porteiro de chapéu e casaca abre a porta para mim, acenando


solenemente. Encontro-me em uma antecâmara escura iluminada por um
lustre vermelho berrante que lança prismas de luz escarlate sobre as paredes
pretas lisas. O efeito tem uma semelhança surpreendente como se pingando
sangue.

Parece que o gatinho líquido é, na verdade, um portal para o inferno.

"Boa noite", diz uma voz à minha direita. Quase pulei pra fora da minha
pele.

"Oh. Olá."

Um homem alto, careca, com os ombros de linebacker vestindo um


smoking se materializou por trás de uma cortina de veludo preto. Os
movimentos de seu olhar sobre mim, rapidamente me avaliam. "Está aqui
para encontrar um membro?"
Encontrei o endereço pelo aplicativo do meu celular, mas não sabia que
este era um clube particular. Eu pensei que era apenas um velho bar, como
outro qualquer. Boba eu. "Hum... Michael Maddox?"

Ele inclina a cabeça. "Muito bem. Por favor, me permita guardar seu
casaco." Ele estende a mão, que é o tamanho de um prato.

"Obrigada". Livro-me do meu casaco e entrego, então coloco minha bolsa


junto ao meu peito como se fosse um colete salva-vidas.

Sorrisos divertidos do homem de terno pelo meu desconforto óbvio. Ele


desaparece por trás da cortina, por um momento e, em seguida, retorna sem
meu casaco. "Por aqui, senhorita."

Ele propõe para eu segui-lo. Fico feliz por ter me chamado de "senhorita"
em vez de "senhora". São as pequenas coisas.

Nós atravessamos outra cortina de veludo preto em uma grande sala de


estar decorada por alguém com uma nostalgia por bordéis franceses do
século XIX. Sofás de veludo vermelho estão espalhados pela sala,cortinas
franjadas com borlas. Elaborados espelhos dourados esculpidos decoram as
paredes. Um fogo crepita na lareira contra uma parede, emprestando ao
quarto um fulgor morno.

Eu tento ignorar a pintura a óleo sobre a lareira de uma voluptuosa


mulher nua descansando em um sofá com um cão branco, mas é tão grande
que é impossível. Seu sorriso manhoso é vagamente perturbador.

Atravessamos a sala vazia e passamos por outra cortina, e estou querendo


saber se o designer de interiores ganhou um desconto nas cortinas de
veludo.

Nós atravessamos um bar e lounge que se parece com alguma coisa de


um romance de Edith Wharton. Tudo suave, couro, madeira brilhante e
polida, antiguidades. Cheira a privilégio de classe alta. Então, a clientela:
Senhoras e senhores, misturando-se com cocktails na mão, rindo
silenciosamente ou absortos em conversas,todos bem vestidos. Ninguém
olha para nós quando passamos, o que agradeço, pois estou envergonhada
por minhas roupas.

Tenho certeza que eu sou a única aqui com roupas compradas na Gap.

Finalmente entramos numa grande sala de jantar. O andar principal


contém dezenas de mesas e quartetos de cadeiras de couro. Em uma
extremidade da sala há um palco. As outras três paredes têm cabines
privadas de couro carmim adornado, definido em grandes nichos com
cortinas em ambos os lados retidas com borlas de ouro.

Em um dos estandes Michael está sentado, bebida na mão, vigiando a


porta.

Fazemos contato com os olhos do outro lado da sala, meu coração pula
em minha garganta e estou apavorada de novo.

Deus, se você gosta de mim só um pouco, por favor não me deixe estragar tudo.
VINTE E UM

"Senhorita", diz o homem de smoking, curvando-se. Quando ele faz


gestos em direção de Michael, entendo que farei o resto da caminhada à mesa
dele sozinha.

"Mantenha a calma," eu aviso a mim mesma através de lábios duros,


aproximo-me da mesa de Michael. "Não diga nada estúpido. Deixe-o falar."

Ele não tira seu olhar de mim, enquanto ando. Quando eu o alcanço, meu
rosto está pulsando com calor.

"Oi", eu digo timidamente.

Ele levanta, beija-me ambas bochechas e sorri para mim. "Oi. Sente-se."

Eu faço, só que é mais como em um colapso. Ele me beijou! Nas duas


bochechas!

"Você gosta de uísque?" Ele empurra a bebida sobre a mesa em minha


direção.

Não. É nojento."Sim! Eu adoro!" Aliviada de pode fazer algo, além de


babar nele, consumo a bebida. E imediatamente me arrependo disso

Eu tusso com chamas saindo do meu nariz e garganta. Minha careta de


nojo poderia ganhar um prêmio.

Michael ri. "Que tal um copo de vinho em vez disso?"

Estou tão envergonhada que eu poderia embrulhar-me em uma das


estupidas cortinas de veludo e passar o resto da eternidade embrulhada
debaixo da mesa, mas aceno porque espera-se uma resposta racional.
"Obrigada."

Michael sinaliza para um garçom, que se materializa do ar. "Senhor"?

"Uma garrafa de Romanée-Conti 2000."

O garçom arqueia tão baixo que é cômico. Parece uma pose de ioga.

"Imediatamente, senhor."

Ele desaparece tão rapidamente quanto chegou, deixando, Michael e a


minha furiosa insegurança sozinhos.

Michael se inclina contra a cabine, e estende um braço ao longo das costas


e sorri. "Você veio".

Eu sei que sou só eu, mas isso soou super sexual. "Hum. Sim. Eu vim."

Ele olha para mim, até que eu queira me contorcer. Então ele estende a
mão e toca suavemente a minha bochecha. "Suas bochechas estão queimando,
Joellen."

Minha calcinhas também, senhor."Eu sou um pouco. . . isto é tudo um


pouco. . . surpreendente."

Preocupa-me se eu disse a coisa certa, porque seu sorriso se desvanece.


Ele arrasta uma mão pelo cabelo dele, coloca ambos os cotovelos na mesa e
olha para a toalha de mesa. Ele está usando uma jaqueta que corresponde à
cor de seus olhos, uma camisa branca aberta no colarinho, calça marrom e um
enorme relógio de ouro robusto que reluz sob as luzes. Eu acho que tem
diamantes.

Cam provavelmente iria rir para um homem que usa um relógio com diamantes.

Por que eu estou pensando em Cam?


Sento-me mais reta, empurro McGregor da minha cabeça e foco em
Michael. Michael lindo, elegante, que agora parece que está prestes a chorar.
"Michael? Está tudo bem?"

Ele limpa a garganta e se vira para mim com um sorriso que parece
forçado. "Me desculpe. Você vai ter que me perdoar — tem sido umas
semanas difíceis. Este divórcio. . . " Ele faz um movimento desdenhoso com a
mão. "O suficiente sobre mim e meus problemas. Vamos falar sobre você."

Não quero falar sobre mim, porque eu sou chata, mas principalmente
porque seu show de emoção me fez corajosa. Num impulso, eu toco o braço
dele. "É totalmente normal ficar chateado quando você está passando por um
divórcio. Você não precisa fingir que está tudo okey."

Quem sou eu agora, Dr. Phil?

Michael olha para mim com um olhar de intensa concentração, um


pequeno sulco entre as sobrancelhas. "Obrigado. É muita gentileza sua. Eu
sempre gostei de você, Joellen. É sempre gentil."

Ele passa levemente os dedos sobre a palma da minha mão, e eu tenho


que me forçar a não chupar em um alento a sacudida de luxúria que dispara
através de mim.

Ficamos olhando um para o outro em silêncio até o garçom reaparecer,


então nós paramos, como se fomos pegos fazendo sexo em público.

Eu me abano com meu guardanapo. . . enquanto o garçom abre a garrafa e


serve duas taças de vinho. Isto é o inferno nos meus nervos. Se eu sair deste
clube hoje à noite sem ter um colapso mental total, vou considerar-me
sortuda.

Quando o garçom nos deixa, Michael levanta seu copo. "Um brinde".

Levanto o meu copo, também. "Estamos brindando?"


Os lábios de Michael levantam em um pequeno sorriso sedutor. "Novos
começos".

Um leve chiado passa pelos meus lábios. Eu repito, "Novos começos", em


uma voz estrangulada e bebo meu vinho em alguns poucos goles.

Ele não parece nada incomodado, por que a maioria das pessoas
consideraria uma forte evidência de um problema com a bebida. Ele
simplesmente toma um gole de seu próprio vinho e recarrega o meu copo.

"Você está nervosa". Ele me olha de canto de olho enquanto me serve.

Suspiro alto e fecho os olhos. "É tão óbvio?"

"Não se envergonhe. Estou lisonjeado."

Eu abro meus olhos e encaro a descrença no perfil bonito dele. "Você está
lisonjeado?"

"Isso," ele disse com uma risada, como se estivesse apontando algo.
"Gosto disso."

Agora estou confusa. "O quê"?

Ele coloca a garrafa sobre a mesa e se vira para mim, explodindo-me com
o efeito paralisante de seus olhos azuis. "Você não tem idéia de como é
encantadora. É muito atraente".

É tudo o que posso fazer para não cair morta. Engulo mais vinho e
tremendo, sussurro "Obrigada".

Depois de um momento onde me recuso a olhar para ele, porque tenho


muito medo do que ele possa ver no meu rosto, ele pergunta, "Você me acha
atraente?"

Eu lanço para fora uma risada que soaria como um ganso. "Atraente?
Você está brincando? Acho que você é o homem mais bonito que já vi!"
Exceto por Cam.

Eu gostaria de bater em quem pertence essa voz dentro da minha cabeça,


mas não tenho tempo para pensar sobre isso porque Michael estabeleceu sua
mão no meu joelho, fazendo com que minha perna irrompa em chamas.

Eu usava uma saia, uma das poucas que eu tenho. É uma coisa preta
simples, mas que se encaixa bem. E acabei depilando minhas pernas porque
pensei que diabos, se acabamos transando no banheiro do Liquid Kitty,
minha vida estará completa.

Mas agora que Michael está com a mão na minha pele nua — vagabunda
esperançosa que eu sou, eu não usava calça — acho que pode ter sido uma
má ideia, porque o efeito da palma da mão quente no meu joelho é o que
imagino que os três homens sábios sentiram quando eles vislumbraram o
bebê Jesus na manjedoura.

Ou seja, o arrebatamento.

"Obrigado", diz Michael, sua voz rouca, o olhar nos meus lábios. "Eu acho
você muito atraente, também."

Ele se inclina até que está tão perto que sinto seu hálito, doce e aromático
com o tempero seco de vinho. Ele vai me beijar. Ah Deus. Oh merda. Isso
realmente vai acontecer!

Mas então é que não vai acontecer, porque eu coloco minhas mãos em seu
peito e o detenho.

Ele olha para mim. Eu olho para ele. Nos olhamos e não está claro o que
está acontecendo.

"Hum... tecnicamente ainda casado, certo?"

Ele pisca. Franze a testa. Abana a cabeça. "Nós já entramos com o


divórcio."
Certo! Ele é um agente livre! Entra aí, garota!

Minha puta interior parece não ter consciência, mas parece que eu tenho.
"Quero dizer... apenas aconteceu a pouco tempo. Como, na semana passada.
Talvez você devesse. . . dar-se um minuto para se ajustar. "

Sua batida de coração é dura e rápida sob minha palma. Acho que é
requintadamente erótico. Também gostaria de me socar na cara.

"Tem razão", ele diz com relutância, como se ele não pensasse que eu
estou certa em tudo. Ele se afasta lentamente, olhando confuso.

Tenho certeza que ao homem nunca foi negado nada em sua vida, mas
por alguma razão, aqui estamos, em um universo alternativo onde faz
sentido para uma garota como eu recusar um homem como ele.

"Não, você está absolutamente certa." Ele balança a cabeça como se


entendesse, e agora ele parece estarrecido. "Meu Deus, eu sinto muito. Não
sei o que estou pensando. Manter você nesta posição terrível. Em seguida vai
provavelmente achar que eu sou algum tipo de verme lascivo, à espera de
favores para o avanço na empresa!"

O pensamento nunca me passou pela cabeça, mas agora eu tenho Cam na


minha cabeça, espetando o olhar para mim com seus braços cruzados sobre o
peito, batendo o pé como eu te disse.

"Não seja ridículo!" Eu grito. Michael parece assustado pelo meu volume.
Eu decido que é hora de beber mais vinho e fazê-lo com entusiasmo.

O garçom reaparece, perguntando se gostaríamos de pedir algo para


comer.

Michael se encarrega. "Sim. Traga-nos uns filés, mal passados e


compartilharemos uma salada Caesar. E outra garrafa de vinho."

"Muito bem, senhor."


O garçom vai embora, Michael pega seu copo, e sinto-me na miséria, me
perguntando como isso poderia ter corrido tão mal tão rápido.

Eu odeio carne mal passada. Eu sou alérgica a anchovas. Quando um


homem pede comida para mim sem perguntar o que eu quero, eu não me
sinto cuidada, sinto-me desrespeitada e honestamente um pouco assassina. E
não paro de pensar em Cam, o que está me deixando confusa, desconfortável
e irritada comigo mesma, um trio de emoções negativas que somam um
impulso irresistível de fugir.

Ah, não. Estou prestes a fazer algo estúpido.

Eu volto para Michael com um sorriso frágil. "Eu estou indo. Obrigada
pelo vinho".

"O que? Você está indo? Acabou de chegar!"

Eu saio da cabine antes que possa mudar de idéias. "Desculpe," Eu


resmungo. "Me desculpe. Nos vemos no trabalho."

"Joellen, espere! Não vá! Por favor, apenas sente e converse comigo!"

Eu hesito porque é a primeira vez que ele usou a palavra por favor. Todo o
resto foi uma ordem. Eu olho para ele. Ele está parado ao lado da mesa,
olhando contrito, confuso e devastadoramente lindo.

Mas algo sobre isto ainda parece errado.

"Muito obrigada por me convidar e obrigada novamente pelo vinho, mas


não posso ficar para o jantar. Eu. . . Já tenho planos para o jantar."

Ele parece tão cabisbaixo, que sinto-me culpada. Então chego perto dele e
o beijo na bochecha antes que eu possa mudar minha mente. Quando me
afasto, ele agarra meu pulso e me puxa contra o peito. No meu ouvido ele
diz, "Eu quero falar mais. Te ligo mais tarde?"
Seu hálito quente ventilando no meu pescoço faz meus olhos revirar. Eu
resmungo um sim e pergunto se ele tem uma caneta para que eu possa
escrever meu número.

"Isso não é necessário. Já tenho."

Eu franzo a testa, olhando para ele. "Tem"?

Ele sorri gentilmente para mim, ainda segurando meu pulso como se fosse
uma trela. "Bem, tecnicamente eu tenho números de telefone de todos os
meus funcionários."

"Oh. Certo." Produzo uma risadinha nervosa. "Claro que sim."

O olhar dele cai para minha boca, e seu sorriso se desvanece. Ele se inclina
para beijar-me, mas eu viro meu rosto para que seus lábios passem por minha
bochecha. Sua risada rouca envia um arrepio na espinha.

"Okey. Eu entendi. Nós estamos me dando tempo para me adaptar." Ele


agarra meu outro pulso, puxa-me mais perto ainda e inclina a cabeça para
meu pescoço. Ele inala contra minha pele, seus lábios deslizando o ponto
sensível apenas sob minha orelha.

Ele sussurra, "Eu espero que não demore muito." Ele pressiona o mais
macio de beijos para o pulso na minha garganta e, em seguida, libera-me tão
abruptamente que eu tropeço.

Seus olhos são elétricos. Eles cortam o espaço entre nós, parece que vai
inflamar o próprio ar.

Sem dizer uma palavra, dou meia volta e fujo.

Estou andando em meu tapete da sala quando a batida escuto baterem à


minha porta. "Está aberta," digo, já sabendo quem é.

Eu poderia reconhecer a batida de Cameron McGregor em uma


delegacia. Como o próprio homem, é muito distinto.
Ele entra com sua arrogância habitual, perguntando onde está o jantar
dele, mas pára quando vê a minha cara. Suas sobrancelhas se juntam. "Você
estava no telefone com sua mãe outra vez?"

"Fui beber com Michael. Ele tentou me beijar. Duas vezes."

Cam fica lá por um momento, me observando. "Tentou"?

Eu aceno, mastigando minha unha, me viro e vou em outra direção.

Cam lentamente fecha a porta, se move em torno de mim e se senta no


sofá. Mas ele não joga seus pés para cima na mesa do café, como de costume.
Ele se inclina para frente com os cotovelos sobre os joelhos e as mãos
entrelaçadas, vendo-me andar. Há uma tensão na maneira como que ele se
mantém, uma prontidão tensa, como se a qualquer momento ele pudesse
levantar-se. Seus olhos são como os de um falcão.

"Você quer me contar o que aconteceu?"

Eu lhe digo tudo, de nossa corrida pelos corredores do escritório de


manhã até o encontro mais curto, mais estranho na história dos encontros.
Quando terminei, Cam fica silencioso.

"O que você acha?"

Ele inclina-se lentamente, espalha suas mãos sobre as coxas dele e exala
uma respiração pelo nariz. "Eu acho que você foi esperta."

Eu paro de andar e olho para ele. "Esperta? Como assim? Qual parte?"

"A coisa toda. Foi bem jogado. Só fará ele querer mais."

"Cam, eu não estava jogando com ele!"

Ele levanta a cabeça, inspecionando o meu rosto. "Então você não queria
beijá-lo?"
Ele parece descrente,o que me irrita. "Caso você não tenha notado, isso
não é um jogo para mim!"

"Não se esquive da pergunta."

Eu rosno em aborrecimento, arranco o elástico do meu cabelo e ando de


volta pelo caminho que vim. "Simplesmente não parece certo. A coisa toda foi
estranha. Inesperado."

A voz do Cam é seca. "Você está cobiçando o homem há uma década,


moça. Isso não é inesperado".

" Foi inesperado da parte dele! Ele nunca reparou em mim até algumas
semanas, e agora estamos bebendo vinho no seu clube privado como se eu
fosse sua segunda esposa?"

"Como sabe que ele nunca reparou em você antes? Ele disse isso pra
você?"

Paro e considero. "Bem... não."

"Ele foi casado o tempo todo que se conhecem, certo?"

"Sim".

"Então ele não estava em posição de dizer-lhe que gostava de você. Esta
era a sua chance."

Eu arrasto minhas mãos pelo meu cabelo, ainda úmido na nuca do meu
chuveiro e considero o que ele está sugerindo. Finalmente, sento no sofá ao
lado dele e suspiro, esfregando minha testa. "Honestamente não sei o que
pensar. Agi como se eu estivesse tendo um colapso. Fui um completo
desastre. Provavelmente estraguei tudo"

"Ele disse que ia te ligar."

Sacudo minha cabeça, descrente e inquieta.


"Que tipo de vinho que ele pediu?"

Levanto minha cabeça e olho para ele. "O que importa?"

"É importante. Você lembra o nome?"

Procuro na minha memória. "Romany Conty? Algo assim?"

Cam parece impressionado. "Jesus. Ele deve realmente gostar de você."

"Você reconhece? Eu pensei que não bebia vinho."

"Não significa que eu não saiba o nome de um dos burgundies mais caros
do mundo. Eles custam pelo menos alguns milhares de dólares a garrafa."

Minha boca fica aberta. Um chiado de descrença desliza para fora.

"Vamos voltar para você não querer beijá-lo. O que é isso tudo?"

Considero a questão com cuidado, mas acho que não tenho qualquer boa
resposta. "Eu acho que... Eu estava muito nervosa."

Depois de um momento, Cam diz, "Hmm".

Antes de poder lhe perguntar o que diabos ele quer dizer com esse
enigmático "Hmm," toca o telefone de casa. Eu travo em terror.

"Ai meu Deus! Você acha que é ele?"

"Só há uma maneira de descobrir, moça. Vá atender o telefone."

Eu entro em pânico. "E se eu disser algo estúpido? E se eu estragar tudo?


Esta pode ser minha última chance com ele!"

Cam olha para o teto e suspira, mas ignoro sua irritação porque tenho
uma ideia brilhante. Eu seguro seu o braço e agito-o.

"Vá buscar a extensão portátil no meu quarto e me ajude com isso!"


Ele franze o nariz dele. "Não seja boba. Eu não vou ficar em segundo
plano enquanto você e o menino bonito fazem sexo por telefone!"

"Não vamos ter sexo por telefone!" O telefone continua a tocar, e agora
estou tendo palpitações. Eu enfrento Cam. . . e salto para meus pés, aponto o
dedo na direção do meu quarto. "Vá buscar! Vai, vai, vai!" Eu corro para a
cozinha e quase arranco o telefone da parede, tomo uma respiração profunda
antes e com calma, atendo dizendo "Olá"?

"Joellen, é Michael".

"Oh. Oi. " Eu consigo parecer indiferente. Enquanto isso vou


silenciosamente gritando com Cam e fazendo movimentos com braços
selvagens, direcionando-o para o meu quarto.

Ele balança a cabeça como se não pudesse acreditar que foi convencido a
fazer isso, se levanta do sofá e desaparece no meu quarto. Um segundo
depois, ouço um clique suave e sei que ele pegou a extensão.

Em voz baixa, rouca, Michael diz, "Estou no carro. Eu não podia esperar
até chegar em casa para ligar para você. "

Eu respondo com um lembrete de segurança completamente


desnecessário. "Espero que tenha Bluetooth. É perigoso e ilegal dirigir
enquanto fala ao telefone."

Cam aparece na porta do meu quarto, segurando o telefone portátil ao seu


ouvido, fazendo uma careta de nojo. Ele fala, você é um caso perdido.

Eu o chamo freneticamente para se juntar a mim na cozinha.

Michael diz, "Eu não estou dirigindo. Meu motorista está."

"Oh". Duh.

". . . Mas obrigado pela sua preocupação." Há um toque de riso na voz


dele. "É gratificante saber que você está preocupada com minha segurança".
Cam faz gestos para mim com um movimento de rolamento com a mão
que eu acho que significa que devo continuar a conversa.

"Então, hum. . . desculpe de novo por fugir de você assim. Eu acho que
estava um pouco nervosa."

Cam entra na cozinha e inclina-se contra o balcão, com um olhar


entediado. Até a próxima fala de Michael.

"Não se desculpes. Embora eu tenha que admitir que quando você disse
que já tinha planos para jantar, fiquei um pouco preocupado. Você disse que
há nada acontecendo entre você e aquele idiota do Cameron McGregor,
portanto, espero que eu não tenha um rival!"

Cam endurece. Suas narinas se expandem, fogo sai de seu olhar para o
meu, e nele, vejo um holocausto.

Talvez não tenha sido uma boa ideia afinal de contas.


VINTE E DOIS

Antes do Vesúvio10 entrar em erupção, rapidamente coloco um dedo


sobre os lábios de Cam e repreendo Michael. "Ele não é idiota. Ele é
realmente um cara legal."

Michael faz um barulho suave de descrença. "Você só pensa isso porque


você é legal, Joellen. Acredite, o homem é um animal completo."

Os olhos do Cam lançam brasas para mim. Ele aperta o telefone com tanto
força que parece que vai transformá-lo em pó.

"Como sabe? Você não o conhece!"

Há um momento de silêncio na extremidade da linha e, em seguida,


Michael limpa a garganta. "Não, não. Mas se mesmo metade do que é escrito
sobre for verdade. . . "

"Não acredite em tudo que lê nos jornais."

Cam parece satisfeito porque estou defendendo ele, mas posso dizer que
ele ainda quer quebrar alguma coisa. Amaldiçoo-me por esta ideia e faço um
gesto pra ele sair da extensão. Com os lábios apertados, ele balança a cabeça.

Maravilhoso.

"Você parece um pouco defensiva dele."

10
Vesúvio é um estratovulcão localizado no golfo de Nápoles, Itália, a cerca de nove
quilômetros a oeste de Nápoles e a curta distância do litoral. É o único vulcão na Europa
continental a ter entrado em erupção nos últimos cem anos, embora atualmente esteja
adormecido.
Consigo ouvir no subtexto, o convite não tão sutil para que eu jogue Cam
de um penhasco e o tranquilize, dizendo que só tenho olhos para ele. Por
alguma razão isso realmente me irrita.

"Acredito que seja sim. Ele é meu. . . amigo. "

Cam e eu olhamos um ao outro com uma tensão estranha crescendo entre


nós, enquanto Michael respira alto do outro lado do telefone.

"É mesmo? Você iria fazer amizade com um homem que tem uma
adolescente grávida e nega qualquer responsabilidade?"

Meu estômago fica em nós. Minha boca fica aberta. Eu olho para Cam em
horror.

Cam, abruptamente, aperta o botão "Fim" no telefone portátil. Então


remove o telefone da minha mão e o coloca no berço na parede,
desconectando a minha ligação com Michael. Ele se volta para mim com um
queixo duro e baixando as sobrancelhas, olhos pretos com raiva. "Acredita
nele?"

"Em primeiro lugar, por que diabos você desligou?"

"Ele vai ligar daqui a 10 segundos. Você acredita?"

Eu‖lembro‖da‖festa‖‚strip poker‛ na primeira noite em que nos


conhecemos, da mulher anônima que ele pegou em um bar e fez sexo contra
a porta do apartamento de Kellen, de Michael contando o apelido de Cam:
Príncipe das calcinhas.

Dói pensar que algumas das calcinhas que ele desceu tem pertencido a
menores de idade.

Eu dobro os braços sobre meu peito e digo rigidamente, "Não é da minha


conta, não é ?"
Cam dá um passo em minha direção, então agora estamos a apenas um
pé de distância. Fervendo, ele diz entre os dentes cerrados, "Então por que
você está me julgando sem nem saber a verdade?"

O telefone toca. Nós dois ignoramos.

"Eu não estou julgando você."

"Bobagem".

Estamos encarando um ao outro e o telefone continua a tocar.

"Então é verdade?"

Cam nega com veemencia e nem pisca quando diz isso. Estou aliviada,
mas não entendo o porquê.

"Então o qual é a verdade?"

O telefone toca e toca.

"Vai atender isso?"

"Eu estou falando com você agora. Eu vou falar com ele mais tarde."

Cam trava a mandíbula. Ele fica em silêncio até que o telefone para de
tocar, seu corpo inteiro tenso, os músculos do pescoço esticados. Ele inspira
lentamente lentamente, flexiona a mão e libera a respiração. Posso dizer que
ele está tentando acalmar-se, mas não está tendo muito sucesso.

Ele parece enorme e raivoso, mas não sinto medo dele. Não importa o que
pode ser verdade, mas estou completamente certa que ele nunca me faria
mal.

Após um longo tempo, ele pede calmamente, "Realmente importa,


Joellen?"
Há uma outra questão escondida dentro dessa pergunta, mas não sei o
que é. "Sim, claro que importa."

Sua resposta é instantânea. "Por quê?"

"Porque. . ." Eu me agito tentando uma explicação, que é incompreensível


pra mim. "Porque somos amigos."

A risada dele é curta e amarga. "Sua capacidade de mentir para si mesma


é notável, moça."

Estou ferida, na defensiva, e irritada com suas palavras e o tom de voz,


que indicam que ele acha que eu sou uma idiota. "O que isso quer para
dizer?"

Ele inclina-se mais perto, tão perto que estamos frente a frente. Ele diz
com uma veemência macia, "Significa que nós nunca seremos amigos."

Ele gira em seu calcanhar e vai embora, deixando-me vermelha de fúria e


humilhação quando minha porta fecha-se atrás dele.

Naquela noite eu não durmo. Enquanto Bingley ronca e se mexe no meu


peito, caçando ratos em seus sonhos, olho fixamente para o teto, pensando
em tudo o que tem acontecido desde que conheci Cam. Cada conversa, cada
corrida matinal, cada jantar estúpido.

No final eu decido que ele tem razão. Não somos amigos. Eu sou um
projeto que ele está usando para se divertir enquanto está de férias, e ele é um
meio para um fim para mim. O fim que deve ser Michael, mas provavelmente
eu estraguei isso de todas as maneiras possíveis. Ele não ligou de volta exceto
uma vez depois que Cam desligou.

Pela manhã, levanto-me no escuro e visto minhas roupas de exercício com


uma nova determinação. Se Michael realmente estiver interessado, um
telefonema estranho não deveria ser capaz de matar isso. E se ele não está, é
melhor descobrir agora do que perder mais anos da minha vida. Vou dizer-
lhe que a ligação foi cortada porque caiu a eletricidade do meu prédio e o
que tiver que ser, será .

Quando abro a minha porta para correr, fico surpresa em encontrar Cam
no corredor, já se aquecendo. Ele não bateu, então percebi que ele tinha ido
sem mim.

"Oh. Oi."

Ele silenciosamente me dá uma garrafa de sua gosma verde, então


continua alongando. Vê-lo por um momento,me deixa insegura sobre o que
dizer ou fazer, mas em última análise, decido que não poderei fazer nada
senão quebrarmos o gelo.

"Eu entendi. O que você quis dizer quando disse que nunca seríamos
amigos. E estou bem com isso."

Ele pára e olha para mim. Em seu habituais suores e capuz, ele ainda de
alguma forma parece desconhecido. Deve ser a parede entre nós que não
estava lá antes.

"Quer dizer, eu prefiro ser amiga do que não, mas se você preferir
podemos ser apenas conhecidos, não tem importância. Você vai ficar aqui
por mais algum tempo, e penso que seria mais fácil se pudéssemos ser
civilizados. Realmente não quero ter que lidar com o seu rap novamente.
Também ainda gostaria da sua ajuda com a coisa de Michael, se você está
disposto a isso."

Seu silêncio dura um tempo desconfortavel. "Tem certeza que é o que


você quer?"

Por que ele está tão imóvel?"Qual parte?"

"Michael. Ele é o que você quer?"


Seus olhos estão encapuzados, inescrutáveis, tal como a expressão no
rosto.

"Sim".

Ele acena, seus olhos se transformam em tons de tempestade. "Tudo bem,


moça, beba. Vamos indo."

Corremos em silêncio. É horrível. A luz sumiu, toda a conversa fácil está


morta e enterrada a sete palmos. Muito tempo para dizer algo para torná-lo
melhor, mas não sei exatamente como tudo ficou tão ruim em primeiro lugar.

No apartamento, ele me deixa na porta com uma palavra de conselho.

"Se você falar com o menino bonito hoje, não o tranquilize."

"Sobre o quê?"

"De tudo. Eu, a 'concorrência', como foi o seu não-encontro. Só aja como
se nada disso importasse. Isso vai deixá-lo maluco. Okey?"

"Okey. E obrigado."

Olha para mim, sisudo. "Por nada". Ele entra em seu apartamento e fecha
a porta.

Tomo banho, visto-me e vou ao trabalho, preocupada com Cam e o olhar


na cara dele quando me perguntou se eu tinha certeza que Michael é o que eu
queria.

Quando chego ao trabalho, há uma nota na minha mesa, escondida sob


meu teclado, somente um canto está mostrando. É em um envelope selado
com o meu nome impresso do lado de fora. Curiosa, rasgo antes mesmo de
remover o meu casaco.
Lamento por aborrecê-la. Ontem à noite não foi nada como eu esperava.
Espero que me perdoe por ser um idiota. Faz tanto tempo que não tenho um
encontro, parece que eu esqueci como.

M.

Seu número de telefone celular está escrito abaixo.

Expirando uma respiração lenta, eu pego seu envelope a nota e coloco-o


em minha bolsa. Então sento na minha cadeira e olhor para a tela do meu
computador escuro, discutindo comigo mesma sobre se devo ou não enviar a
Michael um e-mail ou ligar para ele.

Em última análise, decido seguir o conselho de Cam e jogo como se não


me importasse. Enterro-me no trabalho pelas próximas horas, até meu
telefone de mesa tocar.

"Joellen Bixby falando."

"Esta manhã foi uma droga."

A voz de Cam é curta e grossa, mas instantaneamente fico aliviada.


"Ontem à noite, também. Não consegui dormir."

Há uma pausa carregada e, em seguida, ele exala. "Eu também não."

"Você ainda está bravo comigo?"

"Nunca fiquei bravo com você, moça," diz ele calmamente. "Maldita
mulher teimosa."

Graças a Deus, estamos voltando ao normal. Me sinto zonza. "Bom, porque se


tivesse de ouvir a sua música novamente, me jogaria pela janela."

Ele ri. "É um pouco dramática, você não acha?"

"Além disso devo-lhe mais duas refeições caseiras."


"É só isso mesmo? Você ainda está contando?"

A voz dele é aquela clássica de McGregor presunçoso Eu-Sei-QueVocê-


Me-Ama . "Então você tem," Eu atiro de volta divertidamente, "e nem tente
negar, garanhã. Meu bolo de carne é a melhor parte do seu dia."

"Sim, moça. Seu bolo é quase tão bom quanto a sua torta."

Eu sorrio, girando o cabo telefônico entre meus dedos. "Falando de minha


torta, quais são os pedidos para suas duas últimas refeições?"

Cam altera a voz, vai um pouco duro. "Bem, é claro que quero a torta,
moça. Eu amo essa torta. Coisa mais doce que já tive na minha boca."

Ondas de calor dançam por todo o meu corpo. Uma imagem de seu rosto
dele quando me beijou no sofá flutua em minha cabeça, e eu me contorço na
minha cadeira. Um novo assunto está em ordem, ou eu vou ter que mudar a
minha calcinha.

"Há uma foto de nós na internet. Um site de fofocas de celebridade."

Ele amaldiçoa sob sua respiração. "Me desculpe. Você está okey?"

"Sim, estou bem, e você não precisa se desculpar. Acho que levantou
minha moral no escritório. A menina que senta ao meu lado está me tratando
como se eu fosse a Beyoncé. E uns caras da contabilidade disseram oi para
mim no elevador. Acho que em seguida eles vão me pedir para dar um
autógrafo."

Cam suspira. "Não é em mim que o pessoal da contabilidade está


interessado, você é uma doida".

Isso me faz sentir bem. Se eu tivesse um espelho na minha frente, eu iria


estar toda presunçosa, acariciando meu cabelo como crina de cavalo. "Você é
muito bom para meu ego, sabia?"
Ele aspira. "Bem, você é uma merda para o meu, então pelo menos um de
nós está feliz."

Ele está infeliz? Não quero que ele seja infeliz, especialmente não por minha
causa.

"Não esqueça que falei que você é bonito, garanhão." Quando ele não
responde, me apresso preocupada se ele está pensando que estou mentindo.
"Quer dizer. Você é como uma grande, bonita montanha de homem, que
também acontece de ter um grande senso de humor e um excelente
vocabulário. Você é um bom partido."

Seu silêncio continuou me aterrorizando. Só quando estou prestes a


perguntar-lhe se ele ainda está lá, ele diz, "Parece que eu mereço um soneto.
Vamos chamá-lo 'Mountain Man' , o que rima com enormes músculos?"

Eu rio, aliviada por não ter enfiado os pés pelas mãos. "Já escrevi um. Mas
não era sobre seus músculos, era sobre os seus olhos."

Assim que acabo de falar, eu quero me matar com o abridor de cartas que
está no porta-canetas ao lado do computador. Eu fecho meus olhos e bato
minha cabeça suavemente contra a minha mesa.

Cam me deixa fora do gancho com uma risada fácil. "Claro, moça."

Ele não acredita em mim. Graças a Deus. Por que motivo eu poderia estar
escrevendo sonetos sobre seus olhos? Nenhuma. Não seria racional, de
qualquer forma. Só. . . aconteceu. Não posso ser responsabilizada pelos feitos
de minha musa!

"Por que você está respirando engraçado?" pergunta Cam quando não
digo nada. "Esse gás intestinal traquina está te chateando outra vez? Quer
que vá na loja e pegue para você alguns comprimidos de carvão?"

"Ha". Eu engulo alto, tentando me recompor.


"Espera". Ele para em uma batida. "Não me diga que realmente me
escreveu um soneto."

Meu gemido é o som de alguém assistindo um caixão sendo abaixado no


chão.

"Moça. Você sabe o que acontece se você mentir para mim. "

Deus, essa promessa escura na voz dele. Por que diabos eu faço isso?
"Sim, eu sei o que acontece, garanhão. Você vai me pôr no seu joelho."

"É verdade".

"Mas. . . não admitir uma coisa, não é a mesma coisa que mentir."

"É uma mentira por omissão. E isso é mentira. "

"Deus, é como se você estivesse procurando uma desculpa para me bater!"

"Eu gostaria de uma desculpa para fazer um monte de coisas ruins para
você, querida. Não faz a menor ideia."

O tom de sua voz... Ah meu. Baixa, rouca e séria, ele abala alguns de meus
nervos . Okey, todos os meus nervos.

Deve ser todo o formigamento estúpido que me faz dizer o que eu digo
em seguida.

"Como o quê?" Eu prendo a respiração, esperando por sua resposta, mas


seu humor mercurial muda de escuro e ardente à leve e gracejador num
piscar de olhos.

"Ach, você não gostaria de saber! Você não tem trabalho para fazer,
folgada?‛

"Ei, você é quem me ligou."


"Sim, é verdade. E agora vou desligar. Não se esqueça — torta hoje,
querida. " A voz dele cai. "E eu quero extra quente ."

Então ele se foi. Eu coloco o telefone de volta no gancho, surpresa ao ver


minha mão tremer.
VINTE E TRÊS

Às 18h em ponto, Cam entra no meu apartamento sem bater. Estou na


cozinha preparando — você adivinhou — torta.

"Aviso a todos os ocupantes desta casa, Cameron McGregor está aqui!" ele
anuncia, fechando a porta atrás dele.

Mr. Bingley estava se cuidando em uma cadeira da cozinha, mas quando


sente a vibração da porta fechando, ele congela, olha, depois voa para a sala
de estar com sua cauda balançando em emoção.

‚Ola, seu pequeno bastardo castrado‛‖Escuto Cam dizer carinhosamente


da sala. ‚Onde‖est{‖a‖sua‖mamãe?‛

‚Estou‖aqui!‛

Em seguida, Cam aparece com Mr Bingley, todo satisfeito, estendido feito


uma estola em seus ombros.‖‚Moça,‛ele declara, seu peito estufa,‖‚o que você
acha do meu novo casaco de gato?‛

Eu balance minha cabeça, desacreditando na figura que eles compõem.


‚Eu acho que este bicho está tão apaixonado quanto você.‛

‚Claro. Ele é um rapaz de bom gosto. Como foi o trabalho?‛ Ele vai até o
fogão e cheira o vapor que sobe da panela de carne que estou preprando.

Afasto a cauda do gato da minha cara. "Bom. E estranho. Michael deixou-


me um bilhete de desculpas na minha mesa com o seu número de telefone
celular. Portia continua olhando para mim, como se estivesse tramando meu
sequestro e assassinato. E a menina que senta ao meu lado não vai parar de
me importunar sobre o tamanho do seu lixo. Ela está convencida que essa
foto no TMZ é prova de que estamos dormindo juntos. "

"Nós já tivemos a conversa sobre você desrespeitando as joias da família


por chamá-las de 'lixo', querida." Ele me coloca fora do caminho com o
cotovelo para que ele possa pegar um pouco da carne da panela com os
dedos.

"Ei!" Bato em sua mão. "Você sabe que não gosto quando você faz isso!"

"É o meu jantar, moça. Eu vou comer como quiser." Ele come o petisco,
lambe os lábios, suspira de prazer, depois oferece sua mão para Mr. Bingley,
que limpa feliz o resto de molho dos dedos de Cam.

Eu reviro meus olhos e volto a agitar. "Você não deveria comer carne mal
cozida, garanhã. Você vai ter salmonela."

"Pfft. Como se as bactérias se atrevessem a mexer comigo. Fique sabendo


que nunca fico doente."

"Faça algo útil e arrume a mesa, antes de que eu jogue esta panela na sua
cabeça."

"Então você disse a ela, certo?"

Olho para ele. Ele está sorrindo para mim, presunçoso, como pode ser. O
gato descansou a cabeça no ombro de Cam e fechou os olhos. Eu poderia
jurar que ele está sorrindo, também.

"Quem disse o quê?"

"Disse a garota que se senta ao seu lado no trabalho sobre a Majestade e a


opulência das minhas joias de família".

Minhas bochechas coram com calor. Viro minha atenção de volta para a
panela. "Não".
"Por que não? Não é como se você não soubesse."

O calor propaga-se ao meu pescoço. "Vai pôr a mesa ou não?"

Cam se inclina e diz deliberadamente no meu ouvido, "Diga que são


onze polegadas."

Quando ele vê meus olhos esbugalhados, acrescenta com um sorriso, "Ou


você poderia contar a verdade e ver se ela desmaia."

Quando olho para ele, ele faz um movimento com o polegar que indica
que o número real é mais elevado.

"Maior", digo mais ou menos, então paro para limpar minha garganta.
Calma Joellen, controle-se. "O que você acha sobre o bilhete de Michael?"

Percebo que ele se diverte quando mudo bruscamente de assunto, mas ele
deixa pra lá. "Você ligou?"

"Não".

"Você não ligou pra ele?"

"Não".

"Você o viu no escritório?"

"Não".

"Então acho que você vai receber um telefonema hoje à noite."

Meu estômago torce com ansiedade. "Sério?"

"Sim. Melhor fazermos uma estratégia."

"Estratégia? Você faz parecer como uma guerra."


O sorriso de Cam é casual, mas seus olhos queimam com uma nova
intensidade. "Amor é guerra, querida. Única coisa na vida pela qual vale a
pena derramar sangue."

Ele se afasta e dirige-se ao armário onde estão os pratos, enquanto olho


pra panela, me perguntando por que essa afirmação soou tão sinistra.

Em poucos minutos, a carne cozida e os legumes ficam prontos, derramo-


os em uma caçarola e cubro-os com purê de batatas. Coloco no forno e
aciono o temporizador, então pego um copo de vinho.

Quando eu coloco uma cerveja na frente de Cam, que agora está sentado
na mesa da cozinha com o gato no colo, ele olha de sobrancelhas franzidas.
"Isso é cerveja escura".

"Eu sei. Lembrei-me que é o que você disse que gostava."

Quando ele olha para mim, sem comentar, sinto-me na defensiva. "É
importada".

Cam não diz nada.

"O cara da loja me disse que era boa. Custou mais que a carne!"

"Não precisa gritar, moça," ele disse, sua voz tão suave quanto seu sorriso.
"Eu te ouvi alto e claro."

Outra declaração carregada, insinuando camadas invisíveis sob a


superfície. Ele está me deixando louca com essas coisas! A última coisa que
preciso agora é mais mistério na minha vida!

"Você é impossível," Eu gralho.

"Incrivelmente maravilhoso, eu sei. Voltemos à estratégia".

Eu acompanho-o na mesa, tentando não sorrir do seu amor-próprio


implacável, porque não quero encorajá-lo. Embora, evidentemente, sinto
certa inveja. Deve ser reconfortante passar a vida convencida que você é um
dom de Deus à raça humana.

"Bem. Estratégia. Conte-me como eu deveria agir quando ele ligar.‛

"Da mesma maneira que você age comigo."

Faço uma cara. "Não posso agir com ele como eu ajo com você!"

"Como você mesma, você quer dizer?"

"Exatamente! Ele nunca vai gostar de mim se eu agir como eu! Eu sou um
desastre!"

Cam me fuzila com os olhos e, em seguida, fica um bom tempo bebendo


sua cerveja. Nunca vi alguém engolir furiosamente, mas aparentemente
existe.

"Ignorando quão irracional você pode ser, com um homem que não gosta
que você aja como você mesma, quero dizer não satisfaça seu ego. Não se
rebaixe para pagar seus elogios. Trate-o como se fosse irmão mais novo: às
vezes bonito mas principalmente chato'. "

Olho fixamente como se ele fosse louco. "Como tratar um homem


atraente como ele da mesma maneira que eu trataria um homem chato?"

"Não funciona com todos os homens. Mas rapazes como ele — ricos e
bonitos, que usam isso para ter mulheres aos pés deles — funciona como um
encanto. Porque você é um desafio, você vê? Você é diferente. Ele tem que
correr atrás de você, o que é divertido, mas também estabelece que você tem
valor. Não se dê demais. Quando um homem tem que trabalhar duro por
algo que ele quer, ele valoriza em dobro quando finalmente consegue. Então
você é um prêmio que ele ganhou, não um presente que ele recebeu."
Eu penso sobre isso por um momento, refletindo sobre todas as minhas
interações recentes com Michael e tenho que reconhecer que Cam pode ter
razão. "Okey, isso faz sentido."

Cam pára no meio da cerveja para sua boca e dá uma risadinha.


"Desculpe, pode repetir? Você acabou de admitir que tenho razão?"

"Cala a boca. O que mais?"

Cam pega outra garrafa de cerveja. Eu assisto a garganta dele, como ele
engole, seu pomo de Adão se mexendo, admirando quão forte é o pescoço.
Meu olhar deriva para seus braços, todos aqueles músculos estúpidos
esticando as mangas da sua camiseta branca. Suas coxas, como troncos de
árvore, vestidas de jeans azul. Seu estômago, definido sob o algodão fino
como uma propaganda para os benefícios de uma sociedade da ginástica
abdominal.

Tudo sobre ele é forte, de seu corpo para o seu ego para os dentes... que
estão agora em plena exibição, porque ele está sorrindo para mim.

"O quê"? Eu sou surpreendida por seu súbito sorriso ofuscante.

"Nada. Só que você precisa treinar um pouco mais a cara de poker, moça.
Se você olhar para Michael, assim, ele saberá que já ganhou."

"Eu não estava olhando para você!"

"Eu posso tirar minha camisa se quiser. Nem vou deixar que você faça
meu bíceps de seu animal de estimação, porque não sou apenas um rosto
bonito, um soneto digo de um homem da montanha, você sabe. Eu sou um
ser humano. Eu tenho sentimentos."

Eu expiro em desgosto. Em seguida, bebo um pouco de vinho ganhando


tempo para recompor-me, porque estava de fato olhando para ele, e ele me
pegou em flagrante.
"Você é engraçado," finalmente falo, com um tom indiferente. "Podemos
voltar a estratégia, por favor?"

Juro que o sorriso de Cam poderia ser visto do espaço sideral. "Você é
adorável quando está envergonhada. Essas bochechas rosa."

Levanto e vou ao forno, imaginando em como eu poderia encontrar uma


cura para minha mortificação . Mas só encontra a torta, que imagino que está
rindo de mim.

Cam tem pena de mim e me deixa fora do gancho. "Tudo bem, ande para
ca.‛

‚ Regra número um — vamos chamá-lo a regra de ouro — é fazê-lo correr


atrás de você. Quanto mais, melhor. Mas há uns lotes de sub-regras aqui.
Todos eles envolvem a arte de se analisar."

"Isso parece perturbadoramente prostituição."

"Pense que você está deixando um rastro de migalhas. Pequenas e


deliciosas migalhas de Joellen . Um pouco aqui, um pouco ali, apenas o
suficiente para aumentar a sua fome, mas nunca o suficiente para satisfazer."

Volto para a mesa e sento-me, começando a me sentir desanimada. "Isso


tudo é muito complicado."

"É a coisa mais fácil do mundo, querida. Isso é chamado de sedução, e é


um jogo onde todos ganham." Depois de um momento, acrescenta, "o que foi
esse suspiro melancólico?"

"Tudo seria tão mais fácil se só pudesse ser como é com a gente."

Cam está em silêncio por um tempo. Ele termina sua cerveja e, em


seguida, diz mais ou menos, "Quer dizer se você pudessem apenas ser
amigos."
Eu não sei o que digo, porque eu já me surpreendi com essa afirmação.
Isso não foi planejado, mas tenho que admitir que é verdade. Não tenho que
pensar quando estou com Cam. Eu sou eu mesma porque não estou tentando
impressioná-lo.

"Oh!" Deslumbrada com um flash de inspiração, eu me endireito.

"O quê"?

Olho para Cam, convencida de que sou um gênio. "Vou fingir que ele é
você!"

Cam me encara. Sua mandíbula aperta. Ele desloca seu peso na cadeira, e
o gato pula de seu colo, inquieto. "Como"?

"Como você me disse para fazer quando nos beijamos — fingir que era
ele!"

"E você conseguiu?" ele desafia, seu olhar fixo no meu.

Eu abro a boca para responder o óbvio Sim. Mas a palavra morre em meus
lábios, porque a resposta óbvia não é a verdadeira resposta. Não é a verdade.

Ambas as vezes que beijei Cam, nunca pensei em Michael.

Imediatamente, entro em pânico, meu pulso sobe rapidamente e minhas


mãos começam a tremer. "Hum...."

"Vá em frente," diz Cam suavemente. "Minta".

Ficamos olhando um para o outro, e meu coração decide que já teve o


suficiente dessa bobagem destas batidas sem sentidos e paradas súbitas em
meu peito. Quando o telefone toca, eu quase desmaio.

Cam se move primeiro. Ele passa sobre o telefone, pega o receptor e, em


seguida, traz para mim, segurando silenciosamente e assisto-o como levanta
ao meu ouvido.
Eu sei que ele vê como a minha mão treme. Eu sei que ele vê a cor nas
minhas bochechas. Eu sei que ele vê como irregular minha respiração tornou-
se, porque ele está levando tudo isso em, seu olhar itinerante sobre o meu
rosto quando eu falo no telefone, "Alô"?

"Joellen. É o Michael."

Claro que é. O universo esta se divertindo muito às minhas custas.

"Oh. Olá, Michael."

Cam e eu ficamos um pé separados, nossos olhos trancados. Meu sangue


se arde como fogo.

"Agora é uma boa hora para nos falarmos?"

"Na verdade, Michael" — eu engulo — "Tenho companhia."

Cam se move mais perto, infinitamente, um ligeiro inclinar para mim que
não envolva seus pés.

"Companhia"? A voz de Michael é nítida no meu ouvido. Muito afiada.

Em uma reviravolta nunca teria previsto que ele iria zombar que não
estou sozinha, estou irritada com Michael Maddox.

"Sim," Eu digo firmemente, endireitando meus ombros. "Companhia. Eu


terei que te ligar outra hora."

Michael parece irritado comigo, também, mas tenta cobri-lo com palavras
educadas. "É claro. Eu estou livre pelo resto da noite. Me chame a qualquer
hora."

"Vou fazer. Obrigada. . .

"Adeus".

"Adeus".
Sem palavras, Cam tira o telefone de minha mão, olha para mim por uma
batida, em seguida, retorna o telefone para o gancho na parede, todo o seu
corpo irradiando a tensão.

Não sei o que está acontecendo, mas parece-me importante.

"Foi bom", ele diz à parede. "Parecia muito natural. Quando você ligar de
volta, não fale por mais de dez minutos e certifique-se de que você termine a
chamada primeiro."

"Não vou ligar de volta."

Cam se vira lentamente. Nossos olhos se encontram com um clique.


"Não"?

"Eu tenho um convidado para jantar. Eu vou falar com ele amanhã."

Há um músculo na mandíbula de Cam que está em um treino incrível.


"Você esperou por ele por dez anos, moça."

"Então não vai doer mais um dia. Além disso, preciso praticar a regra de
ouro. Só vou deixar cair migalhas, certo?"

"Eu não sei, Joellen. É isso que você está fazendo? "

Sua voz é rouca, tão dura como a minha respiração. . . e ele tem razão.

O que estou fazendo?

Como se na sugestão, o timer no forno apita. Salva pelo gongo! Eu engulo o


riso histérico, erguendo-se na minha garganta e vou até ao forno. Antes de
conseguir chegar lá, eu sou agarrada por um par de mãos.

Então estou muito ocupada sendo empurrada contra a parede, olhando


para a cara de Cam. Seu rosto escuro, perigosamente intenso.
Segurando-me pelos ombros e olhando nos meus olhos, ele diz
suavemente, "Seja o que for que você está fazendo, é melhor ter certeza. Não
se apresse. Dê um jeito. Mas não se esqueça. Você deve isso a si mesma. "

Ele me libera e volta para a mesa da cozinha. Ele se senta, seus pés sobre
outra cadeira, dedos juntos sobre o estômago e sorri. "Agora me dê a maldita
torta, mulher. Estou morrendo de fome."

Sua expressão e a voz são indiferentes, mas os olhos dele. Ah, os olhos
dele.

Calorosamente, eles queimam.


VINTE E QUATRO

Garota de lugar nenhum

Com disfunções de longa data

Coração desfraldado

A dor é como socos de pesos-pesados

Caos de asas

Dentro da minha cabeça

Coisas agridoces

Dormem ao meu lado na cama

Dez anos, uma esperança, um sonho impossível

E então ele falou, mas como é possível

As palavras que ele disse que não estavam certas, mas erradas

Mas talvez afinal o problema sou eu?

Minha fome tem crescido impossivelmente enorme

Sou uma mulher com ninguém e nada a perder.

É quarta-feira. Estou na minha mesa no trabalho, fazendo o que faço


melhor.

Obsessão.
Título do soneto que compus , "Fome," salvo-o para o disco rígido do
computador e fecho o programa de processamento de texto. Então faço a
coisa que eu tenho protelado, saber sobre o passado e google Cameron
McGregor.

Estou desconcertada quando a pesquisa produz mais de 45 milhões de


resultados.

Há uma página no Wikipédia, suas mídias de comunicação sociais são


recheadas de informações, inúmeras reportagens, entrevistas e fotos. É
chocante ver suas fotos de em ação no campo de rugby, porque ele não
parece nada com o homem que conheço.

Ele parece feral. Feroz. Assustador. Como se fosse libertado de uma


prisão de segurança máxima de curto prazo com licença apenas para seus
jogos. Lá não há uma única fotografia dele sorrindo.

Fora do campo, ou no campo, como aprendi, a situação é ainda pior. Ele


deve ser seguido implacavelmente por paparazzi quando está na Europa,
porque cada movimento dele tem sido documentado em filme. Ele faz cara
feia para a câmera de todos os ângulos, sentado em um pub ou arrogante em
um carro caro.

Depois, há as mulheres.

Universalmente jovens, seios grandes e bonitos, elas estão sobre ele em


foto após foto. Em festas, eventos, à margem de um jogo, ele está quase
sempre coberto de mulheres como se fosse uma armadilha para moscas.

Faz-me um pouco doente, até que percebo que ele não está sorrindo em
nenhuma dessas fotos, também. E ele nunca é fotografado com a mesma
mulher duas vezes.

Uma vez e nada mais, hein, Garanhão? Eu cuidadosamente navego através


das imagens, tendo mais certeza a cada minuto que passa que estou vendo a
montagem de uma vida profundamente infeliz. Mesmo quando cercado por
uma multidão o adorando, ele parece irritado e sozinho. Nossa conversa na
minha cozinha volta a assombrar-me

É a vida mais fácil, sendo bonito?

Minha vida nunca foi fácil.

Para você, o mundo é apenas um grande banquete de escolhas.

É isso?

Se todas as fotos como prova fossem uma prova, só tenho a constatar o


que eu acho que é, parece ser um velório.

Clico na sua página da Wikipédia e leio a lista de conquistas de carreira e


prêmios e honras então vou até a seção intitulada o Início da vida.

Nascido na pobreza de uma mãe solteira adolescente em Edimburgo, na


Escócia, Cameron Christopher McGregor enfrentou graves circunstâncias
desde o início. Nasceu prematuro devido a um pai selvagem que batia em
sua mãe, ele pesava apenas 1,5 Kg no nascimento. Como os pulmões
estavam imaturos, ele precisou de oxigênio suplementar, mas rapidamente
desenvolveu fibroplasia retrolental da terapia de oxigênio, resultando em
descolamento de retina e cirurgia subsequente para corrigir a condição.

"Oh meu Deus," sussurro, horrorizada, minha mão na garganta. Li tudo,


ficando cada vez mais assombrada com cada palavra.

Condenado a oito anos de prisão pelo ataque à sua namorada grávida,


Duncan McGregor se enforcou em sua cela depois de dez dias. Pelos
primeiros anos de vida de Cameron, sua mãe subsistiu com apenas £180 por
mês do governo. Devido ao seu nascimento prematuro e uso de drogas da
mãe durante a gravidez, Cameron foi atormentado por problemas de saúde
durante a infância, incluindo o desenvolvimento físico lento,dificuldade de
aprendizagem e comunicação e transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (também chamado de TDAH).

Em entrevistas ele descreveu como foi violentamente intimidado na


escola por seu pequeno tamanho e dificuldade de aprendizagem. Em um
desses eventos, ele deu entrada em um hospital com uma mandíbula
quebrada e grave hemorragia interna após ser espancado até a
inconsciência por uma gangue de garotos mais velhos.

Comecei a piscar duro para limpar as lágrimas dos meus olhos. Não
funcionou, então eu peguei alguns guardanapos da minha gaveta de cima e
bati nos cantos dos meus olhos até conseguir ver outra vez.

Quando tinha doze anos, a mãe de Cameron encontrou um emprego


através de um programa de governo, visando colocar os cidadãos aptos
desempregados de volta ao trabalho. Ela conseguiu uma posição de
empregada da casa de Sir Francis Gladstone, membro do Parlamento.
Gladstone tinha três filhos entre as idades de quinze e vinte anos,
considerados excelentes jogadores de rugby amador. Foi através de sua
influência que Cameron foi introduzido pela primeira vez no esporte.

Cameron e sua mãe viveram com Sir Gladstone até o suicídio dela,
quando Cameron tinha dezoito anos, no mesmo ano ele foi recrutado para
os “Red Devils”. Sir Gladstone e Catherine McGregor foram vítimas de
rumores que diziam que estavam romanticamente envolvidos no momento
da sua morte, mas ele negou.

Eu olho para a tela em estado de choque.

Seus pais se suicidaram. Ele era um órfão aos dezoito anos de idade. Ele
era pobre, fraco e intimidado, totalmente desfavorecido, mesmo assim
conseguiu encontrar a força para se tornar um dos maiores atletas do mundo.
Sinto-me como se tivesse sido atropelada por um rolo compressor. Tudo o
que eu achei sobre Cameron McGregor estava errado.

"Joellen."

Penso ter ouvido a voz de Cam, eu devo estar enlouquecendo. Mas


quando eu viro, ele está ali na entrada do meu cubículo, a recepcionista
nervosamente pairando alguns pés atrás dele.

"Este cavalheiro disse que você estava esperando-o, Joellen?", diz a


recepcionista, Kim, uma doce menina com um tique nervoso em sua pálpebra
esquerda. Ela sempre parece que está enviando uma piscadela conspiratória.

"Não me diga que esqueceu o nosso almoço," Cam fala vagarosamente


quando fico congelada, mortificada com sua presença.

"Encontro no almoço ?" Repito, sem expressão. Quando vejo os olhos de


Kim alargar em alarme, rapidamente volto atrás. "Oh! Sim! Desculpe, eu
estava tão absorvida no trabalho, perdi a noção do tempo! "

O olhar de Cam corta para a tela do meu computador.

Eu salto para meus pés, como se minha cadeira estivesse pegando fogo e
aperto o botão de desligar tão rápido que quase acerto sobre a tela. Então
volto sem fôlego para Cam e Kim. Começo a rir histericamente como um
palhaço de circo. "Okey! Tudo pronto!"

Kim desaparece com um sorriso confuso, enquanto Cam só fica lá,


ocupando todo o espaço na sala.

Da minha visão periférica, vejo o topo da cabeça do Shasta começar a


rastejar por cima do muro do cubículo. Sussurros estão começando ao nosso
redor porque Cameron McGregor é enorme, bonito e impossível de não
notar. Seus ombros são quase tão grandes quanto a minha mesa.
Com meu sorriso enlouquecido emplastrado firmemente no lugar, eu digo
entre meus dentes, "O que você faz aqui?"

"Eu poderia te perguntar a mesma coisa, moça." Seu sorriso é quase tão
absurdo quanto o meu, mas enquanto o meu é histérico, o dele é presunçoso.

Ele apanhou-me em flagrante, fuçando a vida dele. Minha vida como a


conheço acabou.

Ele está mais vestido do que eu já vi, o que quer dizer que ele colocou
uma jaqueta esporte preto sobre seu jeans e camiseta. Juntandoo com o seu
maxilar desalinhado e botas, o efeito global é muito bonito sem esforço. Ele
parece ótimo, e sabe disso.

Assim como todas as mulheres no andar, que estão coletivamente


molhando suas calcinhas. Os olhos de Shasta acima do muro do cubículo são
como discos voadores.

Em seguida, a pior coisa que poderia acontecer, acontece.

"Bem, isso certamente é uma surpresa. Reconheci-o dos tabloides.


Cameron McGregor, estou correto?"

Cam e eu voltamos nossa atenção para Michael, que parou no corredor


alguns pés de distância. Ele está olhando para Cam, como se ele fosse um
inseto que gostaria de esmagar sob a sola de seu sapato Hermès.

Cam empurra seu queixo para Michael e manda um dos seus sorrisos
desaforados. "Sim. Você esta querendo um autógrafo, com certeza, mas você
vai ter que me desculpar, amigo, mas estou saindo para almoçar com Joellen.
"

Michael — resplandecente em um terno Brioni da cor dos olhos do Cam


quando ele está particularmente louco — mexe seus ombros. "Não estava
pedindo um autógrafo."
Eles olham um para o outro, e eu luto contra o desejo de mergulhar
debaixo da minha mesa e me enrolar em uma bola até acabar todo o lance de
peitos batendo. Posso dizer que Cam reconhece Michael, também, mas ele
está fingindo não ter nenhuma pista de quem ele é — apenas mais um fã
deslumbrado com sua presença.

Se ele queria irritar Michael, ele escolheu a maneira perfeita de fazer isso.
O pescoço de Michael fica um vermelho profundo, de raiva.

Eu sei exatamente como funcionam os meninos ricos, Cam me disse. Aqui está
uma inconfundível prova.

As coisas tomam um rumo em direção ao melodramático quando Portia


aparece atrás de Michael, furtiva como uma raposa passando pela porta do
galinheiro. Ela olha Cam de cima a baixo, seu nariz contorce-se com o cheiro
de carne fresca. "Oh. Perdoe-me,"ela ronrona. "Interrompo?"

Deus, entre eles três, sinto que estou no Triângulo das Bermudas. Eu falo
nervosamente, "Estávamos saindo para o almoço!"

Portia me olha de lado. Estou surpresa em ver a curiosidade nos olhos


dela, não a habitual hostilidade. Ela olha para Michael, para Cam, e depois
volta para mim, mas não responde.

Michael diz rigidamente, "É um pouco cedo para o almoço, não é? Passa
um pouco das 11h."

Cam responde com uma risada conhecedora. "Joellen não podia esperar.
Ligou e me pediu para vir mais cedo".

O vermelho no pescoço de Michael rasteja acima em direção as orelhas,


mas, mais interessante, a curiosidade no olhar de Portia se transforma em
algo diferente. Alívio? Não, isso não faria sentido. Mas não tenho tempo para
pensar nisso, porque ela me distrai com um sorriso.
"Que bom! Você trabalha tão duro, Joellem. Você merece ter um longo
almoço. Vou falar com você mais tarde. Só queria rever sua carga de trabalho
atual. Posso esperar. Senhores." Ela acena para Michael, então para Cam,
depois sai.

Eu fico boquiaberta com sua atitude, convencida que eu sofri uma lesão
cerebral traumática recente. Não há nenhuma maneira do que acabou de
acontecer.

"Vamos lá, moça. Eu sei como você fica quando está com fome." A Voz de
Cam possui um tom de familiaridade que faz a boca de Michael assumir um
cunho implacável. É uma reação estranha e que eu não gosto. É a primeira
vez que vejo a cara dele ser outra coisa além de bonita.

Michael me pegou olhando para ele, e a dureza em sua boca desaparece


tão depressa quanto veio. Ele sorri. É tão doce, que pergunto-me se não
imaginei a coisa toda.

"Tenham um ótimo almoço. Até logo. Sr. McGregor"— ele se vira para
Cam com o mesmo sorriso gentil —"foi um verdadeiro prazer conhecê-lo."

Ouvi o tom de sarcasmo, mas se Cam ouviu, não o reconheceu . Seu


sorriso é largo e brilhante. "Eu provoco isso."

Michael endireita a gravata, obviamente, desejando que fosse no pescoço


do Cam, em vez de seu próprio, com a ponta solta amarrada a um galho de
árvore. Ele se vira e sai se afastando.

Liberto a respiração que não sabia que estava segurando. "Caramba,


McGregor," digo tremendo, olhando para Michael. "Espero que você saiba o
que está fazendo."

Cam observa Michael ir também. "Claro que sim. Eu estou travando uma
guerra."
Quando olho para ele, ele pisca o olho. "Se esse pavãozinho certinho não
estava apaixonado por você antes, ele definitivamente está agora. Não há
nada que o tipo dele odeie mais do que um soldado de classe baixa sendo
arrogante e roubando sua propriedade. "

"Não seja ridículo, McGregor. Michael não acha que sou propriedade
dele."

"Sim, moça, ele acha. A questão é se você vai gostar ou não quando
descobrir como é ser a propriedade de um homem como ele. "

Ele pega minha bolsa da mesa, atira por cima do ombro e passeia fora no
corredor, não tenho outra alternativa a não ser segui-lo.

Eu ignoro o sussurro desesperado de Shasta "Vadia, o que diabos está


acontecendo?".

Vamos para um pequeno lugar italiano que morria de vontade, que é


propriedade de um casal que se conheceram num encontro às cegas e se
apaixonaram imediatamente. Quando estamos sentados à mesa, suspiro em
felicidade, olhando ao redor para o interior acolhedor, confortável, uma
réplica perfeita do lugar italiano em que o casal se conheceu.

Acho toda a história incrivelmente romântica. Contos de amor


predestinado são minha criptonita.

"Eu adoro comida italiana," digo a Cam, acariciando a toalha de mesa


quadriculada de vermelho e branco.

"Eu sei". Ele põe um guardanapo de linho branco sobre seu colo. Quando
olho para ele surpresa, acrescenta, "Mrs. Dinwiddle disse-me que é o seu
favorito".

Eu ri. "Sim, estou sempre tentando convencê-la a provar a minha lasanha,


mas sempre que sugiro, ela olha para mim como se eu tivesse peidado na
Igreja".
"Os britânicos não são exatamente conhecidos por se aventurarem."

" Dificilmente chamaria macarrão e molho de tomate de aventura."

Cam sorri. "Você não é britânica."

"Você me pegou."

"Mas o menino bonito sem dúvida é. Ele daria ao Príncipe de Gales uma
corrida pelo dinheiro dele, no departamento de seda-bolso-quadrado-e-
abafamento."

Eu sorrio para avaliação seca de Cam. "Ele é apenas reservado".

"Reprimido, quer dizer".

Eu rolo os olhos e enfio um macio pedaço de pão, ainda quente do forno,


na minha boca. Eu gemo em como ele é delicioso. É o primeiro pedaço de pão
que tive no que parece uma eternidade. "Carboidratos são provas de que
Deus nos ama, não acha?"

"Acho que Benjamin Franklin disse isso sobre o vinho."

Cam fica me observando comer , até que fico desconfortável. "Você está
me encarando."

"Eu gosto de ver você comer. Sua apreciação do alimento é óbvia. Não é
muitas vezes que uma mulher se permite esse prazer em público. "

Calor no meu rosto. Engulo o pão tão delicadamente quanto quanto


consigo, temendo parecer algum de animal de fazenda comendo no cocho.

Cam ri de minha cara. "Não se envergonhe. É sexy".

Fico grata quando o garçom aparece na nossa mesa, naquele momento,


permitindo-me a escapar de ter de formular uma resposta para Cameron
McGregor chamando-me de sexy outra vez. Duvido que o meu cérebro tem
células suficientes para fazer face a essa observação.
Nós damos ao garçom nossas ordens de bebida. Quando ele se foi, Cam
diz, "Então"

"Então"

Seu sorriso acende-se lentamente e quente. "Você quer falar sobre sua
pesquisa na internet primeiro, ou sobre o menino bonito?"

Eu coloco mais um pedaço de pão na minha boca.

"Okey. É lindinho. Não, espere, primeiro me diz quem era a mulher que
passou por sua mesa?"

" Portia."

Ele levantou suas sobrancelhas. "Ela não parecia tão ruim como você fez
parecer."

"Eu sei. É estranho. Ela quase pareceu humana por um minuto." Dou de
ombros, sabendo que nunca vou resolver esse mistério particular. "Ela estava
provavelmente apenas atordoada para agir como uma pessoa e não uma
bruxa, porque o cérebro dela estava tomando um banho agradável de
dopamina11 quente provocado por estar a três pés longe de você ."

Os olhos de Cam brilham com o riso. "Oh? É isso que acontece com as
fêmeas, quando entro em uma sala?"

Eu aceno-lhe uma mão. "Oh, por favor, McGregor. Você sabe o efeito que
tem sobre as mulheres. É como se você está dentre aqueles Magos que lança
truques de hipnose, fazendo com que todos na multidão imitem galos. "

Ele olha para mim, por uma batida. "Nem toda as pessoas."

11
mediador químico (C8H11NO2) presente nas suprarrenais, indispensável para a atividade
normal do cérebro [Sua ausência provoca a doença de Parkinson
O garçom retorna com nossas bebidas: uma água para mim e uma cerveja
para Cam. Ele anota nossos pedidos e sai, em seguida, Cam,
misericordiosamente, muda de assunto.

"Menino bonito vai te perguntar qual é o negócio com a gente, na primeira


chance que ele puder."

"Eu já disse-lhe que somos apenas amigos."

"Você vai ter de lhe dizer mais uma vez. Mas não se arraste para uma
longa discussão sobre isso. Balance a mão, como você fez para mim e mude
de assunto. Se ele insistir, diga que eu não sou seu tipo". A voz dele escurece.
"Não vai demorar muito para que ele acredite."

"Por que diz isso?"

Cam toma um longo gole de sua cerveja e, em seguida, olha pela janela.
"Porque não importa quanto dinheiro eu tenha, eu sou apenas um
trabalhador para ele."

"trabalhador?"

"Lixo. Indigno de estar na sua presença, muito menos ganhar a atenção de


uma mulher fantástica como você."

Gostaria de saber quanto de sua opinião sobre Michael é devido à sua


própria experiência de viver na casa de Sir Gladstone. Gostaria de saber como
era para ele, crescer sem um pai. Sabendo que seu pai se matou, sabendo que
ele batia em sua mãe com tanta violência, que ela entrou em trabalho de parto
prematuro.

O que quer que fossem as falhas dos meus pais, eu sempre me senti
segura. Talvez não compreendida ou aceita completamente, mas segura.
Cuidada. Querida. Não consigo imaginar o tipo de demônios que Cam teve
de viver por toda a sua vida.
"Fale, moça."

Eu olho para cima e encontro Cam me observando de perto.

Quando eu me contorço um pouco sob o seu olhar intenso, ele diz


baixinho: "Eu já disse, que você pode me perguntar qualquer coisa."

Eu ocupo-me brincando com a borda da toalha da mesa, porque sinto-me


envergonhada para olhar para ele. Ou talvez eu seja só uma covarde. É
difícil para mim testemunhar a dor de outras pessoas, e acho que a conversa
está prestes a tomar um rumo muito pessoal.

"Te devo um pedido de desculpas por achar que sua vida foi toda
borboletas e arco-íris. Faz-me sentir mal, que você provavelmente isso dever
bastante comum. Suposições sobre quem você é. Julgamentos".

Seus dedos passam pela toalha de mesa. "Obrigado. Mas isso não foi uma
pergunta."

Como ele sabe que eu quero lhe perguntar uma coisa? Provavelmente da
mesma maneira que ele sabe a maioria das outras coisas: ele é observador.

Eu quero perguntar-lhe se ele está feliz. Eu quero perguntar-lhe se ele tem


amigos de verdade. Se isso é o que ele quis dizer quando disse que nunca
seríamos amigos — porque todo mundo quer algo dele, inclusive eu.

Como posso honestamente reclamar de querer ser sua amiga? Uma


verdadeira amizade não é baseada no que você acha se pode obter dela. É
baseada em respeitar alguém o suficiente para deixá-lo ser quem ele
realmente é. Um verdadeiro amigo é alguém que diz "Estou aqui para você" e
essa é a prova.

Começo a perceber que Cam é, provavelmente, o melhor amigo que já


tive.

Cam diz bruscamente, "Moça".


Meus olhos ardem. Eu balanço a cabeça, respiro fundo e tento acalmar as
minhas emoções. "Me dê um minuto," resmungo e tomo um longo gole do
meu copo de água. Após alguns momentos , pisco e engoulo ar, encontrando
a força para enfrentar seu olhar preocupado. Se apenas minha voz tivesse a
decência de não oscilar.

"Eu te acho uma pessoa incrível. Agradeço por tudo que fez por mim.
Todo este projeto Michael. . . significa muito. Não valorizei sua ajuda. E peço
desculpa por todas as coisas estúpidas que eu disse a você, todas as vezes que
fui sarcástica ou irreverente. Eu não estava tentando ser má. Eu só estava. . . "

"Você estava sendo você mesma '," Cam murmura quando eu me esforço
para encontrar as palavras certas.

Quando aceno, miserável por admitir isso, ele sorri para mim. "Pode parar
de bater em si mesma agora, moça. Eu sei que você gosta de mim. E eu amo
essa sua língua afiada. Eu amo que você se sente confortável o suficiente para
me dar um bom esculacho. Eu preciso disso, você sabe. Alguém para alfinetar
meu balão inflado também."

Produzo um riso trêmulo. "Seu balão deve ter sido muito mais alfinetadas
desde que me conheceu."

Ele ri, também, um som suave e satisfeito. "Sim. Mas um verdadeiro


amigo é alguém que te esfaqueia pela frente."

"Isso é Oscar Wilde".

"Não se surpreenda, moça. Já li Oscar Wilde. Você não acha que sou
apenas mais um rostinho bonito, não é?"

Partilhamos um sorriso. "Então, somos amigos."

Ele balança a cabeça, rindo. "Por que é tão importante para você, que esta
relação tenha um título?"
Porque a alternativa para amigos é ou inimigos ou amantes.

Eu sorrio firmemente mas não respondo, sabendo no meu íntimo que eu


preferiria morrer a ser inimiga deste homem.

Se não somos amigos ou inimigos, deixa apenas uma outra escolha.


VINTE E CINCO

Cam e eu desfrutamos de um almoço longo, falando sem parar sobre tudo


e nada. Ele me dá mais conselhos sobre Michael, eu o encho com perguntas
sobre a Escócia, ele me informa que mudamos nossos exercícios de cardio e
adicionaremos o treinamento de força, digo-lhe que perdi alguns quilos.
Ficamos no restaurante, por quase duas horas.

No fundo da minha mente, digo que Portia deu-me permissão para ter
um longo almoço, mas a realidade é que estou relutante em voltar para o
escritório. Eu estou tendo um tempo muito bom. Continuo fazendo pergunta
após pergunta, Cam ri muito de mim e pergunta se eu estou escrevendo
uma biografia não-autorizada.

"Sim. Vou chamá-lo Homem Montanha desmascarado. Vai ser um best-seller


instantâneo."

"Okey. Vou aprová-lo. Mas só se você incluir o soneto sobre meus olhos."

Nossos olhares se cruzam e se seguram. Desvio o olhar primeiro,


corando.

Volta para o prédio do meu escritório, ele me pergunta se eu quero que


ele suba, mas digo-lhe que não. Eu tenho visões de uma multidão de fêmeas
salivando alinhadas na frente da recepção, esperando por ele sair do
elevador, então elas atacam.

Nos abraçamos na calçada e, em seguida, ele se foi. Ali fico eu acenando


para seu táxi até que vira uma esquina e desaparece. Então eu arrasto-me
para dentro do prédio e rumo ao elevador, me preparando para o que pode
esperar-me no trigésimo terceiro andar.
E é um banho de sangue.

Primeiro, eu sou abordada por Kim, a recepcionista. Ela salta de sua mesa
no instante em que as portas do elevador abrem e corre para mim, agita as
mãos, o tique no olho dela indo tão rápido que parece doloroso.

"Oh meu Deus, Loellen, eu não sabia quem era quando ele entrou. Eu só
sabia que era grande e bonito e oh! " Ela morde o seu punho. "Tão sexy! Mas
então Shasta disse-me quem ele é e me mostrou a foto de vocês no TMZ e
OMG, está saindo com ele? Quanto tempo isso vem acontecendo?"

"Ele é meu vizinho", dgo cansada, voltando para a minha mesa. Kim,
segue ao meu lado, saltitando de excitação.

"Então você não está saindo com ele? Oh Deus, isso é uma vergonha,
porque o homem é apenas "— ela virou fã —"escaldante! Mas você disse que
ele é seu vizinho? Talvez eu pudesse ir na sua casa pra sairmos algum dia
desses, você sabe, como hoje à noite? Está livre?"

Shasta me vê de longe e sai de seu cubículo com se fosse cuspida. Ela vem
correndo na minha direção e eu preparo-me para o impacto.

"Joellen!"ela grita, agarrando meu braço. "Santa foda, esse homem é dez
vezes mais sexy em pessoa do que nas fotos! E ele é enorme!"

"Não me pergunte sobre seu. . ."

"Você tem de me dizer como ele parece nu! Por favor? Por favorzinho? Só
me dê uma dica de como é grande! Como isso?" Ela mantém as mãos sobre
um pé separados e, em seguida, adiciona um pouco mais. "Isso"?

Irritada pelo seu questionamento lascivo, eu faço caretas para ela. "Você é
demente, Shasta. Ele não é um pedaço de carne. Esquece."

Eu jogo minha bolsa no chão, sento na minha cadeira e começo a


endireitar as coisas na minha mesa na tentativa de parecer ocupada, mas eu
tenho duas fêmeas no cio em cima de mim, que não vão me deixar até eu
contar mais sobre o novo garanhão. Seus animados cacarejos mexem com
todas as outras galinhas no galinheiro, até que de repente eu tenho uma
multidão de mulheres na porta do meu cubículo, gritando como loucas.

Sue Wong, com sua franja e covinhas invejáveis, quer saber como Cam e
eu nos conhecemos. Outra editora de aquisições, Bethany, quer saber se ele
tem um irmão. Perguntas voam para mim por todos os lados, até que minha
cabeça começa a girar.

"Vocês!" Eu grito‖acima‖na‖briga.‖‚Parem‖com‖isso! Ele é só meu vizinho!"

"O que está acontecendo aqui?"

A voz congelante de Portia corta o ruído como uma espada de samurai.


A dispersão de galinhas em terror é imediata até que ficamos só eu e Portia,
olhando uma para outra em silêncio.

Portia está em um vestido adorável da cor de uma moeda nova. Com


seus cabelos de ouro perfeitos e olhos de azul e prata metálico, parece que foi
cunhada recentemente.

"Desculpe por isso. Eu, uh, acho que todo mundo estava um pouco
excitado por meu visitante. "

Um fantasma de um sorriso suaviza sua boca normalmente comprimida.


"Eu mal posso culpá-las. A última vez que tivemos uma visita masculina no
trigésimo terceiro andar, foi quando Theodore Scanlon entrou para negociar
o novo contrato. "

Theodore Scanlon é um dos autores mais infames da Maddox Publishing.


Ele é mais velho que sujeira, tem halitose que pode matar um homem adulto
em dez passos e fez dos olhares para decotes seu esporte favorito. Seus
romances de suspense — todos excelentes — incluem incomodamente alta
incidência de sexo entre irmãos. O que torna a velha máxima da publicação
"Escreva o que você sabe" assumindo um nojento novo significado.

"Você teve um bom almoço?"

Eu olho com cautela para Portia, não confiando em sua pergunta inocente
e sem graça, sorriso de bruxa. "Sim, obrigado."

"Estou feliz em ouvir isso. É verdade quando eu disse que você mereceu,
Joellen. Você realmente merece."

Isso é tão estranho. Porque ela está sendo tão legal? O que ela está aprontando?

Ela se vira para ir embora, mas eu a chamo de volta. "Portia, não queria
falar comigo sobre minha carga de trabalho?"

Piscando, obviamente confusa, ela se recupera. Ela diz alegremente, "Oh,


não importa. Eu encontrei o que procurava. Só. . . movendo as coisas. "

Ela sai sem explicar o que essas palavras enigmáticas significam. Eu


pondero o estranho comportamento dela, até que algo tão horrível ocorre-me
e rouba minha respiração.

Portia é apaixonada por Michael.

Ah Deus. Tem que ser isso! Ela foi uma vadia implacável comigo nesses
dez anos, sempre me observando como um falcão, sempre aparecendo de
repente quando Michael aparece, sempre de olho em mim. Como ela
adivinhou o que eu sinto por ele? Não deve ter sido difícil — eu segui-o
como um bezerro desmamado atrás de sua mãe. Então um dia um homem
aparece para me levar pra almoçar, ela muda por completo e é boa, porque
não sou mais uma ameaça, já que tenho um namorado.

Todos estes anos, Portia foi apaixonada por Michael, percebeu que estou
apaixonada por ele também e me odiou por isso.

E agora ele está se divorciando.


E está me perseguindo.

Estou ferrada.

Quando chego em casa naquela noite, meu telefone de casa toca. Eu entro
e atendo, ainda com meu casaco de inverno e o cachecol de malha. "Alô"?

"Olá, Joellen."

Um pouco de emoção passa por mim ao som de sua voz. "Oi, Michael!"

"Este é um bom momento para falar?"

Olho em torno da cozinha e decido que Mr. Bingley pode esperar alguns
minutos pela comida dele, mesmo que ele esteja olhando para mim da
esquina onde fica o seu prato vazio. Se ele pudesse cruzar os braços, ele o
faria.

"Sim, este é um bom momento. Como vai você?" Sento na mesa da


cozinha e tiro o lenço de pescoço.

"Estou bem, obrigado. Fico feliz que finalmente temos uma chance de
falar. Parece que sempre ligo fora de hora."

A voz dele está quente, então eu sei que não está reclamando. Estou
aliviada. Pensei que com certeza teria que fazer um pouco de humilhação,
depois do que aconteceu hoje no escritório. Eu não o vi pelo resto do dia e fui
muito medrosa para enviar-lhe um e-mail, mas de alguma forma é mais
seguro falar assim em vez de face a face.

"Desculpe por não ter te ligado ontem à noite. O jantar foi até tarde, e eu
não tinha certeza se você ainda estaria acordado."

"Pode me ligar a qualquer momento. É sério. Dia ou noite, não hesite em


ligar."
"Okey". Sinto-me acanhada e satisfeita e também feliz porque ele não me
pergunto com quem eu jantei. "Obrigado. Hum, está em um lugar só seu
agora? "

"Sim. Combinamos que ela ficaria na casa, enquanto os advogados


definam sobre os detalhes de quem fica com o que. Aluguei uma casa com
vista para o Central Park. A vista é espetacular. Você adoraria."

É um pouco estranho que ele evite dizer o nome da esposa e em vez disso
se refere a ela como "ela", mas também estou obcecada em tentar descobrir se
ele só me convidou para a casa para cuidar. "Tenho certeza de que eu iria.
Parece bonita."

Estamos em silêncio por um momento, desajeitadamente ouvindo a


respiração um do outro, até que Michael diz, "Okey, eu tenho que tirar isso
do meu peito."

Ah Deus. Isso soa mal."O que é?"

Ele ri um riso pequeno, auto-consciente. "Tenho ciúme do seu jogador de


rugby."

Eu sei que ele está querendo ser tranquilizado, mas em vez de ficar
irritada, acho esta admissão encantadora. Ele está basicamente dizendo que
Cam é um homem digno de seu ciúme — o que prova que ele não é o esnobe
que Cam acha que ele pode ser — ao mesmo tempo mostra vulnerabilidade.
Para um homem que tem tudo no mundo e está acostumado a todo mundo
se curvando na presença dele, não é fácil admitir que outro homem lhe faz
ciúmes.

O conceito de Michael acabou de subir um pouco na minha opinião.

"Você não precisa ter ciúmes dele. Eu dizia a verdade quando disse que
éramos amigos. Não há realmente nada acontecendo entre nós."
Michael exala um suspiro de alívio. "Isso é bom de ouvir. Sei que não
tenho o direito de sentir ciúmes, mas honestamente pensei em você por tanto
tempo, que provavelmente partiria meu coração se você saísse da minha vida
no momento em que consegui minha liberdade."

Ele fala sobre o divórcio como se estivesse em uma prisão, mas estou
distraída por algo muito mais importante. "Você já pensou em mim?" Eu
sussurro, meu coração fazendo uma dança feliz dentro do meu peito.

A voz dele cai, também. "Você devia saber. Meu Deus, a quantidade de
tempo que passei olhando para você, eu temia que todos soubessem."

Tenho uma sensação de desmaio, eu fecho meus olhos. Está acontecendo.


Está mesmo acontecendo. Todas aquelas noites que sonhei com este homem
dizendo essas palavras, e não é mais um sonho. . . É real.

"Você não está dizendo nada."

"Desculpe, só estou. . . surpresa em tudo." Minha risada é sem fôlego,


porque não existe ar nos meus pulmões. "Estou tendo dificuldade para
acreditar."

"Você não deveria. Você é uma linda garota, Joellen. Eu sempre pensei
assim."

Se um asteroide esmagasse meu teto e demolisse meu apartamento e eu


junto com ele, eu morreria uma mulher feliz, porque minha vida está agora
estaria completa.

Michael Maddox me chamou de linda. Ninguém nunca disse nada tão


maravilhoso para mim como o que ele disse.

Você é perfeita do jeito que você é, moça.

Meus olhos se arregalam. O que diabos McGregor está fazendo na minha


cabeça? Em um momento como este, Santa mãe de Deus!
"Está aí ainda?"

Eu digo a primeira coisa que vem à mente, porque estou muito bestificada
pelo Montanha invadindo o meu momento encantador com Michael. "Eu
estava pensando sobre Portia."

Michael parece confuso pela minha transição ímpar. "Portia? O que tem
ela?"

"Eu acho que ela tem uma queda por você."

Michael ri, vivamente. "Você está lhe dando muito crédito. Se ela tivesse
uma queda por mim, isso significaria que tem um coração!"

Eu tenho que sorrir para isso porque é verdade. Em seguida, Michael diz,
"Além do mais, não tenho o equipamento certo."

Eu enrugo a minha testa. "O quê?

"Portia é gay".

Eu olho para o gato, que olha de volta para mim como se ele estivesse
decidindo se cuspia ou não uma bola de pêlos no meu sapato. "Gay? Gay?
Portia‛

"Uma lésbica, sim. Não me diga que não sabia."

Aparentemente, a lista de coisas que não sei é longa e ilustre. "Eu não
tinha ideia! Como é que você sabia? "

"Conheci a namorada dela. Estão juntas há anos. Portia e minha mulher


estão a bordo de uma organização nacional de alfabetização. Já nos vimos
muitas vezes, socialmente."

Estou feliz que estou sentada, porque se eu estivesse de pé já teria


rachado meu crânio no chão.
Portia é gay. O que significa que ela não está apaixonada por Michael. O
que significa que a minha teoria sobre o porquê dela sempre ser uma vadia
comigo é até agora fora da marca.

‚Eu sinceramente não tinha ideia. Eu me pergunto por que ela nunca
trouxe sua namorada para qualquer das festas ou piqueniques de verão?"

Há uma breve pausa. "Eu acho que ela estava preocupada como seria
vista pelo pessoal".

'O que você quer dizer com 'vista'? Você acha que ela está preocupada se
vai ser discriminada?"

"Naturalmente."

"Eu não entendo. Por que "naturalmente"? Eu conheço uma dúzia de gays
na Maddox que assumiram, e ninguém os trata mal. A cultura da empresa é
muito abrangente, mas mesmo se não fosse, nós escrevemos políticas contra a
discriminação. E não há lei federal. . . "

"Ninguém que está em uma posição de autoridade é abertamente gay na


sociedade."

Ele me interrompe com voz cortante. "É verdade", digo lentamente,


tentando entender o que estou perdendo. Por que ele parece irritado?

Quando Michael fala outra vez, sua voz está voltando ao normal. "Eu a
encorajei a assumir um papel de liderança a esse respeito, é claro, mas ela não
se sente confortável. E não é meu dever insistir. Eu respeito sua vontade de
manter a sua vida privada".

"Sim, claro, se ela não está confortável. . ."

"Mas chega de falar de Portia," Michael interrompe. "Vamos falar sobre


você. Você tem malhado? Porque notei que você parece um pouco mais
magra."
Então isto é o que terei que encarar quando entrar a menopausa. Este flash
quente poderia inflamar a cozinha inteira. No espaço de alguns batimentos
cardíacos, estou encharcada de suor.

"Sim, eu tenho me exercitado," admito timidamente. "Eu disse para você


que Cam estava me ajudando com um projeto. Eu decidi começar a me
exercitar e comer melhor, e você sabe, ele é uma atleta profissional, então."

"Isso é ótimo, Joellen!" Não sei se o seu entusiasmo é porque ele gosta da
ideia de eu malhar, ou porque ele está aliviado por finalmente descobrir a
base da minha relação com Cam. "Estou muito feliz por você. Gosto de me
exercitar, também. Talvez pudéssemos nos exercitar juntos! Você gosta de
squash?"

"Oh, claro... Eu amo squash." eu realmente espero que ele não perceba que eu
detesto.

"Grande! Quando eu voltar de Londres, vou te levar ao meu clube."

"Você vai para Londres?"

"Sim. Parto amanhã. Eu queria te dizer, mas não tive chance. Tenho
reuniões com alguns dos nossos distribuidores europeus, mas estarei de volta
no sábado."

De repente estou cheia de desânimo. "Que é o dia da festa de Natal do


escritório. Ainda vai fazer isso?"

Sua voz aquece. "Eu não perderia isso por nada deste mundo."

Ah Deus. Isto parece ser um sinal. "Okey. Hum... talvez nós podemos trocar
emails enquanto estiver fora? Sabe, só para manter contato?"

"Gostaria," ele suspira. "Eu gostaria muito. E Joellen?"

"Sim?"
"Estou tão feliz que, finalmente, conseguimos conversar".

Eu sussurro, "Eu também."

Mr. Bingley, cansado de esperar pelo seu jantar, faz um barulho como se
estivesse sendo esfolado vivo. Eu rio como uma pessoa louca, me sentindo
alta e solta e perigosamente feliz, como Ícaro voando muito perto do sol.

Mas não acho que o que aconteceu com aquele idiota seja bom. Eu
termino a chamada e alimento meu animal exigente, pensando apenas em
quantos dias até ver Michael novamente e quantos quilos mais leve vou
estar.

Corpo magro, coração magrela, magro amor que se dane, tenho uma entrada
magrela para fazer em uma festa de Natal e que Deus ajude o tolo que tente
ficar no meu caminho.
VINTE E SEIS

Estou profundamente concentrada em uma pesquisa na internet de como


jogar squash, quando Cam irrompe pela porta da frente com um grande
buquê de girassóis embrulhado em papel celofane e papel de seda. Ele me vê
na mesa de café no meu laptop e sorri.

"Você está me olhando novamente, não é, moça? Tch. Isso vai se tornar
uma obsessão!"

"Esquece, garanhão. Há um grande mundo lá fora que não envolve você.


Estou tentando descobrir como jogar squash. Pra quem são as flores?"

Ele olha para esquerda, direita, então atrás dele. "Há mais alguém que
mora neste apartamento?"

Surpresa e emocionada, pergunto. "Elas são para mim? Realmente?"

Ele balança a cabeça e suspira dramaticamente. "Cristo em uma muleta,


Miss Snufflebottom, você é um caso perdido. Tome as flores antes de eu
bater com elas na sua cabeça."

Eu cruzo com ele e pego o buquê enorme dos braços dele. "Estas são as
minhas favoritas". Sorrindo, eu toco as pétalas amarelo-brilhante. "Elas
sempre me lembram de casa. Minha mãe comprava do mercado de
agricultores toda sexta-feira enquanto eu estava crescendo."

"Eu sei".

Olho para ele, franzindo minha testa. "Você vasculhou meu lixo ou algo
assim?"
Ele sorri. "Mrs. Dinwiddle gosta de uma boa fofoca".

Eu rio. "É verdade. Mas. . . "

Ele vê a minha confusão e tem piedade de mim. "É nossa última ceia,
moça. A ocasião parecia precisar de flores".

"Isso parece desconfortavelmente bíblico, mas obrigado." Eu examino seu


rosto, barbeado e brilhante. "Vejo que descobriu que possui uma navalha".

Ele coloca uma mão sobre o queixo. "Sim. Eu estava começando a parecer
um homem das cavernas". O olhar dele cai para o meu. "Você gosta de
menino bonito com aparência adequada, então pensei que sendo uma noite
especial e tudo, eu deveria fazer um esforço."

"Barba fica melhor em você," Eu disse sem pensar. "Você é muito macho
para ser barbeado. Todas as arestas são muito mais. . . "

Cam está sorrindo para mim como um gato que acabou de comer um bom
canário gordo.

Eu sopro um suspiro dramático. "Oh, Cale-se, garanhão," murmuro e


retiro-me para a cozinha para encontrar um vaso.

"Não, eu não acho que farei isso, moça," Cam vagarosamente, me segue.
"Pelo menos não até você me dizer como termina essa frase." Ele se senta na
mesa da cozinha, passa os dedos atrás da cabeça e olha para mim.

"Termina comigo espetando um objeto afiado em seu olho." Eu olho


dentro da despensa e no armário embaixo da pia, até encontrar um vaso alto
o suficiente para caber os girassóis e, em seguida, ocupo-me em organizá-los,
ao mesmo tempo ciente do sorriso de merda que Cam joga em minha direção.

"Quente? Sexy? Devastador?"claramente ele diz em voz alta, apreciando


meu embaraço. "Hmm. Ela está muda. Devo ter chegando perto."

"Você está ficando perto de ter lesões corporais graves. Fique quieto."
Seu riso é um prazer. Eu olho para ele e estou impressionada com o quão
diferente ele parece agora do que em todas as fotografias que vi na internet.
Ele parece feliz e à vontade, como se ele não tivesse nenhuma preocupação
no mundo. Como se pertencesse ali naquela cadeira na mesa da cozinha.

"Porque você nunca sorri nas fotos?"

Morre sua risada, seu sorriso desvanece-se e os olhos dele assumem uma
estranha dureza. Eu sinto que pisei em um campo minado, mas já que estou
aqui, posso também saltar lá para dentro.

"Quer dizer, eu vejo você sorrindo e rindo o tempo todo, como você está
agora, mas em fotos você sempre parece meio. . . miserável."

Silencioso, Cam me olha por muito tempo. Então diz, "Você realmente
não pode ser tão ingênua."

Seu tom ríspido me surpreende, como suas palavras. "O que você que
dizer?"

"Gaste um pouco de tempo pensando sobre o que você perguntou mulher


e você encontrará sua resposta."

Eu me recuso a ser intimidada por ele e envio o mesmo olhar fumegante


que me mandou de volta para ele. "Por que está com raiva de mim? Você
disse que eu poderia te perguntar qualquer coisa!"

Nossos olhares se chocam como espadas, mas ele machucou meus


sentimentos, então eu não vou ser a primeira a desviar o olhar. Eu não fiz
nada, só uma uma pergunta inocente. Não é minha culpa que seu humor
muda mais rápido do que o tempo.

"Ah, moça." Ele esfrega as mãos sobre o rosto. Sua risada baixa parece
incrivelmente triste. "Você vai ser a minha morte."
"Sim, talvez, se você continuar agindo como um babaca. Caso não tenha
notado, tenho tesouras de poda em minha mão."

Ele começa a rir, baixo em primeiro lugar, mas então está em explodindo
em gargalhadas, a cabeça jogada para trás, um punho batendo na mesa.

"Você é tão malditamente estranho," resmungo e continuo a organizar os


girassóis.

"E você não pode ver além da ponta do seu nariz, mas aqui estamos nós
de qualquer maneira."

"Você e suas declarações ambíguas vão ser a minha morte, garanhão.


Falando de visão ruim, eu tenho uma pergunta."

Quando olho ele está sorrindo. "Claro que sim."

"Você acha que eu deveria largar os óculos?"

"Pelo quê, um monóculo?"

"Sim, um monóculo," Eu digo sarcasticamente. "São tão estilosos. Pode


ficar sério por um segundo? Isto é importante."

Ele organiza o seu rosto em uma aparência de austeridade. "Sim. Isto me


parece ser sério. Você pode dizer pela minha testa enrugando."

Quando fico olhando para ele com um olhar azedo, sua expressão séria
falsa é quebrada por outro sorriso deslumbrante.

"Okey, okey. Não ponha um feitiço em mim. A questão é se eu acho que


você deve abandonar seus óculos?"

"Eis a questão".

Ele passa as mãos por sua cabeça, seus lábios se contraiem e demora tanto
tempo examinando meu rosto que começo a corar.
"Tire uma foto, garanhão, vai durar mais tempo," sussurro, envergonhada.

"Estou tentando decidir como dizer alguma coisa, para não ofender seus
nervos missish".

"Missish? Isso é uma palavra?"

Cam parece presunçoso. "Ah, a senhora editora chique ainda não ouviu
falar dela?"

Quando eu continuo a olhar para ele, ele cede. "Isso significa recatada.
Mais sensíveis. Pudica."

"Você está me chamando de puritana?"

Mal brilha em seus olhos. "Nenhum homem que te beijasse chamaria


você de puritana, querida. O que estou dizendo é que você é altamente
sensível sobre a sua aparência. Uma palavra fora do lugar e você vai se
trancar no seu quarto fazendo uma lista de todas as maneiras que você acha
que é feia. "

Eu tenho que tomar um momento para absorver isso.

A primeira frase pode ter sido um elogio incrível ou poderia significar


que há adjetivos piores que puritana, que homens que já beijei usaria para
descrever-me. Como pavoroso ou doentio, por exemplo.

Então, sua observação que eu sou sensível com a minha aparência.


Embora provavelmente não me trancasse no quarto para fazer uma lista de
todas as maneiras que eu sou feia, posso facilmente ver-me fazendo isso na
mesa da cozinha. Na verdade, tenho certeza que há um pedaço de papel em
algum lugar no meu apartamento intitulado coisas para melhorar em que
aparecem ‚tornozelos‖gordos‛ e "toupeira esquisita" entre os meus defeitos.

O que significa que Cameron McGregor tem razão. Se eu for honesta


comigo mesma, ele tem desde o início.
"Não esquente seu cérebro pensando nisso, Joellen," diz Cam.

"Não posso ajudá-lo. Meu cérebro é definido para pensar em coisas até a
morte."

Ele sorriu. "Você não disse?"

Fecho os olhos, suspirar e ouço-o rir.

"Tudo bem. Eis o que penso sobre você largando seus óculos."

Eu abro meus olhos e espero que ele continue, mastigando minha unha
em nervosismo.

"Não acho que você deveria fazer isso."

Estou aliviada? Ou decepcionada? Irritada? Senhor, o homem me torce


como um pretzel. "Eu tenho lentes de contato, mas nunca as uso porque elas
deixam meus olhos vermelhos."

"Obrigado por compartilhar," ele fala vagarosamente. "Pergunte-me


porque não acho que você deve se livrar dos óculos".

"Por que acha que não devo me livrar dos meus óculos?"

"Porque eles fazem você parecer inteligente e sexy e como você não se
importa, o que também é sexy."

"Ah." Não consigo pensar em mais nada para dizer. Chamou-me de sexy
outra vez. Isso está se tornando um hábito.

"Eu não terminei."

Isso parece bastante ameaçador, então começo a mastigar minha unha


com vigor renovado.
"A principal razão pela qual não acho que você deve se livrar deles é
porque você gosta deles. Se não, você iria usar suas lentes de contato ou fazer
cirurgia a laser. Mas você gosta de seus óculos, e é isso que você deve usar."

"Mas. . . a maioria dos caras não acham bobo?"

"O grau de importância que você deve dar sobre o que pensam os homens
é zero, moça. Cada escolha que você faz sobre sua aparência deve ser sobre o
que te faz sentir bem, não o que faz com que algum rapaz qualquer — ou a
sua mãe — acham que é bonito. Não mude as suas preferências para
qualquer um."

Ele é muito sério, todos os vestígios de provocação foram embora . Não


sei como responder a esta súbita mudança de humor, mas ele não terminou
de falar.

"E outra coisa. Aprenda a parar de dizer 'Desculpa' e diga 'não me


interrompa.' Aprenda a dizer 'Não' e 'Não é da sua conta.' Aprenda a não
pedir desculpas por ser quem você é e o que você gosta e as opiniões que
você tem. Eu sei que você acha que se outras pessoas te considerassem bonita,
todos os seus problemas seriam resolvidos, mas você só teria problemas
diferentes. E eles todos ainda achariam que no fundo você não é boa o
suficiente. Isso é uma mentira que você pode desaprender isso, mas tem que
começar com você. Você tem que decidir que aceita a si mesma. Tão clichê,
mas você realmente tem que amar a si mesma antes de pode amar mais
alguém. "

Ele faz uma pausa para inalar uma respiração lenta, seus olhos
queimando. Quando ele fala de novo, sua voz é baixa.

"Minha mãe era uma das mulheres mais bonitas que já vi, mas ela se
matou por causa de um homem que nem sequer era digno de respirar o
mesmo ar que ela. Total perda. Tudo porque achava que ela não era boa o
suficiente. Uma vida de mentiras que ela nunca desaprendeu."
"Você está falando sobre Sir. Gladstone?"

Agora o tom dele fica brutalmente amargo. "Sim. Aquele pedaço de


merda inútil. Pensava que podia espezinhar qualquer porque era rico. Ele
tratava seus funcionários de casa como escravos, negando-lhes o direito de
ter voz ou poder, nenhuma apreciação. A menos que você fosse bonita e
então teria o tipo de atenção que uma alma quebrada pode confundir com
amor. Usou-a durante anos, até que apareceu uma jovem empregada
doméstica na casa, então ele agiu como se nunca tivesse conhecido minha
mãe. Ela foi substituída, só isso." Ele estala os dedos. "Eu vi a coisa toda
acontecer, mas ela nunca iria ouvir uma palavra falada contra ele. Ela pensou
que se ele entrava no seu quarto algumas noites por semana e me deixava
jogar rugby com suas crianças mimadas então, porra, isso significava que ele
a amava. Mas não era isso e quando ela descobriu, isso a matou. Ela subiu no
telhado e atirou-se sem nem me dizer adeus."

Meu rosto fica tensionado, poosso sentir, junto com meu coração batendo
e minha garganta apertando fechada. "Ah, Cam. Eu sinto muito."

Ele parece longe, arrasta uma mão pelo cabelo dele, exala uma respiração
difícil. "Sim. Eu também. "

Ele parece tão destruído, tão triste e solitário, que abandono os girassóis e
vou para ele. "Levante-se", exijo, puxando a manga. "Eu vou te dar um
abraço."

Ele obedece e fico na ponta dos pés, jogo meus braços ao redor de seus
ombros e escondo meu rosto no seu pescoço. Ele joga seus braços em torno
de minhas costas e se endireita, então meus pés balançam acima do piso.

Não resisto ao impulso de fazer uma piada sobre como ele é forte em
levantar o meu peso e respiro em seu pescoço com meus olhos fechados,
sentindo seu coração batendo contra o meu peito e os braços como um torno
em volta de mim.
"Prometa-me uma coisa," ele sussurra em meu cabelo.

"O quê"?

"Aconteça o que acontecer com o Michael, nós vamos ainda ser amigos."

"Eu pensei que você não queria ser meu amigo."

Ele suspira. "Deus, você é uma idiota."

"Provavelmente não é uma coisa que você deveria dizer para alguém com
baixa auto-estima," Eu brinco.

Ele repousa sua tempora contra a minha e suspira novamente, mas desta
vez parece incrivelmente triste. "Sim, mas você sabe que digo isto com amor,
moça. Sempre com amor."

Meu rosto está começando a tensionar novamente. Eu aceno, incapaz de


falar.

Aí ficamos assim até que Mr. Bingley decide que isso está ficando
estranho e começa a bater nos meus pés. Cam coloca-me suavemente para
baixo, e passamos o resto da noite fingindo que não aconteceu o abraço,
jantando e conversando e driblando a palavra amor que permanece como um
fantasma no ar.
VINTE E SETE

De:Michael Maddox

Para:Joellen Bixby

Data:15 de Dezembro

Assunto:Squash

Em uma reunião com o chefe do nosso distribuidor europeu, um


homem que faz ver tinta secando parecer fascinante. Eu já tomei três
xícaras de café apenas para tentar ficar acordado. A única coisa que vai me
manter é o pensamento de você em uma daquelas pequenas saias de
babados sobre a quadra de squash. A palavra balançar vem à mente. Entre
outras coisas.

M.

De:Joellen Bixby

Para:Michael Maddox

Data:15 de Dezembro

Assunto:Re: Squash

Sinto muito sobre seu encontro, mas ser o CEO não pode ser sempre
diversão e jogos, ou isso seria injusto, considerando a quantidade obscena
de dinheiro que você ganha. Eu odeio te desapontar, mas pequenas saias de
babados e eu não temos a melhor das relações. Leggings, talvez?
Espero que esteja tudo bem na velha e alegre Inglaterra. Você saiu na
hora certa: Denny inaugurou seu estoque natalino de piadas sobre peidos,
para deleite de todos. Não tinha ideia que o bebê Jesus era tão cheio de
gases.

De:Michael Maddox

Para:Joellen Bixby

Date: 16 de Dezembro

Assunto:Leggings

Intencionalmente, você está sendo cruel. As leggings são ainda mais


reveladoras do que pequenas saias de babados. Perdi pelo menos cinco
horas de sono ontem à noite, imaginando o seu bumbum envolvido em
Lycra.

Como você sabe quanto dinheiro eu ganho? Talvez eu só esteja fazendo


este trabalho pelos benefícios. Pelo que sei, poderia doar meu tempo na
esperança de poder ter sua visão no escritório. Compartilhando um sorriso
sobre a máquina de café. Ter você me ignorando tão agressivamente como
você tem feito nos últimos dez anos.

M.

De:Joellen Bixby

Para:Michael Maddox

Date: 16 de Dezembro

Assunto: Re:Leggings
Ha! Você, senhor, tem um excente senso de humor. Anexei uma foto do
meu rosto bem depois de ler seu último e-mail. Sim, isso é um rolar de
olhos que está vendo e foi tão vigoroso que poderiam ter saído das órbitas.
Eu não sei quanto você ganha, mas sei que seu corte de cabelo custa mais
do que minha conta mensal de supermercado, e isso é muito.

Não te ignorei. Eu estava admirando de longe. Vá procurar a palavra


não correspondido no dicionário. Você pode se surpreender ao ver uma foto
minha ao lado da definição.

De:Michael Maddox

Para:Joellen Bixby

Date: 16 de Dezembro

Assunto:Você está me matando

Pare de me chamar de senhor. Não só faz-me sentir como o meu avô,


mas também há uma vaga lembrançade 50 tons de cinza, Sub e Dom, que
pode causar estragos nos nervos. Se você me disser que é intencional,vou
ter um ataque cardíaco. (Mas vou estar no próximo avião para casa.)

Não tenho que procurar a definição de não correspondido para saber


que ela não se aplica à nossa situação. A palavra assume sentimentos não
devolvidos.

"Mal contido" é uma descrição mais precisa, pelo menos da minha parte.

M.

De:Joellen Bixby

Para:Michael Maddox
Date: 17 de Dezembro

Assunto: Re:Você está me matando

Estou respondendo ao seu e-mail, mesmo que a minha mente esteja em


branco com o choque devido à sua última frase. E pensar que todos esses
anos eu pensei que este caso era unilateral... senhor.

De:Michael Maddox

Para:Joellen Bixby

Date: 17 de Dezembro

Assunto: Re: Re:Você está me matando

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Você tem sorte que eu estou à mais de três mil milhas de distância. Me
envie outra foto.

M.

De:Michael Maddox

Para:Joellen Bixby

Date: 18 de Dezembro

Assunto:-Onde está minha foto?

Não me faça puxar as cordas e a ameaçar com uma advertência por


escrito por desobediência.

M.

De:Joellen Bixby
Para:Michael Maddox

Date: 18 de Dezembro

Assunto:Como você pediu

Sou inexperiente na arte de "sexting", aqui está uma foto do meu pé


esquerdo. Acho que é muito lisonjeiro. Boa iluminação, etc. Eu tentei tirar
mais algumas "selfies", mas a câmera frontal do iPhone é projetada para
matar a alma da pessoa. Receio que você vai ter que esperar até voltar para
ver a mercadoria em carne e osso. Por assim dizer.

De:Michael Maddox

Para:Joellen Bixby

Date: 19 de Dezembro

Assunto:Arrgh

As câmeras frontais não são a única coisa que são assassinos de alma.
Desobedientes editoras estão no topo , também. Embora seu pé seja lindo
— aqueles arcos, você deve estar muito orgulhosa — eu estava esperando
por um vislumbre de algo um pouco mais íntimo. Joelho? Pulso interno?
Osso do quadril? Neste ponto seria satisfatório nem que fosse um lóbulo
da orelha. Não tinha ideia de como estou acostumado em ver você todos os
dias no escritório. Tenho vergonha de admitir que tenho contemplando a
sua foto de rolar de olhos durante a noite enquanto estou deitado na cama.

Já pensou em comprar lentes de contato? Seus olhos são tão bonitos,


mas estão um pouco escondidos por trás de seus óculos. Sempre quis saber
como você ficaria sem eles.

E alguns outros artigos de vestuário.


M.

De:Joellen Bixby

Para:Michael Maddox

Date: 19 de Dezembro

Assunto:Algo para se aguentar

Em anexo está uma foto do meu lóbulo da orelha. Você estará em um


tumulto tentando discernir se é esquerda ou direita, tenho certeza. Ah, o
mistério. Eu sou uma mestra da sedução, não é?

Em outras notícias, Portia, aparentemente, tem uma irmã gêmea que não
cospe fogo e come criancinhas. Não sei se ela está tomando remédio, mas
ela tem agido de modo humano recentemente. Tenho pensado sobre isso,
desde que você saiu.

Lentes fazem meus olhos doer, mas eu estava pensando em usá-las


para a festa de Natal. E eu comprei um vestido novo. É apertado e vermelho
e faz meus seio parecerem maiores e minha cintura menor. Pedi que se
casasse comigo, mas está jogando duro e não atende. Tal é o amor.

De:Michael Maddox

Para:Joellen Bixby

Date: 20de Dezembro

Assunto:Já te disse que é irresistível?

De:Joellen Bixby

Para:Michael Maddox
Date: 20de Dezembro

Assunto:Você usou a palavra encantadora. Irresistível ainda tem de ser


introduzido.

De:Michael Maddox

Para:Joellen Bixby

Date: 21 de Dezembro

Assunto:Considere introduzido.

E adicione cativante, deliciosa, adorável, engraçada, e feiticeira à


mistura. Honestamente, não existem suficientes superlativos. Você é
maravilhosa. E aqueles arcos! Os lóbulos das orelhas!

Eu não posso esperar para vê-la novamente.

M.

De:Joellen Bixby

Para:Michael Maddox

Date: 21 de Dezembro

Assunto:Falando de me ver novamente...

Aqui está uma pergunta estranha, mas importante: realmente não


estamos autorizados a encontros, certo? Quero dizer, de acordo com a
política da empresa. Eu queria procurar no manual on-line... mas pensei
que poderia levantar uma bandeira vermelha em algum lugar. Quem sabe
quão perto Ruth do RH monitora as coisas. Ela poderia ter um bot
rastejando na web para vizualizações "Posso transar com o CEO sem ser
demitida?"
Então... posso?

De:Michael Maddox

Para:Joellen Bixby

Date: 21 de Dezembro

Assunto: Re:Falando de me ver novamente...

Você acha que sou estranho, mas seu último e-mail me deu uma ereção.
O pensamento de você sentada em sua mesa, ponderando sobre que tipo de
coisas sujas que faríamos juntos sem sermos pegos. . . meu Deus, aqui está
novamente. Gostaria de saber se posso digitar com uma mão? (Desculpe,
pensando comigo mesmo.)

Para responder a sua pergunta a sério — Sim, há uma política da


empresa contra relações românticas ou sexuais entre supervisores e
subordinados. Infelizmente, como eu sou o CEO, pode-se argumentar que
todo mundo é meu subordinado. É uma empresa familiar, mas ainda tenho
que responder ao Conselho.

Resposta curta, é um grande risco. Eu vou ser completamente honesto:


ambos podemos perder nossos empregos se formos descobertos. Entendo
completamente se você não estiver disposta a aceitar esse risco.

No entanto, definitivamente estou.

Pense nisso. Estou de volta em poucos dias. Vou ver você na festa. Você
pode me informar depois. De qualquer forma, eu já informei ao RH que
você foi escolhida para o cargo de editora de aquisições. Não foi
formalmente anunciado até voltarmos da pausa entre o Natal e Ano Novo,
então por favor mantenha isso como sendo um segredo ainda.
Não importa o que você decida sobre nós, eu sempre te desejo o melhor
e sempre serei seu.

Espero ser seu,

M.
VINTE E OITO

"Vaca sagrada", sussurro, olhando para a tela de computador em


descrença. "Consegui a vaga".

Pulo da cama onde eu estava com meu laptop, corro através do meu
apartamento e abro a porta da frente. Eu bato na porta do apartamento de
Cam. . . Como se eu fosse o proprietário e ele estivesse três meses atrasado
com o aluguel.

"Cam! Você está em casa? Abra a porta!"

Um abafado, "Indo!" e, em seguida, ele abre a porta, descalço, vestindo o


que parece ser o robe de uma mulher. É de veludo rosa, muito pequeno,
cerca de dez tamanhos menores em renda branca no colarinho e os pulsos.

"Hum...."

"O quê"? Ele olha para si mesmo. "Oh, isto? Estava no armário do Kellen.
Parecia confortável." Ele dá de ombros. "É confortável".

"Admiro-me que um homem tão grande, viril, como você tenha ideias tão
abertas sobre gênero-específicos de roupa."

Ele bufa. "Quem fez essa regra que rosa é só para meninas é burro. Eu vou
ter dizer, cor de rosa combina muito com a minha pele. "

Na verdade combina, mas não tenho tempo para esta conversa. "Seguindo
em frente — consegui a promoção! Você está olhando para a mais nova
editora associada na publicação Maddox! " Eu salto acima e para baixo,
pulando e dançando um pouco e mexendo as minhas mãos como uma
drogada.
"É mesmo? Isso é fantástico, moça! Bom para você! Acabou de saber?"

"Sim, Michael me enviou a notícia! Não devia contar para ninguém até
depois do primeiro dia do ano quando eles fazem o anúncio formal, mas eu
tinha que te dizer. Oh Deus, espere até minha mãe saber — ela vai pirar! "

"Você me disse antes de contar a sua mãe?"

Eu paro de saltar para cima e para baixo e faço uma careta para ele. "Por
que sinto que vai começar a palestra sobre o quanto eu sou apaixonada por
você, mas não percebi isso ainda?"

"É Porque você ainda não percebeu." Ele fechou a porta e passou por
mim. "Isso merece uma comemoração. Você tem alguma cerveja escura que
comprou para mim?"

Ele desaparece no meu apartamento. Eu o sigo, balançando a cabeça para


a imagem que ele tem. Não importa o que ele estiver usando — ou não — o
homem não tem um pingo de consciência de si mesmo. "Seu ego é seu
superpoder, sabia disso, Garanhão?"

Cam se joga no meu sofá, senta e cruza a perna na altura da tornozelo. Ele
parece um lutador MMA vestindo roupão de princesa da filha dele. "Oh, não,
moça, esse não é o meu superpoder." Ele pisca para mim, sorrindo.

"Você nunca vai me deixar esquecer que te vi nu, não é?"

"Eu vou esquecer isso, assim que você fizer. Assim então vai ser, nunca."

Ignoro-o, vou para a cozinha, pegar uma cerveja da geladeira, abro e


despejo em um copo. Então pego um copo de vinho pra mim e volto para a
sala de estar. Eu dou a Cam sua cerveja, em seguida, sento-me na
extremidade do sofá perto de seus pés, cruzando as pernas debaixo de mim.

"Por que não está vestida para cama ainda?" Ele olha meus jeans e
camiseta. "São quase 22h, você precisa ir dormir."
Isso me faz sorrir. "Você vai ser um bom pai, um dia, você sabe disso?
Você é mandão, mas de uma forma muito doce."

Quando ele levanta suas sobrancelhas para o elogio, levanto a mão. "Não
te amo. Só fazendo uma observação."

"Bem, obrigado. Eu sempre quis ser pai."

"Você ainda tem bastante tempo. O que você tem, trinta anos?"

"Não me diga que não descobriu durante sua pesquisa investigativa."


Com um braço debaixo da cabeça dele, ele leva um gole da sua cerveja, me
observando.

"Ugh. Eu só procurei uma vez, e não prestei atenção a sua data de


nascimento. Então, você vai me dizer, ou é um segredo de estado? "

"Eu tenho vinte e nove".

Fico chocada, ele parece muito mais velho, mais maduro. Vinte e nove é
praticamente um bebê! De repente sinto-me como Matusalém, quase mil
anos, uma velha.

"Uh-oh," ele diz examinando minha expressão. "Ela está pensando. Nada
de bom pode vir disso."

Eu estouro uma respiração muito difícil, que faz com que os meus lábios
levantem de uma forma verdadeiramente pouco atraente. Mas não me
importo, porque é o Cam, e ele me viu no meu pior. "Lembro-me dos meus
vinte e nove. Foi realmente mais difícil do que trinta. Uma vez que eu
atravessei os 30, aceitei que nunca seria jovem outra vez."

"Tudo é relativo, moça. Há avós de sessenta anos lá fora que dariam seus
dentes caninos, para voltar a ter trinta e seis".

"Oh, obrigado por essa pérola de sabedoria. Como é reconfortante saber


que os idosos estão com inveja de mim. "
"Sessenta não é idosa!"

"Cara. A sério. Se a expectativa média de vida está em algum lugar na


casa dos setenta, sessenta está praticamente batendo na porta da morte."

"Uma das minhas avós viveu até cento e quatorze anos."

"O que? Isso é uma mentira!"

"Não. E minha outra avó até cento e dez. Ela ainda está viva."

Quero reduzir meus olhos para ele. "Agora você está tentando me fazer
sentir melhor."

"Sem brincadeira! O clã McGregor tem genes excepcionais, moça.


Ninguém da minha família nem começa a pensar em se aposentar antes de
completar noventa anos. "

"Sério?"

"Realmente. Se você alguma vez visitar a Escócia, eu vou te levar para


conhecer a vovó O'Shea. Ela é a mãe da minha mãe. Vocês duas se dariam
bem — mesma língua afiada e falta de respeito com os homens McGregor. "

Ele sorri, saboreando alguma memória e bebe mais cerveja , enquanto eu


me sento e penso quão divertido seria conhecer sua atrevida avó escocêsa.

"A mãe do meu pai tem oitenta. Costumamos chamá-la de vovó gengivas,
porque ela ama horrorizar as pessoas tirando sua dentadura durante as
conversas como se fosse um acidente. Ela tem demência leve, ela repete-se
muito, mas fora isso, ela está em muito boa forma. Minha outra avó está em
perfeita saúde, ninguém diria isso por causa da forma como se comporta. Ela
fez uma festa de sepultamento quando completou 50 anos porque estava
convencida de que estava prestes a bater as botas a qualquer momento. Ela
era uma modelo, como a minha mãe."
Tomo um longo gole do meu vinho, pensando em todas as vezes que
quando eu era criança e ouvia minha mãe e minha avó reclamarem de estar
envelhecendo, sendo que elas estavam muito longe de serem velhas. Todos
os feriados de família, inevitavelmente se transformavam em dias de
melancolia de nossa beleza perdida.

"Essas pessoas não sabem envelhecer graciosamente, e eu não estou


falando de rugas."

Cam, senta-se e aponta sua cerveja em minha direção, como se quisesse


fazer um brinde.

"O quê"?

"Bata seu copo comigo, moça. É a primeira vez que você disse algo
sensato sobre idade, aparência ou sua família."

"Talvez você esteja conseguindo entrar em mim." Brindamos e bebemos,


então Cam aperta seus lábios, olhando melancolicamente para a cozinha.

O homem é tão sutil quanto uma bola de demolição.

"Eu tenho um peito de frango e alguns vegetais que sobraram do jantar


que eu poderia aquecer se você está com fome."

Brincando com o laço na manga do seu manto, seus cílios para baixo. "Só
se não for incômodo, moça. Não quero que fique acordada até tarde."

Eu chuto seus pés e sorrio para ele. "Oh, Cale-se, bebê chorão."

Quando ele sorri timidamente, seus lábios em uma torção pouco irônica,
porque ele está constrangido demais para admitir que ele quer que eu
cozinhe para ele, sou atingida por uma emoção súbita, não identificável. É
estranha e terna e poderosa e faz meu coração pular várias batidas.

Levanto tão abruptamente que derramo o vinho no tapete.


Cam olha para mim, mas eu giro e me afasto, disposta a não deixar seus
olhos afiados obter um vislumbre do meu rosto. Confusa, ando até a cozinha
e começo a fazer um prato para Cam das sobras na geladeira.

O que foi isso? O que há de errado comigo? Estou ficando doente? coloco a
palma da minha mão na minha testa, mas está fria e seca, sem sinal de febre.

"Então o que mais o bonitão disse em seu e-mail?" Cam pergunta da sala
de estar.

Distraio-me também dando-lhe‖os‖detalhes.‖‚‖Meu laptop está na cama se


quiser dar uma olhada."

Em alguns momentos, ele passeia para a cozinha com o laptop, senta-se à


mesa e começa a ler. Quase imediatamente começa a fazer caretas.

"O que está errado?"

"Gosto mais dele no email do que pessoalmente."

Isso faz-me rir em voz alta. "Oh ho! Então você admite que o Sr.
Reprimido tem um lado bonito!"

Seu riso torna-se rabugento. "Eu não disse isso, não se empolgue, moça.
Estou apenas admitindo que ele pode ter um certo charme nas comunicações
eletrônicas o que não se traduz na vida real." A voz dele endurece. "Mesmo
se ele estivesse tentando enviar nudes."

"Sim, mas me lembrei que você disse sobre deixar cair migalhas, então
segui seu conselho e mandei uma foto da minha orelha."

"Parece que funcionou. Menino bonito está todo caidinho aqui." Ele fica
quieto por um momento e, em seguida, diz bruscamente, "Leu esta parte
sobre a política sobre subordinados e supervisores estarem em um
relacionamento?"
Eu suspiro, coloco no microondas para aquecer o prato de comida. "Sim.
É uma chatice, mas acho que vamos ter que ter muito cuidado."

"Cuidados extras como em não mandar e-mails como estes no servidor da


empresa?"

Eu travo em horror. "Oh merda."

"Sim, nada bom. Burrice."

Indignada, viro e olho para ele. "Você acabou de me chamar de burra?"

"Vou chamar a ele de burro sim, porque ele é, porque ele deveria saber!
Ele é o CEO, pelo amor de Deus!"

"Eu deveria saber, também!"

Cam, suspira e arrasta uma mão pelo cabelo. "Sim. Mas você é uma
mulher apaixonada. Elas estão sempre cegas como um maldito morcego." Ele
me olha. "Sinto muito. Nada contra o resto de seu sexo, mas na minha
experiência pessoal, uma mulher perde a cabeça quando se apaixona. E na
maioria das vezes ela se perde no processo, também."

Seu olhar direto é um pouco demais para o meu conforto. Eu viro,


ocupando-me em ver o prato girando no carrossel no microondas. "Vou
entrar e apagar tudo mais tarde. Eu vou ter certeza que ele faça isso, também.
Não acho que há algo muito incriminador. Nós não estamos admitindo que
estamos numa relação, estamos apenas falando sobre as possibilidades. Além
disso, não será um problema a menos que alguém esteja à procura de algo, o
que não estão. "

Ainda.

Pensando em todas as complicações que provavelamente implicará de


um romance de escritório com Michael, esfrego minha mão sobre a minha
testa. Antes era apenas um lindo sonho, mas agora a realidade não parece
promissora, e é muito menos um sonho.

Posso perder meu emprego.

Vale a pena. Ele vai te proteger.

Será que ele vai? Se o seu próprio trabalho está na linha?

Ele é um bom homem. Pode confiar nele. Tudo vai ficar bem.

Você é muito velha para estar desempregada. Você não tem experiência fazendo
outra coisa. Se você for demitida da Maddox Publishing, você vai ter só trabalho
temporário como recepcionista ou dentro de alguns meses vai ter que viver com seus
pais.

Eu descanso minha testa na porta do microondas e gemo.

"Você está tendo um colapso aí, moça? Eu preciso chamar os


paramédicos?"

"Não. Comecei a perceber que esta coisa com Michael pode ser mais
complicada do que eu pensava." Meu riso é triste. "Ou não . Nunca foi uma
possibilidade antes. Mas agora. . . "

Depois de um momento, Cam diz, " Virando realidade."

"Literalmente pensei nessas palavras não tem nem dois minutos."

"Grandes mentes pensam igual. Meu jantar já está pronto?"

Apesar da minha preocupação, eu tenho que sorrir. "Sim, meu amo e


senhor, seu jantar está pronto." Retiro o prato do microondas, verifico se a
comida esquentou por igual e coloco na frente dele com uma faca e um garfo.
"Por que você está comendo tão tarde, afinal? Você me disse que eu não
deveria comer após 19:00 "
Ele mexe em sua comida sem pressa, coloca um pedaço grande de frango
em sua boca. Comemos da mesma forma, todos suspiros de prazer,
saboreando cada mordida, como se fosse nossa última refeição antes da
cadeira elétrica. Como ele pode gostar de me assistir comer, eu nunca saberei.
Embora reconhecidamente tive prazer em observá-lo colocar aquele pedaço
de frango na boca.

Que ele goste tanto da minha comida dá-me um estranho tipo de


felicidade, uma estrela pequena efervescente de luz do sol brilhando dentro
de meu peito.

"Não comi nada hoje, exceto o almoço," ele diz de boca cheia, a atenção no
prato. "Não tenho muito no apartamento exceto coisas para nosso shake de
manhã e para sanduíches estranhos."

"Então vá às compras! O que tem feito para jantar desde nossa última
ceia?"

Ele levanta um ombro. "Nada".

Estou consternada. "Não tem comido? Como você tem energia para fazer
nossos exercícios de manhã?"

Ele levanta seu olhar e pisca.‖‚’É o pensamento em voê que me faz


continuar, moça.‛

Meus olhos reviram.‖‚Okay.‖Então é isto. Nõs voltaremos aos nossos


jantares. Não quero que meu treinador morra , justo agora que estou na
metade do caminho para alcançar a minha meta.‛

Cam pára de mastigar e me encara. Ele engole e limpa a bouca com a mão.
‚Você tem um número específico em mente?‛

‚Sim.18 kilos. Você acha estou fazendo isso por causa do meu amor por
couve e corridas matinais em temperatura subzero?‛
‚ 18 kilos?Pensei que você só quisesse ficar em forma‛

‚Eu‖quero‛

Ele senta de novo na cadeirae me examina de perto, um sulco se


formansdo entre suas sobrancelhas.

‚O que é esse olhar? Está me deixando nervosa.‛

‚É seu corpo, moça. Se você quer emagrecer, é a sua decisão, mas se eu


puder dar minha opinião.‖.‖.‛

‚Claro. Vá em frente.‛

Ele diz suavemente.,‖‚Você está otima. De verdade. Se você está me


pagando para ser seu treinado, eu tenho que te avisar para parar de pensar
em perder peso e focar nos hábitos alimentares saudáveis e conquistar força,
resistência e flexibilidade com os exercícios, e, mais importante, praticando
apreço pelo corpo que você tem.‛

‚Praticando apreço,‛‖Repito em dúvida.

Ele acena. "Você é saudável. Você está inteira. Seu corpo faz o que quiser.
Existem milhões de pessoas que vivem com dor crônica ou deficiência física e
que alegremente trocariam de lugar com você."

Quando eu amuo meu rosto após esse discurso, ele suspira.

"Seu corpo não é uma coisa para ser olhado e julgado por causa de algum
padrão de perfeição que não existe. É o vaso que leva você através da vida,
tem que experimentar toda as coisa bonitas que a vida tem para oferecer.
Comida. Sexo. Por-Do-Sol. Música. Abraços. Riso. Um corpo saudável é uma
dádiva. Não dê isso como certo, não trate-o como uma coisa barata para ser
usada por uma noite. Trate-o como se fosse o amor da sua vida. Trate-o com
respeito e ternura, mas acima de tudo, gratidão, apreço.
"E uma saudável dose de temor, também. Seu corpo é feito de restos de
estrelas e explosões nas galáxias. Todos os anos, a maior parte do seu corpo é
recém criada por regeneração de suas células, mas tem coisas em você que
são tão antigas quanto o universo. Somos literalmente poeira estelar. Cada
um de nós é um pequeno milagre. Você é um milagre, Joellen. Pense nisso na
próxima vez que estiver nua na frente do espelho e quiser se concentrar em
algumas gordurinhas que não gosta".

Ele mexe em sua refeição novamente, como se não tivesse acabado de


balançar meu mundo.

Sou um milagre? Quem diz coisas assim?

"Você está pensando novamente, moça," diz Cam, mastigando. "Posso


ouvir as engrenagens girando."

"Não há nenhuma maneira de você ter apenas vinte e nove anos."

Ele sorri em torno de um bocado de frango. "Por que sou tão iluminado?
Talvez eu seja a última reencarnação do Buda, você já pensou nisso?"

"Oh sim. Você é muito iluminado. Posso dizer isso do seu roupão rosa
feminino."

Cam olha para mim, olhos cor de avelã cintilantes. "Exatamente", ele
pronuncia.‖‚ Grande título para‖outro‖soneto‖sobre‖mim,‖você‖‖não‖acha?‖‚ O
homem com o roupão rosa mocinha Vejo-o agora. Cheio de palavras
carinhosas sobre minha extrema amabilidade. Você pode começar amanhã e
me mostrar no jantar."

Nós sorrimos um ao outro, Mr. Bingley pula no colo de Cam e se deita


em uma bola, e eu afasto a vozinha na minha cabeça que sussurra como o
homem de robe rosa feminino, terá em breve ido da minha vida para
sempre.
VINTE E NOVE

O homem de robe feminino rosa e eu

Sentados em um banco no parque, discutindo o tempo.

Ele fala de stardust e milagres enquanto suspiro,

Penso como é tão fácil ficar juntos

Com alguém tão diferente de mim, no entanto, o mesmo,

Sobre o riso e comida nossa amizade está nascendo.

Se tirarmos os escudos exteriores sorridentes — o que ainda resta?

Dois corações em trevas, repletos de saudade insuportável.

Robes-de-rosa podem mascarar a dor, bem como carne de reposição

Pode ser usado como um lugar para se esconder.

Cada vez que nos encontramos, comove-me novamente

Por sua eloquência, sua beleza, seu orgulho.

O homem com o roupão rosa feminino é como estar em casa

O mais seguro e mais forte e melhor que conheci.

"Devo estar de TPM," murmuro, irritadamente, enxugando as lágrimas


dos meus olhos. "Isso é ridículo."

Eu coloco o meu livro de soneto de volta na gaveta de cima da minha


mesa no meu quarto e olho pela janela. Está nevando. Flocos flutuando após
o painel, reunindo em trações brancas como torrões de açúcar nos cantos do
peitoril.

É sábado, dia 23. A festa de Natal do escritório começa em três horas.

Oficialmente estou pirando.

Não dormi nada ontem à noite. Ou na noite anterior. Ou na noite anterior.


Jantar com Cam há poucos dias me deixou crua de maneiras que eu não
esperava e nunca me senti assim. Não foi até depois que ele saiu naquela
noite que eu comecei a pensar sobre o que ele disse sobre ter apreço e
gratidão pelo meu corpo, em vez de tratá-lo como um emprestimo.

Por algum motivo isso realmente ressoou em mim.

A primeira vez que fiz uma dieta, eu tinha doze anos. Nem mesmo tinha
ficado menstruada ainda. Minha mãe, por outro lado, recentemente tinha
feito quarenta anos e ficou inconsolável. Sua dor por passar nessa idade criou
um marco negro que pairava sobre a casa. Todo mundo falava em tons
suaves e na ponta dos pés em torno dela por quase um mês, era como se
alguém tivesse morrido.

Uma noite no jantar, quando fui pegar um pão no cesto no meio da mesa,
minha mãe bateu na minha mão. "Já chega," ela disse sem emoção, olhando
para minha cintura. Minha irmã — linda mesmo às nove da noite — riu.

Isso bastou. Eu me lembro claramente do momento. Foi a última vez que


eu coloquei alguma coisa na minha boca sem me sentir culpa.

Desde então, em todos os outdoors, cada comercial, as páginas de cada


revista brilhante, declarou para mim em termos inequívocos, que não era
como eu deveria ser. Não havia imagens de mulheres voluptuosas, quase
nenhuma de mulheres negras. Todo mundo era loira, magra, perfeita.
Homogênea. Se você fosse um modelo europeu, então lhe permitiam ser
morena, mas não podia parecer muito "étnicos".
Fazendo as coisas piorarem ainda mais, vivi em uma praia no sul da
Califórnia. Loiras, magra, mulheres perfeitas são fabricadas naquela região
do mundo, como peças de produção. Se você não tivesse dentes retos, tem
ortodontia. Se você não fosse esbelto, passava fome mesmo. Se você não fosse
loira, você clarearia seu cabelo. Se você não fosse bronzeada, você se
colocaria em uma máquina em forma de caixão com esses malditos raios UV
que causam câncer em sua pele, até que virasse uma aceitável tonalidade de
dourado.

Ou queimado e sardas, como as minhas.

Ninguém nunca me disse que era okey ser eu. Todos os meus amigos
estavam em dietas ao longo de nossos anos de adolescentes. Todos nós
estavamos nos afogando em auto-aversão.

Eu queria não ser tão gorda como me sentia naquela época. Entristece-me
pensar de quanto tempo e quão difícil eu tentei ser uma coisa que eu não era.

O fantasma do meu reflexo olha para mim da janela. Ela é pálida,


carrancuda, o cabelo em uma escura nuvem em volta da cabeça. Parece que
ela viu coisas que desejaria não ter visto.

De repente estou cheia de raiva. "Você sabe o que? Uma mulher sábia
uma vez disse, 'Foda-se' e viveram felizes para sempre."

O fantasma me parece impressionado. E com um pouco de medo.

Com uma determinação renovada, vou para o banheiro para me preparar


para a festa.

Duas horas depois, minha determinação murcha, e eu estou torcendo as


mãos em pânico no interior da porta do quarto fechado.

"Qualquer dia agora, moça. Podemos estar mortos quando que você
resolver ir para fora!"
Cam e Sra. Dinwiddle se reuniram na sala para minha grande revelação.
Eles devem ter feito arranjos entre si, porque eu nunca os convidei, mas aqui
estão eles. Já estou me arrependendo por ter dado a Sra. Dinwiddle a chave
reserva.

Tomo um último fôlego, aliso as minhas mãos para baixo de minha


cintura e abro a porta. Quando eu passo para a sala de estar, Sra. Dinwiddle
salta para os pés com um suspiro teatral.

"Céus, patinho! Você está linda!"

Eu sei que deveria me sentir lisonjeada, mas ela soou como se estivesse
chocada. "Como está o cabelo?" Eu falo nervosamente. "Eu usei o tratamento
de óleo quente".

Sra. Dinwiddle flutua sobre mim, sons de espanto caindo de seus lábios
quando me olha de cima a baixo. "Oh, minha querida, está simplesmente
perfeito. Perfeito! Como você conseguiu fazer assim? Um lindo coque torcido!
"

"YouTube", eu admiti timidamente. "Eles têm tutoriais muito bons."

Sentado no sofá com uma cerveja, Cam não está dizendo nada. Ele só está
olhando para mim. Realmente olhando para mim.

Enquanto a Sra. Dinwiddle paira sobre mim, arrancando um fio


inexistente em meu vestido e suspirando em êxtase como uma histérica fada
madrinha, deixei Cam olhar até que não aguento mais. "Bem"?

Sua voz baixa e rouca, ele diz, "Digamos estou feliz por já estar sentado."

Satisfeita, eu olho para baixo para mim. "Estou levando isso como um
elogio."
"Sim. É um elogio. Mas se você soubesse no que eu estava realmente
pensando, moça, você fugiria de volta para o quarto e trancaria a porta atrás
de você. "

Quando olho para cima , ele não está sorrindo. Ele levanta a sua cerveja
em uma saudação e, em seguida, bebe a coisa toda de uma vez. Minha cara
avermelha com calor.

"Mas precisamos dar um jeito aqui, Ducky. Está um pouco solto aqui!"

Sra. Dinwiddle está franzindo a testa para minha cintura, beliscando uma
polegada de tecido entre os dedos.

"Você está certa. Perdi peso. . . desde que eu comprei este."

"Não se preocupe, minha querida, só tire por um minuto e eu vou arrumar para
você ! Sou uma costureira especializada, claro. Todos esses anos no palco, eu
acumulei mais do que apenas homens, deixe-me dizer. Minhas habilidades
com uma agulha e linha são lendárias. Vista uma túnica, e vou trazer isso certo
de volta!"

Ela acena para o quarto, como se estivesse enxotando um bando de


pombos longe de seu almoço. Para remover o vestido eu tomo todo cuidado
para não estragar meu cabelo ou maquiagem, visto meu roupão de banho
branco fofo e ressurjo na sala de estar com o vestido em meus braços.

"Em um piscar de olhos!"

Sra. Dinwiddle varre fora do apartamento, deixando Cam e eu sozinhos.

"Você não esta usando seus óculos."

Soa como uma acusação, então instantaneamente fico na defensiva. "Estou


de lentes. Eu decidi assumir por inteiro com essa coisa de transformação.
Quero que todos não me reconheçam quando entrar na festa. Eu quero entar
pra matar."
"Oh, você vai matar, moça. Não há dúvida sobre isso. A verdade é que o
menino bonito queria vê-la sem eles, não é? "

Meus batimentos cardíacos se alteram. Eu engulo seco, me sentindo


nervosa e desconfortável, insegura. "Isso é ruim?"

Ele solta respiração longa através do seu nariz, como se estivesse


mordendo a língua ou tentando esfriar a cabeça. Então levanta, deixando sua
garrafa de cerveja vazia na mesa do café, vem até mim e pega meu rosto em
suas mãos.

"Não," ele disse suavemente, olhando nos meus olhos. "Não é ruim. Você
quer agradar seu homem — já entendi. Não se esqueça quem você é. Não se
esqueça o que você é, Joellen. Não é para agradar qualquer um."

Meu coração agora galopa selvagem, trovejando como uma manada de


garanhões voando sobre as planícies abertas. "O que eu sou?" Eu sussurro
com medo da resposta.

"Perfeita".

Ele inclina a cabeça e me beija, a escovada mais macia, mais doce de seus
lábios contra os meus. Depois ele se vai fechando a porta silenciosamente
atrás dele.

Eu afundo para o sofá e passo os próximos quinze minutos


hiperventilando, até a Sra. Dinwiddle reaparecer com meu vestido.

No táxi a caminho da festa, não vejo as ruas nevadas de passagem, não


vejo o tráfego ou as luzes ou ouço o jingle de Natal tocando no aparelho de
som.

Tudo o que vejo é a cara de Cam. Tudo o que ouço é a voz dele me
dizendo que sou perfeita.
Bem, eu também ouço a voz crítica que está sempre comigo me dizendo
que Cam obviamente tem ingerido muita droga, se acha que estou em
qualquer lugar perto da perfeição, mas forço essa voz para um canto escuro
da minha mente e permito-me aceitar que talvez não tenho que ser perfeita.
Talvez ter uma pessoa que pensa que eu sou seja o suficiente.

Talvez a sua crença em mim pode ser a semente que se enraíza na terra da
minha auto-aversão na minha mente e faça crescer um jardim de auto-
aceitação.

Ou talvez eu esteja louca.

"Deus, realmente preciso de uma bebida," Eu digo em voz alta.

No banco do motorista, o taxista me pergunta. "Gosta de bourbon?"

Tenho que sorrir. Adoro Nova Iorque. "Nem um pouco."

A Festa anual de Natal da publicação Maddox está sendo realizada em


plena rua Ballroom, uma antiga sede do Bank of America convertida em um
espaço para eventos de luxo. Este ano, o tema da festa é ‚Maravilhas do
inverno‛, porque aparentemente ninguém no Comitê de eventos possui um
pingo de originalidade.

Eu piso fora do táxi e sinto um vento cortante e subo depressa os degraus


de pedra em direção a porta, puxando meu casaco para cima ao redor de
meus ouvidos e esperando que meu cabelo não fique danificado. Ainda está
nevando e há geada no chão.

Ando para dentro, calor e uma confusão de perfumes — cera de velas e


lírios e perfume de mulher. Uma garota em uma mesa leva meu casaco e me
entrega um bilhete, então meu caminho por um corredor elegante para o
salão de baile, aperto minhas mãos para pararem de tremer. Elas se recusam.
Música e risos flutuam no corredor. O som do gelo tilintando. Passo por
um espelho, mas não me olho, sabendo que a voz crítica está pronta para
atacar.

Chego às grandes portas duplas que levam ao salão. Tomo uma


respiração profunda, em seguida entro.
TRINTA

Como se eu estivesse tendo uma experiência fora do corpo, vejo tudo ao


redor de mim tudo de uma vez, inclusive eu mesma.

Bandeijas de cocktail brilhando suavemente com velas decorativas. Mesas


de jantar em torno de uma grande pista de dança. Centros de mesa brancos,
ramos pingando em vertentes de joias falsas que capturam e refletem luz.
Uma banda de dez pessoas bem vestidas tocam. Pessoas, misturando-se,
conversando, rindo com bebidas em suas mãos.

Eu paro, sozinha na porta, usando um vestido vermelho lindo de morrer


que custou a metade de um mês de salário, um par de saltos altíssimos
brilhantes que fazem minhas pernas parecerem fantásticas e meus óculos de
todos os dias com a armação preta e barata de plástico.

Porque sou perfeita, é por isso.

No caminho em direção ao bar no canto, Shasta passa direto por mim sem
pestanejar.

"Shasta".

Ela vira e olha em volta e, em seguida, dá uma volta que poderia causar
um torcicolo. "Joellen? É você? "

"É que estou usando um disfarce".

Ela anda mais perto, olhando-me. "Parece que sim, vadia! Que arraso!
Quem diria que tinha esses peitos escondidos sob todas aquelas camisas
feias?"
Não posso fazer nada: Eu tenho que rir. "Vamos beber".

Tomo o braço dela e vamos em direção ao bar. Portia está em uma


profundo conversa com alguém do marketing perto de uma vaso de
palmeiras. Sue Wong e sua corte estão ao redor de uma mesa de cocktail com
um monte de editores Juniores que absorvem cada palavra. Um grupo de
rapazes da contabilidade comandam uma das mesas de jantar e estão
brigando sobre quem vai se sentar de costas para a pista de dança.

Michael está longe de ser visto.

"Um vinho tinto, por favor," Digo ao barman, que parece um sem teto.
Quando ele me dá minha bebida, coloco uma nota de vinte em seu frasco de
gorjetas. Ele precisa mais do que eu.

"Vodka com gelo" Shasta lhe diz. Com um sorriso para mim, ele derrama
uma dose de vodka que poderia derrubar um urso.

Eu assisto, alarmada. "Calma, matadora! A noite é uma criança."

"Terminei com o meu namorado," diz ela, dando um tempo. "Encontrei o


filho da puta com outra garota."

"Oh, Shasta, sinto muito!"

Ela dá de ombros. "Eu sabia que não ia durar muito quando saímos de
férias para as Bermudas e ele bateu palmas quando o avião pousou.
Nenhuma mulher que se preze pode casar com um homem assim."

Levanto o meu copo de vinho. "Por ser solteira."

"Por ser a única," ela ecoa. "Acho que eu vou virar lésbica."

"Tenho certeza de que isso não funciona desse jeito."

Ela dá de ombros novamente e ambas bebemos. Quando eu vou engolir,


enxergo Michael.
Ele está do outro lado da pista de dança com três pessoas. Um deles é seu
pai, que se aposentou como CEO, uma dúzia de anos atrás, o segundo é o
atual diretor de operações e a terceira é a mulher dele.

Uma mulher alta, bonita, elegante, que tem a mão em seu braço e está
sorrindo para ele.

Meu estômago aperta em nós. Eu ponho o meu copo de vinho no balcão,


porque sei que se não o fizer, vou derrubá-lo. Shasta está falando, mas tudo o
que ouço é um ruído estridente em meus ouvidos, como se alguém estivesse
gritando. Eu não ficaria surpresa se esse alguém fosse eu.

"Eu tenho que ir ao banheiro." Não paro para ver se Shasta já me ouviu —
eu simplesmente saio da sala o mais rápido que posso.

Uma vez lá fora, corro para o corredor em busca de um banheiro.


Felizmente em lugares como estes, eles sempre estão nas proximidades. Abro
a porta, ofegante e cambaleio para dentro. Me tranco em uma cabine, me
abraço e sento no vaso sanitário, olhando a argamassa entre os ladrilhos até a
dor passar e poder respirar de novo.

"Não entendo", sussurro, tremendo. "Não entendo".

Ele disse que estava se divorciando. Ele disse que nos falaríamos hoje à
noite, que eu poderia deixá-lo saber o que eu decidi sobre nós. Como pode ele
estar aqui, agora, com sua esposa?

Simples, diz a pragmática voz na minha cabeça. Ele mentiu.

A porta range ao ser aberta. Os passos de ecoam no chão. Em seguida,


uma voz diz, "Joellen?"

Eu salto para meus pés,em fúria. "Caso você não tenha notado, este é o
banheiro feminino, idiota!"
Exalar alto de Michael parece ainda mais alto entre as paredes de azulejo.
"Você está com raiva."

"E você está aqui com sua esposa. Gostaria de saber como poderia
possivelmente se relacionar com nós duas?"

"Você pode, por favor, sair? Não quero falar sobre isso através de uma
porta de banheiro."

Eu sou grata a qualquer anjo da guarda me ajudando a estar mais louca


do que com o coração partido, porque a raiva vai me ajudar a passar os
próximos minutos, tempo suficiente para salvar a minha dignidade, até que
eu possa quebrar em pedaços em um táxi a caminho de casa.

Destranco a porta, puxo aberta e lanço punhais para ele de dentro da


cabine.

Ele está lindo, claro. Nem um cabelo fora do lugar. O terno é lindo. Os
sapatos são novos em folha com um brilho de espelho. Eu gostaria de por
fogo em seu rosto e apagá-lo com uma pá.

"Por favor". Ele pede para eu sair da cabine. Em seguida, ele observa com
cautela como eu caminho para fora, lançando chamas de minhas narinas.

Fico perto dos dissipadores e dobro os braços sobre meu peito. "Você tem
10 segundos para explicar, e então eu vou te chutar as bolas. Comece."

Um fantasma de um sorriso levanta seus lábios. "Não é o que parece".

Jogo minhas mãos no ar. "Sério? Você espera que eu acredite nisso?"

"Só me ouça. Eu disse a você que nosso divórcio foi amigável. . . "

"Não. Não, não me diga isso. Você disse que ela estava morando na casa e
que você tem um novo lugar, enquanto os advogados estavam trabalhando
nos detalhes. Isso foi a extensão da sua explicação."
Levanta as mãos como em sinal de rendição. "Peço desculpas. Devia ter
feito mais claro.Nosso divórcio é amigável."

"Sim, já passamos por isso. Vá para a parte importante onde vocês estão
frequentando juntos a festa de Natal da empresa, parecendo bem casados e
felizes".

Sua expressão está aflita. "Meu pai achou que seria bom para o moral.
Você sabe, para o pessoal ver que as coisas estão calmas e amigáveis entre
nós. Muitas vezes em casos como o nosso, as empresas familiares são
divididas em um caso de divórcio difícil."

Quando eu olho para ele, ainda não tenho certeza se ele está dizendo a
verdade, mas com certeza estou impressionada que ele está tomando o
conselho do pai sobre sua vida pessoal, então ele acrescenta, "Nós não temos
um acordo pré-nupcial. Se Elizabeth quiser, ela poderia insistir na venda da
empresa para que o valor seja igualmente dividido entre nós."

Isso acerta um buraco de bom tamanho na minha indignação. "Mas a


empresa tem 1 milhão de anos! Muito antes de vocês dois estarem casados!"

Michael acena. "Sim. É. . . Mas desde que eu assumi como CEO,


triplicamos em tamanho, e assim nossos lucros. Ela poderia argumentar no
tribunal que os lucros são bens matrimoniais. Eu lutaria com ela, claro, mas se
eu perder, eu teria que comprá-la por mais de 100 milhões de dólares. Não
tenho esse tipo de dinheiro. A única maneira seria vender."

Não sei como reagir a isso. Examino a cara dele, mas ele parece sincero.

Ele dá um passo mais perto. "Mudando de assunto, você está incrível."

Eu sei que eu deveria dizer algo. Tudo o que eu digo é um melancólico


"Obrigada".
"Peço desculpas", ele diz suavemente, tomando um passo mais perto. "Eu
sei que deve ter sido um choque, vendo-nos assim. Sinceramente não sabia
até o final desta tarde que ela estaria vindo."

Muito tempo para pegar o telefone eu suspiro com raiva.

Ele estende a mão e acaricia meu braço, em seguida, dá mais um passo em


minha direção, então agora nós estamos suficientemente perto para que eu
sinta o seu perfume. E o bourbon na sua respiração, que é
surpreendentemente forte.

"Você está incrível," ele sussurra. "Este vestido é. . . Uau. E seu cabelo.
Meu Deus, Joellen. Você está linda".

Eu luto contra um sorriso porque estou irritada, mas sua expressão é de


admiração e não consigo ficar brava por muito tempo. "Estou feliz que você
goste."

Ele enrola os dedos no meu braço e me puxa mais perto. "Não me agrada.
Eu amo isso. Você me fez seu escravo." Ele se inclina e passa o nariz ao longo
de minha mandíbula, levantando os minúsculos pelos na parte de trás do
meu pescoço. "Agora se apenas você se livrar dos óculos, você estaria
perfeita."

Isso me deixa sem fôlego. Atordoada, como se tivesse batido em meu


rosto. Imagino-nos sentados juntos em uma mesa de café da manhã em
algum dia no futuro distante. Ele está lendo um jornal, me ignorando até eu
chegar para mais um croissant, e então ele bate em minha mão, dizendo "Já
chega."

Ele nunca vai achar que eu sou perfeita do jeito que sou. Ele nunca dirá
que sou um milagre. Eu sempre vou ter que fingir com ele, tentando atingir
algum padrão impossível, nunca serei capaz de relaxar e ser eu mesma.
Um interruptor dentro da minha cabeça acende, e assim de repente, eu
não posso esperar para sair daqui. "Temos de ir. Alguém poderia aparecer a
qualquer minuto."

"Isso só torna mais emocionante, não acha?"

Ele cheira meu pescoço, fazendo um baixo ruído de prazer em sua


garganta. Quando me puxa contra ele, eu sou surpreendida ao sentir uma
protuberância abaixo de sua cintura que provavelmente não é a carteira dele.

"Opa! Okey. Deixemos isso. . . "

"Eu não conseguia parar de pensar em você enquanto estive fora," Ele
interrompe, sua voz mais profunda. Ele trilha seus lábios no meu pescoço,
beliscando de vez em quando, ele está tentando me provar. Me comer. Ele me
empurra até que meu bumbum atinja a pia, e eu não posso ir mais longe.

"Você gostou de me provocar por e-mail, não é? Me mandar aquela foto


da sua orelha." Ele ri como um vilão de quadrinhos. "Inteligente. Se esse era
seu plano para tornar-me obcecado, funcionou."

Eu entro em pânico, porque ele está agindo tão estranho. "Não, realmente
não havia plano. . ."

Ele enterra sua mão em meu cabelo, puxa minha cabeça para trás e cai de
boca para baixo na minha garganta como um vampiro. É tão repentino, eu
pulo, assustada, fora do meu juízo e, em seguida, uma mão para no meu
peito e aperta.

"Michael! Você está me machucando!"

Ele esmaga sua boca na minha.

Eu o empurro, ofegante e levanto a mão para os meus lábios machucados.


"Cara! Começo a gritar! Eu não vou transar com você no banheiro! No caso de
você não ter me ouvido , eu disse para parar! "
É como se na minha recusa Michael se transforma. Ele está lá um minuto,
o homem bem-educado, familiar e, em seguida, ele desapareceu, substituído
por um psicopata convocado em uma sessão espirita.

Ele agarra meus braços, me empurra para cima da pia e me beija outra
vez, selvagemente, seus dentes afundando em meu lábio inferior. Ele me
empurra para trás e minha cabeça bate contra o espelho.

Eu reajo por instinto puro e o mordo.

"Ai!" Ele se afasta por um segundo — respiração difícil, atônito — e leva


os dedos à boca. Quando ele traz sangrentos, ele sorri.

Ele olhou para mim com aqueles olhos de psicopata, e meu sangue corre
frio. Eu tento pular o balcão, mas ele me mantém no lugar, seus braços fortes
de tanto squash,como fui tão burra.

"Deixe-me ir!"

"Ela gosta de jogar duro." Ele luta com meus braços atrás das costas. "Eu
também."

Ele ri na minha orelha, e cheiro o álcool no hálito dele novamente,


Cauterizante fumos que me fazem querer amordaçar. Quanto ele deve ter
bebido? " Pare. Michael, para!"

"Oh, vamos, Joellen, não seja tímida. Ambos sabemos o que estamos
fazendo. Você queria uma promoção, certo? Você achou que elas foram
entregues gratuitamente?"

Ele beija meu pescoço, pressionando sua virilha na minha, arrasta a


bainha do meu vestido para cima para que ele possa pegar um punhado de
coxa nua. Meu coração bate com partes iguais de medo e fúria, sobrepostos
por completa descrença.

"Você está brincando agora? Mandei parar!"


"Vou parar quando eu estiver pronto e satisfeito." Sua voz é um rosnado.
Ele enrola os dedos em torno do elástico da minha calcinha sobre meu
quadril.

Assim quando estou prestes a soltar um grito de socorro, a porta se abre.


Aumenta o som da música. Michael e eu paramos, olhando para ver quem
entrou.

É Portia.

Ela é dura como uma estátua na entrada da porta, olhos arregalados, boca
formando um horrorizado O de choque para a imagem de Michael e eu
fazemos no balcão.

Meu cabelo está bagunçado. Estamos ambos respirando forte. Meu batom
está manchando a boca dele. Minha perna está dobrada em sua cintura, e
meu vestido está enrolado na cintura para que minha coxa fique
completamente exposta, todo o caminho até minha calcinha.

Eu sei exatamente o que parece para ela, e me dá vontade de vomitar.

Portia vira-se sem dizer uma palavra e a porta move-se fechado atrás dela.

Com todas as minhas forças, eu empurro Michael. Ainda fora de


equilíbrio por conta da interrupção de Portia, ele cambaleia, piscando.
Deslizo do balcão, endireitando meu vestido, então passo por onde ele está
de pé, paro o olho e dou um tapa mais forte que eu posso em seu rosto.

"Você pode pegar a sua promoção e enfiá-la você sabe onde!"

Saio do banheiro, minha visão embaçada de lágrimas nadando em meus


olhos. Sigo apressada pelos corredores elegantes para pegar meu casaco.
Fora na calçada, chamo um táxi, meu hálito sai em nuvens, minhas orelhas
estão dormentes de frio.
Quando estou em segurança dentro do táxi e dou ao motorista meu
endereço, eu quebro e começo a chorar.
TRINTA E UM

Quando Cam abre na minha batida, eu lanço meus braços ao redor de


seus ombros e enterro meu rosto em seu pescoço.

"Joellen! O que aconteceu? Porque você já voltou?"

Eu sou incapaz de falar sem que comece uma nova onda de lágrimas. Meu
corpo todo treme. Estou tão chateada, é como se uma bomba tivesse
explodido no meu estômago e rasgasse um enorme buraco através de mim.

Tudo o que eu tenho fantasiado nos últimos dez anos tem sido apenas
isso: uma fantasia. Michael não é um cavaleiro de armadura vindo me
resgatar em seu fiel corcel. Ele é a maçã que a bruxa ofereceu para Branca de
Neve — perfeito, brilhante e cheio de veneno.

"É fácil. Respire, moça. Entre e fale comigo."

Cam me acalma com palavras suaves, seus braços fortes e protetores em


torno de minhas costas. Ele chuta a porta com seus pés descalços. "O que
aconteceu com seu cabelo? E porque você está chorando?"

"Michael", eu sussurro. "Ele. . . ele. . ."

Cam fica tenso. Sua voz sai baixa e perigosamente difícil. O que, moça?"

Tenho medo de lhe dizer exatamente o que aconteceu, porque suspeito


que por seu tom, postura e expressão, ele vai marchar direito porta a fora,
encontrar Michael e fazê-lo desejar que nunca tivesse nascido. Em vez disso,
eu vou com uma generalização. "Ele é um idiota!"
Cam pega meu rosto em suas mãos e me obriga a olhar para ele. Ele
rosna, "Se ele abusou de você, vou quebrar seus joelhos!"

Embora eu tenha vontade de chorar, isso me faz sorrir um pouco.


"Abusado de mim? É engraçado, vovó. "

"Juro por Deus, mulher, é melhor me dizer o que ele fez para você entrar
neste estado, ou eu vou assumir o pior, vou caçar aquele bastardo e arrancar
seus testículos. Fale".

Em uma voz baixinha, pergunto, "Por que é tão difícil para você vestir
uma camisa, Garanhã? Esta conversa seria muito mais fácil para mim se não
tive que fingir que não está pelado."

Embora a expressão dele fosse dura, preocupada, um brilho de humor


brilha em seus olhos. Ele varre o seu polegar sobre minha bochecha,
provavelmente enxugando o rímel borrado. "Todos estes músculos estão
distraindo você novamente, não estão?"

A verdade é que, eles estão. Ele é enorme e musculoso e coberto de


tatuagens, o exato oposto de Michael em praticamente todos os sentidos.

E ele nunca abusaria de mim. Ele vai brincar e flertar e provocar-me sem
piedade, mas eu conheço esse homem que Michael uma vez descreveu como
"um animal absoluto" Preferiria cortar suas mãos do que fazer algo para
magoar ou desrespeitar-me.

Como Michael tentou me obrigar em um banheiro em troca de uma


promoção.

"Moça", diz Cam, vendo-me pensar com um sulco entre as sobrancelhas.


"Eu não sei o que se passa dentro desse cérebro, mas . . ."

Eu subo no meu pé... e o beijo.


Ele solta um suspiro assustado, mas roubo dele e o beijo com mais ardor.
Ele permite, aceitando minha língua em sua boca com um pequeno gemido,
mas quase imediatamente assume o controle, torcer a cabeça para quebrar o
beijo. Ficamos lá por um momento, respiração áspera, o silêncio ficando mais
amplo com cada batida do relógio.

"O que foi isso?", indaga, sua voz áspera.

"Isso foi um beijo."

Meus braços estão ainda em torno de seus ombros. Seus braços estão
ainda em torno de minhas costas. Nossos peitos estão pressionados
firmemente juntos, tanto que sinto seu coração batendo loucamente contra
meus seios.

"Você quer dizer que isso foi um beijo de vingança? Porque não acho que
foi realmente sobre mim."

Gemendo, fecho meus olhos e solto a minha cabeça no peito dele.

"Responda-me só isto: ele machucou você?"

"Só meu ego", admito, miserável. "E talvez minha fé na humanidade."

E meu pobre e estúpido coração, claro, que está chorando a morte de um


lindo sonho. Não só perdi Michael, mas minha carreira está acabada. Mesmo
que Michael não me demita, Portia me reportará por confraternizar com o
CEO, e é isso. Ela já interrompeu-nos juntos na cozinha e provavelmente fez
anotações escritas de cada vez que nos viu juntos no escritório. Mesmo se eu
negar qualquer envolvimento com ele, tudo que eles tem que fazer é uma
pesquisa no meu e-mail para encontrar provas suficientes para colocar minha
cabeça à prêmio.

Meu emprego já era.


"Seus instintos estavam certos sobre ele, Cam. Ele estava na festa com sua
esposa. Eu sou uma tola."

Cam levanta a minha cabeça com uma junta sob o queixo. "Você não é
uma tola," ele suspira. "Você já se esqueceu do que eu te disse antes de ir
embora?"

"Não, mas você é parcial porque está apaixonado por mim."

Cam pára de respirar. O ar passa elétrico. Estava brincando, a maneira


que ele sempre me provoca sobre estar apaixonada por ele, mas o olhar no
rosto. . . oh Deus. Quantas vezes desejei que o Michael me olhasse com desejo
tão imprudente. Cidades inteiras estão queimando atrás dos olhos de Cam.

Há uma fração de segundo de hesitação, então nos movemos ao mesmo


tempo, com a mesma necessidade, nossos corações rufam o mesmo ritmo
louco. Nossa bocas conectam-se como duas peças em alinhamento perfeito.

O beijo é profundo e quente, mas também incrivelmente macio. Eu estou


sendo descascada, camada por camada, até ao meu núcleo mais vulnerável.
Eu tive apenas um gole de vinho na festa, mas me sinto bêbada.
Desorientada. Parece que o meu mundo inclinou sobre o seu eixo e eu estou
caindo em um buraco de coelho em direção ao centro da terra.

Isto não devia acontecer. Não com ele.

Sem mais uma palavra, Cam me ergue em seus braços e nos leva em
direção ao quarto, seus passos longos e rápidos. Quando chegamos lá, ele me
coloca na cama, sinto suas mãos em ambos os lados da minha cabeça e ele
olha nos meus olhos.

"Eu vou deixar você nua. Então eu vou fazer amor com você. E depois vai
me dizer se você quer doce e terno novamente, ou se você quer sujo e duro. "

Sua voz é um sussurro, emocionante em sua intensidade e controle.Não


há um homem vivo que poderia fazer com que essas palavras soem tão
ameaçadoras e tão emocionante tudo de uma vez como Cam. Sinto-me como
se estivesse parada na beira de um penhasco, olhando para baixo em um
abismo, vento chicoteando meu cabelo em volta do meu rosto.

Não sei o que há do outro lado deste momento. Para ser honesta, não me
importo.

Ele me beija profundamente, seu cabelo fazendo cócegas nas minhas


bochechas. Então ele move a boca para meu pescoço, seu maxilar raspando a
pele sensível sob minha orelha, seus lábios quentes e macios, a respiração
irregular como a minha. Posso dizer que ele está tentando ir devagar, mas
suas mãos estão tremendo.

Eu percebo que ambos queríamos isso há muito tempo para começar com
ternura.

"Esqueça sobre fazer amor comigo, Cam," Eu digo, meu sangue como fogo
nas minhas veias. "Vamos fazê-lo sujo e duro."

Ele respira, "Graças a Deus," suas mãos estão em meus cabelos, beijando-
me outra vez como se fosse morrer se não me beijasse.

Ele faz um som profundo no fundo de sua garganta, como o rosnado de


um animal. O lobo nele, sai para brincar. Sinto uma emoção estranha
aflorando em mim, descendo entre minhas pernas. Arrasto-o em cima de
mim pelos passadores dos seus jeans, desesperadas para sentir o peso dele.
Minhas coxas envolvem sua cintura. Ele já está duro para mim. Eu me esfrego
contra essa dureza, desesperada, como nunca estive.

Ele está se contorce contra mim. Olhos em brasa, cheios de luxúria. Logo,
meus sapatos são jogados cada um por cima do ombro ao chão, em seguida,
desliza suas mãos abertas dos joelhos para o interior de minhas coxas nuas,
apertando minha carne. Então antes que eu mesma posso registrar o que está
fazendo, ele tem minhas pernas abertas e puxa minha calcinha de lado.
Eu choro em choque porque sua boca — sua boca quente, maravilhosa —
está lá.

Um tremor percorre o meu corpo. Eu estou ansiosa por todo o lado.


Minha pele está corada e ardente. "Cam. Ah Deus. Não pare, isso é incrível,
isso é. . ."

Eu rompo com um gemido de estrela pornô quando ele desliza um dedo


dentro de mim.

Estou aberta. Minha caixa torácica se sente vazia, como se todas as


minhas entranhas estivessem escorregado para fora e só existisse isto, a
sensação da sua língua e os sons que ele está fazendo — grunhidos brotando
profundamente de seu peito que são sexy e sujo e quente, parece que ele não
se cansa do meu gosto, como se ele fosse tão ganancioso por mim como eu
sou por ele.

Quando minhas coxas começam a tremer e minha respiração sai com


dificuldade porque eu estou perto, tão perto da onde eu quero ir, Cam para
de repente, e sobe encima de mim.

Com seu olhar no meu, ele desaboatoa seu jeans e sai fora deles, em
seguida suas boxers. Vejo-os deslizar para baixo de suas pernas e ficar em
volta dos tornozelos, e faço um pequeno som involuntário de luxúria. Ele
segura sua ereção saliente, vendo a minha cara.

Sento, tiro sua mão fora do caminho, enrolo as duas mãos em torno do
pau dele e o levo na minha boca.

Seu gemido me faz sentir como uma deusa.

Ele enrosca suas mãos em meu cabelo, acaricio as bolas com uma mão
enquanto acaricio seu eixo grosso com a outra, sentindo-me ainda mais como
uma deusa quando ele amaldiçoa sob sua respiração.
"Maldito inferno,como é doce a sua boca," ele sussurra, flexionando os
quadris. "Eu amo essa boca. Eu amo. . . "

Ele suspira quando o levo tão profundo quanto eu posso na minha


garganta.

Então, eu estou no meu estômago, capotando em um movimento


extremamente rápido. Cam arrasta minha bunda no ar com o braço
envolvido em minha cintura, me coloca sobre meus joelhos e, em seguida,
tira meu vestido, expondo a minha bunda. A próxima coisa que eu sinto é
dentes afundando na minha bunda.

Sou pega em uma respiração surpresa. Minhas mãos ondulam em


punhos nos cobertores.

Seu hálito quente passeando sobre minha pele, Cam grasna, "Queria fazer
isso desde o segundo em que pus os olhos em você, parada na minha porta
com essa camisola verde feia, me dizendo para baixar a música, toda cheia
de curvas."

Ele me morde, não forte o suficiente para rasgar a pele mas forte o
suficiente para arder e avermelhar. Eu quase desmaio. Adrenalina grita
através de mim. Eu mal posso respirar.

Ele continua a me morder, deslizando a mão entre as minhas pernas para


acariciar-me como ele faz o seu caminho através de uma bochecha para a
outra até minha bunda inteira é pungente e eu estou balançando contra a
mão, ofegante, morrendo.

Eu estou morrendo. Ele vai me matar. Ele belisca meu clitóris e morde
minha bunda e eu estou no céu absoluto.

"Eu tenho que tirar este vestido." Ele puxa meu zíper, impaciente, mas
não tenho tempo para isso.

"Deixe-o", digo, ofegante. "Só deixa e me foda".


Não preciso dizer-lhe duas vezes. Ele abre uma gaveta na mesa de
cabeceira. Eu ouço o rasgo da embalagem e abro os olhos para apreciar o
incrível prazer de vê-lo rolar um preservativo no comprimento do seu pau
grande e glorioso.

Então ele está de joelhos atrás de mim, equilibrando-se com as mãos na


minha cintura. No outro segundo, sua ereção me cutuca e, em seguida, estica-
me aberta até que eu estou ofegante.

Ele leva um grande punhado de meu cabelo, enrola em volta do pulso


para que minha cabeça inclina-se de volta, então empurra seus quadris,
dirigindo dentro de mim.

Grito. Ele empurra novamente. Eu clamo a sensação dele, grande e


invasora, seu calor incrível em cima de mim, dentro de mim, o cheiro da sua
pele em meu nariz. Então ele estoca em cursos longos e duro, segurando-me
no lugar para o seu prazer com uma mão amarrada ao redor de meu quadril
e meu cabelo como uma trela à volta do pulso.

Ele bate na minha bunda, difícil. Eu rio como uma lunática. . . porque eu
amo tanto.

Ele sabe. Claro que ele sabe o que eu gosto. Ele começa alternando de
bater em minha bunda com força e acariciar meu clitóris inchado, até que
eu estou gemendo e me debatendo completamente fora de mim, traçando de
volta em cada impulso, direto no fio da navalha do orgasmo.

Ele belisca meu mamilo rígido através do vestido e eu convulsiono em


torno dele.

"Foda", ele sussurra com a voz rouca. "Você gozou. Oh foda-se, Joellen. . ."

Corta com um gemido como eu venho, tudo dentro de mim apertando e


desapertando em ondas rápidas, furiosas. É bom, tão bom, oh Deus, tão bom. Eu
não percebo que eu disse isso em voz alta até Cam concordar comigo.
"Eu sabia que seríamos perfeitos juntos."

Ele vira-me nas minhas costas, mas fica de joelhos, puxando-me para que
minha cabeça e os ombros fiquem no travesseiro, mas ele está segurando o
resto de mim com as mãos por baixo da minha bunda. Eu seguro minhas
mãos contra a cabeceira da cama quando ele começa a empurrar em mim
forte, a respiração com dificuldade e nossos olhos trancados um no outro,
todos os músculos do peito e abdômen apertados e suor pinga dos cabelos
dele.

Ele é tão lindo, parece que estou transando com uma obra de arte.

Meu corpo é mole comparado ao dele, mas não importa. Sou tudo em
seus olhos, que devoram cada polegada de mim como se fosse a primeira vez
que viu o sol.

Uma das minhas pernas levantam e meu tornozelo cai no ombro dele.
Agora, ele está tão profundo como ele pode ir e eu estou fazendo sons que
nunca fiz antes, sons de animal, instando-o. Ele vira a cabeça e beija meu
tornozelo, um gesto tão doce, ele envia uma dor penetrante como uma flecha
direto no meu peito.

Aperto os meus olhos, mas eu não posso parar o som inarticulado de


angústia que quebra de mim. Mesmo quando estou a construir em direção a
outro orgasmo, estou lutando um ataque repentino de emoção, porque sei
que não importa quão bom ele é, isto não pode ir mais longe do que hoje.

Alcanço e agarro os seus braços, puxando-o para baixo em cima de mim,


então envolvo meus braços e pernas em torno dele e enterro meu rosto em
seu pescoço, inalando o cheiro dele, tentando marcar este momento na
minha memória. Ele estremece e geme baixinho. Seus impulsos crescem mais
rápido. Com mais força. Sua respiração é tão instável como o bater do meu
coração.

"Moça", ele suspira.


"Por favor", e choramingo, porque eu estou ali, também.

Então nós estamos sobre a borda juntos, enrijecendo e clamando, meu


corpo curva-se por baixo dele, minha cabeça é jogada para trás contra o
travesseiro. Ele está resisitindo, selvagem e fora de controle, cavando seus
dedos em meu couro cabeludo como se fosse se perder no meu corpo e o
resto final de minha negação se desfaz e se liberta.

Eu tenho sentimentos por Cameron McGregor.

Deus, isso realmente vai doer.


TRINTA E DOIS

É tarde, ou cedo. Eu não sei qual. Estou confortável na cama nos braços
de Cam, traçando meus dedos sobre todas as tatuagens no peito, porque
quero me lembrar de cada detalhe sobre ele depois que ele se for.

Eu vou ter algo para me sustentar através dos próximos cinquenta anos
celibatários.

"Eu nunca lhe perguntei por que você e Kellen trocaram de


apartamentos," eu murmuro. Minhas pernas estão pesadas, e estou dolorida
em vários lugares, graças à notável resistência de Cam. Nós transamos três
vezes nas últimas duas horas — duas vezes na cama e uma vez no chuveiro.

Cam passa seus dedos na minha espinha e pressiona um beijo em minha


tempora. "Meu treinador sugeriu que mudar de cenário seria bom."

Eu inclino a cabeça e olho para ele, sorrindo. "E isso foi bom?"

O sorriso que ele retorna é suave e doce. "Sim". Ele faz uma pausa por um
momento, seu sorriso desaparecendo. "E não".

Eu sei o que ele significa. Ouvimos o tiquetaque do relógio no fundo.

"Por que você precisava mudar de ares?"

Após outra pausa, Cam suspira pesadamente. "Minha vida se tornou. . .


incontrolável."

A garota menor de idade e grávida que Michael mencionou


imediatamente vem à minha mente. Eu estou relutante emtocar no assunto e
estragar este momento bonito, mas se eu tenho apenas alguns dias para
descobrir tudo que puder sobre Cameron McGregor, vou ter que fazer isso.
"Aquela adolescente,você quer dizer."

"Sim. Entre outras coisas. Eu estava bebendo demais. Atacando todo


mundo. Nunca fui bom em lidar construtivamente com minha raiva, mesmo
depois de anos de terapia."

"Você fez terapia? Por anos?"

"Eu trabalhei na minha cabeça mais forte que eu trabalhei no meu corpo.
Não posso dizer que o efeito foi tão bem sucedido, mas sim. Terapia. Vendo o
quanto minha mãe foi fodida pela vida, sempre fui para o auto-
aperfeiçoamento. Eu também li muito. Tudo, realmente, biografias de história
política. Não fui para a faculdade — fazer o ensino secundário com a minha
deficiência para aprender foi duro o suficiente — mas eu adoro ler. "

Ele é tudo o que ele é, e , ele adora livros. Por que, universo? Por que me deu isso
com alguém que tem uma vida do outro lado do mundo? Eu o abraço mais perto de
mim, respirando seu perfume maravilhoso, quente, engolindo o caroço na
minha garganta. "Você não parece particularmente zangado comigo,
Garanhão."

Ele ri e esfrega seu nariz no meu cabelo. "Beleza doma a fera selvagem,
suponho".

Meu coração brilha em ouvi-lo me chamar de beleza, mas eu odeio a ideia


de ele ser infeliz. Meu instinto materno quer abraçá-lo perto de meu peito e
lutar contra os lobos por ele, mas outro instinto me diz que seus lobos estão
todos do lado de dentro, não lá fora.

"Alerta vermelho."

O peito dele treme com riso reprimido. "Okey. Manda."

"O processo que está metido, eu ouvi você falando com alguém no
telefone. Está relacionado com a adolescente grávida?"
Ele acena. "Ela está me processsndo pela paternidade."

Quando eu suspiro, ele é rápido para adicionar, "Eu não sou o pai, moça.
Posso não ser um pilar da moralidade, mas sei o suficiente para ficar longe de
adolescentes."

"Eu sei. Eu acreditei em você antes , quando você me disse que não era
verdade. Que idade tem ela?"

"Dezesseis".

"Oh meu Deus! Ela é uma criança!"

Sua voz fica seca. "Não diria se você visse a foto dela. Ou tem um olhar
para dentro de sua mente. Ela é uma coisinha muito astuta. Quer atenção,
sabe como obtê-la."

"Acho que seria melhor apenas contar a história, porque estou cozinhando
alguns cenários realmente assustadores em minha mente agora, Cam."

Ele distraidamente pentea os dedos pelo meu cabelo enquanto ele fala. "A
história, para colocá-la em poucas palavras, é que eu sou um alvo. Um
grande e burro alvo. E eu já fiz esse favor na forma como eu ajo —
embriaguez e desordem, minha história de namoro. Meu advogado acha que
é um milagre que eu não tenha mais destes tipos de acusações." Seu riso é
assustadoramente escuro. "Sorte minha."

Espero, segurando minha respiração, até que ele continua.

"Eu fiz uma festa na minha casa. Sempre estive em festas. Ter pessoas à
minha volta me faz sentir melhor. Menos. . . impaciente. Minha casa estava
sempre cheia de pessoas. Amigos — se você pudessse chamá-los assim —
companheiros, estranhos, quem quer que fosse. "

Lembrei do strip poker que ele promoveu na primeira noite que nos
conhecemos, a garota anônima que ele pegou em um bar e senti um arrepio
em pensar o que teria acontecido se eu morasse num andar diferente. Não
nos conheceríamos. Ele pode ter uma mulher qualquer, acusando-o de
paternidade de nascituro aqui, também.

Talvez na verdade dessa vez.

"Uma noite no verão, esse cara trouxe sua irmã. Ela parecia ter vinte, pelo
menos. Maquiagem completa, saltos altos,toda vestida. A festa ficou
selvagem. Lá pelas 03h, desmaiei no gramado no quintal. Quando acordei de
manhã , o lugar estava em ruínas e todos se foram, exceto essa garota, que
encontrei chorando na minha cozinha, parecendo uma bagunça. Perguntei o
que havia de errado, ela diz que seu irmão a deixara e ela não tinha como ir
para casa de jeito nenhum. Então, o idiota, se ofereceu para levá-la. E é isso.
É tudo o que eu fiz: levei para casa. Na próxima semana recebi uma visita da
polícia, que queria discutir como eu gostaria de declarar-me sobre a alegação
de coerção sexual sob a lei de crimes sexuais."

Estou enjoada. Talvez ouvir esta história não foi uma boa ideia, afinal.
"Então ela alegou que vocês dois transaram?"

"Sim. Eu estava bêbado, mas não estava bêbado o suficiente para


esquecer isso. Nunca a vi depois que ela entrou. Então minha equipe jurídica
fez entrevistas com todos que estiveram na festa, e parece que ninguém
pode confirmar se ela esteve perto de mim em qualquer momento. Porque
não havia nenhuma evidência física, também, e ela não tinha nenhuma
testemunha para confirmar sua história, as acusações foram arquivadas. Mas
nessa altura a imprensa pegou a história. Fui chamado de tudo, de pedófilo
à estuprador."

Ele faz uma pausa para um suspiro. A tensão em seu corpo irradia em
ondas. "Esse tipo de história não se apaga."

"Ah, Cam. Isso é horrível."


"Isso não é mesmo a pior parte. Dois meses mais tarde, ela descobre que
está grávida e abre um processo de paternidade contra mim."

"Mas tudo o que levaria seria um teste de DNA para provar que não é o
pai!"

"Sim. Que ela não vai apresentar, alegando que pode machucar a criança.
Estou preso à espera até que ela dê à luz, para que possamos fazer o teste de
sangue e provar que sou inocente. Entretanto, ela está em todos os noticiários,
chorando sobre como eu me aproveitei dela."

Estou furiosa em seu nome. "Mas isso não é justo! Ela está mentindo!"

Ele parece cansado quando responde. "Esse é o preço que eu tenho que
pagar por me recusar a resolver os fatos. Seus advogados me ofereceram um
acordo para mantê-la calada, mas eu recusei, porque isso é chantagem. Tudo
vai vir à luz quando o bebê tiver nascido, mas até lá, é um verdadeiro circo."

"Mas você não pode processá-la por difamação ?"

Ele disse suavemente, "Se alguém é culpado pelo assassinato de meu


personagem, moça, sou eu. E ela é uma criança que está obviamente confusa.
Que bem faria no final?"

Isto é tudo muito deprimente. "Eu gostaria que houvesse algo que
pudesse fazer para ajudar. Eu odeio que você esteja passando por isso."

Ele vira o rosto para meu cabelo, inalando profundamente. "Você já


ajudou, moça. Não tem ideia quanto."

Sua voz é rouca com emoção, profunda e primal, e traz lágrimas na parte
de trás dos meus olhos. Nós ficamos em silêncio por alguns instantes, apenas
respirando, até que ele começa a falar novamente.

"Isto vai parecer estranho pra caralho."

"Já estou preocupada."


Ele desenha um fôlego e, em seguida, balbucia, "Você me faz lembrar de
minha mãe."

"Por falar em estranho! Eu vou tentar não pensar nisso, obrigada. Poderia
esperar para colocar essa joia em mim antes de ficarmos pelados na cama?"

Ele ri. "Eu sei. Desculpa. O que quero dizer é. . . " Ele luta por um
momento para encontrar as palavras certas. "Como você é uma protetora
natural. Como você sabe fazer as pessoas sentirem-se bem sobre si mesmos
sem forçar. Como você é sempre honesta." A voz dele cai. "Como me sinto em
casa."

Eu fecho os olhos e respiro profundamente, o que não ajuda a minha voz


quebrada quando digo, "Você está me matando aqui, garanhão."

Ele puxa-me mais apertado contra ele, abraçando-me forte com aqueles
braços musculosos. "Vamos falar sobre o elefante na sala?"

Eu sei o que isso significa, mas fiz uma brincadeira para evitá-lo, porque
eu sou um perita em evitar conversas difíceis e desconfortáveis e momentos
emocionantes com mau humor. "Tem um nome para essa coisa? Porque
secretamente chamo isso de Godzilla."

"Eu não estou falando sobre meu pau, moça, e você sabe disso."

Eu escondo meu rosto em seu peitoral. "Eu já mencionei que você tem
belos mamilos? Porque tem. Mamilos de homem são altamente
subestimados."

Cam agita o meu cabelo com um suspiro. "Eu tenho que voltar para a
Escócia no dia 3."

Ele deixa isso cair lá, só uma arma carregada apontada para nossa
relação, fico com as pernas trêmulas como de um recém-nascido. Quando
não digo nada, acrescenta, "O treino para a nova temporada começa no dia 6,
talvez possa ficar mais. . ."
"Não", eu interrompo, minha voz abafada contra sua pele. "Você não pode
ficar. Você tem que voltar para sua vida."

E eu tenho que descobrir a minha. O que resta dela. gostaria de saber se um


emprego no McDonalds ou Starbucks seria melhor adequado para minhas aptidões?

Sua voz fica rouca, Cam diz, "Venha comigo".

Meu coração começa a bater freneticamente, deixando-me sem fôlego. Eu


perco momentaneamente o poder do discurso, que é uma coisa boa porque
meu estado mental no momento poderia ser melhor descrito como "O pé para
fora em um precipicio".

"Vou comprar uma passagem, um com uma data de retorno em aberto,


então você pode ficar o tempo que quiser. Levar algum tempo de férias, veja
se você gosta da Escócia. . . porque você está tremendo a cabeça?"

"Você sabe que é impossível," sussurro, odiando como pareço chorona.


Esses tipos de momentos chamam para o tipo da força feminina, que eu não
tenho. Tenho certeza que eu vou limpar meu catarro do peito dele à qualquer
minuto.

"Moça. . ."

"Tenho trinta e seis, Cam. Você tem vinte e nove. Tenho neuroses mais
velhas que você. Você é uma pessoa fascinante, famosa, cuja casa está sempre
cheia de pessoas, eu sou tão caseira que só socializo com meu gato. Você vai
acabar se ressentindo de mim. Eu vou acabar com saudades de casa, me
sentindo como um fardo. Nós dois temos problemas bastante significativos,
temos que consertar nossas vidas e usando um ao outro como muletas não
vai fazer nada, mas criar mais sofrimento. "

Depois de um momento longo, tenso, Cam, diz, "Uau. Isso foi sangrento e
deprimente. Tente novamente. E desta vez mantenha curto e diga que sim."
Eu gemo e rolo pro outro lado. Se eu pensasse que funcionaria como uma
pontuação final na conversa, Cam coloca essa ideia imediatamente de lado e
descansa o braço em volta da minha cintura e arrasta-me para trás contra ele.

Ele coloca seus lábios contra o meu ouvido e fala devagar e lentamente,
como se eu fosse um animal selvagem com medo. Ou alguém realmente
estúpido.

"Número um, não dou a mínima sobre nossa diferença de idade. Você
também não deveria. Número dois, minha casa está sempre cheia de pessoas,
porque estou sozinho, não porque eu adoro festas. Dois B, minha vida não é
glamorosa. Antes de te conhecer, eu era um carro que ia a 100 km/h em linha
reta em direção a um penhasco. Número três, a única coisa que eu nunca vou
ressentir-me sobre você é seu compromisso incansável para se colocar para
baixo. Não tenho uma resposta para a possibilidade de que você ter
saudades de casa, mas a absoluta certeza que faria o possível para que se sinta
em casa, na minha casa, como você faz aqui. E número quatro porra,
problemas que temos em nossas vidas seriam significativamente melhores
por ser com a única pessoa de qualquer um de nós podemos confiar.‛

"Você não é uma muleta para mim, Joellen. Você é um presente. Se você
não quer vir para a Escócia porque não quer estar comigo, tenha a coragem
de dizê-lo, mas não alimente mais desculpas. E pare de colocar seu
pensamento num pior cenário para essa coisa entre nós — mantenha essa
besteira negativa em outro lugar. "

Há um silêncio longo e terrível, em que eu olho pela janela para a neve e


tento o possível para me manter inteira, mesmo que ele tenha me quebrado
completamente .

Normalmente isto é onde eu desato a chorar e fujo depressa para casa .


Não — é incorreto. Normalmente lá não tem nenhum atleta famoso de robe
cor de rosa choque, que deixou-me tonta e me convidou para morar com ele
na Europa, mas aparentemente este é o meu novo normal, então só vou ter
que aguentar e lidar da melhor maneira que sei.

"Aposto que você provavelmente só tem sorvete de baunilha em sua casa."

Cam começa a rir, suavemente no princípio, mas depois ele dá


gargalhadas que chegam a sacudir a cama, o colchão e nós dois trememos
como se estivéssemos em um vendaval.

"Sheesh, Garanhão. Você é uma porcaria em ficar bravo com alguém,


você sabe disso? "

"Não, moça." Ele arrasta-me em cima dele — me segurando dessa


maneira maravilhosa que me faz sentir pequena e feminina, sou grata por sua
dedicação para crescerem seus músculos tão grande — e olha para mim,
sorrindo. "Você é muito estranha e maravilhosa para ficar brava por muito
tempo."

Ele me beija, suas mãos no meu cabelo e um sorriso na boca. Dobrando-


me debaixo do braço eu ouço sua respiração ficar mais profunda até que sei
que ele está dormindo.

Deito-me ao lado dele e inspiro-o uma última vez, dizendo a mim mesma
que é melhor se eu escorregar para fora antes que ele acorde para evitar o
inevitável constrangimento de manhã.

Em seguida, reuno o meu vestido e sapatos do chão e saio na ponta dos


pés, fechando a porta suavemente atrás de mim.
TRINTA E TRÊS

É véspera de Natal, o terceiro mais deprimente dia do ano atrás de Natal e


dia dos namorados. Este ano é ainda pior do que o habitual porque não só
Michael Maddox ainda não me ama, não me importo porque eu me
apaixonei por outro homem pelo qual eu nunca vou ter um futuro.

Acho que é só eu.

Eu estou deitada na cama com Mr. Bingley, olhando para o teto, sentindo
pena de mim, quando ouço uma batida na porta. Sua batida. Ele deve ter
acordado, porque ainda está escuro lá fora.

"Não vou respondê-la," Digo ao gato, que me dá um olhar enojado, que


me faz ficar na defensiva. "O que você está olhando?"

A expressão dele diz eu sei exatamente o que você fez de errado e você
deveria ter vergonha de si mesma. Agora me sinto pior, porque mesmo um
gato estúpido é mais inteligente que eu.

As batidas de Cam vem mais alto e mais alto, até ouvir sua voz através da
porta. "Eu sei que está aí. Não me importa quanto tempo leve, eu vou estar
aqui fora até você abrir."

Suspiro, vai ser melhor acabar com isso e sair da cama. Eu espio à porta
da frente com um cobertor enrolado em volta de mim.

"Joellen!"

"Eu estou aqui, Garanhão," Eu disse através da porta. "Não acorde o


prédio."
"Abra".

Encosto minha testa contra a porta. "Eu não posso. Estou muito ocupada
me chutando."

"Você está falando sério? Abra a porta."

Ele parece bravo. Olhei pelo olho mágico apenas para encontrar um par
de olhos cor de avelã, olhando para mim.

"Posso ver sua cabeça, moça. Já discutimos isto."

Levo algumas respirações calmante, então abro a porta. Cam se empurra


através dela, colocando-me fora do caminho no processo. Na metade do
caminho para a sala de estar, ele gira sobre seu calcanhar e olha para mim.

"Diga-me que estou errado e você não saiu sem dizer adeus, depois que
tivemos sexo intenso quatro vezes. Diga-me que você veio para alimentar o
gato e estava a caminho de volta quando eu bati na porta. "

Eu estremeço e enrolo a manta mais apertado em torno de mim. "Hum".

Ele parece surpreso, ofendido e totalmente irritado. "Maldito fantasma."

"Não."

"Sim!"

"Não," fantasma "é quando você está namorando alguém e acaba com ele
e desaparece da sua vida sem qualquer explicação. Te deixar mais cedo era
apenas. . . " Eu me esforço para encontrar uma palavra apropriada.
"Conveniente".

Um fogo rasteja acima do seu pescoço. Seus olhos brilham com raiva.
"Conveniente"?

"Prático, quero dizer."


Isso só faz olhar mais furioso.

Aperto a ponta do meu nariz entre os dedos. Estou me sentindo enjoada, e


como se eu estivesse começando a ter uma enxaqueca. "Cam. Nós já falamos
sobre isto. Você está indo em poucos dias. Você vive em outro país. Você tem
uma vida lá, tenho uma vida aqui."

"Sério?" ele diz, a voz dele pingando sarcasmo. "A vida passa por você,
Joellen?"

Agora ele não é o único que é louco. "Ai, Garanhão."

"Você está certíssima, ai. Agora você sabe como me senti quando acordei
sozinho. Estou surpreso que você não deixou dinheiro na cômoda por
serviços prestados."

Eu engulo em torno do súbito inchaço na garganta. "Me desculpe. Eu não


quis fazer você se sentir mal. Foi só um erro."

Ele reage como se eu tivesse o chutado no estômago. Ele volta, o sangue


drenado do rosto, a boca aberta e os olhos bem abertos.

"Um erro?"

Percebi imediatamente que o erro real era usar essa palavra, que era
obviamente uma escolha incrivelmente ruim. "N-Cam, escuta, não quis dizer
assim. . ."

"Eu sei exatamente como você queria, moça," ele diz amargamente,
passando por mim. Ele está fora do meu apartamento, no fim do corredor, e
batendo a sua porta antes de eu mesmo ter a chance de obter mais uma
palavra adequada.

Estou lá há muito tempo, lutando contra o desejo de correr no fim do


corredor e me jogar em seus braços, mas eventualmente eu cedo a realidade
inevitável da situação e volto para a cama, arrastando o edredon sobre minha
cabeça.

Mr. Bingley salta para baixo, querendo não ter nada a ver comigo.

Eu ainda estou na cama às 17h naquela tarde quando o telefone toca. Eu


atendo com um "Alo" maçante.

"Oi, querida! Feliz Natal!"

"Oi, mãe. Feliz Natal."

Ela ri. Parece a Califórnia: brilhante, bonita, alegre. "Sei que estou um dia
mais cedo, mas estamos indo amanhã de manhã para a casa da sua irmã e
ficaremos lá. Você sabe quão louco fica lá com as crianças. Provavelmente
não teremos uma chance de ligar."

Eu sei que ela não quer ser má, mas é em momentos como este que eu
tenho que morder minha língua antes de dizer você quer dizer não encontrar
um tempo para ligar.

Jacqueline e seu marido, Jack — não me faça começar sobre essa aliteração
— tem gêmeos de dois anos. Seus nomes também começam com a letra J,
porque o astrólogo da minha irmã disse-lhe que a energia seria boa. Você não
acha que Satanás poderiam habitar dois corpos ao mesmo tempo, mas rapaz,
você estaria errado. A quantidade de vômito verde e ranho que produzem
essas crianças pertence à um filme de exorcismo. Como fazem seus gritos,
que poderiam varrer a pintura das paredes. Não faço ideia por que minha
mãe está tão desesperada para acrescentar mais monstrinhos para nossa
família, mas ela é da opinião de não ser verdadeiramente feliz e realizada até
que eu seja mãe.

Ou um tamanho dois.

"Ah, nós postamos os pacotes no correio ontem, querida! Muito obrigado


por esse lenço ngorá bonito."
Bonito é a palavra código para horrível. Nós passamos a enviar uns aos
outros presentes que sabemos que o outro não vai gostar, porque as relações
de mãe e filha são campos minados e cenas de homicídio um monte de outras
coisas super.

"E obrigado pelo novo calendário de gato rabugento que me enviou, mãe.
Não posso esperar para levantar esse trouxa na parede e passar mais um ano
a olhar para a cara de prisão de ventre."

"Isso me lembra, querida — ouviu alguma coisa sobre sua promoção?"

Meu estômago afunda porque sei que ela vai pirar quando souber que eu
vou ser despedida. Mas então, de repente, tenho um momento de epifania
pura. Um outro tipo de foda-se essa merda de clareza, apenas muito maior.

Não importa o que minha mãe pensa sobre qualquer coisa.

Uau, eu não tinha ideia como pesado esse pedaço de bagagem foi, até que
eu o deixei cair.

"Sim, más notícias ," Eu disse. "Meu chefe — lembra Michael, aquele que
eu era apaixonada por anos atrás e disse que ele seria perfeito para
Jacqueline? — acabou por ser uma grande canoa furada e tentou apalpar-me
no banheiro das meninas na festa de Natal. Aparentemente essa promoção foi
uma espécie de acordo de pagar para jogar, e eu não estava jogando. O
escritório está fechado até depois do ano novo por causa das férias, mas eu
tenho certeza que vou ser demitida logo quando eu voltar."

Minha mãe grasna, "O quê"?

"Que chatice, certo? Você pode querer emprestar-me o quarto de


hóspedes. Ah, também? Cameron McGregor convidou-me para voltar para a
Escócia com ele. Tivenos algum tipo de relação sexual, com que não estou
emocionalmente qualificada para lidar, mas sei que você está interessada em
saber que ele é incrível na cama."
Eu ouço um baque e me pergunto se eu matei minha mãe.

Natal pode não ser tão ruim afinal.

Só que é, porque estou inteiramente sozinha, comendo feijão com gosto


de churrasco frio, de uma lata que roubei do fundo de um armário e bebendo
uma garrafa de Syrah barato enquanto olho melancolicamente para fora da
janela da sala com apenas um gato surdo e crítico como companhia.

A ironia não é perdida em mim quando dei o nome dele ao meu "ideal"
romântico de um homem. Mr. Bingley foi tudo que Mr. Darcy não era:
educado, charmoso, popular. Mesmo depois que descobriu-se no final que
Darcy era mais do que aparentava — que ele era, na verdade, um homem de
caráter incrível e profundidade — eu sempre achei os Sr. Bingleys fossem
preferíveis, porque quem realmente quer lidar um homem ardente quando
você pode ter um marshmallow leve e macio de um homem?

Um idiota, talvez.

Dia 26 de Dezembro amanhece com uma nevasca, que é conveniente,


porque combina com meu humor. Decidi passar os próximos dias assistindo
todos os filmes natalinos que odeio como punição por A) perder dez anos
amando a ideia de Michael Maddox e B) arruinar uma amizade perfeitamente
boa com Cam por ter um selvagem e desinibido sexo com ele, me
apaixonando por ele e então imediatamente piraR. Estou assistindo pela
terceira vez é uma vida maravilhosa . . . quando vem a batida.

Eu congelo, um punhado de pipoca de microondas no meu punho.

A batida vem novamente. Que é uma imitação de Cam, mas é diferente,


porque de alguma forma parece sombria.

Eu ponho de lado a tigela de pipoca e vou para a porta da frente, meu


coração martelando como louco. Quando eu abro, Cam está parado em jeans
e uma camiseta, tão devastadoramente sexy como sempre.
Ficcamos olhando um para o outro. E a primeira coisa que sai da boca
dele, "Não acredito que você não me desejou um Feliz Natal, cretina."

"Bem, eu pensei que nós não estávamos conversando."

Ele faz uma carranca para mim, uma mecha de cabelo cai nos olhos dele.
Isto se arrasta por um tempo, até que ele suspira e sussurra maldições sob
sua respiração. Em seguida, ele mexe no bolso dianteiro da calça jeans e pega
uma chave. Ele então empurra para mim. "Aqui. No caso de você querer
cometer mais erros, antes de eu partir."

Cheio de trepidação, olho para a chave, que é aparentemente da porta do


apartamento do Kellen. Ah Deus. Ah não. Não faça isso. Não faça isto pior do que
já é

Mas claro que pego isso. Eu sou estúpida, mas não sou louca.

Nós olhamos um para o outro em silêncio por alguns momentos mais,


até que Cam diz: "Okey. Então. Nos vemos por aí. Ou não."

Ele gira ao redor e volta para o apartamento dele, batendo a porta, só


para que eu saiba que mesmo que ele esteja me convidando para ter o sexo
mais alucinante do mundo, ele ainda está zangado.

Eu olho para a chave em minha mão, me perguntando quanto tempo vai


demorar antes de usá-la.

Eu duro um dia, que eu acho que é muito bom. Na verdade, é mais do que
um dia, porque quando dou por mim ao abrir porta do apartamento do Cam,
levei 25 minutos a mais do que a hora que ele veio.

Todas as luzes estão apagadas, exceto por uma lâmpada de leitura


pequena queimando palidamente na sala de estar. Por um momento me
pergunto se ele não está em casa, mas então ele sai do quarto bem em minha
direção, olhando com raiva, todo assustador e quente.
Ele me pega em seus braços como se fosse a coisa mais natural do mundo
e volta para o quarto.

Olhando o perfil dele, sussurro, "Por que você está nu?"

"Eu durmo nu."

"Você estava dormindo?"

"Não. Agora cale-se."

"Você ainda está bravo comigo?"

"Sim. Agora Cala a boca. "

Calo-me. Ele me joga na cama como bagagem. Eu salto, sem fôlego e tento
me sentar, mas ele não está aceitando nenhuma das minhas ideias
inteligentes. Ele me empurra para baixo e me beija, duro, um joelho preso
entre as pernas e os dedos torcidos em meu cabelo.

Eu derreto como manteiga no colchão.

"Eu estou chutando você depois," ele diz, respiração áspera e empurrando
minha saia até minhas coxas. Ele arrasta a minha calcinha para baixo das
minhas pernas. "E não se atreva a fazer perguntas pessoais."

Oh, ele está muito bravo comigo. Ele está furioso. Deus, isso é excitante.

Ele não se incomoda em tirar minha camisa e sutiã ou preparar-me com


preliminares — não que eu precise, desde que eu encharquei minhas
calcinhas logo que o vi — ele simplesmente encaixa a ereção em um
preservativo e irritadamente empurra dentro de mim.

Arco, gemo e apaixono-me um pouco mais.

Ele me fode duro. Como se estivesse tentando provar algo. Eu fixo meus
dedos no seus bíceps e enrolo as pernas em torno de suu cintura e espero
pelo passeio. Quando estou gemendo, ofegante e só ali, ele retarda, rosna
"ainda, não" e beija a minha garganta.

"Por favor, Cam," Eu gemo, minha pélvis contra a sua, desesperada para
por mais atrito.

Então eu estou em cima dele, bagunçada e escarranchada no rosto dele,


maltratado na posição ele me quer, seu pau duro a polegadas da minha boca.

Ele ordena, "Chupa" e enterra seu rosto entre minhas pernas.

Eu suspiro e resisto, chocada quando sua língua mergulha


profundamente dentro de mim. Ele espalha as duas mãos sobre minha bunda
e faz uma refeição de mim, lambendo e chupando até ficar sem fôlego.

Recebo um tapa na minha bunda, um aviso por eu deixá-lo sozinho


muito tempo.

Eu envolvo minha mão ao redor de seu eixo, mas paro antes de levá-lo em
minha boca. Não me imagino a boca cheia de látex, obrigada, por isso tiro o
preservativo de seu comprimento do rolo, em seguida tomo a coroa
ingurgitada de seu pau entre meus lábios.

Ele fica sem fôlego e, em seguida, solta-o com um gemido que vibra
dentro de mim. Meus olhos literalmente revertem em minha cabeça. Eu
lambo sua ereção da base à ponta, sobre as veias e é emocionante quando ele
pulsa em minhas mãos. Então eu começo um ritmo, chupando e acariciando,
cada vez mais rápido, sua língua entre minhas pernas, até que eu ache que vá
desmaiar.

Cam escava uma mão no meu cabelo e puxa, fazendo com que o pau dele
escape da minha boca. "Espera," Ele diz, ofegando por ar. "Foda-se. Espera."

Nós estamos congelados assim por vários momentos, até que ele recupere
o controle de si mesmo. Então ele pressiona o beijo mais gentil diretoem meu
clitóris. Quando eu arrepio, ele ri, um som escuro, satisfeito que emociona-me
como nada que já conheci. Mas não ia ficar para trás, então rolo a minha
língua ao redor da cabeça de seu pênis como num redomoinho e sou
recompensada por um gemido que poderia ganhar um Oscar do pornô.

Então, se torna um jogo de quem vem primeiro. Também conhecido como


uma vitória.

Vamos para a frente e para trás, lentamente, revezando. Primeiro ele


lambe e chupa meus seios por um momento, depois pára para eu lamber e
chupá-lo. Quando eu trapaceio e começo a languidamente acariciar as bolas
dele, ele trapaceia deslizando um dedo sob meu sutiã e apertando meu
mamilo latejante. Eu levo-o na minha garganta, até a sua base, e ele desliza
dois dedos dentro de mim fazendo círculos.

Quando todo o meu corpo está tremendo e estou suando e entortando os


olhos, quebro primeiro.

"Eu preciso gozar, Cam."

"Então venha." Ele volta para lamber.

"Venha comigo".

"Assim, ou. . ."

Estou feliz que ele pediu, porque de repente estou precisando de contato
visual. Este jogo é incrivelmente quente, mas eu estou ansiando mais — estou
ansiando por ele. Eu quero gozar olhando nos olhos dele.

Droga. Eu sabia que ia me arrepender.

Desço de cima dele, pego outro preservativo na mesa de cabeceira e


coloco nele. Satisfeita com a minha técnica, eu sorrio para sua ereção.

Cam agarro meus braços e vira-me de frente pra ele. Colocando-se entre
minhas pernas, ele diz rispidamente, "É isso quero que você quer?"
Eu aceno, mordendo meu lábio contra um gemido. Ele desliza para dentro
de mim e Deus, é bom.

Mas ele não vai rápido e duro novamente. Ele vai dolorosamente lento,
uma mão segurando minha bunda e com a outra minha cabeça, apoiado em
um cotovelo e olhando nos meus olhos.

Cheia de emoção, inspiro uma respiração. Ele sorri, mas é dolorosamente


triste.

"Vá em frente, querida," ele sopra. "Diga-me que isso não importa. Diga-
me que é tudo um erro."

Eu tenho que virar meu rosto porque não quero que ele veja as lágrimas
reunindo em meus olhos. Quando finalmente gozo, ele está ali comigo,
gemendo meu nome e contorcer-se dentro de mim, cinzelando o nome no
meu coração do jeito que Michael nunca fez.

Então isto é o amor. Cara, é ainda pior do que o Natal.


TRINTA E QUATRO

A mecânica do amor é algo assim:

Canto dos pássaros no ar e seu coração em seu beijo,

Olhos se encontram, as capturas de respiração, uma faísca de luxúria

Um pulso de pura alegria e uma dor você deve

Prosseguir contra a lógica; Aquela pequena voz em sua mente

Alerts de goblins e alçapões e coisas que você pode encontrar

Seu amado vai fazeraquelas coisas chatas e irritantes

Como peidar e se atrasar e esse ronco horrível.

Mas seu coração insiste em seu sonho impossível

Até que um dia você acorda para encontrar um grito terrível

Preso em sua garganta sem lugar para ir

E você acha que volta na época que parece tanto tempo atrás

Quando o seu amor era um pássaro, voando alto na asa

Não esta coisa pequena, seca e enrugada.

"Bem, isso vai para o Hall da fama do Romance," Digo em voz alta,
examinando com alarme o poema que acabei de concluir. Não é nem um
soneto adequado, só um monte de deprimente rimas que poderiam ser
entregues como avisos para casais em terapia. Aqui, veja o que tem pela frente.
Quer se inscrever para isto?

Eu passo um grande X na coisa toda e Fecho meu livro de sonetos.

É dia 2 de Janeiro, o dia depois do Ano Novo. Amanhã vou voltar a


trabalhar para ser demitida por ser a puta do escritório, o que é muito injusto,
tendo em conta que quando chegou a hora de ganhar meu título, eu optei
por cair fora. Só não pareceu que eu fiz, que é tudo que importa.

Também amanhã, Cam volta para a Escócia. Todas as noites desde que ele
me deu a chave, eu fui a té ele para sexo quente, raivoso e me deixando
sentir um pouco pior que no dia anterior.

Não estamos falando, exceto para discutir qual posição deveríamos trocar
para outro. Não estamos juntos. Não teremos jantar juntos. Nós reduzimos
para o pior dos mundos possíveis — amigos com benefícios, sem a parte de
amigos.

O sexo é incrível, mas eu realmente sinto falta do meu amigo. Sinto falta
de rir com ele. Sinto falta de tudo.

É minha culpa. Eu sei que é tudo culpa minha. Eu escorreguei e cai no seu
pau mágico o que estragou tudo.

Estou muito deprimida, olhando através de anúncios de empregos.


Ninguém nunca encontra um trabalho assim, de qualquer forma. Passo horas
cabisbaixa navegando através de sites de recrutamento on-line, mas
inevitavelmente acabo abrindo uma garrafa de vinho e tento afogar minhas
mágoas. Spoiler: não funciona.

Às 4 da tarde, estou no meu terceiro copo de vinho quando o telefone


toca. Não atendo porque ou é minha mãe... ou é minha mãe. Michael não
tentou contactar-me. Nenhum pedido de desculpas por e-mail, nem
mensagens de texto com "Oops, eu estava bêbado", nem nada.
Admito: isso dói. Quer dizer, isso pontadas. Não parece nada como o que
sinto quando como o que vai acontecer comigo, quando Cam desaparecer e
eu ser forçada a admitir que minha vida sem ele vai ser um giganteemoji
fedorento de cocô.

Eu sei que eventualmente vou encontrar outro emprego. Mas não há uma
chance no inferno, que eu vá encontrar alguém como Cameron McGregor. Só
espero é que alguns anos antes de eu pegar o jornal e ver um retrato
sorridente dele e sua bela esposa e seus filhos perfeitos, porque eu preciso de
um pouco de tempo entre agora e depois para me convencer que eu não sou
realmente apaixonada por ele.

Uns dez, vinte anos.

Alguns momentos depois o telefone para de tocar, o luz vermelha


piscando na máquina me diz que eu tenho uma mensagem. Sem nada melhor
para fazer, decido descobrir quem é.

"Joellen, é Portia." Um delicado pigarro, então ela começa de novo. "Da


editora de Maddox. Eu queria esperar até depois do Natal para te ligar. Como
você sabe, ah, o pessoal vai voltar para trabalhar amanhã." Pausa longa,
sinistra. "Por favor, encontre-me na sala de reuniões assim que você chegar."

Nós? Sala de reuniões? Bem, acho que é um lugar tão bom como qualquer
outro para ser despedida após dez anos de fidelidade. Tem a melhor vista.
Embora eu estou justamente furiosa por ser demitida por algo que não fiz,
estive aqui por tempo suficiente para saber como essas coisas funcionam.

Homens nunca são punidos severamente como mulheres por quebrar as


regras, porque homens fizeram todas as regras em primeiro lugar.

Eu tenho um ás na manga, no entanto. Se eu não conseguir uma


indenização decente e uma carta de referência, vou processá-los por demissão
injusta. Claro, ninguém vai acreditar em mim e eu ainda vou estar
desempregada, mas um processo pode fazer Michael Maddox pensar duas
vezes antes de enfiar a mão no vestido do alguma outra pobre coitada.

Não entendo por que Portia não me despediu por correio de voz, mas eu
tenho coisas pessoais na minha mesa, quero pegar, então tenho que entrar de
qualquer maneira.

Mas então as coisas dão uma uma volta em direção ao impensável


quando abro a porta de Cam mais tarde e ele já foi. Eu sei disso porque ele
me deixou um envelope no balcão da cozinha, marcado com meu nome. Lá
dentro está uma nota:

Sou péssimo com despedidas e não estamos falando de qualquer maneira,


então eu estou pulando essa parte e vou ficar em um hotel hoje à noite.

Minha oferta era séria. Ainda é. Minha porta estará sempre aberta para
você.

É extinto o teu enquanto o sol as chamas para fora e toda a vida na terra,

Garanhão

Incluído no bilhete tem uma passagem de primeira classe para a Escócia.

Sento no chão da cozinha e choro como um bebê, enrolada em uma bola


com a nota, fechada em meu punho.

De manhã, eu sou um zumbi. Ou posso ser, para todos os efeitos. Minhas


entranhas estão todas em nós. Meu cérebro está apodrecido. Não consigo
pensar, não consigo comer nada, e certamente não serei capaz de falar uma
frase coerente em minha defesa quando eu entrar no escritório.

Cam foi embora. Ele realmente se foi. Sinto-me morta, mas também como
se tivesse sido apunhalada por facas e jogada em um tonel de ácido. Como as
pessoas sobrevivem à isto?
Partilho o elevador até o trigésimo terceiro andar com Denny, que deve
estar assustado pela minha aparência, porque está calado como um rato de
cozinha. Tudo que eu recebo é um morno, "Dia". Que ótimo para mim,
porque em meu atual estado de espírito, sou capaz de cometer um homicídio
se confrontada com uma piada de peidos.

Os cubículo são exatamente os mesmos , no entanto, parece


completamente diferente. Como eu sentei naquela mesa durante dez anos da
minha vida? Como olhei para aquelas paredes cinzas? Como eu gastei tanto tempo
pedalando mais rápido que pude em uma bicicleta que não têm rodas?

Eu sigo para a administração em linha reta, porque não há nenhum


sentido em adiar o inevitável. Quando eu aperto para abrir a pesada porta de
carvalho, estou surpresa de encontrar a sala cheia de pessoas.

Todo mundo pára o que esta fazendo e vira, olha para mim.

Ruth do RH está aqui, é claro. Então Portia, injustamente linda em um


vestido verde. Bruxas não deveriam ter um brilho lindo. Também estão o pai
de Michael, o COO, alguns outros membros do Conselho que reconheço, e
uns caras com óculos grossos e rostos como lajes de carne que olham com
desconfiança como advogados.

"Joellen." Portia dá um passo a frente e faz gestos em direção a cadeira


mais próxima de mim. "Obrigada por ter vindo. Por favor, sente."

Isso é quando eu começo a ficar nervosa. Todas estas pessoas me olham,


todos tão sério. . . eu estou prestes a ser acusada de um crime?

Não espero por mais e colapso na cadeira. Então espero.

É Ruth quem fala primeiro. "Estes senhores são os advogados da


empresa."
Achei que ficaria com medo de ouvir, mas ao invés disso estou cheia de
uma quente e súbita fúria, tão quente que momentaneamente estou atônita.
Então eu encontro minha língua e mando ver.

"Então vai ser táticas de força e intimidação logo de cara, hein? Ninguém
nem quer ouvir o meu lado da história? Ninguém está interessado no que
aconteceu — você vai colocar tudo isso em mim e me jogar fora como lixo
após dez anos de serviço dedicado? " Minha voz se levanta quando minha
raiva pega vapor. "Depois que eu ralei e segui as regras e lhe dei tudo o que
tenho, vou ser punida?"

Eu levanto abruptamente, batendo a cadeira, minhas bochechas em


chamas. Ao redor da mesa do Conselho, as pessoas começam a parecer
alarmadas.

Mas não me importo. Hoje é o pior dia da minha vida. Cam se foi e eu não
vou deixar que me tratem de qualquer jeito.

"Perdi um dia de trabalho na década passada. Um! E isso foi só porque eu


tive que fazer uma cirurgia nas minhas partes íntimas , o que não é um
passeio no parque, eu vou te dizer! Eu senti dores terríveis e sangrei
coágulos do tamanho de órgãos importantes por três semanas, sentada bem
ali naquela cadeira!"

Um dos advogados fica fracamente verde e as outras pessoas tossem na


suas mãos.

Ruth diz suavemente, "Joellen."

"Não, eu não terminei! Eu nunca fiz nada com Michael exceto ser ofuscada
pela sua brilhante palhaçada "— frenética, sarcástica giro as mãos no ar —
"trocamos algumas mensagens e compartilhamos algumas conversas de
telefone estúpidas que duraram cerca de cinco minutos! Nem sequer o beijei!
Apesar do que você pensa que viu, Portia "— dou a volta e olho para ela,
fazendo-a levantar suas perfeitamente esculpidos sobrancelhas —"Estava
tentando lutar contra ele na festa de Natal!"

Eu solto para fora em um fôlego, atrapalhada e suada, não tomando


nenhuma pequena satisfação em todos os olhares de horror que estou
recebendo. Está certo, idiotas. Sou mulher, ouçam-me gritar!

"Sabemos", diz Ruth.

Pisco os olhos para ela, convencida que o que ouço esta errado.S ilêncio,
você poderia ouvir um alfinete cair. "Uh. . . o que?"

"Eu estava em uma das cabines no banheiro naquela noite, Joellen. Eu


ouvi tudo."

Por algum motivo, a sala está aumentando. Então eu percebi, não, não é
a sala aumentando, isso sou eu afundando de volta a cadeira porque
minhas pernas já não estão interessadas no trabalho de segurar meu
amedrontado corpo.

Portia se encarrega. "Tivemos uma reunião de emergência do Conselho


depois que Ruth divulgou o que ela ouviu no banheiro aquela noite, Joellen.
Obviamente não posso revelar os detalhes daquela reunião, mas o que posso
te dizer é que Michael foi removido como diretor executivo da firma. Ele não
estará retornando."

Respiro, "Mas. . . Eu não entendo. "

O pai de Michael — um homem com olhos cinza-tempestade e um


imponente ar que eu tenho interagido apenas brevemente em festas e
piquenique da empresa — diz bruscamente, "Meu pai fundou essa empresa.
Eu serei amaldiçoado se meu filho acabar com tudo isso."

Quando os dois advogados lançam olhares agitados para ele, as coisa


ficam claras para mim de uma vez. Entendi porque Maria, a editora saiu, de
repente, antes que a promoção fosse anunciada, deixando uma vaga para
mim, e de como Portia pairou sobre mim por anos, assistindo Michael e eu
como um falcão, e não porque ela estava apaixonada por ele.

E de Sue Wong, mais jovem editora associada na história da Maddox. Sue


bonita, vivaz, ambiciosa.

"Esperem. Eu não sou a primeira que ele fez isso, eu sou? "

Sentindo essa sua sugestão, um dos advogados começa a explicar. "Sra.


Bixby, tenho alguns documentos, gostaríamos que você assinasse. . ."

"Ha!" Minha risada interrompe o advogado frio. "Sim, eu aposto que você
tem, amigo! Boa sorte com isso!"

"Sua nova posição como editora associada foi aprovada pelo Conselho,
Joellen," diz Portia calmamente. "Tudo o que você precisa fazer é assinar a
papelada".

Eu olho em volta da mesa, e eu tenho que rir de novo. "Caras. Sei que não
sou a ferramenta mais afiada na sala, mas não vou assinar nada sem ter meu
advogado revisando." Meu advogado não existe, mas isso não é hora para
divulgação completa. "E se você não quer me processar então quero " — eu
faço um gesto dramático desnecessariamente, englobando toda as pessoas na
sala, do edifício e a maioria do estado — " quero que vocês me deixem
sozinha com Portia agora para que possamos conversar."

Portia me observa com o mesmo olhar frio que ela tem me dado por
anos.

"Infelizmente, isso não é possível," começa advogado número um, mas


Portia o interrompe.

"Nos dêem cinco minutos, senhores." Ela varre o seu olhar azul ao redor
da mesa. "Ruth. Nós estaremos bem. Por favor."
A maneira como todos eles saem nervosos pela porta faz parecer que
estão indo para o pelotão de fuzilamento. Quando estamos sozinhas e a porta
fecha-se atrás da última pessoa, Portia e eu participamos de um duelo de
olhar.

Claro eu quebro primeiro. A mulher poderia trabalhar para a Gestapo.

"Por que você sempre foi uma vaca para mim?"

Ela não esperava isso. Posso dizer porque ela diz, "Eu não esperava isso."

"Vamos começar com as coisas do Michael em um segundo. Mas


realmente sempre me incomodou que você era tão má para mim. Nunca
entendi por quê."

Ela olha para baixo para colo, passa a mão sobre o cabelo perfeitamente
liso. Em seguida, ela suspira e encara o meu olhar. "Porque você me lembra
muito de mim, e eu odeio isso."

Meu maxilar desloca e cai em cima da mesa. "Eu? Lembro de você? Você
está doida? Nós somos o oposto!"

Ela faz um gesto como uma rainha, indiferente com a mão. "Como eu fui
usada , antes de decidir parar de deixar a vida me chutar os dentes." Um
fantasma de um sorriso levanta os lábios dela. "Modo de falar."

Quando fico olhando para ela com a boca aberta como um idiota
pasmada, ela olha para o teto e balança a cabeça. "Sempre esperei que um dia
você iria ter o suficiente de mim batendo palmas para você e você revidar. E
você fez, eventualmente. Depois que passei o dicionário inteiro de nomes
que começam com a letra J."

Eu estou chocada. "Portia, você é só. . . diabólica."

Ela ri de minha cara horrorizada. "Eu não imaginava que teria tanta
paciência, ou teria dito para você há dez anos para parar de ser tão
complacente." Seu sorriso se desvanece. "Ser bom é a pior coisa que uma
mulher pode ser. Bom significa que você tem que engolir seus próprios
sentimentos e focar em todos os outros. Bom significa não falar mais alto
quando você está errado. Bom significa ser conciliadora preocupando-se até a
morte com as opiniões dos outros. Bom significa nunca conseguir o que
realmente quer."

"Então, onegócio é andar por ai feito putas gigantes?"

Ela levanta um ombro. "Isso é uma maneira de fazer. Pelo menos você terá
respeito. Mas o que realmente quer dizer é que quando você está focado em
ser bom, que você não vai dizer uma verdade que precisa ser dita, porque a
pior coisa que uma garota legal poderia fazer é magoar os sentimentos de
alguém. Uma coisa melhor para se concentrar em ser verdadeira."

"Real", repito mesmo.

"Autêntico. Genuína. Viva sua verdade. Deixe os outros viver a deles.


Não puxe o saco de ninguém, mas não seja um imbecil, também. É muito
simples".

O ar sussurrando através das aberturas nas paredes parece alto em


silêncio a seguir. Eu digo, "Que interessante. Também é estranho. Eu não sei
como reagir."

Portia sorri um sorriso grande como nunca vi em seu rosto. "Isso é


exatamente o que quero dizer!"

"Okey, agora me perdi."

"A velha Joellen teria encontrado alguma resposta agradável, na


defensiva. Em vez disso, você agora é real. Parabéns, ainda há esperança
para você. Também fiquei impressionada com seu discurso quando entrou.
Muito real. Forte, bravo, impressionante. Bom para você."
"Eu sinto como se eu pudesse estar sonhando tudo isso agora? Como se
estivesse numa cama de hospital em algum lugar, enganchada em um
monte de tubos e a morfina?"

Portia eleva uma onda de mão como uma rainha novamente e o negócio,
aparentemente terminou com a porção de lições de vida da reunião. "A
posição de editora associada é sua se você quiser. Você, no entanto, terá que
assinar um contrato de confidencialidade e um documento liberando a
empresa de qualquer futura alegação de assédio sexual ou emocional,
decorrentes deste incidente com o Michael."

Ela penetra-me com os olhos de iceberg. "Você não poderá falar sobre o
incidente do banheiro ou sua relação pessoal com Michael, ou publicamente
denegrir a Maddox Publicações, de maneira alguma. Se o fizer, você será
demitida e a empresa prosseguirá todos os recursos legais disponíveis contra
você."

Pisco os olhos. "Wow. E eu achando que estávamos ficando amigas."

Mais suavemente, Portia diz, "Michael não voltará para o escritório,


assim você não terá que lidar com ele de novo. Em uma nota pessoal, eu
gostaria de me desculpar com você." Ela limpa a garganta, parecendo
desconfortável. "Eu vi isto vindo. Houve outros incidentes. É uma das razões
pelas quais ele foi removido tão rapidamente. Eu estou me colocando em
risco jurídico, dizendo-lhe isso, mas acho que é importante você saber que o
que aconteceu não é de nenhuma maneira sua culpa."

Estou realmente comovida com esta confissão. Vindo dela, significa


muito. "Obrigada, Portia. É muito gentil da sua parte".

Então há um silêncio constrangedor. Dura até que eu finalmente digo,


"Okey, eu vou ser franca agora. Isto tem sido muito para digerir. Passei os
últimos dez dias pensando que estava desempregada, e agora eu tenho a
promoção que eu sempre quis. Passei os últimos dez anos pensando que era
apaixonada por um cara que, afinal, é um chato. Passei o último mês vivendo
no mesmo corredor de um homem que se veste como se tivesse um teste
para o circo, tem um ego do tamanho da atmosfera da terra e o pau de um
campeão."

Olho para ela, com olhos arregalados . "Desculpe, essa última parte foi
provavelmente um pouco demais de franqueza."

Seu sorriso é tranquilo. "Continue. Estou gostando disso."

"Tenho certeza de que não quer ouvir sobre, você sabe, as cenas de sexo,
também."

Ela franziu a sobrancelha. "Por que não? Presumo que você esteja falando
sobre a grande coisa robusta que desfilou feito um pavão e deixou todas as
meninas em um frenesi de estrogênio? Ele era um belo garanhão".

"Bem, sim, mas. . ." Isso é estranho. Okey, seja verdadeira. Ela lhe disse para ser
real."Quero dizer, isso não é sua praia."

O sulco entre as sobrancelhas dela fica maior. "Eu posso parecer fria para
você, Joellen, mas te garanto , um homem parecido com aquele é a praia de
toda mulher."

"Até mesmo para uma lésbica?"

Ela me encara por um tempo, piscando, então diz, " É muito ignorância
assumir que uma mulher forte, solteira deve ser lésbica. Isso é realmente um
pensamento muito antiquado."

"Não, não penso assim — Michael me disse que você era gay. Disse que
sua namorada estava no Conselho de caridade com sua esposa."

Fico assustada quando ela explode em risadas.

"Michael disse que eu era gay? Oh, isso é engraçado. Não, Joellen, não sou
lésbica. Eu só não estava interessada em Michael, o que foi uma experiência
nova para ele. Ele é um mentiroso mesquinho. Só mostra o quão pequeno ele
é, quando pensa que me chamar de lésbica é vingança. Idiota."

Percebendo envergonhada o quanto fui ingênua, coloco minha cabeça em


minhas mãos e gemo. "Ele não estava nem mesmo se divorciando, não é?"

"Não. Ele nunca vai se divorciar da mulher dele. Ela deixa ele fazer o que
quiser. Embora agora que ele está sem emprego, ela pode querer se divorciar
dele."

Depois de um momento, ela suspira. "Apenas assine os papéis e deixe isso


para trás de você, Joellen. Você merece a promoção. Você trabalhou duro.
Não deixe esta oportunidade passar por causa da maneira que surgiu. Isso
seria um erro."

Vá em frente, amor. Diz-me que é tudo um erro.

Ouço as palavras de Cam na minha cabeça, e de repente estou sem


folego pela dor. O que estou fazendo? O que estou fazendo?

Levanto abruptamente, Portia olha para mim assustada.

Eu digo, "Oh merda."

"O que está errado?"

Tudo vem a mim de uma vez. Todas as memórias, todas as emoções,


todas as coisas que eu deveria ter dito. . . mas não. Meu coração troveja, eu
fecho os olhos e inalo uma respiração profunda.

O que. Porra. eu vou fazer?

Você já sabe, boneca.

Graças a Deus, uma das minhas vozes interiores me dá sentido.

"Portia, você terá que me desculpar. Tenho de ir para casa e fazer as


malas."
Ela pára ,com olhar confuso. "Malas? Do que você está falando? Onde
você vai?"

Eu viro e fujo correndo da sala, gritando por cima do meu ombro,


"Escócia"!
TRINTA E CINCO

Quando o táxi me deixa na frente do meu prédio, eu já quase estou me


molhando em pânico.

O voo sai em uma hora. Uma hora. Um intervalo de 60 minutos para


arrumar uma mala, Mr. Bingley em sua transportadora com todas as suas
coisas e chegar ao aeroporto antes do embarque terminar e não permitirem a
entrada de mais passageiros no avião. Que é normalmente cerca de quinze
minutos antes da partida do voo, então eu realmente tenho apenas cerca de
quarenta e cinco minutos.

O que significa que eu vou ser forçada a um daqueles finais de filme de


romance clichê terrível, onde o herói finalmente percebe seu amor pela
heroína e corre para o aeroporto em um carro com todos os seus amigos,
lutando contra o tráfego e uma construção desnecessária, até que ele chegue
no último segundo antes do avião decolar e declara seu amor enquanto todos
os amigos ficam animados e chorosos, e depois há uma montagem legal de
encontros românticos em aeroportos durante os créditos.

Só que em vez de um monte de amigos só vai ser Mr. Bingley.

A viagem de elevador leva milhares de anos. Quando ele atinge o andar,


eu corro pra fora e trombo com Sra. Dinwiddle, nós colidimos com um
sonoro "Oof!" e giramos em direções opostas. Mesmo em seus 80 anos e
salto alto, ela tem coordenação melhor do que a minha. Ela pára com todo o
glamour encostada contra a parede do corredor, enquanto eu acabo com a
minha bunda no tapete.
Salto para os meus pés, gritando, "Sra. Dinwiddle sinto muito, espero que
não esteja ferida, mas eu tenho que fazer as malas, estou indo agora para a
Escócia, não vou deixar o Cam escapar!"

Eu me viro e corro pelo corredor sem esperar por uma resposta. Minhas
mãos estão tão suadas e trêmulas que demora cerca de dez tentativas antes
de eu encaixar a chave na fechadura, mas então a porta se abre e eu tropeço
dentro, xingando como um marinheiro bêbado.

Eu corro para o quarto, arrastando a mala fora do armário, atiro-a para a


cama, então começo arrancando as roupas dos cabides e arremessando-as na
mala sem olhar para o que são, ou se corresponde a alguma coisa. Entra o
casaco verde feio que minha mãe me deu quando me mudei para Nova York,
mas em seguida tiro fora porque eu realmente odeio essa coisa.

Mr. Bingley dorme pacificamente entre as almofadas, ignorando o


tornado ocorrendo na sua frente.

Da porta da frente aberta, Sra. Dinwiddle me chama, "Ducky? Yoo-hoo!"

"Não posso falar agora Sra. Dinwiddle estou tendo um colapso mental e
tenho que estar no aeroporto dentro de dez segundos para o voo que Cam
deixou, pode por favor pegar minha correspondência para mim enquanto eu
estiver fora?"

Tudo sai em uma corrida sem fôlego, enquanto vou até o armário do
banheiro, recolhendo tampões e pasta de dentes, sapatos e roupa íntima e
jogando tudo encima da cama. Sra. Dinwiddle aparece na porta do meu
quarto, olhando-me divertida.

"Então ele finalmente a convenceu, pois não?"

Algo em sua expressão ou no tom me faz parar e olhar para ela. "Me
convenceu a fazer o que?"

"Se apaixonar por ele."


Quando eu olho fixamente para ela, ela revira os olhos. "O que achou que
ele estava fazendo todo esse tempo, Ducky? Andando sem camisas e se
oferecendo para lhe ensinar como beijar e dando um jeito de você fazendo
jantar pra ele, pra que ele tivesse uma desculpa para passar um tempo com
você? "

Eu faço um desinteressante som, meus olhos fugindo do meus rosto.

"Oh Sim, eu sei tudo sobre isso," ela diz, muito presunçosa. "Ele ficou
apaixonado por você desde o primeiro dia. Foi tão romântico, eu só tinha que
ajudá-lo, minha cara! "

"Ajudar"? Repito, minha voz estrangulada.

"Bem," ela diz, com pesar, " Você é mesmo muito atrapalhada com homens,
Ducky."

Eu decido, que vou cair morta mais tarde. Nesse momento, tenho que
levar meu rabo sem esperança para o aeroporto. Recomeço o processo de
embalagem.

"Oh! Antes que eu me esqueça. " Sra. Dinwiddle remove uma pequena
caixa de bolso do roupão dela e o coloca em cima da montanha de roupas.

Eu olho para ela como se aquilo pudesse estar cheio de antraz. "O que é
isso?"

"Seu presente de Natal".

"Oh, isso é tão doce, Sra. Dinwiddle. Você não devia."

"Eu não, minha querida."

Quando pisco os olhos para ela, ela suspira, um grande suspiro que
consegue soar afetuoso e revoltado e teatral ao mesmo tempo. "É do Cameron.
Ele me deu antes, ele deixou para dar a você."
Eu coloquei a mão sobre o meu coração, porque agora ele se torce
dolorosamente como um esquilo raivoso preso dentro de minhas costelas.
Com as mãos tremendo, eu abro a caixa.

É um par de lindos brincos de esmeralda, brilhando para mim em uma


caixa de veludo preto.

"A cor exata dos seus olhos, ele disse." Sra. Dinwiddle olha para os
brincos, olhos enevoados. "Ele os comprou no mesmo dia que você comprou
seu vestido de festa."

"O gerente", sussurra, meus olhos inundados de lágrimas. "Ele pediu para
falar com o gerente. Pensei que ele estava se queixando sobre o paparazzi
que tirou nossa foto, mas ele. . . comprou esses. . . "

Eu estou ofegando por ar, afogando-me em emoção, não posso continuar


porque o que estou sentindo é tão grande. De alguma forma o sentimento
incha até soar como música. Música alta e estranhamente irritante.

Música rap?

Com os olhos arregalados, eu olho para a Sra. Dinwiddle. "Está ouvindo


isso?"

Parece-me insultada. "Não sou surda, minha querida! Claro que posso
ouvir isso!"

Fecho a caixa de brincos, lentamente passo pela a Sra. Dinwiddle na sala


de estar. A porta do meu apartamento anda está aberta, como deixei e do
corredor vem o baque distinto , sobreposto por uma verdadeiramente
terrível letra, cantada por um homem que parece que fumar crack e engolir
lâminas de barbear são seus passatempos favoritos.

Tem volta, filho da puta

Eu estarei lá, filho da puta


Podemos ser bandidos, fiho da puta, para a vida!

Em uma corrida, atravesso o corredor e tento a porta do apartamento de


Kellen. Está trancada. Eu bato, mas não há resposta, assim que eu volto para
dentro do meu apartamento e pego a chave que Cam me deu que eu guardo
em um prato no balcão da cozinha.

Enfio na fechadura, a maçaneta vira na minha mão, e abro a porta. E aí,


Cam está lá dentro como se estivesse esperando por mim. Como se estivesse
esperando por mim por todo esse tempo.

Ele está com os pés descalços, sorriso maliciosamente e, claro, vestindo


apenas um kilt , sua assinatura. Ele diz, "Posso ajudá-la, moça?"

Posso ajuda-lá, moça?

É a primeira coisa que ele me disse. Eu me lembro o que pensei,


exatamente onde eu estou agora, de pé olhando para esta bela montanha de
homem. Meu Montanha. Meu garanhão. O homem que me fez acreditar em
milagres e em mim mesma.

Meu Deus, ele é um escocês. Um escocês enorme, seminu em um kilt. Sorrindo


para mim, como se ssoubesse todos os meus segredos, de que cor são as minhas
calcinhas, e que eu estou curiosa, o que seria ter um homem desses puxando meu
cabelo durante o sexo.

Com a voz crua e tremendo de emoção, digo, "Eu só queria saber qual é a
diferença entre um kilt e uma saia."

Com os olhos castanhos apertados, ele passo a frente, pega o meu pulso e
me puxa contra ele. No meu ouvido, ele sussurra, "O que você veste por
baixo. Pergunte-me o que eu estou usando por baixo."

Eu passo meus braços ao redor de seus ombros, abraço-o tão firmemente


como eu posso e sorrio. "Sinto que este é um truque para me fazer olhar para
o seu lixo."
"Sim," diz Cam. Ele eleva-me para cima em seus braços. "É". Por cima do
meu ombro, ele levanta seu queixo para Sra. Dinwiddle, que está nos
observando da minha porta, vigorosamente, abanando-se com o leque de
seda chinesa.

Cam chuta a porta com seu pé e se dirige para o quarto. Beijo-o por todo o
rosto e pescoço, emocionada e descrente que ele está aqui. Ele está aqui.‖‘’Era‖‖
suposto que você estivesse em um voo para a Escócia, Garanhão."

"Estamos, em um voo para a Escócia, moça."

Ele nos leva até a cama, e eu ainda vou beijando-o, segurando seu rosto,
ignorando a vazamento de lágrimas dos cantos dos meus olhos, porque sinto
que estou voando. "Eu estava fazendo as malas, eu estava indo te encontrar,
entrei no trabalho e percebi que eu sou uma idiota e não queria ficar sem
você, então eu corri para casa e então a Sra Dinwiddle contou-me tudo —
estava em conluio com a Sra. Dinwiddle! — mas eu estava correndo para
fazer as malas e depois ouvi sua música de estúpida e oh. . . "

Ele para a minha tagarelice com um beijo — profundo, quente e faminto.


Quando nós finalmente paramos para respirar, estamos ambos respirando
forte.

Sua voz é rouca e baixa quando diz, "Eu disse ao meu treinador que
precisava de mais uma semana para conseguir que a mulher que eu amo se
apaixonasse por mim."

"Oh". A mulher que eu amo. Sinto o bater do meu coração em todas as


partes do meu corpo. "O que ele disse?"

"Que eu era um idiota e se eu não voltar em dois dias, eu estava fora da


equipe."

Ele beija-me outra vez e estou derretendo, mas também estou em pânico
porque se Cam for expulso da sua equipe será por minha causa. "Espere!" Eu
o empurro. Ficamos olhando um para o outro, nariz a nariz. "Eu consegui a
promoção. Eles despediram o Michael. Portia não é lésbica."

Ele enruga a testa.

"Não importa. Ouça, eu tenho uma pergunta muito séria. Toda a nossa
relação pode depender de sua resposta."

Franzindo a testa mais profunda. "Sem pressão, então. Manda."

Olhando profundamente em seus belos olhos castanhos, peço


solenemente, "Que sabores de sorvete tem na sua casa?"

Seus olhos fazem essa coisa louca de ficar suave, mas também sexy, e eles
fazem isso agora, me queimando com todos seus sentimentos sentindo, todo
o amor do Homem Montanha.

"Eu tenho todos os sabores, moça," diz ele, rindo. "É de Cameron
McGregor que estamos falando. Eu tenho cada maldito sabor que você
precisa."

Ele me beija para prová-lo, a boca dele declarando seu amor sem palavras,
seu corpo quente e duro por cima do meu.

"Nós vamos perder o voo," sussurro, arqueando à medida que move a


boca para meu pescoço.

"O seu trabalho?" As mãos dele estão abrindo os botões de minha blusa, e
seus lábios estão seguindo por ali.

"Estou em uma boa posição de barganha para conseguir trabalhar em


casa."

Quando ele levanta a cabeça e olha para mim, erguendo uma sobrancelha,
sorrio para ele. "Eu vou te dizer sobre isso mais tarde. Agora vamos tentar
pegar esse voo ou o quê?"
Seu sorriso se acende lento e sexy. "Não, moça. Vamos pegar outro. Temos
coisas mais importantes para fazer agora."

E Ah, nós temos. Nós temos muito mais coisas importantes para fazer,
não pegamos um voo até o final do dia seguinte.
EPÍLOGO

Top 10 razões por que o Rugby não é ruim

1.Incrivelmente homens vestindo shorts extremamente curtos e camisas


extremamente apertadas, que se batem um contra o outro constantemente
enquanto ficam cobertos de lama, e sexy pra caramba É uma gigante e
violenta orgia.

2.Incrivelmente homens com roupas apertadas que aproveitam qualquer


oportunidades para agarrar bundas alheias e abraçar. Cheios de amizade
fraternal, os jogadores adoravelmente não têm consciência nenhuma sobre
sua devoção a seus companheiros de equipe. Aparentemente, seu machismo
extremo tem amplo espaço para exposições espontâneas de carinho entre
rapazes e amor fraternal, ao mesmo tempo usando shorts tão minúsculos e
reveladores. É uma coisa linda de se ver.

3.Barbas.

4.Tatuagens.
5.Músculos . Músculos por diassssss.

6.Esta dança de guerra chamada haka realizada antes do início da partida


por algumas equipes. É uma loucura tribal preenchida com grunhidos,
cânticos e muito pisoteado coordenado que leva a multidão em um frenesi.
Porque incrivelmente homens em roupas apertadas, dançam.

7.Nenhuma torcida.

8.Os fãs. Fãs de Rugby são o povo mais amigável, mais apaixonado do
mundo. E o mais bem educado. Eu nunca fiquei em um estádio com uma
multidão enorme que age de forma educada e formal, como se aguardassem
uma audiência pessoal com a rainha. Cam diz que rugby é um jogo de
cavalheiros, e ele está certo. (Exceto para as orgias violentas e gigantes.)

9.Cameron McGregor, capitão do amado Red Devils na Escócia, o solteiro


mais viril, bonito, talentoso, sexy, inteligente, gentil e uma talentosa besta que
já viveu.

10.Ver o número nove.

"O que está tramando, Miss Snufflebottom?"

Essa voz baixa e sexy vem da cama atrás de mim, onde eu deixei Cam
dormindo para levantar e fazer minha lista. Eu olho por cima do meu ombro
e encontro-o apoiado em um cotovelo, os lençóis agrupados em torno de sua
cintura, seu cabelo desarrumado, seu peito tatuado nu, os olhos castanhos
quentes com desejo inconfundível.

Me belisca. Isto é melhor do que qualquer conto de fadas.

"Fazendo uma lista. Mas eu estava prestes a começar o seu presente de


dia dos namorados."

"Oh"? Ele avidamente olha para a minha camisola, de um negro intenso


que ele me comprou na primeira semana que eu me mudei para a Escócia.
Seguida por outra e mais outra, até que eu tive que reenvidicar uma seção de
seu armário para abrigá-las todos.

Não que ele tenha se queixado. Acho que ele daria até todo o espaço do
armário se envolvesse mais da minha lingerie.

"Este presente inclui um striptease e chantilly?"

Eu estava pensando mais ao longo das linhas de um soneto, mas parece-


me demasiado animado para desapontá-lo. Assim que eu lhe dou um sorriso
de Mona Lisa, levanto-me da cadeira e estico os braços para cima. Os olhos
do Cam seguem cada movimento meu, afiados como um falcão. "É possível.
Depende de quando você vai me levar para ver a vovó O'Shea novamente.
Eu adoro essa mulher."

Cam instantaneamente pronuncia, " Assim que você quiser."

Eu rio, com prazer pela facilidade com que ele concorda com tudo sem
perguntar se vai receber algo em troca. O homem é uma esponja de amor. Ele
não pode absorver o bastante.

Faço meu caminho para a cama, movendo-me lentamente, apreciando seu


olhar amoroso comigo, até que estou perto o suficiente para que ele possa
pegar-me pelo pulso. Então ele me puxa para baixo em cima dele, rola-me de
costas, lança uma perna pesada sobre mim e me beija com tanta paixão que
tira o meu fôlego.
Ele respira apenas tempo suficiente para murmurar, "Bom dia, querida. "
Então me beija outra vez, com mais ternura desta vez, colocando meu rosto
em sua mão, seu cabelo fazendo cócegas nas minhas bochechas.

Corro minhas mãos até as costas musculosas,a sensação de que estou


afundando no colchão, derretida e gosmenta como um marshmallow
deixado no sol. "Bom dia para você, Garanhão," Eu digo sem fôlego quando o
beijo termina. "Embora não seja manhã mais — é tarde. Não acredito que
ficamos até 04h "

"Você é quem tinha que assistir apenas mais um episódio de Peaky


Blinders."

"Sinto muito. Netflix é minha criptonita. Como você dormiu?"

Ele cheira meu pescoço, levantando arrepios por meus braços quando
inala profundamente contra minha pele. Em uma voz rouca, ele diz, "A
melhor noite de sono da minha vida."

Eu sorrio, apertando meus braços ao redor dele. "Você diz isso todas as
manhãs desde que cheguei aqui."

"Isso é porque tem sido verdade." Ele levanta a cabeça e olha para baixo
para mim, sorrindo quando vê a feliz expressão no meu rosto. "O que é esse
grande sorriso?"

"Para o homem mais bonito do mundo, com um coração quase tão grande
quanto seu ego."

Ele ri, um barulho baixo que traz calor como raios de sol se espalhando no
meu peito.

"Eu tenho coisas maiores do que o meu coração ou meu ego, querida." Ele
flexiona os quadris para fazer seu ponto, e agora estou rindo.

"Vejo que Godzilla está acordado, também."


"É verdade. Acordado e com fome."

"Quando ele não está acordado e com fome? Essa coisa toma esteroides!"

"'Coisa'?" Cam repete, insultado.

Eu reviro os meus olhos. "Oh, me desculpe. Eu esqueci que deveria


mostrar respeito pelas joias da família."

O Sorriso de Cam acende-se lento e sexy. "E na maioria das vezes, mulher,
você faz um bom trabalho de honrar e mostrar seu respeito".

Agora é minha vez de ser insultada. "Na maior parte do tempo? O que
exatamente isso quer dizer?"

Ele sorri para minha cara azeda e aperta minha bunda. "Quem tem o ego
grande?"

"Você me contagiou", rosno, fingindo estar zangada com uma pose.

"Oh, eu vou te contagiar em tudo" ele respira e escava seus dedos em


minha bunda e me arrasta mais perto contra ele, então sua dureza pulsa bem
entre minhas pernas. Quando eu suspiro, recebo um beijo — profundo,
quente e exigente.

"Eu tenho uma chamada de conferência em menos de dez minutos."


Tento abafar um gemido mordendo meu lábio quando Cam move a boca
para meu pescoço e começa a beijar uma trilha até a clavícula. É tão bom.
Parece-me sempre tão bom.

Ele passa o nariz entre meus seios e, em seguida, oh-assim-suavemente


morde meu mamilo, através da camisola de seda.

Desta vez não sufoco o gemido. Eu arqueio em sua boca, puxando um


fôlego quando ele lambe meu peito em redemoinhos com sua língua ao redor
do meu mamilo duro.
"Cam".

"Mmm".

Ele mordisca. Oh Deus, ele mordisca. "Tenho uma ligação com o escritório
em. . ."

"Eu vou ser rápido," ele sussurra, movendo a mão do meu peito até o
estômago e, em seguida, fazendo-a deslizar entre as minhas pernas. Ele
esfrega a palma da mão contra mim, porque ele sabe o quanto eu amo isso.
Como simplesmente me deixa louca.

"Vamos esperar até depois," Eu digo. Ou gemo, tecnicamente. "Não quero


ser rápida esta manhã. Eu quero ir devagar. Longo e lento e profundo e duro
e oh . . . "

Não posso falar mais porque Cam agora está fazendo algo com a mão que
requer toda minha concentração.

No outro quarto, meu celular toca.

Cam para e geme. "Que droga! Ela está adiantada."

Eu tento afastá-lo, mas ele não se mexe. "Querido. Eu tenho que fazer
isso".

Ele se joga em sua parte traseira com um suspiro dramático e arremessa


um braço sobre o seu rosto. Eu planto um beijo rápido no peito dele e vou
para o telefone, dizendo sobre o meu ombro, "Você colocaria a Sra.
Dinwiddle no chinelo no departamento de teatro, querido."

Ele ainda está resmungando sobre a interrupção quando saio do quarto.


Pego minha xícara de café da cafeteira e vou para a sala de estar onde deixei
meu celular ontem à noite quando Cam me pegou do sofá, me jogou por cima
do ombro e me carregou para o quarto, reclamando que ele estava farto de
TV e precisava ser preenchido pelo meu amor .
Eu ainda estou esperando por ele pra ser preenchida, mas até agora ainda
não aconteceu.

"Joellen Bixby falando."

"Feliz segunda-feira, Joellen. É Portia. Como vai você?"

A voz dela é quente. Durante o último mês e meio já firmamos algo que
realmente pode qualificar-se como uma amizade, falando ao telefone várias
vezes por semana e nem sempre sobre o trabalho. Ao que parece, a rainha de
gelo tem um realmente perverso senso de humor.

Eu sento no sofá e sustento meus pés em cima da mesa de café, olhando


para fora das janelas do chão ao teto do apartamento de Cam, no centro da
cidade de Edimburgo com uma vista panorâmica do Castelo de Edimburgo,
os prados — uma versão em miniatura do Central Park — e o centro da
cidade. "Eu estou bem, Portia. Como estão as coisas no escritório?"

"Nada de interessante para o relatório, exceto que Denny lançou algumas


piadas de pum novas."

"Oh Deus. Piadas de peidos de dia dos namorados? Não consigo sequer
imaginar."

Portia ri. "Sim. Aparentemente, peidos são os gritos dos encurralados. . ."

"Pare!" Eu digo em voz alta, acenando com minha mão livre no ar. "Deixei
o país para escapar de piadas de peidos — não precisa me contar no
telefone!"

"Sei de fato que deixou o país por um motivo completamente diferente,


Joellen. E como está seu jogador escocês?"

Eu tenho que rir do termo e da insinuação na voz dela. "Não deixe a Ruth
do RH ouvir você falando assim ou você terá uma marca negra na sua ficha
de emprego. E ele está ótimo, obrigada por perguntar." Suspiro em
contentamento, sonhadora, girando uma madeixa de cabelo entre meus
dedos. "Ele é incrível."

Portia diz bruscamente, " Se você está prestes a dizer-me que você precisa
de tempo para uma lua de mel, estou prestes a dizer que há muito poucos
lugares na terra sem Wi-Fi. . ."

"Ninguém vai se casar! Nem falamos sobre isso ainda!"

Há um breve silêncio depois da minha explosão e, em seguida, Portia vai


toda prática. "Desculpe a intromissão, mas está com quase quarenta anos.
Deve ter só meia dúzia de óvulos."

"Opa! Nós fomos de casamento para infertilidade! Tem falado com a


minha mãe?"

"Não," ela diz, "mas acho que você poderia ser uma mãe maravilhosa. Não
há tempo como o presente. Então, como vai o livro de Beth Addison? Eu não
posso esperar para levar essa maravilha ao mercado. Ela é uma escritora
fantástica."

"Você está me dando chicotadas aqui, Portia."

"Continua, Joellen. Só porque você não está em Manhattan não significa


que vou aceitar qualquer folga no seu ritmo." Ela faz uma pausa. "Ou todo o
haggis lh subiu à sua cabeça?"

Eu assisto como Cam caminha para a sala, lindo em apenas um par de


cuecas brancas. Ele se aproxima de onde estou sentada, inclina-se sobre o
encosto do sofá, varre de lado o meu cabelo e beija o meu pescoço.

"Eu não comeria haggis nem se me pagassem 1 bilhão de dólares. Vamos


voltar à Beth Addison antes que esta conversa vá completamente pra fora dos
trilhos."
Na volta do meu pescoço, Cam murmura, "Nós devíamos falar sobre
casamento, no entanto. Considerando que já falei com seus pais sobre isso."
Ele fala e casualmente vai até a cozinha, como se não tivesse jogado uma
granada em meu colo.

Já falou com meus pais sobre o casamento? Estou tendo um ataque cardíaco? É
isso o que parece um ataque cardíaco? Ah Deus, não consigo sentir meu rosto.

". . . Fazendo sucesso com o novo editor??"

"O que? Hein? O que você disse?" Eu me viro no sofá para que eu possa
olhar para Cam. Ele está remexendo no armário procurando algo, de costas
para mim.

Portia suspira. "Estou feliz porque já passei algumas partes para a equipe
em — você está impossível hoje."

"Portia, desculpa — posso te ligar em cinco minutos? Eu estou tendo


problemas com a conexão. Eu vou ligar de um telefone fixo." Sem esperar por
ela responder, eu desligo. Então sento-me olhando as costas largas de Cam,
até que ele se vira e olha para mim.

Quando vê a expressão no meu rosto, ele abre um sorriso. "Oh, não. Ela
está pensando . Sinto o cheiro por todo o caminho até aqui."

Em uma voz baixa, eu pergunto, "Falou com meus pais em se casar


comigo?"

"Eu sei", diz ele, tornando-se sério. "É um pouco ridículo, considerando
sua idade avançada, mas quando dissermos aos nossos filhos a história sobre
como nos apaixonamos e vivemos feliz para sempre, quero ser capaz de
dizer que seu pai pediu permissão. Mesmo que eu só disse –lhes que eu iria
casar com a filha deles, não pedindo, mas esse pode ser o nosso segredinho. "
Filhos.Meu coração acelera como um puro-sangue indo para a reta em
Churchill Downs. Respiro alto pela minha boca, como faço quando estou
gripada. "Mas eu tenho. . . Só estou aqui há seis semanas."

Segurando dois sacos de chá, que ele tem no armário, ele passeia sobre o
fogão. "Sim. E quantas vezes durante essas seis semanas você me contou
que adora isso aqui?"

Quando não respondo porque estou muito ocupada hiperventilando


através da minha boca e me perguntando se, em vez de um ataque cardíaco,
eu estou sofrendo um derrame, ele continua a conversa sem mim.

"Você ama o meu apartamento. Você ama a cidade. Você adora trabalhar
de casa. Você ama vovó O'Shea. Você ama a comida — exceto haggis — e as
pessoas e o tempo e meus companheiros e sentar na arquibancada me
assistindo jogar. Você ama que Mr. Bingley tem uma namorada."

Ele aponta para a cama de gato debaixo da mesa da sala de jantar, onde
Mr. Bingley está satisfeito com um gata preta lustrosa que é a metade do seu
tamanho, chamada Cleo. Cam adotou-a de um abrigo quando cheguei
porque ele achou que era hora de Mr. Bingley desistir de sua solteirice. Os
dois gatos têm sido inseparáveis desde então. Mesmo durante o sono, eles
estão segurando um ao outro, um escuro e outro claro, yin e yang.

"De fato", ele finge que pensa, batendo o queixo com o saco de chá, "Eu
acho que a única coisa que você ainda não disse que você ama. . . sou eu."

Ele mantém meu olhar por algumas batidas, em seguida, acende o gás sob
a chaleira no fogão, pega duas canecas de outro armário, as coloca em cima
do balcão e põe os sacos de chá. Então ele cruza os braços sobre o peito,
inclina-se contra o balcão e olha para mim.

Eu, sentada no sofá, concentrando toda a minha energia em ficar na


posição vertical. "Eu. . . Eu. . . "
Cam arqueia suas sobrancelhas. Ele coloca uma mão em volta de uma
orelha. "Desculpe, o que foi isso? Você estava tentando dizer alguma coisa,
moça? "

Estou instável, sentindo meu pulso no meu corpo todo. Então lentamente
faço meu caminho para onde Cam está de pé na cozinha. Parece como se eu
estivesse flutuando em direção a ele, meus pés mal tocando o chão. Quando
eu chego, ele me leva em seus braços e olha para baixo, para mim com um
sorriso secreto, seus olhos semicerrados e quentes.

"Vá em frente," ele solicita. "Diga-me como você estava apaixonada por
mim desde o início, só que confundiu aquela sensação esquisita no estômago
com gases. Diga-me como te arranquei de seus pés desde o primeiro
momento em que eu abri minha boca e você ouviu minha voz incrivelmente
sexy. Diga-me como nenhum outro homem na Terra parece tão bom em um
kilt como eu ou te faz rir como eu." A voz dele cai. "Ou faz você gritar como
eu. Vá em frente, moça. Diga-me."

Eu estou tremendo, meu coração batendo freneticamente como um beija-


flor preso dentro de meu peito. "Sim," eu sussurro, olhando para seus olhos.
"Sim a tudo isso."

Seu sorriso secreto se aprofunda. Ele enfia seus dedos em meu cabelo e
penteia-os, observando os fios sobre a mão, então ele os puxa para
aproximar-me. "Agora diga-me como eu faço você feliz."

"Estupidamente feliz. Incrivelmente feliz. Sim."

Ele se inclina e escova seus lábios contra a minha bochecha. "E como você
quer passar o resto da sua vida comigo." Ele me dá um aperto. "Nos meus
braços."

Minha garganta está fechando. Minha voz quebra quando digo, "Sim".
Cam pressiona o mais macio dos beijos no meu pescoço e, em seguida,
olha bem nos meus olhos. Em um sussurro rouco, ele diz, "Agora me diga
que me ama, moça. E faça-o bem, porque você me fez esperar muito tempo
por isso."

Lanço um sopro trêmulo e faça o que ele ordena.

"Eu te amo como eu amo o cheiro de livros velhos. Eu te amo como eu


amo um banho quente num dia frio. Eu te amo como amo sonetos e sorvete e
um maiô que não me faz parecer com um burrito. Eu te amo como eu amo o
sol no meu rosto no inverno. Como eu amo minha música favorita tocando
no rádio quando estou dirigindo para uma casa de praia, num dia de verão."

Ele engole, seus olhos brilhando com emoção. Eu fico na ponta dos pés e
pressiono um beijo suave nos seus lábios.

Contra sua boca, eu murmuro, "Eu te amo como amo noites estreladas e
picles realmente crocantes e descobrir um novo autor incrível e amo como
aos domingos de manhã na cama comemos croissants de chocolate. Como eu
amo o jeito que o ar cheira depois que chove. Como eu amo rir."

Ele desloca seu rosto para o meu pescoço e pressiona, aperta os braços
em volta de mim, então a última parte eu sussurro no ouvido dele.

"Mas na verdade eu te amo mais do que todas essas coisas combinadas,


Cameron McGregor. Eu te amo como nunca soube que eu poderia amar
qualquer coisa. Você é mais importante para mim do que o ar em si, e não
quero passar um dia sem você. Porque você acreditou em mim, esse pequeno
patinho feio finalmente tornou-se um cisne."

Um arrepio delicado atravessa o peito dele. Ele inala profundamente,


apertando-me tão forte, que sinto cada batida selvagem do seu coração.

"Você sempre foi um cisne, sua maldita idiota," ele diz com uma voz
estrangulada.
Eu inclino a cabeça para trás e rio, embora os meus olhos estão cheios de
lágrimas. São lágrimas de felicidade, no entanto. "Tudo o que sou, Garanhão,
é seu. Agora me beije antes de você dizer algo estúpido e estragar o
momento."

"Deus, você é mandona", ele resmunga, mas quando levanta a cabeça, ele
está sorrindo de orelha a orelha. Seus olhos estão cheios de lágrimas de
felicidade, também. Ele inclina a cabeça em minha direção, mas depois pára.
"Espera".

Eu enrugo minha testa. "O quê"?

"Você não disse que vai casar comigo".

"Bem. . . Tecnicamente, você não perguntou."

Ele finge que pensa nisso. "Você está certa. Eu não perguntei."

Quando ele não diz coisa alguma, eu aviso, "Então?"

"Então acho que eu deveria esperar até depois do almoço. Estou com
muita fome."

"Cam"! Indignada, posso ter batido no braço dele.

Ele ri, encantado pela minha reação, que é obviamente exatamente o que
ele esperava. "Tudo bem, calma, Miss Snufflebottom, de-me um minuto para
me recompor, antes de eu fazer a pergunta!"

Eu olho para ele com os lábios franzidos enquanto ele limpa a garganta e
adota uma expressão séria. Quando ele olha para mim, percebo que estou
segurando minha respiração.

Ele declara, "Estamos nos casando."

"Ugh! Não foi uma pergunta!"

Ele pressiona os lábios juntos para não rir. "Estaremos nos casando?"
Eu rosno como um urso, pronta para arrancar a cabeça dele. Esta é a
primeira proposta de casamento que já recebi, e o homem está fazendo
piadas! Eu olho para seu rosto sorridente, presunçoso e decido que preciso
fazer justiça com minhas próprias mãos.

"Bem. Eu vejo que eu vou ter que assumir o controle desta situação." Eu
endireito meus ombros, levanto o meu queixo e olha-o bem nos olhos.
"Cameron McGregor, você quer casar comigo?"

A expressão dele está derretendo, como se estivesse lutando contra as


lágrimas. Ele pega o meu rosto em suas mãos, sussurra com veemência,
"Pensei que você nunca ia perguntar," e me beija como se estivesse morrendo
de fome.

Quando a chaleira começa a assobiar, nem um de nós se importa.

Era uma vez, numa terra não tão distante,

Um patinho que nasceu em uma família de cisnes

Por engano se perdeu.

Um príncipe de beleza e força

Com um sotaque rico como açúcar mascavo

Mostrou ao patinho o caminho de casa

Então ela poderia crescer mais, melhor, mais segura

De si mesma, então ela não tinha mais que vagar

Através da floresta escura dos corações perdidos.

Mas ao longo do caminho, ela caiu sob o seu feitiço


Do Príncipe, ela nunca queria partir,

No círculo dos seus braços ansiava habitar.

E o patinho pediu o príncipe em namoro

"Para sempre eu vou ser sua e para sempre você vai ser meu."

FIM
AGRADECIMENTOS

Esta é a parte divertida de um livro, depois de todos os palavrões ditos e o


sangramento praticamente ter cessado. Escrever um romance tem várias
coisas em comum com o parto, nada menos que o alívio esmagador em uma
entrega bem sucedida, depois de muitos meses de gestação desconfortável.
(Eu não tenho filhos, mas a comparação foi irresistível).

Antes de chegar aos agradecimentos, quero falar sobre uma amiga


próxima que eu tive quando era adolescente. Vamos chamá-la Eva (não é seu
nome real). Eva era a garota mais bonita que já vi, mesmo até hoje, cerca de
trinta anos mais tarde. Ela era descendente de irlandeses, com cabelos longos,
escuros, olhos enormes de cristal azul, e a pele tão perfeita que brilhava. Alta,
graciosa e sempre a garota mais popular em todo o ensino médio, ela era
muito querida.

Ela também estava cheia de ódio intenso.

Apesar de seu corpo perfeito, ela estava convencida que era gorda, ela
fazia dietas rigorosas, comendo apenas biscoitos, bolos de arroz e aipo, até
que ela ficou tão magra que parou de menstruar. Ela malhava como uma
máquina, corria milhas todos os dias, antes da escola. Ela era obcecada com
sua aparência, se precoupava com o mais ínfimo pormenor e passava horas
na frente do espelho, experimentando novas roupas, implicando com
manchas imaginárias, aprendendo novas técnicas de maquiagem para
contornar as bochechas já ocas.

A mãe dela nao notava, estava muito ocupada, bebendo vinho. O pai dela
— seus pais eram divorciados — gostava de dizer a Eva que era melhor se
casar rápido porque ela era burra demais para a faculdade.
Eva marcou um 1510 sobre o SAT, no nonagésimo nono percentil.
Quando eu disse a ela que ela poderia entrar em quase qualquer faculdade
com essa nota do teste, que ela poderia ir para Harvard, se ela quisesse, ela
riu.

Ela era burra demais para a faculdade, ela disse. Todo mundo sabia disso.
Foi um erro.

O dia que ela fez dezoito anos, Eva colocou implantes mamários. Alguns
meses mais tarde, depois que nos formamos, ela conheceu um homem vinte e
cinco anos mais velho que ela, um rico empresário que a viu atravessando um
estacionamento. Ele foi atingido por sua beleza e segui-a até o carro para se
apresentar. Depois de algumas semanas, eles fugiram para a Europa. Eu não
ouvi mais falar dela.

Vários anos depois, recebi um telefonema da minha mãe. Sente-se, ela


disse. Eu tenho uma notícia terrível.

Eva tinha sido assassinada. Seu marido muito mais velho tinha a
envenenado ao longo de muitos meses com overdoses de medicamentos.
Antes de sequer contar a seus pais que estava morta, ela já tinha sido
enterrada.

A tragédia de Eva é um potencial enorme, perdida para negligência e


negatividade. As pessoas podem internalizar as mais óbvias falsidades se elas
são repetidos com frequência suficiente. Quando você está cercado de
negatividade, você tende a absorver. Você se torna o que mais
frequentemente dizem pra você.

Eu gostaria de poder voltar no tempo e dizer a Eva quanto eu a amava,


como ela era inteligente, o quanto ela tinha a oferecer ao mundo, mas não
posso. E toda vez que encontro uma garota jovem, quero abraçá-la e dizer
que ela é muito mais especial do que imagina. Que o seu valor como pessoa e
os olhos de quem a vê são duas coisas completamente diferentes.
Se você tem filhas jovens em casa, espero que faça o mesmo. Elas ouvem
cada palavra que você diz. . . e todas as coisas que você não diz.

Obrigada à minha equipe no Romance de Montlake, que tem alimentado


minha carreira desde 2011. Eu amo nossa parceria e espero que continue até
quando não querer mais escrever, que será nunca. Obrigada à Maria Gomez,
minha editora, que me faz rir toda vez que falo com ela. Obrigada à Melody
Guy, minha editora de desenvolvimento, que é um gênio, e que sabe dizer
coisas boas sobre o meu trabalho enquanto aponta o quanto ele precisa ser
melhorado. Obrigada também aos editores de cópia, revisores e PR e equipes
de marketing da Amazon Publishing, que são os melhores.

Aos meus leitores "velhos", obrigada por ter ficado comigo por quinze
romances. Não tinha idéia que chegaria até aqui, também. Aos meus novos
leitores, espero que vocês fiquem para os próximos quinze. No meu ritmo
atual de trabalho, que será aproximadamente quatro anos, a partir de quando
este livro foi publicado, então aguente firme. Prometo que vou mantê-los
interessados.

À minha mãe, que completou noventa neste ano, obrigada por focar em
construir meu caráter e força interior e por tornar perfeitamente claro, que o
meu valor como um ser humano não está preso à minha aparência ou ao que
qualquer outra pessoa pensa de mim.

E finalmente, ao meu melhor amigo, Jay Geissinger, que também acontece


de ser o melhor ser humano que já conheci, obrigada por amar todas as
minhas partes, dentro e fora, até as feias.

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