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RESUMO: O presente artigo tem como objetivo mostrar que o lúdico pode e deve estar
presente nas aulas de matemática para obtenção do aprendizado, principalmente no ensino
médio. Em geral, defende-se a utilização do lúdico no ensino infantil e fundamental,
ignorando sua aplicabilidade no ensino médio. A metodologia utilizada foi a pesquisa
bibliográfica. A proposta final do artigo é proporcionar o desenvolvimento de uma atividade
lúdica na qual os alunos do ensino médio identifiquem a que conjunto numérico pertence o
elemento solicitado. O nome do jogo é “Bingo dos Conjuntos Numéricos”. Na sequência,
deverão ser apresentadas situações problema cotidianas relacionadas ao diagrama de Venn,
que é uma representação gráfica que demonstra as relações existentes entre conjuntos. Logo,
espera-se que, por intermédio da atividade proposta neste artigo, que o lúdico proporcione
aos alunos do ensino médio um momento de descontração e interação social sem fugir do
foco principal que é o conteúdo matemático.
INTRODUÇÃO
ISSN 2318-759X
As Diretrizes Curriculares para o Ensino da Matemática no Paraná -DCE (2008)
apresenta que os números estão presentes na vida do homem desde sempre, pois a
necessidade da contagem surge conforme o estilo de vida vai se moldando tornando assim
essencial para a sobrevivência trabalhar com os números. O sistema de numeração passou por
várias mudanças para chegar até o sistema que temos hoje.
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Neste trabalho pretende-se desenvolver uma atividade lúdica envolvendo o conteúdo
de conjuntos numéricos. A atividade será um bingo onde teremos a oportunidade de
classificarmos os conjuntos numéricos, Durante a brincadeira os alunos poderão diferenciar os
elementos de cada grupo como os pertencentes ao conjunto dos números naturais, inteiros,
racionais e reais.
REFERENCIAL TEÓRICO
Conforme Pierini, Valentim e Cardoso (2012), foi por volta do século XX junto com o
movimento da modernização da matemática escolar que o conteúdo de conjuntos numéricos
passou a compor o currículo de matemática. O conteúdo surge com o objetivo de estruturar os
conceitos relacionando com o dia a dia dos estudantes, porém nos afirma os autores que os
alunos na maioria das vezes passam pelo ensino básico sem obter o conhecimento necessário
sobre os conjuntos numéricos. Grando (2000) aponta que o que não só o conteúdo citado mas
todo o currículo da matemática está sendo feito de forma a não oferecer ao estudante o que
ele realmente necessita, [...] “o currículo vem sendo desenvolvido em termos de conteúdos
obsoletos, metodologias que pouco oferecem resultados e objetivos que não seriam os mais
relevantes e significativos para o indivíduo”. De acordo com as ideias do autor é necessário
reconstruir o currículo com a finalidade de que os conteúdos, objetivos metodologias estejam
de acordo com as necessidades e realidade de cada aluno.
Para minimizar essa falha os professores vêm optando pelo lúdico, pelos jogos
matemáticos. Os autores Pierini, Valentim e Cardoso (2012, p. 2), demonstram que ao
introduzir jogos nas aulas, em geral, o resultado é positivo, “[...] despertando a motivação e a
aprendizagem. Esses jogos, cujo objetivo é a aprendizagem, são chamados de “Jogos Sérios”.
Chaves (2009) afirma que a o uso dos jogos no processo de ensino aprendizagem é
significativo e importante para os alunos. Essa estratégia torna as aulas mais atrativas e
dinâmicas, além de desenvolver o raciocínio lógico e a interação entre os alunos.
Chaves (2009) cita Nunes (1990) que diz que realizar um trabalho pedagógico através
de jogos resgata o gosto dos alunos pela descoberta, pelo novo e faz com os estudantes
desenvolvam suas habilidades operatórios que é característico dessa idade.
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Chaves (2009) cita Grando (2005) que fala que as vantagens dos jogos para os
conteúdos matemáticos são inúmeros entre elas a interdisciplinaridade e a fixação do
conteúdo abordado. Além disso, proporciona o aprendizado ao aluno e alcance dos objetivos
do professor. Por meio do lúdico ocorre um momento de descontração e interação social sem
fugir do conteúdo matemático que é o foco principal.
DESENVOLVIMENTO
A proposta desta aula trata da utilização de um jogo, adaptado pelo Volume 1, Módulo
2 de Nova EJA: Educação de Jovens e Adultos (s/d) envolvendo o conteúdo dos conjuntos
numéricos, sendo assim denominado: “Bingo dos Conjuntos Numéricos”. Os objetivos do
jogo são:
- Fazer com que o aluno diferencie cada um dos quatro conjuntos numéricos: Naturais,
Inteiros, Racionais e Reais;
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- Identificar os números Irracionais e associá-los ao conjunto dos Reais;
Para a aplicação do jogo primeiro é necessário realizar uma aula expositiva aos alunos
sobre os conjuntos numéricos, exemplificando e classificando os elementos pertencentes a
cada conjunto. Após esta explicação seria a hora de resolver alguns exemplos juntamente com
os alunos de situações problemas que estejam relacionados com sua realidade, usando o
diagrama de Veen.
Antes de realizar o bingo dos conjuntos numéricos é preciso que o professor faça um teste
para verificar o bom desempenho do seu lúdico. Esse teste é a preparação da atividade
antecipadamente, onde o professor deverá jogar o bingo sozinho para que ele verifique os
possíveis resultados bem como a veracidade de sua atividade.
Vale observar que durante a aplicação do bingo os alunos podem vir a confundir a
classificação dos elementos dos conjuntos numéricos, bem como pode haver dificuldade para
interpretar as situações problemas e isso demandar mais tempo para a solução.
- Fichas para marcação conforme o modelo da figura 1 (uma para cada aluno);
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Figura 1 – Fichas para marcação.
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Figura 3 – Planilhas de Marcação.
O professor deverá distribuir uma cartela para cada aluno e dar as instruções, dentro de
um saco deverá conter fichas com 40 números (10 para cada parte do diagrama– naturais,
negativos, não inteiros e irracionais), a cada número sorteado os alunos deverão preencher
suas cartelas no lugar correspondente, até que um ou mais alunos preencham todas as lacunas
e assim recomece a atividade com os vencedores até sobrar apenas um que será o grande
vencedor.
A situação problema que os alunos irão resolver em um segundo momento faz parte da
atividade fazendo assim com que os alunos tenham a possibilidade de fixar o conteúdo com
maior facilidade. Esse exercício deve estar de acordo com a realidade em que o aluno está
situado. O exemplo a seguir pode ser aplicado em qualquer situação pois aborda como tema a
Olimpíada de Matemática.
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Situação problema: “Um professor de matemática fez a inscrição de seus alunos para a
Olimpíada de Matemática, totalizando 100 alunos inscritos. Na prova havia duas questões
sobre o conteúdo de conjuntos numéricos, onde 40 alunos acertaram a questão 1 e, 32 alunos
acertaram as duas questões. Sendo que no dia da prova houve 20 faltosos e que nenhum aluno
errou as duas questões, quantos acertaram apenas a questão numero 2?”. A resposta deste
situação problema está na figura 4, representado pelo diagrama de Veen.
A avaliação da aplicação do jogo pelo professor pode ser realizada de forma diagnóstica e
continua. Em uma segunda etapa de correção o professor usará as planilhas do bingo e as situações
problemas resolvido pelos alunos. O professor pode ainda pedir para que os alunos descrevam em
uma folha como foi a experiência do bingo e das questões que estão relacionadas com sua realidade,
podendo assim avaliar a metodologia utilizada descrevendo se houve êxito para seu aprendizado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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momento de descontração e interação social sem fugir do foco principal que é o conteúdo
matemático: conjuntos numéricos. O jogo e a solução de situações problemas estão
relacionados de modo que, conforme Grando (2010, p. 33): “[...], psicologicamente, envolvem
o pensar, o estruturar-se cognitivamente a partir do conflito gerado pela situação-problema”.
Esse aprendizado diferenciado deverá ser lembrado sempre pelos alunos uma vez que
deixaram de lado a faceta “decorar” e estimula-se o aprendizado de forma exitosa.
REFERÊNCIAS
GRANDO, Regina Célia et al. O conhecimento matemático e o uso de jogos na sala de aula.
Campinas, SP: Unicamp [sn], 2000. Disponível em:
http://pedagogiaaopedaletra.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/2012/10/O-
CONHECIMENTO-MATEM%C3%81TICO-E-O-USO-DE.pdf, acesso em 28/03/2016.
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MALUTA, T.P. O Jogo nas Aulas de Matemática: Possibilidades e Limites. São Carlos,
2007. Disponível em: http://www.ufscar.br/~pedagogia/novo/files/tcc/236888.pdf. Acesso em
21/04/2016.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Cientifica. 7 ed. São Paulo:
Atlas, 2010.
file:///C:/Users/Carine/Desktop/pen%20drive/Arquivos/VARIOS/TUDOO/pcn.matematica.pd
f. Acesso em 28/03/2016.
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