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do estado, no município de Dianópolis. Destina-se principalmente à exploração da agricultura
irrigada (fruticultura tropical), e os recursos destinados para sua implantação são provenientes
da União (90% do Ministério da Integração Nacional) e do governo do estado do Tocantins
(10% da Secretaria de Recursos Hídricos e Meio Ambiente). O conceito de região tem sido
largamente empregado para fins de ação e controle, entretanto, necessitamos, no decorrer da
prática política e econômica de uma sociedade de classes, que por sua própria natureza
implica a existência de formas diversas de controle exercido pela classe dominante, estilizam-
se o conceito de diferenciação de área e as subseqüentes divisões regionais, visando ação e
controle sobre territórios militarmente conquistados ou sob a dependência político-
administrativa e econômica de uma classe dominante.
O termo região não apenas faz parte do linguajar do homem comum, como também
é dos mais tradicionais em geografia. Tanto num como noutro caso, o conceito de
região está ligado à noção fundamental de diferenciação de área, quer dizer, à
aceitação da idéia de que a superfície da Terra é constituída por áreas diferentes
entre si afirma CORRÊA (1987, p.22).
Quanto ao desenvolvimento regional no que diz respeito ao conceito, o presente trabalho parte
de JOHN FRIEDMNN (1969), pressupondo que há tendências de concentração de atividades
econômicas e da população e o rendimento do sistema econômico é controlado pelo pólo de
crescimento, sendo que este ainda pode crescer à custa da periferia.
Para este autor, regiões de fronteira de recursos periféricos de povoamento recente,
transformada em áreas produtivas, às vezes em pequeno espaço de tempo, principalmente
quando essa transformação é feita através de inovações tecnológicas industrialmente mais
desenvolvidas, a importância de recursos naturais é fundamental (BEZZI, 1996, 224/227).
Neste contexto, as ações desenvolvimentistas se inserem na região de Dianópolis.
MATERIAL E MÉTODOS: A priori acreditamos que nenhuma ciência pode ser entendida
sem teoria e prática. Esses são os elementos fundamentais em toda e qualquer pesquisa
cientifica, principalmente em se tratando de ciências factuais, como é o caso da geografia,
ciência cujo interesse é desvelar os fatos sociais e nesse propósito, entendemos as concepções
de Guedes (2000, p. 95, 96).
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Nessas perspectivas, observamos que é indispensável a pesquisa de campo, portanto, o nosso
primeiro procedimento foi identificar as famílias; proprietários e posseiros impactados
diretamente na área de influência do projeto. O discernimento em relação ao contexto sócio-
espacial desses impactados não seria possível caso não houvesse uma pesquisa bibliográfica,
feita através de autores da Geografia, de outras ciências sociais e agrárias, que tratam da
temática aqui estudada. Foi apresentado um questionário socioeconômico com perguntas
abertas, onde o entrevistado, respondeu sobre as condições de propriedade, tamanho,
atividades desenvolvidas, indenização e análise do projeto. Para compensar os impactos
sociais e ambientais, foram apresentadas 17 ações mitigadoras inseridas no contexto dos
PBA’s, um número considerado pequeno em função da natureza do empreendimento e de sua
dimensão, pois a área de influência abrange quatro municípios: Dianópolis, Porto Alegre do
Tocantins, Rio da Conceição e Almas.A pesquisa documental não terá por base apenas a
análise de programas básicos como também de outros documentos pertinentes ao projeto.
Pesquisas nos órgãos competentes; Secretaria de Recursos Hídricos e Meio Ambiente;
Ministério Público; Naturatins; Prefeituras Municipais.
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No Manuel Alves, no entanto, não há vocação, espaço, nem viabilidade econômica
para o plantio de monocultura. Por outro lado, nada Impede que produtores rurais
interessados no plantio de dendê, ou pinhão manso ali se instalem, produzindo e
gerando riquezas em consonância com o meio ambiente. O edital de licitação,
embora claro acerca da vocação da área do projeto para a fruticultura, não é
restritivo e nem pode ser. Uma vez adquiridos os lotes dentro da lei, seus
proprietários plantaram ali o que lhes for lucrativo viável e conveniente.(Pedreira,
2007, Jornal do Tocantins)
Todavia, tais problemas levantam mais dúvidas quando em nosso processo de pesquisa,
buscando informações através de análise documental, sobre o projeto na secretaria supracitada
fomos impedidos de exercer o nosso direito de cidadão envolvido no processo, de pesquisador
e estudante de Geografia. Mas, sobre isso o geógrafo Milton Santos já nos tem alertado em
seus estudos sobre transformações socioeconômicas e socioespaciais nas regiões de paises
subdesenvolvidos e sobre o processo de cidadania dentro do contexto de desigualdades
formadas pelo modo capitalista de produção.
A partir dessas afirmações nos questionamos sobre o próprio conceito de sustentabilidade, tão
discutido na implantação de projetos com cunho de desenvolvimento para regiões ainda “não
desenvolvidas”.
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Um outro problema identificado está relacionado ao processo indenizatório. Nesse momento
não é nossa intenção, discutir os problemas de identidade-territorial que a sociedade da região
tem sofrido, já que entendemos que para esse tipo de problema não há solução, mesmo com
uma tentativa de resgate da cultura local, a relocação dos atingidos de alguma forma traz
problemas que mesmo com medidas mitigadoras que abordem esses processos, as soluções
não são de um todo efetivas.
Entendendo que alguns territórios ali constituídos, foram conquistados a partir de lutas sociais
e que nesse momento são perdidos através dos processos políticos e econômicos. Como é o
caso da comunidade Olho D׳água e de outras pessoas que ainda não foram indenizados, que
na maioria das vezes sobrevivem das atividades que praticam em suas terras.
Um caso que podemos citar é o do senhor Vitorino e família que em entrevista nos confessou
que morava no local a mais de trinta anos e por não ter documento que comprovasse a posse
da terra, o mesmo foi literalmente despejado.
O empreendimento foi implantado numa área de latifúndio, porém nas extremidades destes
latifúndios existem pequenos agricultores, proprietários e posseiros. Dentre estes, encontram-
se a comunidade de pequenos agricultores chamada, “Olho D’água”. Que lutam pela
permanência da terra desde 1997. A comunidade de pequenos agricultores “Olho D’água” tem
sua história de luta dividida em dois períodos; primeiramente se organizou e ocupou as terras,
onde está localizada e desencadeou a luta pela conquista da mesma, via Reforma Agrária do
INCRA.
Em seguida, essas terras (suas posses) foram cedidas, desapropriadas pelo Estado para a
implantação do projeto de fruticultura irrigada: O Projeto Manuel Alves. Acontece que a
comunidade não foi ouvida e, a empresa (CMT – Engenharia) construtora e implantadora do
empreendimento não excluíram as terras de posse da comunidade Olho D’água. Então se
instalou um novo campo de luta para a comunidade, hoje elas encontram-se, organizadas
numa associação e lutam para não sair de suas posses, um direito que empresa apoiada pelos
órgãos estatais (Naturatins, Secretaria dos Recursos Hídricos e Meio Ambiente e Itertins) só
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em fevereiro de 2007, veio reconhecê-los. Para Milton Albuquerque dos Santos, Presidente da
Associação Olho D’água, os assentados foram indenizados por um valor irrisório, variando de
R$ 3.800 (Três mil e oitocentos reais) a R$ 25.300 (Vinte e cinco mil e trezentos reais),
segundo o Presidente, por várias vezes foram pressionados e chantageados a sair do local.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BEZZI, Meri Lourdes. Região: Uma (re)visão historiográfica – da gênese aos novos
paradigmas. Tese de Doutorado em Organização do Espaço. Rio Claro-SP: UNESP, 1996.
CORRÊA, Roberto Lobato. Região e Organização Espacial. Ática, 2 ed. SP, 1987.
SANTOS, Milton. Metamorfoses do Espaço Habitado. 2 ed. Hucitec, São Paulo, 1991.