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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DE LISBOA

LICENCIATURA EM GESTÃO

MATEMÁTICA I
CADERNO DE APOIO DE CÁLCULO DIFERENCIAL
Versão 2020.12.07
Carla Martinho
Manuel Martins
Derivada num Ponto
Dada a função 𝑓 definida num intervalo 𝑏, 𝑐 e contínua no seu interior, ou seja, em 𝑏, 𝑐 , e
seja 𝑎 ∈ 𝑏, 𝑐 . Designa-se por razão incremental o quociente

𝑓 𝑥 −𝑓 𝑎
𝑥−𝑎

Define-se derivada da função 𝒇 no ponto 𝒂, e representa-se por 𝒇′ , ao limite, caso exista,


da razão incremental quando x tende para a.

𝑑𝑓 𝑓 𝑥 −𝑓 𝑎 𝑓 𝑎+ℎ −𝑓 𝑎
𝑓′ 𝑎 = 𝑎 = lim = lim
𝑑𝑥 𝑥→𝑎 𝑥−𝑎 ℎ→0 ℎ

Ex 1) Determine, pela definição, a derivada de 𝑓 𝑥 = 𝑒 𝑥 no ponto 𝑥 = 0

𝑓 0+ℎ −𝑓 0 𝑒 ℎ −𝑒 0 𝑒 ℎ −1
𝑓 ′ 0 = lim = lim = lim = 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑛𝑜𝑡á𝑣𝑒𝑙 = 1
ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ

Ex 2) Determine, pela definição, a derivada de 𝑓 𝑥 = 𝑥 2 no ponto 𝑥 = 𝑥0

𝑓 𝑥 −𝑓 𝑥0 𝑥 2 −𝑥02 𝑥−𝑥0 𝑥+𝑥0


𝑓 ′ 𝑥0 = lim = lim = lim = lim 𝑥 + 𝑥0 = 2𝑥0
𝑥→𝑥0 𝑥−𝑥0 𝑥→𝑥0 𝑥−𝑥0 𝑥→𝑥0 𝑥−𝑥0 𝑥→𝑥0

CD/2
Derivada num Ponto
Define-se derivada lateral esquerda da função 𝒇 no ponto 𝒂, a

𝑓 𝑥 −𝑓 𝑎
𝑓𝑒 ′ 𝑎 = lim−
𝑥→𝑎 𝑥−𝑎

Define-se derivada lateral direita da função 𝒇 no ponto 𝒂, a

𝑓 𝑥 −𝑓 𝑎
𝑓𝑑 ′ 𝑎 = lim+
𝑥→𝑎 𝑥−𝑎

Define-se função derivada da função 𝒇, e representa-se por 𝒇′, como sendo a função que
tem como domínio o conjunto dos pontos onde a função tem derivada finita e, em cada ponto
𝑎 desse domínio, toma o valor de 𝑓 ′ 𝑎 .

A derivada de uma função indica o declive da recta tangente ao gráfico dessa função em
cada ponto. A derivada de uma recta indica o declive dessa recta.

CD/3
Derivada num Ponto
Ex 3) Dada a função 𝑓 𝑥 = 1 − 𝑥 , verifique que existe um máximo da função no
ponto 𝑥 = 0 embora não exista derivada nesse ponto.

𝑓 0 = 1; lim 𝑓 𝑥 = lim 1 − 𝑥 = 1
𝑥→0 𝑥→0

A função é contínua no ponto 𝑥 = 0.

𝑓 𝑥 −𝑓 0 1− 𝑥 −1 −𝑥
𝑓𝑒 ′ 0 = lim− = lim− = lim− =1
𝑥→0 𝑥−0 𝑥→0 𝑥 𝑥→0 𝑥

𝑓 𝑥 −𝑓 0 1− 𝑥 −1 −𝑥
𝑓𝑑 ′ 0 = lim+ = lim+ = lim+ = −1
𝑥→0 𝑥−0 𝑥→0 𝑥 𝑥→0 𝑥

Visto que os limites (derivadas laterais) são diferentes, pode-se concluir que a
função não tem derivada no ponto.

Como a derivada lateral esquerda é positiva, a função é crescente à esquerda;


como a derivada lateral direita é negativa, a função é decrescente à direita.

Como a função é contínua no ponto 𝑥 = 0, tem um máximo nesse ponto.

CD/4
Derivada num Ponto
Assim, pode-se concluir que uma função continua e diferenciável num determinado intervalo
é crescente ou decrescente nesse mesmo intervalo, consoante a sua derivada é maior ou
menor que zero nele.

Chamam-se pontos ordinários a todos os pontos 𝑎 tal que 𝑓 ′ 𝑎 é finita ou infinita com sinal
determinado. Caso seja infinita de sinal indeterminado, designam-se pontos singulares.

Teorema: Se uma função 𝑓 𝑥 tem derivada finita no ponto 𝑎, então ela é contínua nesse
ponto.

𝑓 𝑥 −𝑓 𝑎
Dem.) Seja lim = 𝑓 ′ 𝑎 finito
𝑥→𝑎 𝑥−𝑎

Então lim 𝑓 𝑥 − 𝑓 𝑎 = lim 𝑓 ′ 𝑎 𝑥 − 𝑎 ⇔ lim 𝑓 𝑥 − 𝑓 𝑎 = 0 ⇔


𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

⇔ lim 𝑓 𝑥 = 𝑓 𝑎
𝑥→𝑎
c.q.d.

CD/5
Tabela de Derivadas

Tabela de primitivas e derivadas


Função Função Função Função
Primitiva Derivada Primitiva Derivada
k 0 x 1
k∙U k∙U’ U+V U’+V’
U U’ ∙ V − U ∙ V’
U∙V U’∙V+U∙V’
V V2
U𝑎 𝑎U 𝑎−1 U′ UV V ∙ U V−1 U ′ + V′ ∙ U V ln(U)
eU U′eU 𝑎U U′𝑎U ∙ ln(𝑎) , (a > 0)
U’ U’
ln(U) loga(U)
U U ∙ ln(𝑎)
k,a – constantes; x – variável; U = f(x),V = g(x) – funções de x.

1 ′
𝑛 ′ 1 1 −1 ′ 1 1−𝑛 ′ U′ U′
Nota: U = U 𝑛 = U𝑛 U = U 𝑛 U = 𝑛−1 = 𝑛
𝑛 𝑛
𝑛U 𝑛 𝑛 U𝑛−1

CD/6
Regras de Derivação
Regras de derivação:
I– A derivada da soma (diferença) é igual à soma (diferença) das derivadas


𝑓±𝑔 𝑥 = 𝑓 ′ 𝑥 ± 𝑔′ 𝑥


Usando a nomenclatura da tabela anterior, 𝑈 ± 𝑉 = 𝑈′ ± 𝑉′

II – A derivada do produto de uma constante por uma função é igual ao produto entre a
constante e a derivada da função

𝑘⋅𝑓 𝑥 = 𝑘 ⋅ 𝑓′ 𝑥 ⇔ 𝑘 ⋅ 𝑈 ′
= 𝑘 ⋅ 𝑈′

Ex 4) Calcule a derivada da função 𝑓 𝑥 = 3𝑥 + 𝑒 2𝑥 − 2

𝑓 ′ 𝑥 = 3𝑥 + 𝑒 2𝑥 − 2 ′
= 3𝑥 ′ + 𝑒 2𝑥 ′
− 2 ′ = 3(𝑥)′ + 𝑒 2𝑥 ′
−2 1 ′ =
𝑃𝑟𝑜𝑝. 𝐼 𝑃𝑟𝑜𝑝. 𝐼𝐼
′ ′
𝑇𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 → 𝑥 = 1; 1 = 0;

𝑇𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 → 𝑒 2𝑥 ′
= 2𝑥 ′ 𝑒 2𝑥 = 2 𝑥 ′ 𝑒 2𝑥 = 2𝑒 2𝑥 ;

𝑓 ′ 𝑥 = 3 × 1 + 2𝑒 2𝑥 − 0 = 3 + 2𝑒 2𝑥

CD/7
Regras de Derivação
III – A derivada do produto é igual à soma que se obtém multiplicando a derivada de cada
um dos factores pelos restantes


𝑈⋅𝑉 = 𝑈′ ⋅ 𝑉 + 𝑈 ⋅ 𝑉′


𝑈⋅𝑉⋅𝑊 = 𝑈′ ⋅ 𝑉 ⋅ 𝑊 + 𝑈 ⋅ 𝑉′ ⋅ 𝑊 + 𝑈 ⋅ 𝑉 ⋅ 𝑊 ′

IV – Derivada do quociente

𝑈 𝑈′ ⋅ 𝑉 − 𝑈 ⋅ 𝑉′
=
𝑉 𝑉2

V– Derivada da potência:

a) Base – função; Expoente – constante → 𝑈 𝑘 = 𝑘 ⋅ 𝑈 𝑘−1 ⋅ 𝑈 ′

b) Base – constante; Expoente – função → 𝑎𝑈 ′


= 𝑈 ′ ⋅ 𝑎𝑈 ⋅ ln 𝑎

c) Base – função; Expoente – função → 𝑈𝑉 ′


= 𝑉 ⋅ 𝑈 𝑉−1 ⋅ 𝑈 ′ + 𝑉 ′ ⋅ 𝑈 𝑉 ⋅ ln 𝑈

CD/8
Regras de Derivação
Ex 5) Calcule as derivadas de:

i) 𝑓 𝑥 = 3𝑥 ln 2𝑥

𝑓 ′ 𝑥 = 3𝑥 ln 2𝑥 ′
= 3𝑥 ′ ln 2𝑥 + 3𝑥 ln 2𝑥 ′
=

2𝑥 ′ 2 𝑥 ′
= 3 𝑥 ′ ln 2𝑥 + 3𝑥 = 3 ln 2𝑥 + 3 = 3 ln 2𝑥 + 3
2𝑥 2

𝑥3
ii) 𝑔 𝑥 =
𝑒 2𝑥

′ ′ ′
′ 𝑥3 𝑥 3 𝑒 2𝑥 −𝑥 3 𝑒 2𝑥 3𝑥 3−1 𝑥 ′ 𝑒 2𝑥 −𝑥 3 2𝑥 ′ 𝑒 2𝑥
𝑔 𝑥 = = = =
𝑒 2𝑥 𝑒 2𝑥 2 𝑒 4𝑥

3𝑥 2 𝑒 2𝑥 −𝑥 3 ⋅2𝑒 2𝑥 𝑒 2𝑥 3𝑥 2 −2𝑥 3 3𝑥 2 −2𝑥 3


= = =
𝑒 4𝑥 𝑒 4𝑥 𝑒 2𝑥

Nota: No cálculo da derivada de uma função exponencial, usar 𝑒 𝑢 ′ = 𝑢′ 𝑒 𝑢 ou


𝑎𝑢 ′ = 𝑢′ 𝑎𝑢 𝑙𝑛 𝑎 conduz ao mesmo resultado, visto que 𝑙𝑛 𝑒 = 1

CD/9
Regras de Derivação
VI – Regra de derivação logarítmica
Dada a função 𝑓 𝑥 contínua e diferenciável num determinado intervalo, seja
𝑔 𝑥 = 𝑙𝑛 𝑓 𝑥

𝑓′ 𝑥
Então 𝑔′ 𝑥 = ⇒ 𝑓 ′ 𝑥 = 𝑔′ 𝑥 ⋅ 𝑓 𝑥
𝑓 𝑥

3𝑥 2 𝑒 2𝑥
Ex 6) Calcule a derivada de 𝑓 𝑥 =
2𝑥 3

3𝑥 2 𝑒 2𝑥 2
𝑔 𝑥 = 𝑙𝑛 = 𝑙𝑛 3𝑥 + 𝑙𝑛 𝑒 2𝑥 − 𝑙𝑛 2 − 𝑙𝑛 𝑥 3 =
2𝑥 3

= 2𝑙𝑛 3𝑥 + 2𝑥 − 𝑙𝑛 2 − 3𝑙𝑛 𝑥 = 2𝑙𝑛 3 + 2𝑙𝑛 𝑥 + 2𝑥 − 𝑙𝑛 2 − 3𝑙𝑛 𝑥 =

= 2𝑙𝑛 3 + 2𝑥 − 𝑙𝑛 2 − 𝑙𝑛 𝑥

′ 1 1
𝑔′ 𝑥 = 2𝑙𝑛 3 + 2𝑥 − 𝑙𝑛 2 − 𝑙𝑛 𝑥 =0+2−0− =2−
𝑥 𝑥

1 3𝑥 2 𝑒 2𝑥
𝑓 ′ 𝑥 = 𝑔′ 𝑥 × 𝑓 𝑥 = 2 −
𝑥 2𝑥 3

CD/10
Regras de Derivação
A derivada pedida também poderia ser calculada de modo directo, mas com
maior grau de complexidade

′ ′

3𝑥 2 𝑒 2𝑥 3𝑥 2 𝑒 2𝑥 2𝑥 3 − 3𝑥 2 𝑒 2𝑥 2𝑥 3 ′
𝑓 𝑥 = = =
2𝑥 3 2𝑥 3 2

2 ′ 2𝑥
3𝑥 𝑒 2𝑥 3 + 3𝑥 2
𝑒 2𝑥 ′ 2𝑥 3 − 3𝑥 2 𝑒 2𝑥 2 𝑥 3 ′
= =
2𝑥 3 2

2 3𝑥 3 ⋅ 𝑒 2𝑥 2𝑥 3 + 3𝑥 2 2𝑒 2𝑥 2𝑥 3 − 3𝑥 2 𝑒 2𝑥 6𝑥 2
= =
2𝑥 3 2

36𝑥 5 𝑒 2𝑥 − 18𝑥 4 𝑒 2𝑥 𝑒 2𝑥 18𝑥 − 9


= =
4𝑥 6 2𝑥 2

Nota: Os resultados obtidos pelos dois processos só aparentemente são


diferentes. Efectuando cálculos a partir de um deles é possível chegar ao
outro.

CD/11
Regras de Derivação
Ex 7) Sendo 𝑈 e 𝑉 funções de 𝑥, utilizando a regra de derivação logarítmica, mostre
que
𝑈 𝑉 ′ = 𝑉 ′ ⋅ 𝑈 𝑉 ⋅ ln 𝑈 + 𝑉 ⋅ 𝑈 𝑉−1 ⋅ 𝑈 ′

𝑓 𝑥 = 𝑈𝑉 ;

𝑔 𝑥 = 𝑙𝑛 𝑈 𝑉 = 𝑉 × 𝑙𝑛(𝑈);

𝑈′
𝑔′ 𝑥 = 𝑉 × ln 𝑈 ′
= 𝑉 ′ ln 𝑈 + 𝑉 ;
𝑈

𝑈′ 𝑈′
𝑓 ′ 𝑥 = 𝑔′ 𝑥 × 𝑓 𝑥 = 𝑉 ′ ln 𝑈 + 𝑉 𝑈 𝑉 = 𝑉 ′ 𝑈 𝑉 ln 𝑈 + 𝑉𝑈 𝑉 =
𝑈 𝑈

= 𝑉 ′ 𝑈 𝑉 ln 𝑈 + 𝑉𝑈 𝑉−1 𝑈′

CD/12
Regras de Derivação
VII – Regra da derivada da função composta
Dadas as funções 𝑓 𝑥 e 𝑔 𝑥 contínuas e diferenciáveis num determinado intervalo,
dada a função composta 𝑓 ∘ 𝑔 𝑥 , então 𝑓 ∘ 𝑔 ′ 𝑥 = 𝑓 ′ 𝑔 𝑥 𝑔′ 𝑥

Ex 8) Sejam 𝑓 𝑥 = 3𝑥 2 − 1 e 𝑔 𝑥 = 𝑒 2𝑥

𝑓 ′ 𝑥 = 3𝑥 2 − 1 ′ = 6𝑥 ; 𝑔′ 𝑥 = 𝑒 2𝑥 ′
= 2𝑒 2𝑥 ;


𝑓∘𝑔 𝑥 = 𝑓′ 𝑔 𝑥 ⋅ 𝑔′ 𝑥 = 6 𝑒 2𝑥 ⋅ 2𝑒 2𝑥 = 12𝑒 4𝑥 ;

Nota: O cálculo da derivada da função composta também poderia ser feito


obtendo primeiro essa mesma função e derivando de seguida a
resultante.

Ex 9) 𝑓 ∘ 𝑔 𝑥 = 3 𝑒 2𝑥 2
− 1 = 3𝑒 4𝑥 − 1


𝑓∘𝑔 𝑥 = 3𝑒 4𝑥 − 1 ′ = 3 𝑒 4𝑥 ′
= 3 4𝑒 4𝑥 = 12𝑒 4𝑥

CD/13
Regras de Derivação
VIII – Regra da derivada da função inversa
Dada a função injetiva 𝑦 = 𝑓(𝑥) contínua e diferenciável num determinado intervalo,
existe função inversa 𝑥 = 𝑓 −1 (𝑦) e é possível obter a sua derivada através da
1
expressão 𝑓 −1 ′ 𝑦 =
𝑓′ 𝑥

Ex 10) Seja 𝑓 𝑥 = 3 + 2𝑒 𝑥+2

𝑦−3 𝑦−3
𝑦 = 𝑓 𝑥 = 3 + 2𝑒 𝑥+2 ⇔ 2𝑒 𝑥+2 = 𝑦 − 3 ⇔ 𝑒 𝑥+2 = ⇔ 𝑥 + 2 = 𝑙𝑛 ⇔
2 2

𝑦−3
⇔ 𝑥 = 𝑓 −1 𝑦 = 𝑙𝑛 −2
2

𝑓 ′ 𝑥 = 3 + 2𝑒 𝑥+2 ′
= 2 𝑒 𝑥+2 ′
= 2 𝑒 𝑥+2

1 1 1 1 1
𝑓 −1 ′
𝑦 = = = 𝑦−3 = =
𝑓′ 𝑥 2𝑒 𝑥+2 ln −2+2 𝑦−3 𝑦−3
2𝑒 2 2
2

Nota: Obtida a função inversa, o cálculo da derivada desta também poderia ser
feito de forma directa.

CD/14
Regras de Derivação
3−𝑥
Ex 11) Dadas as funções 𝑓 𝑥 = 𝑥 2 e 𝑔 𝑥 =
2

a) Calcule a equação da tangente à curva 𝑓 no ponto 𝑥 = 3; a equação da


tangente a uma curva é uma reta 𝑦 = 𝑚𝑥 + 𝑏

𝑓′ 𝑥 = 𝑥2 ′
= 2𝑥 ⇒ 𝑚 = 𝑓 ′ 3 = 2 × 3 = 6

𝑓 3 = 32 = 9 → 𝑦 = 𝑚𝑥 + 𝑏 ⇔ 9 = 6 × 3 + 𝑏 ⇔ 𝑏 = 9 − 18 = −9

A equação da tangente a uma curva é uma reta 𝑦 = 6𝑥 − 9

b) Verifique que as funções 𝑓 e 𝑔 têm tangentes perpendiculares no ponto do


primeiro quadrante onde elas se cruzam;

Duas retas 𝑦 = 𝑚1 𝑥 + 𝑏1 e 𝑦 = 𝑚2 𝑥 + 𝑏2 são perpendiculares se verificam


1
𝑚1 = −
𝑚2

Determinação do ponto de interseção das funções:


𝑓 𝑥 = 𝑔 𝑥 ⇔ 𝑥 2 = 3 − 𝑥 /2 ⇔ 𝑥 = 1 ∨ 𝑥 = −6/4 ⇒ 𝑥 = 1

Cálculo dos declives: 𝑚1 = 𝑓 ′ 1 = 2 × 1 = 2 ∧ 𝑚2 = 𝑔′ 1 ⇔ − 1Τ2

CD/15
Regras de Derivação
IX – Regra da derivada da função implícita
Dada a equação do tipo Φ 𝑥, 𝑦 = Ψ 𝑥, 𝑦 onde a cada valor de 𝑥 do domínio da
equação corresponde um e um só valor de 𝑦, diz-se que a equação define de forma
implícita a função 𝑦 = 𝑓 𝑥 .

A derivada da função 𝑦 = 𝑓 𝑥 , representada por 𝑦′, pode ser obtida derivando ambos
os membros da equação em ordem a 𝑥 e explicitando 𝑦′.

Nota: O cálculo da derivada da função 𝑦, porque esta é desconhecida, representa-se


por 𝑦′. A derivada da variável 𝑥 é 1. Aplicam-se todas as regras de derivação ao
cálculo das derivadas em ambos os membros da equação.

Ex 12) Considere a função real 𝑦 = 𝑓 𝑥 definida implicitamente por 𝑥 2 𝑦 = 2𝑥 + 𝑙𝑛 𝑦

a) Determine a derivada da função;

𝑥 2 𝑦 = 2𝑥 + ln 𝑦 ⟹ 𝑥 2 𝑦 ′
= 2𝑥 + ln 𝑦 ′

𝑦′
𝑥2𝑦 ′
= 𝑥 2 ′𝑦 + 𝑥 2 𝑦 ′ = 2𝑥𝑦 + 𝑥 2 𝑦 ′ ∧ 2𝑥 + ln 𝑦 ′
=2+
𝑦

CD/16
Regras de Derivação
Então:
2 ′ 𝑦′
2𝑥𝑦 + 𝑥 𝑦 = 2 + ⇔ 2𝑥𝑦 2 + 𝑥 2 𝑦𝑦 ′ = 2𝑦 + 𝑦 ′ ∧ 𝑦 ≠ 0 ⇔
𝑦

⇔ 𝑥 2 𝑦𝑦 ′ − 𝑦 ′ = 2𝑦 − 2𝑥𝑦 2 ⇔ 𝑦 ′ 𝑥 2 𝑦 − 1 = 2𝑦 − 2𝑥𝑦 2 ⇔

2𝑦−2𝑥𝑦2
⇔ 𝑦′ =
𝑥 2 𝑦−1

b) Calcule a equação da tangente à curva da função no ponto (2,1).

1º passo – verificar que o ponto pertence à curva:

𝑥 2 𝑦 = 2𝑥 + ln 𝑦 2,1 → 22 ⋅ 1 = 2 ⋅ 2 + ln 1 ⇔ 4 = 4

O ponto (2,1) pertence à função;

2−4 2
2º passo – determinar a equação da tangente: 𝑚 = 𝑦 ′ 2,1 = =−
4−1 3

2 4 7
𝑏 → 𝑦 = 𝑚𝑥 + 𝑏 ⇔ 1 = − ⋅2+𝑏 ⇔ 1+ =𝑏 ⇔𝑏 =
3 3 3

2 7
A equação da tangente é 𝑦 = − 𝑥 +
3 3
CD/17
Derivadas de Ordem Superior
Dada a função 𝑓 𝑥 contínua e diferenciável num intervalo [𝑎, 𝑏], se 𝑓′ 𝑥 é também
derivável, a sua derivada 𝒇′′ 𝒙 designa-se por derivada de 2ª ordem de 𝒇 𝒙 . Da mesma
forma é possível determinar derivadas de 3ª ordem ou de qualquer outra ordem superior.

Ex 13) Determine a derivada de 4ª ordem da função 𝑓 𝑥 = 𝑒 2𝑥

𝑓 𝑥 = 𝑒 2𝑥

𝑓 ′ 𝑥 = 𝑒 2𝑥 ′
= 2𝑥 ′ 𝑒 2𝑥 = 2𝑒 2𝑥

𝑓′′ 𝑥 = 2𝑒 2𝑥 ′
= 22 𝑒 2𝑥 = 4𝑒 2𝑥

𝑓′′′ 𝑥 = 22 𝑒 2𝑥 ′
= 23 𝑒 2𝑥 = 8𝑒 2𝑥

𝑓 𝑖𝑣 𝑥 = 23 𝑒 2𝑥 ′
= 24 𝑒 2𝑥 = 16𝑒 2𝑥

Ex 14) Em função dos resultados obtidos no exemplo anterior, escreva a derivada de


ordem n da mesma função
𝑛
𝑓 𝑥 = 2𝑛 𝑒 2𝑥

CD/18
Limites Indeterminados
Considere duas funções 𝑓 𝑥 e 𝑔 𝑥 contínuas e diferenciáveis num determinado intervalo
𝐼 ⊑ 𝐼𝑅, e 𝑎 um ponto qualquer desse intervalo.
𝑓 𝑥 0 ∞
Supondo que 𝐿𝑖𝑚 conduz a uma indeterminação do tipo ou ;
𝑥→𝑎 𝑔 𝑥 0 ∞

Regra de Cauchy: Se no ponto 𝑎, 𝑓 𝑥 e 𝑔 𝑥 têm derivadas não simultaneamente nulas


𝑓′ 𝑥 𝑓 𝑥
ou infinitas, então 𝐿𝑖𝑚 = 𝐿 ⇒ 𝐿𝑖𝑚 =𝐿
𝑥→𝑎 𝑔′ 𝑥 𝑥→𝑎 𝑔 𝑥

𝑒 𝑥 −1
Ex 15) Calcule 𝐿𝑖𝑚
𝑥→0 𝑥

𝑒 𝑥 −1 0
𝐿𝑖𝑚 = ?
𝑥→0 𝑥 0

Aplicando a regra de Cauchy, obtém-se

𝑒 𝑥 −1 ′ 𝑒𝑥 𝑒 𝑥 −1
𝐿𝑖𝑚 = 𝐿𝑖𝑚 =1⇒ 𝐿𝑖𝑚 =1
𝑥→0 𝑥 ′ 𝑥→0 1 𝑥→0 𝑥

Nota: Ainda que de forma indireta, sob hipóteses convenientes, é possível


aplicar esta regra aos restantes tipos de indeterminação.

CD/19
Limites Indeterminados
Ex 16) Calcule 𝐿𝑖𝑚 𝑥𝑒 −𝑥
𝑥→+∞

𝐿𝑖𝑚 𝑥𝑒 −𝑥 = ∞ ⋅ 0?
𝑥→+∞

𝑥 ∞
𝐿𝑖𝑚 𝑥𝑒 −𝑥 = 𝐿𝑖𝑚 = ?
𝑥→+∞ 𝑥→+∞ 𝑒 𝑥 ∞

𝑥 ′ 1 𝑥
𝐿𝑖𝑚 = 𝐿𝑖𝑚 = 0 ⇒ 𝐿𝑖𝑚 = 0 ⇒ 𝐿𝑖𝑚 𝑥𝑒 −𝑥 = 0
𝑥→+∞ 𝑒 𝑥 ′ 𝑥→+∞ 𝑒 𝑥 𝑥→+∞ 𝑒 𝑥 𝑥→+∞

1
Ex 17) Calcule 𝐿𝑖𝑚 𝑥 + 1 𝑥
𝑥→0

1
𝐿𝑖𝑚 𝑥 + 1 𝑥 = 1∞ ?
𝑥→0

1 1 𝑙𝑛 𝑥+1 0
𝐿𝑖𝑚
𝐿𝑖𝑚 𝑥 + 1 𝑥 = 𝐿𝑖𝑚 𝑒 𝑥𝑙𝑛 𝑥+1 = 𝑒 𝑥→0 𝑥 = 𝑒0 ?
𝑥→0 𝑥→0

1
𝑙𝑛 𝑥 + 1 ′ 𝑥 + 1 1 1
𝐿𝑖𝑚 = 𝐿𝑖𝑚 = 1 ⟹ 𝐿𝑖𝑚 𝑒 𝑥𝑙𝑛 𝑥+1 1
= 𝑒 ⟹ 𝐿𝑖𝑚 𝑥 + 1 𝑥 =𝑒
𝑥→0 𝑥 ′ 𝑥→0 1 𝑥→0 𝑥→0

CD/20
Limites Indeterminados
Ex 18) Calcule 𝐿𝑖𝑚 2𝑥 − 𝑥 + 1
𝑥→+∞

𝐿𝑖𝑚 2𝑥 − 𝑥 + 1 = ∞ − ∞?
𝑥→+∞

2𝑥+ 𝑥+1
𝐿𝑖𝑚 2𝑥 − 𝑥 + 1 = 𝐿𝑖𝑚 2𝑥 − 𝑥 + 1 =
𝑥→+∞ 𝑥→+∞ 2𝑥+ 𝑥+1

2𝑥− 𝑥+1 𝑥−1 ∞


= 𝐿𝑖𝑚 = 𝐿𝑖𝑚 = ?
𝑥→+∞ 2𝑥+ 𝑥+1 𝑥→+∞ 2𝑥+ 𝑥+1 ∞

𝑥−1 ′ 1 1
𝐿𝑖𝑚 ′ = 𝐿𝑖𝑚 1 1 = =∞⇒
𝑥→+∞ 2𝑥+ 𝑥+1 𝑥→+∞ + 0
2𝑥 2 𝑥+1

𝑥−1
⇒ 𝐿𝑖𝑚 = ∞ ⇒ 𝐿𝑖𝑚 2𝑥 − 𝑥 + 1 = ∞
𝑥→+∞ 2𝑥+ 𝑥+1 𝑥→+∞

CD/21
Extremos Relativos
Seja 𝑓 função definida em 𝑋 ⊆ 𝐼𝑅, e 𝑎 um ponto qualquer desse conjunto.

i) 𝑓 𝑎 diz-se um máximo relativo de 𝒇 𝒙 se ∃𝛿 > 0, ∀𝑥 ∈ 𝑉𝛿 𝑎 ⟹ 𝑓 𝑥 ≤ 𝑓 𝑎 ;

ii) 𝑓 𝑎 diz-se um máximo absoluto de 𝒇 𝒙 se ∀𝑥 ∈ 𝑋 ⟹ 𝑓 𝑥 ≤ 𝑓 𝑎 ;

iii) 𝑓 𝑎 diz-se um mínimo relativo de 𝒇 𝒙 se ∃𝛿 > 0, ∀𝑥 ∈ 𝑉𝛿 𝑎 ⟹ 𝑓 𝑥 ≥ 𝑓 𝑎 ;

iv) 𝑓 𝑎 diz-se um mínimo absoluto de 𝒇 𝒙 se ∀𝑥 ∈ 𝑋 ⟹ 𝑓 𝑥 ≥ 𝑓 𝑎 ;

Ex 19) Seja 𝑓 𝑥 = 𝑥 2 − 1; 𝐷𝑓 = 𝐼𝑅; 𝑓 0 = −1; ∀𝑥 ∈ 𝐼𝑅 ⟹ 𝑓 𝑥 ≥ 𝑓 0 ;


Logo –1 é um mínimo absoluto da função 𝑓 𝑥 .

Ex 20) Seja 𝑓 𝑥 = 2 − 𝑥 4 ; 𝐷𝑓 = 𝐼𝑅; 𝑓 0 = 2; ∀𝑥 ∈ 𝐼𝑅 ⟹ 𝑓 𝑥 ≤ 𝑓 0 ;


Logo 2 é um máximo absoluto da função 𝑓 𝑥 .

CD/22
Extremos Relativos
Ex 21) Seja 𝑓 𝑥 = 𝑥; 𝐷𝑓 = 𝐼𝑅; Representação gráfica:
Verifica-se que a função é sempre crescente
pelo que não tem mínimo nem máximo.

Teorema: Seja 𝑓 função definida em 𝑋 ⊆ 𝐼𝑅, contínua e 2n vezes diferenciável, e 𝑎 um


ponto qualquer desse conjunto.

i) Se 𝑓′ 𝑎 = 0 e 𝑓 ′′ 𝑎 > 0 então 𝑓 𝑎 é um mínimo relativo de 𝑓 𝑥 ;

ii) Se 𝑓′ 𝑎 = 0 e 𝑓 ′′ 𝑎 < 0 então 𝑓 𝑎 é um máximo relativo de 𝑓 𝑥 ;

Nota: Considerando os exemplos anteriores, é fácil mostrar que i) e ii) apenas


servem o Ex 19) mas são limitativos para o Ex 20). Assim:

iii) Se 𝑓 ′ 𝑎 = 𝑓 ′′ 𝑎 = ⋯ = 𝑓 2𝑛−1 𝑎 = 0 e 𝑓 2𝑛 𝑎 > 0 então 𝑓 𝑎 é um mínimo


relativo de 𝑓 𝑥 ;

iv) Se 𝑓 ′ 𝑎 = 𝑓 ′′ 𝑎 = ⋯ = 𝑓 2𝑛−1 𝑎 = 0 e 𝑓 2𝑛 𝑎 < 0 então 𝑓 𝑎 é um mínimo


relativo de 𝑓 𝑥 .

CD/23
Extremos Relativos
A derivada de uma função permite determinar os seus intervalos de monotonia. Assim,

i) seja 𝑓 função contínua no intervalo 𝑎, 𝑏 e diferenciável em 𝑎, 𝑏 , tal que ∀𝑥 ∈ 𝑎, 𝑏 ,


𝑓′ 𝑥 ≥ 0; então, 𝑓 𝑥 diz-se crescente no intervalo 𝑎, 𝑏 .

Caso se tenha que ∀𝑥 ∈ 𝑎, 𝑏 , 𝑓 ′ 𝑥 > 0, 𝑓 𝑥 diz-se estritamente crescente.

ii) seja 𝑓 função contínua no intervalo 𝑎, 𝑏 e diferenciável em 𝑎, 𝑏 , tal que ∀𝑥 ∈ 𝑎, 𝑏 ,


𝑓′ 𝑥 ≤ 0; então, 𝑓 𝑥 diz-se decrescente no intervalo 𝑎, 𝑏 .

Caso se tenha que ∀𝑥 ∈ 𝑎, 𝑏 , 𝑓 ′ 𝑥 < 0, 𝑓 𝑥 diz-se estritamente decrescente.

Teorema de Rolle: Seja 𝑓 função contínua no intervalo 𝑎, 𝑏 e diferenciável em 𝑎, 𝑏 . Se


𝑓 𝑎 = 𝑓 𝑏 então ∃𝑐 ∈ 𝑎, 𝑏 : 𝑓 ′ 𝑐 = 0.

Nota: O teorema de Rolle permite identificar extremos da função.

CD/24
Extremos Relativos
Ex 22) Seja 𝑓 𝑥 = 𝑥 3 − 4𝑥 + 1;

a) Verifique que tem um extremo entre 0 e 2

A função é polinomial logo é contínua no intervalo [0;2];


𝑓 0 = 1; 𝑓 2 = 1 ⇒ 𝑓 0 = 𝑓 2

Então, pelo teorema de Rolle, a função tem um zero da derivada;

b) Identifique-o e classifique-o
𝑓 ′ 𝑥 = 𝑥 3 − 4𝑥 + 1 ′ = 3𝑥 2 − 4;
4 4
𝑓′ 𝑥 = 0 ⇔ 3𝑥 2 − 4 = 0 ⇔ 𝑥 = ∨𝑥 =−
3 3
Como o segundo é negativo, o primeiro é o que interessa;
Utilização de uma tabela para classificar o extremo:
𝟒
x
𝟑
f(x) Mínimo
f’(x) – 0 +
3
4 4 4
𝑓 = −4 + 1 é um mínimo da função f(x).
3 3 3

CD/25
Extremos Relativos
𝑥+1 2 ,𝑥 ≤ 0
Ex 23) Considere a função f real de variável real 𝑓 𝑥 = ቊ
𝑒𝑥 − 2 ,𝑥 > 0
Determine e classifique os seus extremos.

A função é polinomial / exponencial logo é contínua para 𝑥 ≠ 0;

2
𝐿𝑖𝑚− 𝑓 𝑥 = 𝐿𝑖𝑚− 𝑥 + 1 =1=𝑓 0 𝐿𝑖𝑚+ 𝑓 𝑥 = 𝐿𝑖𝑚+ 𝑒 𝑥 − 2 = −1
𝑥→0 𝑥→0 𝑥→0 𝑥→0

A função não é contínua no ponto 0 (não tem derivada nesse ponto); Cálculo da
derivada (e respetivos zeros):
2 𝑥 + 1 ,𝑥 < 0
𝑓′ 𝑥 = ቊ 𝑥 𝑓 ′ 𝑥 = 0 ⇒ 𝑥 = −1
𝑒 ,𝑥 > 0

Tabela:
x –∞ –1 0 +∞

f(x) 0 = Mín 1 = Max

f’(x) – 0 + Imp. +

O ponto 𝑥 = 0 é um ponto de máximo relativo [𝑓 0 = 1] da função embora esta


não tenha derivada nesse ponto; ainda assim, para valores menores que 0, a
função é crescente; para valores maiores que 0, a função aproxima-se de 0, ou
seja, toma valores < 1.
CD/26
Concavidades
Seja 𝑓 função contínua e diferenciável em 𝑋 ⊆ 𝐼𝑅, e 𝑎 um ponto qualquer desse conjunto.

i) Se 𝑓 ′′ 𝑎 > 0 diz-se que 𝑓 𝑥 é uma função convexa em 𝒂 ou que o seu gráfico tem a
concavidade voltada para cima em 𝒂;

ii) Se 𝑓 ′′ 𝑎 < 0 diz-se que 𝑓 𝑥 é uma função côncava em 𝒂 ou que o seu gráfico tem a
concavidade voltada para baixo em 𝒂;

iii) Se 𝑓 ′′ 𝑎 = 0 diz-se que 𝒂 é um ponto de inflexão da função 𝑓 𝑥 .

Ex 24) Seja 𝑓 𝑥 = 𝑥 4 − 6𝑥 2 ; Estude o sentido das concavidades da função

𝑓 𝑥 = 𝑥 4 − 6𝑥 2 ; 𝑓 ′ 𝑥 = 4𝑥 3 − 12𝑥; 𝑓 ′′ 𝑥 = 12𝑥 2 − 12;

𝑓 ′′ 𝑥 = 0 ⇔ 12𝑥 2 − 12 = 0 ⇔ 𝑥 = −1 ∨ 𝑥 = 1

Utilização de uma tabela para determinar as concavidades:


x –∞ -1 1 +∞
f(x) Mín
f’’(x) + 0 – 0 +

A função tem dois pontos de inflexão, (–1 e 1) sendo côncava no intervalo −1,1
e convexa em −∞, −1 ∪ 1, +∞
CD/27
Assíntotas
Seja 𝑓 função contínua definida em IR

Assíntotas verticais 𝑥 = 𝑎 :
i) Diz-se que a reta 𝑥 = 𝑎 é assíntota vertical ou quando 𝒙 → 𝒂 (ponto de
descontinuidade da função) do gráfico de 𝑓 𝑥 se e só se 𝑓 𝑥 tende para ±∞ quando
𝑥 → 𝑎− ou 𝑥 → 𝑎+ ;

Assíntotas não verticais (y = 𝑚𝑥 + 𝑏):


ii) Diz-se que a reta r é assíntota à esquerda ou quando 𝒙 → −∞ do gráfico de 𝑓 sse a
distância entre 𝑓 e r tende para 0 quando 𝑥 → −∞;

iii) Diz-se que a reta r é assíntota à direita ou quando 𝒙 → +∞ do gráfico de 𝑓 sse a


distância entre 𝑓 e r tende para 0 quando 𝑥 → +∞;

No cálculo das assíntotas não verticais, os valores de m e b obtêm-se sempre que o


domínio da função se estende até ±∞, do seguinte modo:

𝑓 𝑥
𝑚 = 𝐿𝑖𝑚 ∧ 𝑏 = 𝐿𝑖𝑚 𝑓 𝑥 − 𝑚𝑥
𝑥→±∞ 𝑥 𝑥→±∞

O cálculo de b só faz sentido caso exista e seja finito o valor de m. A assíntota existe se m
e b existirem e forem finitos.

CD/28
Assíntotas
𝑥2
,𝑥 < 1
Ex 25) Seja 𝑓 𝑥 = ቐ 𝑥−1
−𝑥
𝑒 ,𝑥 ≥ 1

Determine as assíntotas da função.

O domínio da função é IR. Quer as funções polinomiais quer as funções


exponenciais são contínuas em todo o seu domínio , logo o único ponto de
potencial descontinuidade ocorre para 𝑥 = 1;

Assíntota vertical:

𝑥2 1
𝐿𝑖𝑚− 𝑓 𝑥 = 𝐿𝑖𝑚− = = −∞
𝑥→1 𝑥→1 𝑥−1 0−

1
𝐿𝑖𝑚+ 𝑓 𝑥 = 𝐿𝑖𝑚+ 𝑒 −𝑥 = 𝑒 −1 =
𝑥→1 𝑥→1 𝑒

Como o limite lateral esquerdo é infinito, pode-se concluir que existe assíntota
vertical 𝑥 = 1 (independe do limite lateral direito);

CD/29
Assíntotas
Assíntotas não verticais:

Quando 𝑥 → −∞, 𝑦 = 𝑚0 𝑥 + 𝑏0

𝑓 𝑥 𝑥2 𝑥2 1
𝑚0 = 𝐿𝑖𝑚 = 𝐿𝑖𝑚 = 𝐿𝑖𝑚 = 𝐿𝑖𝑚 1 =1
𝑥→−∞ 𝑥 𝑥→−∞ 𝑥 𝑥−1 𝑥→−∞ 𝑥 2 −𝑥 𝑥→−∞ 1−𝑥

𝑥2 𝑥2 − 𝑥2 + 𝑥 𝑥
𝑏0 = 𝐿𝑖𝑚 𝑓 𝑥 − 𝑚0 𝑥 = 𝐿𝑖𝑚 − 𝑥 = 𝐿𝑖𝑚 = 𝐿𝑖𝑚 =1
𝑥→−∞ 𝑥→−∞ 𝑥 − 1 𝑥→−∞ 𝑥−1 𝑥→−∞ 𝑥 − 1

Assim, 𝑦 = 𝑥 + 1 é assíntota não vertical quando 𝑥 → −∞

Quando 𝑥 → +∞, 𝑦 = 𝑚1 𝑥 + 𝑏1

𝑓 𝑥 𝑒 −𝑥 0
𝑚1 = 𝐿𝑖𝑚 = 𝐿𝑖𝑚 = =0
𝑥→+∞ 𝑥 𝑥→+∞ 𝑥 +∞

𝑏1 = 𝐿𝑖𝑚 𝑓 𝑥 − 𝑚1 𝑥 = 𝐿𝑖𝑚 𝑒 −𝑥 = 𝑒 −∞ = 0
𝑥→+∞ 𝑥→+∞

Assim, 𝑦 = 0 é assíntota não vertical quando 𝑥 → +∞

CD/30
Assíntotas
O estudo completo de uma função até à sua representação gráfica passa pelas seguintes
etapas (não necessariamente pela ordem indicada):

o Determinar o domínio;

o Achar os zeros;

o Encontrar e classificar os seus extremos;


• Achar a 1ª derivada e os seus zeros;
• Determinar os intervalos de monotonia (quadro de sinais);

o Validar a existência de pontos de inflexão e o sentido das concavidades;


• Achar a 2ª derivada e os seus zeros;
• Determinar o sentido das concavidades (quadro de sinais);

o Determinar as assíntotas

o Representar graficamente a função identificando os principais pontos;

o Determinar o contradomínio.

CD/31
Representação Gráfica
𝑥2
,𝑥 < 1
Ex 26) Seja 𝑓 𝑥 = ቐ 𝑥−1 ; Represente graficamente a função
−𝑥
𝑒 ,𝑥 ≥ 1

Viu-se anteriormente que 𝐷𝑓 = 𝐼𝑅;

Assíntota vertical: 𝑥 = 1 (independe do limite lateral direito);

1
𝐿𝑖𝑚− 𝑓 𝑥 = −∞ (garante a existência de assíntota vertical); 𝐿𝑖𝑚+ 𝑓 𝑥 = ;
𝑥→1 𝑥→1 𝑒

Assíntotas não verticais: y = 𝑥 + 1 e 𝑦 = 0

Continuação…

𝑥2
Zeros: A função exponencial nunca é nula; = 0 ∧ 𝑥 < 1 ⇔ 𝑥 2 = 0 ⇔ 𝑥 = 0;
𝑥−1
0 é um zero da função;

Derivadas:
𝑥 2 − 2𝑥 2
,𝑥 < 1 ,𝑥 < 1
𝑓′ 𝑥
=൞ 𝑥−1 2 ; 𝑓′′ 𝑥 = ቐ 𝑥 − 1 3

−𝑒 −𝑥 ,𝑥 > 1 𝑒 −𝑥 ,𝑥 > 1
CD/32
Representação Gráfica
Extremos: A função exponencial nunca se anula;

𝑥 2 −2𝑥
𝑓′ 𝑥 = 0 ⇒ = 0 ⇔ 𝑥 2 − 2𝑥 = 0 ⇔ 𝑥 = 0 ∨ 𝑥 = 2
𝑥−1 2

Como o ponto 𝑥 = 2 não está no intervalo 𝑥 < 1 , apenas se encontra um


extremo por esta via.

Pontos de inflexão: Como 𝑓′′ 𝑥 nunca se anula, não existem pontos de inflexão;

Tabela: x –∞ 0 1 +∞
f(x) 0 → 1/e
−
f’(x) + 0 – Imp. –
f’’(x) – 0 – Imp. +

0 = 𝑓 0 é um máximo da função;

1
= 𝑓 1 também é um máximo da função (embora não seja um zero da
e
derivada);

CD/33
Representação Gráfica
Gráfico:

CD/34
Aplicações Práticas
Uma empresa de refrigerantes pretende lançar no mercado embalagens
de sumos de frutas com capacidade de 2 litros (2 dm3). Por questões de
marketing, as embalagens deverão ter a forma de um prisma quadrangular
regular.

a) Considerando x dm o comprimento da aresta da base, Mostre que a área total da


2𝑥 3 +8
embalagem é dada por 𝐴 𝑥 = ;
𝑥

Determinação, a partir do volume, da altura h da embalagem:


2
2 = 𝑥2ℎ ⟺ ℎ = 2 ;
𝑥

Área total é a soma das áreas das duas bases (quadrados de áreas 𝑥 × 𝑥) com as
áreas das quatro faces laterais (retângulos com área 𝑥 × ℎ) :

2 2 2 8 2𝑥 3 +8
𝐴 𝑥 = 2𝑥 + 4𝑥 2 = 2𝑥 + = ;
𝑥 𝑥 𝑥

CD/35
Aplicações Práticas
b) Mostre que existe um valor x para o qual a área total é mínima;

Cálculo da função derivada:

′ ′
′ 2𝑥 3 +8 2𝑥 3 +8 𝑥− 𝑥 ′ 2𝑥 3 +8 6𝑥 3 − 2𝑥 3 +8 4𝑥 3 −8
𝐴 𝑥 = = = = ;
𝑥 𝑥2 𝑥2 𝑥2

Extremos:
′ 4𝑥 3 −8 3
𝐴 𝑥 =0⟺ = 0 ⟺ 4𝑥 3 − 8 = 0 ⟺ 𝑥 3 = 2 ⟺ 𝑥 = 2;
𝑥2

3 3
3 2 2 +8 12
𝐴 2 = 3 = 3
2 2

Tabela:
x –∞ 3
2 +∞

A(x) 12
3 = Mín
2
A’(x) – 0 +

3
A área total é mínima para 𝑥 = 2.

CD/36
Aplicações Práticas
A figura ao lado
representa a ponte
construída no século
XVIII sobre a Ribeira das
Alcáçovas no lugar de
Santa Susana.

A distância mínima do arco central da ponte ao tabuleiro é de 6 metros; A e B são os


pontos de interseção do arco com o nível da água; 0 é o ponto médio de [A,B]; para cada
ponto x no intervalo [A,B], a altura do arco em metros é dada por:

𝑓 𝑥 = 36 − 9 𝑒 0,06𝑥 + 𝑒 −0,06𝑥

a) Mostre que é no ponto de abcissa 0 que a altura do arco é máxima;

𝑓 ′ 𝑥 = −9 0,06𝑒 0,06𝑥 − 0,06𝑒 −0,06𝑥 = 0,54𝑒 −0,06𝑥 − 0,54𝑒 0,06𝑥 ;

𝑓 ′ 𝑥 = 0 ⇔ 0,54𝑒 −0,06𝑥 − 0,54𝑒 0,06𝑥 = 0 ⇔ 𝑒 −0,06𝑥 = 𝑒 0,06𝑥 ⇔

⇔ −0,06𝑥 = 0,06𝑥 ⇔ −𝑥 = 𝑥 ⇔ 𝑥 = 0;

O ponto de altura máxima que o arco central atinge ocorre quando 𝑥 = 0.

CD/37
Aplicações Práticas
b) A construção da Barragem de Pego do Altar, em 1949, provocou uma subida do nível
das águas na zona da ponte de 27 metros. Mostre que nessas condições, a ponte
ficou totalmente submersa;

𝑓 0 = 36 − 9 𝑒 0 + 𝑒 −0 = 36 − 9 2 = 18 metros;

Somando os 6 metros de altura até ao tabuleiro da ponte, obtemos uma altura de 24


metros. Como a água subiu 27 metros, a ponte ficou totalmente submersa;

c) Mostre que a distância entre os pontos A e B é de perto de 43,9 metros;

Nos pontos A e B, 𝑓 𝑥 = 0 ⇔ 36 − 9 𝑒 0,06𝑥 + 𝑒 −0,06𝑥 = 0 ⇔

⇔ 𝑒 0,06𝑥 + 𝑒 −0,06𝑥 = 4 ⇔ 𝑒 0,06𝑥 2


− 4𝑒 0,06𝑥 + 1 = 0;

Resolvendo como uma equação do segundo grau, usando a fórmula resolvente,


obtém-se:
𝑙𝑛 2 − 3 𝑙𝑛 2 + 3
𝑒 0,06𝑥 = 2 − 3 ∨ 𝑒 0,06𝑥 = 2 + 3 ⇔ 𝑥 = ∨𝑥 = ⇔
0,06 0,06
⇔ 𝑥 ≈ −21,95 ∨ 𝑥 ≈ 21,95;

A distância entre os dois pontos é de perto de 43,9 metros.

CD/38

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