VS / DC / 24.11.
2022 QUINTA-FEIRA OPINIÃO
Guilherme
Schmidt
Jornalista
guilherme.schmidt@
gruposinos.com.br
Quando o
Brasil estreia
na Copa...
Esta quinta-feira será mar-
cada pela 22a estreia da se-
leção brasileira em uma Co-
pa do Mundo. Somos o único
País a participar de todos os
22 Mundiais; somos os únicos
pentacampeões; somos o País
do Pelé, o maior craque da his-
tória do futebol (e nem adianta
vir com este papo de Marado-
na, Messi ou Cristiano Ronal-
do, que são craques, mas não
têm os títulos e a imponência
do maior de todos os tempos);
enfim, somos o País do futebol
(apesar de serem os ingleses os
“inventores”).
Nesta quinta-feira, por uma
hora e meia - e alguns minu-
tos a mais (na Copa do Catar os
juízes estão sendo generosos
com o tempo extra) -, o País,
em sua grande parte, estará
torcendo pelos comandados
do Tite. A grande divisão cau-
sada pela política não deixará
de existir, mas a maioria dos
direitistas, esquerdistas e cen-
tristas estará torcendo, desta
vez, pelo mesmo time. Sim, têm
os do contra, aqueles que gos-
tam de torcer contra o Brasil.
Mas, ao contrário da grande
divisão que o País atravessa,
serão minoria desta vez.
Nesta quinta-feira de estreia
da seleção talvez seja a hora de
pensarmos em um País me-
lhor no qual a gente torça pe-
lo mesmo Brasil, e não contra
ele. Decepções, bola na trave,
gol contra, discussões, algu-
mas brigas ... bom, tudo isso
faz parte do jogo. Mas é pre-
ciso torcer pelo Brasil.
Quando o Brasil estreia na
Copa, o verde, amarelo, azul
e branco são as cores de to-
dos nós torcedores. Sem ban-
deiras partidárias. É esporte,
é integração, é coletividade.
Ninguém ganha jogo sozinho.
Como no futebol, talvez o nos-
so País devesse ser mais cole-
tivo na construção de um Bra-
sil melhor. É uma utopia, sei,
mas, quem sabe, a gente algum
dia chegue lá. Seria um verda-
deiro gol de placa.
Os artigos publicados nesta página
são opiniões pessoais e de inteira
responsabilidade de seus autores. Por
razões de clareza ou espaço poderão
ser publicados resumidamente.
Artigos podem ser enviados para
redacaovs@gruposinos.com.br ou
pautadc@gruposinos.com.br.
11
Neusa Medeiros
Jornalista
edicao3@edicao3.com.br
Repetindo para aprender
Tudo são experiências e aprendizados,
mesmo quando não temos clareza disto.
Às vezes, somos reprovados nos testes, que
a vida nos apresenta, e lá vamos nós repetir
tudo de novo. Nem sempre será fácil. A vida
exige adaptação e resiliência, mas nada de
acomodação. Jogar a toalha e abandonar o
jogo antes que ele
termine, nem pensar. Como diz o escritor
Davi Niven, muitas vezes teremos que juntar
os cacos, que a gente mesmo espalhou, mas
isso também faz parte do processo de cura.
Tenha experiências para levar na baga-
gem. Essa vida vai passar, é fato, por isso
trate de ter histórias para lembrar e acari-
nhar a sua memória. É hora de extrair o me-
lhor das derrotas, pois nem sempre seremos
prioridade. Essa lição, que talvez ainda não
tenha sido aprendida, precisa ser revista e
repetida, para que o não tenha menos for-
ça e o sim seja vitorioso. Quando aprende-
mos a contornar os espinhos podemos to-
Jackson Buonocore
Sociólogo, psicanalista e escritor
buonocorejcb@gmail.com
A ignorância em ação
Ao assistirmos à televisão, lermos os jor-
nais, ouvirmos as pregações nos púlpitos
e acessarmos a Internet aparecem as ima-
gens, as letras e as falas da estupidez, que
ganha força nos dias atuais.
A palavra estúpido caracterizava o in-
díviduo mentalmente inapto, mas tempos
depois foi definido como gente ignorante.
Por isso a estupidez tem como objetivo
levar as pessoas ao autoengano, para po-
tencializar os conflitos sociais.
O eixo estruturante da estupidez é a fal-
ta de inteligência. É como disse o escritor
alemão Johann Goethe: - “Nada mais as-
sustador que a ignorância em ação”, que
se manifesta nas atitudes e nos discursos.
A ignorância e a estupidez são irmãs sia-
mesas que geram uma escuridão mental,
Eu, fotógrafo Envie sua fotografia (preferencialmente
horizontal) para vidareal@gruposinos.com.br
car na flor. O importante é seguir florindo.
Por isso, é tão valioso
aprender a saborear as miudezas. Como
viver com satisfação é desafiador!
Acredite na sua força e não se maltrate e
nem se julgue! Respeite alguns limites neces-
sários e extrapole os sonhos que são válidos.
E coloque um prazo curto para viver o sofri-
mento, para que ele não se sinta à vontade
e queira fazer morada. Quem nunca sentiu
pena de si mesmo ou sofreu à toa, desper-
diçando energia?
Como não existe receita pronta para viver
em plenitude, cabe à máxima de se conhe-
cer muito bem a ponto de definir quais es-
tratégias adotar. Aprenda a se escutar e fi-
que atento a intuição. Ela dá sinais e pode
acelerar as respostas. Se priorize. Tenha fé,
pois ela irá fortalecer os dias e auxiliar nas
soluções, colocando luz nos fatos, mesmo
quando tudo estiver escuro. O aprendiza-
do é longo, mas não será em vão.
que exala o preconceito e a falta de co-
nhecimento.
E ambas têm uma versão digital para man-
ter o obscurantismo entre nós.
Não há dúvidas de que essas irmãs são
mal-intencionadas e invadem as redes pa-
ra se impregnar nas relações humanas. No
entanto, temos que exercitar a nossa – se-
renidade e inteligência – a fim de neutra-
lizar a ignorância e a estupidez, pois são
os elementos mais violentos da sociedade.
Enfim, os ignorantes e/ou os estúpidos
devem entender que necessitamos coexis-
tir com as pessoas e os grupos de diferen-
tes classes sociais, idades, etnias, crenças,
orientações sexuais e não importa se ves-
tem camisas amarelas ou vermelhas, por-
que o Brasil e o mundo é multicolorido.
Leandro
da Silva
Leopoldes,
Igrejinha
“Amanhecer
em Igrejinha,
semana passada
junto à RS-115.
A beleza de
Deus está em
cada detalhe!”,
compartilha o
leitor.
Alice Bemvenuti
Pesquisadora, museóloga, diretora do
Museu do Trem / alicebem@gmail.com
Perspectiva histórica
do Museu do Trem - 2
Na história deste Museu um dos tópicos que podemos
explorar são os processos e os fazeres museológicos res-
ponsáveis pelas materialidades, ou seja, pelos documen-
tos e objetos que irão formar a coleção. É preciso com-
preender em que momento estes foram destinados ao
Museu e quem foram os atores em cada década.
Para integrar uma coleção, cada peça ou documento
após chegar no museu é higienizado, classificado, regis-
trado, acondicionado, podendo sofrer um tratamento
para conservação preventiva.
No Museu do Trem, em São Leopoldo, os objetos chega-
ram originários de diferentes cidades gaúchas. As museó-
logas Maria Thereza Kahl Fonseca e Clarisse Oliveira de
Carvalho foram as responsáveis pelos primeiros registros.
Sabemos que os objetos de grande porte foram deslo-
cados até nossa cidade com recursos do Ministério do
Transportes, através do Programa de Preservação do
Patrimônio Histórico (PRESERVE/PRESERFE), que de-
signa uma equipe com arquitetos, museólogas, historia-
dores, engenheiros para os diferentes estados, a fim de
pesquisar e constituir os Centros de Preservação da His-
tória Ferroviária de cada região brasileira.
Sabemos que antes disso, o MHVSL já acolhia algumas
peças da ferrovia, sendo que ainda hoje salvaguarda a
Pá de Prata utilizada na concorrida solenidade de lança-
mento da pedra fundamental da 1ª Estrada de Ferro, em
São Leopoldo, no dia 26 de novembro de 1871. Data que
define a criação do Museu do Trem em 1976.
Entre os anos 1990, a jornalista da RFFSA, Marioni Au-
ler, destina para o Museu um conjunto de telegramas de
1930, emitidos através da VFRGS, salvando-os dos gran-
des leilões realizado na liquidação da extinta RFFSA.
Gilberto Jasper
Jornalista
gilbertojasper@gmail.com
Viajar é preciso
A cada dia aprendo mais com os filhos que por anos
tentaram me convencer sobre o prazer de viajar. A ida-
de mudou minha ideia.
Semana passada estive em Brasília, onde há três anos
está Henrique, o filho mais novo, que mora e trabalha
como jornalista. O guri se adaptou muito bem à cidade,
seus defeitos, virtudes. Forjou uma rede de amigos com
quem convive e trabalha. É a terceira vez que visito a ca-
pital federal a passeio. Antes disso estive três vezes a tra-
balho e outra para receber um prêmio.
Brasília possui contrastes extremados, onde é impos-
sível viver sem automóvel. Quem não gosta de dirigir ou
não tem condições para comprar um carro fica refém do
serviço dos aplicativos ou táxi. As distâncias oneram o
bolso dos usuários.
A organização por setores facilita a rotina. Por exem-
plo: oficinas, despachantes, revendas de carros e serviços
afins ficam na mesma região. Em cidades sem planeja-
mento urbano – regra no País – é preciso percorrer vá-
rios bairros para fazer um simples levantamento de pre-
ços de qualquer produto ou serviço.
Na hora do meio-dia e à noite existem opções para to-
dos os gostos. E orçamento. É possível degustar pratos tí-
picos de todas as regiões do Brasil, basta pesquisar com
calma na Internet. Churrasco é onipresente em pontos
que fazem questão de ostentar com destaque na fachada:
“Churrasco gaúcho”, credencial que nem sempre corres-
ponde ao produto serviço.
Brasília é uma cidade multifacetada que transcende
a (má) fama política. É preciso explorar para conhecer.