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Patologia Médica II

Letícia Assis Rodrigues Freitas – 70D


Medicina

material amorfo e hialino, que é o material amilóide. Além da deposição de Gangrena de extremidade é cerca de 100x mais comum em pacientes com DM do
material, podemos encontrar também áreas de fibrose verdadeira. que aqueles que não possuem.
Pessoas mais velhas, que não tem DM podem ser encontrada essas alterações, mas Na imagem da esquerda, temos 3 artérias aórticas seccionadas. A artéria da porção
com uma quantidade relativamente menor. superior vemos placas ateromatosas com alterações acentuadas, com área de
ruptura associada a hemorragia.
DOENÇA MACROVASCULAR DIABÉTICA
MICROANGIOPATIA DIABÉTICA
O marco principal dessa doença é uma aterosclerose acelerada, que começa de
forma mais precoce e acomete de maneira mais grave, quando comparado ao Espessamento generalizado das membranas basais, estimulado pela presença dos
pacientes que não tem diabetes. AGEs. Isso pode acometer capilares na pele, nos MM. Esqueléticos, nas retinas, nos
glomérulos, nas medulas e nos túbulos renais, na cápsula de Bowman, nos NN.
As principais consequências desse processo são: IAM, que é a principal causa de
periféricos e na placenta.
morte em indivíduos diabéticos; AVE; gangrena de extremidades (como visto nas
imagens abaixo), uma vez que essa aterosclerose se associa à doença vascular No sistema nervosos, nós podemos encontrar as seguintes alterações:

© Neuropatia diabética: pode ser periférica, normalmente é simétrica.


© Alterações do sistema nervoso autônomo: indivíduos com DM podem
apresentar alteração da função intestinal, da bexiga e impotência

COMPLICAÇÕES OCULARES
Nós temos três alterações principais: a retinopatia, a catarata e o glaucoma.
No caso da Retinopatia, ela apresenta duas fases:
Gangrena: processo necrótico que é modificado pelo meio externo. Teremos uma
obstrução vascular que leva a uma insuficiência vascular periférica, não chegando © Retinopatia não proliferativa
sangue suficiente nas porções distais, gerando uma isquemia que pode evoluir para © Retinopatia proliferativa
necrose. Se a necrose é modificada pelo meio externo, temos o quadro de o A principal diferença entre elas: é a densidade de vasos e a
gangrena. quantidade de vasos no fundo de olho.

Nos pacientes com DM, temos uma diabetes do tipo seca. Esperamos ver pele
descamada, com aspecto “apergaminhado” (enrugado) e coloração escura
(extravasamento de sangue digerido que impregna na área de necrose).
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nos outros órgãos alvo haja uma correspondência, interferindo portanto na forma
como será realizada a conduta.

© Fase 1 (esquerda): é chamada de Retinopatia não proliferativa, sendo que


ela pode evoluir para a fase 2. Nesse caso, não temos a proliferação
vascular na retina, mas o paciente apresenta outras alterações, como: Catarata: opacificação do cristalino.
exsudato (que está apontado pela seta cheia), causado pelo
extravasamento de macrófagos e lipídios que se acumulam na região do É comum associar a catarata a senilidade, entretanto, processos como traumas
fundo de olho, dando um aspecto amarelado. oculares, uso de medicamentos, infecções congênitas, pdoem ser causas de
catarata.
© Fase 2 (direita): é chamada de Retinopatia proliferativa. Nesse caso, nós
temos uma proliferação dos vasos da retina, por meio do estímulo do Já a Catarata Diabética é explicada pelo acúmulo de sorbitol nas células do
VEGR. Esse fator, por sua vez, é estimulado pela isquemia retiniana, que é cristalino, que acaba causando um opacificação dessa estrutura. Na imagem ao
causada pelas alterações vasculares que esses pacientes apresentam ao lado, podemos observar que o olho direito da paciente apresenta o cristalino
longo do tempo. Apontado pela seta pontilhada, temos uma área de opaco, ou seja, de coloração brancacenta. Paciente queixa de embaçamento.
hemorragia e, destacado pelo círculo, temos um microaneurisma, sendo
Glaucoma muitas vezes é associado ao aumento de pressão intraocular,
que ambas alterações podem estar presentes nas fases 1 e 2.
entretanto, não necessariamente ocorre esse aumento de pressão, chamado
As alterações observadas aqui são observadas aqui são importantes pelo olho em glaucoma de pressão normal. Temos que lembrar, que ele é uma doença associada
si, mas também pois quando falamos de complicações em órgãos alvo, não a uma alteração na drenagem do humor aquoso, que com o tempo gera uma
teremos um acesso direto ao exame do coração e rins (não entendi o que a Paula espécie de neuropatia, uma alteração do N. óptico (perda das fibras), que é
quis dizer aqui). A retina funciona como um reflexo do que esperamos encontrar causado especialmente pela isquemia que acontece na região ocular e,
em outros órgãos alvo. Se aqui encontrar uma retinopatia avançada, isso quer dizer principalmente, em um contexto de aumento de pressão intraocular.
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Após a sua produção, o humor aquoso é drenado pelo seguinte caminho: corpo perfundida é a papila renal. Acontece que se o paciente tem uma
ciliar - espaço existente entre o cristalino e a íris - pupila - ângulo da câmera anterior pielonefrite, essa área sofre processo inflamatório agudo, edema e
(entre a pupila e a córnea). Nesse ângulo, temos uma estrutura chamada de malha compressão vascular. O paciente com DM ele tem alterações vasculares
trabecular e o Canal de Schlemm, que servem para permitir a drenagem do Humor especialmente aqueles com doença mais avançada, então sua papila renal
Aquoso. Porém, em indivíduos com DM, existe uma tendência a proliferação é menos perfundidas. Somado ao processo inflamatório agudo, o paciente
vascular que pode acontecer em cima do local de drenagem, impedindo que ele pode evoluir para necrose.
seja drenado. Esse humro continua sendo produzido, mas ele não é drenado de
maneira adequada, aumentando a pressão intraocular. Esse aumento de pressão
causa uma isquemia/lesão do N. Óptico, que se manifesta como o glaucoma.
A principal manifestação clínica é a perda da visão periférica. Assim, como a visão
está sendo perdida da periferia para o centro, muitas vezes o paciente descobre
esse quadro em um estágio mais avançado.

NEFROPATIA DIABÉTICA
© Lesões glomerulares, que pode se associar:
o Esclerose mesangial (células que ficam entre as alças capilares
glomerulares): encontramos um aumento difuso da matriz Na figura da esquerda: rim partido ao meio, o ápice está com uma coloração
mesangial amarelada ou branco acinzentada representando uma área de necrose da papila
o Glomeruloesclerose nodular: Depósitos arredondados de massas renal, também chamada de papilite necrosante
de matriz na região de capilares glomerulares, que recebem o
Na figura da direita: artéria aorta aberta. Vemos numeras placas ateromatosas, e
nome de Doença de Kimmestiel-Wilson. É uma alteração
uma aterosclerose acentuada com placas complicadas. Percebam os rins que está
frequentemente encontrada em pacientes com nefropatia
de tamanho reduzido e estão com capsula irregular. O rim inferior é o rim de
diabética.
transplante renal que se encontra normal.
© Aterosclerose/Arterioloesclerose/Arterioloesclerose Hialina
© Pielonefrite que pode complicar com Papilite necrosante: paciente com
DM tem mais chance de ter pielonefrite agude, e uma complicação
aumentada, que é a papilite. A papilite é uma necrose do ápice da ponta
das pirâmides renais, pois todas as pessoas tendo DM ou não, a área menos
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QUESTÃO

Principal causa de óbito: doença macrovascular

Na figura superior temos a Doença de KImmelstiel-Wilson, e apontado pela seta


temos depósitos nodulares de material róseo amorfo nas alças capilares ALMEIDA, Lícia Caroline Tenório. SILVA, Raquel Souza Miranda. EFEITOS DA
POTENCIAL ANTIMICROBIANO DO
glomerulares ÓLEO DE COCO NO TRATAMENTO
SUPLEMENTAÇÃO DIETÉTICA COM ÓLEO
DE COCO NO PERFIL LIPÍDICO E
DE FERIDAS. Revrene - Revista da CARDIOVASCULAR DE INDIVÍDUOS
Na figura a direita, os depósitos nodulares estão corado pelo PAS mostrando que Rede de Enfermagem do Nordeste, DISLIPIDÊMICOS. Bsbm BrasíliaMedica,
são positivos pela PAS, na seta cheia. Na seta pontilhada, aponta uma arteríola Rev Rene. 2012; 13(4):880-7, p. 1-6, Brasília Med 2011;48(1):42-49, p. 0-0, 24 mar.
23 ago. 2012. 2011.
renal, mostrando um quadro de arterioloesclerose hialina, um deposito de material
amorfo hialino na parede do vaso, levando ao espessamento da parede e redução RIBEIRO, LAIR GERALDO
da sua luz. Esse quadro pode aparecer na HAS, em pacientes idosos. Porem no caso THEODORO. A VERDADE
CIENTÍFICA SOBRE UM
do diabetes, essa doença pode aparecer tanto em arteríolas aferentes quanto SUPERALIMENTO FUNCIONAL
eferentes, nas outras circunstancias, é raro de acontecer nas duas. DENOMINADO ÓLEO DE COCO.
Brazilian Journal of Surgery and
Clinical Research - BJSCR,
Por fim, na imagem inferior vemos uma glomeruloesclerose difusa que é uma Vol.18,n.3,pp.109-117 (Mar – Mai
alteração associada a DM de longa data. Vemos o glomérulo no centro da figura 2017), p. 1-7, 10 mar. 2017.
cheio de área de esclerose comprometendo quase todo o glomérulo.

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