Você está na página 1de 4

DEPARTAMENTO DE OFTALMOLOGIA E OTORRINOLARINGOLOGIA

Estudo Dirigido (ED) 4: Oftalmoscopia, Exame de Fundo de Olho (Normal


e Patológico)

Nome do Aluno: Ana Paula Carvalho de Matos

Professor: Alberto Diniz Filho

1. Descreva ou desenhe a localizaçã o do disco ó ptico, má cula, fó vea, fovéola, artéria central
da retina e veia central da retina. Como é a circulaçã o retiniana?

A circulaçã o retiniana é terminal, sem anastomoses e os vasos da retina apresentam fortes


ligaçõ es juncionais, o que impede o extravasamento de soro por suas paredes, prevenindo,
assim, eventual edema de retina causado por alteraçõ es vasculares sistêmicas, como
hipertensã o arterial.

2. Cite três doenças sistêmicas que podem causar alteraçõ es no fundo de olho.
Diabetes (retinopatia diabética nã o-proliferativa e proliferativa), hipertensã o arterial
sistêmica (retinopatia hipertensiva) e síndrome metabó lica (fator de risco para oclusõ es
venosas retinianas).

3. O que é degeneraçã o macular relacionada à idade (DMRI)? Qual idade ela geralmente
ocorre? Quais os principais fatores de risco?
É uma doença degenerativa que afeta a má cula de indivíduos acima de 50 anos de idade. É
multifatorial, com fisiopatologia complexa e nã o completamente esclarecida. Tem cará ter
genético e está relacionada ao envelhecimento. É muito prová vel que fatores inflamató rios
DEPARTAMENTO DE OFTALMOLOGIA E OTORRINOLARINGOLOGIA

assim como isquemias localizadas e danos tissulares por mecanismos oxidativos estejam
envolvidos. Fatores de risco incluem tabagismo, obesidade, hipertensã o arterial, doença
cardiovascular e íris clara.

4. Quais as principais formas de degeneraçã o macular relacionada à idade (DMRI)? Cite a


fisiopatogenia e o tratamento de cada uma.
As principais formas sã o as “nã o exsudativa” ou “seca” e “exsudativa” ou “neovascular”. Na
forma seca há uma lesã o progressiva do epitélio pigmentar da retina, membrana de Bruch e
coriocapilar, o que leva à atrofia secundá ria dos fotorreceptores e perda gradativa da visã o.
Já a forma neovascular caracteriza-se pelo crescimento de uma membrana neovascular no
espaço sub-retiniano, que se origina dos vasos da coroide e ultrapassa a membrana de
Bruch e cresce por debaixo do epitélio pigmentar da retina e por vezes sob a retina
sensorial. Por serem provenientes da coroide esses neovasos permitem o extravasamento
de liquido, e eventualmente sangue, o que altera a anatomia macular, incluindo a interface
fotorreceptor-EPR, levando à perda irreversível dos fotorreceptores adjacentes, com
consequente baixa de visã o, que geralmente é mais rá pida e acentuada do que a observada
na forma seca.
O tratamento da DMRI seca é utilizada uma combinaçã o de micronutrientes, incluindo sais
minerais e vitaminas que podem prevenir ou retardar a evoluçã o da doença (Vit C 500mg,
Betacaroteno 15mg, Vit E 400UI, Zinco 80mg, Cobre 2 mg – substituir betacaroteno por
Luteína 10mg e Zeaxantina 2mg em pacientes tabagistas).
Para a forma exsudativa, além dos micronutrientes, pode-se utilizar também
antiangiogênicos, terapia fotodinâ mica, raios laser e cirurgia.

5. Quais os principais sintomas da degeneraçã o macular relacionada à idade (DMRI)? Qual


exame é ú til na detecçã o desses sintomas?
Inicialmente os pacientes se queixam de visã o borrada das palavras, á rea escura no centro
da visã o ou distorçã o de linhas retas. Nas fases mais avançadas o paciente percebe
escotoma central (mancha escura no centro da visã o). Para avaliaçã o desses sintomas
utilizamos a tela de Amsler.

6. Como deve ser feito o diagnó stico, seguimento e tratamento dos pacientes com
retinopatia diabética?
O diagnó stico pode ser feito com o exame cuidadoso do fundo de olho utilizando-se
oftalmoscopia direta ou indireta. Também a biomicroscopia é muito ú til no exame de fundo
de olho diabético. O primeiro exame oftalmoló gico em pacientes com diabetes detectado
antes dos 30 anos de idade deve ser realizado em até 5 anos apó s o inicio da doença.
Aqueles com 30 anos ou mais deverã o ter seu exame imediatamente realizado. Apó s o
primeiro exame fundoscó pico, os pacientes com retinopatia diabética ausente ou muito
leve devem consultar um oftalmologista anualmente. Nos casos em que já existia
retinopatia nã o proliferativa leve a moderada e sem edema macular os pacientes devem ser
reavaliados a cada 6 meses. Já aqueles com retinopatia nã o proliferativa grave ou muito
DEPARTAMENTO DE OFTALMOLOGIA E OTORRINOLARINGOLOGIA

grave e nos quais for adotada conduta conservadora sem fotocoagulaçã o a laser, deverã o
ser examinados a cada três meses. Também é recomendá vel documentaçã o por meio de
retinografias a cada exame. Igualmente, pacientes com edema macular sem indicaçã o de
tratamento deverã o ser observados trimestralmente.
O tratamento inclui:
I - Controle glicêmico rígido, monitoraçã o da pressã o arterial, funçã o renal e lipídeos
séricos;
II - Fotocoagulaçã o a laser em casos de edema macular que comprometa ou ameace o
centro da má cula e nas retinopatias proliferativas;
III - Vitrectomia em casos de hemorragia vítrea persistente, descolamento de retina
tracional atingindo ou ameaçando a má cula ou edema retiniano associado à traçã o
vitreomacular;
IV - Tratamento medicamentoso por meio de injeçõ es intravítreas de corticosteroides ou
inibidores do fator de crescimento cascular endotelial.

7. Quais sã o os sinais clá ssicos da retinopatia hipertensiva?


Esclerose arteriolar, cruzamento arteriolovenular patoló gico, estreitamento, retificaçã o e
tortuosidade arteriolar, hemorragias retinianas, exsudatos duros, manchas algodonosas,
papiledema.

8. Cite e descreva de maneira sucinta os principais tipos de oclusõ es vasculares da retina.


Oclusõ es venosas retinianas: Segunda vasculopatia mais frequente, classificada em oclusã o
da veia central da retina (OVCR), oclusã o de ramo da veia central da retina (ORVCR) e
oclusã o hemisférica (OHVCR).
OVCR: Apresenta-se com baixa acuidade visual sú bita e hemorragias intrarretinianas e
manchas algodonosas nos quatro quadrantes da retina, aumento da tortuosidade e
ingurgitamento venoso, associados ou nã o a edema e hiperemia do disco ó ptico e edema
macular.
ORVCR: Se apresenta com perda visual aguda ou um defeito agudo no campo visual
correspondente ao territó rio de irrigaçã o afetado.
Oclusõ es arteriais retinianas: As oclusõ es da artéria central da retina e ramos caracterizam-
se pela perda visual aguda e acentuada e geralmente irreversível. Pode ser precedida de
amaurose fugaz. Em 2% dos casos o evento é bilateral. Ao exame do fundo do olho
registram-se a á rea acometida pá lida e a fó vea avermelhada, com mancha vermelho-cereja
na fovéola. Em quatro a seis semanadas a retina se torna opaca, o disco ó ptico pá lido e os
vasos afilados. Em 20% dos casos é possível observar a presença de êmbolo no sistema
arterial, sendo o tipo mais comum o êmbolo de colesterol.

9. O que sã o distrofias corriorretinianas? Cite a tríade clá ssica encontrada na retinose


pigmentar e descreva os principais sintomas e a época de aparecimento dos mesmos.
Sã o doenças causadas por mutaçõ es em genes expressos nos fotorreceptores cones e
bastonetes ou nas células do epitélio pigmentar da retina. A tríade clá ssica sã o a palidez do
DEPARTAMENTO DE OFTALMOLOGIA E OTORRINOLARINGOLOGIA

disco ó ptico, afilamento dos vasos retinianos e acú mulos de pigmentos na média periferia
da retina lembrando espículas ó sseas. Os sintomas mais comuns sã o a nictalopatia
(dificuldade de visã o noturna) e a perda do campo visual periférico, com evoluçã o para
campo tubular, e geralmente aparecem na adolescência e início da idade adulta.

Você também pode gostar