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LAUDO PSICOLÓGICO
I- Identificação
Nome da pessoa atendida: Maria Eduarda (nome fictício), 10 anos, aluna do 5º ano do ensino
fundamental, residente em São Paulo, SP;
Nome do solicitante: Solicitação feita pela Sra. Ana Lúcia (nome fictício), mãe da Maria
Eduarda. A demanda foi encaminhada também pela professora Sra. Cláudia (nome fictício),
docente responsável pela turma da Maria Eduarda na escola;
Nome da(o) autora(or): Dra. Joana Almeida (nome fictício), psicóloga com registro no
Conselho Regional de Psicologia do Estado de São Paulo, CRP 06/123456.
A Sra. Ana Lúcia (nome fictício), mãe de Maria Eduarda (nome fictício), de 10 anos, procurou
os serviços de avaliação psicológica devido a preocupações contínuas e observações sobre o
comportamento e o desempenho escolar de sua filha. A mãe relata que Maria Eduarda tem
dificuldade em manter a atenção nas atividades, é facilmente distraída e tem dificuldade em
seguir instruções. Além disso, aponta que sua filha é excessivamente ativa e tem problemas em
permanecer sentada durante as refeições ou enquanto faz lições de casa. Segundo a Sra. Ana
Lúcia, essas dificuldades têm persistido ao longo dos anos e estão afetando negativamente o
desempenho escolar e a interação social de Maria Eduarda.
A professora da Maria Eduarda, Sra. Cláudia (nome fictício), também relatou preocupações
semelhantes. De acordo com ela, Maria Eduarda frequentemente tem dificuldade para
permanecer sentada durante as aulas, frequentemente interrompe os outros, tem dificuldade em
esperar a sua vez e é muitas vezes esquecida nas atividades diárias. Além disso, Maria Eduarda
parece ter problemas em organizar tarefas e atividades e geralmente evita ou tem relutância em
se envolver em tarefas que requerem esforço mental sustentado. A Sra. Cláudia expressou sua
preocupação de que esses comportamentos possam estar afetando o desempenho acadêmico de
Maria Eduarda e suas interações sociais com seus colegas de classe.
Essas observações e relatos levantaram preocupações tanto da família quanto da escola de que
Maria Eduarda possa estar sofrendo de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH). Considerando a natureza persistente e pervasiva dessas dificuldades em vários
contextos (casa e escola), foi solicitada uma avaliação psicológica abrangente para entender
melhor as dificuldades de Maria Eduarda e fornecer recomendações adequadas para
intervenções e apoios.
Essa avaliação irá considerar o desenvolvimento da Maria Eduarda dentro de sua realidade
sociocultural e histórica, levando em conta a influência do ambiente familiar e escolar em seu
comportamento e desenvolvimento geral. Este processo irá considerar também o fato de que as
habilidades e comportamentos são dinâmicos e podem mudar ao longo do tempo e com
intervenções apropriadas.
III- PROCEDIMENTO
Para a avaliação da Maria, foram realizados sete encontros de aproximadamente uma hora e
meia cada. As ferramentas utilizadas para a avaliação foram:
4. Escala de Conners para Professores (CPRS-R) e Escala de Conners para Pais (CPRS-R):
Foram utilizadas para obter informações dos professores e pais sobre o comportamento da
criança, em casa e na escola.
De acordo com as entrevistas realizadas com os pais e a professora, ficou evidente que Maria
Eduarda exibe uma série de comportamentos que são indicativos de Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade (TDAH). Tais comportamentos incluem: dificuldade de
concentração, impulsividade, hiperatividade, dificuldade em seguir instruções, esquecimento
frequente e problemas de organização.
A avaliação clínica revelou que Maria Eduarda tem um histórico consistente desses
comportamentos, que são observados tanto em casa quanto no ambiente escolar. A consistência
dessas observações por pessoas diferentes e em ambientes diferentes fortalece a hipótese de
que ela possa estar lidando com TDAH.
Os resultados da Escala de Conners para Professores e Pais, bem como do Inventário de
Comportamentos da Infância e Adolescência (CBCL), corroboraram essas observações, com
relatos de problemas de atenção, hiperatividade e impulsividade sendo consistentes.
A avaliação neuropsicológica também confirmou essas observações, com Maria Eduarda
exibindo desempenho abaixo do esperado em testes que avaliam a atenção sustentada e
seletiva. Ela também teve dificuldade em testes que avaliam as funções executivas, que são
habilidades cruciais para a regulação do comportamento e o planejamento e organização de
tarefas.
O Teste de Desempenho Escolar (TDE) revelou que Maria Eduarda tem dificuldades
significativas em várias áreas acadêmicas. Essa descoberta é coerente com relatos de que Maria
Eduarda tem dificuldades na escola e apoia a ideia de que seus problemas de atenção e
hiperatividade podem estar interferindo em seu desempenho acadêmico.
A análise psicossocial revelou que Maria Eduarda tem um bom relacionamento com seus pais
e colegas, mas os problemas associados ao TDAH têm causado estresse tanto para ela quanto
para seus familiares e professores.
Considerando a variedade de evidências coletadas através de várias ferramentas de avaliação e
perspectivas, a hipótese de que Maria Eduarda esteja sofrendo de TDAH parece plausível. É
importante salientar que o diagnóstico de TDAH é complexo e deve ser feito com cautela. No
entanto, a partir das evidências disponíveis, é possível fazer uma recomendação preliminar de
que Maria Eduarda receba apoio para lidar com os sintomas de TDAH, tanto na escola quanto
em casa.
Este laudo deve ser interpretado considerando a natureza dinâmica do desenvolvimento
humano. Mudanças no ambiente ou na situação de Maria Eduarda, bem como a implementação
de intervenções apropriadas, podem resultar em mudanças em seus comportamentos e
habilidades.
O sigilo de todas as informações coletadas foi mantido ao longo do processo de avaliação e
redação do laudo, respeitando os princípios éticos e o Código de Ética Profissional do
Psicólogo.
As recomendações baseadas nesta avaliação serão apresentadas na próxima seção do laudo.
V- CONCLUSÃO
Com base nos dados coletados durante as entrevistas, avaliações psicométricas e observações
clínicas, conclui-se que Maria Eduarda apresenta comportamentos consistentes com o
diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), conforme os
critérios estabelecidos pelo DSM-5.
As dificuldades de Maria Eduarda na escola, bem como os desafios percebidos em casa,
apontam para a necessidade de uma intervenção multidisciplinar, que envolva a família, a
escola e profissionais da saúde mental. Tais intervenções devem buscar aprimorar as
habilidades de autocontrole, atenção, organização e planejamento de Maria Eduarda, além de
oferecer suporte à família e à escola para que consigam lidar de forma mais eficaz com os
desafios apresentados.
As intervenções sugeridas incluem terapia comportamental para auxiliar no desenvolvimento
de habilidades de autogestão, além de estratégias para melhorar o foco e a atenção. Recomenda-
se também a orientação aos pais e à escola sobre como fornecer um ambiente estruturado e
previsível, que possa auxiliar Maria Eduarda a desenvolver suas habilidades acadêmicas e
sociais. Adicionalmente, é importante considerar a possibilidade de intervenção
medicamentosa, a qual deve ser avaliada por um profissional médico especializado.
Este laudo é confidencial e deve ser usado exclusivamente para os fins a que se destina. O uso
inadequado deste documento é de responsabilidade da pessoa ou instituição receptora.
REFERÊNCIAS
Achenbach, T. M., & Rescorla, L. A. (2001). Manual for the ASEBA school-age forms &
profiles. University of Vermont, Research Center for Children, Youth, & Families.
Wechsler, D. (2003). WISC-IV: Escala de Inteligência Wechsler para Crianças–IV. São Paulo:
Casa do Psicólogo.
Nota: Todas as páginas deste documento foram rubricadas e a última página foi assinada, de
acordo com a Resolução CFP n° 07/2003.
I - O laudo psicológico é uma peça de natureza e valor técnico-científico. Deve conter narrativa
detalhada e didática, com precisão e harmonia, tornando-se acessível e compreensível ao
destinatário, em conformidade com os preceitos do Código de Ética Profissional do Psicólogo.
II - Deve ser construído com base no registro documental elaborado pela(o) psicóloga(o), em
conformidade com a Resolução CFP n.o 01/2009, ou outras que venham a alterá-la ou substituí
la, e na interpretação e análise dos dados obtidos por meio de métodos, técnicas e
procedimentos reconhecidos cientificamente para uso na prática profissional, conforme
Resolução CFP n.o 09/2018 ou outras que venham a alterá-la ou substituí- la.
Estrutura
b) Descriçãodademanda;
c) Procedimento;
d) Análise;
e) Conclusão; f) Referências.
Identificação
§ 2.o Neste item, a(o) psicóloga(o) deve fazer constar no documento: I - Título: "Laudo
Psicológico";
V - Nome da(o) autora(or): identificação do nome completo ou nome social completo da(do)
psicóloga(o) responsável pela construção do documento, com a respectiva inscrição no
Conselho Regional de Psicologia.
Descrição da demanda
§ 3.o Neste item, a(o) psicóloga(o), autora(or) do documento, deve descrever as informações
sobre o que motivou a busca pelo processo de trabalho prestado, indicando quem forneceu as
informações e as demandas que levaram à solicitação do documento.
Procedimento
§ 4.o Neste item, a(o) psicóloga(o) autora(or) do laudo deve apresentar o raciocínio técnico-
científico que justifica o processo de trabalho realizado pela(o) psicóloga(o) e os recursos
técnico-científicos utilizados no processo de avaliação psicológica, especificando o referencial
teórico metodológico que fundamentou suas análises, interpretações e conclusões.
Análise
§ 5.o Nessa parte do documento, a(o) psicóloga(o) deve fazer uma exposição descritiva,
metódica, objetiva e coerente com os dados colhidos e situações relacionadas à demanda em
sua complexidade considerando a natureza dinâmica, não definitiva e não-cristalizada do seu
objeto de estudo.
I - A análise não deve apresentar descrições literais das sessões ou atendimentos realizados,
salvo quando tais descrições se justifiquem tecnicamente.
III - A(o) psicóloga(o) não deve fazer afirmações sem sustentação em fatos ou teorias, devendo
ter linguagem objetiva e precisa, especialmente quando se referir a dados de natureza subjetiva.
Conclusão
§ 6.o Neste item, a(o) psicóloga(o) autora(or) do laudo deve descrever suas conclusões a partir
do que foi relatado na análise, considerando a natureza dinâmica e não cristalizada do seu
objeto de estudo.
III - É facultado à(ao) psicóloga(o) destacar, ao final do laudo, que este não poderá ser utilizado
para fins diferentes do apontado no item de identificação, que possui caráter sigiloso, que se
trata de documento extrajudicial e que não se responsabiliza pelo uso dado ao laudo por parte
da pessoa, grupo ou instituição, após a sua entrega em entrevista devolutiva.
Referências
Comentários e Fundamentação: