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PERSPECTIVAS TEÓRICAS NA ÊNFASE

Aluna: Camyla de Lima Mendes Barbosa

Matrícula: 2020115817

Professor: Júlio Vasconcelos


A1. Questões do Artigo Claudia Lins Cardoso

No diálogo terapêutico, sou capaz de diferenciar o que a pessoa está dizendo do


que eu penso sobre ela está dizendo?

No contexto do diálogo terapêutico, questiono minha capacidade de discernir entre as


palavras do paciente e minhas próprias interpretações. Como iniciante de atendimentos
no SPA, reconheço a importância de manter-me consciente sobre como minhas
próprias crenças e preconceitos podem influenciar a interação terapêutica. Até o
momento, minha falta de experiência em lidar com casos que possam desencadear
gatilhos pessoais pode estar me permitindo conduzir as sessões de forma mais neutra.
Contudo, reconheço que se confrontada com uma situação em que me sinta
desconfortável ou incomodada, a falta de análise e autoquestionamento poderia
comprometer minha capacidade de distinguir entre a expressão do cliente e minhas
próprias percepções sobre ele.

Qual a minha capacidade de respeitar o tempo do(a) cliente?

Quando se trata de respeitar o tempo do paciente, me considero habilidosa. Sempre


respeitando o espaço do paciente, o tempo dele e sem forçar ou pressionar algo. Me
preocupo em primeiro estabelecer uma conexão entre paciente e terapeuta para depois
mergulhar em assuntos mais profundos, fazer com que ele entenda que aquele espaço
é somente dele no qual ele possa se sentir verdadeiramente compreendido e ouvido.

Na interação terapêutica, estou em contato com a minha corporeidade, de tal


forma que consigo captar em mim as ressonâncias que emergem da relação com
o cliente (ou só consigo atuar com base nas minhas funções cognitivas)?

Reconheço a relevância de estar conectada não apenas em um nível cognitivo, mas


também com minha própria corporeidade durante as sessões terapêuticas. Procuro
manter uma consciência aguçada das sensações físicas e das emoções que sinto em
mim, garantindo que o paciente não interprete minhas expressões como julgamento,
medo ou qualquer outro tipo de reação desfavorável. No entanto, também evito uma
abordagem excessivamente mecânica, pois acredito que para estabelecer uma
verdadeira conexão terapêutica, é fundamental que o paciente perceba a empatia do
terapeuta. Estou presente não apenas para ouvir, mas para auxiliar o paciente a
reconectar-se consigo mesmo, a sentir-se à vontade e a ter uma sensação de liberdade
durante o processo terapêutico.
Consigo sintonizar-me com os vários níveis de expressão do(a) cliente (intelectual,
afetivo, corporal, comportamental) para que se sinta compreendido(a) ou só atuo
com base no que escuto com meus ouvidos?

Entendo que ainda estou em processo de aprimoramento na capacidade de prestar


atenção em diferentes aspectos durante a sessão terapêutica. Embora eu ainda tenha
um pouco de dificuldade em lidar com múltiplos estímulos ao mesmo tempo, tenho
conseguido analisar as expressões emocionais do paciente, como tristeza, felicidade ou
raiva, em diversas ocasiões.

Por outro lado, reconheço que minha habilidade de perceber e interpretar as


expressões corporais do cliente precisa ser aprimorada. Pretendo dedicar mais atenção
a esse aspecto e buscar formas de desenvolver minha sensibilidade para captar
nuances corporais que podem fornecer insights valiosos sobre o estado emocional e as
necessidades do cliente. Acredito que essa melhoria na minha capacidade de
observação corporal me permitirá uma compreensão mais completa e profunda do
cliente durante as sessões terapêuticas.

Sou capaz de ouvir e de dialogar com o(a) cliente sobre temas que me são
sensíveis? Qual a minha capacidade para lidar com as diferenças do(a) cliente
(escolhas, orientações na vida, etc.)?

Tenho a capacidade de abordar com o paciente alguns temas sensíveis e delicados,


mesmo que possa ter preconceitos em relação a alguns assuntos. No entanto,
considero importante ressaltar que existem temas extremamente pesados, como
estupro, psicopatia e assassinato, nos quais minha capacidade de lidar de forma eficaz
pode ser limitada. Acredito firmemente no livre arbítrio e na diversidade de
experiências, gostos e orientações de cada indivíduo.

Entretanto, é essencial reconhecer meus próprios limites e respeitar minha própria


saúde mental e emocional. Em situações envolvendo assuntos particularmente graves e
perturbadores, como os mencionados anteriormente, optaria por encaminhar o
paciente para outro profissional mais capacitado para lidar com essas questões de
forma adequada. Dessa forma, garantiria que o paciente receba o apoio e o tratamento
necessários para sua situação específica.

Enquanto gestalt-terapeuta, sou capaz de ajudar o(a) cliente a se desenvolver


como pessoa apesar de discordar de suas escolhas?

Acredito firmemente que, ao continuar atuando e me aprimorando ao longo do tempo,


especialmente através de uma análise pessoal contínua e aprofundada, serei capaz de
desenvolver uma compreensão mais sólida sobre o que me afeta e como isso influencia
minha prática como terapeuta. Durante meu estágio anterior, por exemplo, encontrei-
me em situações onde discordava das visões ou comportamentos de alguns pacientes.
No entanto, mantive-me comprometida com o processo terapêutico, guiando o
indivíduo em direção ao autoconhecimento e desenvolvimento pessoal,
independentemente das discordâncias que pudessem surgir. Entendi que parte do meu
papel como terapeuta é facilitar o processo de auto exploração e crescimento do
paciente, mesmo quando confrontada com ideias ou experiências que possam desafiar
minhas próprias crenças ou valores.

Até que ponto consigo esvaziar minha mente de pensamentos externos ao aqui e
agora do encontro terapêutico para me deixar preencher por aquilo que a pessoa
está falando, na busca por compreender seu sofrimento, os sentidos e as
experiências a partir da perspectiva dela? E se não consigo fazer isso, o que me
dificulta neste processo?

Mantenho minha mente focada no momento presente durante as sessões, reservando


espaço apenas para pensamentos que possam enriquecer a compreensão do paciente.
Mesmo que ocorram momentos excepcionais em que experiências passadas me
afetem, mantenho-me consciente de que a sessão não é sobre mim, mas sim sobre o
paciente e seu processo. Meu objetivo é estar plenamente engajada, ouvindo
atentamente cada detalhe para não perder nenhum insight valioso que possa contribuir
para o progresso terapêutico.

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