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1-175 Juno envia Íris para junto de Turno a fim de o impelir a marchar em direcção ao
acampamento dos Troianos, uma vez que Eneias se encontra ausente. Turno tenta incendiar os
navios troianos, mas dá-se a metamorfose dos navios em ninfas marinhas. Ao anoitecer, Turno
discursa perante os soldados, e os Troianos montam acampamento à volta da fortaleza troiana.
Os exércitos preparam-se.
184-223 Niso revela a Euríalo o seu plano de ir avisar Eneias do ataque dos Rútulos. Decididos,
dirigem-se à presença dos chefes troianos para se voluntariarem.
246-366 Aletes e Ascânio, chefes troianos, aplaudem a coragem dos dois jovens e prometem-
lhes grandes recompensas. Euríalo pede a Ascânio que cuide da sua mãe, o que provoca o choro
nos Troianos. Entretanto, Niso e Euríalo, armados, saem durante a noite. Ao entrar no campo
inimigo, chacinam os Latinos, que estavam entorpecidos pelo sono e pelo vinho. Finda a chacina,
Euríalo recolhe o elmo de Messapo como espólio. Procuram, de seguida, lugar seguro.
381-419 Niso e Euríalo perdem-se na floresta. Euríalo é capturado. Niso, vendo o companheiro
a ser capturado, faz uma prece à filha de Latona para que o ajude a causar o caos no
acampamento dos Latinos. A lança de Niso, voando pelos ares, mata Sulmão e Tago.
Enfurecido, o atroz Volcente não consegue perceber quem
arremessou a lança nem para onde se pode agora lançar em fúria.
«Tu, entretanto, hás-de pagar o castigo de ambos com o teu
sangue ainda quente», afirma, ao mesmo tempo que, de espada na mão,
avança contra Euríalo. Mas agora, apavorado e em desvaire,
começa Niso a gritar e por entre as trevas já não pode
mais esconder-se e suportar uma tão grande dor:
«Fui eu, eu aqui, que fiz o que vêdes! Voltai esse ferro para mim,
ó Rútulos! Eu cometi todo este crime, e ele nada ousou nem
pôde ter feito. Sou disso testemunha debaixo deste céu e das aliadas estrelas.
A única coisa que ele fez foi amar em demasia um amigo sem sorte».
Proferia tais coisas, mas, desferido pela força da espada,
trespassou-lhe as costas e fez romper o seu peito jovem.
Cai Euríalo morto. Ao longo do seu belo corpo
o sangue escorre e sobre os seus ombros a cabeça colapsa.
Tal como quando uma purpúrea flor, cortada pelo arado,
murcha ao morrer, ou quando as papoilas de haste caída
deixam cair a cabeça ao sofrerem, por acaso, o peso da chuva.
Precipita-se Niso para o meio deles e apenas procura
entre todos Volcente, apenas em Volcente se detém.
À sua volta reúnem-se os inimigos, dali e daqui se batendo
com ele corpo a corpo. Não com menos fúria o persegue e brande
a espada fulminante, até que, perante o Rútulo que gritava,
lha enterra na boca. Morrendo, colhe a alma ao inimigo.
Assim sobre o cadáver do seu amigo ele se lança
trespassado, ali por fim repousando na serenidade da morte.
446-502 Os Latinos levam o corpo de Volcente para o acampamento. Cravam as cabeças de Niso
e Euríalo em estacas, à vista dos Troianos. A Fama faz chegar aos ouvidos da mãe de Euríalo a
morte do filho. Desvairada, corre adentro das linhas da frente. Lamentando o filho, pede aos
Latinos e a Júpiter que a matem. O combate, perante tal imagem, fica quebrado. A mãe de Euríalo
é levada em braços para casa.