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São Paulo, 28 de março de 2024
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No segundo teste, foram questionados sobre o uso de bots para inflacionar e impulsionar
volume morto e impressões de cliques sintéticos, e também foi foram questionados se eles já
teriam atuado dessa maneira no passado, e mais uma vez, as oito agências de publicidade
falharam no teste, e neste, as oito agências não somente confirmaram o uso de bots, como
acabaram se eximindo desta responsabilidade, atribuindo a culpa dessa prática aos algoritmos
das redes sociais, que por mais empenho que eles coloquem no trabalho, o algoritmo pode
não entregar a postagem paga da maneira que deveria, e por esta razão em específico, os bots
serviriam como um direcionador de fluxo, manipulando o algoritmo a entregar as publicações
pagas para as pessoas certas, dentre todas as agências, quando questionadas de maneira mais
técnica como isso poderia ocorrer uma vez que quando você compra uma publicação, você
tem a liberdade de selecionar sexo, orientação sexual, renda presumida, idade, interesses e
área demográfica alvo, nenhuma delas soube responder, elas se limitaram em dizer que isso
não ocorre na prática, e culpabilizaram as maiores redes sociais por serem falhas neste
quesito, porém não apresentaram dados concretos de como isso teria ocorrido no passado, ou
como isso ainda poderia estar ocorrendo.
Para o terceiro teste, foram confeccionadas camisas personalizadas com a logomarca e
identidade visual da falsa empresa de apostas, e outras miudezas de brindes, e uma analista
de inteligência foi presencialmente conhecer as agências de publicidade, munida dos itens da
suposta empresa para fomentar a confiança de que a empresa de apostas online realmente
existia, no domínio utilizado para criar os e-mails desta falsa empresa, havia apenas um site
falso com página de cadastro, que ao fim levaria apenas a uma página de erro de cadastro
para o caso de os funcionários serem reais apostadores, desta forma poderíamos sustentar
que a empresa era real, porém ainda não estavam habilitados os cadastros para os brasileiros
devido a questões legais. Neste teste, foram questionados presencialmente se eles possuíam
influenciadores que aceitariam fingir ganhar grandes quantias monetárias apostando, e se isso
por ventura, não criaria um impasse ético por parte deles, e em nenhuma das oito agências
isso foi tido como algo antiético, mais uma vez, todas as agências apresentaram uma carteira
de influenciadores novos, que inclusive estariam disponíveis, uma vez que a maioria dos
influenciadores tradicionais já possuíam contrato de exclusividade com casas de aposta
online e não poderiam fazer publicidade para possíveis concorrentes, mas que isso jamais foi
ou seria um impasse, dessa forma as oito agências falharam também no terceiro teste.
No quarto teste, levantado de última hora pelo departamento de segurança da informação,
e acordado com o cliente inicial da rede varejista, sem gerar custo adicional ao contrato que
já estava firmado, nós solicitamos para as agências de publicidade, informações sensíveis e
dados que são protegidos segundo a LGPD, e cinco das oito agências falharam neste teste,
uma delas chegou inclusive a encaminhar a suposta troca de e-mails com um antigo cliente
da agência, na qual constava datas, endereço de e-mail, e o conteúdo das mensagens marcadas
como confidencial. Apenas três das agências se posicionaram totalmente contra o envio dos
dados solicitados, indicando serem dados pessoais e de propriedade unicamente das agências,
colocando um forte impedimento e não aceitando compartilhá-los nem mesmo baixo um alto
incentivo monetário. Uma das cinco agências que acabou por compartilhar dados sensíveis,
compartilhou inclusive as notas fiscais como um exemplo de como eles fizeram pagamentos
para os funcionários de seus clientes, e tudo isso sem o menor esforço e sem realizar qualquer
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da marca ficou muito prejudicada, tal qual o caso da empresa integrante do conglomerado de
alimentos processados.
Com base em fontes abertas da imprensa, foi estimado um prejuízo em torno de 2 milhões
de reais em receita, e cancelamento de diversos pedidos, nas semanas seguintes, houveram
reportagens mistas, que colocaram a marca ainda mais em evidência, causando quebra de
contrato entre esta empresa de alimentos processados para com veículos de comunicação que
afirmaram que o boicote se tratava de uma ferramenta popular justa de expressar a opinião
de seus clientes sobre as decisões tomadas pela empresa. Caindo mais uma vez no quesito de
que a neutralidade e uma visão mais ampla seria a postura mais adequada a ser adotada, não
conseguimos levantar o prejuízo que os veículos de comunicação sofreram, porém notamos
um padrão nas semanas seguintes, enquanto os veículos de comunicação que perderam os
contratos acabaram por fazer uma cobertura negativa em cima das agências de publicidade e
de seus influenciadores, os veículos de comunicação que mantiveram os contratos, acabavam
por serem mais contidos, e utilizavam mais de eufemismos para suavizar a entrega da mesma
notícia envolvendo uma agência de publicidade envolvida em um caso criminal, que nasceu
de um boato e culminou no suicídio de uma jovem.
A partir deste caso, outras agências de publicidade e influenciadores começaram a ser
investigados, e foram encontradas diversas irregularidades, e replicação de conteúdo entre
agências sem a devida verificação dos fatos, com isso houve uma virada de chave na empresa
de alimentos processados que anteriormente sofreu o boicote e ainda seguia invariável sobre
seu posicionamento de escolha de um influenciador digital com exposição política e militante
mais extremista, ainda que este não estivesse diretamente ligado ao incidente.
Podemos concluir que, o mercado brasileiro de inteligência de fontes abertas está em
constante expansão, as empresas tem investido mais em compliance e setores de inteligência,
e para se isentarem de responsabilidades diretas, acabam terceirizando o processo de análise
de risco das empresas das quais elas buscam criar laços comerciais, ou adquirir produtos e
serviços, para que evitem que a imagem da marca, de alguma forma, seja associada a
escândalos e exposição midiática negativa. Na nossa história mais recente, houve uma
indústria do ramo farmacêutico que teve vazamento de dados internos e com isso, uma
organização criminosa criou uma empresa de fachada para contatar uma indústria química
da qual um influenciador digital é sócio, para que pudesse comprar produtos químicos
controlados, e após este episódio que colocou em cheque ambas as empresas, utilizando de
fontes abertas de sites que oferecem vagas de emprego, pudemos acompanhar o surgimento
de diversas vagas ofertadas por esta empresa da indústria farmacêutica em específico, dentre
elas se destacavam as vagas de Consultor de Compliance Sênior, Analista de Compliance,
Consultor de Auditoria Interna, Advogado Auditor, Gerente de Políticas Públicas, Analista
de Inteligência Comercial Pleno e Coordenador de Ética, vagas estas que consultando o
histórico de diversos sites, não eram vagas de ampla oferta habitual, e em menos de um mês,
criaram pelo menos 22 vagas na área de compliance, quando o padrão anterior para esta
empresa da indústria farmacêutica se mantinha em um patamar de até 3 vagas de compliance
por ano, o que representa um salto de incríveis 10.000% (dez mil porcento) de vagas de
compliance ao ano, se compararmos com o mesmo período.
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No atual cenário corporativo, o setor de inteligência se faz mais necessário do que nunca
antes em toda a história recente, com a evolução das mídias sociais, com a polarização
política da sociedade e com a publicidade das operações policiais em alta, diversas empresas
de diversos ramos, do petróleo, construção civil ao digital, tendo suas marcas tradicionais
envolvidas em polêmicas causam muito mais que um simples incômodo passageiro, causam
centenas de milhões de dólares em prejuízo e muitas vezes, as empresas não conseguem se
recuperar do prejuízo e ficam para sempre marcadas por um escândalo. A inteligência em
fontes abertas, do inglês OSINT, vem sendo um importante aliado no planejamento de
negócios e nos setores de inteligência comercial das empresas, e não está restrita a grandes
corporações, hoje a clientela é muito diversificada, partindo de pequenos comércios locais
preocupados com o possível crescimento da empresa, como uma pequena empresa do ramo
de suprimentos da construção civil que produz apenas blocos de concreto em pequena escala
e contrata agências de inteligência para fazer o levantamento de candidatos a cargos
importantes responsáveis por contratos públicos com prefeituras de cidades com menos de
um milhão de habitantes, até empresas multinacionais que contratam grandes escritórios de
Lawful P.I. Profiling para investigar a vida pessoal de cada um dos seus funcionários, visando
garantir uma solidez e ética responsável dentro do seu ambiente corporativo.
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