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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

CURSO DE TEOLOGIA

LUAN CARNEIRO PALHARINI

COMENTÁRIO SOBRE O TEXTO: “INTRODUÇÃO AO PENTATEUCO”, DE


BÍBLIA TRADUÇÃO ECUMÊNICA

Porto Alegre

2024
1. VIDA E OBRAS

Partindo do questionamento de “Por que o texto propõe uma certa cautela em


usar a teoria documental?”, pode-se tomar como ponto de partida a formação do Povo
de Israel, que está descrito nos cinco primeiros livros da Sagrada Escritura, o
Pentateuco. A tradição judaica conservou estes escritos pelo fato de constar a história de
seu próprio povo e, sobretudo, onde está descrito a Lei que os rege. A grande figura
central é Moisés sendo considerado o libertador, o profeta, o juiz e legislador, sendo
este o campo de unidade.

Levando isto em consideração, algo que muito foi considerado como sendo
verídico é que Moisés é o grande autor destes primeiros livros da Bíblia, porém esta
questão começou a ser fortemente questionada. Quando se realiza uma analise mais
profunda do Pentateuco, rapidamente se percebe que não é um único autor que o
escreve, isto pelo fato de haver inúmeras “contradições narrativas”, além da variedade
de gêneros literários. Para resolver os problemas provenientes desta constatação surge a
“teoria documental”, que se fundamenta na ideia de buscar as supostas fontes que
serviram de inspiração para a escrita do texto.

Estas supostas fontes aprestadas pela teoria são a javista, eloísta, primeira versão
do Deuteronômio e dos sacerdotes. A fonte javista são as passagens que aparecem o
termo YHWH, que é referida ao Deus de Israel, estando muito relacionado com as
origens. A fonte eloísta são passagens que aparecem o termo Elohim, que é atribuído a
um Deus do ponto de vista mais ético e prático. A primeira versão do Deuteronômio é
entendida como sendo um texto arcaico que contava como se deu o reinado de Josias. A
fonte que diz respeito aos sacerdotes deviria contar como se daria o rito, sendo algo
mais normativo e legislativo, sendo o grande fundamento da Lei.

Contudo, o texto apresenta isto com certa cautela pelo fato de ser algo
extremamente especulativo e hipotético e não se dveria tomar como regra, além de que
há uma certa incompatibilidade entre os textos abordados. Deste modo é apresentado
duas tradições que se baseiam nesta teoria. A primeira é diz respeito a formação do
Pentateuco durante o exílio da Babilônia, dado que o judaísmo começou a se paganizar
se percebeu a necessidade de conservar a própria religião e a própria lei, tendo um
caráter fortemente histórico, estando muito ligado a fonte deuteronomista. A segunda
diz justamente dos textos sacerdotais que se formaram em contexto litúrgico e
ritualístico, tendo um caráter fortemente legislativo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Introdução ao Pentateuco. In: BÍBLIA: Tradução Ecumênica. São Paulo: Loyola, 2020,
p. 17-23.

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