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História dos concílios ecumênicos

Anotações

A igreja teve sete concílios considerados ecumênicos, dentre estes, os quatro primeiros são
destacados como os mais importantes em termos doutrinários, bem como de singular
relevância histórica, são eles: Nicéia (325), constantinopolitano I() que formularam os dogmas
da Trindade. Éfeso e calcedônia, que se ocuparam das questões relativas a cristologia. Por sua
vez, Éfeso e calcedônia deram início a primeira fase da problemática cristológica no começo do
V século, sendo que, uma segunda fase destas tensões teológicas se entende até o final do VII
século até o Constantinopolitano III (680-681).

O concílio de Nicéia é considerado um padrão de ortodoxia já no século V, para alguns, esse


concílio é uma espécie de “cânon dentro do cânon”. Já em relação a Calcedônia será por longo
tempo questionado, tendo sua aceitação definitiva no sexto concílio ecumênico.

Não há uma homogeneidade perfeita entre estes os quatro primeiros concílios ecumênicos,
contudo, pode-se notar uma continuidade histórica entre eles. Eles estavam estabelecendo ou
desenvolvendo a teologia que seria considerada como oficial pela Igreja cristã posteriormente.

Um fator importante a ser exposto já de início é: “

“As novas formulações doutrinárias passar a ser justificadas sobretudo como interpretação da
fé nicena, a qual, embora seja reconhecida como plena expressão da fé da Igreja, precisa de
esclarecimentos e aplicações ulteriores, em relação aos diversos momentos históricos, tão
logo apareça o perigo da heresia”. Pg.14

Nicéia de acordo com os olhares atentos de historiadores do cristianismo, sem dúvida, foi um
marco naquilo que denominou-se concílios ecumênicos, pois, antes o que existiu foram
sínodos locais discutindo questões e problemas de cunho teológico.

OBS: Bispo Paulo de Samosata, foi condenado por heresias cristológicas no sínodo antioqueno
268/269.

A ênfase processual dos sínodos locais, bem como a normatização disciplinar dos concílios
passam a ter eficácia quando o cristianismo passa a ser tolerado pelo Estado com Constantino,
e reconhecido como religião oficial do Estado em 381. A partir deste momento, a Igreja
começa a ser utilizada como ponto de equilíbrio e sustentação do próprio Estado, ou seja, ela
serve como bem-estar e unidade política do império romano.

Constantino e o instituto conciliar

Os sínodos passam a ter caráter jurídico e suas decisões passam a ter efeito no âmbito das leis
do império. Os concílios passam a ter caráter público, pois, ao serem convocados pelo
imperador os de interesse geral, caem na arena pública, ao passar pela sanção legal de suas
decisões.

O desenvolvimento da reflexão trinitária antes de Necéia

Ideias trinitárias de Ário (260-337);

Cristologias orientais século II e III;

A relação entre filho e Pai é o tema central desta discussão;


No ambiente de do século II e III diversas espécies de interpretação da relação entre o Pai e o
Filho foram desenvolvidas, dentre elas, pode-se citar a que tentativa do logos, tendo como
base o evangelho de João, nesta linha interpretativa levava-se em conta ou tinha-se como
fundamento a filosofia helenística, onde o logos era interpretado como um ser intermediário,
que tinha seu espaço entre o (transcendente e imutável) do cosmo mutável e finito. Numa
versão cristã, o filho era um mediador da criação e preexistente a ela. Nessa perspectiva, a
relação do Pai com o Filho é vista numa relação de subordinação do segundo ao primeiro,
tornando o filho uma pessoa inferior ao Pai. Enfim, para a cosmologia filosófica, o mundo era
eterno, confrontava a ideia de mundo criado e, portanto, finito, sendo assim, Cristo foi
limitado ao tempo, pois, sua ação teve um início, portanto, ele não pode ser coeterno com o
Pai?

Orígenes, vai tentar resolver esta problemática, fará uso da doutrina da preexistência da alma,
para fundamentar a ideia de criação eterna. Apesar de sua tentativa fracassada, Orígenes deu
grande contribuição no assunto, ao formular uma terminologia trinitária. Sua contribuição
essencialmente na distinção das três hipóstases divinas do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Esse esquema de relações entre as pessoas da Trindade, criou o terreno para o
desenvolvimento da teologia trinitária grega, bem como serviu como defesa contra o
monarquiano e suas variantes (modalismo, patripassianismo), que acentuavam de modo
desequilibrado a unidade de Deus, chegando ao ponto de prejudicar a diferenças hipostáticas.
No entanto, no esquema origeniano, há presente problemas de cunho terminológico, pois, ao
defender sua hipóstases, usa o termo ousiai(essências , substâncias), gerando assim uma
possível abertura para uma ideia triteísta, de modo especial, a igreja ocidental sempre
preocupada com a unidade da divindade, que sempre ficou com suspeita com a teologia
pluralista de origem origeniana.

O modelo das hipóstases cria além disso uma séria questão, ao escolher a ideia das hipóstases,
ficava difícil manter a unidade de Deus, por isso, era muito fácil recorrer a ideia de
subordinacionista ao recorrer a tal explicação, ficava evidente uma ideia de hierarquia entre
Pai , Filho e Espírito Santo, comparando com os modelos cosmológicos de sua época.

Possíveis fontes onde Ário fundamentou sua tese:

Dionísio de Alexandria meado do séc. III;

Luciano de Antioquia, considerado o cabeça da escola exegética antioquena.

Inicialmente se sustentou que predominante no pensamento de Ário era a doutrina de Deus e


suas implicações trinitárias; hoje a propensão a crer que se referisse, em primeiro lugar, ao
tema cristológicos-cosmológicos, talvez acompanhado por fortes instâncias soteriológicas.

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