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RESUMO

QUELIMANE

2023
RESUMO

Trabalho de Pesquisa do curso de


Licenciatura em Ensino de Filosofia na
Faculdade de Letras e Humanidades, com
a finalidade de avaliação na cadeira de
Antropologia.

Docente:

Dr.

QUELIMANE

2023

Índice
1 Introdução.....................................................................................................................3

2 Resumo.........................................................................................................................4

2.1 Pré-compreensão do psiquismo......................................................................................4

2.2 Compreensão explicativa do psiquismo..........................................................................4

2.3 Compreensão filosófica ou transcendental do psiquismo...............................................5

3 Bibliográficas................................................................................................................7
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1 Introdução

O presente trabalho tem como objectivo apresentar um resumo do livro de Henrique de Lima
Vaz, com o título: Antropologia Filosófica. A antropologia filosófica é uma disciplina que se
ocupa com o estudo do ser humano e sua relação com o mundo. É uma ramificação da
filosofia que procura compreender o ser humano em sua totalidade, abarcando suas dimensões
biológicas, psicológicas, sociais e culturais.
A antropologia enquanto empenho científico se caracteriza pela busca da objectividade do
conhecimento do que é próprio do homem. No entanto esta busca científica não põe completa,
pois a ciência tem um caráter de divisão. Para que este conhecimento pudesse se tornar um
conhecimento total sobre o homem temos a filosofia, enquanto a ciência determina o limite a
filosofia abre horizontes mostrando a liberdade.
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2 Resumo

2.1 Pré-compreensão do psiquismo

O homem parte necessariamente de sua situação fundamental de ser-no-mundo, ou estar


presente no mundo que, como Natureza, o determina ou o submete às suas leis. Na esfera
psíquica, esse estar no aqui e agora do mundo não denota uma presença imediata, mas uma
presença mediata, que se dá pela percepção e pelo desejo. Decorre, portanto, da presença de
um eu implacável e apetitoso.
O psíquico é captação do mundo exterior e é a tradução ou reconstrução desse mundo
exterior num mundo interior que se edifica sobre dois grandes eixos: o imaginário e o
afectivo, ou o eixo da representação e o eixo da pulsão. No entanto a pré-compreensão do
psíquico se dá num entrecruzamento entre o, estar-no-mundo e o ser-no-mundo, entre a
presença natural e a presença intencional. Na experiência da vida psíquica, manifesta-se uma
reflexividade dos actos psíquicos que os distingue radicalmente dos processos orgânicos que
têm lugar no domínio da corporalidade.
No nível do psíquico, o espaço-tempo é submetido a um movimento de interiorização: a
origem de suas coordenadas não é mais o corpo, situado na exterioridade do mundo, mas o
Eu que emerge como pólo do mundo interior. O espaço como o tempo; adquirem uma
configuração e um ritmo próprios no fluxo da vida psíquica. Não se trata, evidentemente, de
uma simples negação do espaço-tempo físico ou do espaço-tempo do “corpo próprio.
A pré-compreensão do psiquismo assegura a presença de um nível estrutural original no
homem que se mostra irredutível à estrutura somática, embora apresentando características
que revelam sua unidade profunda e sua continuidade funcional com o corpo.
2.2 Compreensão explicativa do psiquismo

A ciência do psiquismo, ou Psicologia (o nome remonta a Goclenius, no século XVI), é de


constituição recente e só adquiriu estatuto científico reconhecido a partir dos fins do século
passado. Embora signifique literalmente “ciência da alma”, sendo a Psicologia uma ciência
experimental, que adopta basicamente o modelo epistemológico das ciências empírico-
formais, nela não pode ter lugar a ideia de “alma”.
Para a imensa maioria dos psicólogos contemporâneos, a Psicologia científica é uma
ciência das condutas. Daqui o facto de a Psicologia começar com o estudo das condutas
animais para passar depois às condutas humanas, nas quais é difícil não levar em consideração
o ponto de vista hermenêutico.
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Em torno da compreensão explicativa do psiquismo, o problema da consciência na


Psicologia científica, é considerado do ponto de vista da psicologia cognitivista, como tópico
central o problema da “representação’ e da “comunicação” no adulto, seja do ponto de vista
de suas bases neurofisiológicas, permanece um problema aberto e não satisfatoriamente
resolvido.
2.3 Compreensão filosófica ou transcendental do psiquismo

A Antropologia cultural de um lado e, particularmente, a História das religiões e a


Fenomenologia religiosa de outro mostram-nos o problema do psíquico como sendo,
fundamentalmente, o problema de uma dualidade estrutural alma-corpo. Esse problema se
constitui, de facto, num tópico permanente na história das representações que, ao longo da
história, o homem faz de si mesmo. Para a filosofia clássica o problema da “alma” no
racionalismo e no empirismo modernos e o aparecimento de uma ciência do psiquismo resulta
do encontro entre a concepção clássica e a tradição bíblico-cristã e dos outros problemas.
O psiquismo não define o domínio de nossa presença imediata no mundo. A presença
psíquica é mediatizada pela presença somática, e essa mediação permite o estabelecimento de
distância entre o sujeito e o mundo. Daqui procede o caráter egocêntrico do mundo interior do
psiquismo, que deverá ser superado por uma forma superior de objectividade no plano do
noético ou espiritual.
Desde o ponto de vista filosófico, o eido do psiquismo se define por esta posição
mediadora entre a presença imediata no mundo pelo “corpo próprio” e a interioridade absoluta
(ou a presença de si a si mesmo) pelo espírito. O psíquico se organiza segundo um espaço-
tempo que não coincide com o espaço-tempo físico-biológico, ao qual está ligado o corpo,
mas tem suas dimensões e seu ritmo próprios.
No momento tético, o domínio do psíquico é referido formalmente à pergunta “o que é o
homem?”, desta forma a aporia se mostra oposição entre a unidade do Eu que se interroga
sobre si mesmo e a pluralidade das formas de consciência psicológica e, por consequente, das
formas com que, nesse nível, o Eu se apresenta como sujeito ou como pólo unificador da vida
psíquica.
Desse modo, a categoria do psiquismo deve exprimir, no discurso filosófico que tem por
objecto o ser do homem, ou na ontologia do ser-homem, a suprassunção dialética do que é
dado, ou da natureza do psíquico.
No nível do psíquico a oposição dialéctica se desdobra em dois momentos:
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1. A oposição entre o somático e o psíquico, resultante da especificidade eidética do


psíquico e, consequentemente, de sua irredutibilidade ao somático; e
2. A oposição, propriamente dialética, no nível do psíquico, fentre a amplitude
transcendental do sujeito afirmante (princípio da ilimitação tético) e o eido do
psíquico (princípio da limitação eidética).

A ilimitação tética da auto-afirmação do sujeito em sua amplitude transcendental


ultrapassa os limites dos eidos do psíquico, definido em sua oposição ao somático. Ou seja, o
psiquismo é um momento categorial (princípio da limitação eidética) da afirmação
transcendental de seu próprio ser pelo homem. Segue-se daqui a impossibilidade de se esgotar
no psíquico o movimento dialético da auto-afirmação do sujeito.
Assim, a morte, sendo um evento biológico inscrito por antecipação na estrutura do ser
vivo que é o homem, mostra-se, na verdade, como um evento ontológico ou como simples
dissolução da oposição dialética entre o somático e o psíquico que define nosso ser-no-
mundo. Mas a indeterminação do horizonte da protensão é, de facto, suprimida pela presença
de um horizonte absoluto, paradoxalmente oculto ou indeterminado em sua própria presença
inelutável, na qual esbarra a consciência interior do tempo: o horizonte da morte. A fé cristã
oferece aqui uma solução radical e de extrema audácia, com a proclamação da Ressurreição
de Cristo e com a promessa da ressurreição da carne.
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3 Bibliográficas

Vaz, H. C. de L. (1998). Antropologia Filosófica I. (4 ed corrigida). Edições Loyola, p.


188-197.

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