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Título
SÃO PAULO - SP
2020
Gregorio Vespoli Della Nina
Título
1. Revisão de literatura…………………………………………….…………………...4
2. Referências………………………..…………………………………………………..6
REVISÃO DE LITERATURA
A respeito de tal conceito sobre a temporalidade, Remen (1993) afirma que “uma
visão restrita de tempo pode igualmente diminuir a compreensão da importância e o
significado de eventos, impedindo uma total avaliação sobre a natureza da saúde e da
doença”. Desta forma, a evolução positiva de um quadro clínico necessitaria de uma visão
flexível a acurada do tempo humano, devido a suas características de imediatismo e longo
alcance.
Procurando conhecer tal visão, Remen (1993) fala a respeito de uma nova dimensão
qualitativa do tempo para além da visão de longo prazo. A visão de tempo materialista não
contempla os aspectos qualitativos, aqueles chamados de "dimensão humana de tempo".
Nesta, até quinze minutos teriam qualidades; eles podem ser repousantes, difíceis, íntimos,
belos, educativos,dolorosos, entre tantos outros. Santo Agostinho (354-430 d.C.) evidenciou a
diferença entre tempo medido mecanicamente e tempo vivido existencialmente em sua
subjetividade. Sobre o tema, o filósofo Santo Agostinho (354-430 d.C.) colocou a seguinte
questão:
(...) não há nas nossas palavras sílabas longas e sílabas breves, assim
chamadas, porque umas ressoam durante mais tempo e outras durante menos
tempo? (...) Pode acontecer que um verso mais curto, lido lentamente, dure
mais tempo que um mais longo lido rapidamente. (1987, p. 223-224)
A partir desta reflexão, Santo Agostinho coloca o tempo não pertencente às coisas do
mundo, mas sim a extensão do próprio espírito. À vista disso, evidencia um caráter
psicológico do tempo e seu pertencimento a consciência. Minkowski (1965) se alinha a esta
visão ao definir o existir como viver o tempo; viver o tempo é recuperar o passado pela
memória, mas é também antecipar o futuro dando ao presente uma dimensão dinâmica. Neste
sentido, Bergson (1999) afirma que o tempo parece existir somente na consciência. ademais,
faz uma importante definição a respeito do tempo presente: Consistindo na consciência
corporal que experimenta sensações e se movimenta em direção ao futuro. Bergson (1979)
destaca uma importante força existente no presente denominada "élan vital", é por meio desta
que o indivíduo garante-se uno, evoluindo e movimentando-se em direção às suas
possibilidades.
O presente, por sua vez, une o passado e o futuro, dando duração, sucessão e
continuidade ao tempo vivido (Dias, 2007), portanto, conferindo sentido às experiências
vividas. Em uma perspectiva de cura, Costa (2003) coloca a importância de desvelar o ser-aí
para além de seu sintoma, cuja linguagem da alma é expressa no seu corpo, no tempo
assimilado ao espaço, e ao tempo vivido conjuntamente.
REFERÊNCIAS
MOREIRA, V., & Bloc, L. (2012). Fenomenologia do tempo vivido no transtorno bipolar.
Psicologia: Teoria e Pesquisa, 28(4), 443-450.
MESSAS, G. P. (2006). Álcool e Drogas: Uma Visão Fenômeno-estrutural. São Paulo: Casa
do Psicólogo.