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Componente curricular: Psicoterapia Fenomenológica Existencial

Professor: Felipe Zeferino Pê


Aluno: Yasmim Arielly Dos Anjos Confessor

Relato de Leitura: Do mundo como vontade

A partir do considerado por Schopenhauer, é frisado em sua hermenêutica as implicações sobre


a vontade e segundo Damasceno (2012) que a Vontade, enquanto um desejar constante, não
possui satisfação última é ressaltado o quanto a vontade move o sujeito e o comove também,
pois essa sempre é fruto de muitas frustrações e crises de angústias enquanto entoa o caminho
de procurar preencher a parte que falta, ressaltando assim a parte do desejo e ainda que não
possamos controlar a expressão do querer, há um grau de controle sobre suas atitudes diante de
normas externas a si. E com o desenrolar dessa vontade Schopenhauer admite a existência como
representação, tudo o que existe ou pertence, ou ainda pode pertencer ao mundo, depende do
sujeito e existe apenas para este, ou seja, o mundo é sua representação (SAPELLI, 2013). O que
trás um conteúdo rico para a práxis psicológica, trabalhar na compreensão e construção do
sentido para lidar com as angústias e o sofrimento e como cada vivência desse querer é único.
E entrando no mérito, a íntima essência do mundo deve ser procurada na própria vontade
enquanto propulsora da vida (SAPELLI, 2013), a vontade age como aquilo que significa o
percurso do sujeito, como a unidade motivadora de sujeito de procurar algo para tamponar a
falta e assim ele se move, mudando de representações desse desejo, caso contrário o sujeito se
depara com o que Freud menciona de pulsão de morte que é uma experiência desagrável, se
deparar com o fim do desejo, por isso há a constante mudança de desejo.
Segundo SAPELLI, 2013
A vontade inerente à vida é uma aspiração inextinguível, sendo que, como
Schopenhauer revela, em todas as forças da natureza inorgânica e em figuras
da natureza orgânica, é a vontade única que se presentifica, ou, em outras
palavras, que entra na forma de representação na objetidade.

Schopenhauer argumenta que a vontade se manifesta em todas as coisas do mundo, mas nunca
pode ser completamente satisfeita, e sua satisfação é apenas provisória. A vontade é descrita
como uma, atuando além do tempo e do espaço. Portanto, a vontade é considerada como a força
motriz por trás da diversidade de objetos e fenômenos do mundo, mas sua essência permanece
misteriosa e inacessível. De modo a remontar o inconsciente, é impossível saber o fator causal
da vontade, compreende-se as representações e é possível significar elas. E trazer para a clínica
o sentido de tais e ressignificações.

Referências

DAMASCENO, Francisco Mendes. Ética e metafísica em Schopenhauer: a coexistência da


vontade livre com a necessidade das ações., 2012. Dissertação (Mestrado em Filosofia) –
Instituto de Cultura e Arte, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2012. Disponível em:
<https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/6554/1/2012-DIS-FWMDAMASCENO.pdf>. Acesso
em: 23 out. 2023.
SAPELLI, Carlos. A vontade em Schopenhauer e as pulsões na psicanálise: impulsos e
ambivalências. Revista Voluntas: Estudos sobre Schopenhauer. Santa Maria. v. 4, n. 2, pp.
69-91, jun. 2013. Disponível em:
<https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/33958/18382>. Acesso em 23 out 2023.

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