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Direito Previdenciário
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade!
Com carinho,
Equipe Ceisc ♥
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Direito Previdenciário
Prof. Guilherme Volpato de Souza
Sumário
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
a 1ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, reco-
menda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.
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1. Seguridade Social
A seguridade social na forma como está disposta na CF/1988 é uma adaptação a reali-
dade brasileira do modelo de seguridade social proposto por William Beveridge, na Inglaterra,
em 1942. Foi construída em um contexto entre as duas grandes guerras mundiais, de uma soci-
edade industrial e com uma série de problemas, entre eles os sociais, inerentes àquele momento
histórico.
Este modelo de seguridade social protege tanto os trabalhadores que contribuem para o
sistema previdenciário, quanto às pessoas que pelas mais variadas razões não contribuem, mas
preenchem outros requisitos legais, para obtenção de um benefício. Por esta razão, é reconhe-
cido como um “sistema” de repartição/universalização de proteção social.
Surgiu em contraposição ao “sistema” de capitalização proposto pelo Chanceler alemão
Otto Von Bismarck, na Alemanha, no ano de 1883. Neste modelo, a proteção era exclusiva ao
trabalhador, proporcionalmente contribuição do trabalhador para o sistema previdenciário. Em
síntese, quem contribuía tinha proteção e quem não contribuía ficava sem qualquer proteção
Estatal em matéria de seguridade social. Foi uma forma que o Chanceler Alemão encontrou para
responder aos anseios da classe trabalhadora na fase final da revolução industrial e no começo
da transição do Estado Liberal para o Estado Social.
Importante aqui referir que não se trata de modelos necessariamente excludentes, mas
que surgem em momentos distintos, tendo, então, respostas distintas, em razão das contingên-
cias das respectivas épocas.
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Logo, afirmar que a seguridade social brasileira tem como modelo o sistema de re-
partição/universalização não significa excluir o sistema de capitalização, afinal, como será
visto a seguir, a seguridade social brasileira divide-se em um tripé composto por: previ-
dência social, assistência social, e, saúde. A primeira exige contribuição, e as duas últimas
não.
Seguridade
social
Previdência Assistência
Saúde
social social
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdên-
cia Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que pre-
servem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei.
O caput do artigo 201 possui muitas informações importantes para a disciplina. A primeira,
que a previdência social será organizada em forma de Regime Geral de Previdência Social,
o que é representado pela sigla (RGPS). Esta menção é feita, pois os servidores públicos, em
sua maioria, terão um Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). E, quando não houver
regime próprio para garantia do servidor público, este será protegido pelo regime geral, o que se
aplica aos cargos de confiança, de livre nomeação e exoneração, por exemplo. O grande obje-
tivo da Seguridade Social é não deixar o trabalhador desprotegido.
A segunda informação importante trazida pelo caput do artigo 201 é que o Regime Geral
de Previdência Social será de caráter contributivo. Isso significa dizer que quem contribui
financeiramente para o sistema previdenciário estará protegido, e, quem não contribui não terá
proteção previdenciária, com exceção aos que se encontram no período de graça, que será visto
adiante.
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Regime geral
(RGPS)
Previdência Caráter
social contributivo
Filiação
obrigatória
Por fim, quando a CF/1988 menciona o equilíbrio financeiro e atuarial, isso significa que
um dos objetivos da seguridade social brasileira é ser autossustentável, quando comparados as
contribuições e os benefícios pagos pelo sistema. Nesse sentido, as reformas, como a realizada
no ano de 2019, justificam-se na medida em que neste momento histórico se vivencia uma redu-
ção de natalidade, que é somada ao aumento da expectativa de sobrevida (período computado
entre a aposentadoria e a data do óbito) em razão, entre outros, dos avanços tecnológicos vi-
venciados, como na saúde, por exemplo.
Os incisos I à V do artigo 201 da CF/1988 trazem o que chamamos em direito previdenci-
ário de riscos sociais protegidos pela previdência social, tanto aos segurados quanto aos seus
dependentes. Aos segurados, os riscos sociais protegidos são: a incapacidade temporária ou
permanente para o trabalho, a idade avançada, à maternidade e a adoção, e, o desemprego
involuntário. Aos dependentes, a morte do segurado, e, aos segurados que se enquadram como
sendo de baixa renda, que terão acesso a benefícios específicos nesta condição.
Art. 201.
I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e
idade avançada;
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
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Por seu turno, a assistência social tem previsão constitucional no artigo 203 da CF/1988:
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente
de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
Na assistência social, é importante perceber que não se faz menção a qualquer regime.
A garantia constitucional é que será prestada a quem dela necessitar, sem qualquer contribuição
à seguridade social. Como anteriormente referido, protege, quando implementados os demais
requisitos previstos em lei, as pessoas que, por quaisquer razões, não contribuem para a segu-
ridade social.
Para o objeto de estudo de seguridade social, o único inciso a ser estudado na disciplina
será o inciso V, o qual estabelece:
Isto significa que o benefício da assistência social, que será chamado de Benefício de
Prestação Continuada (BPC), será devido a quem dele necessitar, independentemente de con-
tribuição, será no valor de um salário mínimo mensal, e será pago em duas hipóteses: quando
se tratar de pessoa com deficiência, nos termos do artigo 2º da Lei nº 13.146/2015, e, ao idoso
com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais, desde que, em ambas as condições, a pessoa com
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deficiência e o idoso não tenham condições de prover a própria manutenção, ou de tê-la provida
por sua família. Mais adiante haverá um tópico específico sobre o benefício de prestação conti-
nuada (benefício da assistência social), no qual será detalhada do que se trata essa condição de
impossibilidade de sustento próprio.
Não contributivo
A quem dela
Assistência social
necessitar
Idoso
(65 anos ou mais)
1 Salário mínimo Impossibilidade de
(BPC) sustento próprio ou
provido pela família
Pessoa com
deficiência
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2. Previdência Social
2.1. Conceito
A previdência social antes de qualquer outra coisa é um direito fundamental. Essa afirma-
ção decorre da positivação constitucional no caput do artigo 6º da CF/1988. Trata-se de um di-
reito fundamental em sentido tanto formal, por constar expressamente no texto constitucional,
quanto material, na medida em que contribui decisivamente para a concretização da dignidade
da pessoa humana. Em verdade, a previdência social se revela fundamental em especial nos
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momentos nos quais o cidadão tem, de forma temporária ou permanente, sua força laboral afe-
tada, por quaisquer razões que se possa cogitar.
Entretanto, a proteção do cidadão pela previdência social dependerá da observância do
caráter contributivo que ela possui. Essa obrigatoriedade no recolhimento de contribuições im-
plica restrição no acesso à cobertura previdenciária. Dessa realidade se percebe a intenção do
legislador em estabelecer uma relação de direitos e deveres do cidadão e da Administração Pú-
blica. É em razão desse vínculo estabelecido entre capacidade contributiva do cidadão e as
prestações previdenciárias ofertadas que se materializa a expectativa jurídica legítima de prote-
ção social em momentos previstos na legislação.
Distingue-se fundamentalmente da proteção social oferecida pela Assistência Social e da
Saúde, as quais são caracterizadas pelas prestações não contributivas, que asseguram, com
fundamento no princípio da universalidade da cobertura e do atendimento, direitos a quem delas
necessitar, observados os requisitos legais de cada uma das espécies.
Importante ainda mencionar que a previdência social é moldada na solidariedade, na
medida em que é organizada de forma coletiva compulsória, com o objetivo de proteger os tra-
balhadores e seus dependentes, no período de tempo e no valor determinado em lei, contra
ameaça ou efeitos decorrentes dos riscos sociais estabelecidos nos incisos I à V do artigo 201
da CF/1988.
Em termos conceituais, a previdência social pode ser classificada como um direito pres-
tacional, na medida em que gera o dever de atuação protetiva da Administração Pública, e é
distribuída em benefícios e serviços, como aposentadorias, pensão por morte, salário-materni-
dade, salário-família, auxílio-reclusão, reabilitação profissional, entre outros.
Isso posto, a previdência social pode ser entendida como técnica proteção que objetiva
reduzir o máximo possível os efeitos nocivos dos riscos sociais previstos em lei e na CF/1988,
estruturada a partir da forma econômica de um seguro obrigatório, financiado por toda a socie-
dade (trabalhadores, empresas e o Estado).
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alteração legislativa e do conflito de leis no tempo, qual é a norma aplicável a determinado fato
ou relação jurídica.
Pode-se afirmar que a questão da aplicação da lei previdenciária no tempo guarda estrita
relação com o princípio constitucional da segurança jurídica, previsto no artigo 5º, inciso XXXVI
da CF/1988, condicionando a solução do conflito de leis de modo que “a lei não prejudicará o
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.
Em matéria previdenciária, a existência do direito e as condições para sua concessão
deverão ser determinadas conforme a lei vigente quando da reunião dos requisitos para
sua concessão, e, não necessariamente, quanto da formalização do requerimento. Isto porque,
a lei em vigor quando do requerimento pode ser menos favorável ao segurado, seja por alterar
os pressupostos legais, ou ainda, que empregue metodologia de cálculo que implique em bene-
fício de menor valor se comparado com a lei anterior.
Neste sentido já se manifestou reiteradas vezes o Supremo Tribunal Federal (STF):
Em outras palavras, a lei que disciplinará a relação jurídica é a lei vigente ao tempo em
que foram preenchidos os requisitos legais para a concessão do benefício previdenciário, ou
seja, a lei vigente no tempo em que o direito foi adquirido, pois, o tempus regit actum impede a
retroação da lei nova mais restritiva de direito à proteção social.
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jurídicas entre a instituição responsável pela concessão e manutenção das prestações previden-
ciárias e o grupo de pessoas protegidas, os beneficiários.
Deve levar em consideração as condições particulares decorrentes de fatores econômi-
cos, sociais, políticos e ideológicos, os quais contribuem de forma decisiva na implementação e
efetivação do regime geral de previdência social. Por exemplo, em países que adotam o sistema
de repartição/universalização, a projeção populacional é fator determinante nas decisões a se-
rem tomadas, levando-se em consideração o número de contribuintes, o número de beneficiá-
rios, a expectativa de sobrevida, e, os índices de natalidade.
A justificativa para que sejam levados em consideração tantos fatores decorre do compro-
misso estatal de estimar, avaliar e quantificar o montante de recursos financeiros frente a prote-
ção previdenciária devida. Tem-se então que em um regime geral de previdência social são re-
alizadas economias forçadas ao trabalhador, para além das outras fontes de receitas, de modo
que a instituição responsável possa efetivar a redistribuição no tempo das rendas arrecadadas,
de modo a permitir uma vida digna aos trabalhadores nos momentos de necessidade social.
No Brasil, o regime geral de previdência social é regulamentado pela Lei 8.213/91, a lei
de benefícios da previdência social (LBPS), sendo a responsável por sua gestão o Instituto Na-
cional do Seguro Social (INSS). Importante também mencionar o Decreto 3.048/99, o regula-
mento da previdência social, sendo esta a legislação que atualmente está em conformidade com
a última grande reforma previdenciária, decorrente da Emenda Constitucional 103/19.
Merece destaque aqui o campo de aplicação do regime geral de previdência social. Ele
abrange não somente as pessoas que exercem atividade remunerada, mas pode abranger pes-
soas que não tem atividade remunerada que escolhem contribuir e ter proteção previdenciária.
São os segurados facultativos, que serão estudados em um tópico específico adiante.
Além destes o regime geral de previdência social abrange “ao agente público ocupante,
exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de
outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público”, nos termos do artigo
40, parágrafo 13º da CF/1988.
O regime geral de previdência social destina-se ainda ao servidor público civil ocupante
de cargo efetivo ou militar que não dispuser de Regime Próprio de Previdência Social (RPPS),
afinal, um dos objetivos da previdência social é proteger o trabalhador, mediante contribuição
compulsória, quando acometido por algum dos riscos sociais previstos em lei. Por exemplo, o
município de Canela, na região da Serra Gaúcha, não possui regime próprio de previdência.
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Neste caso, os servidores públicos efetivos contribuem compulsoriamente e são protegidos pelo
regime geral de previdência social.
Por fim, o regime geral de previdência social é destinado ao servidor ou o militar que “ve-
nham a exercer, concomitantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo Regime Geral de
Previdência Social”. Por exemplo, um médico que é servidor público em um hospital, e, conco-
mitantemente possui uma clínica particular. Da remuneração na clínica particular será devida
contribuição previdenciária obrigatória ao regime geral de previdência social, havendo como con-
trapartida a proteção caso o médico seja acometido por algum risco social previsto em lei.
Com isto, pode-se concluir que é inverídica a afirmação de que o regime geral de pre-
vidência social é destinado exclusivamente aos trabalhadores da iniciativa privada. Como
visto nos parágrafos anteriores, em algumas hipóteses haverá proteção ao servidor público
ou militar, a depender do caso.
Com atividade
remunerada
Iniciativa privada
Sem atividade
remunerada
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protegido em razão da contribuição obrigatória a que são submetidos, seja da iniciativa privada,
ou ainda, nos casos específicos, da iniciativa pública. Além dos que contribuem de forma obri-
gatória, o legislador autorizou que pessoas que não têm fonte de renda decorrente de atividade
laborativa que queiram participar do regime geral de previdência social o façam, por meio de
contribuição, que será facultativa.
Por uma questão metodológica, os segurados serão apresentados a partir do Decreto
3048/99, o Regulamento da Previdência Social, uma vez que esta legislação, em matéria previ-
denciária, é a que está atualizada com a última grande reforma da previdência, a Emenda Cons-
titucional 103/19.
O artigo 9º do Decreto 3048 traz em seus incisos os segurados obrigatórios (empregado,
empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso, e, segurado especial), e, o
segurado facultativo. Comecemos pelo segurado empregado:
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Pessoalidade
Habitualidade/
não
eventualidade
Empregado Equiparados
Subordinação
Remuneração
Faz-se esta ressalva, pois na hora da prova você precisará fazer esta distinção entre as
duas categorias a partir do que o enunciado da questão trouxer. Por exemplo: um cozinheiro, a
depender do caso, poderá ser empregado ou empregado doméstico. O cozinheiro que trabalha
em um restaurante terá finalidade lucrativa. Logo, será empregado. Agora, se o cozinheiro tra-
balhar para uma família, sem que exista finalidade lucrativa com o trabalho do cozinheiro, ele
será empregado doméstico, obviamente, se a prestação de serviço ocorrer por mais de dois dias
na semana.
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Pessoalidade
Âmbito
Residencial
Habitualidade/
Não eventualidade Empregado
Empregado Sem Finalidade
Doméstico Doméstico Lucrativa
Subordinação
Mais de 2 dias
na semana
Remuneração
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4. o amarrador de embarcação;
5. o ensacador de café, cacau, sal e similares;
6. o trabalhador na indústria de extração de sal;
7. o carregador de bagagem em porto;
8. o prático de barra em porto;
9. o guindasteiro; e
10. o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos; e
b) exerça atividade de movimentação de mercadorias em geral, nos termos do disposto
na Lei nº 12.023, de 27 de agosto de 2009, em áreas urbanas ou rurais, sem vínculo em-
pregatício, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria, por meio de acordo
ou convenção coletiva de trabalho, nas atividades de:
1. cargas e descargas de mercadorias a granel e ensacados, costura, pesagem, embala-
gem, enlonamento, ensaque, arrasto, posicionamento, acomodação, reordenamento, re-
paração de carga, amostragem, arrumação, remoção, classificação, empilhamento, trans-
porte com empilhadeiras, paletização, ova e desova de vagões, carga e descarga em fei-
ras livres e abastecimento de lenha em secadores e caldeiras;
2. operação de equipamentos de carga e descarga; e
3. pré-limpeza e limpeza em locais necessários às operações ou à sua continuidade.
Nunca é demais lembrar: os segurados do RGPS serão sempre pessoa física. Logo,
o segurado especial não será diferente. A primeira informação que o inciso VII nos traz é que o
segurado deve ser residente em imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural. A segunda
informação é que a atividade pode ser desenvolvida de forma individual ou em regime de eco-
nomia familiar. O parágrafo quinto explicita o que se trata este instituto:
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VII – (...)
§ 5o Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos
membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioe-
conômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colabo-
ração, sem a utilização de empregados permanentes.
A atividade do segurado especial admite várias formas de formalização. Poderá ser reali-
zada em área própria, em área de usufruto, em área onde se tenha a posse, onde seja assen-
tado, com contrato de parceria, contrato de comodato, ou ainda, com arrendamento rural. Pode
ser atividade relacionada a agricultura, pecuária, extrativismo vegetal (seringueiro) ou pescador
artesanal.
Em se tratando de atividade agropecuária, a legislação limita o segurado especial em área
de até quatro módulos fiscais. Não confundir módulo fiscal com hectare.
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Atenção: módulo fiscal é uma unidade de medida do INCRA que leva em consideração
fatores como localização da área, população economicamente ativa, produtividade do solo, dis-
tância de grandes centros e portos etc. Por exemplo: em Santa Cruz do Sul (RS), um módulo
fiscal corresponde a 20 hectares. Já em São Paulo (SP), um módulo fiscal corresponde a 5 hec-
tares. Pode acontecer de um módulo fiscal ser em algum caso igual a um hectare, mas esta não
é uma regra.
Por sua vez, o seringueiro ou extrativista vegetal não tem limites quanto a área explorada.
Entretanto, a legislação determina que essas atividades sejam o principal meio de vida.
O pescador artesanal ou assemelhado também encontra na legislação requisitos especí-
ficos para enquadramento nesta condição. Precisa ser profissão habitual ou principal meio de
vida, e, além disso, o parágrafo 14 do inciso VII estabelece que o pescador artesanal é aquele
que não utiliza embarcação, ou, que utilize embarcação de pequeno porte, que são as que pos-
suem arqueação bruta igual ou menor que 20. Neste sentido:
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Agricultura
Pecuária
Regime de economia
familiar
Segurado
Seringueiro
especial
Sem empregados
Extrativista permanentes
vegetal
Pescador
artesanal
Art. 11. É segurado facultativo o maior de dezesseis anos de idade que se filiar ao Re-
gime Geral de Previdência Social, mediante contribuição, na forma do art. 199, desde que
não esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório
da previdência social.
Vale o destaque que, como regra geral, quem é servidor público (segurado obrigatório do
RPPS) não pode ser segurado facultativo do RGPS. Neste sentido é o parágrafo 2º do artigo 11,
prescrevendo que:
Por sua vez, o parágrafo 1º do artigo 11 traz uma relação exemplificativa de quem pode
ser segurado facultativo, do qual destacaremos a pessoa que se dedique exclusivamente ao
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Contribuinte
individual
Trabalhador avulso
Empregado
CADESF
doméstico
Empregado
Segurado especial
Facultativo
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I - sem limite de prazo, o segurado que estiver em gozo de benefício, exceto na hipótese
de auxílio-acidente;
II - até doze meses após a cessação de benefício por incapacidade ou das contribuições,
observado o disposto nos § 7º e § 8º e no art. 19-E
III - até doze meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de se-
gregação compulsória;
IV - até doze meses após o livramento, o segurado detido ou recluso;
V - até três meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para
prestar serviço militar; e
VI - até seis meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.
O inciso primeiro estabelece que mantém a qualidade de segurado quem está recebendo
benefício previdenciário. Só não manterá a qualidade de segurado, independentemente de con-
tribuições quem estiver recebendo o auxílio acidente. E, isto tem sua razão de ser: o auxílio-
acidente, como será abordado adiante, é um benefício previdenciário que possui caráter indeni-
zatório e é recebido de forma cumulativa ao salário. A pessoa retorna ao trabalho com perda ou
redução da capacidade laborativa e recebe uma indenização em razão desta condição, que será
o auxílio-acidente.
Os incisos II, III e IV estabelecem a manutenção da condição de segurado, até doze me-
ses para o segurado que tiver cessado o benefício por incapacidade (temporária ou permanente),
para o segurado que por quaisquer razões deixar de contribuir para a previdência social, para o
segurado que tiver a segregação compulsória em razão de doença cessada, e, para o segurado
detido ou recluso, após o livramento.
Para o segurado que preste serviço militar, o período de graça será de até três meses
após o licenciamento, e, para o segurado facultativo, seis meses após a cessação das contribui-
ções.
Os parágrafos do artigo 13 possuem algumas informações importantes e que podem ser
cobradas em prova.
O parágrafo primeiro prevê um adicional de 24 meses de manutenção da qualidade de
segurado (período de graça) para o segurado que tiver cessado o benefício por incapacidade ou
que deixe de contribuir para a previdência social, desde que ele possua mais de 120 contribui-
ções sem perder a qualidade de segurado. Não precisa que as 120 contribuições sejam ininter-
ruptas. Elas precisam tão somente que sejam realizadas sem interrupção que acarrete a perda
da qualidade de segurado. Neste sentido:
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§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até vinte e quatro meses, se o segurado já
tiver pago mais de cento e vinte contribuições mensais sem interrupção que acarrete a
perda da qualidade de segurado.
A jurisprudência entende que esta comprovação pode ser feita com outros meios de prova,
como cadastro no SINE (Sistema Nacional de Emprego), cadastros em agencias de recruta-
mento e seleção de pessoas, entre outros.
Ainda da leitura do parágrafo segundo extrai-se que o segurado que possui mais de cento
e vinte contribuições sem a perda da qualidade de segurado (período de graça de 24 meses)
pode ter o acréscimo de mais 12 meses, caso comprove o desemprego involuntário por meio de
registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego. Neste caso, o período de graça
pode chegar a 36 meses.
Por fim, o parágrafo oitavo faz menção ao segurado que teve a contribuição abaixo do
limite mínimo legal. Nestes casos, como a contribuição abaixo do limite mínimo não conta como
tempo de contribuição, deverá o segurado realizar a complementação, o agrupamento, ou ainda,
os valores maiores ao limite mínimo dentro do mesmo ano para que mantenha a qualidade de
segurado.
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Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de de-
pendentes do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer con-
dição, menor de vinte e um anos de idade ou inválido ou que tenha deficiência intelec-
tual, mental ou grave;
II - os pais; ou
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de vinte e um anos de idade
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual, mental ou grave.
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comprovar dependência econômica, conforme previsão do parágrafo terceiro do artigo 16. A se-
gunda exceção fica por conta do(a) ex-cônjuge/companheiro(a), que serão considerados depen-
dentes desde que exista dependência econômica, o que será provado por meio do pagamento
de pensão alimentícia, conforme previsto nos incisos I e II do artigo 17 do Decreto 3048/99.
Antes de tratar da segunda e terceira classe, algumas observações são importantes. O
parágrafo primeiro garante que os dependentes “de uma mesma classe concorrem em igualdade
de condições.” Isso significa, por exemplo, que havendo cônjuge e três filhos, o benefício será
dividido em quatro partes iguais.
Outra observação importante está no parágrafo segundo do artigo 16, ao afirmar que a
“existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações
os das classes seguintes.” Isto significa que havendo dependente de primeira classe, os depen-
dentes de segunda e terceira classe, se existirem, não terão direito ao benefício.
Com relação a união estável, a comprovação está condicionada ao disposto no parágrafo
6-A do artigo 16, ao prescrever que:
(...) início de prova material contemporânea dos fatos, produzido em período não superior
aos vinte e quatro meses anteriores à data do óbito ou do recolhimento à prisão do segu-
rado, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo
de força maior ou caso fortuito, observado o disposto no § 2º do art. 143.
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(...) início de prova material contemporânea dos fatos, produzido em período não superior
aos vinte e quatro meses anteriores à data do óbito ou do recolhimento à prisão do segu-
rado, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo
de força maior ou caso fortuito, observado o disposto no § 2º do art. 143.
Dependentes do Segurado
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razão, neste ponto, serão estudadas as alíquotas e formas de contribuição dos segurados do
regime geral de previdência social.
Antes de abordar as contribuições, é importante mencionar que os segurados do Regime
de Previdência Social têm a contribuição, e, consequentemente, os benefícios, limitados
a um teto máximo, que será indicado por portaria do Ministério do Trabalho e Previdência
nos primeiros dias de cada ano. Em 2023, o teto de contribuição e de benefícios foi fixado em
R$ 7.507,49 (sete quinhentos e sete reais e quarenta e nove centavos). Assim, se uma pessoa
recebe, a título exemplificativo, R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a contribuição dela para o Regime
Geral de Previdência Social incidirá somente sobre R$ 7.507,49 (sete quinhentos e sete reais e
quarenta e nove centavos). R$ 7.507,50 (sete quinhentos e sete reais e cinquenta centavos) e
R$ 20.000,00 (vinte mil reais) não haverá contribuição previdenciária do trabalhador para o Re-
gime Geral de Previdência Social.
Em relação a valor mínimo de contribuição, a Emenda Constitucional 103/19 fez uma
adaptação das contribuições previdenciárias, muito em razão do que se chama no direito de
trabalho de “uberização” das relações de trabalho, bem como da regulamentação de novas for-
mas de trabalho pela Reforma Trabalhista de 2017, que criou, entre outros, o trabalho intermi-
tente, modelo no qual o trabalhador pode, a depender do caso concreto, receber valores inferio-
res ao salário-mínimo. Assim, o artigo 145, § 14º da Constituição Federal estabeleceu que, para
fins previdenciários, só será computado como tempo de contribuição que for igual ou superior à
contribuição mínima mensal exigida para a categoria, que, com exceção do segurado especial,
será de um salário-mínimo mensal. Neste sentido:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indi-
reta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
(...)
§ 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao Regime Geral
de Previdência Social a competência cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição
mínima mensal exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento de contribuições.
A parte final do § 14º contempla a solução para quem, porventura, contribua com valor
abaixo do salário-mínimo. É possível que o segurado opte pela complementação, pelo agrupa-
mento, ou ainda, pela utilização de valores superiores ao mínimo exigido em outras competên-
cias do mesmo ano, o que foi regulamentado de forma infraconstitucional no § 27-A do artigo
216, do Decreto 3048/99:
31
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Art. 216.
(...)
§ 27-A.
I - complementar a sua contribuição, observado que:
a) o recolhimento da complementação deverá ser efetuado pelo próprio segurado até o
dia quinze do mês seguinte ao da competência de referência e, após essa data, com inci-
dência dos acréscimos legais de que tratam os art. 238 e art. 239;
b) para o empregado, o empregado doméstico e o trabalhador avulso, a complementação
será efetuada por meio da aplicação da alíquota de sete inteiros e cinco décimos por cento,
inclusive para o mês em que exista contribuição concomitante na condição de contribuinte
individual; e
c) para o contribuinte individual que preste serviço a empresa, de que trata o § 26, e que
contribua exclusivamente nessa condição, a complementação será efetuada por meio da
aplicação da alíquota de vinte por cento.
32
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
outras palavras, ele desloca os R$ 500,00 que excederam o limite mínimo no mês “x/2023” para
o mês “y/2023”. Neste sentido:
Art. 216.
§ 27-A.
II - utilizar o valor da contribuição que exceder o limite mínimo de uma competência em
outra, observado que:
a) para efeito de utilização da contribuição, serão considerados os salários de contribuição
apurados por categoria, consolidados na competência de origem;
b) o salário de contribuição poderá ser utilizado para complementar uma ou mais compe-
tências com valor inferior ao limite mínimo, mesmo que em categoria distinta; (Incluída
pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
c) poderão ser utilizados valores excedentes ao limite mínimo do salário de contribuição
de mais de uma competência para compor o salário de contribuição de apenas uma com-
petência; e
d) utilizado o valor excedente, caso o salário de contribuição da competência favorecida
ainda permaneça inferior ao limite mínimo, esse valor poderá ser complementado nos ter-
mos do disposto no inciso I; ou
Por fim, o inciso III do § 27-A trata da possibilidade de agrupar valores inferiores ao limite
mínimo legal. Isto significa que o segurado somará uma ou mais contribuições inferiores ao limite
mínimo legal, de forma a conseguir que ao menos em uma competência/mês tenha considerada
a contribuição como tempo de contribuição.
Sigamos com o exemplo do empregado intermitente. No mês “x/2023” o salário de contri-
buição foi R$ 620,00 (seiscentos e vinte reais). No mês “y/2023”, o salário de contribuição foi R$
700,00 (setecentos reais). Tanto no mês “x/2023” quanto no mês “y/2023”, as contribuições não
são contadas como tempo de contribuição, conforme previsão do art. 195, § 14º da CF/1988. A
partir disso, o segurado faz o agrupamento, deixando as contribuições da seguinte forma: no
mês “x/2023” R$ 1.320,00, e, mês “y/2023” R$ 00,00. No mês “x/2023”, ele tem o cômputo do
tempo de contribuição, e, no mês “y/2023” ele permanece sem o computo do tempo de contri-
buição, o que poderá ser posteriormente regularizado, caso o trabalhador assim deseje. Neste
sentido:
Art. 216.
§ 27-A.
III - agrupar contribuições inferiores ao limite mínimo de diferentes competências, para
aproveitamento em contribuições mínimas mensais, observado que:
a) as competências que não atingirem o valor mínimo do salário de contribuição poderão
ser agrupadas desde que o resultado do agrupamento não ultrapasse o valor mínimo do
salário de contribuição;
b) na hipótese de o resultado do agrupamento ser inferior ao limite mínimo do salário de
contribuição, o segurado poderá complementar na forma prevista no inciso I ou utilizar
valores excedentes na forma prevista no inciso II; e
33
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Por exemplo: uma pessoa é contratada por uma empresa e recebe salário de contribuição
fixo de R$ 3.000,00 (três mil reais) por mês. Neste caso, tendo em visto o valor do salário de
contribuição, o cálculo da contribuição incidirá nas faixas de 7,5%, 9,0%, e, 12%. Esta conclusão
se chega a partir da tabela que faz parte do artigo 198 do Decreto 3048/99.
A contribuição da pessoa do exemplo, na faixa de 7,5%, será até um salário-mínimo (em
2023 = R$ 1.320,00). Logo, 7,5% de R$ 1.320,00 totaliza R$ 99,00.
Até R$ R$
7,5%
1.320,00 99,00
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
R$ R$ R$
2.571,29 1320,01 1.251,28
R$ R$
9,0%
1.251,28 112,61
R$ R$ R$
3.000,00 2.571,30 428,70
R$
12,0% R$ 51,44
428,70
Assim, a contribuição será o resultado da soma dos valores apurados em cada uma das
faixas de percentuais sobre o salário de contribuição, totalizando, neste exemplo, em R$ 263,05.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
R$ R$ R$
R$99,00
112,61 51,44 263,05
Regra Geral
Contribuinte
Individual e
Facultativo
20% Limite
20% Limite
máximo
mínimo
(R$ 7.507,49)
(R$ 1.320,00)
= R$
= R$ 264,00
1.501,49
Art. 199-A. A partir da competência em que o segurado fizer a opção pela exclusão do
direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, é de onze por cento,
sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário-de-contribuição, a
alíquota de contribuição:
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Direito Previdenciário
Art. 199-A. A partir da competência em que o segurado fizer a opção pela exclusão do
direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, é de onze por cento,
sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário-de-contribuição, a
alíquota de contribuição:
§ 1º A alíquota de contribuição de que trata o caput é de cinco por cento:
I - a partir da competência maio de 2011, para o MEI, de que trata o § 26 do art. 9º, cuja
contribuição deverá ser recolhida na forma regulamentada em ato do Comitê Gestor do
Simples Nacional;
Art. 199-A. A partir da competência em que o segurado fizer a opção pela exclusão do
direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, é de onze por cento,
sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário-de-contribuição, a
alíquota de contribuição:
§ 1º A alíquota de contribuição de que trata o caput é de cinco por cento:
37
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Por fim, o segurado especial não tem limite mínimo de contribuição. A contribuição deste
segurado não está condicionada ao salário de contribuição, mas sim a receita bruta da comerci-
alização da produção rural. A contribuição do segurado especial será de 1,3%, sendo 1,2% para
a Seguridade Social, e, 0,1% para o RAT (riscos ambientais do trabalho). A previsão legal está
no artigo 200 do Decreto 3048/99:
38
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
segurado especial, que tem a contribuição a partir da receita bruta da comercialização da produ-
ção rural, sendo:
Ainda sobre o salário de contribuição, uma importante consideração precisa ser feita sobre
o § 9º do artigo 214, o qual apresenta rubricas que não integram o salário de contribuição. Trata-
se de verbas que são, em sua maior parte, de caráter indenizatório, não representando remune-
ração por tempo do trabalhador à disposição do empregador ou tomador do serviço.
Art. 32. O salário de benefício a ser utilizado para o cálculo dos benefícios de que trata
este Regulamento, inclusive aqueles previstos em acordo internacional, consiste no resul-
tado da média aritmética simples dos salários de contribuição e das remunerações adota-
das como base para contribuições a regime próprio de previdência social ou como base
para contribuições decorrentes das atividades militares de que tratam os art. 42 e art. 142
da Constituição, considerados para a concessão do benefício, atualizados monetaria-
mente, correspondentes a cem por cento do período contributivo desde a competência
julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior a essa competência.
A partir da leitura do artigo é possível afirmar que o salário de benefício será o resultado
de uma média de todas as contribuições do segurado, desde a competência de julho de 1994,
ou, desde o início da contribuição, se posterior a julho de 1994.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
2.8. Carência
Seguindo com o raciocínio de que o Regime Geral de Previdência Social é um seguro
social obrigatório e contributivo, que protegerá o segurado acometido por um dos riscos sociais
previstos em lei, torna-se fundamental abordar a questão da carência, que é o número mínimo
de contribuições que o beneficiário precisa ter em alguns casos, para receber o benefício.
Pode-se fazer uma analogia com um plano de saúde. Ao contratar um plano, alguns ser-
viços podem ser acessados de forma imediata, entretanto, alguns serviços exigirão que a pessoa
tenha um número “x” de contribuições para ter cobertura do plano.
O assunto está disciplinado dos artigos 26 a 30 do Decreto 3048/99. O caput do artigo 26
possui a seguinte redação:
Importante referência tem-se na parte final do artigo, observando que só será considerada
para fins de carência as contribuições de valor igual ou superior ao limite mínimo mensal, que é
de um salário-mínimo, conforme já demonstrado no ponto 2.7 do livro.
Outro ponto bem importante está na leitura conjunta dos parágrafos 4º e 4-A do artigo 26,
ao dizer que se considera presumido o recolhimento das contribuições do segurado empregado,
trabalhador avulso, e, empregado doméstico.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Recolhomento presumido
Empregado
Empregado
doméstico
Trabalhador
avulso
Em relação ao contribuinte individual que presta serviço a uma ou mais empresas, o re-
colhimento dele também será presumido. Caso o contribuinte individual não prestar serviço a
uma ou mais empresas, precisará comprovar o recolhimento das contribuições.
Por sua vez, o segurado especial precisa comprovar o exercício da atividade rural pelo
tempo mínimo necessário, e, o segurado facultativo também precisa comprovar o recolhimento
de suas contribuições.
Após estas considerações iniciais, o artigo 27-A traz a situação explicando o que acontece
com quem deixa de ter a qualidade de segurado, ou seja, que por alguma razão deixou de reco-
lher suas contribuições para a Seguridade Social. Diz o artigo que para que a pessoa possa
aproveitar as contribuições anteriores novamente, ela precisará retornar a contribuir e contribuir
com metade do número de contribuições exigidas para ter direito ao benefício pretendido. Neste
sentido:
Art. 27-A. Na hipótese de perda da qualidade de segurado, para fins da concessão dos
benefícios de auxílio por incapacidade temporária, de aposentadoria por incapacidade per-
manente, de salário-maternidade e de auxílio-reclusão, as contribuições anteriores à perda
somente serão computadas para fins de carência depois que o segurado contar, a partir
da nova filiação ao RGPS, com metade do número de contribuições exigidas para o cum-
primento do período de carência definido no art. 29.
Por exemplo: João trabalhou por 5 anos como empregado. Foi demitido durante a pan-
demia e ficou 2 anos desempregado. Perdeu a qualidade de segurado. Começou em um novo
emprego, readquiriu a qualidade de segurado, mas, meses após o retorno ao trabalho, foi diag-
nosticado com uma doença que o incapacitará para o trabalho pelo período mínimo de 6 meses.
Como se trata de benefício por incapacidade, a regra geral é de que são necessárias 12 contri-
buições mensais. Entretanto, como ele já tinha contribuições anteriores, para que ele tenha
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
direito ao benefício ele pode ter 6 contribuições, que serão somadas aos 5 anos anteriores. Mas,
é necessário que após o reingresso ele tenha no mínimo 6 contribuições mensais.
Dito isto, o artigo 29 disciplina o número mínimo de contribuições para cada espécie de
benefício. Em outras palavras, o artigo 29 diz quantas contribuições um segurado precisa ter
para conseguir um benefício previdenciário, o que será apresentado para você em forma de
esquemas:
Auxílio
incapacidade
temporária
12 contribuições
mensais
Aposentadoria por
incapacidade
permanente
Aposentadoria
programada
Aposentadoria
especial
Salário maternidade
contribuinte
individual
Salário maternidade
segurada facultativa
24 Contribuições
Auxílio-Reclusão
Mensais
42
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Pensão por
morte
Salário-família
Empregada
Auxílio-acidente
Empregada doméstica
Salário
maternidade
Trabalhadora avulsa
Doenças da lista
Acidente de qualquer
natureza ou causa
Aposentadoria
por incapacidade Doença profissional ou do
permanente trabalho
Reabilitação
Doenças da lista
profissional
E, uma das questões do 38º Exame exigia do candidato saber justamente sobre a exigên-
cia ou não de carência para o salário-maternidade da empregada doméstica. Segue o enunci-
ado da questão com as alternativas:
Maria, empregada doméstica, deu à luz um menino. No mês em que seu filho nasceu,
foram contabilizadas sete contribuições mensais feitas por ela para o Regime Geral de
Previdência Social. Em relação ao salário-maternidade solicitado por Maria, assinale a
afirmativa correta.
A) Ela tem direito, pois a concessão desse benefício para as empregadas domésticas in-
depende de carência.
B) Ela terá direito, desde que contribua por mais três meses para o Regime Geral de Pre-
vidência Social.
C) Ela não tem direito, já que não cumpriu o período de carência para a concessão do
benefício.
D) Ela não tem direito, pois as empregadas domésticas não podem gozar desse benefício
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Por se tratar de empregada doméstica, aplica-se o disposto no artigo 30, II, do Decreto
3048/99, razão pela qual o gabarito preliminar divulgado pela FGV é a alternativa “A”.
Duas observações precisam ser feitas ainda. O § 1º do artigo 30 do Decreto 3048/99
explica o que se entende por acidente de qualquer natureza ou causa. Neste sentido:
Art. 30, § 1º. Entende-se como acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem
traumática e por exposição a agentes exógenos, físicos, químicos ou biológicos, que acar-
rete lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou a redução
permanente ou temporária da capacidade laborativa.
§ 2º Até que seja elaborada a lista de doenças ou afecções a que se refere o inciso III
do caput, independerá de carência a concessão de auxílio por incapacidade temporária e
de aposentadoria por incapacidade permanente ao segurado que, após filiar-se ao RGPS,
seja acometido por alguma das seguintes doenças:
I - tuberculose ativa;
II - hanseníase;
III - alienação mental;
IV - esclerose múltipla;
V - hepatopatia grave;
VI - neoplasia maligna;
VII - cegueira;
VIII - paralisia irreversível e incapacitante;
IX - cardiopatia grave;
X - doença de Parkinson;
XI - espondiloartrose anquilosante;
XII - nefropatia grave;
XIII - estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);
XIV - síndrome da imunodeficiência adquirida (aids); ou
XV - contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada.
Finalizada a questão da carência, onde é exigida e onde não é, passamos ao estudo dos
benefícios em espécie.
3. Benefícios em Espécie
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Art. 71. O auxílio por incapacidade temporária será devido ao segurado que, uma vez
cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos, conforme
definido em avaliação médico-pericial.
Quem definirá qual o prazo da incapacidade será a avaliação médico-pericial. Mesmo que
porventura o atestado médico do segurado indique um prazo superior ao estipulado pela perícia
médica realizada no INSS, prevalecerá o prazo estipulado pela perícia médica do INSS.
O caput artigo menciona o cumprimento, quando for o caso do cumprimento de carência.
Carência é o número mínimo de contribuições que o segurado precisa ter direito ao benefício.
Neste sentido dispõe o artigo 26 do Decreto 3048/99:
Como regra geral, o auxílio por incapacidade temporária exige o cumprimento de 12 con-
tribuições mensais, conforme artigo 29, inciso I, do Decreto 3048/99:
Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social,
ressalvado o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência:
I - doze contribuições mensais, nos casos de auxílio por incapacidade temporária e apo-
sentadoria por incapacidade permanente; e
Entretanto, o legislador entendeu que em alguns casos o período de carência fica dispen-
sado, conforme artigo 30, inciso III, do Decreto 3048/99:
45
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
§ 2º Até que seja elaborada a lista de doenças ou afecções a que se refere o inciso III
do caput, independerá de carência a concessão de auxílio por incapacidade temporária e
de aposentadoria por incapacidade permanente ao segurado que, após filiar-se ao RGPS,
seja acometido por alguma das seguintes doenças:
I - tuberculose ativa;
II - hanseníase;
III - alienação mental;
IV - esclerose múltipla;
V - hepatopatia grave;
VI - neoplasia maligna;
VII - cegueira;
VIII - paralisia irreversível e incapacitante;
IX - cardiopatia grave;
X - doença de Parkinson;
XI - espondiloartrose anquilosante;
XII - nefropatia grave;
XIII - estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);
XIV - síndrome da imunodeficiência adquirida (aids); ou
XV - contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada.
O § 1º do artigo 71 possui uma informação bem importante nos benefícios por incapaci-
dade temporária: doença pré-existente a filiação do segurado no Regime Geral de Previdência
Social não tem cobertura, salvo se a incapacidade decorrer de progressão ou o agravamento da
doença. Neste sentido:
Para compreender o que é a doença pré-existente, basta fazer uma analogia com um
seguro veicular. Não adianta querer fazer o seguro do carro após o acidente de trânsito. A mesma
lógica vale para o direito previdenciário. Não terá proteção o trabalhador que ingressa com a
doença no sistema previdenciário. Ele somente terá proteção se ficar comprovado na perícia
médica que a incapacidade tem relação com a progressão ou agravamento da doença.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Nos casos em que o segurado exercer mais de uma atividade laborativa, a perícia médica
federal deverá indicar se a incapacidade é para uma ou para todas as atividades do segurado,
conforme previsão do artigo 73 do Decreto 3048/99:
Art. 73. O auxílio por incapacidade temporária do segurado que exercer mais de uma ati-
vidade abrangida pela previdência social será devido mesmo no caso de incapacidade
apenas para o exercício de uma delas, hipótese em que o segurado deverá informar a
Perícia Médica Federal a respeito de todas as atividades que estiver exercendo.
O auxílio por incapacidade temporária durará o tempo entendido pela perícia médica para
recuperação da capacidade laborativa. Caso não ocorra a recuperação da capacidade laborativa,
durará até a conversão em aposentadoria por incapacidade permanente, ou, se ocorrer a recu-
peração para a atividade laborativa, mas sobrevenha perda ou redução da capacidade para o
trabalho em razão de acidente do trabalho ou acidente de qualquer natureza, o auxílio por inca-
pacidade temporária durará até a conversão em auxílio acidente, conforme disposto no art. 78
do Decreto 3048/99:
Art. 78. O auxílio por incapacidade temporária cessa pela recuperação da capacidade
para o trabalho, pela concessão de aposentadoria por incapacidade permanente ou, na
hipótese de o evento causador da redução da capacidade laborativa ser o mesmo que
gerou o auxílio por incapacidade temporária, pela concessão do auxílio acidente.
O benefício por incapacidade temporária terá uma renda mensal inicial de 91% do salá-
rio de benefício (que é o resultado da média aritmética de todo o período contributivo do segu-
rado).
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Direito Previdenciário
Art. 43. A aposentadoria por incapacidade permanente, uma vez cumprido o período de
carência exigido, quando for o caso, será devida ao segurado que, em gozo ou não de
auxílio por incapacidade temporária, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível
de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, que lhe será
paga enquanto permanecer nessa condição.
Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social,
ressalvado o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência:
I - doze contribuições mensais, nos casos de auxílio por incapacidade temporária e apo-
sentadoria por incapacidade permanente;
Entretanto, o legislador entendeu que em alguns casos o período de carência fica dispen-
sado, conforme artigo 30, inciso III, do Decreto 3048/99:
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
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§ 2º Até que seja elaborada a lista de doenças ou afecções a que se refere o inciso III
do caput, independerá de carência a concessão de auxílio por incapacidade temporária e
de aposentadoria por incapacidade permanente ao segurado que, após filiar-se ao RGPS,
seja acometido por alguma das seguintes doenças:
I - tuberculose ativa;
II - hanseníase;
III - alienação mental;
IV - esclerose múltipla;
V - hepatopatia grave;
VI - neoplasia maligna;
VII - cegueira;
VIII - paralisia irreversível e incapacitante;
IX - cardiopatia grave;
X - doença de Parkinson;
XI - espondiloartrose anquilosante;
XII - nefropatia grave;
XIII - estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);
XIV - síndrome da imunodeficiência adquirida (aids); ou
XV - contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada.
O § 2º do artigo 43 possui uma informação bem importante para a aposentadoria por in-
capacidade permanente: doença pré-existente a filiação do segurado no Regime Geral de Pre-
vidência Social não tem cobertura, salvo se a incapacidade decorrer de progressão ou o agrava-
mento da doença. Neste sentido:
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Art. 45. O valor da aposentadoria por incapacidade permanente do segurado que neces-
sitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de vinte e cinco por cento,
observada a relação constante do Anexo I, e:
I - devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal; e
II - recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado.
Art. 44. A aposentadoria por incapacidade permanente será devida a partir do dia imedi-
ato ao da cessação do auxílio por incapacidade temporária, ressalvado o disposto no § 1º,
e consistirá em renda mensal decorrente da aplicação dos seguintes percentuais inciden-
tes sobre o salário de benefício, definido na forma do disposto no art. 32:
I - sessenta por cento, com acréscimo de dois pontos percentuais para cada ano de con-
tribuição que exceder o tempo de vinte anos de contribuição, para os homens, ou quinze
anos de contribuição, para as mulheres; ou
II - cem por cento, quando a aposentadoria decorrer de:
a) acidente de trabalho;
b) doença profissional; ou
c) doença do trabalho.
A regra do inciso I estabelece que a aposentadoria por incapacidade permanente terá uma
renda mensal que terá um valor base de 60% do salário de benefício. O aumento deste percen-
tual dependerá para os homens, que tenham mais que vinte anos de tempo de contribuição, e,
50
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
para as mulheres, que tenham mais de quinze anos de tempo de contribuição. Caso o homem
não tenha atingido os 20 anos de tempo de contribuição ou a mulher não tenha atingido os 15
anos de tempo de contribuição, receberão tão somente 60% do salário de benefício.
Observação: nos termos do artigo 201, § 2º da Constituição Federal “Nenhum benefício
que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá
valor mensal inferior ao salário-mínimo.”
Agora, tomemos como exemplo um homem que é aposentado por incapacidade perma-
nente com 25 de tempo de contribuição. A legislação estabelece um acréscimo de 2% (dois por
cento) a cada ano que ultrapasse os 20 anos de tempo de contribuição para os homens. Neste
caso, o homem receberá 60% do salário de benefício, acrescido de mais 10%, que é o resultado
dos 5 anos que passam dos 20 anos de tempo de contribuição, multiplicados por 2%. Logo, a
renda mensal inicial, neste caso, será de 70% do salário de benefício.
Utilizemos os mesmos 25 anos de tempo de contribuição, mas com uma mulher que será
aposentada por incapacidade permanente. A mulher receberá 60% do salário de benefício, que
será acrescido de mais 20%, que é o resultado dos 10 anos a mais que os 15 anos de tempo de
contribuição determinado para as mulheres. Logo, a renda mensal inicial, neste caso, será de
80% do salário de benefício.
O que se percebe a partir dos exemplos acima é que com os mesmos tempos de contri-
buição, homens e mulheres, na regra geral, terão rendas mensais iniciais com valores diferentes,
a partir dos critérios definidos na legislação.
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Direito Previdenciário
Entretanto, o inciso II cria uma exceção, não fazendo distinção entre homens e mulheres.
Todavia, determina que a aposentadoria por incapacidade permanente seja precedida de aci-
dente do trabalho, doença profissional ou doença do trabalho. Quando se tratar de aposentadoria
por incapacidade permanente com alguma destas três causas, o salário de benefício será de
100% do salário de benefício.
Acidente do
trabalho
Aposentadoria
100% do salário Doença
por incapacidade
de benefício profissional
permanente
Doença do
trabalho
3.3. Auxílio-acidente
O auxílio-acidente é o único benefício previdenciário que possui natureza indeniza-
tória. Será pago após o retorno ao trabalho para o segurado que tiver a consolidação de lesão
que resulte em perda ou redução da capacidade para a atividade habitual. Esta perda ou redução
da capacidade para a atividade habitual poderá ter como origem um acidente do trabalho ou um
acidente de qualquer natureza. Está previsto no artigo 104 do Decreto 3048/99:
Perceba que o artigo 104 não aborda, como no auxílio por incapacidade temporária e na
aposentadoria por invalidez, a questão da carência. Isto porque, nos termos do artigo 30, inciso
I, do Decreto 3048/99, o auxílio acidente independe de carência. Neste sentido:
52
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Uma observação fundamental de ser feita é que o auxílio-acidente não é pago a todos
os segurados. Conforme princípio da seletividade e distributividade anteriormente visto neste
material, o legislador entendeu que este benefício é concedido tão somente aos segurados em-
pregado, empregado doméstico, trabalhador avulso, e, segurado especial. O contribuinte indivi-
dual e o segurado facultativo foram excluídos dos beneficiários.
Empregado
Empregado doméstico
Auxílio-acidente
Trabalhador avulso
Segurado especial
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Direito Previdenciário
Da leitura do § 1º depreende-se ainda que o auxílio acidente será devido até a véspera
de início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado. Isto porque, em se
tratando de um benefício que possui caráter indenizatório pelo fato de o segurado retornar ao
trabalho com perda ou redução da capacidade laborativa, o afastamento pela aposentadoria, ou
pelo óbito, retiram do benefício a função de existir.
Art. 56. A aposentadoria por idade do trabalhador rural, uma vez cumprido o período de
carência exigido, será devida aos segurados a que se referem a alínea “a” do inciso I, a
alínea “j” do inciso V e os incisos VI e VII do caput do art. 9º e aos segurados garimpeiros
que trabalhem, comprovadamente, em regime de economia familiar, conforme definido no
§ 5º do art. 9º, quando completarem cinquenta e cinco anos de idade, se mulher, e ses-
senta anos de idade, se homem.
Os segurados que fazem jus a aposentadoria por idade do trabalhador rural foram delimi-
tados no caput do artigo, sendo eles: o empregado rural; o contribuinte individual que presta
serviço de natureza rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de em-
prego; o trabalhador avulso que presta serviço de natureza rural, com intermediação obrigatória
do órgão gestor de mão de obra; o segurado especial (atividade agropecuária, pescador artesa-
nal, seringueiro, extrativista vegetal), e, o garimpeiro que trabalhe em regime de economia fami-
liar.
Observação: o garimpeiro não é segurado especial. Se aposentará com idade diferenci-
ada se trabalhar em regime de economia familiar.
No que diz respeito a carência, o artigo 29, inciso II do Decreto 3048/99 estabelece a
carência da aposentadoria por idade do trabalhador rural em 180 contribuições mensais:
Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social,
ressalvado o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência:
(...)
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Direito Previdenciário
O § 1º do artigo 56 do Decreto 3048/99 determina ainda que para ter direito à aposenta-
doria por idade, o trabalhador rural precisa comprovar estar na atividade no período imediata-
mente anterior ao requerimento do benefício. Neste sentido:
Os demais segurados que tem direito a aposentadoria por idade do trabalhador rural re-
ceberão uma renda mensal de 70% do salário de benefício, com acréscimo de 1% (um por cento)
para cada ano de contribuição. Neste sentido:
Art. 57. Os trabalhadores rurais que não atendam ao disposto no art. 56 mas que satis-
façam essa condição, se considerados períodos de contribuição sob outras categorias de
segurado, farão jus ao benefício ao atenderem os requisitos definidos nos incisos I e
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Art. 51. A aposentadoria programada, uma vez cumprido o período de carência exigido,
será devida ao segurado que cumprir, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - sessenta e dois anos de idade, se mulher, e sessenta e cinco anos de idade, se homem;
e
II - quinze anos de tempo de contribuição, se mulher, e vinte anos de tempo de contribui-
ção, se homem.
Quanto ao requisito carência, o artigo 29, inciso II estabelece a exigência de 180 contri-
buições mensais:
Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social,
ressalvado o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência:
(...)
II - cento e oitenta contribuições mensais, nos casos de aposentadoria programada, por
idade do trabalhador rural e especial;
Exige-se ainda a idade mínima de 62 anos, cumulado com 15 anos de tempo mínimo de
contribuição para as mulheres, e, 65 anos, cumulado com 20 anos de tempo mínimo de contri-
buição para os homens. A renda mensal inicial será de 60% do salário de benefício, acrescido
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
de dois pontos percentuais para cada ano que ultrapassar os quinze anos de tempo de contri-
buição para as mulheres e os 20 anos de tempo de contribuição para os homens. Logo, tal qual
no exemplo da regra geral da aposentadoria por incapacidade permanente, homens e mulheres
terão rendas mensais diferentes, mesmo que tenham os mesmos períodos de tempo de contri-
buição.
65 anos
Idade
Homem
20 anos
Tempo de contribuição
Aposentadoria
programada
62 anos
Idade
Mulher
15 anos
Tempo de contribuição
Art. 54. Para o professor que comprove, exclusivamente, tempo de efetivo exercício em
função de magistério na educação infantil, no ensino fundamental ou no ensino médio,
desde que cumprido o período de carência exigido, será concedida a aposentadoria de
que trata esta Subseção quando cumprir, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - cinquenta e sete anos de idade, se mulher, e sessenta anos de idade, se homem; e
II - vinte e cinco anos de contribuição, para ambos os sexos, em efetivo exercício na função
a que se refere o caput.
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Direito Previdenciário
60 anos
Idade
Homem
25 anos
Tempo de contribuição -
Aposentadoria professor
Programada
PROFESSOR(A) 57 anos
Idade
Mulher
25 anos
Tempo de contribuição -
professora
Quanto a renda mensal inicial, será de 60% do salário de benefício, acrescido de dois
pontos percentuais para cada ano que ultrapassar os quinze anos de tempo de contribuição para
as mulheres e os 20 anos de tempo de contribuição para os homens.
Art. 64. A aposentadoria especial, uma vez cumprido o período de carência exigido, será
devida ao segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual, este último
somente quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção, que com-
prove o exercício de atividades com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e bioló-
gicos prejudiciais à saúde, ou a associação desses agentes, de forma permanente, não
ocasional nem intermitente, vedada a caracterização por categoria profissional ou
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
ocupação, durante, no mínimo, quinze, vinte ou vinte e cinco anos, e que cumprir os se-
guintes requisitos:
I - cinquenta e cinco anos de idade, quando se tratar de atividade especial de quinze anos
de contribuição;
II - cinquenta e oito anos de idade, quando se tratar de atividade especial de vinte anos de
contribuição; ou
III - sessenta anos de idade, quando se tratar de atividade especial de vinte e cinco anos
de contribuição.
A primeira observação a ser feita é que a aposentadoria especial não é devida a todos
os segurados. Conforme se verifica no caput do artigo 64, somente o segurado empregado, o
trabalhador avulso, e, o contribuinte individual (desde que filiado à cooperativa de trabalho ou de
produção) terão direito à aposentadoria especial.
Quanto ao requisito carência, o artigo 29, inciso II estabelece a exigência de 180 contri-
buições mensais:
Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social,
ressalvado o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência:
(...)
II - cento e oitenta contribuições mensais, nos casos de aposentadoria programada, por
idade do trabalhador rural e especial;
A exposição ao agente físico, químico, biológico, ou, associação destes agentes, nos ter-
mos do § 2º do artigo 64 do Decreto 3048/99 “deverá superar os limites de tolerância estabele-
cidos segundo critérios quantitativos ou estar caracterizada de acordo com os critérios da avali-
ação qualitativa de que trata o § 2º do art. 68.”
A exposição permanente aos agentes de risco é especificada no caput do artigo 65 do
Decreto 3048/99, indicando que o “tempo de trabalho permanente aquele que é exercido de
forma não ocasional nem intermitente, no qual a exposição do empregado, do trabalhador avulso
ou do cooperado ao agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do
serviço.”
Como anteriormente referido, o documento que comprova o exercício da atividade espe-
cial é o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), descrito no artigo 68, § 8º e 9º do Decreto
3048/99:
Art. 68. A relação dos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de
agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, considerados para fins de concessão
de aposentadoria especial, consta do Anexo IV.
§ 8º A empresa deverá elaborar e manter atualizado o perfil profissiográfico previdenciário,
ou o documento eletrônico que venha a substituí-lo, no qual deverão ser contempladas as
atividades desenvolvidas durante o período laboral, garantido ao trabalhador o acesso às
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
informações nele contidas, sob pena de sujeição às sanções previstas na alínea “h” do
inciso I do caput do art. 283.
§ 9º Para fins do disposto no § 8º, considera-se perfil profissiográfico previdenciário o do-
cumento que contenha o histórico laboral do trabalhador, elaborado de acordo com o mo-
delo instituído pelo INSS.
Art. 70-C. A aposentadoria por idade da pessoa com deficiência, cumprida a carência, é
devida ao segurado aos sessenta anos de idade, se homem, e cinquenta e cinco anos de
idade, se mulher.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
A condição de pessoa com deficiência será avaliada por meio de avaliação biopsicos-
social, a qual, nos termos do caput do artigo 70-A do Decreto 3048/99 será “realizada por equipe
multiprofissional e interdisciplinar”, que indicará “grau de deficiência leve, moderada ou grave”.
A renda mensal inicial da aposentadoria por idade da pessoa com deficiência está prevista
no artigo 70-J, inciso II do Decreto 3048/99:
Art. 70-J. A renda mensal da aposentadoria devida ao segurado com deficiência será
calculada a partir da aplicação dos seguintes percentuais sobre o salário de benefício de-
finido na forma prevista no art. 32:
(...)
II - setenta por cento, acrescido de um ponto percentual do salário de benefício por grupo
de doze contribuições mensais até o máximo de trinta por cento, na hipótese de aposen-
tadoria por idade de que trata o art. 70-C.
Por seu turno, a aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência terá
como principal condicionante o grau da deficiência, apurado na perícia biopsicossocial, conforme
artigo 70-B do Decreto 3048/99:
Art. 70-B. A aposentadoria por tempo de contribuição do segurado com deficiência, cum-
prida a carência, é devida ao segurado empregado, inclusive o doméstico, trabalhador
avulso, contribuinte individual e facultativo, observado o disposto no art. 199-A e os se-
guintes requisitos:
I - aos vinte e cinco anos de tempo de contribuição na condição de pessoa com deficiência,
se homem, e vinte anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência grave;
II - aos vinte e nove anos de tempo de contribuição na condição de pessoa com deficiência,
se homem, e vinte e quatro anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência mode-
rada; e
III - aos trinta e três anos de tempo de contribuição na condição de pessoa com deficiência,
se homem, e vinte e oito anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência leve.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
A renda mensal inicial da aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com defici-
ência está prevista no artigo 70-J, inciso I do Decreto 3048/99:
Art. 70-J. A renda mensal da aposentadoria devida ao segurado com deficiência será
calculada a partir da aplicação dos seguintes percentuais sobre o salário de benefício de-
finido na forma prevista no art. 32:
I - cem por cento, na hipótese de aposentadoria por tempo de contribuição de que trata o
art. 70-B.
33 anos
Homem
Tempo de contribuição
Leve
28 anos
Mulher
Tempo de contribuição
29 anos
Homem
Aposentadoria por tempo Tempo de contribuição
de contribuição da pessoa Moderada
com deficiência 24 anos
Mulher
Tempo de contribuição
25 anos
Homem
Tempo de contribuição
Grave
20 anos
Mulher
Tempo de contribuição
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
O benefício será dividido em partes iguais entre todos os dependentes da mesma classe,
conforme determinação do artigo 113 do Decreto 3048/99, no sentido de que “A pensão por
morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos, em partes iguais.”
Em alguns casos, os dependentes podem perder o direito a pensão por morte, a saber:
Uma inovação trazida pela Emenda Constitucional 103/19 foi a de que, cessada a cota de
um dependente, ela não é repassada aos demais, como acontecia anteriormente. Por exemplo,
são 3 dependentes e o benefício é de R$ 3.000,00 (três mil reais). Neste caso, cada dependente
terá uma cota de R$ 1.000,00 (mil reais). Quando um dos dependentes completar 21 anos, per-
derá a condição de dependente, e, com a perda da condição de dependente, a cota que tinha
direito não é repassada aos demais. Assim, ao invés dos outros dois dependentes passarem a
receber R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais cada), continuarão recebendo a cota de R$ 1.000,00
(mil reais) cada. Isto é o que se extrai da primeira parte do § 3º do artigo 113 do Decreto 3048/99:
“As cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão reversíveis aos
demais dependentes”.
Merece destaque o fato de que para o cônjuge, companheiro(a), a pensão por morte será
vitalícia somente se o viúvo(a) tiver quarenta e quatro anos ou mais. Até completar esta idade, a
pensão por morte durará por um tempo proporcional a data do viúvo(a) na data do óbito. Neste
sentido:
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Quanto a renda mensal inicial, a regra geral é de que será paga uma cota familiar de 50%
do salário de benefício, que será acrescida de 10% para cada dependente, limitado a 100% do
salário de benefício. Neste sentido:
Art. 106. A pensão por morte consiste em renda mensal equivalente a uma cota familiar
de cinquenta por cento do valor da aposentadoria recebida pelo segurado ou daquela a
que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito,
acrescida de cotas de dez pontos percentuais por dependente, até o máximo de cem por
cento.
Por exemplo: uma família com pai, mãe e dois filhos, de 6 e 8 anos. Com o falecimento
do pai, restam a mãe e os dois filhos. Neste caso, a pensão por morte será composta pela cota
familiar de 50% do salário de benefício, acrescida de 3 cotas de 10%, uma para cada depen-
dente, totalizando 80% do salário de benefício.
Se a esposa tiver 44 anos ou mais, a pensão para ela será vitalícia, do contrário, durará
conforme disposto no artigo 114, inciso V, do Decreto 3048/99. Para os filhos, salvo condição de
inválido, de deficiência intelectual, mental ou grave, durará até os 21 anos. Deixando os depen-
dentes de possuírem esta condição, a pensão por morte será recalculada, até o momento em
que deixe de existir, por falta de dependentes.
Entretanto, o parágrafo 2º do artigo 106 do Decreto 3048/99 apresenta uma possibilidade
de pensão por morte com renda mensal inicial de 100% do salário de benefício:
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Dependente inválido
3.9. Auxílio-reclusão
O auxílio-reclusão é outro benefício pago aos dependentes do segurado, que precisará se
enquadrar no conceito de baixa renda, e, que esteja recolhido à prisão em regime fechado. Ao
contrário da pensão por morte, o auxílio-reclusão depende de um número mínimo de contribui-
ções do segurado para que os dependentes possam ter direito. Neste sentido:
Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social,
ressalvado o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência:
IV - vinte e quatro contribuições mensais, no caso de auxílio-reclusão.
Logo, para que os dependentes do segurado tenham direito ao auxílio reclusão, é neces-
sário que ele tenha cumprido a carência de 24 contribuições mensais. Para além da carência, os
demais requisitos são dispostos no artigo 116 do Decreto 3048/99:
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
que você saiba que o auxílio reclusão é pago aos dependentes do segurado de baixa
renda.
Outro requisito é que o segurado esteja recolhido à prisão em regime fechado, de modo
que o § 2º do artigo 116 determina que “O requerimento do auxílio-reclusão será instruído com
certidão judicial que ateste o recolhimento efetivo à prisão e será obrigatória a apresentação de
prova de permanência na condição de presidiário para a manutenção do benefício.” No mesmo
sentido, o § 1º do artigo 117 estabelece que “Até que o acesso à base de dados a que se refere
o § 2º-B do art. 116 seja disponibilizado pelo Conselho Nacional de Justiça, o beneficiário apre-
sentará trimestralmente atestado de que o segurado continua em regime fechado, que deverá
ser firmado pela autoridade competente”.
Em caso de fuga, o auxílio-reclusão será suspenso, conforme previsão do § 2º do artigo
117 do Decreto 3048/99: “No caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver recaptura do
segurado, será restabelecido a contar da data em que esta ocorrer, desde que esteja ainda man-
tida a qualidade de segurado.”
A renda mensal inicial será calculada da mesma forma que a pensão por morte, seja na
possibilidade de pagamento da cota familiar de 50% do salário de benefício, acrescido de cotas
de 10% por cento por dependente, ou ainda, de 100% do salário de benefício em caso de de-
pendente na condição de dependente inválido, com deficiência intelectual, mental ou grave. En-
tretanto, o auxílio-reclusão não poderá exceder o valor de um salário-mínimo mensal.
Neste sentido:
Art. 117. O valor do auxílio-reclusão será apurado na forma estabelecida para o cálculo
da pensão por morte, não poderá exceder o valor de um salário-mínimo e será mantido
enquanto o segurado permanecer em regime fechado.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Recluso em regime
fechado
Carência de 24
Auxílio-reclusão
contribuições mensais
Valor máximo de um
salário-mínimo
3.10. Salário-família
O salário-família é outro benefício pago aos segurados que se enquadrarem no conceito
de baixa renda. Entretanto, não é devido a todos os segurados, conforme dispõe o artigo 81 do
Decreto 3048/99. É devido ao segurado empregado, empregado doméstico e ao trabalhador
avulso. São excluídos o segurado especial, o contribuinte individual e o segurado facultativo.
Neste sentido:
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Por exemplo: pai e mãe trabalham na iniciativa privada e recebem um salário-mínimo por
mês. Ambos são considerados segurados de baixa renda. Possuem 2 filhos, com 4 e 2 anos de
idade. Neste caso, o pai receberá duas cotas de salário-família, um para cada filho, e a mãe,
também receberá duas cotas de salário família, um para cada filho.
O valor da cota do salário-família é atualizado anualmente por meio de Portaria do Minis-
tério de Trabalho e Previdência. Para o ano de 2023, o valor da cota foi fixado em R$ 59,82
(cinquenta e nove reais e oitenta e dois centavos). Não é demais lembrar que para a prova você
não precisa saber o valor exato, mas sim que o salário família é pago por meio de cota fixa
por filho, enteado ou menor tutelado (nos dois últimos, quando comprovada a dependência eco-
nômica) até os 14 anos de idade, ou inválido, nos termos do artigo 83 do Decreto 3048/99:
Art. 83. O valor da cota do salário-família por filho ou por enteado e por menor tutelado,
desde que comprovada a dependência econômica dos dois últimos, até quatorze anos de
idade ou inválido, é de R$ 48,62 (quarenta e oito reais e sessenta e dois centavos).
Para além da documentação exigida no artigo 84, o segurado firmará termo de responsa-
bilidade “no qual se comprometerá a comunicar à empresa, ao empregador doméstico ou ao
INSS, conforme o caso, qualquer fato ou circunstância que determine a perda do direito ao
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Cota fixa
3.11. Salário-maternidade
O salário-maternidade é o benefício pago em razão do nascimento, adoção ou guarda
judicial de criança com até 12 anos de idade, com duração, como regra geral, de 120 dias, con-
forme disposto no artigo 93 do Decreto 3048/99:
Excepcionalmente, poderá ser prorrogado em até 28 dias, sendo 14 dias antes, e, 14 dias
depois do parto, conforme atestado médico que será submetido a avaliação médico pericial a
cargo do INSS, conforme previsão do § 3º do artigo 93 do Decreto 3048/99.
Para as seguradas empregada, empregada doméstica e trabalhadora avulsa, não há exi-
gência do cumprimento de carência. Neste sentido:
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social,
ressalvado o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência:
(...)
III - dez contribuições mensais, no caso de salário-maternidade, para as seguradas con-
tribuinte individual, especial e facultativa, respeitado o disposto no § 2º do art. 93 e no
inciso II do art. 101.
A legislação prevê ainda uma flexibilização na carência para casos de parto antecipado,
sendo a carência proporcional ao número de meses em que o parto foi antecipado. Como regra
geral, uma gestação dura 9 meses, logo, a carência é de 10 contribuições mensais. Se, o parto
ocorre, por exemplo, no sétimo mês, a carência será de 8 contribuições mensais. Assim:
Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social,
ressalvado o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência:
(...)
Parágrafo único. Em caso de parto antecipado, o período de carência a que se refere o
inciso III será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em
que o parto foi antecipado.
Em casos de aborto não criminoso, a legislação prevê salário-maternidade por duas se-
manas. Neste sentido:
A renda mensal inicial terá uma forma de cálculo conforme a qualidade de segurado. Em
relação a segurada empregada, o salário maternidade pode ser superior ao teto do valor
dos benefícios previdenciários, quando sua remuneração mensal for superior ao teto do INSS.
Neste sentido:
Art. 94. O salário-maternidade para a segurada empregada consiste numa renda mensal
igual à sua remuneração integral e será pago pela empresa, efetivando-se a compensa-
ção, observado o disposto no art. 248 da Constituição, quando do recolhimento das con-
tribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados,
a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, devendo aplicar-se à renda men-
sal do benefício o disposto no art. 198.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
A trabalhadora avulsa tem o benefício calculado conforme previsto no artigo 100 do De-
creto 3048/99:
Art. 101. O salário-maternidade, observado o disposto nos art. 35, art. 198, art. 199, art.
199-A ou art. 200, pago diretamente pela previdência social, consistirá:
I - no valor correspondente ao do último salário de contribuição, para a segurada empre-
gada doméstica, observado o disposto no art. 19-E;
II - em um salário-mínimo, para a segurada especial;
III - em um doze avos da soma dos doze últimos salários de contribuição, observado o
disposto no art. 19-E, apurados em período não superior a quinze meses, para as segura-
das contribuinte individual e facultativa e para a desempregada que mantenha a qualidade
de segurada na forma prevista no art. 13.
Perceba que o inciso III tem consigo a previsão do salário-maternidade para a segurada
desempregada que mantenha a qualidade de segurada, isto é, no período de graça, já estudado
neste material.
Outra observação importante em relação ao salário-maternidade é que ele não pode ser
recebido concomitantemente com o benefício por incapacidade. Neste sentido, o § único do ar-
tigo 102 do Decreto 3048/99 determina que:
Um caso como este pode aparecer em uma questão da prova, afinal, é bem comum que
em casos de gravidez de risco permaneça afastada do trabalho até a data do parto, recebendo
benefício por incapacidade, que será convertido em salário-maternidade posteriormente, afinal,
são inacumuláveis.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Previdenciário
A reabilitação profissional, nos termos do artigo 136 do Decreto 3048/99 tem como função
“proporcionar aos beneficiários, incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho, em caráter
obrigatório, independentemente de carência, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios
indicados para proporcionar o reingresso no mercado de trabalho e no contexto em que vivem.”
É destinada, de forma obrigatória, ao trabalhador que se encontra incapacitado para a
atividade habitual, de modo que, ao invés de passar a receber benefício por incapacidade per-
manente, possa, a depender do caso, aprender um novo ofício, retornando ao mercado de tra-
balho, e assim, tornando-se novamente segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência
Social.
Para isto, a legislação prevê funções básicas no processo de reabilitação profissional,
expressas no artigo 137 do Decreto 3048/99:
Importante mencionar que a reabilitação profissional, embora seja obrigatória “Não cons-
titui obrigação da previdência social a manutenção do segurado no mesmo emprego ou a sua
colocação em outro para o qual foi reabilitado”.
Por fim, o artigo 141 do Decreto 3048/99 faz a previsão de que empresas com mais
de cem funcionários deve preencher um percentual de seus cargos com beneficiários re-
abilitados ou na condição de pessoas com deficiência. Neste sentido:
Art. 141. A empresa com cem ou mais empregados está obrigada a preencher de dois por
cento a cinco por cento de seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas porta-
doras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:
I - até duzentos empregados, dois por cento;
II - de duzentos e um a quinhentos empregados, três por cento;
III - de quinhentos e um a mil empregados, quatro por cento; ou
IV - mais de mil empregados, cinco por cento.
Feitas estas observações, encerra-se o tópico dos benefícios previdenciários, sendo es-
tudado, a seguir, o benefício de prestação continuada a da assistência social.
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4. Assistência Social
A assistência social, conforme disposto no artigo 203 da CF/1988 será prestada a quem
dela necessitar, conquanto se enquadre na condição de pessoa com 65 anos ou mais, ou, pes-
soa com deficiência, sendo que, em ambos os casos, o postulante ao benefício deverá compro-
var não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.
Em âmbito infraconstitucional, o benefício de prestação continuada é regulamentado pela
Lei 8742/93, mais especificadamente no artigo 20, a saber:
§ 10. Considera-se impedimento de longo prazo, para os fins do § 2o deste artigo, aquele
que produza efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos.
A fixação deste lapso temporal mínimo permite afirmar que uma doença ou incapacidade
pode ser considerada deficiência, desde que produza efeito pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos.
De todo modo, quando não produzir efeito pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos, não se terá o
reconhecimento da condição da pessoa com deficiência.
Observação: caso o conceito de pessoa com deficiência seja cobrado na prova, o enun-
ciado obrigatoriamente deverá trazer subsídios para isto. Não há como criar uma regra geral e
abstrata. A condição de pessoa com deficiência será aferida no caso concreto.
O conceito de família também é apresentado na Lei 8742/93:
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A legislação ainda exige que a família esteja cadastrada no CADÚNICO (Cadastro Único
para Programas do Governo Federal):
Além disto, a renda per capita familiar não pode ser superior à ¼ do salário-mínimo, con-
forme disposto no § 3º do artigo 20. Neste sentido:
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O benefício será mantido até o óbito do beneficiário, ou, enquanto permanecerem as con-
dições que lhe deram origem, sendo, nos termos do artigo 21 da Lei 8742/93 “revisto a cada 2
(dois) anos para avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem.”.
Não contributivo
A quem dela
Assistência social
necessitar
Idoso
(65 anos ou mais)
1 salário mínimo Impossibilidade de
(BPC) sustento próprio ou
provido pela família
Pessoa com
deficiência
Art. 26-A. Terá direito à concessão do auxílio-inclusão de que trata o art. 94 da Lei nº
13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), a pessoa com defici-
ência moderada ou grave que, cumulativamente:
I – receba o benefício de prestação continuada, de que trata o art. 20 desta Lei, e passe a
exercer atividade:
a) que tenha remuneração limitada a 2 (dois) salários-mínimos; e
b) que enquadre o beneficiário como segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência
Social ou como filiado a regime próprio de previdência social da União, dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios;
II – tenha inscrição atualizada no CadÚnico no momento do requerimento do auxílio-inclu-
são;
III – tenha inscrição regular no CPF; e
IV – atenda aos critérios de manutenção do benefício de prestação continuada, incluídos
os critérios relativos à renda familiar mensal per capita exigida para o acesso ao benefício,
observado o disposto no § 4º deste artigo.
Tem-se então alguns requisitos a serem preenchidos para acesso ao benefício. Além da
deficiência moderada ou grave, precisa estar recebendo o benefício de prestação continuada,
passar a exercer atividade remunerada, limitada a 2 (dois) salários-mínimos mensais, ser segu-
rado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social ou Regime Próprio de Previdência
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Social, ter cadastro atualizado no CADÚNICO (Cadastro Único para Programas do Governo Fe-
deral), e, atender aos critérios de manutenção do benefício de prestação continuada, em espe-
cial, a renda per capita familiar de até ¼ do salário-mínimo.
De modo a não constituir um ônus à pessoa com deficiência moderada ou grave, o artigo
§ 4º, inciso I do artigo 26-A da Lei 8742/93 determina que será desconsiderada do cálculo da
renda familiar “as remunerações obtidas pelo requerente em decorrência de exercício de ativi-
dade laboral, desde que o total recebido no mês seja igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos”.
O valor do auxílio-inclusão será de 50% do valor do benefício de prestação continuada.
Neste sentido é a disposição do artigo 26-B da Lei 8742/93:
Art. 26-B. O auxílio-inclusão será devido a partir da data do requerimento, e o seu valor
corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor do benefício de prestação continuada
em vigor.
5. Prescrição e Decadência
Prescrição e decadência são temas que se aplicam aos mais variados ramos do direito.
No direito previdenciário não seria diferente, razão pela qual o tema será visto, sob a ótica da
disciplina, neste tópico específico.
A questão da decadência no direito previdenciário encontra-se regulamentada no artigo
347 e 347-A do Decreto 3048/99, os quais determinam:
Art. 347. É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do
segurado ou beneficiário para a revisão dos atos de concessão, indeferimento, cancela-
mento ou cessação de benefício e dos atos de deferimento, indeferimento ou não conces-
são de revisão de benefício, contado:
I - do primeiro dia do mês subsequente ao do recebimento da primeira prestação ou da
data em que a prestação deveria ter sido paga com o valor revisto; ou
II - do dia em que o segurado tiver ciência da decisão de indeferimento, cancelamento ou
cessação do seu pedido de benefício ou da decisão de deferimento ou indeferimento de
revisão de benefício no âmbito administrativo.
Art. 347-A. O direito da Previdência Social de anular os atos administrativos de que de-
corram efeitos favoráveis para os seus beneficiários decai em dez anos, contados da data
em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
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Isto significa, que tanto o segurado, quanto à Administração Pública, tem o prazo de 10
(dez) anos para pedir a revisão de atos de concessão, deferimento, indeferimento, cancelamento
ou cessação de benefício. Para a Administração Pública, havendo prova de má-fé do segurado,
não se aplica o prazo decadencial de 10 (dez) anos.
Ao seu modo, a prescrição está regulamentada no § 1º do artigo 347 do Decreto 3048/99,
indicando que os efeitos financeiros, salvo direito dos menores, incapazes e ausentes, limitam-
se aos últimos cinco anos. Neste sentido:
Decadência Prescrição
Efeito financeiro da
Direito de revisar ato
revisão do ato
administrativo
administrativo
10 anos 5 anos
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