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Conceito Bobath

Nome do professor: Dr. Gustavo José Luvizutto www.certro.com.br


Por onde a Fisioterapia Neurofuncional andou...
• Espasticidade é a causa central da disfunção
• Técnicas inibitórias
• Abordagem ortopédica compensatória
Por onde a Fisioterapia Neurofuncional andou...
• 1940-1950s abordagens “neuroterapêuticas”
• Margaret Rood idealizou um sistema de exercícios
terapêuticos potencializados por estimulação cutânea
Por onde a Fisioterapia Neurofuncional andou...

• 1940-1950s abordagens “neuroterapêuticas”


• Técnicas específicas de manuseio manual poderiam influenciar
o tônus muscular e os padrões de movimento
Conceito Bobath - Histórico

• 1940 – Berta Busse


• Tratamento neuroevolutivo (NDT) em 1943
• Centro Bobath (1951)
• Primeiro curso: Patrícia Davies (Bad ragaz – Suiça)
• Adult hemiplegia: Avaliação e Tratamento, por Berta e
Karel Bobath. A terceira edição foi publicada em 1990.
• Faleceram em 1991
Centro Bobath (1951)

London – United Kindgom


Avanço dos modelos de tratamento

Programação
Reflexo Hierárquico Sistemas
Motora

PNF (Kabat)
Canais de entrada
Bobath
Terapia assistida PRM
Johnstone
Robótica Prá?ca orientada a
Rood
Marcha assistida tarefa
Brunnstom
Terapias baseadas em controle motor
Shumway-Cook & Woollacott, 2007

P
C A

I
E T
AM
A
R NR
M M
IBITA

•Interna&onal Bobath Instructors Training


Associa&on – fundada em 1984
•250 membros

• www.ibita.org
• IBITA´s TheoreTcal AssumpTons and Clinical PracTse
Conceito Bobath - Histórico

• Karel: neurofisiologista
• Modelo hierárquico do controle motor

• Todos os tipos de hipertonia erão espasticidade


• Início do Bobath: controle da hipertonia (PIR)
• Bobath contemporâneo: teoria dos sistemas
Conceito Bobath - Definição

Conceito Bobath é uma abordagem de solução de


problemas para a avaliação e tratamento de indivíduos
com distúrbios da função, movimento e controle postural
devido a uma lesão do sistema nervoso central.

(IBITA 1996; Panturin 2001; Brock et al. 2002; Raine, 2006).


Conceito Bobath - Definição
Conceito Bobath - Definição

Balance – dupla tarefa

Facilitação do movimento funcional


Conceito Bobath – Objetivos

Alcançar o máximo de função normal possível dentro


dos limites de comprometimento do indivíduo
Controle Motor

Indivíduo

Tarefa Ambiente

Shumway-Cook & Woollacott, 2007


Quantos movimentos fazemos por dia?
Controle Motor - Indivíduo

Cognição

I
Ação
Percepção

Shumway-Cook & Woollacott, 2007


Percepção-Cognição-Ação
Imput

Acelerar
Frear
Percepção-Cognição-Ação
Percepção-Cognição-Ação
Controle Motor - Tarefa

Mobilidade

T
Estabilidade Manipulação

Shumway-Cook & Woollacott, 2007


Controle Motor - Ambiente

A Não
Regulador
Regulador

Shumway-Cook & Woollacott, 2007


Teoria dos Sistemas

• Conceito Bobath contemporâneo


• Teoria integrada do controle motor
• Woollacot e Schumway-Cook
• Organização do controle motor de acordo com os
princípios da teoria dos sistemas
• Acrescenta a importância de outros sistemas e a
influência do ambiente sobre o indivíduo
CID 10

(s,b) (d,a) (d,p)

Atividade Participação
Deficiência
(Limitação) (retrição)

(e)
Fatores ambientais Fatores pessoais (e)
Conceito Bobath Contemporâneo
Triângulo da avaliação
Triângulo da facilitação habilidosa e
tratamento
Triângulo da Reavaliação
Alterações Funcionais e dos Sistemas

• Primárias

• Secundárias

• Anteriores
Alterações primárias

• Resultam diretamente da lesão no SNC


Alterações secundárias
• Consequências do problema original
Alterações Funcionais

Lesão SNC

Alteração primária

Consequências

Ateração secundária
Exemplos
Alteração anterior
Sistema
Emocional
BALANCE
Sistema
Neuromuscular

MOVIMENTO
FUNCIONAL Outros
Sistemas
Sistema
Musculo-
esquelético
Sistema
Sistema Perceptual/
Sensorial Cognitivo
Habilidades fundamentais

Controle
postural
Sistema
Emocional
Sistema BALANCE
Neuromuscu
lar

Outros Mobilidade e
Sistemas Locomoção
Sistema
Musculo-
esquelético
Sistema
Sistema Perceptual/
Cognitivo
Sensorial
Alcance,
preensão e
manipulação
Qual a importância do controle postural?
Controle postural e desenvolvimento

Controle postural imaturo Restrições do comportamento motor


Indivíduo Tarefa Ambiente

Controle postural

Importante para avaliação e tratamento


Componentes sensoriais

Visual Vestibular Somatossensorial

Controle postural
Somatossensorial

• Lesão encefálica
Somatossensorial
• Lesão medular
Somatossensorial
• Lesão periférica
Sistema visual

Visão

Feedfoward

Interação sensorial/vestibular
Sistema Vestibular

Reflexo vestíbulo-ocular

Reflexo vestíbulo-espinhal
Sistema vestibular
E na hipofunção vesAbular?
Estratégias posturais

Estratégias de Tornozelo Estratégias de Quadril


- Sist. proprioceptivo - Sist. vestibular
Componentes motores

• Tornozelo

• Quadril

• Passo
Controle postural antecipatório
• > base • < base
• ¯ CG • ­ CG
• > estabilidade • < estabilidade
• > equilíbrio • < equilíbrio
• ¯ trocas posturais • ­ trocas posturais
• ­ movimentos • ¯ movimentos
VerAcalidade

qSensorial Verticalidade

qCentros Neurais
CONTROLE
POSTURAL qVias descendentes de controle

qSistema musculoesquelético
Verticalidade

V
e
r
t
i
c
a
l
i
d
a
d 250
e
VerAcal comportamental
Subjetiva vertical postural
Subjetiva vertical proprioceptiva

• Integração sensorial

• Córtex parietal

• Negligência espacial
Subjetiva vertical visual
Reabilitação
Referências perceptuais
Foco externo
Uso auxiliar

• Sistema âncora

• Tapping

• Visual
Treino de equilíbrio
Treino de equilíbrio
Treino de equilíbrio
Treino de equilíbrio
Habilidades fundamentais

Controle
postural
Sistema
Emocional
Sistema BALANCE
Neuromuscu
lar

Outros Mobilidade e
Sistemas Locomoção
Sistema
Musculo-
esquelético
Sistema
Sistema Perceptual/
Cognitivo
Sensorial
Alcance,
preensão e
manipulação
Mobilidade além da marcha
O que é preciso para realizar trocas posturais
normais?

• Tonus adequado
• Percepçao
• Controle muscular adequado
• Cognitivo
• Amplitude articular
• Sensação adequada
• Balance
O tronco é importante?
Importância do controle do tronco

• Capacidade de dissociar

• Desenvolvimento motor

• Controle da linha média

• Controle postural
Contra-rotação
Aprendizagem do movimento

A Plano sagital M
P E
R L
E
Plano frontal H
N O
D Plano transverso R
E A
Aprendizagem do movimento
Plano Sagital
Aprendizagem do movimento
Plano Frontal
Aprendizagem do movimento
Plano Transverso
Controle da Linha Média

•Simetria

•Noção de meio
Flexão
Extensão
Flexão Lateral
Rotação
Tronco x Função
Músculos Extensores
Fornecer ativação dos extensores
Fornecer aAvação dos extensores
Grupo Lateral

Quadrado Lombar Psoas Maior


Favorecer extensores com inibição dos m.
laterais
Controle Muscular

•Tônus abdominal
Fornecer ativação dos abdominais
Controle Muscular

• Estabilização
Fornecer ativação dos oblíquos
Rolamento
Facilitar o rolamento
Facilitar o rolamento
Rolamento: fornecer variabilidade
Deitado para sentado
Facilitar – DL para sentado
Deitado para sentado
Deitado para sentado
Sentar para ortostatismo (SPO)

Linha de gravidade

Sair da base de sustentação

Desequilíbrio

Movimento
Sentar para ortostaAsmo (SPO)
Controle Muscular
Facilitar SPO
Facilitar SPO: foco externo
Facilitar SPO: foco externo

Estratégias ativas
Melhora do controle da marcha

• Treino de controle de joelho em apoio unipodal


Melhora do controle da marcha
Melhora do controle da marcha
• Controle de membro inferior na fase de balanço
Melhora do controle da marcha

• Estabilidade durante movimentos rítmicos


Marcha com suporte parcial de peso
• Década de 1980

• Número de passos
• 1000 passos (20 min)

• Velocidade da esteira, quantidade


de suporte de peso corporal e a
assistência pelo fisioterapeuta
podem ser ajustados

• Ajuste de intensidade

Cochrane Database Syst Rev. 2017; 2017(8): CD002840


Dependentes

Independentes

Velocidade Endurance
Habilidades fundamentais

Controle
postural
Sistema
Emocional
Sistema BALANCE
Neuromuscu
lar

Outros Mobilidade e
Sistemas Locomoção
Sistema
Musculo-
esquelético
Sistema
Sistema Perceptual/
Cognitivo
Sensorial
Alcance,
preensão e
manipulação
O alcance tem variabilidade?
Propriedades intrínsecas Propriedades extrínsecas
Estabilidade

Alcance

Prolongamento

Direção

Manipulação/
Preensão
Elementos chaves para a função do Membro
Superior
• Localização do objeto

- Precisão da ação
- Distância correta
- Formação arco
- Preensão correta
- Feedback
- Feedfoward
Elementos chaves para a função do
Membro Superior
Open-Control (Feedfoward)

5
Elementos chaves para a função do
Membro Superior
Closed-Control (Feedback)

3
Elementos chaves para a função do
Membro Superior
Localização do objeto

7
Elementos chaves para a função do
Membro Superior

Olho

Coordenação Cabeça

Tronco

8
Elementos chaves para a função do
Membro Superior

Fixação da Ativação da área Representação


imagem na retina Parietal do espaço visual

9
Coordenação olho-mão

Ativa músculos do Hipótese – área


braço, ombro, pescoço envolvida na
e rosto coordenação

Coordenação olho Movimentos dos olhos


braço – alcançar os + outras partes do
alvos corpo

11
Elementos chaves para a função do Membro
Superior
• Alcance

- Estabilidade proximal
- Apontar x pegar
- Aceleração inicial
- Desaceleração final
- Movimento balístico
Elementos chaves para a função do
Membro Superior

12
Alcances controlados visualmente
ultrapassando a linha
Processamento
média
mais complexo

15
Sistemas que contribuem para o
alcance e preensão

Sustentação
postural para
alcance

19
Elementos chaves para a função do Membro
Superior
• Estabilidade de tronco
Alinhamento Biomecânico
Alinhamento biomecânico
Alinhamento Biomecânico
Elementos chaves para a função do Membro
Superior

- Função MSh

- Participar da tarefa

- > ADM flexão ombro

- > extensão cotovelo

Michaelsen et al. 2001


Estabilidade proximal?
Estabilidade proximal?
Estabilidade é mais fácil que movimento?
Por que é mais fácil estabilidade?

•Referência perceptual
•Informações somatossensoriais
•Distribuição do tônus
•Menor controle muscular
•Controle postural mais fácil
Como facilitar ou dificultar?
Como facilitar?
Como dificultar?
Como dificultar?
Elementos chaves para a função do Membro
Superior
• Preensão

• Pico de velocidade ocorre por volta de 50% do


movimento
• Abertura da mão começa no início do transporte
• Máxima abertura na fase de menor velocidade
Elementos chaves para a função do Membro
Superior
• Preensão

Força Precisão
Os dedos e o polegar orientam-se na As forças são orientadas entre polegar e
direçao da palma os dedos

O polegar pode ou não participar Polegar participa

Não permite manipulação Permite manipulação


Favorece uso total da força se necessário Necessário arco oblíquo
Elementos chaves para a função do Membro
Superior
• Padrões de preensão
Várias formas de apoio
Elementos chaves para a função do Membro
Superior
• Soltar

- Apraxia magnética
- Sem ponto de estabilidade
Elementos chaves para a função do Membro
Superior
Elementos chaves para a função do Membro
Superior

•Manipulação

•Translação
•Deslocamento
•Rotação
Mau preditor na recuperação da função do
MSH
• Reações associadas
• Fixação
• Músculo tônico atuando como fásico
• Ausência de placing
• Alteração sensorial
• Alteração Perceptual
• Apraxias (Cognitivo)
EXEMPLOS DE TRATAMENTO PELO
CONCEITO BOBATH
Avaliação subje/va geral

• Nome Paciente: Ailton


• Idade: 52 anos
• Profissão: Corretor de imóveis
• Hobby: Viajar/Ir a bares e casas noturnas/Jogar cartas
• Diagnóstico: AVE
• Data do evento: 02/11/2008
• Data da avaliação: 07/07/2010
Avaliação subjetiva geral

nProblema principal relatado pelo paciente:

- Dirigir com duas mãos no volante


- Atender telefone e anotar recado
- Subir e descer escadas
- Lavar os cabelos
- Cortar alimentos
Principais problemas
Base de suporte
Principais problemas
Base de suporte
Principais Problemas
Marcha
Principais Problemas
Correndo
Potenciais
Transferências
AVC (CID 10)
I64

(s,b) (d,a) (d,p)

Atender telefone e Independência no


Hemiplegia à D
anotar recado trabalho (corretor)

Barreiras: tecnologia para


(e) comunicação não adaptado, Homem 52 anos,
intensidade do som, ansioso, tabagista e (e)
iluminação. etilista
Facilitadores: Terapia pelo
Conceito Bobath
Atender telefone e anotar recados
Tratamento
Avaliação Final
Escrita inicial
Desempenho

Nota inicial: 5

Nota Final: 8

Escrita final
AVE (CID 10)
I64

(s,b) (d,a) (d,p)

Visitas em imóveis com


Hemiplegia à E Medir distâncias independência

Barreiras: trena, tipo de escala


(e) Homem 61 anos,
de medida, iluminação
hipertenso, (e)
Facilitadores: Terapia pelo diabético
Conceito Bobath
2ª Função:
Medir 3 distâncias com um metro
Tratamento
Achar o meio em pé
Tratamento
Achar o meio sentado
Tratamento
Melhorar Negligência lado
hemiplégico
Tratamento
Melhorar o apoio do membro superior hemi (E)
2ª Função:
Medir as 3 cordas com metro (Avaliação
Final)
Resultado do Tratamento
Melhora da negligência e apoio do membro
superior hemiplégico
AVE (CID 10)
I64

(s,b) (d,a) (d,p)

Trabalho em imóveis
Hemiplegia à E Pintura com independência

Barreiras: Tipo de Pincel, altura,


(e) Homem 61 anos,
iluminação
hipertenso, (e)
Facilitadores: Terapia pelo diabético
Conceito Bobath
Inicial
Final
TCE (CID 10)
I64

(s,b) (d,a) (d,p)

Manusear a cadeira Independência dentro de


Dupla hemiplegia
de rodas casa

Barreiras: ambiente, Jpo de


(e) Homem 21 anos,
aro, Jpo de cadeira de rodas
sem co-morbidades (e)
Facilitadores: Terapia pelo prévias
Conceito Bobath
Tratamento
Tratamento
Caso Clínico - Neonatal
Caso Clínico - Neonatal
Tratamento

• Exercícios para controle cervical e postural em posição prona.


Tratamento

• Estimulação tátil e descarga de peso em MMSS com estímulo visual.


Tratamento

• EsTmulação de flexão cervical/controle cervical com ponto chave em


ombro ou cotovelo.
Tratamento

• Estimulação sensorial iniciativa de esforço e controle de tronco e


cabeça
Caso Clínico - Pediatria
Caso Clínico - Pediatria
Tratamento
Tratamento
Tratamento
Tratamento
Caso Clínico - Pediatria
Caso Clínico - Pediatria
Tratamento
Tratamento
“Abaixo de toda anormalidade existe um
potencial” (BOBATH, 1965).

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