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í
Soberania e democracia
Mais de três dezenas de compromisso democrático recente de obscurantismo. E trabalhadores das cidades — das
personalidades — políticos, explicito no manifesto protestam contra as punições fálfricas e dos escritórios — e dos
intelectuais, empresários e decorrentes do Manifesto, campos. E a via para essa pressão
militares, entre eles dois generais, Os comunistas tem, sobre o reveladora do modo faccioso como conjugada, para desespero de
um da ativa e um da reserva — assunto, uma posição muito clara, é aplicado o já draconiano todos os sectários e dogmáticos, se
lançaram manifesto ''Em Defesa consideram que o l'Í.xo em torno do Estatuto dos Militares, pois desenha nas conversações que
da Nação Ameaçada". Nele. qual se organiza a vida política nenhum,foi jamais punido por dizer representantes da Federação das
'criticam a crescente da Nação, uí/ueie eixo que interessa bobagens ou defender u governo. Indústrias do Estado de São Paulo
internacionalização de nossa às grandes massas trabalhadoras c/o O manifesto "Em Defesa da Nação (FIESP) estão eniabulando com
economia, apontam os perigos da campo e da cidade, é o eixo da Ameaçada" soma-se às numerosas destacados líderes sindicais
recessão, advertem contra novas luto pela denwcrucia, pelas mais tomados de posição do operários paulistas, entre eles
exigências do Fundo Monetário amplas liberdades, que.se expressa' empresariado — iiulustrial e Arnaldo Gonçalves, facó Sitiar,
Internacional e clamam contra na reivindicação da Assembléia comercial — contra a recessão, Joaquim dos Santos Andrade e
renovadas ameaças a nossa cultura, Nacional Constituinte e passa pela contra o recurso ao FMI, por uma Hugo Perez.
à própria nacionalidade. Além realização de eleições limpas para nova política econômica que
disso, consideram inseparáveis a o governo dos Estados, em 1982. preserve o nível dos negócios e dos O caminho da defesa da Nação ê a
"reconguisla da identidade Ao lado disso, têm uma longa empregos, afrouxando o crédito, etc.
nacional" e a abertura política. democracia. Não há atalhos que
história de luta efetiva em defesa da A reação dos empresários levou diminuam o percurso. Para trilhar
As reações ao manifesto foram soberania nacional, e compreendem o presidente à irritação, em sua esta estrada, a ampla convergência
variadas: o governo puniu, que não se pode avançar, conversa de fim de ano com os de todas as forças sociais e
' brandamente, os generais concreiamente, hoje, na luta pela jornalistas credenciados no políticas que aspiram, no
signatários:' dois dias de prisão soberania, fora de um quadro Planalto. Mais irritação certamente momento, à democracia" e ao
domiciliar para Andrada Serpa, democrático definido. Assim sendo, haverá para ser mostrada, no prosseguimento do
repreensão escrita para Euler os comunistas só podem saudar a momento em que, às pressões
Bentes. órgãos da imprensa liberal desenvolvimento econômico, com
iniciativa dos signatários do empresariais, se somarem as dos que seus frutos distribuídos de
chegaram a falar num "aspecto manifesto, observando que alguns mais vêm sofrendo os resultados modo menos injusto e com seus
mórbido desse nacionalismo", e deles vêm incorporando a temática do desenvolvimento "selvagem" do
apontaram certa magreza do
centros do controle dentro do pais,
democrática, apesar de um passado capitalismo no Brasil, os é fundamental.
J
4e 1980 a 08/01 de 1981
CARTAS
"O que exigem os comunistas
para a convocação de uma Poesia para a Hoje o feijão
Assinaturas
Assembléia Nacional Constituinte
livre, soberana e democrática,
festa proibida é o sonho
são as mais amplas liberdadcs_ São Paulo 548
Ainda a democráticas, com a legaltzaçao Rio de Janeiro 174
de todos os partidos políticos, "Sou aqui de Campo Grande, Pernambuco 96
inclusive u PCB, e mais, ampla e tenho mania de mexer com arte,
Recebemos um grão dc feijão
Constituinte diseussâo de bairro c demais mas nunca me esqueço que esta com os dizercs: "Muitos destes Minas Gerais 51
entidades representativas. não está separada do contexto grãos iriam ser vendidos na festa Bahia 47
"Parece difícil às correnttis geral. Como sou jovem, ainda do seu aniversário, para te
"Torna-se necessária a discussão "esquerdistas" a compreensão de ■ não me defini bem em que setor ajudar e mais uma vez é negado Paraná 42
que um regime cora amplas o direito do povo de comprar
sobre a nossa posição quanto artístico vou atuar, por isto
feijão. Nem mesmo um grão, Rio Grande do Sul 36
à convocação de uma Assembléia liberdades democráticas não é uma faço de tudo, teatro, música e
Constituinte, a partir de ditadura, exista ou não um como este. Mas, como disse Goiás 17
"João" no "governo de transição". poesia, também já trabalhei Mário Lago ao comprar um destes
artigos contraditórios publicados no movimento estudantil, onde de grãos: O Feijão é o Sonho, _ Amazonas 16
no "Voz da Unidade". Fica claro, portanto, que a
Um destes artigos diluía Constituinte marca o fim do
vez cm quando dou uma força. romance dc Origencs Lessa. Hoje Outros 44
infantilmente a luta pela regime militar, e abre uma "Não tenho preconceito a o feijão c um sonho, uma
comunistas c acho que todos nós -realidade brasileira. Exterior 19
Constituinte, colocando como uraa perspectiva de um regiitte
não devíamos ficar excessivamente "E como sempre lutei pelo
"vitória parcial" a convocação democrático, que pode ter maior
preocupados com adjetivos, feijão de cada dia aqui vai este TOTAL íiÜ
de uma A.N.C. que nao ou menor cunho popular de
corresponda ao que exigem as acordo com os esforços das mas antes disso saber quem está grão de esperança para 1981."
forças democráticas, ou seja, livre, correntes e organizações que certo c quem está errado.
soberana e democrática^ Não nos lutam para isto. Para tanto o PCB "A poesia que segue é a rainha
parece ser esta a posição do humilde contribuição, se interessar Aparecida Rodrigues Azedo
exige a abertura das dicussões para o momento, desejo que Rio dc Janeiro - Rf
Comitê Central do PCB. sobre uma nova Constituição publiquem, coloquei alguns dados
"O que vem sendo colocado
insistentemente pelos comunistas,
c a falsidade de questão que
para o país, em bases realmente
populares, com a participação
das entidades de massa neste
meus por que talvez interesse,
e já ia me esquecendo de dois, VOZWda unidade
coloca a necessidade ou não de menos importantes: sou
processo. estudante de farmúcia-bioquímica
um novo governo provisório, a "Devemos deixar, portanto,
"derrubada" ou não de c dou aulas de química no DIRETOR RESPONSAVELi
clara a nossa posição c convocar científico c pré-vcstibular. Henrique Cordeiro
Figueiredo do poder. as organizações da esquerda que Recebemos, agradecemos e
"Ora. devemos deixar claro que "Congratulo-me com vocês na Reg. Prof. n.° 8.955-RI
hoje se perdem em discussões luta de libertação que ora realizam retribuímos os votos dí Boas CONSELHO DE DIREÇÃO:
o "João" não é a ditadura, cie inúteis, e acusações sectárias,
a representa, e quando algumas e espero poder colaborar Festas de: Sindicato dos Con Lindolfo Silva
a preparar junto aos setores cada vez mais."
correntes políticas insistem na dutores de Veículos Rodoviá Tcodoro Mello
populares a discussão para EDITOR:
"Constituinte sem íoão", estão elaboração de uma Constituição rios de Santos; Siiidicato dos
abrindo espaço para a convocação A FESTA Gildo Marçal Brandao
que conduza o país a um caminho Trabalhadores na Indijsíria de
de uma Constituinte vazia e progressista rumo à democracia SECRETÁR.IA. DE
sem efeito, pelo sucessor do c ao socialismo. A gente ia prá festa, Panificação e Confeitaria de REDAÇÃO:
"joio", ou seja, pelo próximo "Constituinte com João. sim, passando pela fresta São Paulo; Sindicato dos Tra Ruth Tegon
"ditador de plantão". Estará, então, que todo mundo abriu. CONSELHO EDITORIAL:
com o João Povão." balhadores na' Indústria de
sendo realizada a tal da Sérgio Pardal FreudeniJia! Íamos ver o que gosta, São Paulo: Antonio Gaspar, Ar
"Constituinte sem João"??? ouvir £ aorendcr o
Artefatos de Papel, Papelão e mênio Guedes, Cláudio Guedes,
Santos • SP
que se. sente Cortiça de São Paulo; Livra David Capistrano Filho, Emílio
mas não se viu. ria'Carila, de Londres; Fede.- Bonfame Demaria, Francisco Al
meida, Leny Lainetti, Luiz Arturo
Porém num telefonema, ração dos Trabalhadores nas Obojcs, Marco A. Coelho Filho,
ouvc-sc o alarme da sirena,
indústrias do Papel, Papelão c Marco, Aurélio Nogueira, Marco
festa não há mais.
O choque. Cortiça do Estado de São Pau Damiani, Marco Moro, Nilton Ho-
Sempre o "o choque". lo; Deputado Estadual Fer riia, Pedro Célio, Rachel Soares.
Rcinaldo BelimanI. S. Ramos.
todo mundo tava arrurhado nando Morais (PMDB/SP); Rio; Agenor cie Andrade. Carlos
com us irapiiihu muis ajeitados
Roberto 1. Motla; advogado Alberto Lopes, Carlos Nelson Cou-
que a gente reservou.
n comidinha mais gostosa, Walter do Amaral; Deputado tinho, Ivan Ribeiro, Leandro Kon-
que as meninas preparou. Federal íoão Cunha (PT/SP). der, Luiz Werneck Vianna, Mauro
Ia ser a festa,
Malin, Nemésio Salles, Rogério
Senador Orestes Quércia Marques Gomes, Sylvia Moretz-
o banho de cultura, (PMDB/SP); Ibipapa de Oli sohn, Teresa Otloni.
maior cmpolgação.
O artista daqui que ia veira Martins; Criando Leme REPRESENTANTES:
C GERAL
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Be 31/12 de igSO a 08/01 de 1981
1980
abertura
AMPLIAÇÃO
c POLÍTICA
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De 31/12 de 1980 a 08/01 de 1981
1980
partidos
Os novos
partidos
e a democracia
Um dos reflexos da fraqueza da sociedade eivil td
brasileira tem sido a ausência permanente de
partidos políticos modernos,de massa,que
funcionem como instrumentos privilegiados na
organização de vontades coletivas e estejam
presentes em todas as esferas da vida social.
Carlos Nelson Coutinho - Entãoficamos assim: um por quase todos;
todos por. eventualmente, um ou outro ...
Um dos reflexos da fraqueza da sutie- do o MDB. Mais uma vez. porém, o feitiço
dade civil brasileira foi a pcrmanenic au pode virar contra o feiticeiro: o fim do
sência, em nosso país. de partidos pulíii- bipartidarismo forçado, sc por um lado
cos no sentido moderno da palavra. Ou :c- tornou mais complexa a tarefa da conser Charge de Chico Caruso reproduzida do livro Chico "natureza morta" e outros
ja: de partidos dc massa, com uma presen vação da (rente democrática unitária, por desenhos do Jornal do Brasil, editado pela Muro.
ça permanente e organizada nas várias es outro abriu espaço para uma expressão
feras da vida -ocial. e que funcionassem mais autêntica c pluralista da nova socie
como instrumentos privilegiados na forma dade civil. Os partidos surgidos do seio do ao grupo de Ivete Vargas (cujas verdadei Porém, apesar disso, o PT ceprcsenta —
ção e agregação de vontades coletivas. Fa MDB. mais homogêneos social e Ideologi ras intenções no quadro político atual ain sob muitos aspectos — uma proposta vá
lar em partidos políticos no Império ou camente, podem ganhar maior autonomia da não estão claras), o projeto partidário lida de organização das massas populares.
na República Velha é contundir o nome de iniciativa política. E. ao mesmo tempo, dc Leonel Brizola perdeu força. Assim, a Sc souber se liberiar dessas tendências cor-
com a realidade. E. mesmo no período que superando qualquer espírito dc seita, po possibilidade dc se criar em nosso país um porativistas c csponianeístas, eliminando o
vai Jc .1945 i ilM, embora já começassem dem e devem formar uma frente democrá homogêneo e moderno partido social-çlcmo- csquerdismo que ainda marca muitas de
a apresentar certos traços do partido mo tica mais rica c mais ampla, na medida craia. centrado na valorização da questão' suas formulações, o PT poderá desempe
derno.- os nossos pariidos eram ainda em em que a unidade a ser agora alcançada democrática e num projeto político de tipo nhar no futuro uni papel destacado — ao
gnmde parte simples correias de iransrnis- terá por base a diversidade real c o plura reformista, parece ter sido adiada: o PDT lado dos demais partidos de exiraçao ope
sãü do Poder Executivo, ou. no melhor dos lismo efetivo da sociedade. não revela ter forças, hoje. para ocupar o rária e popular — na construção dc uma
casos, correntes de opinião mais ou menos espaço que a sociedade brasileira já abriu efetiva hegemonia dos trabalhadores sobre
amorfas. com uma presença que poucas OS NOVOS PARTIDOS o conjunto da vida.nacional. E esse papel
para uma organização social-democraia. O
vezes transcendia os períodos eleitorais. Nesse sentido, parccc-me prova de in caráter Frentisia do PMDB faz com que será líinio maior qtianio mais o PT for ca
Uma grande exceção foi o PCB: fundado compreensão considerar apenas o PMDB esse partido ainda contenha em seu inte paz de dar expressão aos anseios das rnas-
cm 1922, de baixo para cima. como tim como herdeiro da frente cmedcbista. como rior a parcela maior e mais significativa sas populares católicas, de cuja participa
partido articulado e orientado por uma in o único verdadeiro partido de oposição. É da corrente social-democraia. E vai depen ção organizada na vida política depende
terpretação unitária da realidade. O PCB certo que, pela sua expressão numérica e, der das vicissiiudes -da transição para a • a criação dc uma sociedade democrática c
ressentiu-se. porém, da sjjtuação de ilegali sobretudo, pelo fato dc ter conservado (o democracia^saber sc, no final do processo, socialista cm nosso país.
dade a que quase sempre foi coagido, ra que deverá durar enquanto durar o atual o PMDB poderá converter-se definitiva
zão por que só em poucas oportunidades OS COMUNISTAS
período de transição) um caráter mais mente num partido sociai-democraia homo
pôde apresentar um dos traços essenciais acentuadamente freniista, o PMDB tende gêneo, quando perder o seu caráter fren- Ao mesmo tempo cm que lutam para
do partido moderno, ou seja, o caráter de a ocupar uma posição central no processo tisla: ou SC a formação dc um partido des conquistar a plena legalidade do seu par
massa. de agregação da frente política democrá se tipo irá exigir uma aliança qualquer tido, os comunistas brasileiros sc esforçaiii
O GOLPE DE 1964
tica no momento atuai. com os grupos que hoje formam o PDT. hoje por unir esses novos partidos liberais
Mas, ao contrário do que alguns procla e democráticos, sem discriminações c sem
O" regime militar implantado em 1964 O PAPEL DO PT privilégios injustificados, numa ampla fren
tudo fez para reprimir e esvaziar as nas mam, o PP não deve ser considerado co te democrática, capaz não apenas de pôr
mo um partido alternativo do regime, co Na quadro dessa primeira etapa da re
centes instituições da sociedade civil (en formulação partidária, um lugar dc desta fim ao regime autoritário, mas dc construir
tre as quai sos partidos) surgidos no pe mo um simples "partido de banqueiros". e consolidar as bases do novo regime de
O PP tem tudo para representar, no mo que — pela originalidade de suas propos-
ríodo 1945-1964. particularmente cm seus -tas, de sua gênese e dc.^suas intenções — mocrático e plurolisia, aberto à permanente
últimos anos. Porém ao promover uma mo mento. uma importante corrente dc opi Tcnovação social c econômica. Os comu
nião e de interesses na vida brasileira, ou cabe certamente ao PT. É certo que o PT
dernização das delações capitalistas, ainda surgiu marcado por alguns vícios de ori nistas sabem que uma frente partidária é
que uma modernização conservadora (isto seja, o liberalismo dc vastos setores da insuficiente para agregar essa vontade co
burguesia (e mesmo de segmentos dps ca gem. De modo csqueraático, podemos resu
é, a serviço das muUinácíonais e concilia mi-los assim: 1) uma visão cprporativa da letiva renovadora; cia deve envolver tam
da com o latifúndio), esse regime lançou madas médias) que têm revelado disposi bém uma vasta rede de movimentos de
ção em contribuir para a implantação de ação das classes trabalhadoras (que o^lp*.
— independentemente dos seus desígnios vá, por exemplo, a recusar a luta unitária massa, de organjsmos de base, de institu
— os fundamentos de uma nova sociedade um regime de liberdades democráticas en tos da sociedade civil. Mas isso de modo
tre nós. Tudo indica que o PP terá um pela Constituinte, sem ver que só agregan
civil diversificada e pluralista. Assihi. sua
importante papei a desempenhar^ na cons do amplos segmentos cm torno de palavras- algum- significa subestimar a função deci
tentativa de criar dc cima para baixo dois dc-ordem gerais é que a classe operária siva que os partidos políticos devem ter
partidos dependentes do Estado, um dos trução de um governo dc transição, sem o na Formação da vontade coletiva numa de
quais deveria conter (nos dois sentidos da qual o período de transição que estamos pode se converter em classe nacional c he mocracia de massas. Por isso, o fortaleci
palavra) a "oposição" legal, revelou-se um vivendo não conhecerá uma saída efetiva gemônica); 2) uma concepção excessiva mento dos partidos democráticos atualmen
mente democrática. Por outro lado. o fato mente espontaneista c "populista" do pro
fracasso; o MDB, de partido da oposição cesso de formação da vontade política co te existentes — assim como. a plena lega
consentida, tornou-se —- graças às pressões de que o PP apresente uma razoável lio- lização dos que continuam impedidos de
mogeneidade social e política parece indi letiva, ou seja. uma subestimação da fuji-
da sociedade civil — uma poderosa fretite çâo unificadora e sintcniizadora da direção funcionar abertamente (em particular do
de oposição efetiva ao regime, um decisi car que estamos diante de um partido des PQ3) aparecem como momentos ineli-
tinado a durar, a sc tornar expressão de consciente, da vanguarda, cm sua relação
vo instrumento na convergência dos vários com os movimentos de massa; 3) sua pre mináveis dc processo de fortalecimento da
segmentos sociais, políticos e culturais que parcela ponderável de nossa sociedade sociedade civil brasileira e, por conseguin
tensão baluartista e anti-histórica de se^ o
desejavam o fim do autoritarismo. civil.
primeiro e único partido dos trabalhadores te, dos pressupostos de um regime efetiva
Não foi outra a razão que levou o regi Golpeado duramente pelas manobras go mente democrático.
vernamentais que deram a legenda do PTB brasileiros.
me a tentar dividir as oposições, extinguin
POLÍTICA
>
;V.
De 31/12 de 1980 a 08/01 de 1981
igneja/partidos
Para assegurar continuisjiio, o governo joga Lembram-se? Em 1962 a coligação
partidária que apoiava Carvalho Pin
para dividir e reinar, Mas a recíproca é to, dividida entre Jânio e Bonifácio
deu a vitória a Adhemar. E agora as
válida para a oposição: unir jiara vencer. oposições dwididas entre Setúbal, Jâ
nio e Montoro atropelado por dentro
por Quércia, não darão a vitória ao
candidato de Maluf? É bom lembra
admiração que seja sua nobre revolta, Por maiores que fossem os esfor
Na Igreja, houve uma eles jamais arrastarão a Igreja como
um todo no caminho que decidiram
trilhar. E é importante que os setores
ços e os recursos da direita, não houve
jeito de evitar que as massas cristãs
percebessem a incompatibilidade que
EDUCAÇÃO
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VSS.d. De 31/12 de 1980 a 08/01 de 1981
Solidariedade
Eu não vejo nenhuma razão lógica para
que SC proíba uma fesia. Acho mesmo que.
total à Voz
Nossa solidariedade no golpe contra o
jornal Voz da Unidade. A democracia ven
mais veemente repúdio a este ato contra
as liberdades democráticas, e o firme pro
dição fundamentai para a conquista de um
regime de liberdades democráticas.
no momento difícil que atravessamos, cora pósito _dc lutar contra toda a violência do Diante do ocorrido, o IBA vem a públi
cerá o autoritarismo. Luciano Ribeiro - De
problemas econômicos de toda natureza, putado Estadual - PMDB/BA. governo para o cerceamento da liberdade co expressar sua solidariedade a esse Se
uma festa como esta deveria até ser esti de imprensa. * manário, repudiando, desta maneira, qual
mulada, porque representaria um momento Todo apoio à imprensa independente! quer tentativa dc cerceamento da liberdade
O Partido dos Trabalhadores vem ma Associação de Servidores da Unicamp; As dc organização e expressão. Direção do Ins
de confraternização, de descontração. de nifestar sua solidariedade aos jornalistas da
divertimemo para o povo. Por isso não ve sociação dos Servidores do Instituto de tituto Baiano de Administradores.
Voz da Unidade e seu protesto contra o
jo tazáo de ordem política nem jur/dica Pesquisas Energéticas e Nucleares; Asso
ato arbitrário que proibiu a festa dc arre A Frente Democrática da Mulher Londri-
que justifique a proibição da festa do jor ciação dos Servidores da USP; Núcleo dos
cadação de fundos desse semanário.
Servidores da Secretaria da Saúde; Asso
nense quer, diante da proibição -da Festa
nal. Carlos Orumraond de Andrade.
Em defesa da liberdade de expressão, de
ciação dos Servidores do Hospital das Clí do jornal Voz drf Unidade, solidarizar-se e
imprensa, da liberdade de reunião, e, prin nicas; Associação dos Médicos do Hospital ao mesmo tempo repudiar esta medida dc
O Partido Comunista Francês pede res cipalmente, da liberdade de organização arbítrio cometida pelo sistema contra as
partidária para todas as correntes políticas, das Clínicas; Associação dos Pixífessores
peito às liberdades democráticas, de expres do Estado de São Paulo (APEOESP); As
iniciativas da oposição brasileira.
são e de organização. Neste sentido protes nós, do PT, nos associamos a iodos quan Dentro de nossos objetivos prioritários
sociação dos Servidores do Instituto Bulan-
ta contra proibição da festa da Voz da tos repudiam os atos repressivos do regime lã; Associação dos Docentes da USP; está a luta pela liberdade de expressão e
Unidade. Maxim Grcmetz • Pela Sccçâo In* arbitrário que oprime os Irobalhadores. Associação dos Médicos do Servidor Pú manifestação c para nós a proibição da
ternactonal do PCF. Luiz Inácio da Silva • Presidente Nacional
blico; Núcleo dos Funcionários Públicos
festa representou mais um cone profundo
do Partido dos Trabalhadores. em nossos anseios democráticos. Este fato
indignados pela odiosa proibição impos Federais; Associação dos Médicos Sanita- vem comprovar que o arbítrio c o regime
ta à manifestação de vosso jornal, os jorna Nosso repúdio ao ato dc violcnclfi con ristas; Grupo de Saúde Mental; União Na dc força continuam instalados, justificando
listas e os lipógrafos do "L'Unitá" expri cional dos Servidores Públicos; Comissão todo nosso empenho e unidade na luta pe
tra a liberdade de imprcnSa, atravé> d;> proi
mem toda a sua solidariedade e o seu em Pró Entidade Livre dos Funcionários Mu la conquista de uma democracia plena e
bição da lesta do jornal Voz da Unidade.
penho na batalha comum pela liberdade e Nossa total solidariedade aos companhei nicipais; Associação dos Docentes da iJni- verdadeira. Frente Democrática da Mulher
ticíriOCfá'óc2i da venidade Fsiadiial de SSn Paulo; Associa Londríncnac • Londrina - PR.
ros desse jortiíd. Partido dos Trabalhadores
dade brasileira, lornalistas e Tipógrafos do - Bahia • Comissão Regional.
ção dos Servidores Públicos do Hospital
Mandaqui. Estamos solidários com os companheiros
"L'limtà'* • Órgão Oficiai do PCI.
da Voz da Unidade diante de mais este
Mais uma vez sc dosmasciira a abertura As cncidadcs abaixo solidarizam-se com üto arbitrário deste regime anti-popular e
Proiesiamos comra proibição anii-demo- os companheiros do jornal Voz da Unidade anti-democrático. A proibição da festa do
çráiico dsi testa organizada pelo jornal Voz promovida pelo Cçncra! Figueiredo. Dcsia
vez a política proibiu a festa que seria rea diantcda brutal proibição dc sua, fesia de jornal contra as forças democráticos e po
da Unidade. Associação França-América mocrática. Tal proibição fere a liberdade pulares no seu conjunto.
Laiina - Phitíppe Texier - Presidente. lizada pelo jornal Voz da Unidade cm São
Paulo. Isto demonstra a insegurança da di dc imprensa c de organização e consiiiui Este fato SC junta o tantos outros que
tadura que usurpou o poder em 64. Uma um perigoro precedente. Movimento Traba ocorreram nestes 16 anos de regime mi
O Partido Socialista Francês protesta lhista do PMDB/PA; Coordenador dos litar.
simples festa faz tremer os ditadores.
conira os atentados à liberdade de expres Nós. do Partido dos Trabalhadores dc Anisiíados da Peirobrás; Movimento de De Isto mostra que sob este regime não po
são e particularmente comra a proibição Mato Grosso do Süí, reunidos cm sessão fesa da Amazônia (MDA); Assoctaçãa-Pro-- de havei- liberdade dc marrifestação, liber
da festo organização pela Voz da Unidade. plenária, protestamos contra esta arbitra fisslonaJ de Assistentes Sociais; Diretório dade de organização e que o caminho a
L. fospin - Secretário Nacional das Rela riedade e deixamos cloro que somente o Acadêmico da IPAR; Secretário Regional ser seguido pelo povo brasileiro é a luta
ções Internacionais • PSF. fim deste governo dc patrões e generais do PMDB; Centro Acadêmico Serviço So pelo fim do regime militar e convocação
permitirá a liberdade de manifestação, que cial; Coordenador do Comitê dc Anistia de uma Constituinte livre, soberana c de
tem como maiores interessados nos traba da SDDH; Associação de Docentes da Uni mocrática convocada por um governo que
'■ Fala-se em abertura, mas o? fatos não lhadores. Abaixo a ditadura. Pelas liberda versidade Federal do Pará; Partido Demo saiba conviver com as festas que o povo
correspondem às palavras. Acena-sc com a des democráticas. Partido dos Trabalhado crático Trabalhista; Centro Acadêmico de brasileiro programar. Cjue 1981 seja um ano
democracia, mas às intenções respondem-se de lutas e vitórias! Diretório Central dos
res • MS. Biologia; Sociedade Paraense de Defesa dos
com a truculência. O recente episódio, im Estudantes da Universidade Federal de fuiz
Direitos Humanos; Associação Regional dos
pedindo a realização da festa da Voz, é Sociólogos; Grupo de Apoio ao Índio (CAI- de Fora - MG.
Tomando conhecimento das medidas ar
mais um dos muitas acontecimentos a de PA); Belém - PA. A proibição da festa que seria realizada
bitrárias da Polícia Federal dc São Paulo,
monstrar que as palavras e as intenções do pelo jornal Voz da Unidade nos dias 13 c
sistema dominante não estão ..cro sintonia
proibindo a festa que o jornal Voz da Uni
dade programou para os dias 13 c 14 deste Protestamos contra mais este ato de ar 14 dc dezembro, em São Paulo, atenta, sem
com as intenções e as palavras do povo bítrio que. dirigido à fésiá da Voz da Uni dúvida, contra a liberdade dc expressão,
brasileiro. Por isso mesmo, porque a demo mCs naquela cidade c também a proibição
do -samba-show que seria realizado no dia
dade, atinge a todos os que lutam pela de organização e até de diversão. Atinge, de
cracia tem que ser conquistada e não ou mocracia, na defesa do direito à livre ex maneira mais crônica, o direito à liberdade
torgada, ú que se faz necessária, cada vez 13 em Guaurlhos, SP. pelo jornal Tribuna
da Lula Operária, levantamos o nosso mais pressão, manifestação e reunião. Entende de imprensa conquistado com muito sacri
mais. a mobilização de todos os setores da mos ser cada vez mais necessária a uni fício pela oposição brasileira. Sabemos que
enérgico repúdio a tais medidas ditatoriais
sociedade brasileira, inconformada com _a
e hipotecamos nossa irrestrita solidariedade
dade das forças comprometidas, hoje no o verdadeiro objetivo desta proibição c o
situação a que fomos levados, para que se a esses valorosos órgãos da imprensa alter Brasil, com as conquistas democráticas e de amordaçar as parcelas da população que
consiga, afinal, a efetiva participação do as itielhorias das condições de vida do povo se manifestam contra a política anti-popu
povo na vida política do pafs. propugnan- nativa.
Deixamos claro a denúncia sobro o en
brasileiro. Associação Bahíana de Medicina; lar traçada pela -ditadura militar após o
do pela liberdade e por melhores condi Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia; golpe dc 64, e que de certa formo conti
ções de vida a todos os sofridos desta in volvimento do DEOPS, 11 Exército, o IV
Ceiílro Brasileiro de Estudos da Saúde - nua a vigorar no país.
feliz Nação. Comando Aéreo Regional e o Centro de Núcleo Bahia; Associação de Profissionais Mais que a proibição de uma festa, esta
Francisco Amaral Informações da PM paulista que. articula de Saúde Pública da Bahia. medida c um atentado oficial -contra a li
Prefeito de Campinas dos, mantiveram p local da festa da Voz berdade de expressão. Ê um primeiro pas
da Unidade sob o cerco policial ostensivo, O Sindicato dos [ornalisias Profissionais so para acabar com a pouca liberdade de
impedindo até o fluxo de veículos para da Bahia solidariza-sc com Voz da Unida imprensa existente no país.
Aos companheirós da Voz: quando os bairros adjacentes. de, repudiando o ato arbitrário. Mais uma O Diretório Central dos Esiudantes-Li-
inimigos do povo nos atacam, é sinal de Ao repudiarmos esses acintes, conclama vez assistimos a violência contra a demo vrc, da Universidade Estadual dc Londrina,
que devemos estar indo no sentido corre mos todos os democratas a seguirem fir cracia e a impunidade de seus autores. repudia esta medida anii-dcmocrática e an
to. ajudando o trabalhador a se informar, mes na luta pela revogação da Lei de Se Resta-nos continuar a luta até a democra ti-popular, que procura atingir todos aque
ajudando o trabalhador a se conscientizar gurança Nacional que é e seguirá sendo o cia no pais. Nenhuma ditadura é duradou les jornais que se opõem ao atual regime,
e a se organizar. substrato da ditadura. Convenção Munici ra. .Anísio Felix • Presidente. principalmente aqueles da imprensa alter
Tudo fizeram para impedir nossá festa; pal do PMDB - Setor Jovem • Campina nativa. DCE-Livre da Universicíade Esta
eles. os inimigos da alegria, do amor e da Grande - PB. Além de se constituir num crime contra dual de Londrina - PR.
vida. Temem nosso jornal, apavorados com a liberdade de imprensa, a proibição da
as notícias, as verdades, a história. festa comemorativa do primeiro aniversá A absurda proibição da festa da Vòz,
Ainda assim, continua a lula do povo pe A Coordenação Geral Permanente do rio do jornal Voz da Unidade, representa deixou-nos um gosto de insulto. Considero-
la liberdade, pela democracia. Liberdade Funcionalismo do Estado de São Paulo, um rude golpe contra todas as forças de me particularmente insultada, pois vejo
com muita notícia, com imprensa livre; de que congrega diversas entidades do fun mocráticas do país. mais uma vez a utilização do "perigo co
mocracia com muita festa, muita alegria e cionalismo, em sua reunião do dia 13-12-80. Tal demonstração de autoritarismo, por munista" para sufocar uma simples c bela
com muita vida. sabedora de mais um ato arbitrário da di parte dos inimigos da democracia, vem re festa de confraternização. Mas cá para nós:
Minha integral solidariedade aos compa tadura militar, proibindo as festas dos jor forçar a exigência, no momento político vocês não esperavam algo semelhante?
nheiros da Voz da Unidade. Deputado Rai nais Voz da Unidajle e Tribuna da Luta atual, da unidade de todas as forças vivas Crianças, a realidade é esta, infelizmente.
mundo «te Oliveira - PMDB/RI. Operária, vem através desta manifestar seu que SC batem contra o arbítrio, como con Jeanette Gouveia - Londrina - PR.
NACIONAL
>
31/12 de 1980 a 08/01 de 1981
movimento operário
Em 80,a paralisação foi objeto de cuidadosas
investigações, mas a maioria das lideranças
sindicais não foi capaz de responder às
críticas e indagações levantadas, adiando o
necessário aprofundamento da autocrítica.
heróica e
problemática '::y
■{ SINDICALISMO "y
As coisas estão limpas, ordenadas.
O corpo gasto renova-se em espuma. • ■■
t - ■■F,
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i:. ,•
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O recurso de se embriagar.
O recurso da dança e do grito,
■"ríA.--» ;:í^,V- 5-': o recurso da bola colorida,
..' ♦ „T* >• ''A... -u.■-«.. •
o recurso de Kant e da poesia,
todos eles. . . e nenhum resolve.
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Surge a manhã de um novo ano.
.\. .^v' .?•• • .' C ''21
HESS» De 31/12 de 1980 a 08/01 de 1981
10
1980
do de uma regra moral dos negócios. no fato de que esta csiralégia defen o que todos sabiam: a União é culpada pe 1980 relembrou Herzog. com a brilhan
Exprimem, na verdade, a forma que siva supõe a renegociação da dívida la morie de Manoel Fiel Filho, ocorrida te sentença do Conselho Regional de Me
cm janeiro de 1976 nas sinistras dependên dicina de São Paulo que cassou o direito
vai assumindo o processo de resolu não permitiram qu ■ esta política ad cias do DOI-CODI de São .Paulo. O ássas- do médiio Harry Shibata, cúmplice dos
ção da crise que se abateu sobre a quirisse a sisieni,;!!«dadc requerida. sínio de Fiel, perpetrado dois meses depois torturadores e assassinos, continuar exer
economia mundial, desde o início dos Mas a "vocaçàu " aa administração do de VIadimir Herzog. assinalou o ponto cendo a profissão. 1980 assistiu o juiz Jor
anos setenta. Está cada vez mais cla de inflexão da feroz repressão desencadea ge Flacqueh Scartezini dar ganho de causa
Reagan é para o aprofundamento des da contra o Partido Comunista Brasileiro à viúva de Fiel. 1980 foi um áno em que
ro que os Estados Unidos estão pouco tas medidas. desde 1974. que Jhc custou tantos presos, cinco "desaparecidos" (Mércio Beck Ma
dispostos a permitir a erosão de sua tantos torturados, tantos mortos e tantos chado, Maria Augusta Tomaz, Luís Tejcra
supremacia econômica e financeira, Neste caso. será ineviiável a perpe desaparecidos. A reação da sociedade, de Lisboa. Dênis Anionio Cascmiro c Sônia
promovida, aliás, pelo próprio movi tuação do movimento ascendente das um amplíssimo arco de forças democráti Maria de Moraes Angel jones) tiveram
mento de "internacionalização" de taxas de inros — já bastante eleva cas ou simplesmente humanistas levou o seus corpos encontrados, os três últimos
governo de Geiscl a demitir o comandante no cemitério de Perus, em São Paulo.
seu grande capital industrial e bancá das — i. a desesiabilização da posição do II Exército, general Ednardo D'Avila Mas 1980 ainda não trouxe à luz do dia
rio: Mas se é verdade que a metástese comercial e financeira dos parceiros Mello, substituído pelo "aberturtsia" Diler- a solução da esmagadora maioria dos ca
do sistema produtivo americano — em europeus, sobretudo da Alemanha e mando, Comes Monteiro, cm cujo gestão sos dc "desaparecimentos" dc democratas
sua dimensão industrial e financei do lapào. cujas contas correntes apre ainda pereceriam dirigentes do PC do B, e revolucionários, ocorridos nos piores
na chamada "chacina da Lapa". anos de terror da ditadura que sofremos
ra — determinou o enfraquecimento sentaram este ano resultados desfavo Desde então, parece ter melhorado a si há 16 anos. 1980 não foi ainda ò ano em
da hegemonia econômica da nação ráveis. O ajustamento a estas condi tuação dos direitos humanos no país, pelo que as forças democráticas conseguiram
americana, também é verdade que a ções "externas" exigirá um maior ri menos no que diz respeito aos "delitos" desarticular o aparelho de repressão, e res
políticos. As cadeias csvaziaram-se. sem ponsabilizá-lo pelos terríveis crimes que
reconstrução uma "ordem" econô gor na adminisiraçáü interna daquelas praticou. 1980 continuou uiríivessado pelos
dúvida, e a tortura não é mais praticada
mica capitalista deverá passar necessa economias, u que significa, naturai- em larga escala contra os opositores do re horrendos crimes do "Lsquadrão da Mor
riamente pelo revigoramento da ca menie, uma propagação, em cadeia, da gime. Mas prospeguem os processos à base te". pela prática rotineira c bárbara da tor
pacidade de ordenação do Estado ondá recessiva. da rejuvenescida (e por issu ..sais perigosa) tura, do espancamento e dos assa.ssinatos
Lei de Segurança Nacional, processos-forsa nas delegacias de polícia c nas penitenciá
americano. rias do país inteiro.
Este é u quadro que deveremos en- como os que condenaram o professor Da
vid Maximiliano e o vereador Vilanova. Pelas razões expostas e outras que ao
A primeira condição para a recupe ; frentar nos próximos anos. E é a par processos igualmente absurdos eoino o mo longo do ano a Voz publicou, destaca-se
ração desta capacidade de ordenação tir dele que deveremos imaginar nos vido contra Lula e os demais líderes da entre a starcfas democráticas de 1981 a lu
é o fortalecimento do dólar como pa sas alternativas. Para falar com simpli greve do ABC na 2." Auditoria dc Guerra ta para enraizar na eonsciência do nosso
de São Paulo. Esses processos indicam a povo uma visceral repulsa pela utilização
drão monetário. Nos últimos dois cidade, ou nos submetemos passiva do terror como arma política, e mais que
necessidade de ampla mobilização para Im
anos, apesar das flutuações, a tendên mente às condições do "ajuste" inter pedir que. gradativamcnte. as cadeias vol isso, um profundo apego à preservação da
cia das autoridades do Federal Reser nacional e deflagramos — interna tem a ser "recheadas" de adversários do integridade fisicii e mental dos jiomens —
regime. Indicam :• necessidade de luta re mesmo dos acusados dos piores crimes. Um
ve System tem sido a de c.xecutar uma mente — uma política de recessão arraigado amor ã vida é, afinal, ingredien
dobrada, muito mais eficaz que a travada
política de proteção do dólar como aberta, ou executamos uma estratégia cm 1980, para obter a revogação da Lei de te indispensável ao regime democrático que
moeda-reserva. As eleições americanas defensiva que nos subtraia aos azares Segurança Nacional. c_ impedir que faça- queremos construir em nosso Brasil.
ECONOMIA
>
De Sl/12 de 1980 a 08/01 de 1981
VSSL 11
abe
No sindicalismo,
renovar é preciso
Em 1980 ocorreram profundas mudanças no país
e nem sempre o movimento sindical soube se
preparar para enfrentá-las.E freqüentemente
só se manifestou depois que os fatos se deram.
Em Í980 ocorreram profundas mu A nova política salarial acarretou Arnaldo Gonçalves, '
danças na vida política, social e econô mudanças sensíveis e causou impacto presidente do Sindicato j
mica do país. mas nem sempre o mo- junto aos trabalhadores. Como nós a dos Metalúrgicos de Santos. 4^
vimenlo sindical brasileiro soube se discutimos pouco, ela apesar de não — Temos lido opiniões de que a — Que medidas você propõe para
preparar e enfrentá-las adequadamen ler resolvido ém nada a situação do Unidade Sindical, tal qual ela existe que a CONCLAT corrija os seus ru
te. E^sa opinião é de Arnaldo Gon trabalhador, acabou servindo de ele hoje, é cupuiista, sem ligações e mos e seja realmente representativa?
çalves, presidente do Sindicato dos mento desmobilizador. influência efetiva juntos às bases. Os — Bem, a primeira coisa é fazer
Metalúrgicos de Santos, que em entre — Você falou cm divisões e cor que lhe são contrários não se fundam com que os dirigentes sindicais que
vista a Voz da Unidade reconheceu rentes que se degladiam no movi- nisso? lhe são favoráveis a assumam efetiva
que o movimento sindica! "quase sem menlo sindical. Como se expressam — Isjo realmente acontece e está mente. Para isso é preciso que uma
pre ficou distante dos acontecimentos, estas divisões? muito relacionado com a maneira de reunião nacional preparatória seja con
só.se manifestando depois que os fatos — .4 chamada reformulação parti Irahnlhar de rndn sindicato. Entretan vocada. designe a Comissão Organi
se deram". dária levou a divisão inclusive para to. é preciso dei.xar claro que a Uni zadora, elabore os documentos bási
Defendendo a transformação da dentro do movimento sindical. As vá dade Sindical não pode questionar a cos, prepare as normas de seu funcio
Unidade Sindical numa organização rias correntes que dela resultaram maneira de agir de cada dirigente sin namento e elabore os projetos de teses,
que mobilize grandes massa.s e onde trataram de se organizar e de influir dical. Se ele â dirigente de sua cate que para representarem de fato o pen
"todas as discussões e resoluções sejam no itíovímento sindical. Até aí nada de goria. se foi escolhido para represen samento e a vontade das bases, devem
amplamente discutidas pelas bases". mais. É. justo e até mesmo necessário tá-la junto a Unidade Sindical, não ser discutidos e aprovados por cada
Arnaldo Gonçalves disse que o movi que todos nós, dirigentes sindicais ou cabe a nós questionarmos os seus mé categoria individualmente, que por sua
mento sindical brasileiro deveria se não, façamos a nossa escolha partidá todos. Este é um problema que cada vez, deverá eleger os delegados que a
pronunciar unitariainente a respeito da ria. Mas quando se procura transfor categoria deve solucionar no interior representarão nas CONCLATs muni
crise econômica e defender intransi mar os sindicatos, que são organizações de sua própria categoria. cipais, regionais e estaduais.
gentemente as liberdades democráticas. de massa que reúnem indistintamente Se quisermos, entretanto, que a Uni Só assim, trabalhando organizada e
pessoas de todas as tendências e cor dade Sindical tenha uma presença democraticamente, será possível supe
A ENTREVISTA rentes, em aparelhos partidários, esta ativa, que mobilize e organize gran rarmos os entrechoques que hoje a
mos,instaurando a clissenção e o divt- des massas, é preciso fazer com que paralisam.
Essa é a íntegra da entrevista do sionismo. As attálises e as ações prá todas as suas discussões e resoluções — Seria essa a maneira de promo
presidente do Sindicato dos Metalúr ticas passam a serem feitas'em função sejam amplamente discutidas também ver a unidade política dos trabalhado
gicos de Santos: de se conseguir vantagens para deter nas bases. Aliás, devo acrescentar que res? O programa a ser aprovado pela
— Arnaldo, o que foi o ano de minados partidos e em razão de suas este problema nos preocupa e estamos CONCLAT deve resultar do consenso
80 para o movimento sindical?
posições. O resultado é que o que de tratando de encontrar formas e meca entre as várias correntes que atuam no
— Ruim. Muito ruim. O movimen veria ser uma tomada de posição de nismos que. sem ferir a autonomia de movimento sindical?
to sindical vinha acumulando forças e toda uma categoria, passa a ser algo cada sindicato filiado, permita a Uni — Nossa esperança é de que desta
se organizando. Entretanto, por não de uma minoria partidária. dade Sindical cobrar de cada um deles discussão toda, de baixo para cima,
ter se atualizado, por não ter se pre — Dentro deste quadro que você a sua responsabilidade. resulte uma proposta unitária de alter
parado para a formulação de propos está traçando, a Unidade Sindical não — E a CONCLAT não poderia ser nativa a este modelo econômico que
tas-concretas e daí traçar seu plano de teria um papel positivo a desempe este grande fórum de discussão e dela todos nós condenamos. Nele caberiam
ação, ele sofreu um retrocesso. Quase nhar? não poderia sair o programa e projeto todas as grandes questões que afligem
sempre ficamos distantes dos aconteci — Penso que o grande papel que para enfrentar a crise e as dificulda os trabalhadores: a questão da saúde,
mentos e nos manifestamos depois que está reservado à Unidade Sindical â des atuais? a questão do emprego, a questão da
os fatos se deram. Além disso persis exatamente o de grupar, reunir os sin — Indiscutivelmente a CONCLAT liberdade e da autonomia sindical e
tiu e agravou-se a divisão. As corren dicatos. para discutir, traçar e coorde- será um grande acontecimento para os
tes passaram o ano se degladiando, fundamentalmente a questão da demo
nar a ação sindical. O próximo ano trabalhadores e o movimento sindical. cracia.
querendo impor seus pontos-de-vista, será sem dúvida muito difícil. A eco Entretanto, ao mesmo tempo estou — Arnaldo, você colocou a ques
sem se preocupar com o principal: res nomia nacional passa por uma crísc bastante preocupado. Está havendo um tão das liberdades democráticas como
ponder aos novos desafios. séria. O desemprego deixa de ser uma número enorme de reuniões para esse uma das preocupações prioritárias pa
Ocorreram mudanças profundas na ameaça para se tornar uma realidade fim com pouquíssimos resultados. Mais ra o movimento sindical. Como você
vida política, econômica e social do concreta. Há uma expectativa de re ainda. Penso que se os preparativos vê a participação dos trabalhadores na
país e no entanto o movimento sindi cessão que atingirá, em primeiro lugar para a CONCLAT e a sua própria
cal não se preparou e se situou para sua consolidação e ampliação em 1981?
os assalariados, e no entanto, até concepção não forem corrigidos, ela — O ano de 1981, como já disse
enfrentá-las. Por exemplo, nas greves agora, ninguém escutou um só pronun poderá ser uma coisa mal feita, repre mos, será de agravamento da crise eco
de maio de 1978 os empresários e o ciamento do movimento sindical.
próprio governo estavam desprepara sentando mal os trabalhadores e de nômica, a inflação não será contida e
As deficiências e dificuldades atuais resultados duvidosos. Nesse caso, se mesclará com a recessão. Com- isso,
dos, }á nas de novembro de 79 os do movimento sindical refletem-se tam penso que é melhor que não se realize a situação política tenderá também a
trabalhadores foram encontrá-los nou bém na Unidade Sindical. Sobretudo agora. Apesar destas minhas preocu agravar. Cabe a nós investirmos toda
tras condições. O resultado de uma e a questão partidária. Muitos dirigen
de outra, naturalmente foram dife pações acho que não devemos de ma a nossa-energia na luta pela democra
tes. por problemas partidários, ficam neira nenhuma abandonar o projeto cia, porque ela ô fundamental para os
rentes.
contra ou fazem corpo mole. da CONCLAT. trabalhadores.
c SINDICALISMO
> J
estudantes/mulheres
favor das reivindicações básicas não exis
tiu porque as lideranças estudantis disi?u- TuDo ÕRM/?
tavam entre si a diretoria da União Nacio
l/yi \/l6oPioSo MOt//MBMro
Lideranças para nal dos Estudantes, de algumas UNEs. e
de diversos DCEs; diretórios e centros aca
dêmicos por tbdo o país, na maior demons
tração de divisão e "partidarismo" da his
tória recente ,destas entidades.
eSTuifWT/L; uoemuç/^j
âqITACXo."BoMS Moisis
Houve muito mais que um "cochilo" dos rvlMTA; ,
C POLÍTICA
>
Pe 31/12 de 1980 a 08/01 de 1981
distensão
A luta em defesa da paz que "a guerra nuclear poderá terminar força, que deve deitar profundas raf- 2. Memorando sòbre as propostas
"Apesar de todas as reuniões e me
canismos, p desarmamento se apre em apenas uma hora. após exterminar - zes em todas as camadas da popula feitas pela URSS durante vários anos
senta como uma meta ainda mais dis uma parte considerável da vida no ção, a começar pelas classes trabalha sobre os problemas mais -importantes
tante do que nunca antes, e o mundo Hcmisfcrio Boreal", ou seja. Estados doras, sempre as mais atingidas pelos da paz e do desarmamento;^
continua vivendo à sombra da des Unidos, Canadá, Europa (Leste e Oes governos, e monopólios interessados
nas tensões da guerra fria e na prcpn- 3. Documento sobre a responsabi
truição nuclear... A estratégia do te), União Soviética, lapão e outros lidade ' dos Estados pela conservação
desarmamento, aprovada pela Assem países próximos. •ração da guerra quente. da natureza diante das gerações pre
bléia Geral Extraordinária da ONU, Muitos povos e governos lutam pela
Este pesadelo custa mais caro ain paz há bastante tempo e não esmore
sentes e futuras.
em maio de 1978, que poderia ser um da, pois rouba recursos fabulosos que Vejamos quais são as medidas ur
marco no caminho da redução da car cem, apesar das dificuldades c das po
poderiam ser utilizados nos países gentes para reduzir o perigo de guerra:
ga armamentista. ainda não se mate derosas investidas militaristas, como a
subdesenvolvidos para terminar com a que se verifica neste momento, sob
1. Os Estados que integram blocos
rializou em ações substanciais; em fome, as doenças infecciosas* e o anal militares deveriam renunciar a qual
troca prosseguiu a escalada da carrei a liderança dos Estados Unidos c da
fabetismo. Setecentüs milhões de pes quer plano no sentido de atrair novos
ra armamentista. Em 1980. o mundo OTAN. Os países da comunidade so
soas passam fome e sofrem de enfermi membros para seus agrupamentos po-
investirá em armamento a incrível so cialista e do Terceiro Mundo são os
dades causadas pela falta dc proteínas. responsáveis pela maioria absoluta das lítico-militares. Os Estados que hoje
ma de mais de 500 bilhões de dólares. As crianças são as mais atingidas, co não fazem parte dos blocos renuncia-
Continuam o aumento quantitativo e iniciativas concretas em favor da paz,
mo se pode verificar aqui mesmo no da cooperação pacífica, contra a cor rialn a ingressar neles. Esta medida
o aperfeiçoamento qualitativo das ar Brasil. Anualmente. 15 milhões de. não invalida a proposta de liquidação
mas*. especialmente as nucleares." rida armamentista, o aumento e aper
menores de cinco anos morrem por
feiçoamento dos arsenais nucleares e
simultânea da OTAN c da Organiza
Eis parle do informe do secrelário- causa da fome ou da desnutrição, so ção do Tratado dc Varsóvia, que não
geral da ONU, K.urt Waldhcim, para a política de força e guerra fria.
bretudo nos países do Terceiro Mun Os Estados Unidos e a OTAN têm
foi retirada em momento algum;
o atual período de sessões da Assem do. E, no entanto, o que se gasta na 2. Todos os Estados, a começar pe
bléia Geral das Nações Unidas. Aí se oposto sistematicamente às propo
construção de um único foguete inter sições apresentadas, embora elas se los membros permanentes do Conse
está sintetizado o mais grave proble continental móvel bastaria para ali lho de Segurança da ONU (Estados
ma do mundo atual, que ameaça a jam parciais e não afetem dc jeito ne
mentar 50 milhões de famintos. Sa Unidos, URSS, Inglaterra, França e
própria existência da humanidade. nhum a segurança dos países envol
be-se também que o tratamento e-
vidos. A URSS já formulou mais de China) e países a eles ligados através
Que pensam sobre eles os líderes da fornecimento de água pura nos países de acordos militares, deveriam assu
_c1asse operária? 100 propostas no .sentido de reduzir
subdesenvolvidos diminuíram em 80% mir o compromisso de não aumentar
ou proibir armas nucleares c convi-ii-
Gormley, presidente do Sindica o número de casos de doenças infec clonais (de. grande poder destrutivcO suas Forças armadas e armamentos
to Nacional dos Mineiros da Ingla ciosas. Obras neste sentido exigiram c sempre encontrou invariável reris- convencionais, a partir de uma deter
terra, declarou recentemente: "Acha nove bilhões de dólares, de acordo tcncia das potências ocidentais. O minada data, 1."^ de janeiro, por exem
mos que chegou a hora dos operários com cálculos da Organização Mundial mesmo aconteceu com a idéia de (li
plo. Seria o primeiro passo para a pos
dizerem sua palavra de peso em defe- da Saúde. Pois bem. Isto rcprcsenla mar um~ tratado limitando de, alguma terior redução dos mesmos;
íJa psz. ^0 eles que rriam com um bilhão e meio a menos do que sc
forma o contínuo apcifciçoam.cn(o das 5- Para fortalecer as garantias de
suas mãos as riquezas dos povos. Lo pretende gastar na fabricação dos no armas de destruição em massa. segurança dos países não nucleares e
go, não podem ficar impassíveis quan vos tanques norte-americanos MX-l. A despeito da violenta onda de de um acordo neste sentido, todos os
do os frutos de seu trabalho e o futuro Durante séculos ouvimos dizer que guerra fria levantada pelos Estados países nucleares deveriam fazer decla
de seus filhos são expostos a um peri "se queres a paz, prepara-te para a Unidos sob o governo Carter, as ini rações solenes, assumindo o compro
go mortal. A experiência nos ensina guerra", isto hoje soa como uma te ciativas pacifistas da URSS e demais misso de não empregar armas nuclea
que os políticos do Ocidente falam meridade, um disparate, uma loucura, países socialistas não cessaram. É im res contra os países não nucleares que"
demais sobre o desarmamento e não não possuem tais armas em seus terri
que ninguém mais, em sã consciência, perioso defender a distensão mundial
fazem quase nada para passar das pa pode. defender. A corrida armamen como o rumo principal da história tórios;
lavras aos fatos. Só as ações massivas 4. Elaboração de um acordo inter
tista é o cúmulo da irracionalidade, contemporânea, impedindo o ressurgi
de todos os interessados em acabar nacional proibindo totalmente a reali
tanto em termos de estratégia militar, mento do clima de tensão e intolerân
com a insensata emulação para acu pelos perigos incomensuráveis que en zação de explosões nucleares.
cia que tanto mal fez ao mundo nos
mular mais meios de destruição e em Concretizadas estas medidas, um
cerra. como em termos sócio-econômi- tempos do macartismo, de John Pôs
canalizar os recursos financeiros para
cos, pelo imenso desperdício de pre ter Dulies e outros reacionários furi- novo clima se estabeleceria nas rela
fins pacíficos podem obrigar a que se ções internacionais, de modo a per
ciosos recursos, que chega a ser um bundos. Neste sentido, foram apresen
dêem passos reais na direção do de mitir avanços mais importantes. Um
sarmamento."
crime de lesa-humanidade. O ditado tadas as seguintes propostas,,para tirar
mudou. Assim como, quanto pior, é a distensão do atoleiro: resultado palpável poderia ser a di
Não apenas as grandes potências ou pior mesmo, se queres a paz. prépa- 1 . Realização de um encontro de minuição dos gastos militares, mesmo
os países deste ou daquele continente ra-te par^ a paz. E bem mais do que cúpula com a presença dos dirigentes que não muito grande.
serão exterminados de uma hora para isto, luta pela paz, põe todo o teu de todos os Estados do mundo, a fim Aí está um quadro resumido da luta
outra se estourar uma guerra nuclear. empenho e talento em defesa da paz de examinar as providências necessá pela paz e pelo desarmamento. O povo
Todos os povos, todos os países, todos e do desarmamento, pois o que está rias para liquidar os focos de tensão brasileiro, desde a classe operária até
os continentes sofrerão danos, priva em jogo é a própria sobrevivência da internacional; os setores mais lúcidos do empresa
ções, enfermidades e perdas, como ja espécie. Ou seja. a simples possibili 2. Adoção de medidas destinadas a riado, passando pela legião dos pro
mais se viu na história humana. E dade de vida, na sua acepção orgâni deter a corrida armamentista e lograr fissionais de diferentes áreas e pelo
esta ameaça não pára de crescer, ano ca. Por isto, a luta pela paz e contra um desarmamento na Europa; amplo leque dos intelectuais, artistas
após ano. No início da década de 70 a desvairada corrida armamentista po 3. Redução dos efetivos norte-ame 'e homens de cultura, tem um rele-
os Estados Unidos tinham quatro mil de contar com o apoio da maioria es ricanos na Europa Ocidental em 13 ' vante papel a desempenhar nesta luta
ogivas nucleares estratégicas. Hoje, já magadora dos povos e países do mun mil homens e dos efetivos da URSS histórica, cuja vitória abrirá uma pers
têm 10 mil. E em 1990 terão 19 mil. do inteiro. Esta força gigantesca é em 20 mil homens na Europa Central. pectiva inusitada na trajetória da hu
Mas, basta uma única bomba nuclear capaz de neutralizar as minorias beli-
de 20 megatons para eliminar com- cistas e seu complexo industrial-mili- A Assembléia Geral da ONU estu manidade. A medida que formos con
dou três projetos de documentos en quistando e consolidando as liberda
, pletamente do mapa uma cidade gran tar, que auferem os maiores lucros de caminhados pela delegação soviética,
de como o Rio de Janeiro ou São des democráticas no país, ntelhores
que se tem notícia na história do capi sobre os quais a imprensa praticamen condições teremos de aumentar nossa
Paulo. Seisccntos e cinqüenta médicos talismo ao arrastar o planeta para a te nada noticiou. São eles: contribuição à conquista da paz que
e cientistas norte-americanos enviaram beira de uma catástrofe nuclear. Mas.
carta a Carter e Brejnev, advertindo 1. Algumas medidas urgentes des irá befteficiar todos os povos do mun
é preciso despertar e construir está tinadas a reduzir o perigo de guerra; do. (JM.F.)
INTERNACIONAL ^
De 31/12 de 1980 a 08/01 de 1981
1980
< CULTURA
>
De 31/12 de 1980 a ()R/OI de 1981
15
1980
Cinema
CULTURA
>
%M-[2ãe: 1980 a 08/01 de 19^
c GERAL
>
I
da unidade
DIRETOR RESPONSÁVEL; Henrique Cordeiro
•Zà kA''
Contra o casuísmo e o
golpismo do Planalto
Numa semana especialmente marcada
pelo rescaldo das festas natalinas e pelo
recesso parlamentar, a vida política brasileira
foi extemporaneameníe agitada pela
CARTAS O terror como Festas de; Jeanette Gouveia, da dos jornais que constavam Assinaturas
de Londrina, PR; João Marga- de uma relação apócrifa, dis
arma polftica rio Mendec, de Porto Alegre, tribuída no mês de setembro, São Paulo 567
RS; Henry Winston e Gus contendo também ameaças. Rio de Janeiro 180
''A APEOESP está "A matéria escrita por David Hall, respectivamente presi- Da reunião do dia 2 saiu um
Capistrauo Filho na última VU Pernambuco 97
sidente nacional e secretário-ge- ofício ao presidente da Asso
de pé'' (d.® 9); veio em boa hora ral do Partido Comunista dos ciação dos Jornaleiros de Bahia 77
para Mato Grosso do Sul pois Minas Gerais 58
aqui em nosso Estado a utilização Estados Unidos; Centro de Goiânia, João Bosco, solicitan
"As vitórias obtidas pelos do terror como arma política Defesa dos Direitos Huma- do a convocação de uma assem Paraná 42
professores através de sua continua sendo usada pelos nos/Assessória e Educação Po bléia para debater o assunto. Rio Grande do Sul 40
/Associação mais representativa, no "homens do Poder". pular; deputado Goro Hama O texto do documento denun
sentido objetivo do termo, têm "Neste fim de ano o deputado Mato Grosso do Sul 38
Sérgio Cruz, líder do PMDB (PMDB/SP); Federação Nacio ciava o terror que ameaça a
sido mais de ordem moral do
nal dos Jornalistas Profissio liberdade e a vida, além do Amazonas 22
na Assembléia Legislativa,
que material. Goiás 17
"Talvez seja por isso que a sofreu um atentado contra sua nais. "direito da população de infor
grande maioria dos associados e vida sendo atingido por três tiros. mar e ser informada". Outros Estados 46
Vale ressaltar que este deputado
dos professores em geral tenha
tem uma prática política Os jornaleiros consultados Exterior 20
se negado a comparecer às manifestaram-se inteiramente
voltada para os interesses da Em Goiânia,
assembléias e às manifestações
população, denunciando sempre as favoráveis à venda dos alterna TOTAL 1204
ãe ma promovidas pela APEOESP.
"De fato, em virtude do injustiças e os absurdos que jornais voltam tivos, dizendo, inclusive, que
limitado poder de barganha ocorrem aqui no "feudo do sr. "só basta que os distribuidores
que nossa Associação possui, em Pedrossian". Será que ainda às bancas
estamos vivendo na época negra entreguem os jornais". Decla
face do todo-poderoso governo
de Mediei onde fazer raram também que a procura
VOZ
estadual, os dividendos ganhos
em decorrência dos movimentos
oposição significava arriscar a Os jornais da imprensa alter dos jornais alternativos é gran
própria vida? nativa deverão ser vendidos no
rcivindicativos da categoria
"Penso que todos aqueles de e que "não há mais nada a Wdauiüd
têm sido muito modestos, o que
engajados na luta pela democracia vamente nas bancas de jornais temer".
desestimula a mobilização, e revistas de Goiânia, dentro
quando deveria acontecer em nosso país devem repudiar DIRETOR RESPONSÁVEL:
exatamente o contrario. Sabemos tais atos fazendo dos próximos dias, de acordo Henrique Cordeiro
unidade contra a ditadura. com entendimentos dos repre Reg^Prof. n." 8.955-RJ
que quanto maior for o número
de companheiros presentes aos
"Um abraço a todos da Voz
sentantes de cinco .desses jor
Solidariedade CONSELHO DE DIREÇÃO:
e um 81 sem bombas e tiros."
atos programados pela Associação, nais cora 05 proprietários de Lindolfo Silva
maior será a nossa possibilidade
Cecília da Rocha à Voz Teodoro Mello
Campo Grande - MT bancas, em reunião realizada EDITOR:
dc êxito.
".A APEOESP está de pé. no último dia 2. Gildo Marçal Brandão
Suas divergências internas são NOTAS A disposição dos jomalei- Recebemos e agradecemos a SECRETARIA DE
discutidas democraticamente solidariedade dos companhei REDAÇÃO:
e a situação financeira está sob
ros, no entanto, dependerá da Ruth Tegon
controle, já que o desconto em assembléia da categoria, em ros da comissão provisória do CONSELHO EDITORIAL:
folha se acha restabelecido por Boas Festas data ainda a ser fixada, para PT de Osasco e seu protesto Sao Paulo; Anlonio Gaspar, Ar
sentença unânime dc instância anular decisão anterior, quan contra o ato arbitrário que mênio Guedes, Cláudio Guedes,
superior.
Recebemos, agradecemos e David Capistrano Filho, Emílio
retribuímos os votos de Boas do se decidiu suspender a ven proibiu a festa da Voz. Bonfante Demaria, Francisco Al
"Resta esperar que os
companheiros compreendam que meida, Leny Lainettí, Luiz Arturo
para se conseguir alguma coisa Obojes, Marco • A. Coelho Filho,
é necessário muito esforço, Marco Aurélio Nogueira, Marco
Damiani, Marco Moro, Nilton Ho-
mormente se levarmos em conta Após os rescaldos da festa e da passagem de ano, entramos em 81 a to rita, Pedro Célio, Rachel Soares,
que o nosso empregador, o
governo do Estado de São Paulo, do vapor para o aumento da vendagem de jornais e assinaturas. Para obtermos Reinaldo Belintani, 8. Ramos.
Rio: Agenor de Andrade, Carlos
tem-se negado sistematicamente êxito é importante que todos os amigos e colaboradores da Voz redobrem o em Alberto Lopes, Carlos Nelson Cou-
a atender as nossas mais
eleihentares solicitações." penho na organização dos contatos e discussão do jornal, fazendo com que ele tinho, Ivan Ribeiro, Leandro Kon-
João Roque Moriano der, Luiz Werneck Vianna, Mauro
SC afirme cada vez mais como iiisii uiuenio de participação c de unidade da fren Malin, Nemésio Salles, Rogério
Caçapava - SP
te democrática. Marques Gomes, Sylvia Morelz-
sohn, Teresa Ottoni.
Nesse primeiro momento contamos com uma vantagem que pode faci REPRESENTANTES:
Mensagem de litar aos interessados em assinar a Voz. Estamos conseguindo manter os preços Manaus — Rui Brito da Silva
Rua Turumâ, 1061
fim do ano do ano passado, apesar das retumbantes subidas inflacionárias. Até quando, não Belém — Jocelyn Brasil
podemos garantir. Rua Tamoios, 1592
tel.: 222-7286
"Justiça e Paz a todos os Portanto, pessoal, toda a força, mpíta disposição e pau na máquina. São Luís — Maria Aragão
homens e mulheres, neste 1981 Rua De Santana, 189
que se avizinha. tel.: 222-5181
São os nossos votos. Recife — Paulo Cavalcanti
"Aos companheiros que Rua do Hospício - Edif. Olímpia
ombrearam conosco neste ano dc
sala 709
lutas, nossas mais fraternas Londrina — Jussara Rezende
saudações democráticas.
Que a longa noite de arbítrio seja
definitivamente sepultada e que
Leia 6 assine Voz da Unidade Goiânia — Elias Moreira Borges
Brasília — Paulo Afonso
Bracarense
a sociedade que sonhamos Florianópolis — Nildo José Martins
'esteja mais prõóxima de nós, Porto Alegre — João B. Avelino
como está próximo
o alvorecer de um novo ano.
□ Anual de apoio (52 números consecutivos) CfS 3 000,00 Fortaleza — Caboclinho Farias
Salvador — H. Casaes e Silva
"'Pranteemos os nossos heróis
e mártires.
□ Anual Simples (52 números consecutivos) CrS 1 500,00 R. Conde Pereira Marinha, 38 —
Garcia
"Homenageemos 750,00
□ Semestral Simples (26 números consecutivos^ . Cr$ Santos — S.P.
os nossos mortos. Rua Conselheiro Nébias, 368-A,
*'Eles dizem cada vez mais: 60,00
Presente!I!
□ Assinatura para o Exterior (anual) USS sala 511
Taubaté — SP — Dalton Moreira
"Suas memórias estiveram
conosco no ano que se finda e seu ENDEREÇO PARA REMESSA: CORRESPONDENTE
INTERNACIONAL:
exemplo nos guia no ano Roma — Danilo S. Galletti
que surge.
Nome -
ADMINISTRAÇÃO:
"Eles foram imolados nas trevas Lindolfo Silva
da repressão, por ura ideal Endereço
Aureliano Gonçalves Cerqueira
de amor. Mas vivem em nossos
passos e em nossas tarefas
CEP Cidade Êstadò - DISTRIBUIÇÃO:
Sérgio Cordeiro de Andrade
cotidianas.
Anexo cheque n.* contra o Banco n. Propriedade da Editora Juruá Ltda.
"Que o sorriso de nossos filhos, - Rua Cesário Mota Jr., 369 - 2.' a.
fotografados nesta homenagem ATEffÇAO: Os cheques tfevfr ASSinatUrS: Fones: administração: 256-2591 •
esteja presente no lar de cada rio ser enviados em nome redação: 231-2926
companheiro e companheira ds EOITOAA JUnUA LTDA. CEP: 01221 São Paulo • SP.
neste 1981. Impresso nas oficinas da Cia. Edi
"Boas Festas. Feliz Ano Novo." tora Joruês, Rua Gastão da Cunha,
Ricardo Brandão 49 - tel.: 531-8900 - São Paulo.
(Do Movimento Matogrossense
pela Anistia e Direitos Humanos)
Ponta Porã • MS
< GERAL
>
De 09 a 15/01/1981
Em defesa do compromisso
histórico com os liberais
Eslá hoje mais do que evidente que Luiz Wemeck Viaiina
a questão dos empresários no Brasil
se revestiu de caráter nacional. Não
são mais apenas os grandes empresá ditam sinceramente na supremacia do
rios de São Paulo que se manifestam capitalismo como modo de produção,
em favor da democracia. Nesse movi nos valores da livre empresa, e aparen
mento incluem-se os dirigentes das pe tam o viço das classes jovens ambicio
quenas e médias empresas de todo o sas de organizar o mundo.
país, que constituem não só o segmen Sozinhos, porém, não podem mais
to mais numeroso da classe, como tam organizá-lo. Chegaram tarde. Seu li
bém aquele socialmente mais impor beralismo se defronta, de saída, com a
tante,'pela profundidade e extensão questão democrática, trazida pelas
dos seus vínculos com a população e massas crescentemente mobilizadas pa
com a formação da opinião- pública. ra a participação na vida social. £ aí
Na conjuntura atual, esse é o fato po está o eixo de um problema que não
lítico dominante. só nos diz respeito a curto prazo — a
derrota do regime —, mas também a
Sucessivos pronunciamentos e longo prazo — a institucionalização
promissores encontros desses empre de uma democracia no país.
sários com líderes dos partidos políti Com sua apropriação pelo empre
cos, culminam agora com a ação ofen sariado, o liberalismo acaba de ga obrigatoriamente passam pela solução
siva em tomo de ura pacto social com nhar sua verdadeira dimensão política. da questão liberal. Aqui, o que impor
influentes sindicalistas. Tudo isso de Conta, além disso, com a hegemonia ta são os fatos: o liberalismo é uma
monstra a importância política da no mente do capitalismo entre nós, prin difusa que exerce sobre a consciência idéia emergente. Para a política da
va orientação do empresariado. cipalmente a partir de 1964. daí massas nesse pais; com a produ classe operária, nos dias que correm,
ção intelectual de expressivas persona O que interessa é associá-lo à demo
Não há exagero em dizer que esta Por outro lado, a tradição política
do empresariado brasileiro, em rela lidades e instituições acadêmicas, e cracia. Praticar, porém, uma política
mos diante de uma situação no míni com o posicionamento das principais
ção ao liberalismo, sempre se caracte conseqüente de aliança com os libe
mo incomum, especialmente num país associações dé classe dos profissionais
rizou pela ambigüidade. Liberal em rais implica em que a política da clas
como o nosso, onde os empresários liberais — a ABI, a OAB, o Clube de
sempre viveram melhor sob a proteção economia, nossa burguesia tem sido se operária se manifeste positivamente
Engenharia, etc. Aqui, no Brasil, é im quanto à forma da institucionalização
de um Estado autoritário. Essa é, oligárquica e autoritária em política.
pensável uma aliança entre socialistas, democrática.
aliás, mais uma razão para que se es- Daí que um dos seus traços básicos
comunistas e a corrente cristã solida- Dito de outro modo: num certo sen
conjure todo esquematismo e precon foi o de se situar distante dos partidos
rista, que seja realizada às custas dos tido, o liberalismo político não signifi
ceitos doutrinaristas. Temos pela fren políticos, para se encastelar em câ
liberais, tal como ocorreu na Itália ca outra coisa senão uma dada forma
te uma circunstância complexa e iné maras corporativas do Estado, seu
com a Constituinte de 1947, que de lização de procedimentos, de relações
dita. que atualiza um momento talvez partido político real.
decisivo para as lutas democráticas, e Ao menos era nosso caso, o que se mocratizou o país. e de regulação de conflitos. A poÜtica
para cujo desdobramento importará o tem verificado é que, para cumprir sua da classe operária deve lutar para que
tipo de intervenção política realizada finalidade quanto às classes economi a forma da institucionalização expres
pelos partidos. camente dominantes, uma relação des se nela^mesma a substância democrá
se tipo entre economia e política, en tica, garantindo-lhe flexibilidade e per
Numa palavra: a coalizão democrá tre Estado e sociedade exige tanto uma meabilidade, a fim de que as reivindi
tica existente no país se encontra a certa homogeneidade entre eles como cações das massas, quaisquer que elas
pique de incorporar os empresários. ciclos expansivos em economia. Senão, sejam, encontrem canais próprios por
Se isso se concretizar, o processo de com a crise, até elas se vêm sob amea onde transitem e efetivas possibilida
transição para a democracia se torna ça do arbítrio da política econômica des de atendimento. E deve lutar para
rá irresistível. dd Estado — e é aqui que a aludida impedir o ardi! pelo qual uma forma
contradição formal se faz real —,em política liberal enrustiu as marcas
CAPITALISMO E LIBERALISMO particular quando esse Estado visa principais das instituições autoritá
mais a fins políticos de perpetuação rias, como na Constituinte de 1946
Nas duas últimas décadas, o acele do regime que aí está, do que a de em relação ao Estado Novo.
rado avanço do capitalismo no Brasil servir à lógica da acumulação capita Os encontros entre empresários e
pôs a nu, entre outros efeitos, a vicio lista. sindicalistas, ora em pauta, podem e
sa assimetria entre as dimensões dr devem se constituir num balão de en
política e da economia. Temos, ao LIBERALISMO E POLÍTICA saio na direção de um amplo compro
mesmo tempo, uma economia moder misso histórico que compreenda os li
na, plenamente capitalista, dinamica Nesse quadro, e com a pressa de berais, os católicos e os marxistas. E
mente ajustada ao seu mercado, e um quem se atrasou bastante, os empre que se converta em algo que transcen
sistema político autocrático, oligárqui- sários brasileiros assumem o liberalis da a contingência da atuai crise eco
co e excludente. Sem dúvida, visto de mo como ideologia política. E nisso, ^ Luiz Eulállo^presidente da Flesp nômica, que avance para impor um
fora do contexto recente, essa contra desempenham um papel inédito entre ritmo acelerado à transição à demo
dição é formal, pois, como se .sabe, a as burguesias contemporâneas, princi Derrotar o regime e estabelecer uma cracia e já determine as linhas mes
violência política consistiu num dos palmente quando se considera nossa institucionalização democrática são, tras da nova ordem política democrá
recursos básicos para o desenvolvi- condição de capitalismo tardio. Acre nas nossas condições, tarefas que tica na qual iremos conviver.
c POLÍTICA
>
De 09 a 15/01/1981
CAMPANHA
Em SP, candidato
independente
sai fortaiecido
Em ato promovido na Assembléia Legislativa,
Djalma Marinho recebeu apoio claro de políticos
e parlamentares de todos os partidos de oposição <09
O)
gional do PP paulista. Olavo Setúbal, debatidos e discutidos, não consigam posição vantajosa de seu partido. Ho
Fátima Murad
e no mesmo dia. em Minas, o presi se iornar leis, como hoje se permite, je a situação mudou, não só porque o
O deputado fedeiul Djalmu Marinho dente nacional do partido, senador sem quorum e sem votação, através partido oficial se enfraqueceu bastan
veio a São Paulo, na semana passada, Tancredo Neves, garantia que todo o do decurso de prazo. te numericamente, mas também por
para o lançamento de sua campanha PP votará com Djalma Marinho. "Uma Câmara que não vota, diz que certos setores começam a ceder a
pela eleição à presidência da Câmara Diante disso, correm já especula ele, em que os projetos são aprovados pressões de suas bases eleitorais. Em
Federal contra a candidatura do líder ções em torno das reações à uma der pelo silêncio, é tudo, menos poder." todas as últimas votações importantes
do governo. Nelson Marchcsan, apoia rota do cundidato do Planalto. .São os do Congre.s.so, isso ficou patente: na
do pelo Planailo. O candidato inde próprios fiéis do governo que come TRADIÇÃO DEMOCRÁTICA votação da Lei do Estrangeiro, da no
pendente fui recebido por dirigentes çam, como sempre, a acenar com va política salarial e do projeto do
e representantes de todos os partidos ameaças de um retrocesso político, Djalma "Marinho é considerado, pe deputado FIávio Marcílio que restabe
de oposição que lhe prestaram total hipótese totalmente descartada pelo la unanimidade dos partidos de opo lecia ás prerrogativas do Congresso,
apoio. deputado Djalma Marinho na entre sição, como o candidato natural à pre o governo só conseguiu fazer preva
O presidente do PMDB» deputado vista coletiva que concedeu na As sidência da Câmara dos Deputados, lecer suas decisões graças aos recur
Ulisses Guimarães, falando em nome sembléia de São Paulo. por ter incorporado à sua atividade sos espúrios contra os quais se volta
de seu pahido, num ato promovido "A ameaça de retrocesso caso eu como deputado federal desde 1960 as hoje a campanha do deputado Djal
na Assembléia Legislativa, na última seja eleito — e eu estou certíssimo da melhores tradições forjadas pelo Par ma Marinho e de toda a oposição.
quarta-feira, 6 de janeiro, afirmou minha vitória — é coisa de fazer me lamento brasileiro.
do às crianças, afirma. Nós vivemos Mesmo tendo pertencido à Arena, Mas o que deve garantir mesmo
que a luta de Djalma Marinho à pre uma ampla repercussão à campanha
sidência da Câmara merece o apoio hoje uma época de transição política, desde a sua fundação, e sendo hoje do
democrática. É hora de fazer conces PDS, o velho parlamentar do Rio pela presidência da Câmara é a iden
de todos os democratas, porque se tificação da candidatura do deputado
identifica plenamente com a luta pela sões. E o governo sabe disso." Grande do Norte sempre se manteve
fiel às suas convicções liberais e cons- Djalma Marinho com eleições livres e
reconquista das prerrogativas parla "Não há porque um retrocesso po limpas em 19821 e em contrapartida,
mentares. condição fundamental para titucionalistas.
lítico. Minha candidatura não é de a do deputado Nelson Marchesan às
a valorização da atividade política e confronto. Apenas não podemos acei Em 1968, como presidente da Co manobras eleitoreiras que o governo
do Poder Legislativo. tar mais a subserviência do Legislati missão de Constituição e Justiça, sus pretende implantar (como proibição
Djalma Marinho, por outro lado, vo ao Executivo e eu. como presidente tentou com dignidade a decisão do de coligações partidárias, voto distri
defendeu a participação de seu parti da Câmara, pretendo lutar por isso, Parlamento de negar licença para o tal, voto vinculado e sublegenda para
do, o PDS, numa ampla frente parla pela paridade dos poderes." julgamento do então deputado Márcio governador) para garantir a vitória do
mentar porque, segundo ele, "todos os Moreira Alves por supostas ofensas PDS.
partidos pressupõem o interesse par Um dos pontos-chave da campanha aos militares, episódio que acabou
tidário de reerguer -o Legislativo, de do deputado Djalma Marinho é a luta Embora o deputado Djalma Mari
sendo a gota d'água para a decretação
recuperar sua plena independência pela reformulação da emenda consti nho afirme que pretenda limitar seus
do AI-5 e a, intervenção no Parla contatos aos partidos políticos, alguns
frente ao governo, dc recolocá-lo na tucional de 1969 que regula a atuação mento.
sua posição de poder de Estado". setores da oposição entendem como
do Poder Legislativo, que segundo ele inevitável que a área de 'apoio à can
"é a maior humilhação já imposta ao Quando lhe perguntam se' pretende
VITÓRIA CERTA Congresso brasileiro". deixar o PDS em conseqüência'das didatura se estenda aos movimentos
pressões que vem sofrendo para re-- sociais extrapartidários. Muito mais
"Nossa lula — diz ele — é pela
Uma vitória do candidato indepen anistia do Poder Legislativo. A emen nunciar à sua candidatura, Djalma do que a mera solidariedade a um
dente à eleição que se realiza no início da de 69 é uma punição imposta pelo Marinho responde que lutará até o candidato democrata, esse apoio pode
de março é quase certa. Se todos os governo. Cabe a nós suprlmi-Ia." fim para que seu partido se autovalo- significar um forte instrumento de
parlamentares da oposição (207) vo rize, deixando de ser mero serviçal pressão sobremos deputados pedessis-
tarem cora Djalma Marinho, serão ne A luta pelo restabelecimento das do governo. tas ainda vulneráveis às imposições
cessários apenas mais cinco votos do prerrogativas do Parlamento, segundo do governo.
PDS para sua eleição; e o candidato ele, já começa na sua campanha, "por FRUTOS POLÍTICOS
garante que já conta"com a adesão de que a Câmara precisa se autogover- De qualquer modo, a campanha de
uma parcela ponderável do seu parti har, escolher um dos seus para pre Daqui até março, a campanha do Djalma Marinho já gerou resultados
do. Do lado das oposições, as dúvi sidi-la por sua própria conta e não deputado Djalma Marinho deve ga políticos altamente positivos para a
das que ainda persistiam quanto à por influências estranhas". E a luta nhar uma repercussão política inédita continuidade da luta democrática nb
possibilidade do apoio do grupo cha- deve levar necessariamente a que os nestes últimos anos, quando a escolha país, ao consolidar a frente parlamen
guista ao deputado Nelson Marchesan projetos do governo, mesmo que te dos dirigentes do Congresso sempre tar que o governo pretendeu destruir
foram afastadas pelo presidente re nham concessão de .tempo para serem foi decidida pelo governo, graças à ao impor a reforma partidária.
< POLÍTICA
3
De 09 a 15/01/1981 VS3L,
SAFADEZA ANIVERSÁRIO
c POLÍTICA
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De 09 a 15/01/1981
vss^
OPORTUNISMO
Estão xingando
Erasmo
ou a URSS?
O jornal O Globo criticando em edi- tos difíceis como nunca experimentou.
lorial o deputado ultraconservador Certamente ele esquece que apenas
Erasmo Dias, do PDS de São Paulo, de com disciplina, mas sem participação
vido aos seus insistentes elogios ao popular e identificação entre povo e
regime soviético, e, mais do que isso, governo, não há regime que obtenha
üü Partido Comunista da União Sovié progresso e justiça social. Que o di
tica. Tema de alguma peça teatral sa gam Portugal e Espanha, para ficar próprios parlamentares brasileiros deres locais, indignados: "Ora, mas
tirizando o reacionarismo do jornal mos apenas na Europa. que lá estiveram, tende a servir de mo por que boicotar os jogos se a União
da família Marinho? Mais uma ironia Mas se existe algo que justifique o delo econômico, em diversos setores, Soviética sempre apoiou nossos países
do Pasquim em cima do ex-secretário desgastado anii-sovietismo da grande a países subdesenvolvidos como o nos nas lutas pela independência, enquan
üv' Segurança paulista? Nada disso. 'imprensa brasileira é o fato de a so, abalando interesses de grupos e fa to os Estados Unidos apoiavam os co
As críticas do jornal ao deputado União Soviética se mostrar sempre in mílias, como por exemplo as que es lonizadores?" Ao que Muhammad Ali,
tritsmo Dias foram apenas uma das cômoda e ameaçadora aos interesses tão por trás da nossa grande imprensa. com a sinceridade que lhe é peculiar,
conseqüências da recente viagem que mais reacionários. Incômoda porque De certa forma, o atual episódio en replicou: "Mas não me contaram na
um grupo de depurados brasileiros fez pratica o internacionalismo proletário volvendo o deputado Erasmo Dias faz da disso em meu país. Agora quero
à União Soviética. Sem dúvida a excur apoiando de várias maneiras guerras lembrar a gafe diplomática provocada saber toda a verdade sobre o que vo
são ajudou a promover uma maior de libertação ou regimes em países co pelo boxeador norte-americano Mu- cês estão me dizendo." E entre sorri
apro.ximaçãü entre os dois países. Mas, mo Angola, Moçambique, Zimbabwe, hammad Ali há cerca de um ano. En sos amarelos de assessores do governo
basicamente, a visita leve dois resul Guiné-Bissau, Etiópia, Afeganistão, viado pelo presidente Caríer aos paí norte-americano que o acompanha
tados práticos: reduziu o anticomunis Vietnã, Coréia do Norte, lêmen do ses africanos para pedir o boicote aos vam, Muhammad deu por encerrada
mo rancoroso e infantil às suas devi- Sul, Cuba. Ameaçadora quando, a Jogos Olímpicos de Moscou, o ex- sua ridícula missão.
da.s proporçôe.s e fez aflorar, com to partir das constatações feitas pelos campeão mundial onvin de alguns lí (Roq^rio Marques Gomes)
do o seu primitivismo, o anti-sovietls-
nio da imprensa brasileira.
Sim, porque o "puxão de orelhas"
no deputado Erasmo Dias não foi ex
clusividade de O Globo. O Jornal do
Brasil também não resistiu e fez enor
me e sonoíentu editorial criticando o
Antonio Carlos e o PCB
"deslumbrameaito" daquele "antico fundamentalmente, uma declaração de renovação democrática da socie
munista prático e sem tempo de fa
Luiz Sérgio N. Henriques como esta só faz lembrar a dimensão dade brasileira.
zer leituras de História e Ciência Po dos obstáculos da luta pela legalida Há quase ura ano, na conhecida
lítica". Diga-se a bem da verdade que de, indispensável — ao contrário do entrevista dada ao Jornal do Brasil
o "deslumbramenio" não foi só do ex- A 2 de janeiro, no Jornal do Bra que supõe o governador da Bahia — por Giocondo Dias, Hércules Corrêa
secretário de Segurança, mas de iodos sil, ura importante político do sis à plena afirmação da vida democrá e Salomão Malina, se dizia com todas
os parlamentares que durante lü dias tema — o governador da Bahia, An tica entre nós. as letras: "Temos que reconhecer: os
percorreram a União Soviética, inde tônio Carlos Magalhães — veio a condutores desse regime são inteli
pendentemente de posicionamentos público numa longa entrevista para, Além disto, a opinião de Antônio gentes e a prova disso é que conse
ideológicos ou político-partidários. entre outras coisas, rejeitar convo Carlos, a despeito ,das intenções guiram dividir a oposição com a re
Segundo o próprio Jornal do Brasil. cação de uma Constituinte e a lega subjetivas do governador e do con forma partidária. Mas eles comete
em artigo enviado pelo corresponden lização do PCB. Uma vez mais, por teúdo atrasado, repropõe um dos pro ram um erro grave, quando não
te Noênio Splnola, os deputados mos tanto, uma voz autorizada, ligada ao blemas centrais de hoje: a chamada deram logo a legalização do PCB. Se
traram-se quase todos surpresos com o projeto "aberturista", deixou claro questão comunista. Questão que, tivessem feito isto, não sei como esta
padrão de vida equilibrado do povo que este projeto pára onde começa aliás, não diz respeito tão-somente ríamos agora."
soviético. Marcelo Cordeiro, do PMDB a classe operária e suas possibilida ao PC, mas sim ao conjunto da fren Continua sendo forçoso reconhe
da Bahia, disse que pôde constatar "a des de organização política autônoma. te democrática. Cabe aos comunis cer que, sem estes dois pontos men
homogeneidade da qualidade de vida Antônio Carlos disse textualmente tas, neste caso, convencer as diferen- cionados — o envolvimento da frente
em .setores fundamentais como habita que "qualquer atitude visando a 'tes forças sociais e políticas daquela democrática com a questão comunis
ção, saúde, educação e até mesmo no legalizar o Partido Comunista cgora frente da necessidade de romper com ta e o combate às formas degenera
vestuário". Cláudio Filomeno (PDS- .(o grifo é nossoj é extremamente pre um dos vícios históricos do sistema das de manifestação da luta interna,
CE) defendeu a aproximação dos dois judicial ao regime 'democrático". partidário brasileiro: o de ter tido com vistas à unidade — dificilmente
países na base de encontros parlamen Mais adiante, afirmou que o governo como premissa, sempre, a exclusão se darão aquelas mudanças na rela
tares, além de destacar que, "sendo a tem" tolerado manifestações públicas do PC e, de modo mais geral, de ção de forças, no equilíbrio entre as
União Soviética uma potência desen dos comunistas — à exceção da fes qualquer forma de representação das classes, que tornariam anacrônicas as
volvida em quase todos os campos, o ta nacional de Voz da Unidade —, classes dominadas. palavras de Antônio Carlos Maga
Brasil não pode ficar alheio a isso". porque está interessado de fato em lhães e imporiam a legalidade do
O parlamentar brasileiro mais crí "afirmar-se democraticamente". Outra tarefa dos comunistas é, no PCB.
tico foi o deputado Sérgio Cardoso, de A declaração de Antônio Carlos âmbito mais restrito dos que se re Ou o que é pior: esta legalidade,
deve ser examinada sob vários ângu conhecem em sua tradição, relançar como disse há um ano o dirigente
São Paulo, que apesar de reconhecer
los. De cara, não deixa de ser signi vigorosamente a temática da unida do PC, até poderia vir, na forma de
os progressos materiais na URSS, jus
ficativo que venha enunciada num de. Uma unidade, evidentemente, concessão hábil e marota. E hoje,
tificou: "(Dom disciplina consegue-se
tom que, apesar de tudo, escapa à concebida na diversidade, como con como naquela época, impossível dizer
tudo..." O que o deputado provavel
psicose anticomunista de costume. O vém a um partido qüe aspira a situar- como andariam os comunistas. Não
mente não sabe explicar é como de se trata de blefe.
que não é pouco, convenhamos. Mas, se como fator positivo do processo
pois de 16 anos de ditadura militar o
povo brasileiro está vivendo momen
c POLÍTICA
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De 09 a 15/01/1981
A ANTI-REFORMA
c ECONOMIA
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De 09 a 15/01/1981
INTERN
kte De 09 a 15/01/1981
iresso reforça
irio do PCC
O II PLANO QÜINQÜENAL
O Congresso aprovou o II Plano Qüinqüenal, que
norteará o desenvolvimento cubano entre 198M985.
Elaborado ao cabo de 24 meses de estudos e análises,
o plano propõe como objetivo um crescimento econô
mico anual médio de 5%, apresenta forte tendência Fidel "Os princípios
exportadora e de substituição de importações e procura • r
55
enquadrar-se na divisão internacional de trabalho socia
lista, integrando-se nos projetos do mundo socialista.
nao sao negociáveis
O II Piano Qüinqüenal cubano prevê t.OOO-inves-
linicniui agrü-pt^uârius e 500 industriais. A principal A última parte do informe apresentado
área de intervenção refere-se à habitação; serão cons por Fidel Castro ao Congresso trata da
truídas 200.000 novas residências. Planejam-se 250 obras política externa cubana. Voz da Unidade
educacionais e 150 de saúde pública.
•Propõe-se um acréscimo anual de 5% na produção reproduz aqtii os seus parágrafos
açucareira (criar-se-ão 8 novas centrais). No qüinqüênio, finais, dedicados às relações entre Cuba e
a geração de energia elétrica deve crescer em 50%, os Estados Unidos.
a produção de fertilizantes em 30%, a farmacêutica "Cuba estará pronta para se defender
em 25%, a de pneus em 50%, a de tecidos em 56-60%. coritra qualquer bloqueio militar ou
Os transportes serão priorizados: entre 1981-1985,
entrarão em uso 2.500 ônibus, 4.000 micro-ônibus, -invasão imperialista ianquel Neste país, a luta
13.000 táxis, 16 aviões de porte grande e médio e continuará enquanto houver um só
30 navios. patriota capaz de combater, e são milhões
O nível de vida da população crescerá sensivel dispostos a fazê-lo até a última gota
mente: será enfatizada a produção de bens de consumo do seu sanguel"
duráveis e o consumo pessoal aumentará à 4%'ao ano.
No fina! do período, haverá 1 médico para cada 440 "Se nos apresentarem um ramo de
habitantes e a. dieta média diária por habitante será oliveira, não o recusaremos. Se prosseguir a
de 3.155 calorias e 81,7 g de proteínas. A renda per hostilidade e houver agressões, responderemos
capita aumentará em 15-20%. energicamente."
É importante ressaltar, ainda, que este II Plano "Cuba entendç que é uma necessidade
Qüinqüenal insere-se numa projeção macroscópica e
histórica mundial existirem entre
estratégica do desenvolvimento cubano: já está elabo
rado um esquema geral de desenvolvimento que con todos os países relações normais, fundadas no
templa recursos e necessidades até o ano 2.000. respeito mútuo, no reconhecimento do
direito soberano de cada um e na
não-intervenção. Cuba considera que a
normalização das suas relações com os Estados
Unidos desanuviaria o clima político
da América Latina e do Caribe, contribuindo
para a distensão mundial. Por isto,.
Cuba não se opõe à resolução do seu diferendo
histórico com os Estados Unidos. Mas
ninguém deve pretender que Cuba modifique
a sua posição ou conceda era seus princípios.
Cuba é, e continuará sendo, socialista.
Cuba é, e continuará sendo, um país amigo
da União Soviética e de todos os
Estados socialistas. Cuba é, e continuará
sendo, um país internacionalista.
Os princípios não sãt> negociáveis. Pátria
ou mortel Venceremo.s'"
ONAL
De 09 a 15/01/1981
1980
crise
a dívida externa e garanta a expansão do emprego lado as condições de sua solução. Des
ta vez, muito mais do que nos anos
trinta, estão amalgamadas a questão
nacional e a questão da democracia.
Não será possível "a defesa da Na
NACIONAL
>
3-
Be 09 a 15/01/1981
SÃO PAULO um salário mínimo profissional respeitado, Eis aí uma reivindicação que deve ser todos os trabalhadores como condição in
ninguém será admitido por menos. feita numa eventual discussão com òs diri- dispensável para vencer o poderio dos pa
Isto é o que está realizando o Sindicato fentes da Fiesp, que têm vindo a público trões e do regime. Assim procederam du
dos Condutores Motoristas Rodoviários de propor um "novo pacto social". (EBD) rante a campanha salarial do ano que pas
Motoristas São Paulo, ao assinar acordo vigente a
p2riir de 1.® de janeiro corrente, que pos
sou, quando a divisão da diretoria amea
çava paralisar e levar a categoria à derro
sibilita á unificação da data-base do pes-' ta. Da miesma forma trataram de buscar
unificam soai empregado em transportes de carga
— cuja data-base era 1.® de janeiro — com
articular uma chapa única para que a clas
se operária saíssè reforçada e em condições
o pessoal empregado era transportes cole- de enfrentar o sistema que oprime e ex
datas-base tivós de passageiros, que tem por data-
base o dia 1.® de maio. ELEIÇÕES plora a todos.
Assim, em 1.® de maio próximo, o pes- Entretanto, devido à intransigência das
so^ dos transportes de cargas terá novo duas partes, não foi possível chegar-se a
reajustamento (além do obtido em 1.® de um acordo unitário.
janeiro) correspondente aos primeiros qua Os comunistas de Osasco, após analisa
Não basta apelar à unidade dos traba-
Uiadores. É preciso, antes de tudo, criar os
tro meses deste ano, unificando a sua da
ta-base com a da maioria dos .motoristas,
Duas chapas rem a situação criada, e tendo em conta
que nas duas chapas encontram-se compa
indispensáveis instrumentos dessa unidade, representados pelo setor de transportes co nheiros combativos, honestos e de compro
seja ela a orgânica ou a' de ação: Esta
será tanto maior quanto mais elevado foi
letivos de passageiros.
Os motoristas profissionais já têm ura
no sindicato vada fidelidade aos interesses dos trabalha
dores, resolvem deixar a questão do apoio
o grau de organização. salário mínimo profissional. Ao conseguir a uma ou a outra chapa a critério de seus
Neste sentido, a unificação da data-base
dos reajustamentos'salariais dos diversos
ampOar esse direito também para os aju de Osasco militantes e amigos.
dantes de caminhão, o Sindicato deu mais Reafirmam, nesta oportunidade, a sua
^tores de trabalhadores é um poderoso um passo à frente, no sentido do encami
instrumento, tanto da unidade orgânica disposição de fazer desta campanha eleito
nhamento da luta unitária das categorias ral um momento de mobilização, discussão
quanto da de ação. Através dele, os tra profissionais que representa.
balhadores poderão avançar na direção da Duas chapas concorrem às eleições para e conscientização da categoria.
Resta, nas épocas próprias, unificar as a renovação da diretoria do Sindicato dos Conclamam ainda a chapa que sair ven
conquista de seus objetivos comuns. datas-base dos demais setores de trabalha
Outro instrumento é o estabelecimento Trabalhadores Metalúrgicos de Osasco cedora a buscar a unidade com a derrota
dores e celebrar convenções coletivas de (SP), que se realizará nos dias 26 a 30 do da, a fim de que se fortaleça o movimento
do salário mínimo profissional, através do trabalho que abranjam toda a categoria
qual sera minimizada a concorrência en corrente mês e ano. A chapa 1 (Força Ope sindical brasileiro e que tenham mais força
sindical, estabelecendo o recrutamento de rária) e a chapa 2 (Esperança Operária). e respaldo da categoria as lutas que serão
tre os própnos trabalhadores. Concorrên pessoal exclusivamente através do respec
cia essa que também permite a rotativida Os cothunistas de Osasco fizeram chegar à travadas nestes anos, contra a política de
tivo sindicato, um salário mínimo profis Voz da Unidade a sua posição. exploração e de arrocho, contra a ameaça
de da mão-de-obra e, conseqüentemente, o sional para todas as funções e a represen Os comunistas de Osasco sempre pauta
aviltamento dos salários. Sc todos tiverem de recessio e desemprego e pelas liberda
tação do delegado sindical na empresa. ram a sua atuação na busca da unidade de des democráticas e sindicais.
C SINDICALISMO
>
De 09 a 15/01/1981
METALÚRGICOS/DOQUEIROS
RIO DE JANEIRO
Na Baixada,
Samba,praia,futebol e ano é
iniciado com
o drama do camponês luta salarial
(Da Sucursal) — Duas das mais
importantes categorias de trabalhado
res da Baixada Santista estão em
Rogério Marques Gomes campanha salarial: os empregados da
Companhia Docas do Estado de São
RIO — Num dia qualquer de de Paulo — Codesp —, com data-base
zembro, o calor beirando os 40 graus, em 1 de janeiro, e os da Companhia
um grupo de homens se reúne à som Siderúrgica Paulista — Cosipa —,em
bra de uma árvore numa estrada do 1.® de março. Embora muitas reivin
município fluminense de Itaboraí, a dicações sejam específicas, pelo me
50 minutos de Copacabana, que tem nos alguns pontos são comuns nas
na citricultura sua principal ativida duas campanhas — principalmente a
de agrícola. São umas 20 pessoas, mais importância dada à organização e mo
ou menos, que discutem temas como bilização das categorias.
os direitos do homem do campo, a Para Arnaldo Gonçalves, presidente
conquista de uma vida melhor para do Sindicato dos Metalúrgicos de San
o assalariado agrícola, a exploração tos, "é assim mesmo que a coisa tem
de que é vítima este trabalhador. A que caminhar, pois melhorias sala
reunião é apenas uma das diversas riais, de vida e condições de trabalho
realizadas durante todo o ano pelo não caem do céu; têm que ser con
Sindicato dos Trabalhadores Rurais quistadas". Assim, a implantação de
de Itaboraí, no interior do município, reajustes trimestrais de salários acima
com o objetivo de elevar o nível de do índice Nacional de Preços ao Con
consciência dos camponeses. sumidor — INPC — e a legalização
"Se as reuniões são realizadas ao ar de delegados sindicais com estabilida
í a -de- de üâu duas daü reivindicaçúeii du^
to muitas vezes se vê impedida de en doquelros e cosipanos. Nelson Batis
trar nas fazendas pelos proprietários, X, está acabado. Diante disso, o Sin lido como recibo. Mesmo levando em ta, presidente do Sindicato dos Operá
que aléra disso chegam a demitir em dicato vem lutando para que os meei conta que muitas dessas conquistas rios Portuários — que, junto com os
pregados que resolvem se sindicali ros questionem esse direito de vender não são postas em prática, foi sem dú empregados na administração, guín-
zar." A explicação é do presidente do conjuntamente, como determina a lei, vida uma vitória pois dá ao Sindicato dasteiros e condutores de veículos ro
Sindicato. Raimundo Leoni Sânlos, para não ser lesado." meios de recorrer à Justiça quando o doviários, forma a Unidade Portuá
reeleito para uma segunda gestão O presidente do Sindicato salienta empregado é lesado." ria —, diz que "os trabalhadores de
com 85% dos votos e empossado no que os fazendeiros lesam também os -Santos conservam a mesma tradição
últirpo dia 22 de novembro. A repres trabalhadores arrendatários que alu "Por incrível que pareça, até a de luta anterior a 1964, característica
são por parte dos fazendeiros é tama gam um pedaço de terra sem dividir a construção da ponte RÍo-NiteróÍ trou que resultou em substanciais melho
nha que ele até evita entrar em cer produção, como o meeiro). "A lei xe problemas ao homem do campo de rias de vida".
tas fazendas para não expor os empre manda que o arrendatário pague pela Itaboraí. Com a ponte, e o encurta-
gados. Por isso, quase sempre as reu área que ocupa 15% corresponden mento da distância, houve uma valo
ABUSOS
niões são feitas nas estradas ou nas ca te ao valor total da propriedade, mas rização muito grande das terras do
sas de pequenos proprietários identi em vez disso o fazendeiro exige um município. Isso tem levado muitos
Mas, mesmo cora esse ímpeto com
ficados com as causas dos trabalha dia de trabalho por semana. Ora, se proprietários a se desfazerem de suas bativo, os trabalhadores santistas che
dores. este fazendeiro tem, por exemplo, seis 'fazendas, que geralmente são transfor
gam a enfrentar algumas dificuldades,
"arrendatários em sua propriedade, ele madas em loteamentos. E cada vez como aconteceu com os empregados
EXPLORAÇÃO DESENFREADA acaba substituindo pelo menos dois que uma fazenda é vendida, dezenas da empreiteira multinacional Sade —
empregados fixos, com quem teria de de trabalhadores perdem seus empre Sul Americana de Engenharia S.A.,
"Este é apenas um dos problemas cumprir uma série de obrigações tra gos. Muitos vão tentar a sorte na ci que opera na Cosipa. Os patrões re
enfrentados pelo assalariado agrícola balhistas, restringindo assim ainda dade grande — o Rio, no caso — e solveram servir comida estragada e
em Itaboraí, como de resto em todo mais o mercado de trabalho." ali acabam éngrossando o contingente tentaram confinar os operários em
o Estado do Rio de Janeiro", diz Rai de favelados e marginalizados sociais." barracos-prisão, num verdadeiro regi
mundo. "Basta lembrar que a maior UMA VITÓRIA EM 77 me de escravidão branca.
luta do Sindicato no momento é pela ELEVAR A CONSCIÊNCIA
A forma encontrada pelos trabalha
consolidação de direitos elementares Raimundo lembra que até há uns dores para protestar contra a emprei
conquistados pela classe trabalhadora oito anos era comum, em Itaboraí, o Na opinião de Raimundo, a solução
teira foi realizar passeatas pelas ruas
há muito anos, mas que ainda são um trabalhador rural — arrendatário ou de todos estes problemas e a conquista
de Cubatão, registrar queixa no dis
sonho para o homem do campo. Por meeiro — pagar ao fazendeiro pela de metas mais avançadas como a re
trito policial, denunciar o'caso à im
incrível que pareça, carteira profissio moradia com üm dia de trabalho gra forma agrária só virão realmente com
a elevação do nível de consciência dos
prensa e — é ciaro — promover reu
nal assinada, repouso remunerado, fé tuito por semana (no caso do arrenda niões no Sindicato dos Trabalhadores
rias, 15." e até salário.mínimo no Bra tário, pagava com dois dias). "Depois trabalhadores. "Por isso nós damos
na Construção Civil.
sil são' um privilégio do trabalhador de muita luta do Sindicato, esse tipo grande importância às reuniões nas
Além disso, o recentemente eleito
urbano. Quase sempre, o homem do de exploração deixou de existir, e os fazendas, que visam também aumen
presidente do Sindicato dos Trabalha
campo ganha menos que-o mínimo ofi fazendeiros passaram a cumprir a lei, tar a representação do Sindicato junto
dores nas Indústrias Extrativas da
ciai." descontando 20% no salário dos em às bases. Esse tipo de trabalho é mui
Baixada Santista, João Simão da Sil
"Mas a exploração não fica nisso. pregados pela moradia". to mais importante que a simples
disputa de cargos na diretoria do Sin va, foi ameaçado de dispensa pela Pe
No caso dos meeiros, a produção que Mas em 1977 houve um dissídio
dicato, porque além de dar suporte às dreira Santa Tereza, onde trabalha —
ele divide com o proprietário deveria coletivo — um dos primeiros entre
sindicatos rurais do Brasil, sem con lutas desenvolvidas pela entidade, enquanto não toma posse — com mais
ser vendida pelos dois conjuntamente,
mas quase sempre é o fazendeiro tar a área canavieira — e graças ao impede retrocessos como o de 1964. seis companheiros de diretoria. A des
quem estabelece os preços e vende a dissídio foram cancelados os 20% de Havendo uma consciência de classe, o culpa do patrão — que voltou atrás
produção, cujo lucro vai repartir com moradia, passando a ser obrigatória movimento dos trabalhadores não vai em sua decisão — era de que o Exér
o meeíro. Então o trabalhador tem de a residência gratuita, instalação de pri se desmobilizar, se as forças da bur cito não tem fornecido explosivos à
acreditar na palavra do proprietário, vadas nas casas dos trabalhadores e guesia pirenderem os líderes sindi pedreira por causa da segurança dos
quando este diz que a venda rendeu pagamento em envelope impresso, vá cais." moradores.
■c SINDICALISMO
>
ii.y-
De 09 a 15/01/1981
imperialismo
A questão
dos mísseis
na Europa
EUA qiierem reforçar uiilitarniente Estados
europeus para liquidar equilíbrio atômico e
controlar decisões sobre guerra e paz. Com isto,
ameaçam a distensão e esperam enfraquecer URSS
Robert Havemann* ataque até alcançar o objetivo há um num primeiro golpe as bases dos mís risco extremo a sua própria existên
intervalo de uma hora, neste tempo seis intercontinentais soviéticos. cia. A única potência que pode tirar
também o adversário pode lançar a Nos dez minutos de tempo necessá vantagem política e econômica de um
Há 365 anos, de 1618 a 1648, a
Alemanha empenhou-se na Guerra dos
maioria de seus mísseis. O resultado rios aos Pershíng 2 para atingir seus ataque preventivo desse tipo seriam
de um tal ataque seria inevitavelmen objetivos, e mesmo na situação mais os Estados Unidos. A Europa só fun
Trinta Anos. Quando a paz de West-
te a destruição recíproca. Logo, um favorável, os soviclicos não teriam cionaria como escudo protetor atrás
fáiia pôs fim a ela, os alemães sobre
viventes eram três milhões. Desde que
ataque com mísseis interconitncntais -tempo de abastecei nem mesmo alguns do qual os Estados Unidos, do lado
significa corrida ao suicídio. É sobre de seus mísseis intercontinentais. Por de lá do Atlântico, esperariam apenas
se estabeleceu o equilíbrio atômico, a
este fato que se baseiam os 35 anos sua vez, as bases soviéíivas de mísseis o fim da tragédia.
Europa vive em paz: uma inquieta-
de paz sob a égide do equilíbrio atô inlercontineniais colocadas no Leste Suponhamos que as negociações so
dora paz baseada no medo e no terror,
que sò perdura por causa desse equi mico. do país seriam atacadas simultanea bre a instalação desses mísseis entre
Agora, o plano noric-americano de mente do Alasca. Assim, após esse ata os EUA e a URSS e entre a OTAN
líbrio. Equilíbrio atômico significa
que cada aiaquc dcblrói uâu bú o agre armar os Estados europeus da OTAN que de surpresa com os mísseis de e o Pacto de Varsóvia fracassem e
com novos mísseis dc médio raio de raio médio; a União Soviética ficaria eles comecem a ser.instalados na Eu
dido, mas leva o agressor a uma ca
tástrofe inevitável. Se essa paz de 35 ação com alcance maior, persegue : entregue indefesa aos mísseis intercon ropa Ocidental. Será que a URSS po
anos. acaba, virá a guerra. Será curta, objetivo de liquidai esie equilíbrio tinentais americanos. A única respos derá ou estará em condições de assis
mas deixará atrás de si mSnos seres atômico e manter em suas mãos o po ta que a URSS poderia dar seria lan tir a isto inativa? Por quanto tempo
vivos que aqueles que sobreviveram der de decidir sobre guerra e paz sem çar seus mísseis de raio médio contra ela poderá admitir esta preparação de
à Guerra de Trinta Anos. E os pou temer o aniquilador contragolpe so a Europa Ocidental. A Europa se um ataque de surpresa que ameace a
cos sobreviventes serão também eles viético. Este piano americano tem transformaria num montão de ruínas sua existência? Com quantos míThÕes
todos vítimas infelizes, moribundos, uma lógica bastante simples. impregnadas de radioativida.de mor de mortos deveriam pagar, neste caso,
destinados à morte pela grande catás Os mísseis de raio médio da OTAN tal. O único perigo capaz de ameaçar a confiança no espírito pacífico dos
trofe que eliminará de uma vez por até agora alcançavam uma distância os Estados Unidos, depois disto, se EUA, que constróem sob seu nariz
todas as esperanças num mundo futu não superior a mil quilômetros. As ria a chuva atômica em conseqüência uma força ofensiva atômica com o
ro mais humano. sim, com estes mísseis não se podia da radioatividade acumulada na at auxílio da qual poderiam destruir , a
Mas ainda existe a possibilidade de empreender nenhum ataque eficaz mosfera, que atingiria toda a Terra. União Soviética na prática sem corre»-
nos livrarmos de uma tal catástrofe. contra objetivos na União Soviética, Mas é de se supor que os técnicos riscos?
Para isto é necessário que todos com fazendo-os partir das suas bases no competentes já tenham criado nos
A CHAVE PARA A SOLUÇÃO
preendam inteiramente o perigo que Europa Ocidental. Ao contrário, os EUA uma eficaz proteção com apa-
nos ameaça e aprendam a temê-lo mísseis de raio médio que deverão ser relhamenlo para depurar o ar e a Se se percebe inteiramente as con
seriamente. instalados na Europa -Ocidental após água. seqüências desta situação, chega-se
A bomba de Híroshiraa tinha a a decisão de dezembro de 1979, os Os ocidentais defendem o direito obrigatoriamente à conclusão de que
força explosiva de 20 mil toneladas Pershíng 2 e os Cruise, têm um alcan da OTAN se armar com estes novos nas negociações sobre os mísseis de
de TNT: uma bomba de hidrogênio ce de 5 mil quilômetros. mísseis de raio médio em decorrên médio raio de ação estão em jogo as
média tem a força de 20 milhões de Os Pershíng 2 têm a mesma velo cia do fato de a URSS dispor de mís vidas de centenas de milhões de euro
toneladas de TNT, ou a força de mil cidade de vôo dos mísseis interconti seis de raio médio capazes de atingir peus. Estou convencido de que a
bombas iguais à de Hiroshima. O nentais. Pelo seu alcance e velocida a qualquer momento, de suas posições, URSS está. disposta a dar qualquer
número das bombas deste tipo exis de de vôo, podem atingir, de bases os países europeus da OTAN. Em fun passo, mesmo de grande alcance, pa
tentes atualmente nos arsenais das européias, no máximo em 10 minutos, ção disto, a decisão da OTAN de de ra acabar cora a tensão na Europa,
grandes potências pode ser avaliado todos os objetivos militarmente im zembro de 1979 vem sendo chamada para liquidar o confronto militar e
entre 50 mil e 100 mil. portantes da União Soviética. Como se de "resolução para restabelecer o para chegar ao desarmamento radical.
Um míssil intercontinental pode trata de mísseis a combustível sólido, equilíbrio de armas", como se deste E que .nesta questão ela não busca
lançar sobre seu objetivo, com grande estão sempre prontos para serem dis modo a OTAN apenas estivesse reali vantagens militares para si, mas só é
precisão de tiro, mais de dez bombas parados. E como não ficam em bases zando o que a URSS já realizou no guiada pela busca de segurança diante
iguais a essa, percorrendo meio mun de lançamento fixas, eles dificilmente Pacto de Varsóvia.. Pretende-se assim da ameaça de um ataque nuclear. Além
do em sua trajetória. No seu vôo ba podem ser localizados a tempo no ca estar somente anulando a vantagem do mais, a distensão e a colaboração
lístico, precisa de cerca de 45 minu so de um ataque dc surpresa. Como militar que a URSS adquirira. É evi pacífica, em todos os terrenos, inclu
tos para percorrer uma distância de se depreende da nova estratégia do dente que esta argumentação só serve sive no econômico, são hoje mais Ho
20 mil quilômetros e metade desse governo americano," só recentemente para enganar a opinião pública mun que nunca do interesse da URSS. As
tempo para percorrer 10 mil quilô conhecida, os objetivos soviéticos que dial. sim, parece-me que a chave para a
metros. O míssil pode ser carregado deveriam ser atacados por esses mís Oue interesse teria a URSS em ata solução dos problemas europeus está
em 30 minutos, talvez um pouco seis de raio médio não são mais as car a Europa Ocidental se não está na Alemanha, muito mais do que sus
mais. Adraitindo-se que o carregamen grandes cidades e os grandes centros seriamente ameaçada pela OTAbT? A peitamos hoje.
to de numerosos mísseis interconti industriais da URSS, mas "objetivos União Soviética não tiraria nenhuma
nentais pode ser detectado pelo adver militares importantes e centros de ope vantagem da transformação da Euro
sário através da observação de saté ração". Tudo fica muito claro: com pa num deserto atômico. Se desenca * Robert Havemaim é cientista e filósofo
lites, e como a partir da ordem de estes mísseis devem ser destruídas deasse uma tal ação só colocaria em alemãoKiriental.
■( IfíTERNACIONAL J
De 09 a 15/01/1981
V. j
-c CULTURA
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De 09 a 15/01/1981
CULTURA
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De 09 a 15/01/1981
As três verdades
do Mundiãlíto como nenhum jogador no mundo in
teiro.
Marcos Cláudio Não são tudo o que imaginam ser,
e o Brasil provou isso, mas, sem dú
vida, estarão os argentinos entre os
Pelo menos três verdades foram favoritos na Copa de 82, na Espanha.
reveladas nesse Mundialito, torneio Como os alemães, aliás. Mesmo sem
que os uruguaios promovem para co contar com os dois jogadores mais im
memorar o cinqüentenário da primei portantes de seu incansável esquema
ra Copa do Mundo, também.dispu defensivo — Stielike e Schuster, atual
tada em Montevidéu e ganha pelos mente no futebol espanhol não foram
donos da casa. liberados —, a Alemanha, saindo do
A primeira delas, cristalina, diz rigoroso inverno alemão para o verão
respeito ao vetusto "Estadão", dando uruguaio, justificou seu título de cam
mais uma prova de sua objetividade peã européia e desfilou dois grandes
e apego à verdade. Todos lembram, e jogadores, que satisfazem até os mais
aqui mesmo foi comentado, que para exigentes românticos da escola latino-
c jomaíão os Jogos Olímpicos de americana; Rummenigge, o número
Moscou foram disputados em pleno 8, eleito melhor jogador da Europa e
inferno, sob um clima altamente re Hansi MuIIer, o 10.
pressivo, numa cidade em que as mu O Mundialito foi também o defini
lheres usavam saias e as placas de tivo canto do cisne holandês, um país
orientação no metrô eram todas escri que provavelmente vai sofrer mais que
tas cm russo. Pois bem. o Brasil. pós-Pelé para reencontrar
Passado o susto olímpico, felizmen uma geração igual à que foi duas ve
te sem que tivéssemos o nosso João zes vice-campeã mundial, em 74 e 78.
do Pulo seqüestrado, passada tam
bém a visita da Papa ao Brasil sem Já a Itália mostrou o de sempre.
que Sua Santidade descesse no heJi- Time respeitável, interessante mas,
porto do 2." Exército — como tantas curiosamente, sempre incapaz de su
vezes e na primeira págiua fui anun perar-se em momentos agiido.s, mes
ciado pelo secular diário — e ainda mo que se dê o desconto para a vio
vivendo a frustração pelo bom enca lência de que foi vítima contra o Uru
minhamento da solução dos proble guai. Mas é uma seleção já pratica
mas poloneses, eis que a cobertura mente classificada para o Mundial e
do Mundialito se restringe ao futebol, que deverá disputar uma posição en
já que o palco do tonieio é um país
paradisíaco. Bem feito. Baila Brasil. Baila comigo. tre os quatro primeiros em 82.
Falta falar da brava, aguerrida, às
Abandonando o ramo de assaltos a
Agora, o que menos importa, é ganhar da casa. Se for só futebol e disso nós e o vezes valente mesmo, às vezes dema
bancos — em virtude do fracasso na mundo todo já estamos mais do que con
empreitada, é claro —,o jornal passa do Uruguai e ser campeão do Mundialito. vencidos.
siadamente violenta. Celeste uruguaia.
A seleção brasileira tinha uma missão a Não é um grande time; em condições
a tratar o esporte pelo esporte. cumprir em Montevidéu e conseguiu cum O importante, no momento, é registrar
A segunda grande verdade fica co pri-la de maneira tão emocionante, a co que sem Falcão, sem Zico, sem Reínaido, normais não pode com o Brasil, com
meçar pela garra demonstrada no injpsto enfiamos quatro, nada mais que quatro a Argentina, com a Alemanha. Mas
mo lição aos que insistem em mistu- gois nos campeões europeus, um time for
Tar alhos com bugalhos. empate por um gol contra a Argentina e
tíssimo, desses que não se vê a toda hora.
é uma proposta, e uma proposta jo
continuando com o magnífico espetáculo vem.
O mesmo povo que há poucos dias que proporcionou na goleada de 4 a 1 dian Impusemos a goleada e jogamos o velho,
deu uma inédita manifestação de co te da Alemanha, que o resto, o que vier do incomparável — aquele de 1958, 1962, 1970
futebol bem brasileiro. Sem medo de Mescla a famosa garra, catimba,
ragem e fé democrática, derrotando jogo de sábado, sejamos honestos, é lucro.
sofrer um gol, confiantes que lá na frente banditismo, com alguma arte de jo
a ditadura uruguaia num plebiscito Ganhar do Uruguai não acrescenta nada é que se decide tudo. gadores como o surpreendente Rubén
dé cartas marcadas, está hoje nas ruas hoje em dia no panorama mundial. Primei .Não, não peçam agora a isenção, a ava Paz, o artilheiro Vitorino, o ponta-di-
comemorando a classificação da len ro porque a celeste está em fase de recons liação crítica das qualidades e defeitos reita Vargas.
trução total e cm nenhum momento desse mostrados na histórica vitória. Isso fica
dária e um tanto desmoralizada sele para depois;
ção campeão do mundo em 30 e 50, torneio se impôs como escola de futebol.
Somos, outra vez, o melhor, demonstra
A seleção uruguaia teve a seu favor
Depois, porque uma decisão em Montevi a organização de upi torneio feito pa
para a final do Mundialito. déu será parecida com qualquer coisa, me mos outra vez, que futebol é com a ginga
Estará o povo uruguaio incorrendo nos com futebol, vocês verão. Vai ser luta, brasileira e o resto é resto, com todo res- ra ser vencido por ela, a começar pelo
numa contradição?- Seguramente não. vai ser guerra, vai valer tudo. peito. ,, fato de cair na chave mais fácil. Foi
Podemos e até devemos vencer os donos E tem mais. Vamos vencer o Uruguai. também beneficiada pela complacên
Votou contra uma Constituição auto
ritária cora consciência e altivez da cia dos árbitros, liberais ao exagero
mesma maneira que festeja rísonha os diais de 78. Nesse jogo Telê mostrou A Argentina de Menotti — simpa em relação à- violência empregada pe
feitos de seus jogadores, mostrando que está na trilha correta, embora ha tizante do Partido Comunista Argen los donos da casa, mas, sem dúvida,
enfaticamente que cada coisa tem seu ja muito ainda para ser feito, ressal tino, conforme a revista "Veja" faz se vencerem a final neste domingo,
lugar e hora. Só isso. vada, é claro, a ausência de Zico, de questão de afirmar em sua última edi serão legítimos campeões para o "Es
Finalmente, o Mundialito deixa Reinaldo e de Falcão, maior pecado ção, despreocupada com os problemas tadão" que não se lembrará do .boico
boas lições também no fut-T>ol e é do técnico, que preferiu ficar sem o que o treinador possa vir a enfrentar te inglês, serão heróis de um povo
sobre isso que vamos falar mais. craque a tê-lo apenas em cima da ho com Videla e seus asseclas —, conti magnífico que anda mérecendo uma
Nossa Seleção começou a reconci- ra, prurido que os próprios campeões nua a ser uma seleção de respeito, alegria e, ainda, serão apenas uma
liar-se cora a torcida brasileira, capaz mundiais não tiveram ao trazer o arti ainda mais agora que tem do seu lado esperança que tenta readquirir o pres
de momentos brilhantes e de demons lheiro Kempes, da Espanha, nas mes o exuberante futebol de Diego Mara- tígio futebolístico perdido era algum
mas condições em que o ex-jogador do dona, um pequeno monstro do futebol lugar, em algum dia, de um passado
trar muita garra no árduo embate
Inter viria da Itália. atual, capaz de aliar arte.e eficiência mais ou menos recente.
diante dos argentínos, campeões mun-
V ESPORTES
>
Em El Salvador,
revolucionários
lançam ofensiva
Após grande greve geral
da unidade DIRETOR RESPONSÁVEL; Henrique Cordeiro
e vitórias militares,
principal ameaça é
intervenção estrangeira
SÃO PAULO, DE 16 a 22 DE JANEIRO DE 1981 > ANO II - 41 - Cr$ 30,00 pág.13
Ampliar o
Durante os últimos meses,
evidenciou-se que uma nova
se pode exigir- que uma classe,
sem negar-se a si mesma, dê passos
capitalista das duas últimas
décadas c pelos avanços
que transforme a idéia de um
"pacto anti-recessivo"
orientação política começa a ganhar maiores do que permitem suas organizacionais e iiieúlógicos da na proposição
bases sólidas de sustentação entre o próprias pernas, repousa classe operária. E precisamente por de um amplo compromisso
empresariado brasileiro. Após exatamente nesta marca de classe o isto que a questão se coloca como nacional de superação
diversas e sucessivas declarações fato político de primeira ordem. decisiva para os trabalhadores democrática da crise.
favoráveis a uma nova política E isto porque se pode observar, brasileiros. Um compromisso nacional que
econômica, lideranças empresariais entre os empresários, o nascimento de Através de suas lideranças tenha em sua base o conjunto dos
ligadas à FIESP encaminharam a uma postura que busca substituir políticas e sindicais, cabe à classe trabalhadores, que seja a expressão
destacados líderes sindicais as benesses particulares obtidas operária uma intervenção que das principais correntes políticas e
paulistas uma proposta de diálogo, graças à repressão e à mediação alargue a proposta de diálogo e ideológicas do país e que
tendo como eixo o estabelecimento de estatais pelos desafios do fazer impeça que ela tenha incorpore o programa democrático
um "pacto anti-recessivo". política e do diálogo. qualquer efeito em sua plenitude. Ou seja, um
O processo em curso revela um O deslocamento da burguesia divisionista ou desmobiltzador. verdadeiro pacto que se articule
movimento da burguesia brasileira para o campo da Para íqnto. precisa evitar que o :om as lutas imediatas — contra a
brasileira em direção à reconquista democracia ainda não é um dado diálogo permaneça restrito aos recessão, o retrocesso e a
da autonomia políiica_ perante seu definitivo, mas antes uma setores mais avançados do manipulação eleitoral, em defesa
próprio Estado e à redefinição de tendência. E ele não se faz por mero proletariado, atuando para nele das eleições de 82 e da
suas relações para, com a democracia. acaso, apenas como incluir todas as categorias de Constituinte —, impulsione a luta
Sabemos todos que hâ neste resultado dos trabalhadores. Com isto, ele ganhará antiimperialista e se abra para a
movimento uma ineliminâvel marca esforços empresariais. Pelo as massas. construção da sociedade
de classe, a estabelecer os limites e contrário, expressa a crise geral que Da mesma forma, as forças democrática exigida pelo nível de
interesses reais da nova atitude atravessa a sociedade e está políticas devem examinar a desenvolvimento e pelas
empresarial. EntretantQ. como não determinado pelo desenvolvimento possibilidade de uma intervepção aspirações das massas brasileiras.
V-">rr"""=
De 16/01 a 22/01 de 1981
C GERAL
>
De 16/01 a 22/01 de 1081 VSSL,
A classe operária
e a nova postura
dos empresários
Lideranças operárias não podem ignorar o elemento
positivo que há na nova atitude do empresariado
e não têm porque recusar conversações. Mas devem
se preparar para elas, em conjunto com as massas
Teodoro Mello Nas negociações, líderes sindicais r,l»;vcifí ter papel altivo
< POuncA
>
De 16/01 a 22/01 de 1981
ENTREVISTA
formar num instrumento da reprodução do
capital monopolista mternacional e nacio
nal aplicado na região, além de continuar
sendo o principal esteio das oligarquias Io-
c<'i¥. Esta associação objetiva, porém, não
V. C política
>
Pe 16/01 a 22/01 de 1981
EMPRESÁRIOS tual candidato à presidência do Sindi ainda davam, ao povo, pão é circo,
cato dos Metalúrgicos de São Caetano mas, na democracia da FIESP, pelo
do Sul por súa honesta atuação no visto, elas pretendem dar somente
movimento sindical, principalmente circo. Falando da liberalização dos
< POUXICA
>
De 16/01 a 22/01 de 1981
COMUNISTAS
uma yida
pelo socialismo
O dedicado combatente conta seus primeiros
contatos com a política, com a organização da
classe operária, com o sindicalismo e com o PCB Mário Velhinho
Anronio Floriano Centelha Fcrnuii- Nisso influíam muito as concepções diz Mário, "que era uma categoria à luta. Morena foi morar num sobra-
des é u noine civil do velho c conhe políticas dos anarquistas. Eu mesmo, mais alta, mais intelectual, -havia rei dlnho da rua João Soares e começou
cido militaiue popular. Mário Velhi que era bastante influenciado' por vindicações maiores". a trabalhar. O trabalho foi bom; pri
nho. Nascido em 1904 em Espifioso elas. resisti bastante. Mas aos poucos Foi também nessa ocasião que Má meiro nos tecelões, onde já havia al
dei Rey, na província de Toledo, Es fomos nos organizando e acabei até rio ingressou no PCB e aderiu aos guma coisa organizada, e no fim toda
panha. Mário Velhinho chegou ao presidente do Sindicato. Pouco a pou princípios marxistas. Mário conta pa a Sorocabana já estava organizada".
Brasil com 8 anos de idade. Como tan co ele foi se fortalecendo e em 1934 ra a Voz como foram "aqueles tem
tos espanhóis, italianos e outros cjue pudemos Tealizar uma grande greve. pos": "Em 34 entrei para o Partido. Mário Velhinho transferiu-se pos
fugiam da miséria e buscavam o eldo Ela começou na fábrica Santa Maria, Logo participei da ANL. Organiza teriormente para São Paulo, onde còn-
rado americano. Mário foi com seus que era do Gasparian. E houve mor mos um grupo para tomar o,quartel linuou a batalhar pelos ideais que de
pais trabalhar nos cafezais paulistas tes. O patronato respondeu com vio e pensamos sabotar a Cia. Telefônica. fende ardorosamente até hoje. Iss') se
de Itapeiininga. Entretanto, homem lência. vieram os capangas e mataram Ficamos esperando que a coisa estou reflete no brilho do seu olhar qumdo
já curüdo pelas lulas do proletariado o companheiro Vitorino Mendes." rasse em São Paulo. Mas não houve relembra para a Voz os gloriosos ou
urbaho. o pai do Mário, que era pa Razões para a greve é que não fal nada, ou melhor, houve sim. Muita os difíceis momentos que viveu e que
deiro dc profissão, transferiu-se para tavam. como assegura Mário Velhi repressão. Nesse tempo apareceu em vive como um bravo militante das lu
.Agudos e logo em seguida para Soro- nho, mas a reivindicação era só a Sorocaba o Roberto Morena que reor- tas populares pela democracia e pela
cahn. cnião riorescente centro indus questão salarial. "Já na^Sorocabana". g.anízon o Partido e deit novo alento cnnsiruçâo do socialismo no Brasil.
trial .
Foi lá que. ainda menino, Mário
Velhinho se lurnou tecelão da Voto-
rantin. E descobriu que a sone dos zerro e depois exportavam tudo para
cinco ou seis mil trabalhadores da fia
ção, tinturaria c estamparia dos Er-
mírio de Moraes, pouco diferia da
Granja, combatente São Paulo. E nós comendo bochecha
que o fazendeiro arrematava nos açou-
gues". Depois deixou de ser peão e
quela dos colonos dos cafezais. Mas, foi para Campo Grande, onde se tor
perspicaz, também logo descobriu
que a concentração dos explorados
em grandes unidades fabris era a cha
das lutas populares nou lenhador, jornalista e mais tarde
presidente do Sindicato dos Carro
ceiros.
ve para organizá-los e liquidar com a Por defender seus ideais foi dura
exploração. mente perseguido pela repressão polí
Em entrevista à Voz, Mário Velhi tica. Foi inúmeras vezes preso. Foi es
nho conta como travou contato com
pancado, torturado, ao ponto de per
a política. "Fui conhecendo um e ou
der a visão, os testículos, a saúde, sem
tro, tudo revoltado. Daí veio o negó
cio do Sacco e Vanzetti. Aquilo me nunca ter traído seus companheiros de
revoltou. Em Sorocaba, os operários luta. Por tudo que passou em sua lon
realizaram grandes manifestações e ga vida de militante das causas popu
protestos de rua. Não havia manifes lares, Granja é hoje um símbolo da
tações de outras camadas. Junto com resistência democrática no Centro-
os companheiros da Votorantin par Oeste do país.
ticipei de quase todas. Ali, conversan
do com um e outro fui aprendendo e JORNAL DO POVO
tomando conhecimento do "porquê' Acelino Granja:
das coisas. Os realizadores das matérias com
Daí para a participação na organi O depoimento do líder popular meira participação num movimento Granja — o repórter Ivan Nassif e a
zação dos operários têxteis de Soro Acelino Granja, publicado nunía sé reívindicatório foi numa fazenda em equipe do Jornal,do Povo — em carta
caba foi um passo. "Por volta de rie de matérias sucessivas, a partir de Porto Murtinho e, como ele mesmo enviada à Voz da Unidade afirmam
1930", conta Mário, "conseguimos 4 de janeiro, no Jornal do Povo, de conta, no seu depoimento ao Jornal que "...os episódios relacionados à
juntar uns cem trabalhadores e fun Campo Grande (MS), retrata de for do Povo, "lá na fazenda eu comecei luta de Acelino Granja são episódios
damos o Sindicato dos Tecelões de ma humana e comovente a luta que a ter os primeiros entendimentos so relacionados à luta do povo brasileiro
Sorocaba. Antes já se havia tentado. ele e tantos outros heróis anônimos bre a situação do homem que traba em busca da liberdade e do Estado de
Mas quem estava à testa eram os anar desenvolveram, ao longo de toda a lha. Aliás, numa fazenda, eu fiz uma Direito. É a mesma luta que travamos
quistas, que tinham grande influência vida, contra a falta de liberdades pú greve. Inconsciente, né? Eu achei que hoje para expurgar o regime antipo-
na cidade. As associações formadas, blicas no país e as formas brutais era demais. Absurdo. Então tinha 16 pular".
entrflUftnto, tinham vida curta." de exploração a que está submetida a peões na fazenda. Aí, eu fui, chamei No final da carta prestam solidarie
Segundo Mário, "antes de 30 não imensa maioria do nosso povo. os peões e disse: 'Vamos parar com dade e apoio ao trabalho desenvolvi
havia sindicatos, pelo menos em So toda essa bodega, aqui. Ninguém mais do pela Voz da Unidade e se colocam
rocaba. Reuníamos, fazíamos algutna LÍDER POPULAR vai trabalhar. Acabou mandão. Aqui "ao lado da, luta pela legalização do
coisa, mas nada que fosse duradouro. não tem mandão. É vamos ver em que Partido Comunista e pela organização
Depois da legislação sindical de Ge- Acelino Granja é um homem de se pé vai ficar.' A gente fjcava com de todas as forças essencialmente em
túlio resistimos bastante a aceitar tenta anos de idade. Foi durante toda aquela bochecha do gado! Nós criá penhadas em conquistar a democrati
aquela estrutura atrelada ao Estado. sua vida um líder popular. Sua pri vamos o bezerro, ínvemávamos o be zação do país".
y
NACIONAL
>
De 16/01 a 22/01 de 1081
ECONOMIA ,
De 16/01 a 22/01 de 1981 vl
esto ffuerra, o povo siftt" — foi a manchete da
Luta Democrática do dia lOy refenndo-se a mi
tiroteio entre polícia e bandido na véspera^
numa favela do Rio^ onde a violência cresce a cada dia,
e se sofistica, cliegondo à Zona Siü e aos edifícios e
mansões milionários, até há potico redutos de
tranqüilidade e luxo, e agora vivendo a rotina da
Zona Norte e da periferia da cidade.
Muitas e coyihecidas são as causas e já não convencem
ãecluragões como a do ministro da Justiça, Abi-Ackel,
de que o aumento da violência se deve à omissão policial.
Um argumento simplista, que ignora o cresámento m\
desenfreado dos centros urbanoíi, as desigualdades sociais,
as migrações constantes que não encontram ícma
infra-estrutura adequada nem as mínimas oportunidades
de uma sohrevivêmda decente, Isso sem contar com
o apelo ã violência de um sistema cada vez mais
ambicioso, onde o consumo é exacerbado e as "delícias"
prometidas pelos órgãos de comunicação invadem os lares
-— hasta ver as antenas de TV nas favelas a matorig
incapazes de obter tudo o que "traz felicidade".
"Do rio que tudo arrasta se diz que é violento;
mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem"
— lembra Bertolt Brecht.
Eficácia no combate
Violênci 4
i
c NAC
Pe 16/01 a 22/01 de 1981
Exemplo de
um dia
violento: 9 de
janeiro
• Na favela Fazenda de Manguinhos,
em Higienópolis, 40 policiais, 10 via
turas e até um helicóptero: um tiro
teio com três assaltantes durou uma
hora e 10 minutos, resultando na mor
te dos três e em um policial ferido.
Após o tiroteio, batida na favela, com
dezenas de presos.
• Porque xingou um motorista de
barbeiragem, um homem levou um
tiro no ombro em Higienópolis.
• Em Campos Elíseos, um menino de
15 anos foi morto com três tiros nas,
costas. • Uma rádio-patrulha impediu o as
• Um incêndio criminoso destruiu salto de um ônibus em Copacabana,
parcialmente a Escola Municipal Gus Depois de um tiroteio, um dos ladrões
tavo Arbustes.
morreu e o outro, menor, foi preso.
• No Cemitério São João Batista, um
• Mais dois corpos crivados de balas cerrado tiroteio entre cinco viciados
foram achados em São João de Me- em drogas e o segurança do cemitério.
no Rio: rili.
• Um homem assaltou dois ônibus em
Duque de Caxias em menos de meia
hora, levando o dinheiro dos cobra-,
dores.
Um dos viciados foi baleado com dois
tiros pelos colegas.
• Depois de roubar um apartamento
na Tijuca, assaltante foge num táxi e
é preso: o motorista era um PM.
gros da ditadura, a pânico ante o "aumento de subculturas da parcialmente mutilado por homens ar colocar grades nas janelas, usar bolsas
violência", com uma população impren mados. Foram assaltadas mais de uma coladas ao corpo, nunca usar jóias na
drada pela miséria, sada entre o medo dós assaltantes e o vez 400 mil pessoas e 700 mil cariocas rua, andar sempre com "alguma grana",
medo da polícia, como bem disse o preferiram não apresentar queixa, a maio para não correr o risco de ser morto por
► imprensada entre o teatrólogo João das Neves numa manifes ria por estar convencida de que a polícia que um assaltante se irritou com o "cara
tação no Bairro Peixoto, em Copacabana, é irremediavelmente ineficaz e padece há limpo", andar com a janela do carro
es e da polícia dia 11, centra a violência. muitos anos da doença da corrupção. fechada e a porta trancada, "fechar o cor
Os números e as reações da popu E 1980 terminou com o total de 2 po", além de. inúmeras outras idéias su
lação falam por si. Numa pesquisa reali mil e seis cadávares encontrados na gestivas ou "criativas" são tomadas.
>ttoni zada pelo fornal do Brasil em março de Baixada: em apenas um ano, a violência A população se sente em "guerra
1979 com 4 mil moradores de 23 regiões na Baixada matou mais que a violência civil" e perplexa, apesar de já se ver
administrativas, constatou-se que a maio política em meio século: alguma forma de reação coletiva, como
onômico. Os que contemplam os frutos ria dos cariocas não considera a policia a manifestação dia 11 em Copacabana, e
progresso e não os podem alcançar por eficiente. Só 34% dos assaltados regis o desabafo de um entrevistado pela TV
?ios legais, podem aceitar a violência tram queixa e, entre os que não o fazem, Globo: ao ser interrogado se já fora as
mo solução conveniente, justificando 77% agem assim porque "não adianta saltado, respondeu: "Só hoje, três vezes.
a agressão em termos de suas próprias nada", 5% porque temem represálias dos Quando tomei café, peguei o ônibus e !
ncepções de justiça social. Ded o au- ladrões, e 7% porque não confiam na almocei."
ento de subculturas da violência, que polícia. No mesmo dia, o habitualmente
ram um sistema de normas e valores
O descrédito na polícia chega aos silencioso general Murgel, secretário de '
se afastam da cultura dominante."
próprios policiais: um foi assaltado. Ia Segurança do Rio, decidiu-se a dizer duas
VERÀÔ É O RETRATO se queixar, mas achou a bolsa com os palavras sobre a questão da violência.
documentos e desistiu, "porque não adian Diante de uma população estarrecida, fa
O verão 80/81 — com grande inci- ta nada". lou como se fosse habitante de outro pla
ncia de assaltos, a sofisticação dos no- A pesquisa também demonstrou que neta: "Eu estou tranqüilo. Ando na rua
<s bandidos que entram calmamente em 44% das famílias (média de cinco mem sozinho e vou à praia sozinho e nada me
incos, saqueiam apartamentos de luxo bros) sofreu um assalto. acontece. A população pode e deve ficar
até um prédio inteiro, e os assassínios Um outro levantamento do Gallup, tranqüila, Não tem de entrar em pânico." ■
atuitos para um roubo de um simples citado pela revista Veja do dia 7, revela Menos de duas horas depois de ouvi-lo,
trdão de ouro — retrata bem a situação que 36% dos entrevistados cariocas so na noite do dia 8, um coronel da Aero
"cidade maravilhosa", alegre, brilhan- INSEGURANÇA
freram pelo menos um assalto em 1980 náutica saiu com seu carro para apanhar
■, colorida na Zona bul, sombria, aban- e / milhão de moradores do Rio, nos Comprar cães, contratar guarda-cos um remédio na Tijuca. No caminho foi
onada na Zona Norte, mas toda ela em últimos dois anos. viram seu patrimônio tas, comprar fechaduras "antiladrão". seqüestrado e morto.
NAL
> J
De 16/01 a 22/01 de 1981_
c SIIÍDICAt 2>
De 16/01 a 22/01 de 1981
GATUNAGEM
Abaixo a intervenção
em São
O Sindicato dos Metalúrgicos de
Caetano do Sui! Qual é a empresa que vai acreditar
São Caetano está sob interven em acordo assinado por uma "direto
ção desde sábado passado às ria" eleita por fantasmas?
5 horas da madrugada. E o Se não colocarmos as coisas no lu
interventor até que é bem conhecido; gar, se o nosso Sindicato não funcionar
esteve presente aos movimentos grevis como é seu dever, se não existir uma
tas do ABC mas sempre correu da diretoria verdadeira, a família metalúr
raia nos momentos mais difíceis; fazia gica vai sofrer, infelizmente, todas as
parte da Unidade Sindical mas há me conseqüências de se ver desunida e
ses que nenhuma entidade lhe dirige a desamparada.
paJavra; foi membro dirigente do PT
mas acabou expulso por traição à Precisamos nos unir contra o de
classe operária; procurou ser um pe- semprego, contra os baixos salários,
lego entre os interesses dos patrões e contra os usurpadores do nosso Sin
os tiabalhadores mas nenhuma fábri dicato.
ca, agora, confia na sua assinatura
E para que essa batalha seja vito
embaixo de qualquer acordo.
riosa não podemos perder o ânimo e
Cotn vocês o novo interventor-fim- terá que haver a colaboração de todos
de-liuha, loão Lins Pereira!
e de cada um em particular. NIN
Melhor do que qualquer reportagem GUÉM PODE OFENDER A DIGNI
sobre os últimos acontecimentos (o
DADE DOS METALÚRGICOS DE
nome certo seria roubalheira, gatuna- SÃO CAETANO."
gem, falta de vergonha na cara, traição
descarada à classe operária) é acom Os leitores deste jornal — pessoas,
panharmos o icxiu redigido pelo Movi certamente, identificadas com os ideais
mento de Renovação Sindical de São democráticos e as causas populares —
Caetano do Sul, liderado por Frei Chi devem procurar formas (todos podem
co, e que está sendo distribuído, esta fazer alguma coisa) de combater mais
semana, na porta das fábricas. Sob o Frei Chico proteata contra a farsa do 'qiiorum", logo após o anúncio dos este crime contra a classe operária, É
título "Lins roubou para continuar vi resultados pela mesa apuradora. preciso derrotar politicamente a inter
vendo às custas do Sindicato" diz o venção jm Santo André, em São Ber
panfleto dos trabalhadores: nardo e, agora, em São Caetano.
"Parece incrível mas esse tal de Lins Então veiam o que eles fizeram na para defender os interesses dos traba
e seu grupo teve a coragem de falsifi CM: lá existem 4.124 sócios, mas a lhadores. É pelo ABC que se começa a luta
car, descaradamente, milhares de vo lista que eles prepararam dizia que só E qual é o trabalhador, daqui para de verdade pela liberdade e pela auto
tos para parecer que foi eleito presi 2.629 companheiros teriam direito a a frente, que vai botar fé nessa "nota nomia sindical no Brasil. A omissão
dente do nosso Sindicato. voto falsa"? será julgada pela História. (S. G.)
A trapaça foi tão grande que nós Na Metalúrgica São Caetano, de 77
vamos abrir um processo na justiça sócios com direito a voto eles dimi
para impugnar essas "eleições". nuíram para 52 e acabaram cortando
Na General Motors, por exemplo o companheiro Bento Orival MUani —
(urnas 4, 5. 6 e 7), votofom menos de famoso por ser o Operário Padrão do
SOO trabalhadores, mas as urnas che ABC — e que tem 22 anos de sindi
garam na sede, para apuração, com calizado.
1257 voios. sendo que 1215 para a £ como diz o ditado: a mentira tem
chapa única do Lins. pernas curtas.
Os trabalhadores da CM sabem, E oa^a completar o roubo, a apura
melhor do que ninguém, que esses vo ção dos votos que estava prevista para
tos não existiram: sabem que isso é começar às 10 horas da manhã de sá
uma falsificação, r^ue isso é um roubo. bado (dia 10) foi iniciada à meia noite
E quem rouba tem que prestar con de sexta-feira (dia 9, uma hora após o
tas à Justiça. encerramento oficial das eleições).
Na Brasinca, votaram apenas 57 pes Tudo para impedir a presença da cate
soas mas a urna n." 9 chegou na mesa goria porque essa gente não tem mais
apuradora com 414 votos e — vejam condições de olhar ninguém na cara.
vocês!!! — com 405 para a chapa dele Os convidados da diretoria para essa
e apenas 2 votos nulos e 7 em branco. "festa na calada da noite" eram sim
Isso se repetiu em diversas outras plesmente: funcionários do Sindicato,
empresas. alguns familiares e dezenas de poli
Às listas de votantes foram falsifi ciais.
cada para diminuir o quorum mínimo. Os metalúrgicos de São Caetano não
A eleição só teria validade se 2/3 dos podem ser humilhados e desacatados
eleitores comparecessem. E todo mun dessa maneira por esse grupo que não
do sabe que nem 10% dos associados tem a menor dignidade.
compareceu, revelando uma grande A crise econômica que o Brasil atra
consciência sindical contra essa farsa. vessa, a inflação disparada, a campa
A verdade é que a categoria fez uma nha salarial que se avizinha (a data-
verdadeira greve contra essa banda base é 1.° de abril), tudo isso, exige Polícia na porta © Uns na janela. Este é o Sindicato que, agora, está
lheira. um Sindicato forte e representativo sob Intervenção.
c SINDICAL
>
VSSL De 16/01 a 22/01 de 1981
EDUCAÇÃO
>
De 16/01 a 22/01 de 1981
A RESISTÊNCIA PATRIÓTICA
ribundo governo Carter e o nascituro go
verno Reagan, Até mesmo a respeitabilíssi-
ma figura de dom Heider Câmara afirmou,
recentemente, que a diferença entre eles
era "igual à existente entre a pepsi-cola e
Violência aberta, manobras e ameaça permanente de Os planos da junta militar-democrata a coca-cola" — isso é, nenhuma. Gente in
cristã (e de seus sustentáculos externos), teligente, como os jornalistas Paulo Francis
intervenção estrangeira não conseguiram derrotar todavia, estão sendo reduzidos a nada pela
c Cláudio Abramo, por exemplo, insiste em
resistência patriótica das forças revolucio
resistência democrática e revolucionária, que hoje nárias e democráticas de El Salvador.
minimizar o que distingue o novo do velho
governo norte-americano, recorrendo a ar
desenvolve ampla ação armada unitária e de massas As escaladas militares da junta contra as
forças armadas revolucionárias têm se re gumentos quase irrefutáveis. Gostaria mul
velado inúteis. A guerrilha revolucionária to de acreditar nisso, mas não consigo.
Por que?
Quando assassinam (depois dc violentar não possui, por seu turno, nenhum caráter
José Paulo Netto cruel c covardemente) cerca de 50 pessoas foquísta: expressa, inversamente, uma ge Em primeiro lugar, porque acho que"
neralizada e crescente luta de massas. Nao
Reagan simboliza alguma coisa que tem
por dia. os grupos militares e paramilita força própria, que influi no quadro políti
res da Junta não agem cegamente. Pelo é casual que os revolucionários já estrutu co norte-americano e mundial mesmo à re
A última manobra da junta que ainda contrário; concretizam uma estratégia cui rem forças militares regulares.
detém o governo de El Salvador não en velia do presidente-eleito ou dos homens
dadosa. consistente na eliminação indiscri Precisamente esta luta de massas contra
ganou a ninguém; a nomeação de Napo- a junta e tudo o que ela representa per por ele escolhidos para integrar seu mi
minada da população como primeiro está nistério. Reagan simboliza o mundo do mo
ieón Duarte para fazer as vezes de presi gio de um plano global de "estabilização" mite aos revolucionários e democratas sal
dente da República — um golpe de Estado cinho e do bandido, o maniqueísmo com
do país. Paralelamente, realizam assassina vadorenhos uma extraordinária ação unitá
que libera inteiramente as mãos fascistas ria. A experiência unitária, que responde sua pobreza intelectual de um gibi e seu
tos seletivos, que liquidam personalidades obscurantismo medieval. É a volta ao prc-
dos generais Gutiérrcz, Carranza. Casano- influentes da sociedade civil. Sabe-se que pelos seus êxitos, opera-se em distintos ní
va e Garcia — foi imediatamente desma- to-e-branco, quando o universo político pa
após este estágio — de generalização do veis.
recia mais matizado, mais colorido, mais
carada. O arcebispado salvadorenho não terror físico e social e de eliminação de As forças revolucionárias organizadas do
hesitou em anunciar a artimanha como me país — o. Partido Comunista de El Salva pluralista. Ê o retorno à bipolaridade, fari
lideranças reais e virtuais — a junta pas nha láctea de todos os autoritarismos,
ra "mudança de fachada". saria a uma segunda etapa: a da "pacifica dor, o Exército Revolucionário do Povo,
Ao mesmo tempo, a Frente de Liberta as Forças Populares de Libertação Nacio breakfast de todos os ortodoxos,
ção" nacional. Ao final desta fase — que
ção Nacional Farabundo Marii (nome dado seria efetivada cora a aniquilação de qual nal e as Forças Armadas da Resistência^ Assim, a. ascensão de Reagan já repre-
em homenagem ao revolucionário salvado quer resistência localizada —, a junta pre Nacional — articularam-se na Direção Re "senta, em si mesma, um retrocesso, pelo
renho que combateu ao lado de Sandino, volucionária Unificada (DRU). Em termos que estimula, não somente nos quartéis e
tenderia "institucionalizar" a nação (ou o
na Nicarágua, e morreu em 1932) desfe que restasse dela). de ação armada, a DRU traduz-se no co nos palácios, mas também nas ruas, retra
chou. na madrugada do dia 11 de janeiro, mando militar conjunto da Frente de Li tas e botequins, em termos de maniqueís
uma ofensiva geral contra a Junta, atacan- bertação Nacional Farabundo Marti. Para mo. Não terá sido por mero acaso que os
do váníí*} cidflrífis inferioranas e anuncian a ação cívico-política, as mesmas forças falcões do mundn intetrn se regozijaram
do a conquista do estratégico quartel da criaram a Coordenadora Revolucionária de com ela, da Coréia do Sul a Santiago, dc
Guarda Nacional de Santa Ana, segunda Massas (CRM), a que se conecta a vlncula- Manilha a Montevidéu. Ainda que o presi
cidade do pais. ção com os outros setores democráticos dente-eleito resvale para o centro, no exer
Na verdade, a junta, composta por mili através da Frente Democrática e Revolu cício efetivo do poder, ainda que escolha
tares e setores da democracia cristã, ago cionária (FDR). gente moderada e esbarre num Poder Le
niza. Sua política possível é a do genocí gislativo realmente forte e independente, a
dio e sua alternativa de sobrevivência de A AGONIA DA |UNTA presença dele na Casa Branca pode signi
pende de uma intervenção estrangeira ficar, para democratas de muitos países, a
aberta. Além do terror generalizado e indiscri diferença entre o processo legal e a prisão
minado, a profunda anormalidade da vida arbitrária, as ofensas verbais e a tortura
O MASSACRE DA POPULAÇÃO CIVIL social atesta a catástrofe nacional instaura física; entre a liberdade e o cárcere, enfim.
da pela junta: 50% de desempregados, es No caso da América Latina, então, o
cassez de produtos básicos, inflação galo- vulto do ex-cowboy do cinema emerge ao
_ As mortes políticas dos últimos tempos panle, caos nos serviços públicos. norte do nosso horizonte como um gigan
sao conhecidas: do assassinato de dom O dado mais significativo que comprova tesco Atila, disposto a pisar na nossa gra
Oscar Romero à execução do reitor da Uni a deterioração do aparato da Junta relacio ma, caso sinta que seus "interesses" estão
versidade Nacional, elas adquiriram maca na-se à moral e à coesão militares. As for ameaçados. O general Alexander Haig, es
bra notoriedade (recorde-se a recente bru- ças armadas oficiais já carecem de pessoal: colhido para chefiar o Departamento de
talizáção de quatro freiras norte-america cm 1980. houve sérias dificuldades de no Estado, confirma os temores da gente. Ele
nas).
vos recrutamentos. Em razão disto, há indí vem de anunciar, perante a Comissão de
Os interesses do imperialismo, no entan cios de que a Junta tentará valer-se de mer Relações Exteriores do Senado, que a po
to. manipulam de tal forma os fatos que cenários (especialmente exilados cubanos e lítica externa norte-americana sofrerá "uma
a versão corrente resume-se em afirmar a elementos que pertenceram à Guarda Na reorientação dramática", com uma atitude
existência de um generalizado terrorismo cional de Somoza). Em meados de dezem "mais firme" diante da União Soviética e
político em El Salvador. Tudo é apresen Assassinatos, uma constante na vida bro, um grupo de jovens oficiais desertou uma nova diretriz para conter "o aventu-
tado como se as mortes políticas resultas- salvadorenha - e refugiop-se no México. Enfim, algo ilus reirismo" na América Central. Esse mesmo
sem de um confronto entre as extremas di trativo: afastado da Junta por suas posi general, comprometido com o escândalo de
reita e esquerda, sendo a junta militar-de- Em essência, esta estratégia criminosa é ções moderadas, o coronel Adolfo Majano Watergate, com as conspirações contra o
mocrata cristã um impotente elemento de a única forma encontrada atualmente pela — de grande prestígio — parece ter-se de governo constitucional de Salvador Allen-
dominação imperialista para travar o avan cidido a engrossar a resistência democrá de, no Chile, e cora os massacres realizados
neutralidade.
ço da presente onda revolucionária centro- tica. pelas forças americanas no sudeste asiático,
Esta versão é inteiramente falsa. Em EI americana, cujo êxito mais exemplar mos nos tempos de Nixon, ressurge para con
Salvador não existe um genérico enfrenta- trou-se com a vitória dos sandinistas. A OFENSIVA DEMOCRÁTICA denar a política de direitos humanos do
mente de grupos extremistas radicais. O E REVOLUCIONARIA governo Carter. Haig ameaçou; os Estados
que existe é a luta entre as forcas demo OS SLSTENTACULOS EXTERNOS Unidos darão "atenção especial" à Améri
cráticas e revolucionárias (camponeses, Somente uma intervenção estrangeira ca Latina, durante o governo Reagan. Te
operários, estudantes, intelectuais, religio Mas, aparentemente, o imperialisrno quer aberta poderá revitalizar a Junta militar- nho certeza de que os nicaragüenses treme
sos, estratos da burguesia) e a junta mili- tirar as castanhas com a mão do gato. É democrata cristã, prolongando a sua ago ram, ao ler seu pronunciamento. A queda
tar-democrata cristã (militares fascistas e assim que o apoio diplomático (c não só) nia por mais tempo. E isto porque, no pla de Somoza e a vitõria da Frente Sandinista
políticos corruptos, latifundiários, grandes mais evidente à junta não parte dos Esta no interno, as forças revolucionárias e de certamente teriam sido bem mais difíceis
burgueses c agentes do imperialismo). dos Unidos, mas da Venezuela de Herrera mocráticas estão suficientemente capacita cora Reagan na Casa Branca.
De fato, a direita é a fanta. E a sua po Campins. das para passar à ofensiva final. Para as vítimas do autoritarismo, onde
lítica. desde princípios de 1980, é a de Os norte-americanos, contudo, são os Divulgado em fins de 1980, o programa quer que se encontrem, o novo discurso da
massacrar a população civil. Fontes fide sustentáculos externos da junta: além de básico do governo a ser constituído por Casa Branca e tudo o que Reagan simbo:
dignas estimam que. durante este ano, fo 200 assessores militares no país, os Esta estas forças — que será um governo demo Hza são maus presságios. Nestes tempos de
ram trucidadas mais de 13.000 pessoas. Es dos Unidos já entregaram à junta uma crático e revolucionário de unidade nacio crise, a substituição de Carter por Reagan
te número, porém, não envolve as baixas quantia de perto de 100 milhões de dóla nal — já está sendo particularizado por co é uma derrota das forças democráticas de
havidas nos combates entre o exército da res. A chegada de Reagan à Casa Branca, missões especiais de estudo, integradas pe todos os continentes, é um retrocesso som
junta e as forças da resistência democrá ademais, torna provável uma intervenção la DRU-Frente Farabundo Marli e pela brio, que não deve ser ignorado, embora
tica e revolucionária — considera exclusi militar aberta (numa de suas últimas edi FDR. A ofensiva final está na ordem do não po'ssa justificar qualquer tipo de ma
vamente as vítimas civis dos grupos mili ções, a revista alemã Der Spiegel indicava dia e, com ela, o anúncio dc novo gcver- niqueísmo, da parte dos que combatem o
tares e paramilitares da Junta. que as reservas militares norte-americanas 1 no, no interior do país. autoritarismo e lutam pela democracia.
INTERNACIONAL
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De 16/01 a 22/01 de 1981
c CULTURA
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De 16/01 a 22/01 de 1981
c CULTURA
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De 16/01 a 22/01 de 1981
ESPORTES
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daunidacie DIRETOR RESPONSÁVEL; Henrique Cordeiro
Metalúrgicos Zé Pedro
e Toschi debatem
eleições sindicais
em Osasco (SP) — pág. 10
AREA DÊ
Juan Ponce explica
Segurança
os objetivos e
conta a história das
lutas da FSM — pág. II
y
De 23/01 a 29/01 de 1981
< GERAL
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De 23/01 a 29/01 de 1981
NACIONAL
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De 23/01 a 29/01 de 1981
A criminalidade
e a democracia Nessas comunidades, o crime organizado tes municípios da baixada fluminense, e,
ferentes grandes cidades brasileiras, todas
Luiz Wemeck Vianna sujeitas ao mesmo processo, e nem sua — o jogo do bicho — tradicionalmente jo lá como cá, tem-se apropriado da direção
brusca elevação a partir dos anos 60. No gou um papel, quer como fonte de empre de significativas instituições culturais do
nosso caso. as tentativas de reduzir o fe go, quer como um mecenato para as ativi povo. Através desses recursos dc máfia,
£ uma correlação falsa a que associa li tenta-se converter agências da sociedade
nearmente o crime à pobreza. Conhecem- nômeno a uma compreensão assim genéri dades culturais e de lazer, como escolas
ca encobrem temas de importância decisi de samba e clubes de futebol, forma com civil cm aparatos ideológicos do Estado, e
se comunidades pobres, mesmo localizadas o fato disso ainda não ter ocorrido diz
era centros urbanos densos e modernos, va para o seu entendimento e para o en que seus dirigentes buscam aceitação e
caminhamento de soluções. Houve uma apoio da comunidade. bem do potencial democrático dessa ci
que apresentam baixas taxas de criminali dade.
dade, e outras identicamenie pobres de mudança na nhtureza do Estado, e essa va Enquanto houve democracia, esses vín
reconhecida violência nas suas relações so riável política tem sido crucial para a de culos com o crime organizado não se cons Ê essa sociedade criminosa patrocinada
ciais e com alta incidência de crimes. Para gradação das formas de convivência social. tituíram em fato perturbador. Os gover pelo Estado que rompeu com os limites
dar um exemplo, o Rio de lanciro é uma E não só porque favoreceu a espoliação nos dependiam de eleições livres, estavam entre o legal e o ilegal, que depravou o
cidade mais violenta que São Paulo e Re das massas com sua política econômica sob a vigilância da opinião pública c das aparelho policial e elevou o crime a parti
cife, ambas igualmente — até mais — atin orientada para a acumulação monopolista. forças democráticas, que também se faziam cipante da vida pública. No Rio, com as
gidas pelo fenômeno da inchação urbana, Mas particularmente porque converleu_ a presentes nessas comunidades, inclusive raízes sociais que tenha, o crime é um pro
pelo subemprego e desemprego e pela fâ- política de segurança devida aos cidadãos procurando resgatá-las da dependência cli blema político e só pode ser combatido
velização da população de baixa renda. num sistema de controle político, como re entelística. A repressão que se abateu so politicamente. O começo da solução passa
Ninguém ignora que variáveis sociológi curso permanente de expropriação da so bre os partidos e as organizações democrá pela democratização do Estado e da polí
cas e demográficas de tipo estrutural, tais berania popular. Porque veio dele a vio ticas abriu um novo espaço para o cliente- cia, pelo desmantelamento dessa nefasta
como migrações internas, nível de renda, lação da lei, o abastardamento do {udiciá- lismo e o crime organizado, confiando-lhes máquina clientelística associada ao crime
capacidade de absorção do mercado de rio, o desprezo pelas garantias individuais, praticamente o controle social e político organizado, permitindo que as comunida
trabalho, trabalho feminino, escolarização. o uso ilegítimo da violência, a depreciação dessas populações. Tudo sob a chancela do des e as instituições populares possam li
míluera na produção da criminalidade. da democracia e da dignidade humana e a Estado, que viu nisso um meio para ga vremente dispor dos seus destinos, e que
São sabidos os efeitos desintcgradores rej>ressão bestial aos homens e às institui nhar eleições e legitimação. É o crime or o crime, em vez de participar do controle
acarretados pelo deslocamento de popula ções que encarnavam as melhores tradi ganizado que dirige o PDS em importan- sobre a sociedade, seja controlado por ela.
ções inteiras do mundo agrário para o ur- ções do país.
«r>-
bano-industrial, a súbita perda dos laços No Rio de Janeiro, onde a criminalida ••••
comunitários, das crenças e valores de ori de atingiu uma dimensão que por si só
gem e a difícil absorção da ideologia indi atesta a crise social e política a que esse
vidualista do capitalismo. E os decorren regime nos conduziu, essa forma corrupta
tes da vida precária, instável, com os me de Estado burguês tem sido a principal
nores abandonados em razão do recruta- responsável pela degeneração da vida c dos
nxento das mulheres pelo mercado de tra rosfTimps da cidade. Aqui. grande parte da
balho, e a dtísumanidade da situação ur população da periferia, de conjuntos re
bana. Atua no mesmo sentido a exposição sidenciais populares e de algumas favelas
das populações de baixa renda, principal não está articulada com o mercado de tra
mente através dos meios de comunicação balho capitalista. Participa de um merca
de massa, ã valorização do consumismo do de trabalho local ou integra o exército
diante das suas restritas possibilidades de dos subempregados, e a homogeneidade dc
participar plenamente do mercado capita seus habitantes e a estabilização da sua
lista. vida comunitária têm propiciado experiên
Mas esse c um ângulo estreito, certa cias de organização. Sempre dependentes
mente que com sua importância, par.a en do Estado, são facilmente permeáveis a
carar a questão. Não permite explicar a' uma relação clientelística, através da qual
variação da taxa de criminalidade nas di procuram encaminhar suas reivindicações.
c NACIONAL
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^ 23/01 a 29/01 de 1981
i.
Mato
deputado acusa
contrabandistas ^-í
CAMPO GRANDE (Do corres Primeiro, porque venho denunciando
pondente) — Eram 23 horas do dia constantemente a atividade dessas
17 de dezembro quando o deputado pessoas, segundo porque essa foi a
estadual Sérgio Cruz, do PMDB de única pista que a polícia resolveu não
Mato Grosso do Sul, foi baleado investigar...
com três tiros em frente à gráfica Denúncias do deputado Sérgio Cruz atingem até Pedrossian '
do diário oposicionista Jornal do Como andam as investigações a res
peito do caso?
Povo, em Campo Grande. Começa
va aí, de maneira cruel, o cumpri- — Estão exatamente do jeito que ticipação da Polícia Federal na apura sim por razões fisiológicas. Agora, é
começaram. Isto é, nunca foi iniciada ção do caso, o governo estadual de
.mento das ameaças contra a vida claro que existe uma relação política
de fato uma investigação séria. Houve clarou que isso não era necessário, indireta entre eles. Os terroristas que
do líder peemedebista, feitas por apenas suspeitas por parte da polícia
uma das maiores organizações de que a polícia local resolveria o caso se lançam contra a imprensa, contra
de que eu mesmo teria programado o sozinha. Acho que a PF foi recusada os democratas, desejam amedrontar o
contrabandistas do Brasil, encabe atentado, visando minha autopromo
çada por um líder do PDS em Pon porque ela prendeu Fuad Jamil em povo visando impedir e castrar o avan
ção. Parece incrível, mas é esta sus julho deste ano. Tudo indica que Pe
ta Porã, Fuad Jamil Ceorges. peita que vem sendo alimentada para ço na organização das forças popula
Apesar da gravidade do atenta dro Pedrossian é títere dos contraban res. Na verdade eles têm medo da de
tentar dissimular e encobrir os verda distas e quem manda no Estado é o
do e das inúmeras evidências de
deiros autores do atentado. mocracia, não querem ver o povo fa
quem seria o mandante da agres pessoal do Fuad. lando, não querem ver o povo cobran
E a transferência para Brasília do E agora, já que a polícia parece
são, nada até agora foi apurado
delegado que iniciou as investigações, do de.seus líderes um comportamento
pela policia. Tudo leva a crer que que não vai resolver nada, o que correto, honesto. Os terroristas dese
não é algo estranho? fazer?
o povo sul-matogrossense ficará jam um país dominado pela força, pe
— Não se sabe ao certo o que acon — Estou aguardando o prazo de lo terror, pela perseguição política.
eternameníc esperando a solução
teceu. Acredita-se que ele estava des entrega do inquérito na Justiça, para
do caso. Esta é a rotina, igual em locando as investigações para a área
Nesse clima eles podem sobreviver e
todo país. tomar providências. Vou denunciar tirar vantagens pessoais. Isto também
política, e por isto o governo achou todo mundo publicamente, vou falar
Um mês após ser vitima do aten por bem afastá-lo.
ocorre com os contrabandistas. Eles
tado, o deputado Sérgio Cruz con abertamente de minhas suspeitas. necessitam de um regime de força que
Você acredita que a posse de Pe Você acha que existe akuma rela
cedeu uma entrevista exclusiva a dro Pedrossian no governo tenha esti sufoque a vontade popular, para po
\oL da Unidade. ção entre os atentados terroristas de derem continuar com suas atividades
mulado o atentado? direita acontecidos recentemente no
— Claro. Pedrossian no governo ilegais e lesivas à Nação. Num regime
país e este que você sofreu? de governadores biônicos como o nos
Sér^o, você suspeita quem foi o representou a "abertura" que os con — Acredito que o atentado de que
mandante deste atentado à sua vida? so, a força do poder econômico deles
trabandistas precisavam para agir. fui vítima tenha sido um atentado po fala mais alto do que a voz do povo.
_ — Tenho várias suspeitas. A prin Ele pode até ter participado do aten lítico, porém não por razões ideológi
cipal recai sobre os contrabandistas. tado. Quando o PMDB pediu a par-
Essa é a triste realidade contra a qual
cas como os atentados terroristas, mas nós estamos lutando.
"O povo uruguaio continua re mente a ação empreendida pelas A condenação dos editores do jor
dial contra o Genocídio Cultural nal alternativo Hora do Povo a uin
sistindo." Esta foi a principal men forças democráticas em seu país. no Uruguai, pois acreditamos que
sagem transmitida aos brasileiros "E a vitória ocorreu mesmo com ano e seis meses de prisão cada um,
o apoio da opinião pública estran com direito de recorrer da sentença
pelo dirigente da Convenção Na os dados sendo manipulados pela geira à nossa luta tem sido de gran
cional dos Trabalhadores do Uru repressão, que alterou até mesmo em liberdade, pela 1." Auditoria Mili
guai, Carlos Bouzas, que em entre de valia, pois dificulta as mano tar da Aeronáutica, com base na legis
o número de cidadãos aptos para bras da ditadura e impulsiona os
vista coletiva no Sindicato dos Jor votar".
lação iníqua da Lei de Segurança Na
nalistas de São Paulo deu as últi companheiros que estão lutando cional, causa indignação e horror a
Mas o dirigente da CNT não no solo nacional", declarou Bouzas.
mas informações sobre a luta que veio ao Brasil apenas para falar
todos que estão empenhados na luta
se trava naquele país contra a di Ao final da entrevista, o sindica pela democratização do pais. A reda
com os jornalistas. Ele manteve lista denunciou que alguns dos tra
tadura militar instalada a "golpes .contatos com várias organizações
ção da Voz da Unidade — que possui
de baioneta" em 1973. balhadores presos nos cárceres uma posição muito clara contra todo
democráticas, que não quis identi uruguaios estão em péssimas con tipo de censura à livre circulação c
Exilado na Espanha desde 76, ficar, no sentido de realizar entre
Bouzas afirmou que apesar da bru dições de saúde e não recebera cui discussão de idéias — se solidariza
os meses de maio e junho deste dados médicos. Por isso, Carlos
tal repressão o movimento sindical ano uma Jornada pela Anistia no
com os editores da Hora do Povo e
uruguaio vem desenvolvendo um Bouzas formulou um apelo para lembra a todos os democratas que as
Uruguai. Esta manifestação deverá que sejam soltos imediatamente os
trabalho clandestino "com amplo ter âmbito mundial e no Brasil tentativas de solapar os defensores da
apoio popular". Segundo ele, a seguintes dirigentes sindicais: Al
ocorrerá na cidade de São Paulo. berto Altesol; Hector Rodriguez; liberdade e dos interesses populares
derrota do regime no recente ple começam sempre pelo intuito de calar
biscito constitucional mostra clara "Além disso, a CNT promoverá no Juan Antonio Iglesias e Luís Igní suas vozes, criando problemas que
dia 19 de março a Jornada Mun Ferreira.
impeçam a realização de seus jornais
J e publicações.
c NACIONAL
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vssL De 23/01 a 29/01 de 1981
1 político
nacional
jar a gestão política deste Estado. Tal pos
sibilidade está, em grande parte, na de
pendência da capacidade da oposição
marchar coesa não apenas nas eleições
mite a evasão de renda para o Centro Sul
e é concentrador de rendas; contudo, teve
um aspecto positivo ao permitir o surgi
mento de um novo operariado congregado
pela recente campanha salarial dos petro
químicos, por exemplo. Igualmente as ca
madas médias sofrem o impacto do agra
vamento das condições de vida e, parte
mas, desde já, em torno de uma política delas, como os professores e médicos, tem
unitária e democraticamente permeável à em grandes unidades fabris, concentrado
Vivemos hoje, em nosso país, todas as no espaço da Região Metropolitana de conseguido se organizar para ações de
contradições próprias de uma situação po influência e à participação popular. (...)
Salvador e detentor de um razoável nível massa.
lítica em mudança. Os contornos essenciais Os comunistas baianos têm consciência
de qualificação, condições objetivas que
dessa mudança apontam para uma tendên de que atuam numa realidade prcfunda- definem sua grande potencialidade de luta. Mas não é apenas a deterioração do ní
cia à afirmação do processo de conquista menfe marcada pela exploração econômica No campo, as principais modificações vel de vida que indica as possihÍHdade.s
da democracia. Demonstrando-no todo o jo e pela marginalização social das grandes de avanço. Ocorre era todo o país, devido
massas.. A jniséria e ao atraso da grande estão se dando em função da penetração
go de manobras e negociações que o regi do capitalismo. (...) Os impactos econô ao crescimento da luta democrática, uma
me autoritário tem sido obrigado a enta- maioria da população corresponde a lo- tendência à politização dos movimentos
cupletação das oligarquias locais que ser micos e sociais da penetração do capital
buíar para manter-se no poder. O mesmo no campo têm sido bastantes negativos: sociais. Cada vez mais, cada segmento do
regime que, em outros tempos, mostrava- vem e/ou se amoldam aos interesses do povo compreende que a democracia é im
destruição da pequena propriedade com
se completamente indiferente e refratário capital monopolista. A economia do nosso portante para resolver seus problemas es
conseqüências negativas na produção de
aos interesses e reclamos da sociedade. Estado, à medida em que serve aos pode alimentos c a proletarização crescente dos pecíficos. Como decorrência disso, as pos
De fato, o regime já se despiu de seu rosos, integra-se à lógica do modelo eco trabalhadores; a intensificação do proces sibilidades de articulação entre os movi
semblante fascista e, conservando-se essen nômico vigente no país e da acumulação so de grilagem e da expropriação dos pos mentos sociais e a política institucional au
cialmente autoritário, busca credenciar-se do capital a nível nacional. mentam consideravelmente.
seiros, causando desemprego e intensifica
a gerir de cima um processo de auto-refor- ção do fluxo migratório do campo para a Essas duas grandes linhas podem levar
ma. À resistência do povo brasileiro du cidade. (...) as forças democráticas na Bahia a inverte
rante todo o negro período de opressão
fascista, que mais tarde se transformou em
O quadro As transformações por que passaram a
rem a posição desfavorável que ocupam
frente às oligarquias. Das lutas concomi
iniciativa política organizada em múltiplas
formas, devé-se creditar a modificação da
face do regime. As forças democráticas e
o povo têm, hoje, diante de si, novas e
2 sócio*econômico
baiano
economia brasileira nos últimos anos tive
ram influência também na estrutura e com
posição das classes dominantes. O surgi
mento de uma burguesia monopolista atu
ando em todo espaço econômico nacional
tantes por democracia e por melhores con
dições dc vida sairá o elemento necessá
rio para essa inversão, que é o desloca
mento para o movimento de massas do
grandes perspectivas, objetivos e condi — assumindo sua hegemonia e subordinan eixo da luta das forças democráticas e
ções de luta. o desenvolvimento do capitalismo bra progressistas na Bahia.
sileiro no pós-guerra deu-se com profun do as outras frações — alterou a situação
O avanço do movimento pela democra interna das classes dominantes. Aqui na Para os comunistas, a condição necessá
cia não tem sido linear. Comporta oscila das modificações na divisão interregional ria à impliação do caráter de massa dos
do trabalho, que assinalam a tendência à Bahia a oligarquia regional passou a fazer
ções mais ou menos velozes e, em vários parte de uma ciasse dominante de dimen movimentos sociais reside na explicitação
momentos, tem sido ameaçado pela som estruturação de uma economia de amplitu de qualidades que, sendo decisivas paia a
de nacional. Uma análise da economia bra são nacional mas, agora, numa situação de
bra do retrocesso. Essa é a vontade das existência das organizações de massa, as
forças da reação que agem coladas ao go sileira no imediato pós-guerra evidencií subordinação à burguesia monopolista,
passando a ter como principais funções o sumem a dirnensão de valores inegociá
verno e sob sua proteção procurando em sua estruturação: um conjunto de econo veis, os quais orientarão a ação dos co
purrar a Nação de novo para o fascismo. mias regionais que tinham suas formações -exercício da dominação direta da socieda
de baiana e a realização dos interesses des munistas junto a esses movimentos e a
O objetivo dos comunistas e de todos e conformações determinadas pela econo
sa fração das classes dominantes, agora he suas organizações.
os democratas é justamente o de resolver mia internacional e suas estruturas produ Primeiro, consideramos a necessidade da
essa transição com a consolidação do pro tivas voltadas para o atendimento dos mer gemônica. Nesse processo de subordinação,
o Estado está jogando um papel fundamen afirmação do caráter autônomo dessas or
cesso democratizante em curso, isolando cados regionais e internacional. O cresci ganizações, livre da tutela do Estado e
a reação e pondo um fim ao autoritarismo tal, servindo como principal instrumento
mento do Centro-Sul, nos últimos 30 anos,
de garantia da hegemonia da fração mono
independentes em relação aos partidos po
que persiste e se redefine. E, neste ponto, modificou profundamente essa situação. líticos, quaisquer que sejam eles; segundo,
adquire especial importância a bandeira da Atualmente, a conformação da estrutura polista. (...)
o caráter pluralista das mesmas, que de
Assembléia Nacional Constituinte. Para produtiva das diversas regiões não está vem ser capazes de absorver e refletir na
nós. comunistas, a intervenção efetiva do mais determinada por suas relações com a sua composição o mais amplo espectro de
povo nesse processo de lula democrática economia internacional mas, sim, por suas O quadro forças presentes no movimento, indepen
é a única garantia de sucesso e conse relações com a economia do Centro-Sul. A dente de características de cor, sexo, cre
político baiano
qüência dessa luta. Se a Assembléia Nacio
nal Constituinte é a opção que se avista
para por um termo ao arbítrio, a organi
zação popular é o terreno propício para
transformar em realidade essa bandeira, e
tendência mais importante desse processo
de modificações da divisão interregional do
trabalho aponta para uma especialização
do Centro-Sul na produção industrial e das
regiões Sul e Nordeste na produção agro
3 e suas
perspectivas
do, ideologia e filiação político-partldária;
terceiro, que por serem autônomas e plu
ralistas essas organizações não são infen-
sas à luta pela obtenção do consenso no
seu interior, sendo esta, aliás, uma con
todo o projeto democrático gestado duran pecuária. dição fundamental para que sejam, a um
te esses anjs ua sociedade brasileira. Uma análise do desenvolvimento econô o atraso político do nosso Estado é um só tempo, democráticas e unitárias; final
Interessa muito aos comunistas e h de mico da Bahia nesse período leva à con dado necessário para orientar as ações das mente, donsideramos que reside nu politi
mocracia que cheguemos à Constituinte clusão de que a tendência à especializa forças democráticas na Bahia. A dispersão zação dos movimentos de massa e de suas
com ampla liberdade de debate. A nossa ção na agropecuária pode ser válida para dessas forças é reveladora desse atraso. Os organizações, e não no seu isolamento cm
disposição de luta unitária com todos os o conjunto da região Nordeste mas não o diversos movimentos sociais, os partidos relação ao conjunto da sociedade, a capa
democratas e o povo ressalta, de outro la é para a Bahia. A intensidade do proces de oposição e as organizações de massa cidade de se ter na Bahia — como no
do, o nosso direito de expor nossas idéias so de industrialização da Bahia nos anos têm um grau incipiente de articulação _e, Brasil — uma sociedade aberta à renova
perante a Nação autonomamente e de for 60 e 70 modificou profundamente sua es daí, provêm as dificuldades para uma ação ção democrática e à construção de um ca
ma clara e aberta. Direito que, uma vez trutura produtiva. O peso do setor Indus unitária. De outro lado, as oligarquias lo minho autônomo em direção ao socialismo.
c NACIONAL
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De 23/01 a 29/01 de 1981 WtaSSuiè
ECONOMIA
De 23/01 a 29/01 de 1981
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De 23/01 a 29/01 de 1981
rtum na imprensa?
O que pensam os cartunistas
SIZENANDO vê? Qual o nosso retrato falado e riscado?
O processo de abertura política Como nós, cartunistas, somos lidos?
írouxp. de fato, novas possibilidades para Por quem?
os rumos políticos do país. Mas se houve Vejo menos importante a discussão
mudanças e conquistas na ampliação do sobre a função do nosso trabalho do que
espaço de atuação política, não se o ajuste dos nossos ponteiros com a Hora
observaram alterações significativas rias do Brasil; nós intelectuais, nós jornalistas,
condições de trabalho do grande número de economistas, médicos, escritores,
chargistas e cartunistas em nossa imprensa. trabalhadores, parlamentares, abramos
Ê certo que o leque temático para o nossas agendas e misturemos nossas vidas.
trabalho desses artistas ampliou-se NILSON
consideravelmente, assim como novas
Para mim, humor é a arte de dizer
áreas de atuação surgiram.'Mas em nada uma verdade com graça. Você não precisa
mudou a situação profissional ou mesmo ser humorista para dizer uma verdade e
a maneira como o desenho de humor ê
é possível se dizer uma mentira com
encarado pela imprensa em -geral. A graça. Basta ver certos cartuns do "Time"
maioria dos desenhistas continua
ou certas piadas do fô Soares na TV para
correndo de uma redação a outra, fazendo comprovar isto. A gente pode ser mau
as vezes de bóias-frias urbanos — com
humorista por falta de informação, por
raras exceções de estabilidade — e seus falta de graça ou por falta de caráter. O
trabalhos continuam sendo encarados como
— AtençáoJ O sonho ocobou/ Vamos ctrcuiar/ Dr. Sardinha do }ô Soares não foi almoçar
tapa-buracos para a diagramação. Com com o Delfim? A Salomé não foi recebida
isso dificultam-se as possibilidades de um em Palácio pelo Figueiredo? O bom
maior desenvolvimento de todas as
humorista está ligado ao estado de graça,
potencialidades estéticas de uma área de o mau humorista está ligado à graça do
criação que, por ser essencialmente Estado. Mas, mais (em Deus pra dar do
jornalística, muitos esquecem de que é que o Diabo pra carregar. E tem Henfil,
essencialmente artística — com todas as
Millôr. Mark Twain, Barão de Itararé,
implicações de ordem política. Ziraldo, Ambrose Bierce, Márcio de
Para superar problemas como estes, Souza, Swift, Monteiro Lobato, meus
faz-se necessário romper com a solidão e pais e mães!
a dispersão dos desenhistas de humor.
Com u abertura, a situação do
Em virtude das condições específicas do humorista piorou porque houve a
mercado de trabalho, esses profissionais
privatização da censura, que passou a ser
estão desacostumados com o debate e
feita por alguns editores. E principalmente^
mesmo com o trabalho coletivos. Esse
através do departamento de pessoal!
é o primeiro passo em direção à conquista
Dezenas de humoristas estãõ morrendo por
de condições mais sérias e dignas para um
falta de Carteira assinada. Alguns estão
dos setores mais importantes no interior
trabalhando como bóias-frias em jornais
do jornalismo brasileiro.
ou em revistas eróticas. Por que a grande
CHICO CARUSO imprensa não dá mais espaço pro humor?
O cartunista ê o jornalista do Será que ela entrou pra Secom? Por que
visual; reduz a informação jornalística a revista "Playboy" só publica cartuns
(ou a amplia) até a comunicação mais enlatados? Por que fB parou de publicar
direta, mais imediata e mais atraente do Henfil? O que está acontecendo com o
desenho. Tem uma função didática, "Pasquim", que tá virando cada vez mais,
informativa e opinativa das mais um jornal de textos e cada vez menos de
importantes dentro do jornal. Mas, apesar cartum? Por que a imprensa independente
disso, seu trabalho não é muito valorizado transiitão mal com os cartunistas?
na imprensa, por ser um pouco marginal Diante desse quadro já tomei uma
em relação a seu processo de feitura e por decisão: só serei cartunista profissional
utilizar uma linguagem considerada menos se me pagarem!
CONTINt^AM VlVOS •• 6íl. ca6tano. chico. (pAl, nobre pelos redatores. Como decorrência, GLAUCO
=T0 6^EP£S. Míl-TON rJAíí»M6/^írO, MOl?AíS MbRfeiRA, pA^NÉR. as ofertas de emprego e os salários do
HEPMrró. eeTHANÍA. 6ÓN2Aa//NH<\.C0í?D0^/H^AeV mercado são muito reduzidos. Com as mudanças políticas ocorridas
B0R6K. ARRÍ60 BAffNABfc. PAüUNHo BOíA, no país abriu-se uma janela para o
EUNAA, Zé RAMAi-HD, AU£U \JALBti(,A. BLSA LAERTE cartunista, que passou a tratar de outros
\ UVR£,taí6UARA, BeLCHíor, AN6£LA RÕ-R^' Em 81 vamos precisar de muita problemas que fazem parte do cotidiano
eARNAlDO ooS MOTA/ MAcALé, PTAVAN,TONfHHO^ das pessoas.
LMA' èulmtRMÊ: ARANTES> TOVCE, K£\í lAATOtjROSSO' estrutura, irmãosl
rnAMdc BRAMPT. F RENÉTitAS. LüiS ME 1.0 D /A.BKAOUO lAv«f Conversar muito, ler muito, muito se Agora o cartunista está fazendo
...» -Ti- ... .. t^T<*... —
encontrar, pouco encostar. 'mais "humor". O clima político mudou,
Reconhecer que a abertura nos pegou já não é tão negro como há tempos atrás.
desprevinidos e nos prepararmos para Por isso, o cartunista está mais
descobrir francelinamente que país é este? descontraído. Mas existem ainda alguns
que povo é este? para onde vamos? problemas. Na grande imprensa, por
exemplo, a censura passou a ser feita pelo
Por que o torturador encapuzado anunciante. No entanto, acho que se a
sumiu dos cartuns? Qual o significado abertura continuar, os cartunistas passarão
Pdra^ o leitor, da velha imagem do a ter maior desempenho na elaboração
Tio Sam imperialista? Como o povo se jornalística dos veículos de comunicação.
<bVAj(C
_ui -r
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De 23/01 a 29/01 de 1981
VS&.
Duas chapas disputam a direção sindical de importante categoria do movimento operário paulista.
Ambas pretendem o fortalecimento de seu órgão de luta junto às bases, distinguin o-se nas
concepções quanto à Unidade Sindical e à participação dos trabalhadores na superação da crise
tembro de 78, quando fomos um dos
responsáveis pela sugestão de organi
SINDICAL.
>
De 23/01 a 29/01 de 1981
FSM, unindo os
trabalhadores ■i ... f'.
de todo mundo
De passagem pelo Brasil, Juan representantes sindicais de 57 países
Ponce, membro do secretariado Atualmente ela agrupa 190 milhões de
Juan Ponce,'dirigente da FSM
da Federação Sindical Mundial, trabalhadores do mundo inteiro, con
também esteve na redação da gregando diversas tendências políticas
Voz da Unidade, concedendo, na e filosóficas. É a única central sindi solidariedade internacional, chegando da Polônia é muito complexo: hoje,
oportunidade, uma entrevista ex cal que reúne sindicatos de pratica até mesmo a entrevistar-se com o por causa dos erros cometidos pelo
clusiva ao jornal. Dirigente da mente todos os países socialistas. For Papa. A ajuda- foi também material, Partido Operário Unificado (POUP),
CUT chilena no período de 1968 mamos uma entidade em permanente pois cuidamos da construção de esco reconhecidos publicamente, temos uma
a 1973, com 50 de seus 50 anos processo de discussão com o conjun las no Vietnã. Também prestamos situação de crise econômica que pro
dedicados à vida sindical, Ponce to do movimento sindical mundial nossa solidariedade aos sindicalistas picia uma carga muito forte por parte
está em viagem pela América La e, portanto, em constante renovação, chilenos quando do golpe de 73 t, rea das multinacionais-e do mundo capi
tina (sua próxima parada será sempre de acordo com as exigências lizamos uma campanha material ao talista. É uma situação que também
Quito, Equador), com o objetivo do momento. povo nicaragüense, enviando medica responde pelas greves e pelas justas
de estabelecer ou fortalecer con Quais as tarefas prioritárias da mentos, alimentos e roupas. reivindicações dos operários polone
tatos com as entidades sindicais FSM? E quanto a El Salvador, qual a po ses.
e convidá-las para comparecer — Em primeiro lugar, organizar a sição da FSM? Comvém ainda lembrar a estranhe
ao Congresso Sindical Mundial, unificação do movimento sindical em — Neste como em outros casos, a za que causa o fato do "Solidarieda
promovido pela FSM e previsto escala mundial, a partir do pressu FSM tem como princípio a autodeter de" estar recebendo apoio de entida
para 1982 em Cuba. posto de que a unidade é o elemento minação dos povos, a não ingerência des como a AFL-CIO norte-america
Na redação da Voz, o dirigen essencial da ação progressista e reno- estrangeira nos assuntos de cada na na, conhecida por seu reacionarismo
te da FSM reafirmou a solidarie .vadora. Ao mesmo tempo, a FSM ção. Quanto a El Salvador, procura e que chegou a entregar cerca de 200
dade de sua entidade à luta de presta a mais irrestrita solidariedade mos prestar nossa ajuda a seu povo mil dólares aos "sindicatos indepen
libertação de El Salvador, admi aos trabalhadores do mundo todo, de através do Comitê de Unidade Sindi dentes" na Polônia. Da mesma for
tiu a possibilidade da Federação nunciando as arbitrariedades cometi cal salvadorenho, para contribuir com ma, não se pode ignorar a sistemá
se solidarizar com Lula e com os das, defendendo a liberdade sindical a reconstrução do país e com a derro tica campanha mundial" desenvolvida
sindicalistas brasileiros enqua e, é claro, concedendo ampla ajuda ta da junta antidemocrática* para desacreditar o sindicalismo po
drados na Lei de Segurança Na material aos mais necessitados. Isto Você afirmou que a FSM congrega lonês e que, regra geral, busca escon
cional e falou sobre a situação significa que o apoio deve ser' cons sindicatos do mundo todo e defende der o fato de que milhares e niilhares
polonesa e seus sindicatos inde tante — antes, durante e depois das a liberdade sindical. Como vê o sur de trabalhadores poloneses não^se des
pendentes. lutas dos trabalhadores — e não per gimento dos "sindicatos independen ligaram de seus sindicatos e muitos
manecer na importante mas insuficien tes'* na Polônia? tendera a eles voltar, receosos das li
Companheiro, quando nasceu a te esfera declarativa. Por exemplo, na — O "Solidariedade" não apre gações internacionais do "Solidarieda
-FSM e como ela é formada? ocasião das diversas agressões ao Viet sentou até agora um programa de de" e convencidos de que os esforços
— A Federação foi fundada em nã (dos EUA e da China), a FSM de ação definido e ainda fala abstrata do governo polonês e do POUP tra
outubro de 1945, numa reunião cora sencadeou uma intensa campanha de mente em liberdade sindical. O caso rão bons resultados.
c SINDICAL
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C EDUCAÇÃO
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Pe 23/01 a 29/01 de 1981 im. 12
-( internacional y y
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C CULTURA
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De 23/01 a 29/01 de 1981
Sucesso de crítica ede público,sua obra é hoje uma das grandes expressões da melhor
literatura brasileira. Nela se mesclam, com originalidade e emoção, as lutas cotidianas
e da mulher^ a teologia da libertação e uma forma muito especial de pensar a política
C CULTURA
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De 23/01 a 29/01 de 1981
N c ESPORTES
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No aniversário
do lAB, a arte
de Artigas
da unidade Para ele, o arquiteto deve
atuar com os olhos nos
DIRETOR RESPONSÁVEL: Henrique Cordeiro
problemas populares
SÃO PAULO, DE 30 DE JANEIRO a 5 DE FEVEREIRO DE 1981 - ANO 11 - N.® 43- Cr$ 30,00
págs. 8 e 9
I I
Aventuras imperíalistas
O carnaval que se faz na volta
dós ex-reféns aos Estados Unidos
diplomáticos americanos em anjos.
(Ocorre assinalar, entre
imperialismo e dos interesses de
outros países capitalistas na área do
demais dizer que muito
contribuíram para este fracasso as
tem um pouco o ar de contas parêntesis, que tomar reféns é um petróleo, mas fundamentalmente propostas que Leonid Brejnev,
acertadas entre o governo ato desumano, politicamente porqi/e a política de paz e distensão em sua recente visita à índia,
Reagan-Carter e os banqueiros. injustificável. Mas ocorre pregada e aplicada pela União enunciou em nome da paz mundial.
Feito o balanço, verificaram que constatar, também, que diplomacia
há lucro em dólares. O bloqueio dos Soviética deteve as forças de Dirigindo-se. aos EUA e às demais
americana e espionagem, agressão. potências ocidentais, o dirigente
bens iranianos pelos Estados hoje em dia,
Unidos permitiu aos bancos O imperialismo não pôde soviético propôs — numa clara
se misturam de maneira total e
utilizar à vontade as riquezas completa, como sabemos nós e como intervir militarmente no Irã, como demonstração da política
acumuladas à custa das dores e do sabe o general Vernon Walters). pretendia. Há uma nova relação distensionista da URSS — a
sofrimento do povo iraniano pelo de forças no mundo, representada assinatura de um acordo
O que está sendo
xá — acumuladas, convém lembrar, pelos países socialistas. A política estabelecendo, como fundamentais,
deliberadamente ocultado por de agressões coloniais, em nome
por sua própria conta e por conta a não criação de bases militares
detrás desta parafernália de "interesses vitais", encontra
do imperialismo norte-americano. hollywoodiana é que o imperialismo estrangeiras e a não instalação dt
na estratégia de paz e distensão armas nucleares na região, o
Além disso, como a imensa fortuna sofreu, depois da insurreição da União Soviética seu maior abandono do recurso à força e da
não foi devolvida por inteiro, o iraniana e da justa intervenção ponto de resistência. interferência nos assuntos internos
motivo de júbilo festivo mais se soviética no Afeganistão, uma nova
justifica, tanto mais que os reféns Assim, caíram por terra — ao dos países do Golfo,
derrota no Golfo Pérsico. E ela menos por ora — as aventuras
estão transformados em heróis, o respeitando-se
ocorreu em virtude não apenas das neocolonialistas de Reagan-Carter
xá em vítima e os funcionários contradições próprias do o estatuto do não-alinhamentó
no Golfo Pérsico. E não será por eles próprios escolhido.
da unidade
De 30/01 a 05/02 de 1981
CARTAS Assinaturas
«Memórias» de Paulo Cavalcanti,um êxito total São Paulo 589
C GERAL
De 30/01 a 05/02 de 1981
força política deste país a compreen linhas acima: só a ação do povo. a Jango
der a absoluta necessidade de uma unidade do povo, expressa através das Compreende-se que, por tado o que de 1981?
aliança de forças políticas e sociais mais variadas formas e por meio de foi exposto, os comunistas não podem
muitos amplas e heterogêneas para diversas entidades — sindicais, cultu
embalar a imaginação- com o cenário
derrotar a ditadura resultante do gol rais e político-partidárias, de jovens, de uma renúncia, ou simples viagem
pe militar de 1964. Têm persistido, de bairros, de mulheres, etc. — é ca
paz de mudar decisivamente o quadro a Paris, do presidente, e com a expec dos, lutar pelo cumprimento do calen
com teimosa coerência, na busca desta tativa da repetição, com quase vinte
unidade das forças democráticas, político e garantir a passagem a um dário eleitoral, pela autonomia de to
regime de liberdades c progresso so anos de permeio, da luta pela posse das as cidades que a perderam. O que
mesmo vacilantes, mesmo egressas re do vice. Não há legalidade a defender,
centemente do campo adversário. Exa cial. Essa ação dos "de baixo" eviden importa agorá é batalhar — não só
temente não pode ocorrer desligada, nem Constituição, nem soberania po "por cima", mas também "por bai
tamente por isso, os comunistas pular expressa em eleições.
apoiam todas as iniciativas tendentes à revelia, da movimentação dos atores xo", através da pressão de diretórios
a aproximar as lideranças do campo Dolíticos e sociais "de cima", isto c. partidários, entidacies populares e ou
requerem a articulação política, a uni Deixemos as quimeras de lado. O tras formas a serem criadas, pela
democrático, como os recentes encon
dade das oposições, os entendimentos. que importa, agora, é atentar para a união das -oposições na batalha de
tros entre Brizola e Ulisses Guimarães,
Mas estes não devem, sob pena de ex grave crise social c econômica, esti 1982. que se avizinha. E tudo isso
entre o senador mineiro Itamar Fran
co e ÍQsé Aparecido de Oliveira. En perimentarmos novas, desnecessárias mular a luta em defesa do emprego e ainalgamado e embcbldo pela reivin
tendimentos entre representantes da e dolorosas derrotas, pretender enco- do salário dos trabalhadores, c por uma dicação que expressa de modo mais
oposição e expoentes do governo que irar outro ponto àe apoio, sejam eles alternativa que evite a recessão e uma radical o anseio de nos vermos livres
adotam determinadas posições positi — como cm passado recente — deci maior desnacionalização dc nossa eco deste regime, a co-iv-.rjção de uma
vas — como os que reuniram dirigen didas falanges de bem-intencionados, nomia. O que importa agora é lutar Assembléia Naciuiuí! Constituinte,
tes do PP e o vice-presidente Aureüa- dispostos a substituir a luta das mas contra os casuísmos eleitorais ensaia- com o povó mobilizado c organizado.
no Chaves — são também, mais do
que normais em política, proveitosos
c oportunos.
-1- ^
. -V =: > ^
59
gerada pelo arbítrio pública da cidade um legítimo represen
tante da famigerada comunidade de infor
mações do regime, núcleo nefasto do ter
ror oficializado que prendeu, torturou e
matou impunemente durante os 16 anos em
que o país esteve mergulhado nas trevas.
relação à nova política econômica do Triste, multo triste cidade maravilhosa.
Fátima Murad governo, não houve uma intervenção O secretário demitido, general Edmundo
do coletivo partidário, que servisse Murgel, reconhecido pela sua incompetên
O deputado Ulisses Guimarães dls- como orientação às suas bases. cia para ocupar o cargo, sc desliga dias
iribuiu à imprensa, no último sábado, após conceder uma entrevista à imprensa,
um extenso documento sobre a situa na qual foi obrigado a dar algumas satis
RESPOSTA AOS fações públicas acerca do verdadeiro mar
ção econômica do país. em que res TRABALHADORES de lama que começa a ser revolvido c que
ponde, de forma contundente, às crí se traduz nas notórias ligações entre o
ticas que o governo tem lançado com Isso é o que observa o deputado es crime organizado, a polícia c algumas es
insistência às oposições, acusando-as feras políticas no âmbito estadual. Assim,
tadual Almir Pazzianoto, cuja ativida ale parece que o general foi demitido por
de incapazes de elaborar soluções e de parlamentar se dirige exclusivamen que deu algumas explicações à população
alternativas para a grave crise que a te ao meio operário e sindical. e não pelo seu despreparo para o cargo.
Nação enfrenta hoje. Pazzianoto acha que o partido deve De qualquer maneira, a substituição de
Para Ulisses, só existe uma solução um general por outro não deve mudar na
elaborar um documento, dirigido aos da. Seria preferível que recebêssemos a no
para os problemas nacionais, a demo trabalhadores do ABC, avaliando o tícia de que alguém de reconhecidas qua
cracia, que, segundo ele, só será reim problema do desemprego que já co lidades públicas e democráticas estivesse
plantada no Brasil a partir de uma meça a se manifestar, Ou de outro assumindo tão importante tarefa. Porque
Assembléia Nacional Constituinte. desse jeito, triste cidade, entregue agora
modo, afirma, os militantes do PMDB a um dos "anjos" da segurança nacional.
"O regime democrático é condição que atuam no movimento sindical
inarredável para resolver as dificul O deputado Ulisses Guimarães irão a reboque dos fatos.
dades da economia geradas pelo arbí reafirma que a Constituinte é O suplente de senador Fernando
Não há contradições
trio", diz o documento. "Somente o en a saída desejada pela Nação.
gajamento político de toda sociedade
Henrique Cardoso, membro da Co
missão Executiva do diretório de São
nas declarações
através de debates, da livre manifesta
ção e expressão e a negociação ine
quanto de bens de produção, cuja in Paulo, por sua vez, acha que já é hora de Goldemberg
dústria enfrenta hoje problemas de ca do PMDB criar um centro de estudos,
rente a esse regime poderão permitir As declarações do físico José Goldem
pacidade ociosa, que poderá agravar- nos moldes do antigo lEPES, porém berg, presidente da SBPC, após audiência
que o país defina a política econômica se a curto prazo; disciplinará os gastos mais dinâmico, que seja capaz de mu com o presidente da República, no último
adequada para enfrentar a inflação públicos, utilizando-os de forma mais nir o partido de ura instrumento teó- dia 21. deixaram os opositores do progra
galopante e o desequilíbrio externo eficiente, do ponto de vista econômico rLco necessário para orientar a sua ati ma nuclear brasileiro com a pulga atrás da
que sufocam a economia. Somente no orelha. Goldemberg declarou à imprensa,
e social. É um erro grave" — afirma vidade política. após o encontro, ter sugerido ao governo
contexto da democracia será possível — "realizar cortes globais na deman Por outro lado, a Executiva esta que permitisse maior aproveitamento da
conferir à ação governamental legiti da. sem critérios, provocando desem dual tem em mãos uma proposta en comunidade científica brasileira no progra
midade para pedir sacrifícios à socie prego e reduzindo o ritmo de ativida cabeçada pelo deputado estadual An ma nuclear, o que levou muitos críticos a
dcduzifcm disso uma aprovação implícita
dade. bem como conferir ac governo des principalmente prioritárias. Em tônio Rezk e encampada pelo conjunto do famoso acordo Brasil-Alcmanha.
a credibilidade de que necessita para suma", conclui, "a política corretiva da bancada do PMDB na Assembléia Na verdade não se trata disso. A maio
ser eficaz. O problema não é somente há de ser seletiva e não global e in propondo que a direção organize em ria dos físicos nunca sc posicionou contra
apresentar programas e aliernaiivas, discriminada." torno de si parlamentares, técnicos riamente à existência dc um programa
nuclear brasileiro; opôs-se, sim. ao acordo
como insistentemente reclamado, mas dentro e fora do partido, organizações com a Alemanha, por razões expostas cm
existir condições para debatê-los, de DINAMIZAR O PARTIDO de massa e todas as forças interessadas documentos da SBPC. da Sociedade Bra
purá-los e pressionar, para que eles na democratização do país, para a ela sileira dc Física e em inúmeras entrevistas
sejam aplicados, o que é impossível Embora as críticas do governo a boração de um programa para o gover à imprensa, c que remontam a questões
sem a regularidade democrática." dc ordem econômica, tecnológica e polí
uma suposta incapacidade das oposi no do Estado. A idéia c que tal progra tica. Em resumo, o acordo com a Alema
ções de responder à crise sejam con ma sirva não só para fazer avançar a nha não, nos serve porque não nos garante
POSIÇÃO DE PRINCÍPIO sideradas, de modo geral, como im democracia interna do partido, como independência tecnológica, já que não há
participação de cientistas brasileiros. Além
procedentes, elas causaram, assim também para servir de instrumento a disso, o, acordo é oneroso demais, baseia-
Em termos gerais, o documento di como as insistentes críticas da Impren uma política unitária com os demais se em dados errados acerca do desenvol
vulgado pelo deputado Ulisses Guima sa, um certo mal-estar no PMDB. Na partidos, na medida em que possa vimento de nosso consumo dc energia elé
rães, em nome pessoal, reafirma os verdade, foram um pretexto e uma servir como ponto de partida para um trica e é incompatível com nossas neccssi-'
dados.
princípios básicos contidos no progra motivação para o partido começar a amplo debate. Os físicos não são contra a energia
ma do PMDB, à luz da nova política repensar seu papel na atual conjun Outras iniciativas, ainda isoladas nuclear. Inclusive, num documento da
econômica. Às medidas recessivas tura política.- dentro do partido — como a dos pre SBF dc alguns anos atrás, propõem expli
--—-^ !: ■ .•" -j^ r-__=---^i^i?Lr citamente a necessidade de revisão do
adotadas pelo governo, em conseqüên E há um dado que emerge, incon feitos que se têm reunido periodica Acordo Brasil-Alemanha e sua substituição
cia das pressões dos credores interna testável, nesse quadro. Enquanto as mente para discutir as alternativas por um programa mais modesto, com outro
^ - ■=• cionais, o documento contrapõe uma novas organizações da sociedade civil para uma adminiitração municipal de direcionamento tecnológico e maiores pri
série de medidas que têm sido defen avançam no sentido de intervir mais mocrática — poderiam ser alinhavadas vilégios para . a área de pesquisa. £ uma
posição bastante diversa da de alguns gru
didas pelo partido. diretamente na vida do país, os par às propostas de Pazzianoto, Fernando pos ecológicos. Portanto, não há porque
^Um governo legítimo e democráti tidos políticos, o Poder Legislativo Henrique- e Rezk. O resultado seria, tanto espanto diante das declarações de
co evitará a recessão mediante uma como instituição, se recolhem aos bas sem dúvida, um partido dinâmico e Goldemberg, embora elas, pelo clima emo
política de controle seletivo da deman tidores. No caso específico do PMDB, efetivamente democrático, uma força cional que marcou a campanha, em mea
apesar das manifestações de peso de dos do ano passado, contra a instalação de
da de modo a poupar as importações; viva na sociedade brasileira. Esse seria usinas no litoral paulista — de resto bas
utilizará melhor os recursos internos alguns de seus parlamentares — como o melhor antídoto às críticas tanto do tante compreensível —, tenham dado mar
disponíveis, tanto de mão-de-obra do deputado Alberto Goldman — em governo como da imprensa. gem a muitas incompreensões.
•TOLfTieA
.T-
De 30/01 a 05/02 de 1981
VSS^
Voz da Unidade conclama seus apoiadores c todos os setores democráticos do país a cerrarem
fileiras, mmia ampla e organizada mobilização de massa, pelo repúdio ao julgamento absurdo
dos operários metalúrgicos e pela revogação da famigerada Lei de Segurança Nacional
c POLÍTICA
> y
7^f--i-'i^
iraz a força do novo nas veias e a preocupação cons Como desconfiávamos de tudo, pedimos para acom
tante com as lutas do povo. E, diga-se de passagem, panhá-la. Eles permitiram. Fui então escolhida, eu e
sem "nacionalismos". porque Maria é uma mulher Manuel Campos da' Paz, que era médico e que tam
voltada para o mundo, uma "real internacionalista". Luís Wemeck de
bém estava preso. Quando chegamos embaixo, eu e
que acorda pensando em El Salvador e na sorte do . Castro foi jorna- Olga já não encontramos mais o Manuel e aí come
povo nicaragüense. ^ íista» advogado e cei a suspeitar. Quando o carro chegou mandaram
A Voz teve o prazer de ouvir essa valorosa
professor. Come- Olga entrar e disseram: "A senhora fica." Eu tentei
çou sua carreira
marxista, que viveu os momentos mais conturbados ^ jornalística traba-
reagir alegando a promessa do tal do Müller, mas
deste século, atuando sempre em movimentos popu HSf Ihando na agên não adiantou. Enfiaram uma metralhadora em mi
lares, organizando as mulheres (em épocas bem mais cia "Havas" (I9Í0) e foi o primeiro jornalista a noti- nhas costelas e eu fiquei de "braços e mãos atadas".
dijiceis. para a mulher), passando pelas agruras da ciar o fim da 1.* guerra para todos os jornalistas do Já não podia fazer mais nada. E ela foi expulsa do
país. Professor de Matemática c fundador da Confe país diretamente para ás mãos da Gestapo.
prisão e do exílio. deração do Professorado Brasileiro, Luís nunca deixou
""1^ S T-ã^,r ^ ^ -f -| Vivendo ao lado de sua fiel e presíativa com de trabalhar em jornais. Trabalhou em A Rua. jornal
panheira — "a nossa querida Albina", como ela dc tendência anarquista; de 1920 a 25 foi colaborador E a ida para o exílio como foi?
da Voz do Povo. um jornal operário sustentado por — Meu marido, que também estava preso, foi
mesmo diz — e .seus dois cachorros, Maria nos conta sindicatos. Sendo também um brilhante advogado.
*z-': histórias da efervescente década de 50. das lutas Luís Werneck formou parte do corpo jurídico da libertado na "Macedada", ocasião em que o atual
antifascistas e do avanço popular no único "lapso ANL. Priíso em 36 e solto na "Macedada", o advo ministro da Justiça visitou as cadeias e soltou alguns
democrático" ocorrido de 45 a 47. gado ajudou a tirar 18 de seus companheiros da presos que estavam, inclusive, sem denúncia. Assim
Tudo isso é História, que merece ser lembrada, cadeia, quando é ameaçado por Filinto Müller e vai que saiu, ele assumiu o processo de vários presos,
para o exílio dc 1 ano. Em 46 integra o 8." Conselho conseguindo com sucesso libertar 18 deles. No pro
estudada e conhecida por quem hoje. tem a tarefa de da OAB. Sempre lúcido e preocupado com o povo,
■Í-- ■:■ i^rí'. »:v :r;
- V T -!r renovar e transformar: a nova geração. Luís morreu em 1979, aos 86 anos. Antes ainda^ cesso movido contra a União éle é que foi meu de
(Marco Antônio Coelho Filho) tempo de perguntar: "E a Nicarágua, como vai?" fensor, pois no da ANL (onde fui também processa
Maria, como foi e guando se deu seu ingresso no
da) não aceitei defesa, pois considerava o tribunal
movimento feminino e na política?
ilegal, arbitrário. Pela sua brilhante atuação nesses
casos, foi chamado por Filinto Müller, que lhe amea
— Foi justamente em 1930, no movimento uni problemas da mulher camponesa e da mulher operá çou de volta à prisão se continuasse defendendo os
versitário, pois havia toda uma efervescência polí ria não eram sequer tratados. presos da ANL. Nesta ocasião em que eu já estava
tica no país, oriunda da própria revolução, que for em liberdade resolvemos nos exilar na Argentina.
A senhora teve participação na Aliança Nabional
mou uma série de agremiações populares e de elite Libertadora? Como foi o período vivido no pós-guerra e como
dispostas a fazer política. Como toda jovem que se. se deu a sua filiação ao Partido Comunista Brasileiro?
interessa pelo progresso e que busca um caminho, — Como a partir de 34 já se aguçava na Euro
Éí \ v - - / S passei a participar dentro da universidade de movi pa a guerra, no Brasil se formou a Liga Antifascista, Os horrores da guerra, as perseguições aos
aVr;.-=«- - "• ' • --_•. '.^-^
mentos como o "Progresso Feminino" e a "União da qual eu tomei parte participando inclusive de seu comunistas, o poema do filho do Mussoliní.que des
Universitária Feminina". Mais tarde, comecei a per Congresso realizado no Teatro João Caetano, ocupan crevia os castigos dos negros como se eles fossem
ceber que essas agremiações tinham um caráter muito do toda a rua. A partir desses eventos, um grupo de flores negras com o centro vermelho e outras bar
elitista e não me satisfaziam, pois não abordavam mulheres, do qual eu fazia parte, fundou a União baridades mais, me revoltaram profundamente. E me
problemas que diziam respeito à grande massa de Feminina do Brasil. Fui então eleita para ser sua levaram a pensar que o pensamento marxista é que
mulheres deste país. Aí sobreveio em mim a preo secretária jurídica. Nesta época se deu minha adesão poderia resolver os problemas do mundo. Com a
cupação de que havia alguma coisa nova, diferente à ANL através da própria União Feminina do Brasil, anistia em 45 e Prestes na rua, eu então, já marxista,
da "simples política". que foi convidada e aceitou. A União era uma orga me filiei ao Partido Comunista. O Partido na lega
nização que lutava pelos direitos da mulher em todos lidade tratou de abrir comitês em todos os bairros e
Foi nesse momento que veio o seu rompimento os sentidos, mas que era também antifascista e anti- desenvolveu ininterruptamente um trabalho com as
com esses movimentos? imperialista. Daí o motivo de sua adesão como enti massas, nos morros e na periferia, Além dos comitês,
— Exatamente, foi era i'935, época em que a
dade na ANL. Com o seu fechamento, fui também participávamos, eu e meu marido, do MUTI (Movi
presa. mento Unitário de Trabalhadores e Intelectuais),
Aliança Nacional Libertadora ganhava força em todo
país. que eu percebi o elitismo desses movimentos, E a stu prisão, Maria, conte-nos como foii O qiie onde grandes nomes atuavam misturados com gente
que só brigavam pelo voto feminino, ocorrido em se tem notícia é que a senhora esteve presa junto com do povo. Os anos de 45, 46 e 47 foram, na verdade,
34, mas que não se preocupavam em analisar o pro Olga Benário e que inclusive tentou interceder na um grande gole de liberdade. Um gole que apenas
blema da pobreza, dos salários da mulher. Logo, os hora de ^ expulsão do país. Como foi isso? aguçou mais a nossa sede.
V. c DEPOIMENTO
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ir- J-^'
í^- "-^rZ.' -f^--V rí
éIsÍ-"
r>e 30/01 a 05/02 de 1981
Projeto Jari,
v'-i
um império .
dentro do Brasil
"Considerando o sigilo do testamen inglês — denunciando que o Instituto
to do sr. Ludwig, podemos admitir Ludwig de Pesquisa do Câncer S/A
que nele haja alguma disposição be não passa de uma central adminis
neficiando outros grupos, pessoas ou trativa da fortuna do seu fundador,
mesmo governo diverso do suíço", de Daniel Ludwig, que utiliza para este
clarou à Voz o deputado federal ca fim o pretexto dc utilidade pública das
rioca Modesto da' Silveira (PMDB), suas não claras pesquisas, abusa da
referindo-se ao futuro do controver intendência da União Helvética e goza
tido Projeto lari — o "Estado" inde ainda de completa isenção de im
pendente que o bilionário norte-ame postos.
ricano Daniel K. Ludwig está implan O dep. Modesto da Silveira (PMDB-RJ)
Esta organização promoveu em Ber mostrou em sucessivas investigações
tando às margens do rio Jari, era na uma entrevista de imprensa inter
plena selva inóspita amazônica. os males do Jari para o nosso país.
nacional com o parlamentar brasilei
O parlamentar — que no dia 21 ro. A totalidade da imprensa escrita,
lançou o livro "Ludwig, Imperador falada e televisada das quatro Suíças do o governo de seu país ou algum
do )ari", editado pela Civilização Bra- notificou com" inusitado destaque as "lesta-de-ferro" deste mesmo gover
siJdm.. no X' /inan,, em Coçacahana.. colocações que Modesto da Silveira no. Nesse caso, a situação brasileira
Rio — foi o relator da Sucomissão
fez na ocasião sobre as atividades dc ficaria muito precária nestas áreas,
de Segurança Nacional da Câmara Fe Ludwig no Brasil, principalmente o especialmente porque há uma vasta ex
deral que investigou as atividades do
Projeto Jari.
poderão ficar incmcdiavcimcnic com periência histórica de tropas america
grupo Ludwig no Brasil e que con
"O interesse despertado — conta-
prometidas quando no futuro, com a nas desembarcadas em inúmeros países
denou o empreendimento Jari, como morte do sr. Ludwig. o governo suíço do mundo, a título de garantir seus
nos Modesto — não foi apenas a res
é do conhecimento público, do ponto queira dar conseqüência ao testamen vagos interesses ou uma vaguíssima
peito da originalidade e exolismo dos
de vista econômico, social, ecológico to secreto." democracia. Muitas vezes, nunca mais
temas amazônicos, mas também os
e principalmente do ponto de vista da Há pouco tempo, Daniel Ludwig abandonaram estes territórios por eles
segurança nacional. aspectos de poluição, violação da ca
enviou uma insolentè cana ao chefe do invadidos, como é o caso de Porto
Modesto da Silveira esteve recente deia ecológica, econômicos, sociais e
políticos do Projeto Jari e demais em Gabinete Civil, onde faz uma série de Rico, Canal de Panamá e muitos
mente na Suíça, sede do misterioso exigências ao nosso governo — a Voz
preendimentos de Daniel Ludwig no outros."
Instituto Ludwig de Pesquisa do foi a primeira a noticiar o assunto.
Brasil. Todos estes aspectos foram de "Acresce, ainda — pondera o par
Câncer S/A, para quem Ludwig doará Entre outras coisas, o bilionário norte-
toda sua fortuna fora dos Estados grande interesse para a imprensa, o lamentar — que a Amazônia sofreu
povo e o governo suíço. Mas dois americano, numa impertinência sem várias tentativas de dominação por
Unidos depois de sua morte — inclu
indo o Projeto Jari e todos seus em outros aspectos foram de fundamental precedentes na fecunda'relação do go parte do governo norte-americano.
-prepoderância. O primeiro foi o fato verno militar brasileiro com os inte Considere-se também que a Amazônia
preendimentos no Brasil. "Eu fui à
Suíça duas vezes — afirma Modesto de que levantamos as atividades da resses forâneos, exige arrendamento é hoje a última grande reserva mais ou
—, com o mesmo objetivo de tratar Fundação e do instituto Ludwig de perpétuo das áreas que considera em menos íntegra de todo o Planeta, não
do Projeto jari. Da primeira vez. há Pesquisa do Câncer S/A, mostrando litígio (Ludwig apropriou-se indevida- apenas em biomassa e seus escassos
cerca de um ano. por conta própria, que essas entidades, ao contrário de damcntc de um milhão de hectares de produtos, mas Sobretudo pela grande
para pesquisar as suspeitas que ha sua pretendida finalidade humanísti- terra a mais do que efelivamenle com riqueza mineral de seu subsolo, que
viam sobre as atividades do sr. Lud ca, representam um verdadeiro biom prou na região amazônica); quer ainda pode constituir-se no grande manancial
wig e as suas organizações suíças liga bo de atividades ocultas de Mr. Lu plena liberdade de ação dentro daquilo de reservas estratégicas para o século
das às empresas que ele detera no dwig, nas quais se inclui a evasão dc que ele chama de "fronteiras naturais" vindouro: madeira, celulose, papel, ali
Brasil. Agora, fui à convite da orga impostos na própria Suíça. O segun do Jari, incentivos fiscais, financiamen mentos, bauxita, estanho, chumbo, co
nização "Declaração de Berna", não do aspecto refere-se ao governo suíço to do BNH e subsídio em dinheiro^' bre, ouro, etc."
só para expor uma panorâmica do que. sendo sócio do Instituto Ludwig, para suas vendas de celulose no mer "Tudo isso — conclui o deputado
Projeto )ari e demais empreendimen passa a ser detentor de parte do terrl- cado interno. do PMDB) — aetoriza suspeitar que
tos do sr. Ludwig no Brasil, mas tam " tório brasileiro, tendo em vista que Por descuido ou azar, o general a política neocolonialista atualmente
bém as vinculações de suas atividades . todo o patrimônio do sr. Ludwig no Golberi recebeu o documento; mas de adotada nos países do terceiro mundo
com a Suíça." Brasil foi secretamente doado a este cidiu, porém, dar publicidade à carta, pode evoluir para algum tipo de in
"Declaração de Berna" é uma or instituto." numa atitude considerada no Planalto tervenção direta, confonne era rotina
ganização helvética de solidariedade Prosseguindo, relata o deputado: e na Jari "hostil" a Daniel Ludwig. do.imperialismo dos séculos preceden
e ajuda aos povos do terceiro mundo "Com esta manobra sub-reptícia, uma A partir desta suposta hostilidade, nos tes. Depende,-apenas, de uma avalia
— a mesma que acusou a Nestlé de potência estrangeira, no caso concre círculos opositores ao Projeto Jari pas ção compensadora para tal tipo de in
assassinato em massa de crianças no to a Suíça, passa a ser detentora de sou-se a ironizar: ganhamos um novo tervenção. Se tal acontecer, que seja
terceiro mundo, acusação que resultou parte do território nacional, o que é aliado na nossa luta pela Amazônia, por imprçvidência, omissão ou compro
em processo, onde a organização em imponderável sob o ponto de vista ju o chefe da Casa Civil. metimento nosso, certamente teremos
patou juridicamente, ganhando, po rídico e político, sobretudo sob o ponto Para o deputado Modesto da Silvei um país retalhado em breves dias e
rém. de goleada, politicamente. de vista da segurança nacional. Estes ra, entretanto, o assunto é melindroso. os nossos filhos terão de aprender
A "Declaração de Berna" publicou foram os aspectos que mais dispensa E explica porque: "Tendo em vista uma nova geografia, em um mapa di
na Suíça um bem documentado dossiê ram a atenção; sobretudo as relações que o sr. Ludwig é norte-americano, ferente daquele que herdamos de nos
de 43 páginas — já traduzido para o diplomáticas entre o Brasil e a Suíça nada impede que ele tenha beneficia- sos avós." (RM)
NACIONAL
>
ne 30/01 a 05/02 de 1981
Artigas: a
da arquitetura
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V-S^-"^S
Vjlanova Artigas
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Ar/igfli. Seu nome é um marco e
um símbolo em nossa vida cul
tural e particularmente em nos
sa arquitetura. Ativo participan
te das lutas democráticas, incansável
.' -^- -'r=í.-= r:2Hc>j baial/uidor da valori-açao do arquiteto e
da renovação do ensino da arquitetura •••t 1
C CÜL'
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De 30/01 a 05/02 de 1981
a beleza
rasíleíra
A deslumbrante beleza do prédio da FAU. no campus da USP
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ELETRICITaRIOS/SP
c SINDICAL
>
1 í-
- -i' _ . ■'
De 30/01 a 05/02 de 1981
Avança luta
por reajuste Sindicato da construção:
semestral
Prosseguindo a movimentação desenvol
vida quando da recente aprovação pelo
Congresso Nacional do projeto que alterou
46 anos de luta
a política salarial, a il de dezembro de
1980, entidades de médicos, engenheiros,
OpeTarios se unificam e eliminam interventor, 29 de setembro de 1964, endereçado
ao comandante da 9.'' Região Militar,
arquitetos, agrônomos, psicólogos, quími
cos e outros profissionais de nível superior devolvendo combatividade ao mais importante prova bem esse servilismo e merece
lançam dia 06 de fevereiro a Campanha Na ser transcrito: "Levo ao conhecimento
cional pela Reformulação da Política Sala
rial, em reunião nacional a se realizar no
sindicato do Estado, que agora negocia de V. Excia. que a nova diretoria, de
Instituto dc Engenharia de São Paülo.
A insatisfação destas categorias com. a
convenção coletiva com diretoria legítima signada pela portaria 2Í, vem respei
tosamente pedir, caso não haja inco-
modificação salarial promovida pelo gove^ veniência, as fichas e a documentação
no c motivada principalmente pelo dese
quilíbrio que os termos do projeto (1.820/ apreendidas nesse comando e, se for
80, aprovado por decurso de prazo) causa possível, informar-me. mesmo que ver
rão à renda de quem recebe acima de 20 balmente. os nomes dos associados que
salários mínimos, aos quais ficará cance são contrários aos interesses nacionais
lado o reajuste semestral assim que entrar
em vigor. Além disso reduzirá o índice de e ao regime, a fim de eliminâ-los de
reajuste daqueles que ganham de 15 a 20 seus direitos nesse sindicato." Assina:
mínimos. Justificando tais medidas, o go Levindo Fortunato Monteiro.
verno, na ocasião, alegou uma pretensa re-
distribuição de rendas, que na verdade ape O Comando da 9." Região Militar
nas diminuirá as .cifras das folhas de pa por sua vez enviou-lhe uín ofício re
gamento das empresas, comprometendo o
padrão de vida de 15 milhões de trabalha- servado onde aponta cinco operários
aorcs que ganham até 15 salários mínimos como membros do CGT e do PCB.
e agravando o dos que ganham acima .des De qualquer forma, as funções de
se limite, conforme dados do Dieesc.
coveiro do sindicato exercidas pelo
Vários sindicatos, federações e outras
associações representativas dos profissio interventor começaram a ter fim em
nais atingidos pelo decreto 1820/80 prepa março de 1979, com a formação de
ram a deflagração da Campanha com reu uma comissão de reorganização do
niões já efetuadas em diversos Estados do
i^
sindicato, que desenvolveu um traba
país, com a emissão dc documentos e en
trevistas coletivas à imprensa. Uma comis lho de unificação da categoria e de
são organizadora foi tirada para preparar filiação ao sindicato e recuperou a
a reunião do próximo dia 06, composta carta sindical. Em setembro, foi eleita
por dirigentes sindicais de São Paulo e por legitimamente uma diretoria e hoje o
mnmhms. rias. f.pjlarac.ões nacionais dos ar
quitetos e dos engenheiros agrônomos. Pa
ra cates dittgeivtea "é surgida a oportunida
Após 16 anos de intervenção fede
ral, o Sindicato dos Trabalhado
em 1919 fundaram a Sociedade Ope
rária União dos Trabalhadores de
sindicato conla já com 370 associados.
Euclides Bezerra dos Santos, mestre
de para uma grande mobilização nacional, de obra, é atualmente o presidente do
que vise desmascarar e derrotar a política res nas Indiístrias da Constru Campo Grande, cujos Estatutos, em
salarial do governo federal, através da ção Civil e do Mobiliário de Campo seu item A do artigo 2, estabeleciam
mais importante sindicato de trabalha
união nacional de todas as categorias de Grande volta ao cenário do movimento dores de Mato Grosso do Sul e tem
que tinha por objetivo obter a diminui
irabailtadores, técnicos, auxiliarcs c profis sindical. Dois meses após a eleição de ção das horas de trabalho e o aumen
claro que suas tarefas imediatas não
sionais liberais, coordenadas onde for pos são fáceis. Terá de negociar as reivin
sível, pelos Sindicatos, Comissões Intersín- sua diretoria legítima, realizou uma to dos ordenados, compatíveis com as
assembléia com a presença de mais de dicações da categoria nessa convenção
dicais e Unidades Sindicais". condições locais, assim como o melho
350 operários. A manifestação, acon coletiva de trabalho, junto a um sindi
ramento das condições de trabalho.
tecida no dia 19 do corrente, contou Invadido em 31 de março de 1.964,
cato patronal que representa os inte
Médicos têm com uma participação que surpreen por um comando do Exército, que
resses de uma dezena de grandes fir
mas construtoras, acostumadas a piso
deu até mesmo à diretoria, que encon também indiciou toda a diretoria num
apoio da tra enormes dificuldades para convo
car a categoria: o espaço da sua sede
Inquérito Policial Militar, o sindicato
teve sua carta sindical cassada em
tear inpunemente os direitos de seus
empregados. Além das reivindicações
acima mencionadas, estão incluídas
população própria construída em 1938 foi pe
queno para tanto entusiasmo e tanta
1971, além, é claro, de perder seus
1236 associados, número de operários
na pauta dos trabalhadores o adicio
nal por tempo de serviço na razão de
gente, que inclusive se aglomerou do ligados ao sindicato até 1964.
o Conselho das Sociedades de Amigos lado de fora, nas calçadas da Rua Ma- Hoje, 46 anos após a fundação de
5% para os que têm 3 anos de firma;
de Bairro da Região do Ipiranga, em São racaju. Distribuídas em 24 cláusulas, aviso prévio de 45 dias para os de
Paulo, formado por 24 entidades, aumen seu sindicato, os operários da cons igual tempo que forem dispensados;
ta a mobilização da comunidade para que
as reivindicações da categoria foram trução civil reivindicam um piso sala
aprovadas item por item. a maioria garantia de emprego às gestantes e
volte a funcionar a Clínica Infantil do rial de Cr$ 9.000,00 para os serven acidentados; e outros itens que reúnem
Ipiranga, há quase um mês com atendi por unanimidade, fornecendo as bases tes (que ganham menos de 7 mil), de
mento paralisado, em virtude dos atritos para os preparativos para as negocia um total de quase 60 reivindicações,
nas negociações entre o corpo de médicos Cr$ 9.750, para o meio-oficial e entre elas a liberdade de acesso dos
e residentes com a direção. Em ato pú ções da convenção coletiva de trabalho CJr$ 12.900,00 para os profissionais.
blico realizado dia 24 último, aproxima a serem levadas pela diretoria. representantes do sindicato nas obras
Reivindica também aumento, salarial e escritórios.
damente 300 pessoas questionaram os di Esta foi a maior prova de que os de 5% sobre o salário de maio de
retores da Clínica, religiosos da Ordem de Logo ná primeira reunião entre tra
São Camilo, que fogem a acordo ante 16 anos anos de arbítrio não consegui 1980 para aqueles que passaram a ga balhadores e patrões o sindicato pa
rior ao não recontratar pela CLT os mé ram apagar a consciência e a combati nhar até Cr$ 9.000,00, 4% para os tronal não compareceu. Euclides Be
dicos demitidos é adiar o edital para con vidade dessa categoria, que em 1934 que passaram a ganhar até Cr$
tratação de novos residentes. zerra,, por outro lado, já anunciou que
O movimento da população reivindica já organizava seu sindicato (com Oscar 15.000,00 e 3% para os salários su pedirá a intervenção do Ministério do
a pennanência dos médicos preceptores (a Dechemdt eleito o primeiro presidente) periores a Cr$ 15.000,00.
Trabalho a fim de forçar os patrões a
Clínica funciona como hospital-escola), al e que hoje representa 30 mil trabalha Certamente essas reivindicações pa
guns deles com oito e até 10 anos de se reunirem com os trabalhadores, ba
trabalho no local, e conta com apoio de dores de Campo Grande. Em 34, o sin receriam subversivas para o presidente seado no artigo 616 da CLT. O pro
várias entidades mé^cas'e de parlamen dicato travava uma luta pelo respeito da junta governista que foi enfiado no cesso de negociação vai até X? de
tares que acompanham as negociações: às oito horas de trabalho, conforme sindicato após o golpe de 64. Esse pe fevereiro, data-base da c^goria. Se
Associação dos Médicos Residentes do consta nas atas, onde estão registradas dreiro, matriculado no sindicato sob-
Estado de São Paulo, Associação Paulista até lá as partes não entrarem em açor»
e Conselho Regional de Medicina, Socie as queixas de operários que eram obri o número 186, brasileiro de Belo Ho do, o sindicato dos trabalhadores le
dade Paulista de Pediatria, deputados Ho- gados a trabalhar 10 horas por dia. rizonte, foi, durante os últimos 16 vará suas reivindicações à justiça tra
rácio Ortiz (PMDB) e Osmar Ribeiro Porém, o início da organização dos anos, fiel servidor da ditadura. Um
(PTB). balhista. (Campo Grande, do corres-
trabalhadores é anterior a 1934. Já ofício seu, de número 13, datado da pendente).
c SINDICAL
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econômicos e financeiros, mas não pode ignorar a grave dimensão LIBERDADE EM JOGO
ideológica que existe na questão do afastamento dos professores. A PUC, seja porque interesses mes
O que está em jogo é a sobrevivência da liberdade na universidade quinhos e imediatos tenham levado a
isto, seja porque começa a predominar
na sua cúpula dirigente um conceito
talitário de governo, que é o que nós reclamou tranqüilamente contra os fi mais estreito, com elementos de inte-
Honório Vasconcelos
temos". nanciamentos: o da Finep, da ordem grismo — a esse respeito acreditamos
de Cr$ 300 milhões, igual ao do ano que a comunidade universitária de nos
RIO — Afinal de contas, o que é ESTRANHA MISSÃO passado e por isto mesmo avaliado so país gostaria de ouvir a palavra do
que há realmente por trás da crise na pelo padre Mac Dowell, a partir dos padre- Vaz —, o fato é que o episódio
universidade católica do Rio (PUC)? Por coincidência, imediatmente após dados da inflação, em metade do que das demissões, como foi formulado e
O problema, como reconheceu o pró o anúncio das demissões, soube-se deveria ser; e o do^ Ministério, da or encaminhado, coloca no^ centro da
prio reitor, padre João Mac Dowell, que uma comissão de alto nível liga dem de Cr$ 20 milhões, mais cinco questão o problema da liberdade e da
não se esgota- num simples reajusta- da à entidade mantenedora da PUC que o do ano passado, igual a 3% de função da instituição acadêmica numa
mento orçamentário, obrigando a sus — tendo à frente o empresário foão todo o orçamento da PUC para este sociedade que busca ser livre e plura
pensão de cursos e demissões de pro- Fortes'— levou a Brasília, diretamen ano. lista.
•íessores para amenizar dêficits que já te às mãos do presidente Figueiredo, Logo, tratar-se-ia de reivindicações Hoje, o que separa professores e
são crônicos no balanço de contas das um documento propondo medidas pa concretas, sem nada de misterioso estudantes da direção da PUC, o que
instituições de ensino do país. ra solucionar a crise financeira daque que pudesse — pelo menos é a im sensibiliza a comunidade universitá
Por mais compreensível que possa la universidade. pressão que se tem até agora — ou ria, não são as questões ecomômícas,
ser a visão que se tenha dos problemas A imprensa até agora não teve precisasse ser sonegado à comunidade mas o critério ideológico que surgiu
econômicos da universidade — e nes acesso a ele — seu conteúdo não foi universitária, disposta, como reitera no bojo da busca de uma"'so!ução pa
te ponto tanto a comunidade docente revelado pela reitoria, que sintomati das vezes já o demonstrou, a juntar-se ra uma crise eminentemente econô
como discente da PUC deram repe camente alegou desconhecê-lo, nem à instituição na batalha para conse mica,
tidas mostras de bom senso, tolerância pelos portadores, estes a pretexto de gui-las e assim amenizar as dificulda O que está em questão hoje, no ca
e colaboração —, não se pode ignorar que caberia ao Planalto fazê-lo. O des financeiras sem prejuízo para a so específico da PUC, não é a sua
a gravidade do caráter ideológico que fato é singular e dá margem a especu qualidade do ensino. sobrevivência como centro de ensino
revestiu a demissão de pelo menos lações — afinal de contas, por que Assim, o que intriga e preocupa no de alto nível, mas a sobrevivência da
alguns dos 28 professores afastados, e fazer segredo em torno de fatos dessa episódio é como as coisas vêm acon liberdade dentro da universidade —
o que isto representa no atuai quadro natureza? As dívidas e as fontes fi tecendo, E a interrogação que fica no seja ela oficial ou privada —, na me
educacional do país, definido pelo nanciadoras dos diversos cursos da ar é: teria a PUC optado pelo caminho dida em que, neste país, tanto uma
jurista e ex-professor da PUC, Seabra PUC são conhecidas. das concessões para solucionar suas quanto outra não sobrevivem sem o
Fagundes, como inspirado em "dire Recentemente, ao relatar ás dificul dificuldades financeiras? Por que só aporte financeiro de instituições de na
trizes compatíveis com um sistema to dades da sua universidade, o reitor depois da demissão dos professores e tureza pública e estatal.
V
c EDUCAÇÃO
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L - -, r-
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- ri-''>••• íiir^ ?<
" • Jv -r.'-.*i
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He 30/01 a 05/02 de 1981 13
SOCIALISMO EL SALVADOR
Apesar da ajuda
Bem-estar será tema do de Reagan, junta
perde terreno
A -( -ínternacíonal""^ - -/
vss^ Pe 30/01 a 05/02 de 1981
Com a proposta de divulgar e buscar as raízes da cultura público, que começou a ver o Grupo
de forma diferente, como se ele tivesse
niatogrossense, o Acaba pretende, com sua música, colocar em uma grande estrutura para produzir
debate a defesa de mn meio e de uma raça, valorizando o folclore música e cultura. Na verdade, o Acaba
continua o mesmo, lutando com as
e a vida de nma das maiores reservas ecológicas do mundo mesmas dificuldades de 12 anos atrás.
Mas é inegável que amadurecemos
mais e ampliamos a área de divulgação
c CULTURA
>
De 30/01 a 05/02 de 1981 VOZ
<; CULTURA
>
De 30/01 a 05/02 de 1981
ESPORTES
>
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V. % '■
Reagan quer mais
armas e ameaça
a paz mundial
Corrida
armamentísta
da unidade
DIRETOR RESPONSAVEL-iHenrIque Cordeiro
ignora fome e
desemprego — pág, 14
SÃO PAULO, DE 6 a 12 DE FEVEREIRO DE 1981 - ANO 11 - N.o 44 - Cr$ 30,00
Telenovela quer
Comunistas sair do eixo
Rio/São Paulo
respondem
a Figueiredo
Para Lauro César
Muniz,"Rosa
Baiana" poderá
'- ^
iniciar renovação
pág.IS
A gasolina sobe
Fora do Brasil, o presidente reconhece novamente. £ a
puhiicauienle a existência real do PCB, crise se agrava
e diz qiie a abertura vai continuar
Com isto, questão
das fontes de
energia ganha
novo destaque e
exige soluções
pág, 7
Começam a esquentar
os motores do ABC!
Metalúrgicos preparam campanha salarial
lutando contra demissões, interventores
e ladrões de votos. Págs.8e9
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OPINIAO/NACIONAL
EDITORIAL
-< política
>
De 06/02 a 12/02 de 1981
POLÍCIA
Consaerando-se à tarefa de conhecer dificuldades locais
o
os programas locais
sa dia 29 último, no Rio, para divulgar tre
chos do livro '"Lamarca — O capitao da
guerrilha", dos jornalistas Emlliano José e
Oldack de Miranda, que revela como o
então major Nilton matou o capitão Carlos
Lamarca a 17 de setembro de 1971.
Iramaya disse que seu filho César Benja
Almír 'Pazzianotto Pinto * min foi torturado pelo major Nilton quan
do esteve preso em Salvador, em 1971;
atingindo, o governo, ou tentará arran Um partido novo, que deseja ser tinha 17 anos na época.
Um dos grandes problemas enfren
tados pelos organizadores de partidos car ao governo, enquanto seu aliado moderno e procura agir em íntima li O hoje coronel Nilton Cerqueira che
ou mesmo na oposição. gação com as mais amplas bases po fiava em 1971 a 2.* Seção do Exército e o
refere-se à elaboração do seu progra DOI-CODI na Bahia. Lá, segundo Iramaya,
ma. Talvez por isto a questão continue Como um partido político precisa pulares, para. lhes inspirar segurança
ele "torturou muita gente".
registrando alguns insucessos entre crescer, constantemente, de baixo pa e se apresentar apto para responder
suas interrogações, não pode caminhar "A posse de um torturador no comando
nós, não se podendo atribuir, conscien ra cima, é razoável esperar-se que em da Polícia Militar do Rio é um escárnio
temente. aos programas partidários cada rauhicípio exista um programa a reboque dos acontecimentos, nem para todos nós. O que um homem desses
um poder de sedução capaz de atrair ou plano diretor local, tirado das aná permitir, quando na oposição, que o vai fazer com tamanho poder nas mãos?",
grandes massas eleitorais. Pelo con lises e discussões promovidas pelos governo. conserve a iniciativa. Para diz ela.
trário. ao que tudo indica as filiações dirigentes e militantes com os mem que tal não ocorra, além do exercício O oficial pára-quedista Nilton de Albu
resultam de um enorme e exaustivo bros das suas organizações sociais. das atividades normais de um partido querque Cerqueira foi promovido a coro
opositor, entre as quais se destacam nel em agosto do ano passado. Ele coman
esforço de arregimeníação desenvolvi Assim construído, o programa con dou no Rio o 2." Batalhão de Infantaria,
do por pequenos quadros, quando não substanciará as reivindicações da co as de fiscalização e crítica, deverá ela da Vila Militar, em 1980, quando foi trans
decorrem de fatores emocionais tran munidade onde o partido começa a borar os seus projetos alternativos de ferido para Brasília, onde servia ultima
sitórios. atrações pessoais, carismas, sua estrutura, passando a cumprir o governo, ou plataformas administrati mente. Ele fez cursos como o de Comando
vas, para os níveis municipais, esta e Estado-Maior e o da Escola Nacional de
mitos oLi da bipolaridade góvemo- papel de aglutinador político com uma Informações e tem várias condecorações:
-oposição muito acentuada nos últimos eficiência igual ou superior a do me duais e nacional. Ordem do Rio Branco, no grau de oficial;
anos. lhor comitê ou diretório. Por outro la A necessidade ditada pela lei, dos Mérito Santos Dumont. de prata: Ordem
De maneira bastante visível, princi do, a pesquisa exigida e o próprio tra partidos em estágio de formação apre do Mérito Militar, no grau de Cavaleiro;
sentarem, concomitantemente com o e a Medalha do Pacificador, com palma.
palmente nas menores cidades e entre balho de elaboração dessa plataforma
--^ -■
as camadas mais populares, numero político-administrativa não somente seu manifesto um programa geral de
sos eleitores manifestam a tendência aproximarão os quadros partidários alcance nacional, não impedirá que,
de se decidirem em função da pessoa do conjunto da população, como exer em seqüência, outros programas locais ABSURDO
do candidato ou da eficiência da sua citarão o seu conhecimento de toda a comecem a ser desenvolvidos com a
campanha publicitária, dando menor realidade, capacitando os seus inte efetiva colaboração dos membros ins
valor ao programa do partido pelo
qual se apresenta. É bastante provável
grantes para o exercício das funções
legislativas e executivas.
critos, dos simpatizantes e dos repre
sentantes das associações civis. Em Soracaba, é
que isto ocorra, entre outras coisas,
porque as plataformas partidárias,
A elaboração de programas locais
estáveis, sob a responsabilidade do proibido beijar
além de surgirem das direções para as próprio partido, programas esses-ante Aprofundar a
bases, abordando grandes e complexos riores e superiores às pessoas dos
temas nacionais em textos longos e de eventuais candidatos, deverá dar aos questão no caso Depois de muitas arbitrariedades co
metidas pelos nossos órgãos de segurança
leitura trabalhosa, omitem questões eleitores mais segurança e clareza acer pública, o juiz de Sorocaba conseguiu che
concretas locais, perdendo muito do ca dos objetivos políticos e adminis do PMDB gar ao dimax da sacanagem: O BEIÍO
seu interesse para boa parte da popu trativos colimados. Creio ser evidente FOI PROIBIDO EM SOROCABA! _ É.
lação. Na verdade, esses ambiciosos e que, a fixação dos objetivos não im No caso específico do PMDB, o mais parece um conto do escritor
aprofundamento da questão que aqui Gabriel Garcia Marques, — episó
eruditos programas, conquanto se tor plica na idéia da sua imutabilidade, dio digno de constar nas páginas de seu
nem leituras obrigatórias dos cientis nem da impossibilidade de alteração é suscitada não trará, necessariamente, mais famoso livro, "^Ceni anos de soli
tas políticos, pouco falam à sensibili das prioridades estabelecidas. Saberá, pronta solução para os muitos proble dão", — mas não, o fato é verídico _e
mas enfrentados quando se deseja a aconteceu em Sorocaba, Estado de São
dade do homem comum, cujas preocu porém, a população do município que Paulo, onde a pedido de "pais de
pações mais imediatas cedem espaço o seu prefeito e vereadores iniciarão edificação de um partido nacional, lia" que se dedicam intensamente a glo
às complicadas formulações teóricas. o cumprimento do mandato munidos democrático, popular, aberto à incor riosa tarefa de resguardar a moralidade
de todas as informações indispensá poração de todos os trabalhadores e pública c familiar" acharam por bem
representantes de outras classes e ca proibir o mais simples e bonito dos atos
veis. e que deverão pôr em marcha um
O programa piano diretor redigido pelo partido e madas sociais interessadas na modifi
de carinho que duas pessoas possam tro
car. Em Sorocaba é terminanlemente proi
íi-- ?=- com a colaboração de todos aqueles cação da estrutura deste país. Consa- bido que pessoas se beijem em público,
estabelece um que nessa obra tiveram interesse. grando-se, porém, à tarefa de conhe e para isso, o nosso Intrépido juiz mobi
cer e equacionar dificuldades locais, lizou a polícia militar c civil para que
pi ano de governo
7- '-^—^ saiam à caça de casais enamorados que
sem perder de vista os panoramas es subversivamente estejam violando mais
""—iT -r -L--. ~ • ■ ^'' '5-.^' •"' -■:i--j Não estou confundindo a questão
Um partido taduais, nacional e mesmo o interna
cional, por compreender que os pro
esta "justa" lei.
Talvez a próxima portaria baixada por
programática com indefinição ideoló este grande "justiceiro, paladino da or
gica, embora deva se reconhecer que,
moderno blemas se interligam, o Partido lança dem. moralidade e bons costumes" seja a
rá sólidas raízes nas bases da socieda proibição da relação sexual e. para tanto,
aqui ainda, os nossos partidos, salvo
uma ou outra exceção, não primam
precisa ser ágil de e se transformará em partido de cada casal seria obrigado a dormir junto
com um policial da PM ou da ' polícia
massas, em condições de lutar pelo civil, e, assim, Sorocaba estaria dando
pela clareza das definições. advento do regime democrático, e de mais um grande passo para o "progresso
Por ideologia entendo, de maneira o mesmo processo seria aplicado na lhe dar sustentação nos momentos de desta Nação" e dispararia mil léguas na
singela, o conjunto das idéias que in formulação dos programas estaduais e crise. frente do projeto de controle da natalida
formam a organização de um partido. nacional, e vínculos obrigacionals de que está sendo estudado aqui no Bra-
Ao programa, por sua vez, caberia idênticos passariam a ser estabelecidos S'l*
especificar, em linguagem direta, aqui- com todos os aspirantes a cargos ele Almír Pazzianotlo Pinto é deputado O ocorrido seria triste sc não fosse cô
estadual pelo PMDB/SP e advogado mico, mas Imaginem se a moda pega?
jo que esse partido se propõe realizar tivos nestas esferas. sindical. « (Rcinaldo Beli.ntaní)
V NACIONAL
>
De 06/02 a 12/02 de 1981
í POLÍTICA
> j
De 06/02 a 12/02 de 1981
Rui Veloso
imobiliária marginaliza
Na semana em que o Instituto dos Sul se desenvolveram e se consolidã- — "Eles continuam pressionando a
administração, mas o que é mais grave
O lAB tem planos de ação conjun-
4a com outras entidades interessadas
Arquitetos do Brasil comemorou seu ram nesta mesma época. Isso aconte no fim da especulação, como as as
ceu porque as favelas eram verdadei nisso tudo e não pode deixar de ser
60.' aniversário e em que seu Con
ros armazéns de mão-de-obra barata denunciado é que essa pressão para sociações de bairros e de favelas?
selho Superior divulgou manifesto desalojar as populações carentes já es
afirmando que a luta da entidade e para uma parte da cidade que estava — "Dentro do lAB temos inclu
se desenvolvendo. Mas no momento tá sendo desenvolvida até mesmo em
dos arquitetos "está inserida nas lutas áreas novas, em conjuntos proletários sive, enquanto proposta de trabalho,
pela conquista da independência e da em que esta parte da cidade acaba de uma comissão de relacionamento co
democracia em nosso país, benefician se desenvolver, ou seja, que este esto que foram construídos para abrigar
ex-favelados. O exemplo típico é a munitário; que já vinha se estruturan
do-se dos avanços democráticos con que de terras se esgota para a indústria
imobiliária, começa aí a pressão sobre Cidade de Deus. Você lembra quando do há algum tempo, e que está
quistados pelo conjunto da popula começando a desenvolver um traba
ção". a e''peculação imobiliária e o o poder público para desalojar esta o lomal do Brasil iniciou, ano passado,
preço exorbitante dos aluguéis volta massa trabalhadora que fornecia mão- uma campanha intensa contra a vio lho mais permanente com estas enti
de-obra barata, e construir mais edifí lência na Cidade de Deus? Pois bem, dades. Nós temos entrado juntos em
ram. com força total, à cena pública.
Procurando contribuir para o apro- cios nas áreas que elas ocupavam. boje já se sabe o real significado da algumas brigas, como a defesa da fi
ji ndamento do debate. Voz da Unida Então, toda falácia da necessidade de quela campanha, é que, com a conso gueira da rua Faro, a ameaça de de
de procurou Rui Veloso. presidente se deslocar as populações faveladas da lidação do plano-piloto da Barra da molição do Copacabana Palace, a
da seção carioca do IAS. Afirmando Zona Sul para conjuntos "mais bem Tijuca, as áreas de dentro estão fican questão que está surgindo agora em
que uma das questões a que o IAS estruturados" na Zona Oeste — Vila do agora altamente cobiçadas pela in Laranjeiras com o projeto de abertu
dá mais importância, na luta contra Kennedy, Vila Aliança, Cidade de dústria imobiliária. E a Cidade de ra de uma via paralela à Rua das La
a especulação imobiliária, é a união Deus etc. —,tudo isso era exatamen Deus é' um entrave para que se estenda ranjeiras e que implicaria várias desa
da entidade com as associações de te a necessidade que a indústria imo uma ocupação mais elitizada por Jaca- propriações, o caso do metrô e dos
bairros e favelas, Rui Veloso mostra biliária tinha de ganhar novos es repaguá. Então, o que pode vir a ocor transtornos e desapropriações que
como a indústria imobiliária pressio paços." rer é uma segunda remoção, e os mo vieram com a obra. Em suma, nós
na o poder público para obter cons tivos alegados serão os mesmos que estamos assumindo estas questões to
tantes mudanças na legislação que E agora que as populações favela serviram de pretexto para a primeira. das que têm sido levantadas pelas
regula o uso do solo urbano. A Voz das mostram-se cada vez mais decidi Mas a verdadeira razão também será associações de bairros e de favelas,
publica também a íntegra da "Mani das na luta contra a remoção, apoiadas a mesma: a necessidade de liberar no no que compete especificamente à
festação do Conselho Superior do por amplos setores da sociedade, qual vos estoques de terra a bom preço, em nossa área de atuação como arquite
lAB " por ocasião dos seus 60 anos. será a saída dos grandes construtores área que a especulação está começan tos. Nós estamos juntos e estamos
(Rogério Marques Gomes) para ocupar novos espaços? do a necessitar." brigando. E disso não abrimos mão."
NACIONAL
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06/02 a 12/02 de 1981
AGRICULTURA
C ECONOMIA
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em nossa história,
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Para Andreottí
só assembléias
amplas podem
unificar a
campanha e isolar
grupos estreitos
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De 06/02 a 12/02 de 1981
REPRESSÃO
C SINDICAL
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11
De 06/02 a 12/02 de 1981
C SINDICAL
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De 06/Q2 a 12/02 de I98I
VS3L
Í2
C EDUCAÇÃO >
Pe 06/02 a 12/02 de 1981 VS3L,
ESPANHA/EXCLUSIVO
O PSUC, o eurocomunísmo
e a crise do PCE
José Geraldo do Couto cias em que se desenrolou o Congresso; é a
menos confUtiva possível. Do comitê
Enviado espedal Executivo não fazem parte nem o setor
mais crítico nem os eurocomunistas puros.
o Partido Comunista da Espanha, fun O Comitê é bastante homogêneo, composto
dado em 1920, tem uma longa e respeitada apenas pelos eurocomunistas de esquerda,
tradição, forjada na luta contra o fascismo que são contrários à instrumentalização di
e pelo progresso social em seu pais. Hoje, reitista do eurocomunísmo levada a cabo
conquistada a legalidade após quase 40 anos por certos dirigentes do PCE.
de vida clandestina e a seis meses de seu Trata-se de uma alusão direta a Santiago
X Congresso (julho de 1981), o PCE en CarrUlo?
frenta uma das maiores crises da sua his — Bem, você sabe, a política de Carrillo
tória, que se reflete na evasão de militan tem sido muito deficiente, tanto no que diz
tes, na perda de influência no movimento respeito à organização interna do PCE,
sindical, na falência de seu joinal diário c como principalmente com relação aos pro
no próprio desgaste da imagem do partido blemas regionais da Espanha. Concreta-
diante da opinião pública espanhola. mente, no País Basco e na Galíçia, os co
Afinal, "que . pasa" com o PCE? munistas não têm quase nenhuma influên
As explicações para a crise são de vários cia. Basta lembrar que. das 60 cadeiras do
tipos. Existem as de fundo "ideológico", Parlamento Basco os comunistas possuem
que buscam numa pretensa inviabilidade apenas uma. Mas as nossas maiores diver
da -estratégia eurócomunista na Espanha a gências são em torno das questões interna
chave de todos os problemas. A solução cionais. Carrillo tem desenvolvido uma
estaria no enrijecimenio do espírito revo política internacional extremamente perso
lucionário e na rejeição dos acordos e ne nalista, ignorando a discussão interna no
gociações com os partidos à direita. Os Partido, como foi o caso de sua famosa
defensores desta análise consideram que viagem à China...
a atual direção do partido enveredou por E as atuais relações entre os dois parti
um "desvio parlamentarista", descuidando dos, como estão?
da mobilização de massas e da defesa dos — Existiram alguns atritos na época da
interesses específicos da classe operária. preparação do nosso Congresso. A direção
Lima explicação mais séria, e que tem do PCE achou que havia contradições entre
obtido destaque na imprensa espanhola, é nossos documentos pré-congressuais e a
a fromulada pelo deputado comunista Ra- orientação do PCE. Houve então uma reu
món Tamames, membro do CC em guerra nião entre os Comitês Executivos de ambos
com Santiago (íiarrillo e apontado como um os partidos e estabeleceu-se um acordo,
de seus possíveis sucessores, ao lado de com base na independência de no.sso parti
Nicolás Sarlorius (um "eurocomunista de do frente ao PCE. Cora os resultados do
esquerda"). Tamames tem protestado dia V Congresso, obviaqjgnte, as relações entre
riamente contra a estrutura de funciona os dois partidos p'^j^ram bastante.
mento do partido e principalmente de sua Na Catalunha, um partido marxista e nacionalista Como o PSUC se coloca diante do PCE?
direção, a seu ver excessivamente buro — Os estatutos dos dois partidos estabe
crática c ultrapassada (u atual CC tem 161 de^ nossa história recente. Em 1977 realiza às posições estreitas que tínhamos antes lecem os mesmos princípios, estratégia e
membros, o secretariado do CC tem 15 e mos o IV Congresso, onde traçamos a es do IV Congresso. métodos de trabalho. Tanto é assim que no
o Comitê Executivo 46). Propõe a substi tratégia do partido em bases do chamado E quais foram as principais questões de Parlamento Espanhol integramos o mesmo
tuição do cargo de Secretário-Geral por eurocomunísmo. A partir daí, o partido batidas no V Congresso? bloco parlamentar, ou seja, os partidos dei
uma Secretaria Colegiada e prega uma es entra numa dinâmica marcada por três ca — A discussão girou em torno de duas xam de existir independentemente enquanto
pécie de jubilamento dos velhos dirigentes, racterísticas básicas: 1. Éramos um partido tais, fundindo-se no Bloco Parlamentar Co
questões: a validade ou não do qualificati
como Carrillo e Dolores Ibarruri. que se recém-saído da clandestinidade, com qua munista. Temos oito dos 24 deputados co
vo "eurocomunista" para o nosso partido
riam deslocados para um "Comitê Central dros formados dentro de um partido clan munistas.
de Honra", de caráter puramente simbó e a questão da política internacional. A
destino. Nesta época entraram muitos mi batalha em torno do eurocomunísmo repre Isso explica o destaque que a grande im
lico. prensa tem dado ao FSUC e ao seu Con
Pelo menos em um aspecto a crítica de
lhares de péssoas no PSUC, qúe passou a sentava na verdade uma avaliação crítica
contar com cerca de 40 mil membros. 2. da política trilhada por nós nos últimos três gresso...
Tamames tem fundamento; é no que diz Nestes três anos, enfrentamos cinco elei
respeito ao crescente distanciamento da anos. — Na verdade, a imprensa burguesa re
direção do partido em relação às suas bases
ções parlamentares numa situação de cres E as questões internacionais, como foram conhece que o Congresso do PSUC foi o
cente crise econômica, o que nos impediu tratadas? acontecimento mais importante de toda a
e à sua periferia, inclusive no tocante aos
partidos comunistas regionais que dão
de consolidar internamente o partido e — Trata-se de uma questão tão delicada Espanha no mês de janeiro. Mas o interes
apoio e sustentação ao PCE nas distintas
educar ideologicamente os novos quadros. e pouco discutida em nosso partido que o se da imprensa corresponde concretamente
nações e províncias que compõem a Es
A crise econômica e a ausência de perspec próprio documento preparado pelo Comitê a duas ordens de fatores. Existe uma razão
tivas a curto prazo produziram o fenômeno Central apresentava certa ambigüidade, de ordem geral, que se refere à ofensiva da
panha. As relações com o principal destes que aqui chamamos de desencanto, que nos
partidos, o Partido Socialista Unificado da com o objetivo de não ferir nenhuma das direita contra as forças progressistas e de
levou à perda de uns vinte mil militantes, facções existentes no partido. Acontece que esquerda como um todo. No caso concreto
Catalunha (PSUC). agravaram-sc sensivel entre o IV e o V Congressos. Os que saí
mente após o V Congresso deste, realizado essa ambigüidade se acentuou nas resolu do PSUC existe um outro fator: a direita
em janeiro.
ram foram sobretudo os novos militantes, ções do Congresso e deu origem a um se aproveitou dos conflitos ocorridos no V
O V Congresso do PSUC pode ser con
aqueles que ingressaram no PSUC no pe documento totalmente contraditório, onde Congresso e principalmente de seus resul
ríodo da legalidade. 3. A crise econômica a nossa posição independente e crítica dian tados para "demonstrar" que não há uma
siderado o mais importante acontecimento teve como efeito a "direitização" de setores
político da Espanha neste início de ano, te da política externa dos países socialistas terceira^ via entre a social-democracia e a
tanto pelas mudanças verificadas na orien da classe operária, assustados com a pos ficou completamente diluída e descaracte via soviética. Tudo isso porque a linha que
tação deste partido como pela sua in sibilidade de perder seus postos de traba rizada. vinha sendo seguida por nosso partido re
fluência.
lho e as conquistas sociais já alcançadas. Será convocado um congresso extraor presentava a prática do eurocomunísmo na
No sentido de esclarecer os brasileiros Como se desenrolou a preparação do dinário? Catalunha.
sobre as conseqüências do V Congresso do Congresso? — Na reunião do CC que discutiu tal
FSUC e üe fornecer subsídios para uma —.Em primeiro lugar, houve uma parti questão, manifestaram-se três posições dis a posição do PSUC como partido na
meUior compreensão do atual quadro polí cipação muito pequena dos militantes nas tintas. 1. Aqueles que foram os principais cionalista catalão, como é que fica?
tico espanhol — muito marcado, na pre discussões pré-congressuais. Acho que ape derrotados do V Congresso (os "bandera — Na minha opinião, o V Clongresso
sente semana, pela crise do governo Suárez nas uns 15% participaram. Com isso, o blanca" ou eurocomunistas "puros") acha representou um passo atrás no grande pa
— e particularmente da posição do PCE setor que mais se destacou, foi o dos mais vam que se devia convocar um congresso pel histórico do PSUC, que é fazer com
entrevistamos para Voz da Unidade, em' ativistas, da antiga formação (dos tempos extraordinário imediatamente. 2. Aqueles que o nacionalismo, que era uma bandeira
Barcelona, o antigo responsável (até jatiei- da clandestinidade). que foram cs principais favorecidos com o da burguesia, seja um elemento de progres
ro) Coinissao de .Relações Internacio Esses acontecimentos tiveram influência Congresso (os setores mais "críticos", ditos so e transformação social, tornando-o um
nais do PSUC e atual membro dos Comitês decisiva nos resultados do Congresso? "pró-soviéticos") não viam motivo algum patrimônio da classe operária. O naciona
Centrais do PSUC c do PCE. Vicens Li- — Bem, tudo isso levou à polarização dos para tal convocação. 3. Por último, a po lismo é também um elemento de união
gucrre. que falou também sobre as relações congressistas cm torno dc duas grandes po- sição que acabou vencendo acha que o im entre a classe operária e os setores intelec
entre estes dois partidos marxistas. SÍÇÕC.S: uma que pode ser chamada de portante é abrir o debate ao conjunto do tuais e artísticos da Catalunha. Foi muito
Como o senhor vê os resultados do re- eurocomunista e a outra representada pelos partido. Se o coletivo achar que o melhor dura a luta para conquistar esses setores
cente congresso dos comunistas catalães? setores mais críticos, que defendem a idéia é convocar ura novo congresso, então ele para o lado do progresso, e agora, com as
— Para entender o último congresso é dc um partido de vanguarda. Esta última será convocado. çosições obreiristas e isolaclonistas adota
necessário fazer uma breve retrospectiva tendência, que foi a grande vencedora do E o que pensa o senhor da nova direção? das,^ corremos o risco dc perdê-los para a
Congresso, deseja, na verdade, um retorno — Era a única possível nas circunstân- direita. Como antigamente.
-( internacional y y
De 06/02 a 12/02 de 1981
CORRIDA ARMAMENTISTA
E esquece que,eni 80,os EUA e a OTAN ficaram Há uma violênpia que a gente conhece
de perto, está na mão inchada do rapaz
que se atracou na véspera com um assaltan
com metade das despesas militares do mundo te. no olhar estarrecido da mulher que
acabou de ser roubada em plena manhã,
EUA começaram a dotar seus mísseis na voz pastosa do jornaleiro que toma tran
Reagan, Haig e o Pentágono falam qüilizantes porque já foi visitado três vezes
em guerra. A União Soviética fala em balísticos intercontinentais com ogi pelos trombadinhas, naquela mesma sema
paz, apela para a paz, propõe a paz. vas múltiplas. Só em 1975 a URSS na. Essa violência familiar, do nosso coti
O pronunciamento do secretário de desenvolveu sistemas análogos. E mais diano, aparece maquilada na televisão,
colore de vermelho os títulos dos jornais,
Estado, general Haig, e a entrevista ainda: a bomba de nêutron, os mísseis
eletríza as transmissões de rádio. £ a vio
coletiva do novo presidente dos Esta "Cruise", os aviões "não detectáveis" lência urbana, a miséria de algumas grandes
dos Unidos são de tal forma o coroa- e os projéteis "inteligentes" são sinis tares dos membros permanentes do cidades como Rio de Janeiro. São Paulo
mento ./ja política de agressão desen tras invenções norte-americanas e não Conselho de Segurança da ONU e ou Nova York, para citar apenas três
volvida pelos círculos guerreiros dos soviéticas. utilizar essa fabulosa verba economi exemplos famosos.
Estados Unidos que chegaram a es Numa questão, e das mais impor zada aos países pobres. O ocidente Na metrópole norte-americana, cerca de
150 mil crimes foram cometidos cm 1980
tarrecer a opinião pública mundial. tantes, a URSS leva a primazia, foi disse não. — segundo o escritor Paulo Francis, cor
Para justificar o aumento das des sernpre a primeira, antecipando-se "aos Recentemente, perante a XXXV respondente da Folha nos Estados Unidos.
Estados Unidos: nas iniciativas para sessão dá Assembléia'Geral da ONU No país inteiro. 20 mil pessoas são assas
pesas militares, Reagan e Haig apon sinadas anualmente. "Muita gente atribui
tam a URSS como culpada, contrari manter a paz. para reduzir os arma o ministro dos Negócios Estrangeiros
esse número," diz Francis, "à facilidade
ando desta forma os fatos e a verdade,
mentos e para a solução pacífica dos da URSS, A. Gromiko, apresentou o com que se compram armas de fogo nos
'á não há mais o mais leve sinal de
problemas internacionais. E isto vem memorando "Pela paz, o desenvolvi EUA, na maioria dos Estados em armazéns
acontecendo desde o seu nascimento. mento e as garantias de segurança in comuns, bastando que o comprador exiba
cerimônia nos pronunciamentos de carteira de chofer." Como metade dos as
Washin|iton. Desde os primeiros dias de sua exis ternacional", voltando a insistir na
sassinatos é cometida com armas dc mão.
tência ela defendeu a transferência de necessidade de negociações pacíficas crescem as pressões em favor de uma lei
COMPARAÇÕES NECESSÁRIAS verbas do setor militar para o civil. como solução da grave tensão interna que cuntrole de maneira mais rígurusa u
Na Conferência de Genebra de 1922, cional que ameaça arrastar o mundo a uso de armas de fogo pelos americanos. E
que foi o primeiro encontro interna uma nova guerra. A resposta veio de por que não surge essa lei?
Ateme-se para os fatos simples. Entre os diversos grupos de pressão
Eles dizem, de forma gritante, que em cional de que participaram, ós sovié Reagan: é preciso, defendeu ele. au atuantes nos Estados Unidos, a Associação
1980 os Estados Unidos e os países ticos apresentaram proposta para re mentar o arsenal nuclear, criar novas Nacional dò Rifle c dos mais ousados. Essa
duzir õs armamentos e os exércitos em bases militares no mundo, especial organização mantém uma equipe de 300
da OTAN acumularam quase metade representantes, apoiados numa verba anual
das despesas militares do mundo, re todo o mundo. Os países capitalistas mente na América do Sul e Central, de 20 milhões de dólares, com a missão de
presentando o dobro das que empre responderam não. fazer crescer ainda mais o potencial agir junto ao Congresso, precisamente para
garam a URSS e os países do Pacto de No pós-guerra a União Soviética mortífero dos Estados Unidos, à custa evitar leis deste tipo. Fez doações de mais
Varsóvia. Bastaria isso para provar tomou uma dezena de iniciativas des de novos sacrifícios do povo norte- dc 1 bilhão de dólares para campanhas
eleitorais recentes — e o atual presidente
que a responsabilidade pela nova tinadas a aliviar a tensão internacio americano e de maior exploração dos Ronald Reagan foi um dos beneficiados. A
corrida armamentista é de Washing nal, que Reagan e Haig estão tentando países em desenvolvimento. Associação — acrescenta Francis — é liga
ton. obrigando Moscou a dar seus agravar. Em 1974, por exemplo, a A lógica dos fatos, como se vê, fala da ã indústria de armas. E aqui passamos
diplomacia soviética propôs reduzir mais alto. £ ela que os povos enten a uma outra violência, que a gente conhece
passos como resposta, ditados apenas menos, embora seja ainda mais destrutiva
pelos interesses de sua segurança. em 10 por cento os orçamentos mili- dem. (N.G.) do que a primeira.
Recordemos. Em 1945 os Estados
1980: UM ANO EXCELENTE PARA O
Unidos foram o primeiro país do mun MERCADO DE ARMAS.
do a empregar a bomba atômica. Qua
tro anos depois a URSS acabou com
o monopólio nuclear norte-americano. A corrida aos armamentos, A revista "Business Week" revelou re
centemente que 1980 foi "o ano das armas".
As vendas de armamentos bateram um re
Em 1952 os Estados Unidos foram os corde, ao atingir a cifra inacreditável de 25
primeiros a realizar uma explosão
termonuclear experimental. Somente
a fome e o desemprego bilhões de dólares. Se os números incluírem
o comércio com peças de reposição, traba
um ano depois é que a URSS fez sua lhos de manutenção c treinamento de pes
Em 1980 as despesas militares ultra- ao contrário do que se tenta "provar", soal, o novo recorde será de 75 bilhões dc
experiência. Em outubro de 1957 a passaraiU, no mundo, os 500 bilhões de dólares. Esse comércio abjeto, pré-histórico,
em nada ajuda na criação de novos em
URSS foi a primeira a lançar um sa dólares. Para este ano, sem considerar o pregos. São muitos os exemplos que con contamina quase todo o aparelho circula
télite artifical em torno da Terra. Mas que possa ocorrer por ordem de Reagan, trariam esta tese tão preciosa dos arma- tório do mundo, injetando em suas veias
não se tratava de uma nova arma in esta §oma será acrescida de mais 100 bi mentistas e dos banqueiros dc Washing
lhões de dólares. Serão, pois. no mínimo, ton. Citemos apenas um deles. e artérias uma quantidade incalculável de
tercontinental e sim de uma ação de 600 bilhões a serem empregados nas rifles, bazucas, morteiros, tanques, aviões
Os últimos 4 anos (período de CartCr)
fensiva contra o anel de bases aéreas despesas militares. são ilustrativos. Em 1977 o orçamento do e mísseis. E ele vem crescendo a uma mé
instaladas pelos EUA em torno da Pentágono era de 100 bilhões. Neste ano dia de 5 bilhões de dólares por ano. Quem
Que é que se poderia fazer com tama de 1981, segundo verba já aprovada, será paga a conta? Os povos desarmados e pa
URSS, o que lhe dava a possibilidade nha quantidado de dinheiro? Não fale cíficos dos cinco continentes.
de transportar armas nucleares para de 160 bilhões. Pois de lá para cá, isto é,
mos da soma toda. Basta dizer que com
nestes últimos quatro anos, o desemprego
Na conquista de novos canais para a
o território soviético. A URSS não apenas 10 por cento daquelas despesas, nos Estados Unidos aumentou de 7 para
circulação de suas armas, os grandes expor
tem bases semelhantes ou qualquer segundo revelaram recentes estudos reali 8 milhões de pessoas. E há estudos reve tadores conseguiram avanços significativos,
zados por peritos da ONU, daria para se nos últimos doze meses. Quem são os no
base militar fora de suas fronteiras. acabar com a fome, o analfabetismo e
lando que ao contrário, a transferência de vos clientes? Basicamente, países do Ter
com as doenças mais devastadoras. Isso verbas militares para a área civil, fariam ceiro Mundo. Assim, a guerra entre Irã e
no mundo inteiro. Ora, sabemos que de aumentar o número de empregos. O sena Iraque, por exemplo, tem sido um "exce
AS NOVAS ARMAS MORTÍFERAS: dor Edward Kenncdy, durante sua cam-
30 a 40 milhões de pessoas morrem de lente negócio" para os grandes fornecedo
INVENÇÃO EUA fome anualmente no mundo, que há 800 penha nas preliminares do Partido Repu res. E o conflito mais recente entre Peru
milhões de analfabetos e que 1 bilhão e blicano, polemizando com Reagan, che e Equador é outro exemplo da avidez deste
Em 1960 foi lançado o primeiro 500 milhões não recebem qualquer tipo gou a dizer que se o orçamento do Pen mercado que se amplia. É evidente que os
submarino atômico, norte-americano, de assistência médica. tágono de 1980 fosse utilizado para fms Estados Unidos — os maiores exportado
pacíficos como a construção res — continuam vendendo muitas armas
armado de mísseis balísticos. A URSS Convém assinalar ainda que aquela exemplo, o desemprego no país baixaria para seus aliados da OTAN. Mas Asia,
começou a construir submarinos atô astronômica despesa em gastos militares. era I milhão e 500 mil pessoas. África e América Latina estão aí mesmo,
micos quatro anos depois. Em 1970 os para quem quiser.
■(^ internacional y
De 06/02 a 12/02 de 1981
15
't-mã
A telenovela em f' 9s
busca da renovação
Lauro César Muniz, paulista de Ribeirão Preto, 43 anos. Desde
1966, ele é um dos mais ativos autores da televisão brasileira,
responsável por algumas das mais significativas telenovelas dos anos Lauro
70. Após a estréia na antiga Excelsior. com "Ninguém crê em mim", e César M uniz;"A
da adaptação de "As pupilas do sr. Reitor" para a Record, Lauro Tv ainda é a vitrina
trabalhou durante cinco anos na Globo. Realizou "Carinhoso" (1973),
"Escalada" (1975), "Casarão" (1976), "Espelho Mágico" (1977) e do sistema e tem limites
"Os Gigantes"(1979).
Após um complicado rompimento com a Globo, Lauro foi contratado Uma temática explosiva, não é? írando os "dois làdos" do problema,
pela Bandeirantes, onde, desde agosto de 80, realiza pesquisas e redige Você imagina que poderá ter proble etc. Fiquei submetido a três tipos de
"Rosa Baiana", com estréia nacional marcada para 9 de fevereiro, mas para desenvolvê-la, como aconte censura: a federal, a da Globo e a dos
direção de David José, supervisão de Walter Avancini (que também ceu, por exemplo, com "Os gigantes" anunciantes. Cheguei mesmo a rece
idealizou a temática) e elenco integrado, entre outros, por Gianfrancesco em 1979 na Globo? ber ordens diretas da Globo para fa
Guarnieri, Ana Maria Magalhães, Nancy Vanderley e Wanda Stefânia. — Ao contrário da Globo, a Ban zer a defesa das multinacionais, com
Lauro César Muniz esteve sempre ligado ao teatro, tendo sido deirantes não tem nenhum departa o que obviamente não concordei. Ape
lançado profissionalmente por Cacilda Becker, em 1963, com O Santo mento de censura interna e não me sar disto, terminei a novela, com a
Milagroso (cuja remoníagem estréia dia 25 de fevereiro no Teatro impõe nada. Até agora, estou produ exceção do último capítulo, que foi
Popular do Sesi, em São Paulo). E pretende, no segundo semestre deste zindo com plena liberdade de ação e vetado-pela censura federal e reescrito
ano. lançar uma peça inédita, O Kncontro. Nesta entrevista à Voz da ciiação, sciii nenhum código de con pelu eiiússurci, que (raribfiguruu a
Unidade, Lauro fala de suas experiências na televisão e de "Rosa Baiana", duta ou palavras vetadas. história e deformou o seu final. Foi
revelando toda sua profunda sensibilidade e inteligência diante do Na Globo, em 1979, o que houve uma péssima experiência.
fenômeno da telenovela e dos problemas da criação no Brasil. foi um rompimento provocado por Apesar disto, você permanece na
(Marco Aurélio Nogueira) contradições que se agudizaram com televisão. Como vê o papel do intelec
a "abertura". A censura ficou mais tual nela e a própria função da televi
branda e a Globo passou a substituí-la, são no país?
A estréia de "Rosa Baiana" está de telenovela. O gênero ficou insípi- deslocando-se para a direita. Ou seja, — Diante da profunda crise do tea
cercada de muita expectativa e de do, esgotou-se. a censura interna passou a ser maior tro e das dificuldades do cinema, a
imensa promoção. Fala-se que se tra Pois bem: diante deste quadro, do que a externa. E o problema sur TV é hoje um excelente campo para a
ta de uma verdadeira renovação na "Rosa Baiana" procura deslocar o giu porque "Os Gigantes" tratava das criação e um muito fértil mercado de
telenovela brasileira. Como é isso? ambiente e os personagens do eixo multinacionais do leite e os anuncian trabalho. Apesar de todos os seus li
— Na verdade, creio ser possível Rio/São Paulo, das mansões do Mo- tes começaram a pressionar, secunda mites, ela não impede que o intelec
afirmar que a novela surge como car rumbi e das praias de Ipanema, para
ro-chefe de uma nova TV Bandeiran dos pela emissora, para que eu tratas tual desenvolva uma atividade positi
o interior. Pretende, com isto, que se o tema com maior brandura, mos- va em seu interior. O importante é
tes. E será lançada num momento brar a ditadura ideológica deste eixo
importantíssimo, em que esta emisso não se ter ilusões, não esquecer que
sobre o restante do país. Embora es a TV é a vitrina do sistema.
ra se propõe a restruturação e em que crita e idealizada em São Paulo, ela
a telenovela brasileira está em crise. O intelectual deve buscar conquis
será gravada inteiramente fora dos tar e ampliar seu espaço na TV, im
Ou seja. num momento em que a Ban estúdios, com locações em Salvador,
deirantes pretende decolar e a Globo pedindo que ela seja ocupada pelos
Aracaju e Manaus. Creio que é a pri
mostra claramente sua profunda crise prepostos do sistema. Hoje, no Brasil,
meira experiência nesta direção.
de criatividade. temos que formar núcleos de resistên
E o que é "Rosa Baiana"?
£ em que medida "Rosa Baiana" cia democrática e cultural no interior
— Ela conta a história de uma fa
contribui para superar esta crise? das emissoras, levando em conta que
mília — Rosa, casada com Edmundo
— A telenovela, no Brasil, teve sua Lua Nova, cangaceiro de Lampião nos precisamos aumentar a produção para
fase áurea entre 1973 e 1978, quando não sermos engolidos pelo sistema,
anos 30, e seus sete filhos — que, com com sua incrível capacidade de absor
se inicia uma crescente decadência o fim do cangaço, ajeita a vida em São ver o que o contesta. Aumentando a
do gênero. Hoje, o vídeo mostra ape Francisco do Conde, no interior da
nas novelinhas alienantes, moralizan- produção, criamos as condições para
Bahia. Tendo como eixo a anacrônica fazer a TV dar um salto de qualidade,
tes e muito comprometidas com os va e conservadora moral de Rosa (forma
lores do capitalismo. Antes, desafiáva colocar todo o seu potencial a serviço
da no mundo do sertão e do cangaço), da cultura.
mos a opinião pública, colocávamos a novela acompanha a trajetória de
problemas e questionávamos. Hoje as A Bandeirantes demonstra hoje es-^
seus sete filhos, todos trabalhadores tar saindo para travar uma séria dis
novelas estão a reboque da opinião do mundo do petróleo. puta de público e espaço com o Glo
publica, são mero eco dela. E o inte Vamos tentar, com isto, traçar um Após rica carreira
ressante é que esta redefinição coin bo. Como você vê isto?
painel da vida do homem que traba no rádio e no feafro — A longo prazo, a Bandeirantes
cide com o avanço da democratização lha no petróleo e, desta forma, discu
no pais. Quanto mais a "abertura" dos anos 40 e 50# poderá estabelecer um melhor equilí
tir — com muito humor e descontra- brio entre as emissoras, renovando-se
avançou, mais as emissoras se fecha interrompida em 64,
ção — a crise energética, a substitui e rompendo com o "padrão Globo de
ram. E claro que me refiro basicamen
te a Globo, já que a ex^riência das ção do petróleo pelo álcool, os víncu Nancy Wanderley qualidade", com a ditadura global do
los do Brasil com os países árabes e gosto. Mas, para tanto, terá que usar
demais emissoras neste terreno é re
com as multinacionais petrolíferas, os
chega à Tv para viver
cente demais para qualquer generali contratos de risco e, é claro, a impor o personagem-título outras armas, superar o esquema "téc
zação. Vai daí que. durante 79 e 80 nica perfeita/assepsia". CasoMslo se'
nada de marcante apareceu em termos tância da Peirobrás, como empresa es de "fíosa Baiana" confirme, a'cultura brasileira sairá
tatal e nacional. ganhando.
c CULTÜRÀ
>
De 06/02 a 12/02 de 1981
16
V C ESPORTES
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fití
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da unidade DIRETOR RESPONSÁVEL: Henrique Cordeiro
iS.
'•se, i
De 13/02 a 19/02 de 1981
ditadura do proletariado? I evidente se "Roberto Rodrigues" processo ainda não sc concluiu. O c cabeça (CUT) c liberdade para
CARTAS "Sem dúvida que a democracia tivesse assinado a carta com seu inimigo de ciasse sc alegra muito as correntes políticas que
proletária é o inverso da verdadeiro nome. quando constata a sobrevivência representam os interesses da
democracia .burguesa, no sentido "Os argumentos dc das deformações stalinistas entre classe operária.
O "relativismo de que, enquanto esta significa "Rodrigues" em defesa da nós, porque isso lhe dá certas Realizar "o compromisso
extremado" de liberdade para uma minoria, "interdição de leitura" nos vantagens na luta, ajuda-o a nos histórico" hoje, que
aquela abrange os milhões parecem fracos. A discussão isolar. A superação do inevitavelmente envolverá uma
Jean Kanapa e milhões de pessoas. Desprezando sobre as circunstâncias em que - stalinismo é, portanto, para os
pausa nas lutas sindicais, é
essa conotação de çlasse da o folheto de Kanapa foi editado comunistas, uma questão crucial. se render às dificuldades de
"A Editora Juruá desistiu democracia, o conferencista, cm São Paulo não pode ser Esquivar-se a enfrentá-la é, a meu organizar a classe operária na
da publicuviio conferência caindo no "democratismo", invocada contra a estranheza que ver, uma forma de oportunismo. luta democrática c deixar dc
do francês |ean Kanapa. sugere que os países socialistas nós, cariocas, manifestamos "Por iSso mesmo, estranho a tese representá-la. É abandonar a
devam admitir a veiculação de diante do fato de, achando-se o conclusiva de "Rodrigues", dc que luta pela Constituinte no melo
Nela procura o autor repelir a
apreciação menanicista dos idéias "mesmo opostas ao livro pronto, ser-lhe imposta — "é preciso refutar energicamente as do jogo, acreditando que
fenômenos, mas incorre num socialismo". E, omite que a com evidente prejuízo econômico acusações dc stalinismo". Sc a burguesia nacional
rclulivismo e.Mremado como propaganda anti-socialista por — a "paralisação da distribuição c "Rodrigues" sc pretende insuspeito sem um movimento sindical
veremos adiante. vezes é seguida de tentativa vendas". Não seria mais (ou acima dc qualquer,suspeita?), unitário e representativo,
"Apreciando as 1ci.s de subversão armada (em inteligente uma solução por que cie não dá a sua tornará esta conquista
gcru!-.- do socialismo científico, geral estimulada e financiada democrática; a publicação dc contribuição ativa para nós "irresistível"."
pelo imperialismo) para barrar outros folhetos, dc outros acertarmos nossas contas com a
i-firma que "quanto mais a Davi Rumei
experiência se enriquece, a construção da nova autores, divulgando outras herança stalinísia? Por que cie
sociedade, como bem ilustram os posições, ao lado das posições não explica o que c, para cie, o 'São Paulo — SP.
mais o conteúdo destas leis
casos da Checoslaváquia e defendidas por Kanapa? stalinismo?
SC rciiiux cada vez mais,
novas Íris ajuntam-se às Afeganistão. Quando "A afirmação de que a Leandro Kondcr
ániigas ou as substituem" (grifo expoentes do capital e da orientação política do livro de Rio — R[.
mcul. Só que esse "relativiza" reação internacional defendem Kanapa "é contrária às posições
não cai ao ponto que
Kanapa pensa.
ardorosamente o direito de
greve na Polônia, dedicando a
ínternacionalislas dc defesa da
URSS c do bloco socialista" O compromisso %woZ
^vdaunkl
da unidade
"O capitalismo, por isso os melhores horários e encerra uma avaliação polêmica,
exemplo, não se reproduz amplo espaço nos meios discutível. O maior partido histórico com DIRETOR RESPONSÁVEL:
uMiiamente iguai ao longo do de comunicação do "mundo comunista do Ocidente (o PC
icinpo e nos diversos países. ocidental", será que dá para italiano), por exemplo, não
os liberais Henrique Cordeiro
desconfiar?
Rcg. Prof, n.' 8.953-R)
Entretanto, jamais poderá perder concorda com essa avaliação CONSELHO DE DIREÇÃO:
sua natureza intrinsecamente "Prosseguindo, chega ao peremptoriamcntc formulada por "O sociólogo Luiz Werneck
terreno da calúnia ao afirmar Vianna, o qual muito respeitamos, Lindolfo Silva
má. -eu caráter explorador, nem "Rodrigues". Devemos nós, Teodoro Mello
pode renunciar ac uso dn que o PCUS e outros partidos brasileiros, admitir que o PCI é escreve na seção dc política do
número 40, sobre um compromisso EDITOR:
vicléneia do Estado para substituem "correnierrjente o Ínternacíonalista a seu modo? Ou
debate de idéias pelas histórico com os liberais, que Gildo Marçal Brandão
perpetuar-se. .A aproprinção devemos condená-lo por não ser SECRETARIA DE
cada vez mcior da riqueza por limitações, pelas pressões, por ínternacíonalista? c, a nosso ver, uma proposta
uma repressão^, confundindo errada dentro da atual REDAÇÃO:
um número cada vez menor O "contexto de crise por que Ruih Tegon
de pessoas, coloca para esse intencionalmente a simples passamos" não é álibi para conjuntura.
"Primeiramente fala CONSELHO EDITORIAL:
regime a necessidade de discussão de problemas da tomarmos medidas pouco
construção do socialismo, com que: "a coalizão democrática São Paulo: Antonio Gaspar, Ar
recorrer a um autoritarismo inteligentes c antidemocráticas. mênio Guedes, Cláudio Guedes,
crescente, para conter a massa de propaganda c atividade A referência de "Rodrigues" a existente no país sc
anti-socialista. encontra a pique de incorporar os David Capisirano Filho, Emílio
df>,c:.!íentes que se eleva. Kanapa como "um ex-membro do
"Kanapa subestima as empresários. Se isso se Bonfante Demaria, Francisco Al
£ui!i.jra mutações possam levar CC do PCF" é maliciosa e serve
conferências e ação organizada concretizar, o processo de meida, Leny Laínctti, Luiz Arturo
u.i) iurro a ter pêlos vermelhos para ocultar o fato dc Kanapa.
. ..los azuis, ele continuará do movimento comunista transição para a democracia sc Obojcs, Marco A, Coelho Filho,
após uma vida inteira dc Marco Aurélio Nogueira, Marco
-.o i.fr. hjrro para todos que internacional. Considera a dedicação à causa do comunismo, tornará irresistível".
vcr.;.-a, a;;«:mo que alguns luta de classes na arena "Acreditamos que os Damiani, Marco Moro, Nilton Ho-
ter morrido na condição dc rita, Pedro Célio, Rachel Soares,
..'-.us ae (u<ts patas teimem internacional como secundária membro ativo c influente da empresários se cncorporaram
:acc à nacional, e sal-se com fisionomia própria à Reinaldo Belintani, S. Ramos.
:ri dizer qut não . . direção do PCF.
"'Aproíuud.indo' o raciocínio, com esta maravilha: "Em sua "coalizão democrática" (por que Rio: Agenor de Andrade, Carlos
""Rodrigues" transcreve um Alberto Lopes. Carlos Nelson Cou-
acha o coniercn cisia que o interpretação, a pedra de
longo trecho dc Lénin, arrancado não Frente?) quando da formação
fato da Revolução de Outubro toque do internacionalismo do PP, que tem cm seu programa tínho, Ivan Ribeiro, Leandro Kon-
ao seu contexto hislórico-políttco der, Leo Lince, Luiz Wemcck
haver tornado c socialismo proletário é a defesa dc 1902, às condições de luta na a luta por uma Assembléia
uma realidade uw mundo, Incondicional de tudo que é Nacional Constituinte. O Vianna, Mauro Maün, Nemésio
Rússia izarisia, c procura Salles, Rogério Marques Gomes,
ir.jclificando a correlação de feito pela União Soviética". utilizá-lo para enfrentar a processo de ruptura da
rorçds de classe, "esse próprio Se Reagan lesse algo mais que burguesia nacional com o Teresa Ottoni.
situação com que se defrontam os REPRESENTANTES:
fez com qtie «íe criassem Seleções, não deixaria de comuiúsias brasileiros cm \96l.
governo começou com a saída do
contrições inteiraiT.cnte novas, incluir frase tão digna para ministro Severo Gomes do Manaus — Rui Brito da Silva
Conhecemos bem esse método:
tais que o problema da seu discurso dc posse... Ministério da Indijstria e Rua Turumãl 1061
ele nada tem a ver com o Belém — Jocelyn Brasil
iransformaçáo socialista "Por isso, defende, cm marxismo ou com o Icninismo.
Comércio do governo Geiscl,
joloca-se hoje em termos substituição, uma vaga quando a burguesia nacional Rua Tamoios, 1592
Trata-se de uma das deformações tel.: 222-7286
profundamente diferentes". "solidariedade ínternacíonalista" vai optando por uma nova
que se difundiram entre os São Luís — Maria Aragão
"Dai. segundo èle, "certos que não se sabe para com ordem que permita maiores
comunistas da época que se Rua De Santana, 189
traços essenciais" dessa Revolução quem... Assim, ficam oportunidades dc negociação
seguiu à morte dc Lcnín. tel.: 222-5181
apesar de terem "um significado os oportunistas modernos em com o capital estrangeiro que
"Quando Síáiin sc afirmou no Recife — Paulo Cavalcanti
que ultrapassa seu quadro condições de, a exemplo de poder, foi sufocada a confusa mas em última instância o governo
nacional... não vão além seus antigos colegas da II favorece. Rua do Hospício - Edif. Olímpia
fecunda inquietação que sala 709
das leis ("relaiivizadas") Internacional, adularem a "Portanto, a incorporação do
canicterizava a recém-críada Londrina — fussara Rezende
evocadas acima e dizem, burguesia, por exemplo negando empresariado na Frente
apoio à defesa do sistema União Soviética nos anos de democrática já vem se Goiânia — Elias Moreira Borges
portanto, pouca coisa sobre Lênin: diversos livros que já
como será a transformação socialista, e fazendo coro com dando há tempo, e não é por Belo Horizonte — E. Garcia
o anti-sovielismo trombeteado pela estavam impressos foram causa disto que é Rua da Bahia, 1148, conj. 1640
socialista em um país como penalizados com a "paralisação
o nosso". reação mundial, irresistível o avanço rumo Brasília — Paulo Afonso
da distribuição e vendas", à democracia. O que torna esse Bracarense
"E nesse ponto tira "Para esse tipo de exatamente sob o argumento de
o coelho da cartola: "A avanço irresistível é a Florianópolis — Nildo José Martins
publicação existe a que não correspondiam à
necessidade da ditadura do pressão de todo o povo Porto Alegre — João B. Avelino
aparelhadíssima imprensa "prioridade dc edições com o Fortaleza — Caboclinlio Farias
proletariado era um; não a burguesa que, no momento, não organizado e não só do
objetivo de educação política", empresariado organizado. Salvador — H. Casaes e Silva
consideramos mais como uma está precisando da cofaboração da numa "situação "Parlindo desta superestimação R. Conde Pereira Marinha, 38 —
lei imperativa para nós e |uruá. A esia compete aplicar poiítico-financeira bastante ruim". da presença dos empresários na Garcia
afastamo-la mesmo de nossa seus minguados recursos na
luta democrática, conclui: Santos — S.P.
perspectiva". Na verdade pensam edição de pensamentos que Stálin foi secrctário-gcral do
assim aqueles que "os encontros entre empresários Rua Conselheiro Nébias, 368-A,
interessem de fato à causa dos PC da URSS dc abril de 1922 até
e sindicalistas, ora em pauta, sala 511
supõem o Estado acima das trabalhadores." março de 1953, quando morreu;
podem e devem sc constituir Taubaté — SP — Dalton Moreira
classes. O fato dos comunardos não dá para nós fingirmos que
José Francisco CORRESPONDENTE
incorrerem nessa ilusão levou à ignoramos o que aconteceu num balão de ensaio na
São Paulo — SP. direção de um amplo INTERNACIONAL:
derrota a Comuna de Paris. E durante esses 31 anos da nossa
compromisso historio que Roma — Danilo S. Galletti
o mesmo ocorreria com russos, história (inclusive porque
compreenda os liberais, os ADMINISTRAÇÃO:
búlgaros, cubanos e vietnamitas Discutindo o estamos até hoje marcados pelos
católicos e os marxistas". Lindolfo Silva
SC partilhassem desse ponto erros desse período). Sob Stáün, o
de vista. stalinismo de marxismo se empobreceu, a "Esse compromisso que se Aurcliano Gonçalves Cerqueira
delineia hoje, como grau de DISTRIBUIÇÃO:
Sendo o capitalismo e o dialética cedeu lugar à
socialismo regimes essencialmente Rodrigues chatolo^a, a questão da organização que a classe operária Sérgio Cordeiro de Andrade -
diferentes, cada qual requer democracia sofreu uma brutal tem em relação ao empresariado, Propriedade da Editora Juruá Ltda.
"Louve-se a coragem do leitor não nos dá um poder de • Rua Cesário Mota Jr., 369 • 2." a.
correspondente forma de simplificação, a legalidade
que se assina Roberto Rodrigues e barganha para garantir a Fones: administração; 256-2591
Estado. Por isso, os RockfeUers socialista foi desrespeitada, redação: 231-2926
c os Agnclis não pensam no que defendeu a "paralisação da práticas repressivas assumiram "substância dcmocrátia"
distribuição e vendas do livro de dessa nova ordem. Este CEP; 01221 São Paulo - SP,
puder soviético para seus países.. - proporções monstruosas.
Impresso nas oficinas da Cia. Edi
Ademais, se as leis gerais "não
lean Kanapa, no n." 44 da VU. "Nikita Khruschov, quando era compromisso só será possível
tora Joruês, Rua Gaslão da Cunha.
precedem a experiência, Não é fácil encontrar quem secrctário-geral do PC da URSS, quando tivermos organização 49 - tel.: 531-8900 • São Paulo.
mas geralizam uma experiência defenda abertamente, nas teve a coragem de dar início a suficiente para garantir
muliiforme", como afirma condições atums, um ato de um doloroso mas imprescindível um movimento sindical
Kanapa. onde eslão as experiências "interdição de leitura". A processo de correção das realmente representativo, com
que indicam a caducidade da i coragem ainda seria mais deformações stalinistas. Esse bases (delegados sindicais)
L GERAL
>
Be 13/02 a 19/02 de 1981
OPINIAO/NACIONAL
EDITORIAL
í POLÍTICA
>
De 13/02 a 19/02 de 1981
DIREITOS HUMANOS
C POLÍTICA
>
De 13/02 a 19/02 de 1981
PERSEGUIÇÃO
c POLÍTICA
De 13/02 a 19/02 de 1981
da tinidede
c POLÍTICA
>
De 13/02 a 19/02 de 1981
< mulher
>
Lançamento da
voz
Que tipo d
"Voz" conta
com presença
de Oresdrio
^rda unidade
Março, 1980: no primeiro
Metalúrgicos unidos
defend»^ sindicato número, o compromisso
MIaIttra Mjuilil ata MUM a hUlMa
Unfdado da»
com a realidade e a
OocoRWito da
OPO»lç6«»
busca de definições
unifica t
continua cotno Igreja ó rude
eixo da luta golpe contra
PeliUcoa «ao latifúndio
f.toráyela á i - -'■U . Corpo a corpo
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Ic -alizaçdo Ronun qDer maU
VOZ
com roalldado
Uü PCB ansn c arança
do "ntilagre"
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IVda unidade
O que pretendemos
7 eiCTKnria Qurri
sair do tí\o
RioVâlo i*au!i>
política dos
\ (*ttSOlÜU K»lw
ootfljnffolc. K a
crise SC acrava
Ao completarmos 45 ed
VOZ
Wda unidade da Voz e esperamos
Após 43 números de lentas Começam a esquentar ativa dos amigos
mas constantes mudanças, Giocondo é
os motores do ABC! eleito novo na discussão franca i
uma capa mais livre secretário
e agressiva comunista essencial à consolic
■> • «wfn rn'iiMii ±a poj
mtiúdfn» r«iji
reflita os interesses c
Em primeiro lugar, porque se tra Pela revogação da LSN a eles reservado
Um ano de luta, tava de mudar conservando seu cará
ter de órgão de orientação, reflexão alternativa democrát
dificuldades e e debate, ou seja. de mudar lenta-
mente. Em segundo lugar, porque fo
ram muitas as dificuldades, muitos os o lançamento da Voz reuniu 8 mil pes
renovação preconceitos, muitas as tentativas de soas, e a festa programada para dezem
desgastar e incompatibilizar a redação bro e proibida pela Polícia FederaLreu
da Voz com o conjunto dos comunis hiria dezenas de milhares.
Os leitores, amigos e apoiadores da
Voz, que vêm acompanhando a traje
tória do jornal ao longo dc seus 05
tas. Alguns não pouparam esforços
para difundir uma imagem de "gru
po" fechado e elitista das editores.
Dentro de pouco mais de um mês a
Voz completará seu primeiro ano
Isto não quer dizer que não temos
deficiências e dificuldades: têmo-las, €
são muitas. Vendemos pouco, temos poU'
números e de quase um ano de exis- de vida. Còmo parte das comemo- COS assinantes. Sofremos os problemas
redatores e colaboradores do jornal, j-ações que já se preparam para assinalar comuns a toda a imprensa "naníca", par
tência, certamente notaram as altera
para espalhar a notícia de que a Voz esse aniversário — importante, nas difí ticularmente as seqüelas óos atentados
ções de ordem gráfica e editorial das
fugia da orientação política dos co ceis condições em que combatem os co contra as bancas de jornais, o retraimen
duas últimas semanas. Muitos prova
munistas, desligava-se dos movimen munistas e os democratas brasileiros — to de distribuidores e jornaleiros. Mas
velmente se interrogaram: a que se
tos sociais e atrapalhava a própria estamos abrindo um debate com os cola preciso destacar o principal: e o princi
devem as mudanças?
atividade dos comunistas! Outros, cer boradores, os amigos e os leitores do jor pai é que resistimos, circulamos nacio
A discussão a respeito precisa ser tamente hostis ao caráter crítico e in- nal sobre seus acertos, seus erros e as naimente, e temos todas as condições pa
feita com base no próprio caráter da dagalivo do jornal, fecharam-se em transformações nele recentemente intro ra avançar^ daqui para'a frente.
V.
c
De 13/02 a 19/02 de 1981
comunistas? plorando o crime, o sexo e o futebol, nenhuma heresia, mas que nossas idéias
utilizando frases curtas, raras idéias c encontram amparo na mais indiscutida
outros expedientes "para não cansar o tradição do movimento operário revolu
leitor", que vamos seguir um caminho cionário. Assim, o debate poderá, quem
sequer aproximado. Nossa função,- nos sabe, deixar de utilizar etiquetas e pe
sa tarefa, é outra: ajudar a educar, a chas, e se concentrar no exame de nossa
elevar o entendimento dos que lidam'di experiência concreta.
retamente com as grandes massas do po
es, iniciamos um balanço A quem btenssa
intrigv (K vo, exatamente para interessar aquelas
comnoistas com
camadas, hoje leitoras- apenas dos escân
ntar com a participação LulieoPT?
comunistas e o espaço
da Voz (68 no total), cerca de 24 se
construção de uma Voz ampliou referem aos países socialistas e ao so
cialismo.
à sociedade brasileira
'tome espaço político As matérias de páginas centrais pro
curaram se posicionar de forma equili
brada frente aos grandes problemas
nas, exclusivamente, aquilo que de ma
neira imediata e direta diz respeito ao esmm dos comunistas nacionais tanto de ordem política co
mo social e cultural como, por exem
movimento operário espontâneo, deixan
do tudo o que se relaciona com a teoria
do socialismo, com a ciência, com a po
AFESmVHiaWGOIR/ Uma análise quantitativa dos 45
plo, a questão da legalidade do PCB,
a Constituinte, o repúdio ao terroris
lítica, com os problemas dc organização ainda, é indispensável, uma polêmica números da Voz revela dados que che mo, entre outros. A violência urbana,
do partido, etc,, ao órgão destinado aos franca diante de todos os social-dcmocra- gam a pegar de surpresa até mesmo a questão da terra, a reforma agrária,
intelectuais. Pelo contrário, é indispen tas russos e diante de todos os operários a equipe que q cada semana se reúne a energia nuclear e os movimentos co
sável unir todos os fatos concretos e to conscientes, para elucidar a verdadeira para mais uma edição do jonnil. Na munitários também foram comentados
das as manifestações do movimento ope profundidade das divergências existentes, da menos do que 6/6 pessoas passa em nossas páginas centrais.
rário Gom os problemas citados; é indis para discutir os problemas em litígio cm ram. ao largo desses onze meses de O sindicalismo urbano, em especial
pensável aclarar, através da teoria, cada todos os seus aspectos, para lutar contra existência, pelas páginas da Voz. Fo o da região do ABC paulista, mere
fato particular (...)" ("Projeto de de os extremismos em que inevitavelmente ram 159 cartas de leitores; assinaram ceu destaque em três páginas centrais
claração da redação de Iskra e Zariá", caem os representantes de diferentes opi matérias 174 pessoas; 255 foram en através dc entrevistas com dirigentes
publicada em Temas n." 5). Defendemos, niões. de diferentes regiões, ou de dife trevistadas c constam do expediente comunistas e com lideranças sindicais
portanto, a informação comentada, ana- rentes "profissões" do movimento revo cerca de 50 pessoas. da região e de matérias opinativas so
lizada, discutida, em lugar dessa ficção lucionário. Consideramos como uma das Este fato ó realmente auspicioso. bre as campanhas salariais.
burguesa chamada "informação pura", lacunas do movimento atual, a ausência Ainda mais se levarmos em considera A Festa da Voz, proibida arbitra
ou "neutra" ou "objetiva". Essa, os lei de uma polêmica franca entre os pontos ção que sempre jogamos na capaci riamente pela policia às vésperas de
tores devem encoQtrâr nos diários^ nos de vista notoriamente divergentes, isto c, dade que teria a Voz de ampliar o sua realização, ocupou de forma ale
grandes semanários, que a Voz não pode o esforço para dissimular os desacordos espaço político para a ação dos comu gre, contagiante e mobilizadora qua
e não pretende de forma alguma substi no tocante a ques.tões essenciais". nistas. tro páginas centrais do jornal.
tuir.
Sobre as 656 páginas impressas As entrevistas com destacadas figu
Também não concordamos com os Julgamos, nós da Voz, que não será
que afirmam que a Voz não orienta
— sem computar a primeira e a pági
na 2 (cartas dos leitores), 75% do es
ras do mundo político e cultural evi
denciam nosso empenho em abrir nos
dificultando o debate sobre temas
devidamente os ativistas, especial paço foi ocupado por grandes edito- sas páginas à personalidades democrá
controversos, e muito menos fingin rias: política, economia, movimento ticas de relevo no pais e em lutar con
mente os comunistas, porque abre suas
do uma unanimidade inexistente, que
páginas para o debate de diferentes opi ajudaremos os democratas, e particular
sindical, comunistas, cultura e inter tra qualquer tendência isolacionista.
niões sobre ass'untos polêmicos. É em mente os comunistas, a superarem os pro
nacional. As matérias com Almino Afonso, Al-
Lênin que, outra vez, nos apoiamos pa blemas que os afligem. A firmeza e a
Os assuntos de política nacional mir Pazzianotto, Raymundo Faoro,
ra sustentar nosso ponto de vista, de ganharam 109 páginas. A economia, Seabra Fagundes, Modesto da Silvei
unidade na ação são filhas da clareza e
monstrando que ele tem tradição no mo que consideramos ainda uma editaria ra, Caetano Veloso, Lauro César Mu-
vimento comunista. No mesmo texto cita netas da discussão. Temos certeza de que, niz, Adélia Prado, Dias Gomes, entre
se tivessem de se defrontar com uma es
débil no jornal, ocupou cerca de 56
do no parágrafo anterior, Lênin diz que pécie de "diário oficial", os leitores da páginas, o movimento sindical urba muitos outros, comprovam o nosso
"tampouco nos ocorre negar as divergên Vez protestariam com bem maior vigor. no e rural foi contemplado com 95 esforço.
cias existentes, nem dissimulá-las ou con páginas. Quanto aos comunistas, na Decididamente, os dados são cla
fundi-las. Pelo contrário, queremos que da menos de 76 páginas apresentaram ros. O jornal dos comunistas vem mos
nossos órgãos sejam órgãos de discussão
de todos os problemas para todos os so-
Por'último, queremos enfrentar o
problema da "linguagem" do jor
entrevistas (com cerca de 24 declara trando desde o seu primeiro número,
ções de dirigentes comunistas), conta : apesar de todas as dificuldades, a ca
cial-democratas russos que tenham pontos nal, tantas vezes mencionado em ram passagens de nossa história, re pacidade de tratar de forma concreta
de vista dos mais diversos matizes. Não tantas reuniões a que temos sido convi lembraram alguns valorosos comba da unidade, ação e organização dos
só não rechaçamos a polêmica entre ca dados a comparecer. Compreendemos tentes das lutas populares e discuti comunistas brasileiros de forma a ligá-
maradas nas páginas de nossos órgãos co- perfeitamente a necessidade de produzir ram questões ligadas à luta pelo so los cada vez mais à realidade das lutas
mo,ao contrário, estamos dispostos a dar- um jornal que a grande maioria, senão cialismo. Nas página^ internacionais democráticas de todo o nosso povo.
lhes o maior espaço. Ê de desejar, mais à totalidade dos ativistas leiam com re
INSA
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De 13/02 a 19/02 de 1981
C SINDICAL
De 13/02 a 19/02 de 1981
Metroviários em campanha
Os metroviários de São Paulo prosseguem as
movimenuições para a campanha salarial de 81,
Preparação da Conclat deve
cuja daia-base é 1." de março. Nas duas assem»
bléias realizadas na sede da Associação Profissio
nal dos Empregados cm Empresas de Transporte
Metroviários, foram definidas as principais reivin
promover participação das bases
dicações: aumento salarial em sobre os índi
ces do INPC, igual para todos os funcionários, Sindicalistas de todo o país se zação. Inicialmente prevista para
sem escalonamento; establidade no emprego; 14.^ reunirão no próximo dia 15 em São meados de 81, os primeiros passos
salário, a título de gratificação de férias; e aumen Bernardo do Campo, após partici de encaminhamento da Conclat de
to por qüinqüênio.
Passados três anos de sua formação, só recen
parem do ato de solidariedade aos monstraram o profundo anseio dos
temente a Associação dos Metroviários obteve 13 dirigentes sindicais ameaçados trabalhadores em promover a uni
refpstro como associação profissional e nesta cam de enquadramento na Lei de Segu dade de suas reivindicações e lutas
panha seus dirigentes ampliam as discussMs entre rança Nacional. A reunião, convo nos diversos níveis de sua repre
os representados, no sentido de transformá-la em sentação. E,em muitos casos, senão
sindicato. Atualmente cerca de 4 mil trabalhado
cada pela coordenação nacional da
res formam a categoria, sendo que destes, 2.700 Unidade Sindical, discutirá os as na maioria, o principal fator que
são associados à entidade. pectos arbitrários da LSN e as for obrigou a aumentar o espaço de
mas de eliminar suas Ingerências preparação, foi .a real distância
Luta contra fraude vai ao PMDB coercitivas no movimento dos tra existente-entre as direções sindicais
balhadores, bem como sua perma e suas bases.
o Movimento de Renovação Sindical dos me*
taliírgícos de São Caetano do Sul continua a con nente ameaça às conquistas demo Não se pode pretender uma
tatar entidades e personalidades dos setores de cráticas efetivadas no país. Além Conclat de cúpula,, sem ativa par
mocráticos, no sentido de denunciar a situação desse ponto, o encontro tem por ticipação das bases. Precedendo à
vivida por seu Sindicato e de ganhar a solidarie realização da Conferência, um vas
dade da opinião pública para o processo de anu objetivo adiantar os debates com
lação das últimas eleições sindicais que tramita vistas à preparação da I Conferên to programa de reuniões e debates
na Justiça do Trabalho. cia Nacional das Classes Trabalha deve ser elaborado pela coordena
Nesta quinta-feira, comissões do movimento doras (Conclat). ção responsável, que conduza à
liderado por Frei Chico encontram-se com a dire
ção estadual do PMDB e, em companhia do pre
Sem dúvida, o acontecimento em participação dinâmica dos trabalha
sidente da Comissão de justiça e Paz, José Gre- São Bernardo pode ser extrema dores nas fábricas, nos sindicatos e
gori, comparecem à Delegacia Regional do Tra mente vantajoso para que as prin nas demais instâncias do movimen
balho. Nas duas oportunidades apresentam a Carta cipais lideranças de diversas cate nuação da campanha contra as in to sindical, mesmo se conhecendo
aos Representantes do Povo Brasileiro, onde des
crevem as atitudes contrárias à categoria, inclusive
gorias vindas dos vários Estados tervenções nos sindicatos conduzi as limitações advindas da legisla
a fraude eleitoral do presidente ]oão Lins. que aprofundem o entendimento da im rão a isso. E será inevitável que os ção em vigor.
ilicitamente permanece na direção do Sindicato. portância da unificação nacional debates analisem o momento de Até o momento,.apenas no Rio
Às vésperas da campanha salarial do ABC, a dos trabalhadores. Evidentemente, crise econômica, cujos efeitos con Grande do Sul os sindicalistas to
diretoria do Sindicato nada fez para preparar os a situação concreta em meio à qual
trabalhadores, sendo que as iniciativas para isso tinuarão a atingir diretamente os maram iniciativas orgânicas neste
estão sendo encaminhadas pelo Movimento de se reunirão forçará o amadureci trabalhadores através do desempre scnti-do.-Várias categorias iniciaram
Renovação, com muitas dificuldades, por estarem mento de reflexões sobre os víncu go, achatamento salarial etc. caso preparativos para um encontro dos
fora do Sindicato. A expectativa de Frei Chico los inseparáveis que condicionam a estes não articulem formas de in sindicatos do Estado para os dias
e seus companheiros é de que a Justiça apresse
uma resposta e regularize legalmente a situação, conquista de bandeiras imprescinr tervenção unificada para sua supe 24. 25 e 26 de abril, de onde espe
pelo menos até o dia cinco de março, data pre díveis ao movimento sindical c ao ração. ram formular sugestões de regimen
vista para a posse da nova diretoria, obrigando a estabelecimento de um regime de Pôr outro lado. a discussão so tos e de temário, de maneira a pre
convocação de novas eleições. mocrático no Brasil. A própria dis bre a realização da Conclat deverá parar democraticamente a I Con
cussão do julgamento dos membros levar à conclusão de que Se impõe clat, como passo seguro e unitário
Ato centra aumento nos ônibus das diretorias depostas de São Ber um -intenso debate nas bases, nas rumo à criação da Central Única
nardo c de Santo AnUrc e a conti suas elapas preliminares de organi düs Trabalhadores.
Maú de três mi! pessoas realizaram dia 5 pas
sado eni Matai grande manifestação contra o
aamento das tarifas dos ônibus urbanos. O ato
foi organizado pelo Comitê em Defesa das Me
lhorias do Transporte Urbano de Natal, que con geográfica, abrangendo os trabalhadores
grega conselhos comunitários de bairros da Capi de todas as empresas dessa área que
tal, o DCE da UFRN, Centro de Defesa dos Di-
reittM Humanos e representantes dos partidos
políticos oposicionistas. Àlém da manutenção nos
A estrutura sindical empreguem ou utilizem trabalhadores
dc tal categoria. Ao contrário seria a-
organização"segundo o princípio da plu
preços das passagens de ônibus, as entidades rei ralidade sindicai — que permite a exis
vindicam melhoria nas condições do transporte
tirbano, a retirada do aro das roletas e o controle
do limite máximo de passageiros nos veículos que
servem a população.
do pais tência, na mesma área geográfica e den
tro da mesma empresa, segundo a orien
tação política, filosófica ou religiosa que
adote, como ocorre na Europa. Mas, se
Antes do ato público, o Comitê entregou ao Do ponto dc vista filosófico, a atual Urge, porém, modificar a aluai estru gundo os critérios norte-americanos,
prefeito de Natal, fosé Agrípino Maia, um abaixo- estrutura sindical brasileira baseia-se na tura no sentido da sua indcpeiidcncía classificam-se como unitários os sindica
assinado com 28 mil assinaturas, solicitando solu doutrina da paz social, isto c: no desen do aparelho dc Estado, para garantir a tos organizados por ramos industriais e
ções concretas para os problemas do transporte volvimento harmônico da sociedade. liberdade c autonomia sindlciiis — sem como plurialistas aqueles organizados
coletivo, para o qual aguardam resposta. Isto, porém, c uma utopia na sociedade o que, elas não existem. por categoria profissional isolada. É
dividida cm classes sociais antagônicas. Sc analisarmos, porém, os sindicatos preciso dizer que defendemos os prin
Entretanto, as classes dominantes esfor de trabalhadores do ponto dc vista
Munícipários/RS querem Conclat çam-se por essa "harmonia" para me ideológico, verificaremos que eles nada
cípios de organização da unidade sindi
cal e combatemos a pluralidade, tanto
lhor poderem explorar a classe trabalha- tem dc corporativislas (no estrito sentido pelo critério europeu como pelo norte-
Pelotas/RS (Do correspondente) — fosé Daltro dora. Neste sentido, atrelam, através dc H filosófico), isto é: eles não congregam americano.
da Silva é o novo presidente da Associação dos legrsiação específica, os sindicatos ao indivíduos de classes antagônicas, nem Do ponto de vista das categorias de
Municipáríos de Pelotas (AMP). Ele e seus com aparelho dc Estado, ora considerando-os defendem os interesses das que lhes são trabalhadores que congregam, o exem
panheiros de diretoria — professora lone Antonini orgaos dc colaboração, ora intervindo adversas. Neste caso. pode-se afirmar plo mais progressista é o dos metalúrgi
(yl^presideote), Paulo Brum Ferreira (I.* secre na sua administração c até destituindo que a forma não corresponde ao conteú cos brasileiros — que reúne várias cate
tário), Luiz Carlos Xavier Volcan (2.* secretário), a diretoria eleita pelos seus associados. do. Exemplo disso são as greves e a gorias de trabalhadores de diversos ra
professora Maria Cecília Hipólito (I.* tesoureiro) Alem disso existe a Justiça do Trabalho conseqüente repressão salarial. Tanto mos industriais, representados por di
e Ângelo MarcÜio Filho {2.® tesoureiro); inte — órgão dc Estado ao qual também se uma como a outra são atitudes políticas versos sindicatos patronais diferentes.
grando a chapa de oposição, pregaram a unidade Iigarn os sindicatos — c que se destina e caracterizam posições de classe incon Segundo a base territorial, os' mais
era toda a campanha c venceram o pleito à base a minimizar os choques resultantes das ciliáveis. avançados são os sindicatos de âmbito
de cinco votos por um contra a chapa situacit^ contradições da sociedade, desviando a Do ponto de vista orgânico, podemos nacional.
nista, Durante a campanha c depois de eleitos, os luta de classes — o que nem sempre distinguir os sindicatos principalmente Já no que diz respeito às relações de
novos dirigentes elevaram o número de associados consegue, quando, então, as classes do segundo os princípios da unidade ou da .produção, os mais importantes são os
. ® pretendem, rapidamente, minantes apelam para a violenta repres pluralidade em matéria de organização que filiam trabalhadores assalariados,
atingtr dois mil, prosseguindo, segundo as palavras são policial, em defesa dos seus inte sindical. Além destas duas grandes com ou sem vínculo empregatício.
de fose Daltro da Silva, até associar os 4.800 resses de classe, c, aí, se anula a doutri opções, distinguem-se, ainda, segundo as
funcionários da Prefeitura de Pelotas.
E, no que concerne à tática de luta,
na da paz social. categorias de trabalhadores que congre têm importância fundamental aqueles
^ programa da chapa vencedora constam, Em verdade, os sindicatos de traba guem, segundo a_sua base territorial e sindicatos que associam trabalhadores
lhadores foram criações dos próprios segundo as relações de produção a que de setores cuja paralisação pode provo-"
SwoT mi..?."" semesIraB, 15.- salário,melhores
^«nos, re.|u51« eslabi- trabalhadores para se defenderem . da estão sujeitos 03 seus filiados. Em nosso car a interrupção da cacieia de produção
eoprego. sindicalização aos tuncionários exploração capitalista. Por isso, e ainda país, os sindicatos são organizados se que envolve uma série de atividades
públicos e autonomia das entidades de classe. que a atual estrutura dificulte as suas gundo o princípio da unidade sindical, produtivas e improdutivas de vários ra
lutas, elas são travadas assim mesmo e isto é: um único sindicato por categoria mos da economia,|(EmíÍio Bonfante De-
muitas vezes vitoriosas. profissional, numa determinada área niarls)
C SINDICAL
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De 13/02 a 19/02 de 1981
universidade hoje
vadas a cabo pela realidade dos es
Mana do Carmo M. Fontes
tudantes.
A culminação deste processo de
A inesperada e surpreendente pro distanciamento das "lideranças" de
posta da diretoria da União Nacio suas supostas bases se dá agora com Rajiií^
nal dos , Estudantes de greve gerai esta decretação prévia de greve por
nacional, "caso o Ministério da Edu tempo indeterminado, antes mesmo
cação não atenda às reivindicações que os estudantes saibam mais cla
estudantis", é no mínimo assustadora. ramente o eixo de luta a ser levado Objetivamente, a saída para a cri possíveis resultados do encaminha
Sem dúvida, o movimento estudan durante o ano. se da universidade, hoje. passa pri mento desta greve. Mas se faz neces
til e suas entidades de massa atra Não se trata de uma questão de meiramente pela análise poIíticr'da sário e premente exigir das lideran
vessam ura período de refluxo e des cronologia (em março seria pior, abril sua realidade, pela ampliação do le ças uma atuação mais real e perma
gaste muito grande, cujas origens dá mais tempo...), mas sim de uma que de forças políticas e sociais que nente frente ao conjunto dos estu
podem ser detectadas no estreitamen percepção incorreta da realidade e a defendam e pela formulação junto dantes, que até agora mostrou-se bas
to de suas diretorias, que passaram a das necessidades de movimento hoje. às bases dos possíveis caminhos. Não tante sensato na condução de suas
ser controladas por.pequenos grupos se pode desviar a atenção para a bus reivindicações.
Desconhecimento este que se faz
dc abnegados, porém desconhecidos, mais acentuado no caso das escolas ca de definições das formas de luta É preciso que se coloque a perspec-'
diretores. Não que o movimento es- pagas, para as quais nenhum eixo a serem utilizadas, mas sim refletir tiva dç, transformar as esferas de de
ludamii não possa fazer ações repre concreto de luta foi até hoje decente e agir de modo a trabalhar as^ estru cisão burocráticas (CEE, CONEG,
sentativas e de peso para discutir mente formulado junto às suas bases. turas das entidades e do próprio mo etc.), em palcos de discussões fun
seus problemas concretos e reais. O De outro lado, nas escolas públicas, vimento para o encaminhamento des dadas nas escolas, nas salas de aula,
que não se pode fazer é condu a luta já melhor definida por mais sas lutas, quando então poderão vir no cotidiano da vida estudantil. De
zir entidades estudantis na base de verbas acaba por ser deixada de lado, a ser vitoriosas.
pois disso, se pode discutir a forma.
decisões que podem até ser em tese em função de imediatismos inespera Não se pode — c nem é esta a Ou então será a greve até o fim. E
execlcnlcs. mas que são de fato ina dos como restaurantes e outros pro intenção — fazer previsões, quer pes o fim pode ser o do próprio movi
mento.
dequadas e impossíveis de serem le blemas de ordem menos política. simistas, quer otimistas, acerca dos
EDUCAÇÃO
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SOCIALISMO
INTERNACIONAL
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De 13/02 a 19/02 de 1981
Grupos amadores
í
dão nova vida
ao teatro do ABC
Buscando sair das salas oficiais e encontrar o
público dos bairros, a Federação Andreense de
Teatro Aniador organiza unia experiência
cultural constante junto à comunidade Cena de "Cateretê de Luanda". do grupo TAGA-
balhos e, após o "Simpósio", reuni é que os grupos que estão surgindo — O Grupo ABCD, de São Ber
Todos conhecem as dificuldades nardo, apresentou "Soldados", cria
que enfrentam os grupos de teatro mos cinco deles que se dispuseram a passem a assumir um trabalho cul
fazer o que chamamos dc "curto cir tural constante junto a comunidade. ção coletiva do Teatro Experimental
amador no Brasil. E é fácil avaliar
cuito" por algumas Sociedades Ami Qual foi o balanço deste primeiro de Cali (Colômbia), que aborda um
a sua importância para a revitaliza massacre de operários da United
ção artística e cultural do país. gos do Bairro que já estavam com circuito?
um trabalho comunitário em anda — Descobrimos que o grande pú Fruit feito pelo exército colombiano
Em São Paulo, e particularmente
blico düs bairros são as crianças, c em 1928. O Pau de Sebo, de Santo
no ABC, a atividade amadora é 'x- mento.
André, mostrou "Pedaços de Luta",
tensa. Nos dois últimos anos, os di nos colocamos diante da necessida
versos grupos, diante dos numerosos Este circuito veio a substituir o de de desenvolvermos um trabalho que abordava a greve do ABC. O
problemas e a partir da própria prá famigerado Festival de Teatro Ama neste setor. Com o circuito, além do grupo TACA, também de São Ber
tica junto aos bairros e comunidades dor, que restringia a atividade tea mais, colaboramos para a organiza nardo, que em 1979 apresentara "Ca
da região, foram alterando suas con tral na região. E permitiu a organi ção popular, jü desenvolvida por al teretê de Luanda", mostrou "Artigo
cepções e suas montagens. Evoluíram zação dc monitorias junto aos bair gumas lideranças nos bairros. Com 17 dos Direitos Humanos", realizado
e ganhavam espaço. ros, na medida em que facilitou o isto, nos colocamos numa posição
a partir de' pesquisas realizadas em
Imprimiram uma nova dinâmica à contato dc pessoas interessadas com mais flexível, abrindo mão dc pro
favelas da região. O grupo Branca-
Fídcvação Andreense de Teatro Ama a prática teatral efetiva. No momen postas estéticas previameiiie elabora leone, de São Caetano, apresentou
dor (Feanta), anteriormente muito to, temos apenas dois monitores ope das para aproveitarmos todas as si
voltada para a mera dislribuição de rando cm duas SABs. Desde janeiro tuações inesperadas que surgem, c "Cena Aberta", que discute o coti
verbas oficiais para os grupos ama de 81 estamos desenvolvendo um que exigem respostas imediatas. diano de uma família operária. E o
dores e pouco preocupada era orga projeto de formação dc monitores, já £ possível resumir os trabalhos que Esperança, .de São Bernardo, montou
nizar um amplo trabalho cultural na com algumas pessoas interessadas cada grupo apresentou neste curto o "Ato da Compadecida", de Ariano
dos próprios bairros. Nossa intenção Suassuna. _
região. E a vida teatral do ABC ga circuito?
nhou novo alento.
Nesta entrevista a Ribamar Soares,
da Ver da Unidade, Nelson dos Reis,
desde meados de 1980 presidente da LIVROS
Feanta, regional do Grande ABC. re
lata a experiência da entidade nesta linista, a segunda guerra mundial, a revo
sua nova fase e aponta perspectivas lução chinesa, a guerra fria, a invasão da
para o desenvolvimento de um amplo
e ativo trabalho cultural junto aos Para conhecer o Hungria (1956). a guerra do Vietnã, a
invasão da Checoslováquia, o maio francês
dc 1968.
bairros e às comunidades. Nestes dois livros, podemos conhecer
Como está a Feanta e qual o pro
grama de sua atual diretoria?
— No início de 1980, vários gru
marxismo de Lukács particularidades e informações a respeito
de Lukács. Por exemplo, que já foi (ou
c?) considerado um revisionista segundo
seus críticos mais ferozes, como também
pos da região do ABC começaram a Desde Marx sabemos que construir a das posições assumidas por Lukács em é considerado (ou era?) um stalinista da
se reunir com o objetivo de encon unidade dialdiiça entre a teoria c a práti cada fase dc sua vida". O livro se divide cabeça aos pés. Que foi militante do PC
trar uma forma de organização mais ca é a questão revolucionária ccnirul do cm duas partes: a primeira escrita por húngaro, tendo pertencido ao seu CC, que
coerente com suas propostas de atua marxismo-lcninismo. Que a história do so Kondcr c a segunda com textos seleciona combateu o fascismo, que dentro de sua
cialismo c dos partidos comunistas não se dos do próprio Lukács. obra existem contribuições para a Estética,
ção, entre as quais a fundamental subordina a ura movimento linear c mecâ Já a tese de Michael Lõwy, por sua vez. a Ética, a Literatura. Que não foi um mero
era sair das salas oficiais e buscar nico. Que o avanço do socialismo obdccc situa-se em outro plano. Seu propósito é intelectual dc gabinete, tendo sido ministro
ura novo público nos bairros. Nasceu a uma universalidade (a história mundinl)'- demonstrar a trajetória do filósofo até o da educação em seu país. Que morreu com
assim a atual diretoria da entidade. e às particularidades c singularidades dc ano de 1929. "Podcr-se-ia quase dizer que mais de oitenta anos conibatendo (teórica
Inicialmente, organizamos uma cada país e época. Que Marx, Engcis c se trata não somente de um estudo mar e praticamente) pelo socialismo, e assim
Lcnin dotaram o movimento operário das xista do um pensador marxista, mas tam por diante. Daí ser impossível não concor
"Oficina de Trabalho Teatral", ou armas da teoria c da prática. bém de uma análise lukacsiana de Lu dar com as palavras de Leandro:
seja, basicamente um inter-relaciona- No entanto, um outro comunista tam kács...". "Seu objetivo é o de compreen "Atacado, assim, apaixonadamente, por
mento entre todos os integrantes dos bém contribuiu cnormemente para a der a evolução política de Lukács até o críticos situados em posições opostas, en- '
diversos grupos; que realizam jogos emancipação do proletariado c para o de ano de 1929, no quadro de um estudo centrando invencível antipatia em Uns e
senvolvimento teórico do marxismo. Seu sobrc-a inteiligentsía radical na Alemanha outros, é natural que Lukács, durante
dramáticos, improvisações e debates. nome: Ceorg Lukács. Ele, sem favor e na Hungria no início do século, dando multo tempo, não tenha inspirado muitos
A seguir, abrimos uma discussão so algum, pode ser considerado com um atenção particular aos grupos dos quais estudos objetivos e nuançados."
bre as propostas atuais de teatro. Or clássico do marxismo, apesar dc não ser Lukács participou diretamente: o Cículo "O que Lukács quer, mesmo, é contri
ganizamos um "Simpósio de Teatro plenamente reconhecido como tal. Por Max Weber, dc Heildeiberg, o 'Círculo do buir para um renascimento do marxismo.
isto, a edição dc dois livros a seu respeito Domingo' de BudapesI etc." Sua ambição é a de ajudar os marxistas a
Popular", do qual participaram Au deve merecer especial atenção dos mar
Guardadas as devidas proporções, po aprofundarem o conhecimento da realida
gusto Boai, Guarnieri, César Vieira, xistas brasileiros, inclusive por serem seus de atual, que eles querem transformar, po
Joana Lopes, Fernando Peixoto e autores reconhecidos estudiosos da vida de-se afirmar que os dois livros sc com
pletam. Através de sua leitura, podemos rém ao mesmo tempo o filósofo está fir
c da obra de Lukács.
José Celso Martinez Corrêa. ver que na trajetória política dc Lukács memente convencido de que tal avanço só
"Quem foi, exatamente, Gcorg Lukács?". é possível com a recuperação do verdadei
E como essas discussões foram Com esta pergunta. Leandro Kondcr inicia está presente, vivamente, o curso de um ro pensamento de Marx, em .sua essência
aproveitadas no trabalho junto aos a introdução de seu belo livro sobre o marxista vigoroso que sofreu na própna viva, que sofreu grandes deformações na
bairros? filósofo húngaro. Nele, Kondcr se propõe pele todos os grandes acontecimentos da elaboração teórica dos marxistas ao longo
a demonstrar, na verdade, quem não foi história da humanidade dq século XX, ate das décadas que se seguiram à morte de
— Durante a "Oficina", os gru Lukács, pretendendo alcançar "uma recons- 1971, ano de sua morte: a primeira guerra
pos continuaram montando seus tra Lênin." (Rubens Prado)
tituição sóbria, eminentemente 'factual'. mundial, a revolução russa, o período sta-
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