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Informativo 945-STF
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Revisado dia -
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DIREITO PENAL
Fechado: NUNCA
SEMIABERTO: +4 anos
João foi denunciado por homicídio doloso. Foi condenado pelo Tribunal do Júri. Contra
esta sentença, a defesa interpôs apelação e o TJ deu provimento ao recurso,
absolvendo o réu por entender que a decisão dos jurados foi manifestamente contrária
à prova dos autos. Isso porque só havia uma única testemunha contra o réu e o TJ
entendeu que isso não seria suficiente para a condenação. Contra o acórdão do TJ, o
Ministério Público interpôs recurso extraordinário. O STF deu provimento ao recurso
do MP para restaurar o veredicto condenatório prolatado pelo Tribunal do Júri. Para o
STF, analisar se um único depoimento é suficiente ou não para a condenação é uma
matéria que cabe aos jurados no Tribunal do Júri e que não pode ser reformado pelo
TJ. Ocorre que, em revisão criminal, o TJ voltou a absolver o réu utilizando novamente
como fundamento o argumento de que a condenação é contrária à evidência dos
autos. Essa decisão do TJ na revisão criminal viola aquilo que o STF decidiu no recurso
extraordinário, razão pela qual deve ser julgada procedente reclamação contra o
acórdão do TJ. STF. 1ª Turma. Rcl 29621 AgR/MT, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
25/6/2019 (Info 945).
SEGUNDA REGRA – Se a condenação foi proferida por juiz singular e não houver
recurso (mesmo vale se interpôs fora do prazo), a competência para julgar a
revisão criminal será do Tribunal (ou turma) ao qual qual estiver vinculado o
magistrado
Ex. João foi condenado pelo juiz de primeiro grau → NÃO INTERPOS RECURSO
(ou interpôs fora do prazo) → transitou em julgado → propõem revisão criminal
→ competente? Tribunal ou Turma Recursal.
Observações:
Não poderão julgar a revisão criminal desembargadores ou ministros que
participaram do primeiro julgamento.
Competência originária do TRF para julgar prefeitos por crimes federais – ex.,
apropriar-se de verbas federais.
Réu pode ser condenado por crime de violência contra inferior mesmo que, durante a
tramitação do processo, deixe de ser militar. Não se exige a manutenção do status de
militar como requisito de procedibilidade e de prosseguimento da ação penal que
apura a prática de crime de violência contra inferior (art. 15 do Código Penal Militar).
Não se aplica o princípio da insignificância ao crime de violência contra inferior (art.
175 do CPM) Não se aplica o princípio da insignificância para o crime de “violência
contra inferior” (art. 175 do CPM) porque os bens jurídicos tutelados por este tipo
penal são a autoridade e a disciplina militares. A proteção principal não é da vítima que
sofre a violência, e sim da própria Instituição Militar, que vê, nessa conduta, grave
afronta aos princípios basilares das Forças Armadas. Assim, tem-se por inaplicável a
insignificância em crime de importante grau de reprovabilidade no meio castrense.
STF. 1ª Turma.HC 137741 AgR e AgR-segundo/RS, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em
25/6/2019 (Info 945).
Réu pode ser condenado por crime de violência contra inferior mesmo que,
durante a tramitação do processo deixe de ser militar.
Não se aplica o principio da insignificância ao crime de violência contra inferior.
- Supondo que durante o processo por crime de violência contra inferior o réu
seja licenciado, o processo continua, pois, a manutenção do status de militar
não é CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE E PROSSEGUIMENTO da ação penal
militar.
Obs. Licenciamento é forma de extinção do vinculo do militar com a
administração
- Outras decisões nesse sentido
(...) não prospera a alegação do impetrante da incompetência da justiça
militar (...) no momento do delito ele ostentava a condição de militar
sendo irrelevante que posteriormente tenha se licenciado (...) –
julgamento não do mesmo crime em comento.
Exceção:
Manter na condição de militar para ser processado – deserção de praças (quem
não tem estabilidade). SE SAIU, TEM QUE SER READQUIRIDO PARA SER
PROCESSADO
O Superior Tribunal Militar editou a Súmula 12, versando que a praça sem
estabilidade não pode ser denunciada por deserção sem ter readquirido o
status de militar, condição de procedibilidade para a persecutio criminis,
através da reinclusão.
Pelo texto da súmula, conclui-se que a condição de militar, no caso de
desertores sem estabilidade é condição de procedibilidade, sem a qual, o
Ministério Público não poderá oferecer denúncia