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INTRODUÇÃO

À
BOLSA DE VALORES

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O Que é a Bolsa de Valores?

bolsa de valores é o mercado organizado onde se negociam ​ações​ de sociedades de


capital aberto​ (públicas ou privadas) e outros ​valores mobiliários​, tais como as
opções​.Pode ser organizada na forma de uma ​sociedade civil sem fins lucrativos​, que
mantém o local ou o sistema de negociação ​eletrônico​ adequado à ação de transações de
compra e venda de ​títulos e valores mobiliários​. Porém, o mais usual hoje em dia é que
as bolsas de valores atuem como ​sociedades anônimas​, visando ​lucro​ através de seus
serviços. No caso de ser organizada como sociedade civil, seu patrimônio é representado
por ​títulos​ pertencentes às sociedades ​corretoras​ que a compõem; se for organizada
como S.A., este patrimônio é composto por ações
Esse mercado tem uma plataforma de negociação online. Nela, realiza-se o Registro, a
compensação, a liquidação e a listagem de todos os papéis negociados. A Bolsa também
divulga informações úteis de suporte ao mercado online.

Enfim, cada ​Bolsa de Valores​ possui os seus próprios índices. Eles são um composto de
cotações de empresas.

Cada país possui a sua própria Bolsa de Valores. A maior e mais influente bolsa de
​ ew York Stock Exchange
valores do mundo é a Bolsa de Valores de Nova Iorque, a N
(NYSE).​ Em segundo lugar vem a ​NASDAQ​ e em terceiro a L ​ ondon Stock Exchange​.

Para garantir um mercado justo e confiável, a Bolsa precisa preservar seus padrões éticos
de negociação em alto nível. Assim, devem divulgar com rapidez, amplitude e detalhes as
operações realizadas.

Você já deve ter visto em algum filme ou fotografia como era o ​Mercado de Ações:​ um
aglutinado de pessoas gritando que compram ou vendem algo aparentemente sem ordem.
Essa imagem não existe mais, pelo menos presencialmente.

No entanto, a lógica do mercado continua a mesma: milhares de pessoas comprando e


vendendo online.

História da Bolsa no Brasil

A Bolsa brasileira é a 20ª maior do mundo.


Antes de mostrar como entender os gráficos da Bolsa de Valores, vamos entender melhor
o que ela significa e como a bolsa de valores funciona.

A Bovespa é a Bolsa de Valores de São Paulo. Ela é o principal mercado de negociação de


ações de empresas públicas brasileiras. Sua fundação ocorreu em 1890.

Em 2008, a Bovespa integrou-se operacionalmente com a BM&F - principal Bolsa de


Mercadorias e contratos futuros do Brasil. Assim, nasceu a BMF&Bovespa.

Como sempre, a Bolsa de Valores reflete os acontecimentos mais importantes do Brasil e


do Mundo. Ou seja, sempre que um país influente entra em crise, a tendência é o que
Brasil seja afetado.

Da mesma forma, quando o Governo é colocado em cheque por questões como corrupção
ou atitudes econômicas, a Bolsa tem a tendência de ficar extremamente volátil, operando
em queda.

Veja como foram os dias de maior pânico na Bolsa brasileira até então.

Onze de Setembro - 11/9/2001

O ataque terrorista às torres gêmeas colocou o mercado financeiro em pânico, fazendo


com que diversos mercados sejam abalados. Após o atentado, o Ibovespa caiu 9,18%.

Plano Collor - 21/3/1990

Essa foi a maior queda do Ibovespa na história. O Ibovespa despencou 22,27% quando o
Plano Collor causou pânico no mercado.

O então presidente ordenou o bloqueio das cadernetas de poupança até o limite de 50 mil
cruzados novos. O dia anterior, 20/3, também teve um tombo gigantesco de 20,95%. O
motivo era o mesmo: o confisco traumático.

Crise internacional - 22/10/2008


A Bolsa desabou 10,18% neste dia. E em 2008, teve uma queda de 41%. Esse forte tombo
ocorreu por causa da crise financeira internacional, também conhecida como Grande
Recessão. O estopim da crise se deu com a falência do banco Lehman Brothers.

​Corretora de valores

Corretora de valores é uma empresa atuante no sistema financeiro que intermedia a


compra e venda de títulos financeiros a seus clientes. Atuam principalmente na Bolsa
de valores, diferente das corretoras de mercadorias que atuam na Bolsa Brasileira de
Mercadorias. ​Wikipédia

as corretoras de valores não têm apenas um papel, ou seja, são instituições financeiras
com múltiplas funções. Isso significa que, atualmente, é possível encontrar diversos
produtos de investimento na prateleira das corretoras, e não apenas ações como
antigamente. São essas instituições, por exemplo, que fazem a intermediação para
compra e venda de ​títulos públicos pela plataforma do Tesouro Direto​.
Para incrementar o trabalho, muitas corretoras passaram a oferecer nos últimos anos
plataformas de investimento pela internet (​home broker​), que de início eram conhecidos
no mercado como “supermercados financeiros”. Nesses ambientes, o investidor tem
acesso a aplicações de renda fixa (CDB, LCI, LCA, CRI, CRA, debêntures etc.) e renda
variável (​ações​, ​ETF​), além de fundos de investimento oriundos de diferentes gestores.

No leque de serviços, as corretoras também buscam orientar os investidores na escolha


das aplicações financeiras, principalmente no investimento em ações. Não à toa as
corretoras contam com áreas de análise econômica e, na maioria das situações, equipes
dedicadas a determinados setores, além de profissionais (os chamados analistas) que
fazem a cobertura de papéis de grandes empresas – ficam responsáveis por
acompanhar o movimento das ações de algumas companhias e recomendam compra ou
venda.

Assim como um banco, as corretoras de valores não exercem tantas tarefas de graça.
Na remuneração pelos serviços, essas instituições podem cobrar comissões e taxas. Por
exemplo, para compra e venda de ações, é cobrada a chamada taxa de corretagem, que
varia conforma a corretora escolhida. No caso de títulos públicos do Tesouro Direto, há
corretoras que cobram taxa de administração e outras que não repassam esse custo ao
investidor.

Quem fiscaliza as corretoras?

Para serem constituídas e entrarem em funcionamento, as corretoras de valores


necessitam de autorização prévia do Banco Central (BC). No dia a dia, essas
instituições são supervisionadas e fiscalizadas pelo próprio BC, assim como pela
BM&FBovespa e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a chamada “xerife do
mercado de capitais​”.

O que é Home Broker?


Home Broker é o sistema que possibilita a negociação de ações e outros ativos
financeiros diretamente através da internet. Foi implantado em 1999 e seu principal
objetivo é facilitar o acesso ao mercado acionário e permitir que cada vez mais pessoas
façam parte dele, de forma simples e eficiente.
Antigamente, comprar e vender ações era algo mais complicado, geralmente o processo
era efetuado através de telefonemas para as sociedades corretoras e obrigatoriamente
era necessário o intermédio de corretores, que efetuavam as ordens de compra e venda.
Como pode perceber, era algo bastante trabalhoso e lento se comparado aos dias de
hoje.

Com a chegada do home broker, o processo ficou mais rápido e dinâmico. É possível
fazer uma operação diretamente no mercado em uma fração do tempo que se gastava
antigamente. Além disso, ficou mais barato operar. No passado os custos eram maiores,
porque era necessário enviar ordens através das mesas de operações. Ainda é bastante
comum operar pelas mesas, mas agora existem outras maneiras. Isso tudo, atrelado ao
aumento da oferta de produtos e da livre concorrência, fez com que os custos de
operação caíssem bastante.

Como funciona?
Apesar de parecer algo complicado, seu funcionamento é bastante simples. Primeiro,
você deve ser cadastrado em alguma corretora que ofereça os serviços de home broker.
Atualmente existe uma grande oferta de produtos no mercado, cabe a você pesquisar e
decidir qual se adéqua melhor às suas necessidades.

Com o cadastro feito e já apto a operar, você abre o sistema, que pode ser diretamente
através do site da corretora ou então diretamente instalado em seu computador. A
partir daí, todas as ordens de compra e venda que você enviar, passarão pela corretora
e serão retransmitidas diretamente ao sistema Mega Bolsa da bolsa de valores, tudo de
forma muito rápida e fácil.

Quais as vantagens?

Através desse sistema você terá acesso, de forma bastante clara e transparente, ao
recebimento e a notificação de ordens executadas. Também poderá acompanhar a
evolução de sua carteira de ações e terá acesso as cotações em tempo real.

Alguns produtos ainda oferecem análises de ativos, notícias sobre o mercado, relatórios
sobre empresas e muito mais.

Trader Profissional
Traduzido do inglês-Um comerciante é pessoa ou entidade, em finanças, que compra e
vende instrumentos financeiros como ações, títulos, commodities, derivativos e fundos
mútuos na qualidade de agente, hedger, arbitrage ou especulador. ​Wikipedia (inglês)

O que Faz um Trader?

A atividade de trader vem ganhando muita notoriedade nas mídias sociais atualmente.
“Venha ser trader!” é um dos slogans que vem chamando a atenção de muitos e
instigando o sonho de ser trader em quem antes nem sabia que existia essa “profissão”.
Mas, afinal o que faz um trader? Quem pode ser trader? Como me tornar um trader?
Quanto ganha um trader?

Por definição, Trader é a pessoa que se envolve em negociações (trades) de ativos


financeiros, para si próprio ou sob demanda de alguma instituição. De forma
simplificada, existem basicamente duas categorias de traders: O trader autônomo e
independente e o Trader Profissional ou Institucional.

Isto é, o trader pode comprar e vender ativos financeiros com seu próprio capital,
tomando suas próprias decisões e assumindo seu próprio risco (trader autônomo) ou
pode trabalhar negociando com capital de outros, sob tutela de uma instituição
financeira, dentro de mesas proprietárias, fundos etc…

Neste artigo, quando nos referirmos à Trader, estaremos nos referindo especificamente
à categoria de traders autônomos e independentementes, estes que operam seu próprio
capital e tomam suas próprias decisões.

Trader não é investidor

Diferentemente de um investidor, o trader busca lucrar no curto prazo e de forma


ativa. Sendo assim, o trader é basicamente um especulador, buscando oportunidades
pontuais de lucrar com as variações de preço dos ativos financeiros. Essas
oportunidades existem durante o dia todo e um trader experiente aprende a
identificá-las tanto no curtíssimo prazo (scalping) quanto em prazos maiores, chegando,
em alguns casos, a alongar os trades por alguns dias ou até semanas, dependendo de seu
plano de trading.

Quem pode ser trader?


Em tese, qualquer pessoa pode ser um trader e não é exigida nenhuma qualificação
formal para se negociar ativos com capital próprio nas bolsas de valores. Basta que
você tenha dinheiro para negociar e uma conta em uma corretora de valores. A
abertura da conta em uma corretora é feita de forma bem simplificada e pela internet
e, na maioria dos casos, em 48h você já tem a conta aberta e está pronto para negociar.

Como me tornar um trader?

O caminho para se tornar um trader e ter essa atividade como uma fonte de renda, seja
ela principal ou complementar, é parecido com processo de empreender. Aliás,
sugerimos fortemente que você pense na sua carreira de trader como um
empreendedor que está montando seu próprio negócio. Você necessitará de um
investimento inicial, terá que suportar os custos de aprendizado e alguns custos fixos
inerentes a essa atividade.Toda pessoa que já se aventurou a empreender sabe que
nesse tipo de atividade não existem garantias e certezas de sucesso. Empreender é se
arriscar!
Todo trader (operador) busca uma coisa: lucro. Para isso, ele realiza diversos tipos
de operações em variados mercados dentro da BM&FBovespa. Veja os mais populares:

Mercado de Ações

Mercado de Opções

Mercado Futuro

Estilos de Trader
Swing Trader
Day Trader Position Trader
(curto prazo e
(curtíssimo prazo) (longo prazo)
médio prazo)

Risco Altíssimo Alto Médio

Período de compra 24 horas 2 dias em diante Mais de 2 anos

Possibilidade de
Alta Alta Média
Lucro

A ANÁLISE TÉCNICA

A análise técnica, também conhecida como gráfica, é um tipo de análise feita se


baseando exclusivamente no histórico de preço dos ativos e ocasionalmente também no
volume de transações feitas. Ela pode ser usada para investimentos em ações,
commodities, índices e outros tipos de ativos presentes no mercado de capitais.

Um dos principais autores sobre o assunto, John J. Murphy10 a define da seguinte


maneira: 11 “Análise técnica é o estudo dos movimentos do mercado, principalmente
pelo uso de gráficos, com o propósito de prever futuras tendências no preço”.

Esse tipo de análise é comumente utilizado por pequenos investidores (pessoa física),
pois ela não requer profundos conhecimentos de economia, administração,
contabilidade ou outra área de conhecimento, diferentemente da análise
fundamentalista. Qualquer investidor consegue se familiarizar rapidamente com os
gráficos, e as informações que eles representam, após um período de adaptação.

PILARES DA ANÁLISE TÉCNICA


Todo o fundamento da análise técnica está baseado em três premissas principais:

1. Movimentos do mercado já descontam tudo

2. Preços se movem em tendências

3. A história repete a si mesma

3.1.1 Movimentos do mercado já descontam tudo Esta premissa é o alicerce da análise


técnica. Uma vez que ela não seja devidamente compreendida, nada mais fará sentido
nas análises. Ela afirma que todos os fatores que afetam o preço (fundamentalistas,
políticos, psicológicos etc.) já são imediatamente descontados pelo mercado e refletidos
no preço atual do ativo.

tudo com que o investidor deve se importar é o movimento dos preços. Ou seja, o que
a análise técnica afirma é que os preços refletem o equilíbrio entre a oferta e a demanda
por um determinado ativo: • Se a demanda é maior que a oferta, o preço deve
aumentar • Se a oferta é maior que a demanda, o preço deve diminuir Portanto, a ideia
é que não é o gráfico que faz o mercado se movimentar, e sim as forças do mercado que
estão refletidas nos gráficos.

Como consequência, os grafistas sabem que existem motivos para o mercado subir ou
cair, porém não se importam com eles. O que realmente importa é o que as forças do
mercado estão mostrando e qual o sentido mais provável de ser seguido.

Preços se movem em tendências Esse tópico gera diversas dúvidas e discussões por
partes dos estudiosos do mercado financeiro. O motivo é que a análise gráfica parte do
princípio de que os preços se movimentam dentro de tendências bem definidas,
enquanto diversos estudiosos acreditam no movimento aleatório do mercado. Esse
tópico será discutido com maior profundidade mais à frente. Essas tendências podem
ser explicadas por períodos onde o otimismo dos investidores (tendência de alta) se
sobressai ao pessimismo (tendência de baixa), ou vice-versa. Também é possível
observar períodos de calmaria nos mercados, quando os preços assumem posições
laterais, ou ainda, períodos de certa confusão, afinal, o sentimento e a percepção dos
investidores em relação ao mercado, alteram-se com certa frequência. Porém, com o
passar do tempo, o mercado acaba por assumir uma tendência mais bem definida.
Aliás, é justamente o passar do tempo, com os movimentos se sustentando dentro de
alguns patamares (de alta, de baixa ou lateral), que concretiza e fortalece as tendências.
No entanto, a teoria de seguir tendências se baseia na abordagem de aproveitar uma
tendência existente, até que ela dê sinais de reversão. Para isso, são utilizados
indicadores da análise técnica. Esses indicadores têm o papel de sinalizar o momento
em que uma inversão está acontecendo e serão discutidos mais à frente. 24

A História se repete As análises gráficas partem do princípio de que o mercado anda


em ciclos, e que esses ciclos se repetem frequentemente, ou seja, o que aconteceu no
passado deverá, ou terá alta probabilidade, de acontecer no futuro. Essa afirmação, se
mal interpretada, pode ser perigosa, pois pode dar a impressão de que esse tipo de
movimento se repete sempre da mesma maneira como se repetiu no passado, e isso não
é verdade. O que acontece, é que os movimentos de alta e baixa se repetem, mas não de
maneira absolutamente simétrica ou exata. A repetição desses ciclos acontece, pois eles
refletem o comportamento da massa de investidores presentes no mercado, que são
basicamente movidos pela ganância e por sentimentos como euforia e pânico. É por isso
que nem uma queda nem uma alta duram infinitamente, afinal comprar um ativo em
plena queda, desperta a ganância de comprá-lo barato, esperando uma alta para
vendê-lo mais caro, assim como vender um ativo na alta, representa o medo de perder
dinheiro em caso de queda. São esses sentimentos que sustentam as forças compradora
e vendedora, fazendo com que os ciclos do mercado se repitam ao longo do tempo.

Ciclos que se repetem podem ser representados por movimentos mais amplos, como as
tendências, por exemplo, afinal, é comum observarmos períodos de recuperação após
crises mundiais, ou então períodos de crise após euforia desmedida, ou ainda por
movimentos menores de curto prazo, como é o caso das figuras de impulsão, que ao
longo da histórica tem se mostrado como padrões gráficos recorrentes que podem
antecipar movimentos de alta ou baixa
GRÁFICOS

Os gráficos têm a função de registrar, de maneira ilustrativa, o histórico de preços de


determinado ativo. Cada tipo de gráfico apresenta suas próprias particularidades e
pode conter diferentes informações. Abaixo estão explicados os principais gráficos
usados no dia a dia de um investidor.

Gráfico de Linha O gráfico de linha é o mais simples de todos. É traçada uma linha reta
ligando os pontos que contém os valores em cada período de tempo desejado. Por
exemplo, para traçar os preços de uma ação preferencial da Petrobrás (PETR4), basta
colocar no gráfico o preço de fechamento da ação em cada um dos dias do período
desejado.
Veja na Figura 3 como exemplo, as ações PETR4 no período de Julho de 2007 a
Fevereiro de 2008: Figura 3 – Gráfico de linha Petrobras Fonte:
http://aespeculadora.blogspot.com.br/2011/03/tipos-graficos-candlestick-barras.html)

Nos gráficos de linha, como na figura 3, gráfico de linha da Petrobras, normalmente


levam-se em conta apenas os preços de fechamento do pregão. Grande parte dos
analistas de mercado que usa o gráfico de linha acredita que, os preços do fim do
pregão são essenciais para o mercado e ditam a abertura do dia seguinte.Por
conseguinte, é mais relevante do que o preço de abertura do mercado.

Gráfico de Barras

O gráfico de barras tem esse nome devido ao fato de que o preço do ativo é
representado por uma barra vertical. Na próxima figura é possível observar que os a
barra vertical possui algumas características, como a sinalização dos preços relativos 26
ao preço de abertura, fechamento,
máximo e mínimo do pregão. O gráfico de barras sempre conterá essas quatro
informações. Figura 4

Gráfico de Candlesticks

O Candlestick é uma técnica de análise gráfica de mercado, criada no Japão em meados


do século XVIII,nas antigas bolsas de arroz de Osaka. O termo Candlestick (castiçal em
inglês) se deve ao fato de os elementos gráficos utilizados na representação dos preços
praticados pelo mercado lembrarem velas, distribuídas sobre a área do gráfico. Ele foi
o pai do gráfico de barras e se diferencia, exclusivamente, por peculiaridades na
apresentação dos preços referenciais em um gráfico. De fato, são parecidos com os
gráficos de barras e o seu uso é mais um ponto de escolha da parte de quer for usar. O
candlestick é fácil e não é preciso efetuar qualquer cálculo. Cada vela (castiçal)
representa um período como uma hora, um dia, um mês etc., de tal ativo. Como se pode
observar abaixo, no candelabro japonês temos o candle preenchido e o candle sem
preenchimentos, onde o branco representa um movimento de alta, ou seja, onde o
fechamento do período foi acima de seu preço de abertura, e o 27 candle negro
corresponde a um período de baixa, onde o fechamento do preço foi abaixo do preço de
abertura do período correspondente.

INDICADORES DA ANÁLISE TÉCNICA

Médias Móveis (MM)

A média móvel (MM) é um dos mais usados e mais versáteis de todos os indicadores da
análise técnica. Por causa do jeito que é construído e o fato que pode ser tão facilmente
quantificado e testado, é a base para diversos mecanismos de investimentos em uso
atualmente (MURPHY, 1999). Por esses motivos, a média móvel foi utilizada como
indicador para ter sua eficácia testada. A média móvel é basicamente um dispositivo
para seguir tendências. Ela tem como objetivo identificar que uma nova tendência
começou e que uma antiga tendência foi revertida. É válido ressaltar que existem
maneiras diversas de interpretar as MMs, mas o método escolhido para teste foi o
cruzamento de médias móveis. A técnica, também chamada de double crossover
method, produz um sinal de compra quando a média de menor período, ou mais curta,
“cruza” a média de maior 30 período, ou mais longa. Existem diversas maneiras
populares de usar essas médias, sendo as mais comuns estando entre cinco e dez dias as
médias curtas e vinte a cinquenta dias as médias mais longas. Para a execução dos
testes neste trabalho, foram escolhidas as médias móveis de sete dias (MM7) e de vinte e
um dias (MM21). No caso escolhido, o histórico de preços do ativo terá uma média com
os últimos sete preços diários e outra média com os últimos vinte e um preços diários.
Se a MM7 estiver abaixo da MM21 no fechamento do dia D, mas no fechamento do dia
D+1 a MM7 estiver acima da MM21 é gerado um sinal de compra. Essa compra será
feita no horário de abertura do mercado no dia D+2 e será vendida no horário de
fechamento do mercado ainda em D+2. Caso o inverso aconteça, é gerado um sinal de
venda no começo do dia D+2 (venda descoberta) e a compra deverá ser feita no horário
de fechamento do dia D+2. O foco do trabalho é no uso dos indicadores de análise
técnica para o curto prazo, por isso, todas as negociações, para todos os indicadores são
feitas no período diário (intraday), com a compra ocorrendo em momento de abertura
e a venda no momento de fechamento, ou vice-versa. Podemos ver a técnica aplicada na
figura abaixo:
Essa técnica, de usar duas médias simultaneamente, tem um período de atraso em
relação ao mercado um pouco maior do que usar apenas uma média, no entanto,
produz um menor número de erros (MURPHY, 1999).

Bandas de Bollinger (BB)

John Bollinger observou que para todo gráfico com o histórico de preços de um ativo
ao longo do tempo, havia períodos de alta volatilidade e outros nos quais parecia haver
uma trégua pelas partes compradora e vendedoras. No entanto, verificou também, que
o preço dificilmente se afastava muito de uma determinada região, sendo
constantemente atraído para uma zona de equilíbrio, mesmo quando havia uma maior
volatilidade (CORREIA, 2010). As Bandas de Bollinger (BB) são essencialmente um
indicador de volatilidade. Sua composição é feita por três linhas: uma linha central
(MMS), uma linha superior (BBS) obtida ao somar o desvio padrão multiplicado por
dois à linha central e uma linha inferior (BBI) que é obtida ao subtrair da linha central
o valor do desvio padrão multiplicado por dois. A Figura 9 representa as Bandas de
Bollinger.

“O padrão de utilização das Bandas de Bollinger é uma MMS de 20 períodos e


desvio-padrão de 2. É possível alterar esses parâmetros de acordo com as preferências
ou necessidades do trader” (ABE, 2004, p. 147) Um investidor que analisa a volatilidade
dos preços de um ativo pelas BB deverá saber que dificilmente os preços se mantém
fechando fora das bandas superior ou inferior por tempos prolongados. Esses
movimentos mais fortes são difíceis de serem sustentados pelo mercado, por isso, é
normal que ocorram correções antes de os preços continuarem seguindo sua tendência
vigente (ABE, 2004). Por isso, a seguinte estratégia foi utilizada para testar as Bandas
de Bollinger para operações de curto prazo: quando o preço de um ativo, no momento
de abertura, se encontrar acima da linha da BBS, será gerado um sinal de venda para
que o ativo seja vendido a descoberto no momento da abertura, então, deverá ser
comprado no momento de fechamento do mercado. Caso o preço do ativo, no momento
da abertura, se encontre abaixo da linha da BBI, será gerado um sinal de compra para
que o ativo seja comprado no momento da abertura, e então, deverá ser vendido no
momento de fechamento do mercado. A MMS (linha central) foi calculada como média
móvel de vinte dias e as BBI e BBS com subtração ou soma, respectivamente, de duas
vezes o desviopadrão à MMS.

Teoria de Dow
Origem e História:

A grande maioria dos estudos que utilizamos em analise técnica hoje, tem suas bases
fundamentadas na Teoria de Dow, feita por um jornalista e seu sócio, Charles Henry
Dow e Edward Jones por volta de 1887.

As suas ideias foram publicadas no Wall Street Journal, e foi criado o famoso Dow
Jones Industrial Average, um dos principais índices de renda variável do mundo até
hoje.

Infelizmente, logo após chamar atenção dos investidores para os movimentos do


mercado de ações e seus preços, em 1902 ele faleceu, deixando para seus filhos a missão
de divulgar todos os seus estudos sobre isso.

A Teoria de Dow pode ser resumida em seis princípios básicos, que apresentaremos a
seguir:

Principio 1: Os preços estão certos (você…nem sempre!!!)


Os preços das ações e principalmente dos índices, são o resultado das ofertas de compra
e venda feitas por todos os investidores do mercado, pessoas físicas iniciantes, traders
profissionais, gestores de fundos, tesourarias de banco, hedgers …enfim, desde os mais
bem informados e técnicos, até os mais inexperientes e impulsivos.

Por isso, já estão refletidas nos preços ,todas as expectativas futuras sobre aquele ativo ,
as que se esperam, e todos já sabem,e aquelas que ninguém sabe ainda, mas vão
acontecer (o famosos “eles já sabiam” no Brasil) principalmente as sobre divulgação de
balanços e fatos relevantes das empresas.

Mas ainda existem os fatos imprevisíveis, como o ataque ao World Trade Center em
2001 , terremotos, tsunamis, furacões, ou seja, tudo o que foge à Leis dos Smurfs
(antiga Leis de Murphy) “ tudo que pode dar errado, vai dar…” . Estes são corrigidos
rapidamente após o fato, e depois retornam a normalidade, dependendo, é claro, da
dimensão do fato em si. O mercado de ações demorou mais de uma semana para voltar
ao “normal” depois do 11 de setembro em 2001.

Princípio 2: O mercado tem três tendências

De acordo com Dow, o mercado tem três tendências distintas:

Primária: É a tendência de longo prazo. Dura no mínimo um ano, levando em conta


desde o gráfico diário , passando pelo semanal e mensal , representa 20% das altas e
baixas dos preços dos ativos . Ela não se movimenta em linha reta, possui vários
movimentos corretivos , de modo que para ser mantida, precisa respeitar alguns
princípios. Se a tendência primária é de alta, os fundos têm que ser ascendentes
(maiores do que o anterior).
E se for de baixa, os topos tem que ser menores do que o anterior , como veremos no
gráfico abaixo .
Secundária: Ela representa a quebra de padrão temporário de uma tendência primária
. Ela tem em média a duração de 3 semanas a 3 meses , é o chamado médio prazo, onde
temos retrações no movimento principal. São em geral, excelentes oportunidades para
entradas, onde os preços têm uma correção ( para cima ou para baixo ) . Ela tem em
média ocupado de 30 a 60% do tempo das tendências. No exemplo abaixo de MGLU3,
vemos uma dessas tendências que foram excelentes entradas.
Terciária: Em geral é derivada da secundária, tem duração de um dia até três semanas
no máximo, aproveitada pelos investidores mais agressivos, em geral para posições
intraday ou de curto prazo no máximo. Podem ser usados gráficos de 1 minutos até 15
minutos para definição de pontos de entradas e saídas, são micro movimentos dentro da
tendência maior.

Princípio 3 :Toda tendência tem três fases

Existe uma lógica comportamental do trader nas tendências de alta e baixa do mercado
. Mas são distintos, em uma tendência primária de alta as fases são:

Consolidação: Fase onde entram os investidores mais experientes e aqueles que


“sabem” que os preços estão baratos. Os jornais ainda dizem que as coisas vão piorar,
que bolsa é um péssimo negócio, e o investidor “inteligente”, com caixa, comprando….
A maioria com medo, volume de negócios e financeiro baixo, mas não para de entrar
comprador no preço…

Início de tendência (rompimento): É o ponto em que todos os analistas gráficos


tradicionais passam as compras,os indicadores técnicos apresentam sobrevendas, os
fundos ficam maiores que os anteriores, e começam os rompimentos de máximas de
candles anteriores. O volume de negócios aumenta , assim como a volatilidade também .
Nos fóruns,debates sobre: Será o suspiro do morto? Ou existe de fato esperança além
do túnel? Vai boiada!!!: Depois de um tempão de compras nos suportes, feitas pelos
investidores mais experientes, das recomendações dos analistas técnicos sobre os
rompimentos a serem comprados, a boiada vai firme às compras, os jornais não se
cansam de mostrar as altas na bolsa, aquele teu amigo que só fala de futebol começa a
te perguntar o que acha de comprar ações agora, porque o gerente do banco dele está
recomendando um fundo de ações que no mês passado rendeu 25% do ​CDI​ no ano
,enfim ,topos históricos, recordes , a boiada não quer perder a alta da bolsa, e começa a
se ouvir o termo mais temido na bolsa (pelos profissionais):
Nunca mais cai….

Nesse momento, o investidor profissional já está zerando suas compras, o analista já


reajustou seus stops pra cima, prevendo uma exaustão do movimento, e aos poucos a
tendência de alta vai enfraquecendo, com o volume aumentando nas quedas…é o início
da tendência de baixa.

Nas tendências primárias de queda:

Realização de lucros: Depois dos topos históricos, ainda existe compra ,mas os
profissionais estão saindo gradualmente, ajustando seus stops, sem chamar atenção. Já
se começa a cogitar operações de venda (short) nas ações mais valorizadas . Mas na
mídia, tudo certo, nada pode dar errado, não estamos todos do mesmo lado???

As posições vendidas, em sua maioria feita por investidores institucionais e


profissionais do mercado, começam a aumentar, na medida em que os suportes vêm
sendo quebrados, e topos sendo formados menores que os anteriores. A sensação do
nunca mais cai começa a desaparecer entre os iniciantes, o jornal não fala mais sobre
bolsa , teu amigo que comprou cotas do fundo de ações que o gerente do banco sugeriu
não te liga mais . É um silencio ensurdecedor. As pontas mais fortes do mercado
vendidas e não têm mais compradores com volume, naturalmente, a tendência primária
de alta vai revertendo. Agora que a tendência reverteu para baixa, cadê os
compradores? Quando vai parar de cair? Preciso sair rápido, o meu prejuízo já está
ficando grande…mas da pra segurar mais um pouco, eu aguento bem o tranco , sou
forte, o mercado vai voltar, com certeza. Depois disso , quando você percebe que o
volume está aumentando na queda , que os preços não voltam mais, o pânico está
instalado, não existe mais parâmetro de preço, quer vender onde tem a compra. A
queda é rápida e forte , o estrago é grande .

Freio de mão puxado (desaceleração): Depois de uma queda forte e rápida nos preços, a
grande maioria zerou seus prejuízos e que ficou foi o sentimento de que bolsa é
um ​investimento​ para poucos, somente os que tem informação privilegiada ganham
dinheiro. Parece que só esperaram eu entrar, ganhar um pouco de dinheiro , me
animar e colocar mais dinheiro, para depois acabarem com tudo. Os preços não caem
mais com força, não tem mais volume ,o mercado entra novamente em uma fase de
consolidação e acúmulo , inicia-se uma possível reversão da tendência de queda.

Princípio 4 : O volume confirma a tendência

Para que haja uma confirmação da tendência, é preciso que o volume aumente na
direção dela. Exemplo: Quando estamos em uma tendência de alta , o volume aumenta
quando os preços sobem e diminui nas quedas . Ao contrário, quando a tendência é de
queda, o volume é pequeno nas correções do movimento e aumenta pra baixo.
O volume aumentando, significa que os grandes estão remando nessa direção!!!

Princípio 5 : Os índices , juntos, confirmam a tendência

O DJIA , Dow Jones Industrial Average , mede a oscilação de uma carteira teórica
formada pelas indústrias americanas. Quando foi criado, era a média dos preços das 12
maiores empresas americanas , por escolha dos editores do Wall Street Journal . Em
1928 foi aumentado para 30 empresas e é assim até hoje. Para seu criador, o maior
desafio era o de confirmar a mudança de tendência ( rompimentos ) ou a manutenção
dela ,comparando setores complementares da economia. Por isso criou o DJTA (Dow
Jones Transporation Average ) , porque entendeu que se as industrias fossem bem, os
transportes aumentariam no pais, o que faria com que as empresas do setor também
valorizassem. Se a média de um índice estivesse apontando em uma direção diferente,
poderia ser um falso rompimento, ruído de mercado.

A confirmação somente viria com os dois indo na mesma direção. No Brasil, podemos
ver no exemplo abaixo, uma confirmação de tendência entre o IBOV e o IFNC , índice
que mede as ações do setor financeiro da bolsa. As duas confirmaram a tendência de
alta, no rompimento de uma acumulação em setembro de 2017 , como vemos abaixo nos
gráficos .
Princípio 6: A tendência principal se mantém até que haja um sinal claro de reversão

Para que não caia nas armadilhas do mercado, esse princípio deve ser respeitado.
Somente se considera uma reversão de tendência, segundo a Teoria de Dow ,se o
fechamento do preço for acima do topo anterior(reversão de queda),ou abaixo do fundo
(reversão de alta).
Essa é uma das maiores críticas feita a ela, o atraso na percepção do movimento,
perdendo parte significativa da alta ou baixa.

Uma das formas mais eficientes de identificarmos o nosso perfil de investidor, é


realizando um teste de perfil.

Teoria de Elliott

O princípio das ondas Elliott foi desenvolvido no final da década de 1920, por
Ralph Nelson Elliott. Tal princípio diz que o comportamento social avança e recua em
padrões reconhecíveis.Utilizando o mercado de ações como a sua principal ferramenta
de pesquisa, Elliott descobriu que o caminho das mudanças nos preços das ações revela
um esquema estrutural comparável à simples harmonia encontrada na natureza. Em
outras palavras, Elliott reconheceu que o mercado financeiro move-se em ondas. Isto é,
move–se em padrões ou ciclos aproximadamente repetitivos, que refletem as ações e
emoções humanas causadas por influências externas ou pela psicologia das massas. O
fluxo e refluxo do pensamento coletivo seguem o mesmo padrão de repetição das ondas
do mercado financeiro.Em parte, Elliott baseou seu trabalho na teoria de Dow, que
também define o movimento de preços em termos de ondas, mas foi além, descobrindo
a natureza fractal dos mercados, ou seja, o padrão se repete em todas as tendências,
seja ela primária ou terciária. Elliott analisou os mercados com grande profundidade,
identificando as características específicas de cada padrão de onda e fazendo previsões
detalhadas dos próximos movimentos da bolsa de valores baseadas nos padrões que ele
havia previamente encontrado.Elliott isolou padrões de movimentos, ou ondas, que
aparecem nos valores dos preços das ações e que são repetitivos em forma, mas não
necessariamente repetitivos no tempo e em amplitude. Ele nomeou, definiu e ilustrou
essas ondas.Nos anos 70, o princípio da onda ganhou popularidade através do trabalho
de Frost e Prechter.Eles publicaram o livro " Elliott wave principle, key to stock
market profits" (1978) que se tornou um clássico sobre as ondas Elliott, no qual eles
previram, no meio da crise dos anos 70, a grande elevação nas cotações em bolsa nos
anos 80. Não só previram corretamente a alta nos mercados, mas Prechter também
previu a queda em 1987.O estudo das ondas Elliott ganhou profundidade e objetividade
com o livro "Mastering the Elliott Wave", resultado de um exaustivo trabalho de dez
anos desenvolvido por Glenn Neely (1990),um experiente analista dos mercados
financeiros que catalogou de maneira muito criteriosa e
detalhada as características de cada onda e estudou mais a fundo o aparecimento de
aglomerados de ondas mais complexos.Em seu tempo, Elliott demorou anos para
detectar os padrões que ele mesmo cunhou no
mercado de ações. Paralelamente, baseou também suas previsões de mercado na série
matemática dos números de Fibonacci. Todo o seu conhecimento foi publicado em
vários livros,que deram os fundamentos para pessoas como Frost,
Prechter, Neely e outros analistas produzissem programas em computador para
previsões dos próximos movimentos do mercado não só de ações, mas de qualquer
mercado de capitais. Hoje “Elliot waves” é uma das teorias mais utilizadas na análise
gráfica, principalmente com a função de prever objetivos, ajudar a definir pontos de
suporte e resistência.

O princípio das ondas de Elliott

Segundo Prechter , em todo mercado de capitais, cada decisão de investimento é tanto


influenciada por informações significativas como produz informações significativas.
Algumas vezes o mercado parece refletir condições e eventos externos, mas em outros
momentos ele se move em direção contrária às notícias, como se fosse governado pelas
leis do acaso. A razão
disto é que o mercado possui suas próprias leis, o seu próprio caos, não sendo
determinado pela causalidade linear que pode estar acostumado com as experiências do
cotidiano.O caminho dos preços não é um produto apenas das notícias e não é uma
máquina de ritmo periódico. O movimento das ações reflete uma repetição de formas,
que é independente tanto de eventos que presumivelmente o causaram quanto de
periodicidade.A progressão dos mercados se dá através de ondas. Ondas
são padrões de movimento direcional. Mais especificamente, onda é qualquer uma das
figuras que constituem os gráficos dos preços das ações ou commodities em função do
tempo, e tais figuras são modelos que se repetem naturalmente ao longo dos dias,
meses, anos, décadas e séculos.

O Modelo das Cinco Ondas

Segundo Elliott, a progressão dos preços nos mercados tem a forma de cinco ondas
numa estrutura específica. Três destas ondas, chamadas de 1, 3 e 5, realmente afetam o
movimento direcional dos preços, ou seja, são elas que imprimem a verdadeira
tendência para a qual o mercado está indo. Tais ondas ímpares são separadas por duas
ondas de interrupção da tendência, chamadas de 2 e 4, como mostra a figura 1. Essas
duas interrupções são um requisito para que o movimento direcional como um todo
possa ocorrer.

Fig 1 – Modelo básico da onda de Elliott

Pode-se explicar o comportamento das cinco ondas como um reflexo do comportamento


humano. Observando-se o contexto de uma bolsa de valores, o início da onda 1 é
ativado devido a um movimento de subida de preços gerado pela percepção dos
participantes da bolsade que o mercado

iria subir

por motivos reais ou irreais. O topo da onda 1 é o instante em que vende-se papéis para
obtenção de lucros a curto prazo, fazendo com que os preços caiam até o fundo da onda
2.A onda 3 refere-se ao crescimento consistente dos preços, por motivos econômicos
realmente fundamentados ou de persistente percepção de subida de preços. Segundo
observações, aonda 3 nunca terá comprimento menor que as outras, já que neste
intervalo de tempo há um motivo suficientemente convincente para levar a maioria dos
participantes a acreditarem numa subida de preços. Na onda 3 o volume de negociações
é maior que durante a onda 1, em virtude da maioria se sentir encorajada em comprar.
No topo da onda 3, após um longo crescimento, as pessoas são absorvidas pelo medo de
que os preços logo caiam, fazendo com que alguns vendam e tirem seus lucros,
iniciando-se assim a onda de queda número 4, gerada por estas
vendas.Entretanto existem investidores, impressionados com a grande subida da onda 3
, que

continuam convictos de que os preços vão subir mais e portanto continuam


comprando.Quando o número de propostas de compra torna-se maior que os de venda,
os preços voltam novamente a subir formando a onda 5. Esta onda é o último suspiro
de subida, porque o volume de negócios já é bem menor do que na onda 3.No topo da
onda 5, o volume de negócios diminui muito, e uma mudança de tendência de subida
para tendência de descida está iminente.Pode-se observar que:“A qualquer momento, o
mercado pode ser identificado como estando em algum ponto do modelo básico das
cinco ondas. Como o padrão das cinco ondas tem total predominância na progressão
dos mercados, todos os outros modelos derivados do padrão, são subordinados aele.”

Os Padrões de Onda

Existem dois padrões de evolução da onda: onda impulso e onda corretiva

Ondas impulso têm uma estrutura de cinco ondas, enquanto que ondas corretivas têm
uma estrutura de três ondas. Forma-se então um ciclo completo de 8 ondas divididas
em 2 fases. Fase impulso
formada por 5 ondas (identificadas por números) e fase corretiva formada por 3 ondas(
identificadas por letras) conforme visto na fig 2.

Fig 2 – Ciclo completo

A fase impulso, formada pelas ondas 1, 2, 3, 4 e 5 na Fig 2, tem momentos de impulso


(1, 3 e 5)e momentos de correção (2 e 4). Podemos dizer que cada impulso também
obedece ao padrão das 5 ondas e cada retração obedece ao padrão das 3 ondas.
Podemos então construir um novo padrão em escala superior, imaginando, por
exemplo, que o impulso completo (1, 2, 3, 4 e 5) na Fig 2 fosse um único impulso (1) de
uma escala superior e que a correção completa (A, B e C)fosse uma única correção (2)
em uma escala superior.

Padrões de​ Reversões e Continuidade

O gráfico de além de proporcionar uma leitura simples e prática do comportamento do


preço de um ativo, nos possibilita a identificação de formações gráficas recorrentes,
como os padrões de reversão.

Conceito

Mas o que é um padrão de reversão? É uma formação gráfica de um ou mais candles


que sinaliza uma possível mudança na direção do preço, não necessariamente na
tendência do ativo. Essa mudança pode ser por exemplo uma reversão do movimento
de alta para baixa ou de baixa para alta.
Vamos verificar alguns exemplos do que pode acontecer após surgir um padrão de
reversão em um movimento de alta. Na figura 1 houve um movimento lateral antes de
reverter para baixo. Na figura 2 tivemos novamente uma lateralização, mas dessa vez
com a continuação do movimento de alta. Por último, na figura 3 a mudança na direção
do preço foi imediata.

Padrões de Alta ou Baixa

Há diversos padrões de reversão no gráfico de candlesticks, os quais são diferenciados


por nomes e também por serem classificados como de alta ou baixa.

Os padrões de alta sinalizam a possibilidade de encerrar um movimento recente de


queda e reverter para alta. Os padrões de baixa indicam a possibilidade de encerrar
um movimento recente de alta e reverter para baixa. O local e o momento no gráfico
são fatores importantes na ocorrência destes sinais, pois aumentam a chance de
reversão do último movimento.
Em breve iremos fazer um adendo, apresentado e explicando mais detalhadamente
cada figura de candlestick e sua função em um conjunto e numa determinada
tendência.

FORMAÇÕES DE REVERSÃO

Abordando a próxima categoria das formações gráficas, o que são as figuras de


reversão?

São padrões gráficos que revertem uma tendência do preço. Portanto, quando a figura
ocorre dentro de uma tendência de alta geralmente reverte para uma nova tendência de
baixa, conforme mostra a figura 5.

Fig. 5

Por outro lado, quando a figura ocorre dentro de uma tendência de baixa geralmente
reverte para uma nova tendência de alta, conforme mostra a figura 6.

Fig. 6.
crédito parcial:​ d.vieira

Exemplos:

Ombro-cabeça-ombro

Entre os padrões de reversão existentes, um dos mais conhecidos entre os analistas


técnicos, é o Ombro Cabeça Ombro – OCO. O nome advém do próprio padrão, cuja
figura aparentemente lembra os ombros e a cabeça de uma pessoa.

FIG. 7.
O Ombro Cabeça Ombro – OCO – é uma formação de reversão de tendência de alta
para baixa. Ela ocorre quando, em uma tendência de alta, um papel sofre uma correção
do topo atual (cabeça) que o leva a um patamar menor que seu topo anterior (ombro
esquerdo). Tal correção geralmente o leva muito próximo ao seu último fundo, e ao
voltar a subir, o papel não consegue força suficiente para dar continuidade à tendência
de alta, voltando a cair (do topo do ombro direito) quando atinge altura próxima à do
ombro esquerdo. A reta que passa pelos fundos em torno da cabeça, forma a
denominada linha do pescoço, que geralmente é paralela ou se confunde com algum
suporte, mas também pode ter uma leve inclinação. Este padrão de reversão só é
confirmado quando os preços caem consistentemente abaixo da linha do pescoço.

A formação análoga ao OCO quando um papel vem de uma tendência de baixa e


vira-se para alta, é conhecida como Ombro Cabeça Ombro Invertido – OCOI.
Fig.8.

Um importante sinal para identificação destes padrões, além da formação do ombro


direito, é que em geral os volumes indicam tendência contrária a tendência principal.
No OCO os volumes são decrescentes e no OCOI os volumes são crescentes.

TOPOS E FUNDOS DUPLOS

Fundo Duplo ou W é um padrão tipicamente formado por 2 mínimos (A e B)


intercalados por um máximo (C) seguidos do rompimento da linha de resistência.
Geralmente, este padrão marca a transição da passagem de um período de baixa
(​bearish)​ para um período de alta (​bullish)​ . Este padrão gráfico é um padrão de
inversão de tendência, pelo que deverá existir uma tendência prévia que deverá ser
invertida.
Topo Duplo ou M é um padrão tipicamente formado por 2 máximos (A e B)
intercalados por um mínimo (C) seguidos do rompimento da linha de suporte (D).
Geralmente, este padrão marca a transição da passagem de um período de alta para
um período de baixa.

TOPOS E FUNDOS ARREDONDADOS

Topos e fundos arredondados são interessantes padrões da análise técnica que


anunciam, com alguma antecedência, a virada dos preços. Formações que demoram um
pouco mais de tempo para concretização possuem algumas vantagens, podemos
destacar principalmente:
Maior facilidade de identificação por parte do analista.
Tempo maior para o planejamento do ​trade (​ como a entrada e os stops).
Possibilidade de lucros melhores. Geralmente uma formação mais longa precede
um movimento mais amplo.

Topos e fundos arredondados enquadram-se nessa categoria, uma vez que são
construídos a partir de diversas barras. Vamos conhecer mais a fundo suas
características.

Forma dos Preços e Padrão de Volume

A figura abaixo ilustra, em sua parte esquerda, um fundo arredondado (​saucer em


inglês) e na parte direita um topo arredondado (ou ​rounding top)​ . No caso do fundo, a
linha curva é traçada juntando os pontos por baixo dos preços, ou seja, sob as mínimas.
No topo, por sua vez, a linha circular é traçada sobre os máximos atingidos.

O topo arredondado é o inverso, mantendo-se apenas a característica de volume. Aliás,


se analisarmos a relação entre o volume e os preços veremos prontamente os sinais de
queda, afinal, conforme aproxima-se do máximo o volume decresce, expandindo-se
novamente quando os preços mudam de direção. Essa e outras características podem
ser encontradas também no artigo sobre técnicas com volume.

No gráfico abaixo vemos a Acesita (ACES4) definindo um fundo arredondado. O


volume sofre uma desaceleração para aumentar bastante conforme os preços iniciam a
alta na sequência. Observe como após o fundo arredondado a Acesita vai de
aproximadamente R$ 8,00 até cerca de R$ 24,00.

Topos e fundos arredondados são padrões que mostram uma mudança gradual na
relação oferta/demanda de um ativo. Por serem movimentos lentos dificilmente vemos
rompimentos (​breakouts) e também é complicado identificar níveis claros de suporte e
resistência. Contudo, é possível detectá-los com alguma facilidade e após sua conclusão,
geralmente, tem início um movimento forte que abre espaço para ​trades bastante
lucrativos.

Apresentamos nesta aula, os principais padrões e as principais formações de reversão


dos preços de um ativo; existem várias outras, mas como não se trata de um curso
avançado, mas sim um curso teórico básico, acreditamos que com isto estamos abrindo
caminho à curiosidade natural de quem quer aprender análise técnica, na busca e
pesquisa de maior profundidade sobre o tema..
PADRÕES GRÁFICO DE REVERSÕES DE ALTA
PADRÕES DE REVERSÃO DE BAIXA

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